orientações gerais grifar as passagens mais relevantes · gasta-se 1,30 minuto na resolução de...

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1 LÍNGUA PORTUGUESA Câmara dos Deputados / Consultor Orientações gerais: 1) Resolva provas recentes elaboradas pelo CESPE/UnB (de 2010 para cá). 2) Controle o tempo que você está gastando na resolução da prova. Em média, gasta-se 1,30 minuto na resolução de cada questão estilo C (Certo) ou E (Errado). Esse tempo já inclui a leitura do texto, no caso da prova de português. 3) Procure ler o texto e grifar as passagens que julgar mais relevantes. Destaque os conectivos (porém, quando, apesar de, embora, se, caso, ainda que, etc). Esses elementos servem como orientadores da natureza do texto (dissertação, por exemplo) e ajudam a reconhecer o posicionamento do autor do texto. 4) Destaque os tópicos frasais (frase central) de cada parágrafo. É neles que normalmente se concentra a ideia-base de cada parágrafo. 5) Convém resolver, primeiro, as questões de gramática. Assim, você evita ler o texto várias vezes para resolver as questões de interpretação. Ganha-se tempo. LÍNGUA PORTUGUESA Câmara dos Deputados / Taquígrafo Legislativo - 2012 Leia o texto abaixo. 1 5 10 15 20 Entre os muitos méritos dos nossos livros, nem sempre figura o da pureza da linguagem. Não é raro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum, defeito grave, a que se junta o da excessiva influência da língua francesa. Esse ponto é objeto de divergência entre os nossos escritores. Divergência, digo, porque, se alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outros há que os adotam por princípio, ou antes, por uma exageração de princípio. Não há dúvida que as línguas aumentam e se alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito, a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade. Mas, se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que destoem das leis da sintaxe e da essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte de influência a este respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão. Machado de Assis. O jornal e o livro. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p.25-6. Com relação às ideias e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue os itens seguintes.

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LÍNGUA PORTUGUESA — Câmara dos Deputados / Consultor

— Orientações gerais: 1) Resolva provas recentes elaboradas pelo CESPE/UnB (de 2010 para cá). 2) Controle o tempo que você está gastando na resolução da prova. Em média,

gasta-se 1,30 minuto na resolução de cada questão estilo C (Certo) ou E (Errado). Esse tempo já inclui a leitura do texto, no caso da prova de português.

3) Procure ler o texto e grifar as passagens que julgar mais relevantes. Destaque os conectivos (porém, quando, apesar de, embora, se, caso, ainda que, etc). Esses elementos servem como orientadores da natureza do texto (dissertação, por exemplo) e ajudam a reconhecer o posicionamento do autor do texto.

4) Destaque os tópicos frasais (frase central) de cada parágrafo. É neles que normalmente se concentra a ideia-base de cada parágrafo.

5) Convém resolver, primeiro, as questões de gramática. Assim, você evita ler o texto várias vezes para resolver as questões de interpretação. Ganha-se tempo.

LÍNGUA PORTUGUESA — Câmara dos Deputados / Taquígrafo Legislativo - 2012

Leia o texto abaixo.

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Entre os muitos méritos dos nossos livros, nem sempre figura o da pureza da linguagem. Não é raro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum, defeito grave, a que se junta o da excessiva influência da língua francesa. Esse ponto é objeto de divergência entre os nossos escritores. Divergência, digo, porque, se alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outros há que os adotam por princípio, ou antes, por uma exageração de princípio. Não há dúvida que as línguas aumentam e se alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito, a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade. Mas, se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que destoem das leis da sintaxe e da essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte de influência a este respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão.

Machado de Assis. O jornal e o livro. São

Paulo: Companhia das Letras, 2011, p.25-6.

Com relação às ideias e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue os itens seguintes.

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a) O conector ―Mas‖ (L.14) estabelece relação de oposição entre a ideia principal do segundo parágrafo e a do terceiro, visto que, neste, Machado de Assis defende a ―essencial pureza do idioma‖ (L.16-17) e, naquele, admite que a ―influência do povo é decisiva‖ (L.11) no processo de mudança da língua.

b) O emprego do pronome indefinido ―certos‖ (L.12) e da expressão ―direito de cidade‖ (L.13) são indícios da posição purista do autor, a qual é ratificada pelo emprego da palavra ―abuso‖ (L.18).

c) A expressão adverbial ―nem sempre‖ (L.1) tem sentido equivalente tanto a quase nunca quanto a ocasionalmente.

d) No segundo período do texto, o verbo no infinitivo corresponde, em oração desenvolvida, à construção que se vejam, a qual mantém indeterminado o agente da ação expressa por esse verbo.

e) Depreende-se da leitura do texto que ―solecismos‖ (L.2) são transgressões às prescrições gramaticais da norma padrão de uma língua.

f) A ―divergência‖ a que se refere o autor do texto diz respeito à adoção, pelos escritores brasileiros, de conceitos diferentes de pureza, ou ortodoxia linguística.

g) Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do período que inicia o segundo parágrafo do texto, construído na ordem direta, se a expressão adverbial ―com o tempo e as necessidades dos usos e costumes‖ (L.8-9) fosse deslocada para o início do período, desde que seguida de vírgula e feitas as devidas alterações no emprego de maiúsculas e minúsculas.

h) Nas linhas 10 e 11, os pronomes ―sua‖ e ―lhe‖ têm como referência a expressão ―a nossa‖ (L.9), em que há elipse do vocábulo língua.

i) No último período do excerto apresentado, ao referir-se à influência dos escritores na manutenção da denominada norma padrão, Machado de Assis revela-se preconceituoso, dado que postula que os textos literários sejam modelos de correção linguística e que aprimorem não só a linguagem, mas também a razão do povo.

j) O primeiro período do texto foi iniciado por um termo sintático de natureza circunstancial.

k) No segmento ―Não há dúvida que as línguas aumentam e se alteram‖ (L.8), houve elipse de uma preposição essencial.

l) O conectivo ―portanto‖ (L.12) é marcador linguístico de pressuposição. m) As formas verbais em gerúndio ―depurando‖ e ―aperfeiçoando‖ (L.20) introduzem

duas causas em relação a ―exerce também uma grande parte de influência a este respeito‖ (L.19-20).

n) Tem emprego opcional a vírgula utilizada após ―incontestável‖ (L.14). Portanto, a sua retirada não provoca erro gramatical nem mudança de sentido no texto.

CONECTIVOS

1) Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, e (= mas): introduzem argumentos ou informações que expressam contraste. São empregados em estruturas (oracionais ou não) coordenadas.

2) Embora, ainda que, apesar de (que), posto que, malgrado, em que pese (a), conquanto, não obstante, se bem que, nem que, mesmo que: introduzem argumentos ou informações que expressam contraste. São empregados em estruturas oracionais subordinadas.

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Alfredo é inteligente, mas não é trabalhador. (Está grifado o argumento mais forte) Alfredo não é trabalhador, mas é inteligente. (Está grifado o argumento mais forte) Alfredo é inteligente, embora não seja trabalhador. (Argumento mais forte) Alfredo não é trabalhador, embora seja inteligente. (Argumento mais forte)

3) POIS (antes do verbo) = ―porque‖ — conteúdo explicativo 4) POIS (depois do verbo) = ―portanto‖ — conteúdo conclusivo (marcador de

pressuposição) Estude muito, pois isso será bom para toda a sua vida. (explicativo) Teu filho está em dificuldade na escola. Deves, pois, ajudá-lo. (conclusivo)

CAUSA / CONSEQUÊNCIA 1. CAUSA: motivo, razão que gera alguma consequência. 2. CONSEQUÊNCIA: resultado advindo de alguma causa, de algum motivo. Não pude comparecer ao evento porque estava muito gripado. (consequência) (causa) Paráfrases: Não pude comparecer ao evento por estar muito gripado. Não pude comparecer ao evento visto que estava muito gripado. Não pude comparecer ao evento visto como estava muito gripado. Expressões causais: porque, já que, visto que, na medida em que, visto como, uma vez que, dado que, que, desde que, etc. Expressões consecutivas: de modo que; (tão, tamanho, tanto) que. Antônio bebeu tanto, que mal conseguia ficar em pé. (causa) (consequência) Perceba as noções de causa e consequência no exemplo abaixo:

Ao se desesperar num congestionamento em São Paulo, daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica. São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o congestionamento — o que leva técnicos a preverem como inevitável a implantação de perigos.

Folha de S.Paulo, 1.º/10/2000.

Causas = porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não

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deveríamos ter metrô / Como cresce dia a dia o número de veículos Consequências = São Paulo só chegou a esse caos / a tendência é piorar ainda mais o congestionamento

EXPRESSÕES CIRCUNSTANCIAIS

São indicadas especialmente por advérbios, locuções adverbiais e orações subordinadas adverbiais. Indicam ideia de lugar, modo, tempo, causa, finalidade, intensidade, comparação, proporção, conformidade, etc. Moro em Brasília faz anos. O termo ―em Brasília‖ é uma expressão circunstancial porque foi empregado como adjunto adverbial de lugar. A oração ―faz anos‖ também tem emprego circunstancial, porque foi empregada como oração subordinada adverbial temporal. Outros exemplos: O cachorro morreu de frio, na semana passada, nas proximidades do Lago Paranoá. de frio = adjunto adverbial de causa na semana passada = adjunto adverbial de tempo nas proximidades do Lago Paranoá = adjunto adverbial de lugar Em textos mais extensos:

As famílias brasileiras nunca estiveram tão endividadas quanto no fim do

primeiro trimestre deste ano. De acordo com o Banco Central, o índice de

endividamento subiu de 43,79% para 43,99% em março. Isso significa que as famílias

devem às instituições financeiras quase a metade do que ganham durante o ano. O

endividamento chegou ao maior nível desde que a autoridade monetária começou a

registrar os dados, em 2005. Naquela época, as famílias tinham um endividamento de

18,39% da renda bruta anual. nunca = adjunto adverbial de tempo/negação tão = adjunto adverbial de intensidade no fim do primeiro trimestre deste ano = adjunto adverbial de tempo De acordo com o Banco Central = adjunto adverbial de conformidade em março = adjunto adverbial de tempo quase = adjunto adverbial que designa aproximação durante o ano = adjunto adverbial de tempo ao maior nível = adjunto adverbial de referência/situação desde que a autoridade monetária começou a registrar os dados = oração subordinada adverbial temporal em 2005 = adjunto adverbial de tempo Naquela época = adjunto adverbial de tempo

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Leia o texto que se segue. 1

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É verdade que quase todo mundo tem suas preferências, detesta algumas construções, prefere a pronúncia de alguma região etc. Mas o linguista precisa manter uma atitude científica, com atenção constante às realidades da língua e total respeito por elas. Se ele verifica que as pessoas dizem frases como ―Se você ver ela, fala com ela pra me telefonar‖, precisa reconhecer essa construção como legítima na língua. Por outro lado, em um texto escrito, ele provavelmente encontraria outra frase, que igualmente precisa ser reconhecida. As duas coexistem, cada qual no seu contexto. O linguista, cientista da linguagem, observa a língua como ela é, não como algumas pessoas acham que ela deveria ser. Condenar uma construção ou uma palavra ocorrente como incorreta é mais ou menos como decretar que é ―errado‖ que aconteçam terremotos. Eles acontecem, e um cientista não tem remédio senão reconhecer os fatos. O objetivo dos linguistas é descrever e explicar, e não, prescrever formas certas e proibir formas erradas. Para nós, ―certo‖ é aquilo que ocorre na língua.

Mário A. Perini. Gramática do português brasileiro. São Paulo:

Parábola Editorial, 2010, p. 20-1 (com adaptações). Julgue os itens subsequentes, relativos ao texto acima.

a) No trecho ―que igualmente precisa ser reconhecida‖ (L.7), o emprego do advérbio ―igualmente‖ possibilita a elipse do segmento ―como legítima na língua‖ (L.5-6) após a locução verbal ―ser reconhecida‖.

b) De acordo com o texto, em uma análise científica de construções linguísticas, deve ser considerada a adequação à situação em que tais construções foram empregadas.

c) Infere-se do texto que seu autor é linguista e, como tal, defende que os gramáticos, em vez de formularem regras, assumam atitude científica, ou seja, descrevam e expliquem todas as construções linguísticas, visto que, segundo o autor, todas são legítimas, como sintetiza no último período do texto.

d) No período compreendido entre as linhas 10 e 11, está implícita, na comparação entre incorreções gramaticais e ―terremotos‖ (L.11), a referência aos erros crassos de determinadas construções linguísticas, visto que estes, tal como os terremotos, têm poder de destruição.

e) Preservando-se o sentido original e a correção gramatical do texto, o trecho ―e um cientista não tem remédio senão reconhecer os fatos‖ (L.12) poderia ser assim reescrito: um cientista, se não aceitar os fatos tal como são, não conseguiria explicá-los.

f) Como a palavra preferência pertence ao mesmo campo semântico de comparação, o trecho ―prefere (...) etc.‖ (L.2) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: prefere a pronúncia de alguma região do que outra etc.

g) Se o autor tivesse iniciado o texto com A verdade é que, em vez de ―É verdade que‖, as relações de sentido e a organização sintática do primeiro período seriam as mesmas desenvolvidas originalmente.

h) O segmento ―todo mundo‖ (L.1) tem como antônimo contextual o segmento todo o mundo.

i) O emprego do acento indicativo de crase em ―às realidades da língua‖ (L.3) decorre da regência da palavra ―constante‖ (L.3) e do emprego do artigo definido feminino plural que antecede a expressão feminina plural ―realidades da língua‖.

