orientações sobre pessoas com deficiência física material didático

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE MATERIAL DIDÁTICO ORIENTAÇÕES SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA: ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO Maria dos Prazeres Duarte Vangeilca Juliana da Silva Lima Andreza Aparecida Polia Halessandra de Medeiros UFPB 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE

MATERIAL DIDÁTICO

ORIENTAÇÕES SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA:

ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO

Maria dos Prazeres Duarte

Vangeilca Juliana da Silva Lima

Andreza Aparecida Polia

Halessandra de Medeiros

UFPB

2015

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Política de Inclusão no Ensino superior

A Política de Inclusão de Estudantes no Ensino Superior é garantida por vários

documentos legais, dentre eles está a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva

de Educação Inclusiva (BRASIL, 2008).

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em

2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados devam assegurar um sistema

de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o

desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta de inclusão plena, adotando

medidas para garantir que:

a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional

geral, sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não

sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação

de deficiência;

b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental

inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais

pessoas na comunidade em que vivem (Art.24).

Em 2006, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, os Ministérios da Educação e

da Justiça, juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura – UNESCO lançaram o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que

objetiva, dentre as suas ações, contemplarem, no currículo da educação básica, temáticas

relativas às pessoas com deficiência e desenvolver ações afirmativas que possibilitem acesso

e permanência na educação superior.

Em 2007, no contexto com o Plano de Aceleração do Crescimento - PAC, foi

lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, reafirmado pela Agenda Social de

Inclusão das Pessoas com Deficiência, tendo como eixos a acessibilidade arquitetônica dos

prédios escolares, a implantação de salas de recursos e a formação docente para o

atendimento educacional especializado. (BRASIL, 2008)

Deficiência Física

De acordo com o artigo 4º do Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999,

considera-se pessoa com deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias:

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A deficiência física é a “alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do

corpo humano, acarretando o comprometimento da função física. Apresentando-se sob a

forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,

triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia

cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades

estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções”. As mesmas

serão descrita abaixo:

Tipos de deficiência física:

Paraplegia - Perda total das funções motoras dos membros inferiores.

Paraplegia - Perda total das funções motoras dos membros inferiores.

Monoplegia - Perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior)

Monoparesia - Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior)

Tetraplegia - Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores.

Triplegia - Perda total das funções motoras em três membros.

Triparesia - Perda parcial das funções motoras em três membros.

Hemiplegia - Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou

esquerdo)

Hemiparesia - Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou

esquerdo).

Amputação - Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro.

Ostomia - Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, ostio) na parede abdominal

para adaptação de bolsa de coleta; processo cirúrgico que visa à construção de um caminho

alternativo e novo na eliminação de fezes e urina para o exterior do corpo humano

(colostomia: ostoma intestinal; urostomia: desvio urinário).

Paralisia Cerebral - Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como

consequência alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental.

LESÃO MEDULAR

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Uma lesão na medula espinhal é como o próprio nome diz qualquer tipo de dano

causado à medula, que é parte fundamental do sistema nervoso central. Essas lesões podem

ocorrer quando há danos às células dentro da medula ou quando os nervos que correm para

cima e para baixo na medula são lesionados. Muitas causas podem estar envolvidas em uma

eventual lesão na medula. (SAURON, 2007).

Figuras 1 e 2- lesão medular

A medula espinhal

A medula espinhal passa pelo pescoço e pelas costas e é protegida pela coluna

vertebral, que fornece suporte para o tronco e outras estruturas ao redor. A medula espinhal

é cercada, também, pelos chamados discos vertebrais, que servem como amortecedores ao

caminhar, correr ou saltar. É graças a esses discos, também, que a espinha pode ser

flexionada ou estendida (TEXEIRA, et al. 2003).

A medula espinhal é parte fundamental do sistema nervoso central, composto

também pelo cérebro. Aqui, o cérebro funciona principalmente para receber impulsos

nervosos da medula e de nervos cranianos. Já a medula contém os nervos que transportam

mensagens neurológicas do cérebro para o restante do corpo (TEXEIRA, et al. 2003).

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Figura 3- medula espinal Figura 4- corte transversal medular

Nível da lesão medular

Lesões cervicais (pescoço)

Quando a lesão se localiza na medula cervical, ocasiona tetraplegia (quadriplégica) por

comprometer a função dos membros superiores, do tronco e dos membros inferiores. São

lesões que ocorrem nas vértebras C1 a C7 (TEXEIRA, et al. 2003).

