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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA

TÍTULO: Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva

Autor: Sueli Ferreira Rocha

Disciplina/Área: Educação Especial

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Monteiro Lobato, Email:[email protected]

Avenida Vereador Rubino Pasquetti, nº 555

Município da Escola: Céu Azul, Estado do Paraná

Núcleo Regional de Educação:

Cascavel, Estado do Paraná

Professor Orientador: Dra Lucia Terezinha Zanato Tureck

Instituição de Ensino Superior:

UNIOESTE- Cascavel

Relação Interdisciplinar: Todas as áreas do conhecimento

Resumo A proposta de Implentação Pedagógica visa oportunizar aos professores de sala comum, de salas de recursos multifuncionais – SRM, Professores de Apoio Educacional Especializado - PAEEs do Colégio Estadual Monteiro Lobato, de Céu Azul, PR, a aquisição de noções conceituais, metodológicas, recursos, práticas a respeito da Tecnologia Assistiva, como subsídio em sua atuação junto aos alunos com deficiência, para que possam promover aprendizagens, acessibilidade, independência, autonomia, qualidade de vida e inclusão. A proposta está fundamentada na Defectologia de Vigotski (1997) a respeito da pessoa com deficiência. Metodologicamente, propõe a realização de curso de formação para tais professores sobre Tecnologia Assistiva no âmbito da educação inclusiva, além das discussões no GTR. Os conteúdos abordarão as concepções de pessoa com deficiência com o resgate histórico; conceitos básicos e legislação sobre a Educação Especial e sua operacionalização, fundamentos dos processos de ensino e de aprendizagem com base na

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Psicologia Histórico Cultural; conteúdos teóricos e práticos sobre Tecnologia Assistiva que incrementam a qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem, bem como proporcionam novas formas de planejar e avaliar o processo de escolarização de alunos com deficiência.

Palavras chave: Educação; Educação Especial; Inclusão Escolar;

Tecnologia Assistiva e Formação de Professores

Formato do Material didático

Unidade didática

Público Alvo Professores das salas comuns, professores salas das salas de recursos I e II, professores de apoio educacional especializado.

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APRESENTAÇÃO

Este material é resultado de estudos desenvolvidos através do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, mantido pelo Governo do Estado do Paraná,

e constitui uma Produção Didático-Pedagógica, assumindo a forma de Unidade

Didática, cujo objeto de estudo é a Tecnologia Assistiva (tecnológicas, comunicação

alternativa, aumentativa) na educação inclusiva e seu uso como ferramenta na

mediação pedagógica para a aprendizagem do aluno com deficiência.

No atual contexto educacional, são inúmeras as discussões sobre as diferentes

formas de utilização da tecnologia assistiva educacional, que são ferramentas que

incrementam a qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem, bem como

proporcionam novas formas de planejar, avaliar o processo de escolarização,

respeitando o processo de aprendizagem dos alunos, o que favorece o trabalho em

grupos, viabiliza a pesquisa, a capacidade de pensar, a tomada de decisões e a

interdisciplinaridade. (POKER; NAVEGA e PETITTO, 2012).

O uso das novas tecnologias tem também influenciado a educação especial,

principalmente na realização do Atendimento Educacional Especializado - AEE, que,

seguindo a atual política educacional inclusiva, assume o papel de serviço de suporte

para a educação regular, ou seja, subsidia a aprendizagem do aluno com deficiência

nas salas regulares de ensino. (POKER; NAVEGA e PETITTO, 2012).

Por meio da utilização de um conjunto de tecnologias, recursos, materiais e

estratégias desenvolvidas no Atendimento Educacional Especializado, oportunizando

aos professores regentes das salas comuns e os professores das Salas de Recursos

Multifuncionais - SRM e ainda ao professor do Apoio Educacional Especializado -

PAEE, é possível garantir ao aluno o acesso ao curricular, objetivo maior da educação

inclusiva.

Todavia, a formação atual dos professores deixa a desejar quanto aos

conhecimentos e práticas a respeito da tecnologia assistiva: tecnológicas,

comunicações alternativas e aumentativas, justificando a proposição do presente

estudo.

Na busca de recursos que subsidiem os professores que trabalham ou irão

trabalhar com alunos com deficiência, a escolha da Proposta de Intervenção

Pedagógica, com o título “Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva”, a qual está

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relacionada ao tema “Materiais, equipamentos, sistemas de códigos, que

proporcionam acesso, autonomia, independência e participação das pessoas com

deficiência na escola”, será aplicada no Colégio Estadual Monteiro Lobato, para os

professores em forma de Curso de Formação, com 60 horas.

A educação inclusiva tem avançado de forma bem significativa nos últimos

anos no Estado do Paraná, a demanda de atendimento a esses educandos é

diversificada. No Colégio Estadual Monteiro Lobato a inclusão acontece, mas os

docentes pouco usam os recursos da tecnologia assistiva por não conhecê-los, por

isso a importância da Implentação Pedagógica para proporcionar o conhecimento aos

professores e aos alunos com deficiência, garantindo o que preconiza a LDBEN, que

é atendimento a todos os sujeitos em condições igualitárias (BRASIL, 1996).

Na sociedade atual, em que se democratizou o acesso à informação por meio

das ferramentas tecnológicas, em que muitas pessoas de todas as faixas etárias

podem conhecer a respeito de qualquer assunto, torna-se importante refletir sobre o

lugar que passa a ocupar a escola e, mais especificamente, o papel do professor no

processo de construção do conhecimento do aluno. Segundo Gadotti (2009), é o

professor:

[...] que constrói sentido, transforma o obrigatório em prazeroso, seleciona criticamente o que devemos aprender. Esse profissional transforma informação em conhecimento, porque o conhecimento é a informação que faz sentido para quem aprende (GADOTTI, 2009, p.5).