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j) Predomina no primeiro período do texto a coordenação de orações assindéticas. k) A substituição de ―Se ele‖ (L.4) por Caso ele mantém não apenas as relações de

sentido desenvolvidas no texto, mas também a sua correção gramatical.

CONSTRUÇÕES CONDICIONAIS / HIPOTÉTICAS

Em se tratando de construções condicionais, hipotéticas, normalmente são empregados os conectivos ―se‖, ―caso‖, ―se + acaso‖; os advérbios ―talvez‖, ―provavelmente‖, etc. Atente para a correlação na conjugação dos verbos. 1) Se você não economizar, não terá condições de comprar o carro que tanto quer. economizar = futuro do subjuntivo / terá = futuro do presente do indicativo quer = presente do indicativo 2) Se você não economizasse, não teria condições de comprar o carro que tanto queria. economizasse = pretérito imperfeito do subjuntivo (-sse) teria = futuro do pretérito do indicativo (-ia) queria = pretérito imperfeito do indicativo 3) Caso você não economize, não terá condições de comprar o carro que tanto quer. economize = presente do subjuntivo terá = futuro do presente do indicativo quer = presente do indicativo 4) Se acaso você não tivesse economizado, não teria tido condições de comprar o carro. tempo composto tempo composto 5) Caso você chegue tarde, ligue para mim, que vou buscá-lo no aeroporto. 6) Se você chegar tarde, ligue para mim, que vou buscá-lo no aeroporto. Se caso você chegar tarde, irei buscá-lo no aeroporto. — ERRADO Não se empregam ao mesmo tempo ―se‖ + ―caso‖.

―A verdade é que...‖ x ―É verdade que...‖

Trata-se de estruturas gramaticais e argumentativas diferentes. No caso de ―A verdade é que...‖, cria-se o pressuposto (questão argumentativa) de contraposição a um enunciado baseado em alguma mentira. O interlocutor cogita na possibilidade de que algo é tido como uma mentira (verdade x mentira). No caso de ―É verdade que...‖, cria-se o pressuposto de aceitação de alguma informação entendida como verdadeira, baseada numa verdade. Sintaticamente, as estruturas não são equivalentes.

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Leia o texto seguinte.

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Abrev. é preciso Muito combatidas em alguns contextos de produção escrita da atualidade, as abreviaturas constituem parte importante da escrita de uma língua. Apesar de as polêmicas que norteiam o assunto serem atuais, a prática de abreviar não é exclusiva dos tempos de hoje. Algumas necessidades de nossos antepassados fizeram com que esse costume fosse muito difundido bem antes de sonharmos com os computadores modernos. Durante os primeiros séculos da história do Brasil, o uso de abreviaturas nos documentos aqui escritos era constante. Entre os fatores que favoreciam a proliferação das abreviaturas nos documentos, havia a significativa distância entre Brasil e Portugal, com a consequente dificuldade de adquirir materiais para a escrita (tintas, papéis, plumas), e a ausência de um sistema ortográfico oficial para a língua portuguesa, além, é claro, da maior velocidade adquirida ao se abreviarem palavras de textos produzidos à mão. Aliás, quando o assunto é abreviar, logo vem à mente o debate sobre o uso indiscriminado das abreviaturas na Internet. Esse tema vem provocando muitas discussões entre estudiosos da linguagem, pais e professores de português devido à preocupação de que o hábito, muito presente na vida dos jovens, afete outros contextos de produção escrita. Polêmicas à parte, podemos entender essa prática como uma forma que os internautas encontram de garantir uma comunicação mais rápida, para poderem se comunicar com várias pessoas ao mesmo tempo.

Maria Cristina Parreira da Silva e Abner Maicon Fortunato Batista. Internet: <http://linguaportuguesa.uol.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias e dos aspectos gramaticais do texto acima, julgue os próximos itens. a) Depreende-se do texto que o emprego de abreviaturas em documentos elaborados

no Brasil Colônia deveu-se mais à necessidade de redução de gastos financeiros com materiais usados na escrita do que à ausência de um sistema ortográfico oficial.

b) Contrariamente à opinião de estudiosos da linguagem e pais, a autora do texto defende o uso indiscriminado das abreviaturas, o que é confirmado no título do texto.

c) Atendendo-se à norma gramatical, o primeiro período do texto poderia ser substituído pela seguinte construção: Na atualidade, combate-se muito, em certos contextos de escrita, as abreviaturas, que são, de fato, parte importante da língua escrita.

d) Infere-se das informações expressas no texto que a autora considera a chegada dos colonizadores portugueses como o momento em que se inicia a história do Brasil.

e) Mantendo-se a correção gramatical do texto, a forma verbal ―havia‖ (L.9) poderia ser substituída por podem ser citadas.

f) A substituição de ―fizeram com que‖ (L.5) por fizeram que mantém as relações de sentido e a correção gramatical do texto.

g) O infinitivo flexionado ―poderem‖ (L.20) poderia, com igual correção gramatical, ser substituído pela forma não flexionada — poder.

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h) A inserção de vírgula imediatamente após ―português‖ (L.16) mantém as relações de sentido e a correção gramatical do texto.

i) As vírgulas empregadas após ―Brasil‖ (L.7) e ―documentos‖ (L.9) justificam-se pelo hipérbato dos adjuntos adverbiais.

j) A substituição de ―vem provocando‖ (L.15) por tem provocado, além de manter a correção gramatical, mantém a noção semântica originalmente desenvolvida no texto.

k) É sinônimo contextual da expressão ―tempos de hoje‖ (L.4) o termo tempos hodiernos.

l) A substituição de ―era constante‖ (L.8) por eram constantes mantém a correção gramatical do texto, com a vantagem de enfatizar o núcleo da informação expresso por ―documentos aqui escritos‖ (L.8).

FAZER COM QUE = FAZER QUE

São coexistentes no português, sem alteração de sentido, as estruturas ―fazer com que‖ e ―fazer que‖. A preposição ―com‖ introduz objeto direto preposicionado (posvérbio). Fiz (com) que ela me ouvisse. Outros casos de objeto direto preposicionado semelhantes: Todos devem cumprir com o seu dever. = Todos devem cumprir o dever. O soldado puxou / sacou da espada. = O soldado sacou / puxou a espada. Maria nunca amou a mim. = Maria nunca me amou.

VERBO - ideia de continuidade / habitualidade

Um recurso que o português oferece ao falante é o emprego de locuções verbais que indicam ideia de continuidade do processo verbal. O brasileiro vem notando um aumento considerável nos impostos que está pagando. O brasileiro tem notado um aumento considerável nos impostos que vem pagando. Em muitos casos, o presente do indicativo indica ideia de continuidade / habitualidade: Estudo inglês, leio em alemão, leciono francês. Faço ginástica todos os dias.

HIPÉRBATO = ordem indireta

O trecho a seguir ilustra o conceito de hipérbato: ―No século passado, ocorreu, no sistema bancário brasileiro, uma significativa

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incorporação tecnológica, que teve início ainda no final dos anos 60, com a criação do primeiro CPD, e continuou se difundindo nas décadas posteriores.‖ ORDEM DIRETA (ou canônica) = sujeito + verbo + objetos + adjunto adverbial

— AMBIGUIDADE: duplo sentido decorrente, na maioria das vezes, da má construção da frase. ―Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais sadias.― O período acima é ambíguo porque gera as seguintes interpretações: As crianças são mais sadias porque recebem leite frequentemente? ou As crianças são frequentemente mais sadias porque recebem leite? Nesse caso, o que gerou a ambiguidade foi a má posição do advérbio ―frequentemente‖. Outros exemplos:

"Calheiros participou da reunião ministerial com FHC no Palácio do Planalto, na qual ele voltou a pedir unidade no governo.‖

Não me lembro do lugar onde coloquei meu livro. Sinto tê-lo julgado precipitadamente, Carlos.

LÍNGUA PORTUGUESA — Revisão Consultor — CD

No texto abaixo, há erros e desvios em relação à modalidade padrão da língua portuguesa. Reconheça-os e ajuste-os à norma culta do português. 1

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No século passado, ocorreram, no sistema bancário brasileiro uma

significativa incorporação Tecnológica, que teve início ainda no fim dos anos 60,

com a criação do primeiro CPD e que continuou difundindo nas décadas posterior.

Nesse processo, duas fases podem serem diferenciadas. A primeira, que

abrangeu toda década de 70 e parte da década de 80, caracterizava pela

automação de processos de controle interno do banco e atingiram o setor de

contabilidade e registro das agencias, que foi paulatinamente se reduzindo, com a

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implementação de sistemas de coleta e transmissão de dados conectados à uma

unidade central, o CPD. Essas transformações foram decisivas para a extinção de

cargos na chamada área de retaguarda das agências, como, por exemplo o cargo

de contador. A segunda fase, começou apartir da metade da década de 80, com o

avanço da tenologia de base micro-eletrônica, que permitiu a automação de

processos de trabalho no interior das agências, possibilitando o lançamento

eletrônico dos registros das tranzações diretamente pelo funcionário do setor de

atendimento. Com isso, outras funções da retaguarda bancária foi

significativamente reduzido, principalmente na área de escrituração.

Wagner de Souza Leite Molina. Internet:

<www.seufuturonapratica.com.br> (com adaptações). Leia o texto seguinte.

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O trono sem povo é uma árvore sem raízes, é um edifício sem fundamentos. O vento que soprar mais forte despregará a árvore da terra, e rolará o edifício nas areias. Já se dizia na nossa Constituinte: ―O trono não tem uma força própria; a de que goza reside na ideia que dele formam os POVOS‖. E o povo, existe ele hoje? Não: o que temos é uma corrente ligeira que todos desviam de seu alvo, e que lambe os pés de todos que dominam. O que temos é uma voz enfraquecida, que se perde no espaço da terra brasileira. Mas um dia essa voz, quase perdida, será um rugido de trovão, e a tempestade abalará os dormentes da caverna. Um dia essa corrente humilde far-se-á rio caudal para arrebatar as insígnias falsas, e arrastar no vórtice das espumas esse rochedo que parece afrontar os ventos da democracia. Por isso, desfalecer é um crime. A terra brasileira é a mãe de nobres ideias. (...) Na batalha a bandeira rota é a mais gloriosa, e o fumo que a cresta fala dela ao patriotismo. Ai de nós se o ceticismo nos arrebatasse a esperança porque a alma magnânima do povo não sofreria as ânsias cruéis do cativeiro. Esperemos. Em vez do governo de hoje, em vez do regime pessoal, que as leis criaram, virá o puro governo representativo; em vez da vontade de um só substituída à palavra sincera dos comícios virá a voz da praça pública; em vez do imperialismo, teremos a democracia. Esperemos. A regeneração social será completa. Há um pêndulo que marca as eras

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das crises nacionais, e o Brasil está em crise. Joaquim Nabuco. O povo e o trono. In: Leonardo Dantas Silva (Org.)

Nabuco e a República. Recife: Fundação Joaquim Nabuco; Ed. Massagana, 1990, p. 9. Internet: <www.fundaj.gov.br>.

1) (CESPE / IRBr-2013) No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue os itens seguintes.

a) Dados os sentidos do texto e as relações sintáticas de seu segundo período, a

forma verbal ―rolará‖, em ―rolará o edifício nas areias‖ (L.3), pode ser interpretada como cair ou como fazer cair.

b) A palavra ―trono‖ está empregada no texto em referência, de forma genérica, a regime autoritário.

c) O pronome ―isso‖, em ―Por isso‖ (L.15), retoma a ideia desenvolvida no último período do parágrafo anterior, a qual constitui a consequência do fato expresso na oração ―desfalecer é um crime‖.

d) A forma verbal ―Esperemos‖, a linha 21, denota esperança, mas não expectativa, ou seja, denota desejo de mudança, sem que se possa deduzir que haja a possibilidade de que ela ocorra.

e) Infere-se do texto que o ―imperialismo‖ (L.25) a que se refere o autor consiste na prática política de expansão territorial e, principalmente, econômica adotada por alguns Estados para subjugar outros Estados.

f) A locução prepositiva ―em vez da‖ (L.23) pode ser substituída pela também locução prepositiva ao invés da, sem prejuízo para a coerência do texto e sua correção gramatical.

g) A estrutura ―Já se dizia‖ (L.4) equivale a Já era dito, sem prejuízo para as relações de sentido do texto e para a sua correção gramatical.

h) Recuperando-se as elipses pressupostas no segmento ―a de que goza‖ (L.5), obtém-se: a força de que o trono goza.

i) O emprego da preposição em ―a de que goza reside‖ (L.5) decorre da regência da forma verbal ―reside‖, empregada no contexto como transitiva indireta.

j) A vírgula empregada após ―trovão‖ (L.11) pode ser omitida, sem prejuízo para as ideias e para a correção gramatical do texto.

k) A forma verbal ―Esperemos‖ (L.26) é índice da função conativa da linguagem, empregada como articulador da linguagem persuasiva.

l) A substituição de ―a esperança‖ (L.19) por à esperança altera as relações de sentido desenvolvidas no texto, mas mantém a sua correção gramatical.

m) Nos períodos iniciados por ―Há‖ (L.27), a oração ―que marca as eras das crises nacionais‖ (L.27-28) tem emprego restritivo, razão pela qual não foi empregada vírgula após o substantivo ―pêndulo‖ (L.27). Leia o texto que se segue.