Dificuldades respiratórias em decorrência da paralisia dos músculos respiratórios

(principalmente quando a lesão ocorre na parte superior do pescoço).

Lesões torácicas (tórax) e lesões lombossacrais (parte inferior das costas)

Provocam paraplegia que seria o comprometimento da função do tronco e dos membros

inferiores. Quando as lesões na medula espinhal ocorrem na parte inferior das costas,

sintomas de vários níveis podem afetar uma ou ambas as pernas e podem afetar, também, os

músculos que controlam os intestinos e a bexiga.

Portanto quando a lesão atingir a medula cervical haverá comprometimento dos

membros superiores (MMSS), tronco e membros inferiores (MMII), ocasionando a

tetraplegia. Ocorrendo a lesão nos segmentos torácicos, lombares ou sacrais, haverá

comprometimento do tronco e MMII, com consequente paraplegia (SAURON, 2007).

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Figura 5- níveis de lesão medular

AMPUTAÇÃO

De acordo com Sales (2007), Amputação é o procedimento que remove a parte

afetada, podendo ter um ou mais ossos; e deve ser distinguida da desarticulação, que remove

a parte através de uma articulação. As amputações podem ser de causas vasculares; traumas;

malformações congênitas; causas metabólicas e outras.

Figura 6: Amputação do membro inferior

Na ausência de membros inferiores, o uso imediato da prótese ajuda a manter a

postura sentada e melhora a organização do esquema corporal.

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Figuras 7- Prótese de membro inferior

PARALISIA CEREBRAL

A paralisia cerebral é um conjunto de desordens permanentes que afetam o

movimento e postura. Os sintomas ocorrem devido a um distúrbio que acontece durante o

desenvolvimento do cérebro, na maioria das vezes antes do nascimento. (TEXEIRA, et al.

2003).

Tipos:

Paralisia cerebral espástica - É caracterizada pela presença de rigidez muscular e dificuldade de

movimento.

Para mais informações acesse: https://www.youtube.com/watch?v=s9N6UQjPRJY.

Paralisia cerebral discinética - Se caracteriza por movimentos atípicos e involuntários.

Para mais informações acesse: https://www.youtube.com/watch?v=_Z6M6Q4j4rg.

Paralisia cerebral atáxica – Caracteriza-se por uma sensação de desequilíbrio e falta de

percepção de profundidade.

Para mais informações acesse: https://www.youtube.com/watch?v=JK-2HCEv9og.

Distúrbios que podem vir associados à paralisia cerebral:

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Crises convulsivas - A incidência na população geral é 0,5 a 1,5%. Já a incidência de

convulsão em pessoas que têm paralisia cerebral é 55%. Pode acontecer na fase aguda e

nunca mais se repetir, sendo comum nos espásticos. Nos hemiplégicos pode iniciar após os

oito anos de idade.

Déficit cognitivo - 50 a 60%: São alterações na maneira como o indivíduo processa uma

informação. Está relacionado à inteligência. Envolvem principalmente funções mentais

como a memória, linguagem, raciocínio lógico e abstrato, atenção, percepção, capacidades

executivas e capacidade visuo espacial.

Alterações oculares e visuais - 60 a 90%: Podem ocorrer estrabismo, miopia e baixa visão ou

visão subnormal.

Anormalidade da fala e linguagem

Disfemias: Perturbações no ritmo da fala, bloqueio, hesitação, repetições de sons, sílabas ou

palavras fluentes (gagueira);

Disfasia: Ausência de integração e organização do sistema nervoso central, resultando em

falta de compreensão e expressão.

Disartria: Dificuldade na articulação dos fonemas causando prejuízo na estrutura da

linguagem;

Dislexia: Dificuldade para aprender a ler, a escrever ou na capacidade e compreensão da

leitura.

Distúrbio da deglutição: Dificuldade no esquema mastigação deglutição.

Comprometimento auditivo - Pode haver desde uma hipoacústica até a surdez total. Na

paralisia do tipo atetóide, normalmente o som agudo fica prejudicado.

Distúrbios do comportamento – Mais comum no hemiplégico e no atáxico, com

hiperatividade e déficit de atenção. Os coreoatetóides e atetóides costumam ter a inteligência

acima da média. Para mais informações acesse: http://www.scielo.br/pdf/anp/v54n3/21.pdf.