Percebe-se que a escola não acompanha o desenvolvimento tecnológico, nas

salas de aula quase tudo ainda é convencional: quadro de giz, caderno, livro didático

o que pode ser desmotivador para os alunos. Observa-se que há um número

significativo de alunos que passam a maior parte do seu dia conectados a diferentes

tecnologias, o que pode ser um dos motivos pelo quais estão desmotivados com os

estudos, pois os recursos tecnológicos oferecem estímulos variados os quais prendem

sua atenção por várias horas. Por isso cabe aos professores buscar recursos, como

tecnológicos, jogos, brincadeiras e outros para que o ensino torne algo instigante,

prazeroso, fazendo-os compreender que o ensino de hoje não é mesmo que tínhamos

há dez anos atrás.

A Tecnologia Assistiva (tecnológicas, comunicações alternativas e

aumentativas) constitui subsídio que incrementa a qualidade dos processos de ensino

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e de aprendizagem, bem como proporciona novas formas de planejar e avaliar o

processo de escolarização. Portanto, constitui-se em uma ferramenta muito

importante para o ensino regular onde estão inseridos os alunos com deficiência e os

demais alunos, sendo possível garantir ao aluno acesso aos conteúdos curriculares e

demais atividades (POKER; NAVEGA e PETITTO, 2012).

UNIDADE DIDÁTICA: TECNOLOGIA ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

1 INTRODUÇÃO Esta Unidade Didática tem como objetivo geral oportunizar para os

professores a aquisição das noções conceituais, metodológicas, recursos e práticas

a respeito da Tecnologia Assistiva, como subsídio em sua atuação junto a alunos

com deficiência, para que possam promover aprendizagem, independência,

autonomia, acessibilidade, qualidade de vida e inclusão.

A proposta é de Curso de Formação, com duração de 60 horas, abordando

conteúdos a respeito de concepções de pessoa com deficiência, conceitos básicos e

legislação da Educação Especial, fundamentos dos processos de ensino e de

aprendizagem com base na Psicologia Histórico Cultural, seguidos de conteúdos

teóricos e práticos a respeito da Tecnologia Assistiva, principalmente sobre o sistema

Braille, o DOSVOX e as Comunicações Alternativa e Aumentativa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Estudos em Capellini e Mendes (2012), Villela e Guerreiro (2013) Carvalho;

Rocha e Silva (2013) comprovam que na história da humanidade sempre existiram

pessoas com deficiências: físicas, cognitivas ou sensoriais, decorrentes de má

formação congênita, amputações traumáticas, doenças graves e como as sociedades

de cada época tratavam esses indivíduos.

Constata-se que com o surgimento da escrita, há registros que as pessoas

que adiquiriam a deficiência através de amputações traumáticas nos campos de

batalhas permaneciam vivas em contradição ao costume espartano de lançar o recém

nascido com deficiência no abismo e que nas famílias de acordo com poder

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econômico paterno havia uma alternativa para os pais: deixar a criança na margem

dos rios, em locais sagrados para que pudesse ser resgatada ou acolhida por famílias

da plebe.

Há registros também que as pessoas com deficiência eram submetidas para

fins de prostituição em tavernas, bordéis, entretenimento das pessoas ricas e muitas

vezes realizavam serviços simples, mas humilhantes.

Com o Cristianismo, a pessoa com deficiência passa a ser vistas sob o

paradigma místico: “[...] considerada como o resultado da ação de forças demoníacas,

como um castigo para pagamento de pecados seus ou de ancestrais, e ainda como

um instrumento para que se manifestassem as obras de Deus” (CARVALHO; ROCHA;

SILVA, 2013, p. 25).

Esses princípios contribuíram para criação de hospitais, hospícios e asilos, pela

Igreja, para dar assistência aos pobres e doentes, também pessoas com deficiência,

sendo estas também impedidas de atuarem como padres devido a sua má formação

ou mutilações.

No século XIX, nos Estados Unidos da América foram tomadas providências

para garantir moradia, alimentação para marinheiros e fuzileiros que viessem adquirir

limitações em batalhas.

No século XX, a assistência, qualidade do tratamento para pessoas com

deficiências e indivíduos com sequelas de Guerra, exigiu um desenvolvimento de

especialidades e programas de reabilitação, no âmbito das Nações Unidas (ONU).

Por volta de 1930, surgiram várias instituições para cuidar da deficiência

mental, em número bem superior ao das instituições voltadas para as outras

deficiências, ganham destaque por atender um número bem maior de pessoas e por

isso tinham certo poder no momento de discutir as políticas públicas junto a

instâncias governamentais.

Enfim, a educação especial avançou muito nos últimos anos no Brasil com leis

que consolidam, fundamentam sua operacionalização, há muito ainda para avançar e

conquistar.

A educação inclusiva requer uma redefinição conceitual e organizacional das

políticas educacionais, onde cabe à educação especial assegurar a inclusão de

alunos com deficiência no ensino regular, desde a educação infantil até o nível

superior, e a oferta de atendimento educacional especializado (BRASIL, 2008).

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Dentre os serviços da educação especial que os sistemas de ensino devem

prover estão os profissionais de apoio pedagógico, tais como aqueles necessários

para promoção da acessibilidade, para atendimento às necessidades específicas

dos estudantes no âmbito da acessibilidade ao currículo.