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Conta Darcy Ribeiro (1996) que, entre os índios Urubu-Kaapor, a Cobra Grande engolia muita gente e precisou ser morta. ―Antes de morrer, teve um sobressalto. Se levantou, subiu e foi bater no céu. Ficou lá a sombra dela. É a Via Láctea, que até hoje a gente vê. Depois, caiu lá de cima, com grande barulho. Veio bater no chão, acabou com a mata toda naquele lugar; só deixou um buraco. Agora é o mar Paraná-Ramiu.‖ Darcy, com o jeito que lhe era característico,

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exclama: ―Não é uma beleza? Aqui, o sangue de uma Cobra gigantesca deu origem à Via Láctea e ao Avô-Mar!‖

Lux Vidal. A Cobra Grande: uma introdução à cosmologia dos povos indígenas do Uaçá e Baixo Oiapoque – Amapá. Rio de Janeiro: Museu do

Índio, 2009, p. 28-30 (com adaptações) , p. 35 (com adaptações). 2) (CESPE / IRBr-2013) Julgue os itens seguintes, relativos a aspectos gramaticais do texto acima. a) Sem alteração de informação, o primeiro período do texto poderia ser reescrito da

seguinte forma: Entre os índios Urubu-Kaapor, contou, em 1996, Darcy Ribeiro que a cobra-grande, porque engolia muita gente, morreu.

b) A referência do sujeito elíptico da oração ‗É a Via Láctea‘ (L.3-4) é a expressão ‗a sombra dela‘ (L.3), que funciona como sujeito da oração ‗Ficou lá a sombra dela‘ (L.3).

c) Sem que se contrariasse a informação original do texto, o pronome ‗toda‘ na expressão ‗com a mata toda‘ (L.5) poderia estar anteposto ao substantivo de duas formas: com toda a mata; com toda mata.

d) A oração ‗Não é uma beleza?‘ (L.7) expressa uma pergunta retórica que corresponde à frase exclamativa É uma beleza!, sendo o advérbio de negação empregado como termo de realce na sentença interrogativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA — Revisão Consultor — CD

Leia o texto abaixo.

1

3

5

Campanha de combate ao desperdício de água

Você sabia? O chuveiro é o maior vilão do consumo de água. O gasto chega a até 40% do total da casa. Dica de economia: feche a torneira do chuveiro durante a aplicação de sabonete, xampu e cremes. Economia: redução de até 75% do consumo.

Julgue C ou E os itens seguintes, com base no texto acima. a) O texto acima contém estruturas e índices gramaticais que levam a classificá-lo

como texto injuntivo. b) O segmento que vai de ―Você‖ (L.1) até ―de água‖ (L.1) pode ser reescrito,

mantendo-se a correção gramatical e os sentidos do texto, como segue: Você sabia que o chuveiro é o maior vilão do consumo de água?.

c) Em ―O chuveiro é o maior vilão do consumo de água‖ (L.1), o núcleo do predicado nominal é o substantivo ―vilão‖, termo empregado em sentido translato.

d) O título do texto, embora esteja articulado como sentença nominal, apresenta três complementos nominais.

e) A palavra ―até‖ (L.2-5) foi empregada como preposição e indica ideia de limite em relação a ―40% do total da casa‖ (L.2) e a ―75% do consumo‖ (L.5).

f) É forma variante gráfica de ―desperdício‖ a palavra esperdício, a qual, empregada no texto, não lhe acarreta erro de grafia.

ELIPSE x ZEUGMA

Ambas as figuras são usadas para indicar omissão de termos ou de palavras. No caso de zeugma, o termo é mencionado anteriormente e depois é omitido. Exemplos de elipses: No jardim da casa da minha avó, ___ uma jabuticabeira enorme. (Elipse de há ou existe) Não sei onde coloquei minha ____ pernambucana. (Elipse de faca) Exemplos de elipses ou zeugmas: Edital prevê 53 vagas para analista legislativo (consultor) e 60 ___ para técnico (agente de polícia legislativa) (Elipse ou zeugma de vagas — 60 vagas)

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Os alunos voltaram do colégio de carro; as alunas, ____ a pé. (Elipse ou zeugma de voltaram do colégio)

ORAÇÃO DESENVOLVIDA x ORAÇÃO REDUZIDA

1) Oração desenvolvida: é aquela que tem o verbo conjugado (no indicativo ou no subjuntivo) e apresenta conjunção (no caso das orações subordinadas substantivas ou adverbiais) ou pronome relativo (no caso das orações subordinadas adjetivas). Espero que você retorne dos Estados Unidos e (que) volte a morar comigo. orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) que = conjunção subordinativa integrante retorne / volte a morar = presente do subjuntivo

Quando você voltar dos Estados Unidos, venha morar comigo. oração subordinada adverbial temporal (desenvolvida) Quando = conjunção subordinativa adverbial temporal voltar = futuro do subjuntivo Ainda não encontrei o livro de história que o professor me indicou. oração subord. adjetiva restritiva (desenvolvida) que = pronome relativo indicou = pretérito perfeito do indicativo 2) Oração reduzida: é aquela que apresenta o verbo no infinitivo (-r), no particípio (-do / -to / -so) ou no gerúndio (-ndo). Não há nem conjunção, nem pronome relativo. 2.1 Chegando a casa, telefone para a sua mãe, que aguarda notícias suas. Chegando a casa = oração subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio 2.2 Feitas as tarefas escolares, todos os alunos poderão ir embora. Feitas as tarefas escolares = oração subordinada adverbial temporal (ou condicional) reduzida de particípio 2.3 O professor mandou o aluno entrar na sala de aula. o aluno entrar na sala de aula = oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo

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Leia o texto que segue. 1

5

10

15

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A inércia da vida real desaparece magicamente na navegação pelo ciberespaço, desprovida de fricção. No mercado atual, encontramos uma série de produtos privados de suas propriedades malignas: café sem cafeína, creme sem gordura, cerveja sem álcool… ciberespaço. A realidade virtual simplesmente generaliza esse procedimento: cria uma realidade privada de substância. Da mesma maneira que o café descafeinado tem cheiro e gosto semelhantes aos do café, sem ser café, minha persona na rede é sempre um ―eu‖ descafeinado. Por outro lado, existe também o excesso oposto, e muito mais perturbador: o excedente de minha persona virtual com relação ao meu ―eu‖ real. Nossa identidade social, a pessoa que presumimos ser em nosso intercurso social, já é uma máscara, já envolve a repressão de nossos impulsos inadmissíveis; e é precisamente nessas condições de ―só uma brincadeira‖, quando as regras que regulam os intercâmbios de nossas vidas reais estão temporariamente suspensas, que podemos nos permitir a exibição dessas atitudes reprimidas. O fato de que eu perceba minha autoimagem virtual como simples brincadeira me permite, assim, suspender os obstáculos que usualmente impedem que eu realize meu ―lado escuro‖ na vida real — meu ―id eletrônico‖ ganha asas dessa forma. E o mesmo se aplica aos meus parceiros na comunicação via ciberespaço. Não há como ter certeza de quem sejam, de que sejam ―realmente‖ como se descrevem, ou de saber se existe uma pessoa ―real‖ por trás da persona online. A persona online é uma máscara para uma multiplicidade de pessoas? A pessoa ―real‖ com quem converso possui e manipula mais personas no computador, ou estou simplesmente me relacionando com uma entidade digitalizada que não representa pessoa ―real‖ alguma?

Slavoj Zizek. Identidades vazias. Internet:

<http://slavoj-zizek.blogspot.com.br> (com adaptações).

1- (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 2013 - CESPE/UnB) - A partir das ideias desenvolvidas no texto, julgue os itens a seguir. a) De acordo com o texto, os parceiros do espaço virtual são pessoas que utilizam

máscaras, para apresentar uma multiplicidade de pessoas. b) Para o autor do texto, é mais preocupante a situação em que pessoas se valem do

espaço virtual para extrapolar sua identidade real que aquela em que o utilizam para escondê-la.

2- (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 2013 - CESPE/UnB) - Com relação às estruturas linguísticas do texto, julgue os itens seguintes. a) A locução adverbial ―Da mesma maneira que‖ (L.5-6) poderia ser substituída, sem

prejuízo para as relações de coesão e coerência do texto, por Assim como. b) Seriam mantidas as relações sintáticas e semânticas do primeiro período do texto,

caso o termo ―desprovida‖ (L.2) fosse substituído por desprovido, passando, assim, a concordar com o elemento imediatamente anterior: ―ciberespaço‖.

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c) Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o trecho ―encontramos uma série de produtos privados de suas propriedades malignas‖ (L.2-3) poderia ser reescrito da seguinte forma: encontra-se uma série de produtos destituídos de suas propriedades malignas.

d) Na linha 10, a supressão da vírgula empregada após a expressão ―intercurso social‖ não acarretaria prejuízo gramatical ao período.

e) Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o trecho ―é precisamente (...) atitudes reprimidas‖ (L.11-14) poderia ser assim reescrito: é justamente nas condições de ―só uma brincadeira‖, ainda que as regras que regulam os intercâmbios de nossas vidas reais estejam temporariamente suspensas, que podemos nos permitir à exibição dessas atitudes reprimidas.

f) Na linha 20, o termo ―se‖, em ―como se descrevem‖, exerce função de pronome apassivador da forma verbal ―descrevem‖.

g) Na linha 20, o termo ―se‖, em ―de saber se existe‖, funciona como conectivo e serve para ligar a oração principal à oração subordinada substantiva objetiva direta.

h) O sinal de dois pontos empregado na linha 3 introduz uma sequência que exerce a função sintática de aposto.

i) O vocábulo ―assim‖ (L.16) cabe ser substituído por portanto, sem prejuízo para as relações de sentido e para a correção gramatical do texto.

j) A expressão ―ganha asas‖ (L.18) foi empregada, no texto, em sentido distenso. k) O termo ―suspensas‖ (L.14) poderia, mantendo-se a correção gramatical do texto,

ser substituído por suspensos, ocasião em que passaria a concordar, em número e gênero, com o núcleo nominal ―intercâmbios‖ (L.13).

Leia o texto seguinte.

1

5

10

15

Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía ―As Reinações de Narizinho‖, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar em um mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte, fui à sua casa, literalmente correndo. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Clarice Lispector. Felicidade clandestina. In: Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (com adaptações).

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3- (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 2013 - CESPE/UnB) - Julgue os próximos itens, referentes às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima. a) Infere-se do texto, narrado em primeira pessoa, que a personagem principal

sujeitou-se a atitudes perversas de uma colega, para conseguir emprestada uma obra de Monteiro Lobato.

b) Na linha 12, o acento indicativo de crase em ―à sua casa‖ é obrigatório, uma vez que o vocábulo ―casa‖ está especificado pelo pronome ―sua‖ e o verbo ir — ―fui‖ — exige a preposição a.

c) Na oração ―guiava-me a promessa do livro‖ (L.17), o pronome ―me‖ exerce a função de complemento da forma verbal ―guiava‖.

d) Na linha 1, o vocábulo ―calma‖ é núcleo da locução verbal de modo, a qual se liga à forma verbal ―exerceu‖ (L.1).

e) O termo ―Boquiaberta‖ (L.14) exerce função sintática de adjunto adverbial de modo, e o seu deslocamento em relação à forma verbal ―saí‖ (L.14) justifica o emprego da vírgula que o sucede.

f) A substituição de ―a que‖ (L.2) por as quais mantém a correção gramatical do texto e as relações de coesão nele desenvolvidas.

4- Julgue C ou E os itens seguintes, com base na estrutura ―Não me mandou entrar‖ (L.12) a) O pronome ―me‖ exerce função de sujeito do verbo empregado no infinitivo pessoal. b) A forma verbal ―mandou‖ foi empregada como acusativa. c) O período é composto. d) A estrutura pode ser parafraseada, mantendo-se a correção gramatical, da seguinte

forma: Não mandou eu entrar.

REVISÃO CONSULTOR / CD — Pontuação

— VÍRGULA: emprega-se a vírgula 1) no processo de coordenação, de termos ou de orações: a coordenação pressupõe

a disposição de termos ou de orações em uma ordem lógica, de tal forma que haja um nivelamento, ou seja, não há um elemento mais importante que o outro.

a) Coordenando termos:

Fui ao supermercado e comprei cereais, frutas, biscoitos, produtos de limpeza. Péricles refere-se ao heroísmo dos combatentes mortos, à dor das suas mães, à gratidão dos sobreviventes e à necessidade de guardar a memória dos que morreram pela Pátria. Os jogadores de porrinha, de sete e meio, de ronda e de truco suspenderam as emocionadas partidas.