Características básicas da paralisia cerebral e implicações pedagógicas. Como o

professor pode identificar as dificuldades de aprendizagem do estudante e ajudá-lo a

superá-las.

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Distúrbios de Aprendizagem

Os principais componentes dos problemas de aprendizagem que estão relacionados

ao desenvolvimento incluem atenção, memória, percepção e falhas perceptivas e

motoras.

Esses problemas parecem contribuir para muitas outras dificuldades de

aprendizagem e, consequentemente, têm sido rotulados pela literatura, de distúrbios

primários.

Os distúrbios secundários são os de pensamento e de linguagem e, frequentemente,

desenvolvem-se juntamente com dificuldades de reagir a alguma coisa, recordar-se e

tornar-se ciente de conceitos, objetos e relações espaciais.

É importante frisar que há muitas relações entre os distúrbios de desenvolvimento e

os acadêmicos.

Os problemas de leitura, aritmética e escrita são os primeiros a serem observados

pelos professores e requerem uma observação cuidadosa para se encontrar as causas

mais profundas.

Os professores devem ficar atentos aos seguintes distúrbios de aprendizagem:

Distúrbios de linguagem - São os distúrbios de aprendizagem mais comuns.

Distúrbios de pensamento - São dificuldades para operações cognitivas de formação

de conceitos, solução de problemas e associação de ideias. A solução de problema

requer análise e síntese de informações e auxilia o aluno a reagir ou se adaptar a

situações novas e diversas. A formação de conceitos é representada pela capacidade

de classificar objetos e acontecimentos. É importante ressaltar que os distúrbios de

pensamento estão diretamente ligados aos distúrbios da linguagem oral.

Falha de memória - As falhas de memórias visual e/ou auditiva, é a incapacidade de

lembrar o que foi ouvido, visto ou experimentado. As crianças com paralisia cerebral

podem apresentar problemas acentuados de memória visual e, por isso, podem ter

dificuldades para aprender a ler por meio de um método que se baseie na aparência

visual da palavra. Da mesma forma, um distúrbio acentuado na memória auditiva

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pode interferir na alfabetização por método fônico e no desenvolvimento da

linguagem oral.

Distúrbios de atenção - A atenção é um pré-requisito necessário para aprender uma

determinada tarefa. Referem-se à capacidade de selecionar alguns entre muitos

estímulos - auditivos, táteis, visuais, cinestésicos. A atenção seletiva nos auxilia a

limitar o número de estímulos que processamos a todo o momento. Na criança com

paralisia cerebral o distúrbio de aprendizagem, ligado à atenção, pode levá-la a

manifestar um comportamento de movimento constante em que ela se mostre

distraída, o que poderá prejudicar o controle da atenção de modo significativo.

O Processo de inclusão e Aspectos relacionados às barreiras arquitetônicas:

Adaptações físicas na instituição de ensino.

As características da sala de aula e das carteiras constituem importantes condições

para a permanência dos estudantes que apresentam dificuldades de locomoção e problemas

posturais, decorrentes de lesões que provocam o comprometimento dos membros inferiores

na instituição de ensino comum.

As condições necessárias à acessibilidade desses estudantes são, em sua maioria,

necessárias aos demais estudantes:

a) Cadeira com altura adequada, para que o estudante não fique com os pés pendurados;

Figura 8- Posicionamento correto Figura 9- Carteira adaptada

b) Mesa com altura apropriada à necessidade do estudante;

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Figura 10: mesa adaptada Figura 11: mesas adaptadas

c) Piso da sala de aula não escorregadio.

Figura 12: Piso antiderrapante.

d) Espaço suficiente entre as carteiras para permitir melhor circulação de cadeira de

rodas.

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Figura 13- sala de aula acessível.

ACESSIBILIDADE

Respeitar critérios estabelecidos pela legislação

Degraus ou escadas: associados a rampas ou equipamento de transporte vertical

Figuras 14 e 15: Rampas de acesso

Pisos: superfície regular e antiderrapante, piso tátil de alerta e direcional;

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Figura 16- Superfície regular e antiderrapante; Figura 17 - Piso tátil de alerta e direcional.

Sanitários acessíveis e devidamente sinalizados

Figuras 18- Banheiro acessível e Adaptado

Mobiliários: bebedouros na altura mínima adequada do piso de 0,90m, telefones

públicos altura mínima adequada do piso de 0,60m, balcões e mesas em altura

adequada do piso de 0,75 a 0,85m.