A educação inclusiva já foi definida na Constituição Brasileira (1988) como

“dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado,

preferencialmente na rede regular de ensino” (art. 208). Foi estabelecida como direito

das pessoas com deficiência na regulamentação feita pela Lei nº 7.853 e definida

como modalidade de ensino na Lei nº 9.394 (BRASIL, 1989; 1996)

A discussão internacional sobre a inclusão de crianças, jovens e adultos com

necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino foi a

questão central da Declaração de Salamanca (1994). A Declaração aborda os

Direitos Humanos (1948) e a Declaração Mundial sobre a Educação para Todos

(1990) aponta os princípios de uma educação especial e de uma pedagogia centrada

na criança. Em seguida apresenta propostas, direções, recomendações da Estrutura

de Ação em Educação Especial, um novo pensar em educação especial, com

orientações para ações em nível nacional, regionais e internacionais.

Nessa direção de direitos humanos à educação inclusiva, foi aprovada pela

ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelecida como Emenda

Constitucional pelo Decreto Legislativo nº 186, de 09 de julho de 2008, e incorporada

na Constituição Brasileira pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, a

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo

Facultativo que estabelece:

Os Estados Partes devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão, adotando medidas para garantir que: a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência; b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem.

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A Educação Especial inclusiva se materializa no Atendimento Educacional

Especializado – AEE, que comporta os serviços de apoio pedagógico aos alunos

com deficiência.

Diante da análise recorrente aos documentos Política Nacional de Educação

Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e da Resolução CNE/CEB nº

04/2009, percebe-se que ambos condizem em relação às ideias referentes ao AEE.

Os referidos documentos concebem o AEE na modalidade da Educação Especial

que:

identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, com o intuito de eliminar as barreiras que se interpõem à plena participação, no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação (BRASIL, 2008; 2009).

O AEE pode ser ofertado em salas de recursos multifuncionais, centros de

atendimento educacional especializado, professor de apoio educacional

especializado para alunos com Transtornos do Espetro Autista, Altas Habilidades ou

Superdotação, nas escolas públicas, particulares ou instuições filantrópicas sem fins

lucrativos.

O estudo da pessoa com deficiência é de grande relevância nas ideias contidas

na obra de Vigotski, ao elaborar os Fundamentos da Defectologia (VIGOTSKI, 1997),

expondo a compreensão do desenvolvimento psicológico. Essas questões eram

importantes para o projeto de Vigotski, pois o governo russo na época envolveu-o na

elaboração de propostas para educação de acordo com as necessidades

educacionais coerentes no período pós-revolução russa em face às condições de

vulnerabilidade da população e das pessoas com deficiência.

Para Vigotski (1997), a criança que nasce cega, surda ou com outro defeito

orgânico apresentará suas peculiaridades no que tange à sua deficiência, mas terão

um funcionamento psíquico obedecendo às leis do desenvolvimento humano, mas

com uma organização cerebral diferente das pessoas sem deficiência.

Nesse contexto, pode-se sintetizar as ideias de Vigotski sobre a aprendizagem

e o desenvolvimento e a educação da pessoa com deficiência através de três

princípios: enfoque qualitativo x quantitativo; deficiência primária e deficiência

secundária; deficiência e compensação ou supercompensação.

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Quanto à deficiência primária, de ordem orgânica, as lesões cerebrais e

malformações orgânicas são reduzidas a fatores biológicos. Todavia, a deficiência

secundária é aquela que um indivíduo adquire ao longo da vida devido aos fatores

sociais e culturais, em função de um modelo social padrão para pessoas sem

deficiência, os quais são impostos para pessoas com deficiência, criando formas de

segregação social, exclusão do ensino, na restrição de oportunidades de

desenvolvimento, barreira físicas, pois não acreditam que elas possam aprender e

superar suas dificuldades.

A compensação social que Vigotski descreve é como a pessoa com deficiência

reage às condições materiais de sua vida para superar ou diminuir os efeitos de sua

deficiência orgânica, do ponto de vista cultural e social. Diante disso, a educação deve

criar meios para que essa compensação se realize.

Salienta-se que a compensação nem sempre supera ou compensa o organismo

ou função lesionado, mas cria no indivíduo as possibilidades de uma vida plena.

Todavia, Vigotski adverte que ela não se desenvolve de forma automática e nem é da

mesma forma em todas as pessoas com deficiência, podendo não haver a

compensação e, sim, o fracasso (VIGOTSKI, 1997).

Segundo o autor, a aprendizagem da criança inicia-se muito antes de ela ir para

a escola, na interação com o outro, no processo sócio - histórico cultural, isto é, desde

seu nascimento e nas relações entre o processo de desenvolvimento e a capacidade

de aprendizagem que se estabelecem os dois níveis de desenvolvimento: o real e o

proximal ou potencial.

O nível de desenvolvimento real é a capacidade que o indivíduo possui para

realizar suas tarefas, no cotidiano da sua vida, sozinha, isto é, as funções mentais da

criança que se estabeleceram como resultado de certos ciclos de desenvolvimento

indicando que os processos mentais estão em harmonia e que os ciclos de

desenvolvimento já se completaram (ROSSETTO, 2009, p.34).

O nível de desenvolvimento proximal ou potencial corresponde àquelas ações

Que a criança não é capaz de realizar sozinha, são funções que ainda não se

consolidaram, mas que estão em processo e, com a ajuda de um adulto ou de uma

criança mais experiente, este processo pode acontecer em situações em que existam

diálogo, colaboração, trocas de experiências, interação, imitação.(ROSSETTO, 2009,

p.34 e 35).

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Para a Psicologia Histórico-Cultural, a linguagem é um instrumento

indispensável no processo de apropriação da experiência acumulada historicamente

pela humanidade, sem a qual não pode ocorrer a atualização histórica do homem.