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b) Coordenando orações:

Acordei cedo, levantei-me, escovei os dentes, fiz a barba, tomei banho, penteei os cabelos, servi-me de café e fui para o trabalho. — Nesse exemplo, as sete primeiras orações estão coordenadas assindeticamente (sem conjunção) entre si. A última oração está coordenada sindética e aditivamente às anteriores. Tivera a felicidade nas mãos, mas a deixara escapar. (sindética adversativa) Áurea fez regime por longo período, e nada emagreceu. (sindética adversativa) Toma toda a sopa, pois está muito boa. (sindética explicativa) Teu filho está doente, portanto leve-o ao médico. (sindética conclusiva)

2) para separar o aposto explicativo (tem conteúdo acessório):

A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual.

Ela correu durante uma hora, sinal de bom preparo físico. A Capital do Brasil, Brasília, vai sediar um dos jogos da Copa do Mundo de 2014.

Obs.: o aposto restritivo (especificativo / nominativo) não se marca por vírgula: O ex-presidente da República Lula é forte aliado da presidente Dilma Rousseff na próxima eleição. O professor Arnaldo Antônio é muito querido dos seus alunos. 3) para separar o vocativo (chamamento), em qualquer posição:

Cristo, iluminai-me em minhas decisões! Iluminai-me, Cristo, em minhas decisões! Iluminai-me em minhas decisões, Cristo! Roda, meu carro, que é curto o caminho.

4) para separar o adjunto adverbial deslocado (de tempo, modo, lugar, causa,

finalidade, dúvida, concessão, conformidade, etc):

Ontem à noite, no ParkShopping, encontrei amigos que fazia anos eu não via. Encontrei, ontem à noite, no ParkShopping, amigos que fazia anos eu não via. De acordo com o jornalista, o técnico de futebol foi cruel com os jogadores. O técnico de futebol, de acordo com o jornalista, foi cruel com os jogadores. O técnico de futebol foi cruel, de acordo com o jornalista, com os jogadores. O técnico de futebol foi cruel com os jogadores, de acordo com o jornalista.

19

5) para separar o predicativo do sujeito deslocado (tem valor explicativo):

Exausto, mal podia manter-me em pé. Mal podia, exausto, manter-me em pé. Jovem, Carlos foi servir ao Exército. Carlos, jovem, foi servir ao Exército. Carlos foi, jovem, servir ao Exército. Indignada com as notas baixas da filha, a mãe resolveu conversar com a professora. A mãe, indignada com as notas baixas da filha, foi conversar com a professora. Serena, calma, tranquila, caminhava a moça ao altar. A moça, serena, calma, tranquila, caminhava ao altar.

6) para indicar a elipse (omissão) de termo, principalmente do verbo:

O professor de português expressava-se bem nas aulas; o de matemática, muito mal. (...o de matemática expressava-se muito mal) Em frente ao bairro em que eu moro, uma floresta tropical. (... há / existe uma floresta tropical)

REVISÃO CONSULTOR / CD — Questões de Pontuação

1) Os itens abaixo formam um texto, adaptado de O Estado de S.Paulo, Notas &

Informações (21 de abril de 2012). Julgue-os C ou E, quanto ao emprego dos sinais de pontuação, com base na modalidade padrão culta da língua portuguesa.

a) A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países

desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo números divulgados pelo FMI.

b) Para cobrir suas necessidades de financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário o governo brasileiro precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 18% no próximo.

c) A maior parte do problema decorre do pesado endividamento acumulado ao longo de muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da média ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB.

d) Nesse conjunto, países sul-americanos estão entre aqueles em melhor situação. e) O campeão da saúde fiscal é o Chile, com déficit orçamentário de 0,3% e

compromissos a liquidar de 1% do PIB. f) As previsões para o Peru indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a pagar de

2,5% do PIB. Já a Colômbia, também aparece em posição confortável, com necessidade de cobertura de 3,9%.

g) Esses três países têm obtido invejável combinação, de estabilidade fiscal, de inflação controlada e de crescimento firme nos negócios.

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2) Os itens abaixo constituem um texto, adaptado, de Roberto Damatta. Julgue-os C ou E, quanto ao emprego dos sinais de pontuação, considerando a modalidade padrão da língua portuguesa. a) A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre

feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre.

b) Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar.

c) Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho, ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos, a tudo o que somos obrigados a realizar, ao passo que o extraordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios.

d) Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite ―esquecer‖ o outro.

e) No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua ―alma‖ ou o seu coração.

3) Justifique o emprego ou omissão da vírgula nas sentenças abaixo. a) Paulo, volta imediatamente de São Paulo, pois os teus pais precisam da tua ajuda.

__________________________________________________________________ b) Paulo volta de São Paulo e passa a morar em Brasília.

__________________________________________________________________ 4) Justifique por que é ambígua a frase seguinte:

―Cláudia e Marta, minhas amigas, não me visitam há muitos anos‖. 5) Justifique por que o termo ―por que‖, na frase que segue, está empregado separado e sem acento gráfico. Os brasileiros ansiamos por que o Brasil prospere e seja incluído entre os países desenvolvidos.

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CORREÇÃO DE TEXTO

O texto abaixo, que está adaptado, contém erros gramaticais. Ajuste-o à modalidade padrão formal da língua portuguesa.

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Se sabe muito pouco dos rumos em que as grandes cidades tomarão

nas próximas decadas. Muitas vezes, nem prevê-se a dinamica Metropolitana do

próximo qüinqüênio. Mesmo com a capacitação e com o preparo dos técnicos dos

órgãos envolvidos com a questão urbana tem variáveis independente que

interfere nos planos e projetos elaborados pelos legislativos e encaminhados para

ao Executivo. Logicamente, não prevê-se o maufadado caos urbano, mas ele

pode ensejar de que o pais se adiante os eventos e toma medidas preventivas ao

desaranjo econômico, que teria consequências nefastas.

Para antecipar-se o Brasil têm condições propicias para criar think

tanks ou, em tradução livre usinas de ideias ou institutos de políticas públicas.

Essas instituições, podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em

outras palavras, deseja se o retorno ao planejamento urbano e regional, visando

ao bem estar da sociedade. Medidas nessa direção podem (e devem), estarem

em consonância com a projeção de tendências e mesmo com a ante-visão de

demandas dos destinatários da gestão urbana — os cidadãos, urbanos ou não —.

(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio

Braziliense, 8 de dezembro, 2011.)

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COESÃO E COERÊNCIA — Emprego de Conectivos

Conectivos são palavras utilizadas para ligar termos ou orações entre si, estabelecendo entre eles coerência (sentido lógico). Atente para o exemplo abaixo. 1

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A nova conformação conferida pela Constituição de 1988 ao controle abstrato de normas e, em peculiar, à outorga do direito de propositura aos partidos políticos com representação no Congresso Nacional deu nova dimensão política a esse processo de controle. Essa conformação veio reforçar o caráter do controle abstrato de normas como mecanismo de correção do modelo incidental. A ampla legitimação conferida ao controle abstrato, com a inevitável possibilidade de se submeter qualquer questão ao Supremo Tribunal Federal (STF), operou mudança substancial — ainda que não desejada — no modelo de controle de constitucionalidade até então vigente no Brasil.

Gilmar Ferreira Mendes. Jurisdição constitucional: o controle abstrato de normas no Brasil e na Alemanha. 3.ª ed., São Paulo: Saraiva, 1999, p. 323 (com adaptações).

No texto acima, foram empregados como conectivos: a) ―esse‖ (L.4): é pronome demonstrativo, foi empregado anaforicamente e retoma a

ideia expressa em ―controle abstrato de normas‖ (L.1-2). b) ―Essa‖ (L.4): é pronome demonstrativo, foi empregado anaforicamente e retoma a

ideia expressa em ―A nova conformação conferida...processo de controle‖ (L. 1-4). c) ―ainda que‖ (L.8): é locução conjuntiva concessiva e foi empregada para estabelecer

contraste entre ―operou mudança substancial...vigente no Brasil‖ (L.7-9) e ―não desejada‖ (L.8).

1) Nos períodos que seguem, dê o sentido em que os conectivos sublinhados foram empregados. a) Se eu não tivesse feito regime, hoje estaria me pesando por volta de 90 quilos. b) Se eu não estou fora do peso, por que devo fazer regime? c) Não sei se ela me ama ou se me odeia. d) O pai de Elza compra e vende carros. e) O pai de Elza vende carros, e não lucra quase nada com isso. f) Elza fuma, e não traga. g) Procure o que você tanto deseja, e achará. h) Ministro arma crise e entra na fritura. i) A universidade oferece curso de letras, mas não confere diploma. j) O vizinho fechou a casa, mas os ladrões roubaram a TV. k) Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. l) Fiz faculdade e aprendi algumas coisas úteis para a minha vida. m) Como o vizinho não fechou a casa, os ladrões roubaram a TV. n) Embora o vizinho tenha fechado a casa, os ladrões roubaram a TV. o) O vizinho fechou a casa para que os ladrões não roubassem a TV. p) Visto que chove muito em Belém, sempre levo comigo um guarda-chuva.

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q) Eu, habitualmente, não carrego guarda-chuva, a menos que chova muito. r) Esses meninos são impossíveis, se bem que ninguém ainda tentou controlá-los. s) A tia Rosa se irritou quando vocês começaram a fazer barulho. t) Puseram-nos no almoço manteiga, rabanetes e azeitonas, quando nós só comemos

azeitonas. u) Eles têm todas as regalias, quando nós temos só os encargos. v) Ele fala como se fosse muito versado no assunto. w) Fiz-lhe sinal que silenciasse. x) Marcelo está muito doente; não pode, pois, viajar conosco. y) Como Marcelo está muito doente, não pode viajar conosco. z) Marcelo, venha imediatamente à minha sala, pois preciso falar com você. aa) As tarifas dos serviços postais e telegráficos, nacionais e internacionais, prestados

pelos Correios sofrerão reajuste, conforme portaria assinada pelo ministro interino da Fazenda e publicada no Diário Oficial da União.

bb) Os novos valores já foram anunciados pelo Ministério da Fazenda, mas ainda não podem ser cobrados, pois devem ser aprovados pelo Ministério das Comunicações.

CONJUNÇÃO ―E‖ — Papel sintático e semântico

A conjunção ―e‖ pode ser empregada: a) com valor aditivo (soma):

Carlos nada todas as manhãs e joga futebol à tarde.

b) com valor adversativo (contraste / e = mas): Carlos nada todos os dias, e nunca consegue chegar em primeiro nas competições.

c) com valor causal/consecutivo: Carlos mentiu descaradamente, e causou grandes problemas para o chefe.

d) no polissíndeto (repetição enfática / vírgulas facultativas): Carlos estuda, e trabalha, e joga futebol, e namora, quando tem tempo.

e) em estruturas aditivas com sujeitos diferentes (vírgula facultativa): O Brasil exporta para ampliar sua balança comercial, e a Argentina importa para sobreviver às suas dificuldades internas.

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CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS

1) Julgue C ou E os itens seguintes, que fazem parte de trecho adaptado da obra Tudo

o que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade, de Marshall Berman, quanto à correção gramatical, com base na modalidade padrão do português.

a) A perspetiva do novo homem em relação ao carro gerará os paradigmas do

planejamento e do design urbanos do século XX. O novo homem — diz Le Corbusier — precisa de ―outro tipo de rua‖, em que será ―uma máquina para o tráfego‖ ou para variar a metáfora básica, ―uma fábrica para produzir tráfego‖.

b) Uma rua moderna precisa ser bem equipada, como uma fábrica. Nela, como na fábrica moderna, o modelo mais bem equipado é o mais automatizado: nada de pessoas, exceto as que operam as máquinas; nada de pedestres, desprotegidos, para retardar o fluxo. Na cidade do futuro, o macadame pertencerá somente ao tráfego.

c) À partir do relance mágico de Le Corbusier, nasceu uma visão de um novo mundo: um mundo inteiramente integrado, com torres altíssimas, circundadas de vastas extensões de grama e espaço aberto, um mundo ligado por super-rodovias aéreas e servido de garagens e shopping-centers subterrâneos.

d) Nos novos ambientes urbanos, a antiga rua, com sua volátil mistura de pessoas e tráfego, negócios e residências, ricos e pobres, foi eliminado, cedendo lugar a compartimentos separados, com as entradas e as saídas estritamente monitoradas.

e) Uma nova onda de modernização neutralizou as forças anárquicas e explosivas que a modernização urbana, outrora, havia reunido. Os modernistas não perceberam que o velho ―caos‖ urbano, na verdade, constituía uma ordem humana rica e complexa.

TODO O / TODA A / TODOS OS / TODAS AS / TODO / TODA

1) TODO O / TODA A = ―inteiro‖, ―inteira‖.

Comi todo o bolo. (= o bolo inteiro) Todo o Brasil entrou em greve. (= O Brasil inteiro) Com o incêndio, todo o corpo do rapaz ficou queimado. (= o corpo inteiro) Toda a sala requereu ao diretor que mudasse o cronograma de provas. (= a sala inteira)

2) TODO / TODA = ―qualquer‖ (sentido genérico, vago) Deve-se respeitar a seguinte premissa: toda criança na escola. (= qualquer criança)

Todo doce que me dão eu como. (= qualquer doce)

3) TODOS OS / TODAS AS = ―quaisquer‖ (sentido genérico, vago). O artigo é obrigatório, quando os pronomes ―todos / todas‖ acompanharem substantivo. Os governantes deixaram de cumprir todos os requisitos básicos da campanha. Todas as vezes que ela falava, eu me calava.