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Figura 19- Bebedouro Adaptado Figura 20- Orelhão Adaptado

Figura 21- Mesa Adaptada Figura 22- Balcão Adaptado

Deve-se olhar o estudante com necessidades educacionais especiais, como sujeito

que o mesmo é. Mesmo possuindo uma especificidade (deficiência física) que o diferencia

dos demais, este, deve ser visto como um sujeito pleno e historicamente situado, capaz de

responder com competência às exigências do meio, contanto que lhes sejam oferecidas

condições para tal.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Algumas deficiências físicas podem afetar, de forma mais acentuada, a aparência

física das pessoas, ocasionando um problema secundário, a baixa autoestima, que

poderá requerer intervenção psicológica ou terapêutica;

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Salienta-se, entretanto, que a baixa autoestima não é uma consequência direta da

aparência física, mas se define pela natureza da relação que se estabelece entre a

pessoa e seu entorno social;

Neste contexto, atitudes de não aceitação dos grupos sociais e das famílias, muitas

vezes levam a pessoa com deficiência a assumir posturas indesejáveis e excludentes

como o isolamento, colaborando, assim, para dificultar a sua inclusão no ambiente

escolar;

O educador deve orientar seus alunos, no sentido de acolher e compreender as

limitações físicas dos colegas e os diferentes meios de comunicação utilizados por

eles, para que haja uma melhor interação social entre todos;

Deve buscar meios de informar-se sobre as características de cada um dos seus

alunos com ou sem deficiência, objetivando a compreensão de suas potencialidades e

necessidades, para que possa ajudá-lo de forma significativa;

O estudante com deficiência física deve participar das atividades oferecidas pela

instituição, junto com os outros alunos, desempenhando tarefas ou papéis de acordo

com suas possibilidades;

Sua participação efetiva irá proporcionar-lhe sentimento de pertencimento ao grupo,

garantindo, assim, melhor interação social;

As atividades competitivas devem ser evitadas;

O professor deve sempre estimular atividades nas quais predomine o espírito de

equipe, onde cada um possa colaborar no que lhe for possível para que os objetivos

comuns sejam atingidos;

Recursos que podem ser utilizados para facilitar o processo de aprendizagem

dos estudantes

• A comunicação alternativa tem

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sido um dos recursos que vêm beneficiando, com sucesso, os estudantes que não consegue

articular ou produzir a fala, como por exemplo: pasta frasal, prancha temática, símbolos

gráficos e etc.

Figura 23- Pasta frasal Figura 24- Prancha temática Figura 25- Símbolos Gráficos

• Os recursos pedagógicos adaptados têm facilitado o aprendizado dos estudantes

com limitações motoras, como por exemplo: separador para material dourado, caderno de

madeira, caderno com elástico e etc.

• Outros recursos de acordo com as necessidades educacionais dos estudantes podem

ser utilizados pelo professor, recursos que são de fácil execução e podem favorecer o

desempenho das atividades propostas, como por exemplo: utilização de presilhas para

prender o papel na mesa, engrossamento do lápis, para melhor preensão e outros recursos

que o professor pode criar, a partir da observação do estudante nas atividades em sala de

aula.

Figura 26- Caderno com Elástico

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Figura 27 - Plano Inclinado Imantado com presilhas para prender o papel na mesa

Figura 28- Engrossamento do lápis

Deficiência Física e o Processo de Inclusão

Aspectos relacionados aos estudantes com comprometimento do membro

superior

• No caso de comprometimento do membro superior, as adaptações necessárias mais

comuns são as seguintes:

a) Carteira com possibilidade de graduar a altura e a inclinação, assim como bordas elevadas

para impedir a queda de objetos;

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Figura 29- Carteira Inclinável

b) Fixação de papel à mesa com fita adesiva, tachas ou régua imantada; Suporte para texto

ou livro;

Figura 30- Suporte para texto ou livro Figura 31- Mesa com fita para fixação

c) Gravador de voz;

Figura 32- Gravador de Voz utilizado para gravar as aulas etc. quando necessário.