Compreende-se que para a pessoa com deficiência a linguagem constitui a condição

mais importante de seu desenvolvimento, porque através dela e da convivência social,

troca de experiência com outras pessoas e com o meio cultural, que a compensação

acontece e o seu sucesso vai depender de seu aprendizado, constituindo a condição

mais importante de seu desenvolvimento. Em concordância com Vigotski (1997):

A educação da criança com diferentes defeitos deve basear-se no fato de que simultaneamente com o defeito estejam dadas as tendências psicológicas de uma direção oposta; estejam dadas as possibilidades de compensação para vencer o defeito de que precisamente essas possibilidades se apresentam em primeiro plano no desenvolvimento da criança e devem ser incluídas no processo educacional como sua força motriz. (...) estruturar todo o processo educativo segundo a linha das tendências naturais à supercompensação, significa não atenuar as dificuldades que surgem do defeito, senão que tencionar todas as forças para sua compensação, apresentar só as tarefas em uma ordem que respondam ao caráter gradual do processo de formação de toda a personalidade diante de um novo ponto de vista (VIGOTSKI, 1997, p. 32-33).

Entende-se que a pessoa com deficiência ao se relacionar com o meio social e

cultural entra em conflito pela falta de correspondência do órgão com defeito, criando

assim possibilidades significativas e estímulos para a compensação ou

supercompensação, podendo vencer ou não a luta; se houver a vitória para o

organismo, ocorre uma reorganização de toda atividade psíquica como memória,

pensamento e atenção, conforme afirma Vigotski (1997):

Um defeito não é apenas uma dificuldade, mas também estímulo para um processo de supercompensação. Se algum órgão, devido a deficiência morfológica ou funcional, não consegue cumprir inteiramente seu trabalho, então o sistema nervoso central e o aparato psíquico assumem a tarefa de compensar o funcionamento insuficiente do órgão, criando sobre este ou sobre sua função ou uma superestrutura psíquica que tende a garantir o organismo no ponto fraco ameaçado (VIGOTSKI, 1997, p. 77).

Conforme o autor aponta, segundo a chamada concepção biológica ingênua,

os órgãos dos sentidos se igualam em pares e a pessoa que tem um desses órgãos

com defeito, o outro sem defeito supre a função.

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As relações entre os órgãos dos sentidos se equiparam diretamente com as relações entre os órgãos pares; o tato e a audição compensam diretamente a visão que há declinado, como o rim são, compensa o doente; o menos orgânico se cobre mecanicamente do mais orgânico (VIGOTSKI, 1997, p.33-34).

Esta teoria tem servido para fundamentar, dentre outros entendimentos, a ideia

de que o tato e o ouvido dos cegos substituem a sua visão e que a audição dos surdos

é substituída pela sua grande capacidade de ver, mas segundo o autor, “pelo

contrário, a visão por si mesma não se substitui, senão que as dificuldades que

surgem devido à sua falta se solucionam mediante o desenvolvimento da

superestrutura psíquica" (VIGOTSKI, 1997, p.34).

Salienta-se que através de estudos e observações práticas do dia a dia, a

ciência comprova que não há uma substituição automática entre esses órgãos

defeituosos e que é o aparato psíquico que assume a função de compensá-los.

Diante das possibilidades de aprendizagem das pessoas com deficiência

abordadas por Vigotski, a tecnologia assistiva é um importante subsídio, por isso é

relevante os professores conhecê-las, adaptá-las e usá-las como novas estratégias

de ensino e de aprendizagem.

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo utilizado para identificar todo um

conjunto de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar

habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente

promover vida independente e inclusão, segundo estudos de Bersch e Sartoretto

(2014).

É também definida como "uma ampla gama de equipamentos, serviços,

estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados

pelos indivíduos com deficiências" (COOK e HUSSEY, 1995). No Brasil, o Comitê de

Ajudas Técnicas - CAT, instituído pela Portaria n° 142, de 16 de novembro de

2006, propõe o conceito para a tecnologia assistiva:

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2006).

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Os recursos são equipamentos ou produtos que possam ser benéficos para as

pessoas com deficiência, melhorando sua condição de vida e “podem variar de uma

simples bengala a um complexo sistema computadorizado” (BERSCH e

SARTORETTO, 2014). Por sua vez, os serviços são prestados por profissionais das

diversas áreas e especialidades para as pessoas com deficiência visando selecionar,

obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva, tendo ampla utilização pelos

professores nas escolas.

Como categorização da Tecnologia Assistiva, existe a classificação com

objetivo didático denominada Categorias de Tecnologia Assistiva apresentadas por

Tonolli e Bersch (2013).

As aplicações da tecnologia assistiva para a realização de atividades trazem

uma série de vantagens, tais como: a individualização do ensino respeitando o ritmo

e o tempo de realização de atividade de cada aluno; a flexibilidade que viabiliza o uso

de canais sensoriais distintos; a avaliação contínua e dinâmica; a auto avaliação; a

manutenção da mesma atividade ou exercício de acordo com as necessidades

educacionais especiais do aluno; o ajuste do nível de complexidade da atividade; o

desenvolvimento de hábitos e de disciplina para sua utilização; a motivação, pois

podem ser inseridos temas, cores, figuras, formas que atendem aos interesses dos

alunos estimulando-os, de diferentes maneiras, a realizar as atividades propostas.

Assim, há os auxílios para a vida diária e vida autônoma (AVA), que

favorecem a autonomia e independência da pessoa com deficiência no seu cotidiano.

A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) faz uso de pranchas com simbologia

e mesmo de computadores com softwares específicos que contribuem na função

comunicativa. Ainda, os recursos de acessibilidade ao computador favorecem as

pessoas com deficiências sensoriais (visuais e auditivas), intelectuais e motoras,

dispondo de inúmeros recursos adaptativos. Os sistemas de controle de ambiente

auxiliam através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras,

alcançando inclusive a automação residencial que proporciona independência no lar

e também proteção. As órteses e próteses servem no auxílio de mobilidade, de

funções manuais e correção postural, entre outros. Seguem os auxílios de mobilidade,

os auxílios para qualificação da habilidade visual e recursos que ampliam a

informação a pessoas com baixa visão ou cegas, os auxílios para pessoas com surdez

ou com déficit auditivo, a mobilidade em veículos e os recursos para o esporte e lazer.