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CUJO / CUJA / CUJOS / CUJAS = pronomes relativos

São pronomes relativos e introduzem oração subordinada adjetiva, que pode ser restritiva ou explicativa, dependendo do contexto. Por razões de regência, dependendo também do contexto, podem ou não vir antecedidos de preposição. É uma flor a cujo perfume ninguém resiste. (cujo perfume = perfume da flor) Nesse exemplo, o emprego da preposição ―a‖ antes do pronome relativo ―cujo‖ decorre da regência da forma verbal ―resiste‖: quem resiste resiste a alguma coisa. Ainda nesse exemplo, o pronome relativo ―cujo‖ concorda em número e gênero com o termo ―perfume‖, mas refere-se ao termo que o antecede: ―flor‖. Outros exemplos: Este é o botânico de cujo nome me esqueci. (de cujo nome = do nome do botânico) Este é o botânico cujo nome esqueci. (cujo nome = nome do botânico) Este é o botânico de cujo nome não me lembro. (de cujo nome = do nome do botânico) A árvore a cuja sombra todos descansavam foi arrancada pela prefeitura. (a cuja sombra = todos descansavam à sombra da árvore) Não encontro o livro cujo conteúdo o professor indicou. (cujo conteúdo = conteúdo do livro) Não se emprega artigo (o, a, os, as) nem antes nem depois de ―cujo, cuja, cujos, cujas‖: Esta é a aluna cujas as notas são as mais altas da turma. — ERRADO Esta é a aluna cujas notas são as mais altas da turma. — CORRETO

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GABARITO

1) Texto: ―Entre os muitos méritos dos nossos livros...‖ a) C b) C c) E d) C e) C f) E g) E h) C i) E j) C k) C l) C m) E n) C 2) Texto: ―É verdade que quase todo mundo tem suas preferências...‖ a) C b) C c) E d) E e) E f) E g) E h) E i) E j) C k) E 3) Texto: ―Abrev. é preciso‖ a) E b) E c) E d) C e) C f) C g) C h) C i) C j) C k) C l) E

27

Correção de Texto — pág. 9

1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

No século passado, ocorreu, no sistema bancário brasileiro, uma significativa incorporação tecnológica, que teve início ainda no fim dos anos 60, com a criação do primeiro CPD, e que continuou difundindo-se nas décadas posteriores. Nesse processo, duas fases podem ser diferenciadas. A primeira, que abrangeu toda a década de 70 e parte da década de 80, caracterizava-se pela automação de processos de controle interno do banco e atingiu o setor de contabilidade e registro das agências, que foi paulatinamente se reduzindo, com a implementação de sistemas de coleta e transmissão de dados conectados a uma unidade central, o CPD. Essas transformações foram decisivas para a extinção de cargos na chamada área de retaguarda das agências, como, por exemplo, o cargo de contador. A segunda fase começou a partir da metade da década de 80, com o avanço da tenologia de base microeletrônica, que permitiu a automação de processos de trabalho no interior das agências, possibilitando o lançamento eletrônico dos registros das transações diretamente pelo funcionário do setor de atendimento. Com isso, outras funções da retaguarda bancária foram significativamente reduzidas, principalmente na área de escrituração.

4) Texto: ―O trono sem povo é uma árvore sem raízes...‖ a) C b) E c) E d) E e) E f) C g) C h) C i) E j) C k) C l) E m) E 5) Texto: ―Conta Darcy Ribeiro (1996) que, entre os índios...‖ a) E b) C c) E d) C

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CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS — 2014

Leia o texto que se segue. 1

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O Programa Bolsa Família foi responsável por 28% da queda da extrema pobreza na última década. É o que aponta o estudo Efeitos Macroeconômicos do Programa Bolsa Família — uma Análise Comparativa das Transferências Sociais, divulgado em 15/10/2013, em Brasília. De acordo com os dados apresentados, entre 2002 e 2012, a proporção de brasileiros que vivem com menos de R$ 70 caiu de 8,8% para 3,6%. O índice de pobreza caiu em 80% dos municípios do país. Comparado a outras transferências públicas, o referido programa é o que reduz a desigualdade e a pobreza ao menor custo. Cada real adicional aplicado no Bolsa Família impacta a desigualdade 369% e 86% a mais que a previdência social em geral e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), respectivamente. Os dados da pesquisa atestam o caráter sustentável do programa, visto que o Bolsa Família e o BPC gastam juntos, em média, 1% do PIB brasileiro, enquanto a maioria dos países europeus gasta mais que isso. Somente em 2012, o governo federal dos Estados Unidos da América destinou U$ 315 bilhões, cerca de 2% de seu PIB, para programas com essa finalidade. No mesmo ano, os programas do Brasil representaram um gasto de R$ 21,1 bilhões, apenas 0,46% do PIB do país. Atualmente, o Programa Bolsa Família atende cerca de 13,8 milhões de famílias, o que significa que o benefício é destinado a aproximadamente 50 milhões de indivíduos — um quarto de toda a população brasileira.

Programa Bolsa Família reduziu a miséria em 28% nos últimos dez anos. Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

ESTÃO 1

1) (CESPE/UnB - TCES / 2013) Julgue os itens seguintes, com base no texto acima. a) Depreende-se da leitura texto que os valores destinados a programas de

transferência de renda no Brasil são quatro vezes menores que os aplicados em programas de mesma natureza nos Estados Unidos da América.

b) Infere-se da leitura do texto que o Brasil investiu no Programa Bolsa Família, em 2012, a metade do que os Estados Unidos da América investiram em programas de transferência de renda.

c) Pressupõe-se da leitura do texto que um quarto da população brasileira vive com menos de R$ 70 por mês.

d) Depreende-se da leitura do texto que a proporção de brasileiros em extrema pobreza caiu para menos da metade entre 2002 e 2012.

e) De acordo com o texto, o Programa Bolsa Família é considerado sustentável porque reduziu drasticamente a pobreza entre 2002 e 2012.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

1 — Pressuposição / inferência: nesse caso, o examinador quer saber se o candidato consegue deduzir, concluir determinadas informações a partir de certas ―dicas‖ ou ―pistas‖ que o texto apresenta explicitamente. Exemplos: 1.1 João passou a estudar francês, pois pretende morar na França. Com base no ―passou a‖, pressupõe-se/infere-se que João não estudava francês. 1.2 João parou de fumar? Com base no ―parou de‖ e no sinal de interrogação, pressupõe-se/infere-se que João fumava. Enunciados relacionados com pressuposição e inferência: Pressupõe-se que o autor do texto... Infere-se do texto que... Deduz-se do texto que... Sugere-se no texto a ideia de que... Subjaz no texto a ideia de que... Conclui-se das ideias do texto que... Pode-se concluir, a partir das ideias do texto, que... 2 — Subentendidos: nesse caso, o examinador quer saber se o candidato consegue subentender certas informações coerentes com o universo de ideias desenvolvidas no texto, mas o texto, em geral, não apresenta ―dicas‖ ou ―pistas‖. Os subentendidos são insinuações escondidas por atrás de uma informação. Se você vê alguém se abanando, o que você subentende? Muito provavelmente, que a pessoa está com calor. Nesse caso, não houve ―dica‖ linguística, apenas um gesto.

Quando uma pessoa com um cigarro na mão pergunta: ―Você tem fogo?‖, acharia muito estranho se você dissesse: ―Tenho‖, mas não lhe acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta, subentende-se: Acenda-me o cigarro, por favor.

3 — Afirmação explícita: nesse caso, o examinador quer saber se o candidato consegue, principalmente, parafrasear estruturas do texto ou reconhecer ideias que estão explícitas (postas) no texto. Enunciados relacionados com questões de afirmação:

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De acordo com o texto,... Segundo o texto,... O autor do texto mostra / afirma que... O texto denota que... Com base no texto, o autor revela que...

2) (CESPE/UnB - TCES / 2013) Julgue os itens seguintes, de acordo com as propostas de reescrita para trechos do texto, mantendo-se a correção gramatical e a coerência com as ideias nele apresentadas. a) ―entre 2002 e 2012 (...) para 3,6%‖ (L.5-6): em 2002, 8,8% de brasileiros viviam

com menos de R$ 70; em 2012, essa proporção reduziu-se para 3,6%. b) ―o referido programa (...) ao menor custo‖ (L.8-9): a desigualdade e a pobreza é

reduzida de maneira mais eficiente por meio do referido programa. c) ―Os dados da pesquisa (...) a maioria dos países europeus gasta mais que isso‖

(L.12-14): Em comparação à de outros países europeus, o Brasil gasta um valor menor do seu PIB para manter o Bolsa Família e o BPC, o que comprova o caráter sustentável do programa.

d) ―um quarto de toda a população brasileira‖ (L.21): um quarto de toda a população brasileira que recebem o benefício do Bolsa Família.

e) ―Somente em 2012 (...) essa finalidade‖ (L.14-16): O governo dos Estados Unidos da América gastaram, somente em 2012, U$ 315 bilhões, aproximadamente 2% de seu PIB, com programas de transferência de renda.

3) (CESPE/UnB - TCES / 2013) Julgue os itens seguintes, de acordo com as ideias e as estruturas gramaticais do texto. a) A locução ―De acordo com‖ (L.4) pode ser substituída, mantendo-se a correção

gramatical e os sentidos do texto, por quaisquer das seguintes: Segundo, Conforme, Mediante.

b) O vocábulo ―enquanto‖ (L.14) pode ser substituído pela expressão ao passo que, sem prejuízo para a coerência do texto.

c) O emprego de ―Comparado‖ (L.8) no masculino singular decorre da concordância com o seu referente, isto é, a expressão ―o referido programa‖ (L.8).

d) Na sequência ―é o que reduz‖ (L.8-9), o termo é que foi empregado como expletivo, ou seja, termo de realce, razão pela qual pode ser omitido do texto, sem prejuízo para as ideias e a coerência nele desenvolvidas.

e) A substituição de ―atende cerca de 13,8 milhões de famílias‖ (L.19-20) por atende à cerca de 13,8 milhões de famílias mantém a correção gramatical do texto.

f) O segmento ―o Bolsa Família‖ (L.13) ilustra o conceito de silepse. g) No último parágrafo do texto, há dois apostos: um, que se refere ao conteúdo

expresso por ―Atualmente, o Programa Bolsa Família atende cerca de 13,8 milhões de famílias‖ (L.19-20), e o outro, que expande o sentido expresso por ―50 milhões de indivíduos‖ (L.20-21).

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h) A substituição de ―O Programa Bolsa Família foi responsável‖ (L.1) por O Programa Bolsa Família foi o responsável alteraria as relações de pressuposição que as estruturas gramaticais e as ideias originais do texto oferecem.

SILEPSE / CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA

— SILEPSE ou CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA: trata-se de uma aparente discordância, na qual, no entanto, não se vê erro gramatical. Nesse caso, a concordância se processa com a ideia, e não com o que está escrito no texto. 1) Sr. Deputado Antônio Mendes, V.Ex.ª continua preocupado com a pequena destinação de recursos para o seu estado, o Piauí? Nesse exemplo, o adjetivo predicativo ―preocupado‖ não está concordando com o sujeito escrito ―V.Ex.ª‖, que é um pronome de tratamento feminino. No entanto, não há erro na construção. O adjetivo ―preocupado‖ está concordando com o sexo da pessoa com quem se está falando. 2) Os capricornianos somos muito obstinados. Nesse exemplo, a forma verbal ―somos‖ (1.ª pessoa do plural) não está concordando com o sujeito escrito ―Os capricornianos‖, que está empregado na 3.ª pessoa do plural. A concordância se deu com a ideia de que a pessoa que está falando é capricorniana e é obstinada. Ela se incluiu na informação. 3) Ficamos feliz por termos passado no concurso em primeiro lugar. Nesse exemplo, não se vê erro gramatical, porque se infere que a pessoa que está falando é uma pessoa no singular. É o caso em que se usou um ―nós‖ aparente, quando, na verdade, se trata de um ―eu‖, ou seja: ―Eu fiquei feliz por (eu) ter passado em primeiro lugar no concurso‖. Esse tipo de construção é, muita vez, empregado para conferir uma atitude de modéstia de quem produz o enunciado. 4) Aproveite a promoção e compre a tevê que você tanto deseja na Casas Bahia. Não se vê erro nessa construção, porque se pressupõe a palavra ―loja‖ entre ―na‖ e ―Casas Bahia‖, ou seja, ―...compre sua tevê na loja Casas Bahia‖.

Leia o texto seguinte. 1

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O crescente quadro da violência em São Paulo, fator que gera medo na sociedade e insegurança para empresas e investidores, tem desafiado o antigo axioma sociológico de que a exclusão é a grande causadora da criminalidade. O Brasil é, hoje, um dos países com a menor taxa de desemprego e promoveu, nos últimos dez anos, um significativo processo de ascensão socioeconômica da população, sem precedentes em nossa história recente.

Antoninho Marmo Trevisan. O paradoxo entre o crime e o emprego. In: Visão Jurídica, n.º 88, 2013, p. 16.