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d) Mesas de computadores adaptados;

Figura 33- mesa para computador

Aspectos relacionados aos estudantes com comprometimento do membro inferior

O comprometimento dos membros inferiores interfere na capacidade de locomoção,

exigindo, em muitos casos, o emprego de órteses e próteses. A existência de condições

ambientais que facilitem o acesso e a permanência na escola dos estudantes que utilizam

aparelhos, muletas e cadeira de rodas constitui um dos principais fatores que contribuem

com o processo inclusivo desses estudantes.

Para facilitar esse processo, as adaptações necessárias mais comuns são as seguintes:

a) Salas de aula, de preferência, no andar térreo;

b) Rampas ou elevadores de acesso;

c) Portas largas no mínimo 0,80m; de acordo com a NBR 9050, para a passagem de cadeiras

de rodas;

d) Tapetes ou passadeiras de borracha ou superfície não escorregadia;

e) Bebedouro com baixa altura;

f) Banheiro amplo para movimento de cadeira de rodas; (colocar imagens em todos os

tópicos);

g) Barras nas paredes ao lado do vaso sanitário;

h) Box com piso não escorregadio e barras para apoio.

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• Destaca-se que, em relação a essas adaptações e outras que se fizerem necessárias, deve-se

seguir os preceitos estabelecidos no Decreto 5.296/2004.

TECNOLOGIA ASSISTIVA (TA)

O papel da TA é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência,

qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade,

controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho.

1- CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa

Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua

necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Recursos como as

pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras

ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para expressar suas questões,

desejos, sentimentos, entendimentos.

Figura 34- Prancha de comunicação impressa Figura 35- vocalizador portátil

2- Recursos de acessibilidade ao computador

Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o computador

acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas), intelectuais e motoras.

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Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados) e dispositivos

de saída (sons, imagens, informações táteis).

Figura 36- Teclado expandido e programável Intellikeys Figura 37- diferentes modelos de mouse

3- Sistemas de controle de ambiente

Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras, podem

ligar/desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores,

ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas

telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala,

escritório, casa e arredores.

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Figura 38- Representação esquemática de controle de ambiente a partir do controle remoto

5- Projetos arquitetônicos para acessibilidade

Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de

rampas, elevadores, adaptações em banheiros, mobiliário entre outras, que retiram ou

reduzem as barreiras físicas.

6- Órteses e próteses

Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo. Órteses são

colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor posicionamento,

estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio

de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de

objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros.

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Figura 39- Próteses de membros superiores Figura 40: órtese de membro inferior

7-Auxílios de mobilidade

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos,

cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo, equipamento ou

estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal.

Figura 41- Bengala de madeira

Figura 42- Bengala 4 pontos

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Figuras 43- Cadeiras de rodas motorizadas com ou sem apoio

Algumas orientações sobre como lidar como a pessoa com deficiência Física

Mobilidade – Não movimente a cadeira de rodas sem permissão; empurre a cadeira de rodas

com cuidado e atenção; elimine as barreiras físicas nos locais de circulação.

Comunicação – Converse de frente e no mesmo nível do olhar da pessoa; empregue palavras

como "andar" e "correr" naturalmente.

Ajudas técnicas – Não use como apoio ou pendure objetos na cadeira de rodas; não mude o

lugar de muletas ou bengalas sem aviso.

Alinhamento e Estabilidade Postural: Colaborando com as questões do aprendizado.

Caso o estudante necessite de modificações tanto nos materiais, como também em relação à

prova este acréscimo deve ser de 50% do horário para a realização da mesma, as quais o

estudante com deficiência tem direito há um tempo adicional garantido mediante o Decreto

nº 3298/1999.

Avaliando o processo de inclusão do estudante

• Alguns questionamentos podem ser feitos pelo professor, com o objetivo de avaliar

o processo de inclusão de seu estudante com deficiência física:

- O estudante com deficiência física está se relacionando com os demais alunos e

participando com interesse das atividades em grupo?

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- O estudante está evoluindo em seu processo de aprendizagem?

- As habilidades e competências dos estudantes estão sendo desenvolvidas?

- Existem canais de comunicação adequados que garantam a detecção e a análise das

dificuldades de aceitação do aluno com deficiência física por parte dele mesmo e dos

demais?

Em caso de dúvidas entre em contato com o CIA que se encontra no prédio da Reitoria da

Universidade Federal da Paraíba, Campus I, pelo email: [email protected] ou pelo

endereço eletrônico: www.ufpb.br/cia.

Este texto está disponível em http://www.ufpb.br/cia/?q=view-arquivos , na seção de

Orientação.