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O Sistema Braille, utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas

cegas, foi inventado na França por Louis Braille, um jovem cego, reconhecendo-se o

ano de 1825 como o marco dessa importante conquista para a educação e a

integração dos deficientes visuais na sociedade.

Antes desse histórico invento, registram-se inúmeras tentativas em diferentes

países, no sentido de se encontrarem meios que proporcionassem às pessoas cegas

condições de ler e escrever. Dentre essas tentativas, destaca-se o processo de

representação dos caracteres comuns com linhas em alto relevo, adaptado pelo

francês Valentin Hauy, fundador da primeira escola para cegos no mundo, em 1784,

na cidade de Paris, denominada Instituto Real dos Jovens Cegos. Foi nesta escola,

onde os estudantes cegos tinham acesso apenas à leitura, através do processo de

Valentin Hauy, que estudou Louis Braille. Até então, não havia recurso que permitisse

à pessoa cega comunicar-se pela escrita individual.

Louis Braille, ainda jovem estudante, tomou conhecimento de uma invenção

denominada sonografia ou código militar, desenvolvida por Charles Barbier, oficial do

exército francês. O invento tinha como objetivo possibilitar a comunicação noturna

entre oficiais nas campanhas de guerra. Baseava-se em doze sinais, compreendendo

linhas e pontos salientes, representando sílabas na língua francesa. O invento de

Barbier não logrou êxito no que se propunha, inicialmente. O bem intencionado oficial

levou seu invento para ser experimentado entre as pessoas cegas do Instituto Real

dos Jovens Cegos.

A significação tátil dos pontos em relevo do invento de Barbier foi a base para

a criação do Sistema Braille, aplicável tanto na leitura como na escrita por pessoas

cegas e cuja estrutura diverge fundamentalmente do processo que inspirou seu

inventor. O Sistema Braille, utilizando seis pontos em relevo, dispostos em duas

colunas, possibilita a formação de 63 símbolos diferentes que são empregados em

textos literários nos diversos idiomas, como também nas simbologias matemática e

científica, em geral, na música e, recentemente, na Informática.

A partir da invenção do Sistema Braille, em 1825, seu autor desenvolveu

estudos que resultaram, em 1837, na proposta que definiu a estrutura básica do

sistema, ainda hoje utilizada mundialmente. Comprovadamente, o Sistema Braille teve

plena aceitação por parte das pessoas cegas, tendo-se registrado, no entanto,

algumas tentativas para a adoção de outras formas de leitura e escrita e, ainda outras,

sem resultado prático, para aperfeiçoamento da invenção de Louis Braille.

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Em 1878, um congresso internacional realizado em Paris, com a participação

de onze países europeus e dos Estados Unidos, estabeleceu que o Sistema Braille

deveria ser adotado de forma padronizada, para uso na literatura, exatamente de

acordo com a proposta de estrutura do sistema, apresentada por Louis Braille em

1837, já referida anteriormente.

Os símbolos fundamentais do Braille utilizados para as notações musicais

foram, também, apresentados pelo próprio Louis Braille na versão final dos estudos

constantes da proposta de estrutura do Sistema concluída em 1837.

A aplicação do Sistema Braille à Matemática foi também proposta por seu inventor na

versão do Sistema editada em 1837. Nesta, foram apresentados os símbolos

fundamentais para os algarismos, bem como as convenções para a Aritmética e

Geometria.

Com o propósito de unificar a simbologia braille para a Matemática e as

ciências, realizou-se na cidade de Viena, em 1929, um congresso, reunindo países da

Europa e os Estados Unidos. Apesar desse esforço, a falta de acordo fez com que

continuassem a prevalecer as divergências, que se acentuaram, face à necessidade

de adoção de novos símbolos, determinada pela evolução técnica e científica do

século.

O Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, criado em 1952, hoje

União Mundial dos Cegos, com apoio da UNESCO, passou a se preocupar, através

de seus especialistas, com o problema da unificação da simbologia matemática e

científica, a nível mundial.

Especialistas no Sistema Braille do Brasil, especialmente ligados ao Instituto

Benjamin Constant e à, hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos, a partir da década

de 70, passaram a se preocupar com as vantagens que adviriam da unificação dos

códigos de Matemática e das ciências, uma vez que a tabela Taylor, adotada no Brasil

desde a década de 40, já não vinha atendendo satisfatoriamente à transcrição em

Braille, sobretudo, após a introdução dos símbolos da Matemática Moderna,

revelando-se esta tabela, insuficiente para as representações matemáticas e

científicas em nível superior.

Durante todo este período, o Brasil participou dos esforços do Conselho

Mundial para o Bem-Estar dos Cegos (hoje, União Mundial de Cegos) para a

atualização e a unificação do Sistema Braille, como o demonstram a contribuição

brasileira à Conferência Íbero-Americana para Unificação do Sistema Braille (Buenos

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Aires, 1973), a participação de técnicos brasileiros, como observadores, na Reunião

de Imprensas Braille de Países de Língua Castelhana (Montevidéu, 1987), a criação

da Comissão para Estudo e Atualização do Sistema Braille em Uso no Brasil (1991-

1994), a atuação de especialistas brasileiros na Conferência: O Sistema Braille

Aplicado à Língua Portuguesa (Lisboa, 1994), além de outras iniciativas e atividades

desenvolvidas. Destaque-se, em todo este período, o trabalho conjunto da, hoje,

Fundação Dorina Nowill para Cegos e do Instituto Benjamin Constant, através de seus

especialistas, aos quais se reuniram, muitas vezes, competentes profissionais de

outras importantes entidades brasileiras(http://www.ibc.gov.br/?itemid=1023)

O uso dos softwares da tecnologia assitiva são ferramentas importantes que

disponibizam o uso das tecnologias para pessoas com deficiência, facilitando o

acesso a diferentes mecanismos para possam apropiar-se do ensino e aprendizagem.