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4) (CESPE/UnB - TCES / 2013) Julgue os itens seguintes, de acordo com as ideias e estruturas gramaticais do texto. a) Estariam garantidas a correção gramatical e a coerência textual se, no trecho acima,

o ponto empregado ao final do primeiro período fosse substituído por vírgula e, imediatamente após esta, feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, fosse introduzida a conjunção pois.

b) Caso a forma verbal ―é‖ (L.3) fosse substituída por sendo e a conjunção ―e‖ (L.4) fosse suprimida do trecho, estariam garantidas a correção gramatical e a coerência do texto.

c) O emprego da preposição ―de‖ (L.3), em ―de que‖, decorre da regência da palavra ―axioma‖ (L.3).

d) O vocábulo ―axioma‖ (L.3) foi empregado, por extensão, com o sentido de máxima, sentença.

e) A substituição de ―em nossa história recente‖ (L.6) por na nossa história recente não gera prejuízo nem para a coerência nem para a correção gramatical do texto.

f) O núcleo do aposto explicativo presente no primeiro período do texto teve seu sentido expandido por uma oração de conteúdo limitativo.

g) O emprego da expressão verbal ―tem desafiado‖ (L.2) na terceira pessoa do singular decorre da concordância com o núcleo nominal ―violência‖ (L.1).

h) O primeiro período do texto poderia ser reescrito, mantendo-se a correção gramatical do texto e a coerência nele desenvolvida, da seguinte forma: O crescente quadro da violência em São Paulo é fator que gera medo na sociedade e insegurança para empresas e investidores e tem desafiado o antigo axioma sociológico de que a exclusão é a grande causadora da criminalidade.

Leia o texto que segue. 1

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A violência contra a juventude negra foi debatida, em outubro, pela Comissão de Direitos Humanos do Senado. De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios no Brasil, desenvolvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana no Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortalidade entre jovens brancos no país caiu 27,1%, o de mortalidade entre negros cresceu 35,9%. Com base em dados do sistema de informações de mortalidade, do Ministério da Saúde, a pesquisa revela que, no Brasil, as maiores vítimas de violência são jovens negros com baixa escolaridade. O racismo é a maior motivação para os crimes. Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Distrito Federal e Pernambuco são as unidades da Federação que mais registram casos de homicídios contra negros. Outro dado da pesquisa mostra que, em 2010, quase 35 mil negros foram assassinados no país. ―Os números deveriam ser preocupantes para um país que aparenta não ter enfrentamentos étnicos, religiosos, de fronteiras, raciais ou políticos. Representam um volume de mortes violentas bem superior ao de muitas regiões do mundo que atravessaram conflitos armados internos ou externos‖, avalia o pesquisador. ―É uma situação alarmante, que coloca o Brasil entre os piores lugares do mundo — sétimo lugar — em relação ao homicídio, mas em situação pior

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ainda em relação à morte de jovens negros. O governo reconhece que esse é um problema histórico que afeta especificamente a juventude negra‖, disse a porta-voz da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República.

Extermínio de jovens negros preocupa autoridades brasileiras. Internet: <revistaforum.com.br> (com adaptações).

5) (CESPE/UnB - TCES / 2013) Julgue os itens seguintes, de acordo com as ideias e estruturas gramaticais do texto. a) O vocábulo ―contra‖ (L.12) classifica-se como preposição e denota oposição. b) A correção gramatical do texto seria mantida caso a vírgula empregada

imediatamente depois da palavra ‗homicídio‘ (L.20) fosse suprimida. c) As aspas foram empregadas no texto para isolar trechos de discurso indireto. d) O referente do sujeito da oração ‗Representam um volume de mortes violentas bem

superior ao de muitas regiões do mundo‘ (L.16-17) é ―enfrentamentos étnicos, religiosos, de fronteiras, raciais ou políticos‖ (L.15-16).

e) Os vocábulos ―país‖ e ―homicídios‖ são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.

f) No segmento ―bem superior‖ (L.16), o emprego de ―bem‖ no singular decorre da concordância com o termo ―superior‖, também empregado no singular para concordar com o núcleo nominal ―volume‖ (L.16).

g) A expressão ‗em relação à‘ (L.21) poderia ser correta e coerentemente substituída por no que concerne à.

h) Sem prejuízo da correção gramatical e da coerência do texto, poderia ser omitida a vírgula empregada imediatamente após ―mostra que‖ (L.13).

i) A vírgula empregada logo após ―27,1%‖ (L.5) poderia ser substituída por ponto e vírgula, sem prejuízo para as relações de sentido e para a correção gramatical do texto.

j) O termo ‗especificamente‘ (L.22) poderia ser substituído, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, por exclusivamente.

Leia o texto seguinte.

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TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1.º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: I – discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; (...).

Lei n.º 12.288/2010. Internet: <www.planalto.gov.br>.

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6) (CESPE/UnB - TCES / 2013) Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto acima, julgue C ou E os itens seguintes. a) Estaria mantida a correção gramatical do texto caso a forma infinitiva ―garantir‖ (L.1)

estivesse flexionada no plural, para concordar com a expressão ―a efetivação da igualdade de oportunidades, (...) e às demais formas de intolerância étnica‖ (L.2-4).

b) Na linha 2, a supressão do artigo ―a‖ empregado antes de ―defesa‖ e, na linha 3, a do artigo ―o‖ empregado antes de ―combate‖ manteriam a correção gramatical do texto e tornariam mais claras as relações entre os termos da oração.

c) A expressão ―às demais‖ (L.3-4) poderia ser correta e coerentemente substituída por demais.

d) A oração ―que tenha por objeto‖ (L.8) poderia ser substituída, sem prejuízo da correção gramatical do texto, por cujo objetivo seja.

e) Haveria prejuízo para a correção gramatical do texto caso a expressão ―nos campos político, econômico, social, cultural‖ (L.9-10) fosse substituída por no campo político, no econômico, no social, no cultural.

f) De acordo com a estruturação gramatical do texto, há mais de um ―Estatuto da Igualdade Racial‖ (L.1) que se destina a garantir ―à população negra (...) de intolerância étnica‖ (L.2-4).

g) A expressão ―considera-se‖ (L.5) pode ser substituída, mantendo-se a correção gramatical do texto, tanto por é considerada quanto por são considerados.

PALAVRAS EXPLETIVAS ou DE REALCE

Trata-se de palavras ou expressões originárias da modalidade oral da língua, utilizadas com a intenção de enfatizar a atitude do sujeito. São sintaticamente dispensáveis, mas argumentativamente desempenham papel relevante na construção do período. Exemplos: Nós é que sabemos viver. = Nós sabemos viver. Aqui é onde a ilusão se acaba. = A ilusão acaba aqui.

Oh! Que saudade que eu tenho de você! = Oh! Que saudade eu tenho de você!

Quanto que é a conta? = Quanto é a conta? Não sei quando que ele vem. = Não sei quando ele vem. Desde cedo que esperavam por ela. = Desde cedo esperavam por ela. No Recife é onde fez o primário. = Fez o primário no Recife. O que ele deseja? = Que ele deseja? Perceba que há diferença argumentativa entre as orações abaixo: Eu menti. → conteúdo exclusivamente informativo Eu é que menti. → O termo ―é que‖ pressupõe exclusão → Além de eu

assumir que eu menti, eu construo a frase dessa forma para excluir a possibilidade de se pensar que foi outra pessoa que mentiu. Vale essa mesma análise para ―Fui

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eu que menti‖. Nas estruturas expletivas que trazem o verbo ―ser‖, este não conta como oração: Eu é que menti. → Apenas uma oração = Eu menti. No Recife é onde fez o primário. → Apenas uma oração = Fez o primário no Recife.

x.x.x.x.x.x.x

GABARITO

Texto: Campanha de combate ao desperdício de água — pág. 13 Todos os itens estão corretos. Texto: A inércia da vida real desaparece magicamente... — pág. 15 1) a) E b) C 2) a) C b) E c) C d) E e) E f) E g) C h) C i) C j) C k) E Texto: Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. 3)

a) C b) E c) C d) E e) E f) E

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4) a) C b) C c) C d) E REVISÃO CONSULTOR / CD — Questões de pontuação

1) a) C b) E c) C d) C e) C f) E g) E 2) a) C b) C c) C d) C e) C 3) a) A vírgula empregada após ―Paulo‖ isola o vocativo (termo com quem se fala); a

vírgula após ―São Paulo‖ separa a oração coordenada sindética explicativa (―pois teus pais precisam da tua ajuda‖) da oração coordenada assindética (―Paulo, volta imediatamente de São Paulo‖).

b) Não há nenhuma regra que justifique a colocação de vírgula nesta estrutura. 4) A estrutura é ambígua porque a expressão ―minhas amigas‖ pode ser interpretada como aposto explicativo (nesse caso, Cláudia e Marta seriam minhas amigas — pessoas de quem eu estou falando) ou como vocativo (nesse caso, ―minhas amigas‖ são as pessoas com quem eu estou falando). 5) O termo ―por que‖ é grafado separado e sem acento porque se trata da preposição ―por‖, exigida pela forma verbal ―ansiamos‖, empregada como transitiva indireta, e da ocorrência da conjunção integrante ―que‖, que introduz oração subordinada substantiva objetiva indireta desenvolvida, ou seja, com verbo conjugado (prospere / seja incluído). Não há como escrever numa só palavra uma preposição e uma conjunção integrante.

CORREÇÃO DE TEXTO — pág. 21 1 2 3 4 5

Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas. Muitas vezes, nem se prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e com o preparo dos técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há / existem variáveis independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos legislativos e

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10 11 12 13 14 15

encaminhados para o Executivo. Logicamente, não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar ―think tanks‖ ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamento urbano e regional, visando ao bem-estar da sociedade. Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da gestão urbana — os cidadãos, urbanos ou não.

(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio

Braziliense, 8 de dezembro, 2011.) COESÃO E COERÊNCIA — pág. 22

1) a) Condição / hipótese b) Causa / motivo c) Conjunções integrantes (servem para introduzir oração subordinada substantiva) d) Soma / adição e) Contraste / adversidade f) Contraste / adversidade g) Consequência / conclusão h) Causa - consequência i) Contraste / adversidade j) Contraste / adversidade k) Indica ironia: pressupõe-se uma crítica ao sistema de ensino brasileiro. l) Soma / adição m) Causa / motivo n) Concessão / contraste / obstáculo fraco o) Finalidade / meta p) Causa / motivo q) Condição / hipótese r) Concessão / contraste / obstáculo fraco s) Tempo t) Contraste / oposição de ideias u) Contraste / oposição de ideias v) Comparação // condição / hipótese w) Finalidade / meta x) Conclusão y) Causa / motivo z) Explicação / justificativa aa) Conformidade / adequação de ideias bb) Contraste / adversidade // explicação / justificativa CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS — pág. 24 1) a) E (É preciso inserir uma vírgula após ―ou‖: ―ou, para variar a metáfora básica,‖). b) C c) E (A partir — sem o acento de crase). d) E (a antiga rua ... foi eliminada). e) C

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CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS — 2014

1) Julgue C ou E os itens seguintes, com base nos períodos dados. a) ―A música de Bach cede quando a mãe começa a cantar.‖

( ) O conector acima sublinhado introduz no contexto oração que expressa ideia de tempo.

b) ―Sempre aproveito para dormir quando me obrigam a fazer alguma coisa que não

quero.‖ ( ) A oração subordinada adverbial temporal teve sua forma verbal núcleo expandida por uma oração subordinada substantiva objetiva indireta, dentro da qual há oração subordinada adjetiva restritiva. c) ―Apenas Ricardo acabou de arrear o burro, surgiu na estrada um homem de calças

arregaçadas.‖

( ) O vocábulo ―Apenas‖ pode ser substituído por Somente, que as relações de sentido, a correção gramatical e a coerência do período se mantêm inalteradas.

d) ―A prova de fogo logo se apresentou, mal assumiu suas funções, no despejo de uma

favela.‖

( ) O vocábulo ―mal‖ está empregado como advérbio de modo.

e) ―A sala de tortura não funciona desde que subistes ao trono.‖ ( ) A locução ―desde que‖ foi empregada com sentido temporal. f) ―Enquanto fala, vai fazendo as graças ingênuas de palhaço.‖

( ) O conector ―Enquanto‖ introduz noção semântica não apenas de tempo, mas também de simultaneidade.

g) ―Esta é a história de um soldado que se sentia em casa somente quando vadiava

pelas cidades.‖

( ) O vocábulo ―quando‖ apresenta, além da noção temporal, matiz condicional. h) ―Carla, você abandona o seu emprego exatamente quando centenas de pessoas

estão em busca de um?‖

( ) O termo ―quando‖, no contexto em que está inserido, faz pressupor noção semântica de contraste, própria do conector embora. i) ―Enquanto uma lê a Bíblia e se preocupa com o espírito, a outra admira a força

física, o vigor corporal.‖

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( ) O período acima comporta a seguinte reescrita, mantendo-se a correção gramatical e a noção semântica de contraste que o conector ―Enquanto‖ sugere: Uma lê a Bíblia e se preocupa com o espírito, enquanto a outra admira a força física, o vigor corporal. j) ―Desde que ele está sujeito a ser consultado sobre todo e qualquer assunto, deve

ter uma base sólida de conhecimentos em geral.‖ ( ) A locução ―Desde que‖ foi empregada no período acima com o mesmo sentido que está empregada em Ela será capaz de gerar filhos saudáveis desde que faça uma boa dieta.

k) ―Dimas tratava-me como criança. Uma vez me passou um pito porque joguei fora o

remédio. Outra vez se zangou porque me encontrou fora da cama.‖

( ) O primeiro período apresenta ambiguidade. ( ) O conector ―porque‖, em ambas as ocorrências, introduz oração subordinada adverbial causal.

l) ―Como você não pode fazer nada por mim, não vejo razão nenhuma para

escrúpulos tolos.‖

( ) O período acima encontra-se em hipérbato oracional. Se a preferência fosse pela ordem canônica, a oração subordinada adverbial causal deveria aparecer após a oração principal.

m) ―Caso a senhora não preste contas, levaremos o problema ao novo presidente do

Estado.‖ ( ) A primeira oração do período acima introduz noção de condição, e o conectivo ―Caso‖ pode ser substituído por Se, sem provocar erro gramatical nem alterar as relações de sentido do texto. n) ―A democracia não será efetiva sem liberdade de informação e não será exercida

sem que esta esteja assegurada a todos os veículos de comunicação social.‖ ( ) O conector ―sem que‖ deixa explícita no período a noção semântica de concessão. o) ―Diálogos longos cansam, a não ser que possuam indiscutível carga dramática.‖ ( ) A substituição de ―a não ser que‖ por a menos que mantém as relações de sentido e a correção gramatical do período acima. p) ―Sérgio prosseguira como se só ele tivesse o direito de falar.‖ ( ) No período acima, há oração subordinada adverbial comparativa e oração subordinada adverbial condicional.