26

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. PRADIME: programa de

apoio aos dirigentes municipais de Educação. Marcos Legais da Educação Nacional /

Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. – Brasília, DF: Ministério da

Educação, 2007.

______. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf

______. Lei nº 10.098, de dezembro de 2009 dispõem sobre a acessibilidade. Disponível

em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm Acesso em: fev, 2015

CAVALCANTE, A.; GALVÃO, C. Terapia Ocupacional: Fundamentação & Pratica – Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, pag. 204- 215, 2007.

Legislação Brasileira sobre pessoas portadoras de deficiência. — Brasília: Câmara dos

Deputados, Coordenação de Publicações, 2006. 267 p. — (Série fontes de referência.

Legislação; n.73). Disponível em:

http://www.miltonmonti.com.br/arquivos/downloads/legislacao_portadoresdeficiencia.pdf

TEIXEIRA, E.; et al. Terapia Ocupacional na Reabilitação Física, Copyright, 2003 da 1ª

Edição pela Editora Roca Ltda.

27

REFERÊNCIAS FIGURAS:

Figura 1: Disponível em <http://www.clinicadacoluna.net/doencas-da-coluna-lesoes.php>

acessado em 10 de agosto de 2015 às 16h09min.

Figura 2: Disponível em <http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/muito-

apreciado-pelos-frequentadores-das-praias-o-mergulho-tambem-impoe-situacoes-

perigosas/> acessado em 10 de agosto de 2015 às 16h12min.

Figura 3: Disponível em <http://neurociencia-

educacao.pbworks.com/w/page/9051886/sistema%20nervoso%20central> acessado em 10

de agosto de 2015 às 16h15min.

Figura 4: Disponível em <http://chiariargentina.jimdo.com/sistema-nervioso-central/>

acessado em 10 de agosto de 2015 às 16h20min.

Figura 5: Disponível em <http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/2011/02/lesao-

medular-traumatica-objetivos.html> acessado em 10 de agosto às 16h22minh.

Figura 6: Disponível em <http://blogaodefisio.blogspot.com.br/2013/04/amputacao.html>

acessado em 10 de agosto de 2015 às 16h40min.

Figura 7: Disponível em <http://www.ortotecnica.amawebs.com/> acessado em 10 de agosto

de 2015 às 16h48min.

Figura 8: Disponível em <http://www.clinicagoldenberg.com.br/dicas.asp> acessado em 10

de agosto de 2015 às 16h52min.

Figura 9: Disponível em

<http://www.brinquelibras.com.br/site_novo/?sw=categorias&cat=13> acessado em 10 de

agosto de 2015 às 16h55min.

Figura 10: Disponível em <http://eeantoniocarlos.blogspot.com.br/2011/11/escola-antonio-

carlos-faz-aquisicao-de.html> acessado em 10 de agosto de 2015 às 16h58min.

Figura 11: Mesa adaptada para cadeirantes do projeto das alunas Bárbara Moresco e

Uildilene Leoni, do Centro Universitário – FAE (Foto: Divulgação), disponível em:

<http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Eventos/noticia/2015/02/novos-

talentos-do-brasil-sao-revelados-na-5-mostra-jovens-designers.html> acessado em 10 de

agosto de 2015 às 17h04min.

Figura 12: Disponível em <http://www.saudadedoiguacu.pr.gov.br/noticia.php?id=891>

acessado em 11 de agosto de 2015 às 15h10min.

Figura 13: Disponível em

<http://wwwpedagogiaimarui.blogspot.com.br/2011/04/diversidade-na-escola-

favorece.html> acessado em 11 de agosto de 2015 às 15h13min.

Figura 14: Disponível em < https://ca.wikipedia.org/wiki/Rampa_(desnivell)> acessado em

11 de agosto de 2015 às 15h22min.

28

Figura 15: Disponível em < http://www2.planalto.gov.br/banco-de-

imagens/presidencia/palacios-e-residencias/palacio-do-planalto/galeria-de-fotos/rampa-de-

acesso-ao-mezanino-1.jpg/view> acessado em 11 de agosto de 2015 às 15h25min.

Figura 16: Disponível em <

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/calcadas/index.php?p=371

34> acessado em 11 de agosto de 2015 às 15h27min.

Figura 17: Disponível em < http://www.mesquitacomovai.com.br/acessibilidade/> acessado

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