Na biblioteca do Colégio Estadual Monteiro Lobato disponibiliza mais de 360

livros de literatura no formato MECDAISY para deficiêntes visuais, com proposição de

que todos os alunos possam usufruir dos mesmos disponibilizarei no curso um período

para conhecê-lo, baixá-lo, abrí-lo, localizar o livro e acessá-lo, para os professores

para que façam o repasse aos seus alunos.

O MECDAISY é um software desenvolvido pela UFRJ que permite a leitura /

audição de livros no formato Daisy. O formato Daisy – Digital Accessible Information

System – é um padrão de digitalização de documentos utilizado para a produção de

livros acessíveis.

Ao contrário dos audio-books, o MECDAISY permite a navegação facilitada

pelos livros e maior interação no momento da leitura, possibilitando a localização de

termos e palavras, navegação ágil pelo índice do livro, inclusão de notas, tudo isso

através de orientações verbalizadas pelo próprio sistema.

O formato Daisy é um formato livre, ou seja, qualquer pessoa pode utilizá-lo

sem necessidade de pagamento de licença ou direitos autorais. O MECDAISY faz a

leitura dos livros através de uma voz sintética (voz digital), desta forma não há

necessidade de gravação de frases em estúdio e pagamento de direitos de utilização

de voz.

O formato DAISY é mais uma opção para tornar os conteúdos acessíveis

igualmente a qualquer pessoa. Trata-se de uma tecnologia que permite conjugar texto,

áudio e imagens para representar conteúdos como livros, artigos, etc.

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Trata-se de um padrão recente que apresenta algumas vantagens para seus

usuários. Quando se trata da manipulação de livros, o formato DAISY permite que o

leitor tenha acesso a vários recursos semelhantes aos que ele teria ao ler um livro em

papel.

Os livros didáticos também podem ser convertidos para o formato Daisy,

porém, como em qualquer livro acessível, devem ser incluídos legendas e descritivos

nos materiais gráficos (tabelas, fotografias, mapas, gráficos) para possibilitar a

compreensão do ouvinte. Da mesma forma, os livros ilustrados devem ter suas

ilustrações descritas de forma detalhada para permitir ao leitor “enxergá-las” através

das palavras (http://libereductec.blogspot.com.br/2012/11/o-que-e-o-mecdaisy-e-

como-funciona.html).

O Digitavox é um software que possibilita ao seu utilizador a prática da digitação

em teclado de computador. Poderá ser utilizado por iniciantes ou quem deseja

melhorar a digitação, melhorando a precisão e a velocidade com a prática neste

software. Ele utiliza a metodologia consolidada dos antigos cursos de datilografia, com

um diferencial que as lições serão apresentadas somente quando concluir a anterior.

No final da prática, o Digitavox exibe as estatísticas da lição, esta atuando como um

fator motivador e uma forma de avaliar o aprendizado

(http://intervox.nce.ufrj.br/~neno/progs/digitavox_manual.pdf)

O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se

comunica com o usuário mediante síntese de voz, viabilizando, o uso de

computadores por deficientes visuais.

O sistema foi desenvolvido no Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e

Pesquisas Computacionais, localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro,

sob a supervisão do Professor José Antonio Borges, Coordenador do Centro de

Referência em Tecnologia Assistiva da referida instituição. Da equipe de

desenvolvimento participam também programadores deficientes visuais, que fazem

uso do sistema, sem necessitar da ajuda de pessoas que enxergam.

O sistema DOSVOX tem um grande impacto social pelo benefício que traz às

pessoas com deficiência visual, abrindo novas perspectivas de trabalho e de

comunicação; estima-se que hoje o Dosvox tenha 40.000 usuários em todo o Brasil

(http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/).

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3. METODOLOGIA

A Unidade Didática compõe-se de Curso de Formação, com duração de 60

horas, dividido em três etapas, contemplando os conteúdos a respeito de concepções

de pessoa com deficiência, conceitos básicos e legislação da Educação Especial,

fundamentos dos processos de ensino e de aprendizagem com base na Psicologia

Histórico Cultural, seguidos de conteúdos teóricos e práticos a respeito da Tecnologia

Assistiva, principalmente sobre o sistema Braille, o DOSVOX e as Comunicações

Alternativa e Aumentativa. O período de realização será nos meses de amrço a junho

de 2017, no Colégio Estadual Monteiro Lobato, em Céu Azul, Paraná.

1ª Etapa – Aspectos Históricos e Legais

Duração: 8 horas - dois encontros - dividido em duas atividades:

1 Estudo sobre os aspectos históricos sobre as pessoas com deficiência e o direito

à educação.

Objetivo: Compreender aspectos históricos de pessoa com deficiência.

Metodologia: O conteúdo será trabalhado com os professores em forma de textos,

vídeos e imagens, slides, prevendo atividades de reflexão, debate, análise e síntese.

Recursos: textos e vídeo.