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q) ―Fosse a Petrobras uma empresa privada, não estaria sujeita às ingerências dos políticos.‖

( ) Pressupõe-se, na primeira oração, elipse da conjunção Se. r) ―A planta brotará, mesmo que em alguns casos demore um pouco.‖

( ) A substituição de ―mesmo que‖ por ainda que ou por posto que mantém as relações sintático-semânticas do período acima.

s) ―Ele diz que é remédio, mas tenho certeza de que é estricnina.‖

( ) No período acima, a informação que sobressai está presente na oração coordenada sindética adversativa. ( ) O período admite a seguinte reescrita, mantendo-se a coerência e a correção gramatical: Embora ele diga que é remédio, tenho certeza de que é estricnina.

t) ―Alberto era um bom jardineiro, se bem que moço demais para o cargo.‖ ( ) O conector ―se bem que‖ introduz no período acima ideia de concessão. u) ―Vamos mobilizar o povo para o desenvolvimento, de modo que ele tenha plena

consciência da sua missão.‖ ( ) A locução ―de modo que‖ foi empregada no período acima com o sentido de finalidade, admitindo a substituição por a fim de que, sem prejuízo para a correção gramatical e para as ideias originais.

v) ―Isso me atinge tanto quanto ao senhor.‖ ( ) O segmento ―tanto quanto‖ indica comparação por adição. w) ―Tecnologia importa mais que capital.‖ ( ) O período acima comporta a seguinte reescritura, sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos estabelecidos: Tecnologia importa mais do que capital. ( ) Há, no período acima, oração subordinada adverbial comparativa. x) ―Esta luz é tanta que ele deve sentir sua vibração de algum modo.‖ ( ) A conjunção ―que‖ introduz oração que expressa ideia de causa. y) ―Passei a odiá-la tanto, a ponto de esquecer seu nome.‖ ( ) A expressão ―a ponto de‖ introduz oração reduzida que expressa ideia de consequência. 2) Julgue C ou E os itens seguintes.

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a) ―À proporção que os dias iam passando, os registros eram cada vez mais sucintos.‖ ( ) A locução conjuntiva ―À proporção que‖, que pode ser substituída por À medida que sem provocar erro gramatical ou alterar os sentidos do período, introduz oração subordinada adverbial proporcional. b) ―Espera aí: ou falo eu, ou fala você.‖

( ) O conector ―ou...ou‖, inserido no contexto acima, introduz sentido disjuntivo ao período.

c) ―Se beber, não dirija.‖

( ) A substituição do período acima por Se for beber, não dirija, além de tornar mais eficazes as relações de coerência e de sentido, mantém a correção gramatical do período.

CESPE/UnB 2013

Leia o texto que se segue.

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Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o sétimo país com maior incidência de assassinatos de mulheres. São dez homicídios por dia. Ao abrir qualquer jornal, o leitor encontrará notícias de algum caso ―do dia‖. O do dia 16 de outubro dizia respeito a Iolanda, uma jovem paulistana de vinte e um anos de idade, que foi atacada em uma academia de ginástica, na tarde do dia anterior, pelo ex-namorado, com quem havia terminado o relacionamento um dia antes. A imprensa costuma chamar casos como o de Iolanda de ―crimes passionais‖, como se eles tivessem sido movidos por amor. Não são. Amor não mata; o que mata é a sensação de poder que o ex-parceiro tem sobre a vítima. O criminoso tem certeza de que a vítima lhe pertence: ―Se ela não for minha, não vai ser de mais ninguém.‖ É a completa desumanização da mulher, transformada em um objeto sobre o qual alguém tem propriedade, pelo simples fato de, algum dia, eles — proprietário e objeto — terem sido um ―casal‖. O caráter passional não justifica um homicídio, pois o tipo penal não reconhece a paixão como motivo para um assassinato, podendo, inclusive, a pena imposta ao crime ser aumentada se for reconhecido que o réu agiu com motivação torpe ou fútil, ou ainda sem dar possibilidade de defesa à vítima. Mas a quem interessa dizer que tal crime é passional, que o réu estava sofrendo com a rejeição, ou que ele não conseguia enxergar a própria vida com a ausência da mulher amada? Com esse discurso, coloca-se a violência contra a mulher no âmbito privado, para justificar frases do tipo ―em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher‖. Assim, afasta-se a necessidade de uma discussão geral e mudança social em relação a esses crimes, como se algo entre os dois justificasse a violência, a tortura, o assassinato. Lavamos as mãos e fingimos que, se nos aproximarmos, estaremos invadindo a privacidade alheia.

Nádia Lapa. ―Crime passional‖: não é amor, é poder.

Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

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1) (CESPE/UnB - TCES / 2013) Julgue os itens seguintes, de acordo com as ideias e estruturas gramaticais do texto. a) Na linha 11, em ―O criminoso tem certeza de que a vítima lhe pertence‖, a oração

―de que a vítima lhe pertence‖ funciona como um dos complementos verbais de ―tem‖.

b) Na oração ―com quem havia terminado o relacionamento um dia antes‖ (L.6-7), o verbo haver está empregado como verbo impessoal.

c) A oração ―se nos aproximarmos‖ (L.26) expressa, em relação à oração principal, circunstância de condição, estando entre vírgulas porque está deslocada no período.

d) O vocábulo ―como‖ (L.8-9) poderia ser substituído, nas duas ocorrências, por conforme, sem prejuízo para a coerência do texto.

e) Na linha 19, o emprego da preposição ―a‖ em ―a quem interessa dizer que tal crime é passional‖ justifica-se pela regência da forma verbal ―interessa‖.

f) O segmento ―dizer (...) mulher amada‖ (L.19-21) funciona como objeto direto que completa a forma verbal ―interessa‖ (L.19).

g) A forma verbal ―afasta-se‖ (L.23) pode ser substituída, com correção gramatical, por é afastado.

h) Na linha 25, a forma verbal ―justificasse‖ poderia, com correção gramatical, ser flexionada no plural, dada a possibilidade de concordância com o antecedente mais próximo: ―os dois‖.

i) Na linha 18, seria mantida a correção gramatical do texto caso fosse inserida uma vírgula imediatamente após a segunda ocorrência da partícula ―ou‖.

j) Na linha 18, o vocábulo ―sem‖ introduz uma oração de natureza adverbial. k) As formas verbais ―Lavamos‖ (L.25) e ―estaremos‖ (L.26) poderiam ser substituídas,

respectivamente, por Lavemos e estaríamos, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do período.

l) A combinação ―Ao‖ (L.3) introduz oração que expressa ideia de causa em relação a ―o leitor encontrará notícias de algum caso ‗do dia‘‖ (L.3-4).

m) O sinal de ponto e vírgula após ―mata‖ (L.10) pode ser substituído pelo sinal de dois pontos, sem prejuízo para as relações de coerência e para a correção gramatical do texto.

n) Os travessões empregados na linha 14 podem ser substituídos por parênteses, sem que se provoque erro gramatical no texto ou mudança na função sintática da expressão ―proprietário e objeto‖ (L.14).

APOSTO

APOSTO: termo sintático, representado por substantivo ou pronome, que expande o significado de outro substantivo ou pronome citado.

Ivete Sangalo, cantora brasileira, comanda festa de carnaval em Salvador e nega gravidez. O aposto pode ser: — Explicativo (com pontuação) — Restritivo (sem pontuação)

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— Enumerativo (com pontuação) — Resumitivo (tudo, nada, ninguém, alguém, todos...) — Distributivo (este / aquele // esta / aquela...) — De oração (o que..., sinal de que..., fato que...)

1) Reconheça e classifique os apostos, ou equivalentes, nas frases seguintes. a) Hagar, o Terrível, é uma tira em quadrinhos e uma banda desenhada por Dik

Browne, apelido de Richard Arthur, distribuída a vários jornais em 58 países e em 13 idiomas.

b) O metrô da cidade de São Paulo ainda não chega a todos os lugares. c) A morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso. d) O mês de agosto é um dos mais secos em Brasília. e) A Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre o ECA, Estatuto da Criança e

do Adolescente. f) O Senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, parabenizou na tarde deste

sábado a Prefeita de Branquinha, Renata Moraes, do PMDB, por tudo o que está sendo feito na reconstrução da cidade, uma das mais afetadas com a enchente registrada no ano passado causada pelo transbordamento do rio Mundaú.

g) O céu está bastante nublado, sinal de que pode chover. h) Janaína está fora do peso, o que a incomoda muito quando precisa comprar roupas. i) Mário possui quatro filhas: Janaína, Vitória, Bruna e Karine. j) A melhor praia de Salvador é a praia São Tomé. k) Henrique e Núbia moram no mesmo país: esta, na cidade do Porto, e aquele, na

cidade de Lisboa. l) A pesquisa analisou dois grupos: crianças e adolescentes. m) Meus amigos José, Marcos e André costumam ficar na minha casa quando vêm ao

Rio de Janeiro, cidade em que nasci e moro há anos. n) Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores para refrescar a rua em que

moro. o) Trocar fraldas, amamentar, limpar o nariz, acordar de noite, tudo exige muita

paciência. p) A inflação, monstro devorador dos salários, é sempre uma ameaça à estabilidade

econômica do Brasil. q) Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão. r) Estava chovendo torrencialmente, fato que nos impediu de sair de casa. s) A crise está chegando a países que nem imaginavam tal ocorrência, sinal de que os

brasileiros precisamos ficar alerta. 2) Faça as correções que julgar necessárias no texto abaixo. 1

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A vida em um país Nórdico, como a Finlândia nos faz refletir mais

profundamente sôbre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e formatos

sociais que podem propciar vidas mais plenas e feliz aos seus cidadões. Para

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alguém habituado à desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo

respeito pela vida humana, excelentes indices de educação, burocracia inteligente

e serviços publicos voltados, de fato, para melhorar a vida do cidadão, soam

como um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades

mais inspiradouras. Talvez não seje assim. Quando referimo-nos à igualdade não

tratamos da distribuição mera e equitativa da renda. A igualdade e a dignidade

humana que uma sociedade podem produzir referem-se a possibilidade do

cidadão ter condições materiais e subjetivas a sua disposição, para que atendidas

suas necessidades básicas e diárias de bem estar, ele se ocupe de questões

outras, além da sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem estar inclui

uma ilimitada oferta de bens públicos: excelentes creches escolas universidades

sistema de saúde e previdência à todos piscinas públicas parques transporte

confortável e excelente seguro-desemprego por tempo indefinido licença

maternidade de dez meses muitas bibliotecas públicas.

A Finlândia, no entanto tornou-se uma sociedade tão igualitaria quanto

apatica. Pouco criativa reproduz o Mundo com estrema facilidade, mas tem

limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos, são

seres pouquíssimos críticos: questionam pouco à vida que levam e são

fisicamente contido. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um

acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado

não foi causado — é evidente — pelo formato social igualitário. Em outros termos,

não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais

pode ser tão ou mais a-críticas e reprodutoras.

O ponto que intriga-nos é de que a igualdade, o respeito e a dignidade

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dadas a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e critico, e à

processos transformadores.

(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico: um olhar sobre o norte, outubro 3, 2009, por Coletivo Crítica Econômica

http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011.)