CAPELLINI, Vera Lucia Messias Fialho; MENDES, Enicéia Gonçalves História da Educação Especial: em busca de um espaço na História da Educação Brasileira. Unesp/Bauru. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario7/TRABALHOS/V/Vera%20lucia%20messias%20fialho%20capellini.pdf CARVALHO, Alfredo Roberto de; ROCHA, Jomar Vieira da; SILVA, Vera Lucia Ruiz Rodrigues da. Pessoa com deficiência na história: modelos de tratamento e compreensão. In: PEE / UNIOESTE (org). Pessoa com deficiência na história: aspectos teóricos e práticos. PEE-Cascavel/PR. EDUNIOESTE, 2006. p. 15 – 56. VILLELA, T. C. R.; GUERREIRO, E.M.B.R. Os desafios da Inclusão Escolar no Século XXI. 15-03-2013. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/desafios>. História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil

link: https://www.youtube.com/watch?v=oxscYK9Xr4M

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2 Leis que fundamentam a Educação Especial e o AEE

Objetivos:

- Analisar a legislação específica para o atendimento a alunos com deficiência

através do AEE em suas diversas formas;

- Conhecer a conceituação legal que garante os direitos das pessoas com

deficiência.

Metodologia: O conteúdo será trabalhado com os professores em forma de textos,

vídeos e imagens, slides, prevendo atividades de reflexão, debate, análise e síntese.

Recursos: textos legais e vídeos.

Textos sobre a legislação atual e sua operacionalização conforme as referências

bibliográficas.

Educação Especial – Legislação; Ana Magistério Vídeo:https://www.youtube.com/watch ?v=P81WNUDBcHA Educação Especial; Ana Magistério Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=M6RSKoAFKIA

2ª Etapa – Fundamentos da Defectologia

Duração: 8 horas - dois encontros

1 A educação de pessoas com deficiência segundo Vigotski

Objetivos:

- Realizar estudo com os professores sobre a Psicologia Histórico- Cultural;

- Propor para os professores uma reflexão sobre sua prática pedagógica à luz dos

conceitos vigotskianos.

Metodologia: O conteúdo será trabalhado com os professores em forma de textos,

vídeos e imagens, slides, prevendo atividades de reflexão, debate, análise e síntese.

Recursos: textos.

ROSSETTO, Elisabeth. Sujeitos com deficiência no ensino superior: vozes e significados. Tese (doutorado). UFRG - Universidade Federal do Rio Grande doSul, Faculdade de Educação Progama de Pós- Graduação, (Capítulo II; abordagem histórico-cultural p. 25 a 55)

VIGOTSKI, L. S. Fundamentos de defectologia. In: Obras completas. Tomo V. Havana: Editorial Pueblo y Educación, 1997. (Capítulo A criança cega. p. 74 – 87).

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3ª Etapa - Tecnologia assistiva na educação inclusiva

Duração: 44 horas – sete encontros coletivos e quatro momentos de leitura, estudo

e atividades práticas

1 Código, sistema de letras e símbolos em braile (16 h)

Objetivos:

- Possibilitar aos professores apropriação de conhecimentos teóricos e práticos do

Sistema de Códigos Letras e Símbolos em Braille, com a utilização de práticas

pedagógicas adequadas, para que possam usá-los na escrita e leitura com alunos

com deficiência visual (cegos e baixa visão).

Metodologia: O conteúdo será trabalhado com os professores em forma de textos,

vídeos e imagens, slides, prevendo atividades de reflexão, debate, análise e síntese.

Recursos: textos e vídeos

Apostilas: (Sistema de Código Braille letras e Números- Confeccionada pelas

professoras da SEED: Maira zuchi Ferreira e Santa Terezinha Falcade Larvada - s/d

- mimeo)

Adaptações da apostila: Apostila Sistema Braille pdf (Elizabeth Canejo)

http://www.lapeade.com.br/publicacoes/documentos/Apostila%20Braille.pdf

2 Noções a respeito dos softwares MECDAISY, NVDA e DIGITAVOX (4 h)

Objetivos:

- Apresentar para os professores cursistas o software DIGITAVOX para que possam

aprimorar sua digitação e para atuar em cursos de informática para alunos com

deficiência.

- Disponibilizar para os professores cursistas conhecimento e manuseio dos softwares

MECDAISY, NVDA, DIGITAVOX, para que possam trabalhá-los com todos os alunos,

para que todos possam usufruir dos benefícios didáticos que os mesmos oportunizar.

Metodologia: O conteúdo será trabalhado com os professores em forma de textos,

vídeos e imagens, slides, prevendo atividades de reflexão, debate, análise e síntese,

com exercíicos práticos.

Recursos: textos, vídeos e sites da internet.

Apostilas (Sistema de Código Braille letras e Números- Confeccionada pelas

professoras da SEED Maira zuchi Ferreira e Santa Terezinha Falcade Larvada- s/d

- mimeo).

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Adaptações da apostila: Apostila Sistema Braille pdf (Elizabeth Canejo)

http://www.lapeade.com.br/publicacoes/documentos/Apostila%20Braille.pdf

Material para o curso: apostila, folha sufite 40, prancha, punção, reglete.

baixar o site: Braille Virtual –USP- Link:http://www.braillevirtual.fe.usp.br/pt/

Baixar o instalador do programa Digitavox

Link: http://intervox.nce.ufrj.br/~neno/digitavox.htm

Baixar o manual do programa Digitavox

http://intervox.nce.ufrj.br/~neno/progs/digitavox_manual.pdf

Baixar o software do programa MECDAISY;

http://intervox.nce.ufrj.br/mecdaisy/download.htm

https://www.youtube.com/watch?v=grhDoWvla2U

Uso do software leitor de tela NVDA 2016 com o Windows 7, 8.1 e 10,

Internet Explorer e Word, Excel, Outlook 2013

Notebook ou computador de mesa

3 Noções e utilização do softwares DOSVOX (24 h)

Objetivos:

- Oportunizar para os professores a aquisição das noções conceituais do uso do

software DOSVOX, para que possam trabalhar ou ministrar aulas em condições

igualitárias para alunos com ou sem deficiência visual na educação inclusiva.

Metodologia: O conteúdo será trabalhado com os professores em forma de textos,

vídeos e imagens, slides, prevendo atividades de reflexão, debate, análise e síntese,

com exercíicos práticos.

Recursos: textos, vídeos e sites da internet.

https://www.youtube.com/watch?v=9X6CGl4lbhM

O vídeo que retrata o primeiro programa entrevista em que o DOSVOX apareceu,

numa matéria em 1994 no Fantástico, da Rede Globo, e que foi motivo de uma "quase

revolução" entre as pessoas cegas, pelo polêmico depoimento da primeira usuária do

DOSVOX, Beth Canejo, sobre a novidade que era o uso do computador em relação

ao Braille.

Manuais e Apostilas disponíveis em:

http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/manuais/Dosvox.txt

Notebook ou computador de mesa.

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4 REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

______. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Brasília, 1989.

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.

______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CEE/CEB nº 4/2009 e Parecer CNE/CEB nº 13/2009. Diretrizes operacionais da educação especial para o atendimento educacional especializado na educação básica. Brasília, 2009. _______. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, 2008. Disponível em: <hptt:\\portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>.

______. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Convenção Sobre Os Direitos das Pessoas Com Deficiência. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2009/decreto/d6949.htm>.

______. Lei 13.146/2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficência – Estatuto da Pessoa com Deficiência. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº 02 2016 e Indicativo nº 02 2016. BERSCH, Rita. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre. RS. 2013. Disponível em: www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf. Acesso em: 19 jul. 2016. CAPELLINI, Vera Lucia Messias Fialho; MENDES, Enicéia Gonçalves História da Educação Especial: em busca de um espaço na História da Educação Brasileira. Unesp/Bauru. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario7/TRABALHOS/V/Vera%20lucia%20messias%20fialho%20capellini.pdf CARVALHO, Alfredo Roberto de; ROCHA, Jomar Vieira da; SILVA, Vera Lucia Ruiz Rodrigues da. Pessoa com deficiência na história: modelos de tratamento e compreensão. In: PEE / UNIOESTE (org). Pessoa com deficiência na história: aspectos teóricos e práticos. PEE-Cascavel/PR. EDUNIOESTE, 2006. p. 15 – 56. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre princípios, política e práticas na área das necessidades educativas especiais. Salamanca, Espanha, 10 de junho de 1994.

Page 23: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO - … · Especializado – AEE, que comporta os serviços de apoio pedagógico aos alunos com deficiência. Diante da análise recorrente

DECLARAÇÃO DE JOMTIEN. Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos. Jomtien, Tailândia - 5 a 9 de março de 1990. GADOTTI, Moacir, Marx- Transfor.mar o Mundo. São Paulo: FTD, 1989. NUERNBERG, A. H. Contribuições de Vigotsky para educação de pessoa com

deficiência visual. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n2/a13v13n2.pdf. ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo. Nova Iorque, em 30 de março de 2007. (Promulgada no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 186, de 09 de julho de 2008 e incorporada na Constituição Brasileira pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 POKER Rosimar Bortolini; NAVEGA Marcelo Tavell; PETITTO Sônia . Acessibilidade na Escola Inclusiva: Tecnologias, Recursos e o Atendimento Educacional Especializado. Disponível em: Link:https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/afv4_colecao_poker_navega_petitto_2012-pcg.pdf.Acesso em 15 jul. 2016 ROSSETTO, Elisabeth. Sujeitos com deficiência no ensino superior: vozes e significados. Tese (doutorado).UFRG - Universidade Federal do Rio Grande doSul, Faculdade de Educação Progama de Pós- Graduação, (Capítulo II; abordagem histórico-cultural p. 25 a 55) Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21375/000736922.pdf? Sequence Acesso em: 4 nov. 2016. VIGOTSKI, L. S. Fundamentos de defectologia. In: Obras completas. Tomo V. Havana: Editorial Pueblo y Educación, 1997. (Capítulo A criança cega. p. 74 – 87). VILLELA, T. C. R.; GUERREIRO, E.M.B.R. Os desafios da Inclusão Escolar no Século XXI. 15-03-2013. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/desafios>. Acesso em: 01 jul. 2016. Links https://www.youtube.com/watch?v=oxscYK9Xr4M - História do Movimento Político

das Pessoas com Deficiência no Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=P81WNUDBcHA - Educação Especial legislação

https://www.youtube.com/watch?v=M6RSKoAFKIA Educação Especial

atendimentos

www.assistiva.com.br

http://www.lapeade.com.br/publicacoes/documentos/Apostila%20Braille.pdf - Apostila

Sistema Braille pdf (Elizabeth Canejo)

Apostilas (Sistema de Código Braille letras e Números- Confeccionada por Maira

Link: http://intervox.nce.ufrj.br/~neno/digitavox.htm

Page 24: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO - … · Especializado – AEE, que comporta os serviços de apoio pedagógico aos alunos com deficiência. Diante da análise recorrente

http://intervox.nce.ufrj.br/~neno/progs/digitavox_manual.pdf

http://intervox.nce.ufrj.br/mecdaisy/download.htm - Software do programa

MECDAISY; https://www.youtube.com/watch?v=grhDoWvla2U

http://www.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/cmdpd/NVDA/manual_N

NVDA.pdf - Software do programa NVDA

http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/manuais/Dosvox.txt - Manuais e Apostilas do

software do programa DOSVOX.

Braille Virtual –USP- Link:http://www.braillevirtual.fe.usp.br/pt/