GABARITO

Texto: O Programa Bolsa Família foi responsável... (pág. 28) 1) a- E b- E c- E d- C e- E 2) a- C b- E c- E d- E e- E 3) a- E b- C c- C d- E e- E f- C g- C h- C Texto: O crescente quadro de violência... (pág. 31) 4) a- C b- E c- C d- C e- C f- C g- E h- C Texto: A violência contra a juventude negra... (pág. 32) 5) a- C b- E c- E d- E e- E f- E g- C h- E i- E j- E Texto: Título I — Disposições preliminares (pág. 33) 6) a- E b- E c- E d- C e- E f- E g- E

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PERÍODO COMPOSTO — RESUMO I — ORAÇÕES SUBORDINADAS: 1. SUBSTANTIVAS → trocar por ―isto / disto / nisto‖ 2. ADJETIVAS → trocar por ―o qual / do qual / pelo qual / a qual / da qual / pela qual‖ 3. ADVERBIAIS → C6FTP II — ORAÇÕES COORDENADAS: 1. SINDÉTICAS → com conjunção 2. ASSINDÉTICAS → sem conjunção

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

1. SUBJETIVA → Funciona como sujeito da oração principal. O verbo da oração principal não aceita, antes de si, ―Ele/Ela‖. O verbo da oração principal fica obrigatoriamente na 3.ª p. sing. Parece que o governo vai aumentar o preço dos combustíveis. substantiva subjetiva Deseja-se que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva subjetiva Basta / Convém / Urge que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva subjetiva Só falta o governo aumentar o preço dos combustíveis. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo 2. OBJETIVA DIRETA → Funciona como objeto direto da oração principal. Esperamos que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva objetiva direta Mas: Espera-se que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva subjetiva 3. OBJETIVA INDIRETA → Funciona como objeto indireto da oração principal. Ansiamos por que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva objetiva indireta

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4. COMPLETIVA NOMINAL → Funciona como complemento nominal da oração principal. Temos a esperança de que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva completiva nominal Sou favorável a que se prendam e se punam esses criminosos. substantivas completivas nominais 5. APOSITIVA → Funciona como aposto da oração principal. Temos um desejo: que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva apositiva Um desejo — que o governo não aumente o preço dos combustíveis — eu tenho. substantiva apositiva 6. PREDICATIVA → Funciona como predicativo da oração principal. Nosso desejo é que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva predicativa Mas: É nosso desejo que o governo não aumente o preço dos combustíveis. substantiva subjetiva

CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS

1) Reconheça, nos trechos abaixo, as orações subordinadas substantivas e classifique-as. 1) Um processo de incorporação tecnológica intensificado no final do século permitiu à

rede bancária implementar um sistema informatizado cuja rapidez acompanhava o ritmo de desvalorização da moeda imposto pelos altos índices de inflação registrados na década de 80. Isso possibilitou que os bancos obtivessem elevada lucratividade.

2) Este processo se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade.

3) A maioria dos educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos, pois questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. Parece que isso não tem forte relação com o frio. Trata-se de um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras.

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4) Muitas vezes não nos damos conta de que nossa escolha por uma ou outra marca, em busca da melhor pechincha, determina o grau de estrago no meio ambiente.

5) As famílias brasileiras nunca estiveram tão endividadas quanto no fim do primeiro trimestre deste ano. De acordo com o Banco Central, o índice de endividamento subiu de 43,79% para 43,99% em março. Isso significa que as famílias devem às instituições financeiras quase a metade do que ganham durante o ano.

6) Em dezembro de 2012, o governo federal lançou mais uma rodada de medidas para acelerar a economia. A ideia é trazer de volta investimentos que andaram desaparecidos nos últimos meses e que são vitais para o crescimento. O objetivo é pressionar os investidores para uma alta de 8% no ano de 2013, sustentando, assim, a perspectiva de que o produto interno bruto avance 4% a partir de 2013.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

1. ADJETIVA RESTRITIVA → Serve para particularizar / delimitar o sentido do termo da oração principal ao qual ela se refere. As leis que o parlamento brasileiro produz são frágeis, controversas. adjetiva restritiva A casa onde morei durante anos foi demolida pela Defesa Civil. adjetiva restritiva Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e a castigos. adjetiva restritiva A evolução dos processos de automação permitiu a instalação dos primeiros caixas eletrônicos no Brasil, ainda na segunda metade da década de 80 do século passado, fato que iria culminar na drástica redução no número de funcionários das agências, em especial dos que exerciam a função de caixa. que iria culminar (...) caixa = oração subordinada adjetiva restritiva que exerciam a função de caixa = oração subordinada adjetiva restritiva

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2. ADJETIVA EXPLICATIVA → Serve para: 2.1 generalizar a informação referente ao termo da oração principal: Os alunos de português da turma do professor Flávio, que adoram análise sintática, saíram-se muito bem no simulado do mês passado. que adoram análise sintática = oração subordinada adjetiva explicativa Os alunos de português da turma do professor Flávio saíram-se muito bem no simulado do mês passado = oração principal

Minhas tias, que moram em São Paulo, chegam a Brasília na próxima semana. adjetiva explicativa 2.2 indicar uma característica própria / inerente ao termo da oração principal: A água, que é necessária ao ser humano, está cada vez mais rara no planeta. adjetiva explicativa 2.3 referir-se a um termo da oração principal que possui unicidade semântica: O Projeto n.º 540, que foi retirado da pauta, será votado na semana que vem. adjetiva explicativa A Câmara dos Deputados, que compõe o Congresso Nacional, não funciona aos sábados. adjetiva explicativa

CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS

1) Reconheça, no texto abaixo, as orações subordinadas substantivas e adjetivas e classifique-as. Aproveite e classifique os conetivos (se houver) que as introduzem. 1

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Nos últimos dez anos, o Brasil passou por grandes transformações e

crescimento econômico contínuo que o induziu a figurar entre os países em

desenvolvimento acelerado. Com a expansão, formou-se uma nova classe média,

composta por trabalhadores vindos das classes D e E. Atualmente, o país

apresenta 105 milhões de pessoas que possuem renda mensal entre 1.700 e

7.400 reais, e a tendência é que esses números cresçam nos próximos anos.

Em entrevista à revista Planeta, o economista Marcelo Neri analisa o

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impacto da nova classe média no consumo, no ambiente e na sociedade e mostra

os desafios à frente dos brasileiros.

[...]

PLANETA – O fenômeno é passageiro?

NERI – Não, a nova classe média veio para ficar. O crescimento é contínuo,

apesar das crises financeiras. Planos assistenciais e aumento do crédito ao

consumidor contribuíram. Mas o principal é que o número de trabalhadores que

saíram da informalidade e passaram a ter carteira assinada dobrou desde 2004.

(Adaptado de Milton Correia Júnior, Cigarras e formigas. PLANETA, agosto de 2012.)

2) Reconheça, no texto abaixo, as orações subordinadas substantivas e adjetivas e classifique-as. Aproveite e classifique os conetivos (se houver) que as introduzem.

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Em comparações internacionais, os países latino-americanos em geral,

mais particularmente o Brasil, destacam-se pela elevada desigualdade da

distribuição da renda. A explicação dessa desigualdade teria de ser procurada

na formação e na evolução econômico-social dessas antigas colônias de

Portugal e Espanha.

Um aspecto fundamental foi, sem dúvida, a elevada concentração da

posse da terra, especialmente quando a economia desses países tinha como

núcleo a produção e a exportação de produtos primários.

No livro intitulado Um projeto para o Brasil, publicado em 1968, Celso

Furtado discute como a elevada desigualdade da distribuição da renda no país

condiciona um perfil da demanda global que inibe o crescimento econômico.

Ele mostra como a tendência estrutural à concentração da renda favorece o

subemprego característico das economias subdesenvolvidas. Assinala que a

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concentração da renda causa uma grande diversificação das formas de

consumo de grupos privilegiados. Isso beneficia as indústrias produtoras de

bens de consumo duráveis, mas as dimensões reduzidas do mercado de cada

produto impedem o aproveitamento das economias de escala, fazendo com

que estas indústrias operem com custos relativamente altos.

(Adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento

econômico http://www.scielo.br/scielo.php - acesso em 11/12/2011.)

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS — C6FTP

1. CAUSAL: razão, motivo. (= porque) Não pude comparecer ao evento porque estou muito gripado. Como o preço do carro está muito alto, não tenho como comprá-lo agora. 2. CONSECUTIVA: resultado, consequência. (= de modo que)

Eu estava tão gripado, que não pude comparecer ao evento. O preço do carro está tão alto, que não tenho condições de comprá-lo agora.

3. CONDICIONAL: condição, hipótese. (= se / caso) Se o preço do carro baixar, eu o compro imediatamente. Caso o preço do carro baixe, eu o compro imediatamente. 4. CONCESSIVA: contraste, oposição de ideias. (= embora) Embora o preço do carro esteja alto, pretendo comprá-lo logo. Não irei ao cinema hoje, ainda que esteja com muita vontade de fazê-lo. Conquanto seja rica, Marta é uma mulher morrinha, avara, pão-duro. 5. CONFORMATIVA: acordo, adequação de ideias. (= conforme) Como preveem as estatísticas, o preço dos combustíveis vai aumentar. Faça o bolo conforme eu lhe ensinei. 6. COMPARATIVA: comparação. Verbo implícito. (= como) Elsa canta como cantora profissional (canta). ―Amou daquela vez como se fosse a última.‖ (= como amaria)

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7. FINAL: finalidade, meta, escopo. (= para que) Economize para que você compre o carro com que tanto sonha. Rezemos porque a colheita deste ano seja boa. 8. TEMPORAL: tempo. (= quando) Quando chegar à sua casa, ligue para a sua mãe, que aguarda notícias suas. Assim que puder, ligo para você. 9. PROPORCIONAL: simultaneidade/concomitância de fatos. (= à proporção que) À medida que eu a acariciava, ela adormecia. Quanto mais eu rezo, mais assombrações me aparecem. À proporção que chovia, o gramado ficava encharcado.

CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS

1) Reconheça, no texto abaixo, as orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais e classifique-as. Aproveite e classifique os conetivos (se houver) que as introduzem. 1

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Após um ano de grandes desafios na economia e, em consequência,

para os investidores, as avaliações para 2013 indicam um pouco mais de

otimismo. Mas, diante de tantas modalidades e opções de investimentos

disponíveis no mercado financeiro, a escolha será definida, em parte, pelo grau de

endividamento, pelo objetivo a ser atingido com o planejamento financeiro e pelo

foco na possibilidade de obter a melhor rentabilidade para o montante aplicado.

No mercado de ações, que sofreu com os altos e baixos dos

movimentos econômicos tanto no Brasil como no exterior, a aposta dos

especialistas permanece nos papéis de empresas com atuação voltada ao

consumo interno, que são, em tese, menos suscetíveis às turbulências

internacionais.

Outra opção que vem ganhando terreno no mercado financeiro são os

títulos do Tesouro Direto, que seguem apontados como boa opção,

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principalmente os títulos que são indexados à inflação. Os especialistas ainda

apontam outras opções mais interessantes, como debêntures sem imposto de

renda, fundos de investimento em direitos creditórios com incentivos tributários,

fundos de investimento imobiliários e certificados de recebíveis imobiliários.

(Adaptado de Onde você investirá suas economias em 2013? http://economia.ig.com.br/mercados/2013-01-07/onde-

voce-investira-suaseconomias-em-2013.html,acesso em 26/1/2013)

ORAÇÕES COORDENADAS (sindéticas / assindéticas)

1. ADITIVA: adição, soma de ideias. E, nem, não só...mas também, não só...como também, não só...senão também 2. ADVERSATIVA: contraste, oposição de ideias. Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, e = mas 3. ALTERNATIVA: opção, escolha. Ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja 4. CONCLUSIVA: dedução do raciocínio. Logo, portanto, por conseguinte; pois (após o verbo) 5. EXPLICATIVA: justificativa/obviedade do pensamento. Que, porque; pois (antes do verbo)

CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS

1) Reconheça, no texto abaixo, as orações subordinadas e coordenadas, e classifique-as. Aproveite e classifique os conetivos (se houver) que as introduzem. 1

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Assim que o governo divulgou o crescimento zero do produto interno bruto

brasileiro no terceiro semestre, não faltaram prognósticos negativos a respeito da

economia do país e houve pessoas que falaram em risco de recessão num futuro

próximo.

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Basta um olhar mais atento aos números de 2011 para percebermos que

o pessimismo não se justifica. Entre os empresários, não são poucas as vozes

que discordam dos alarmistas. Não faltam motivos para supor que em 2011 os

números da economia brasileira possam vir ainda mais fortes.

Além dos juros menores, conforme prevê a maioria dos economistas, do

crédito em expansão e dos incentivos fiscais, está previsto para janeiro um

reajuste no salário mínimo, o que poderá trazer impactos significativos à renda

dos trabalhadores e aposentados. Nesse ciclo, entende-se que o mercado interno

seguirá aquecido.

(Mariana Queiroz Barbosa, O país não vai parar. Isto É, 14/12/2011)

GABARITO

Emprego de conectivos — pág. 38 1) a- C b- C c- E d- E e- C f- C g- C h- C i- C j- E k- C/C l- E m- E n- E o- C p- C q- C r- C s- C/C t- C u- C v- C w- C/C x- E y- C 2) a- C b- C c- C Texto: Segundo dados da Organização Mundial da Saúde... — pág. 41 1) a- E b- E c- C d- E e- C f- E g- E h- E i- E j- C k- E l- E m- C n- C 2) a) o Terrível = aposto explicativo / apelido de Richard Arthur = aposto explicativo b) de São Paulo = aposto restritivo ou especificativo c) angústia de quem vive = aposto explicativo d) de agosto = aposto restritivo ou especificativo e) Estatuto da Criança e do Adolescente = aposto explicativo f) Renan Calheiros = aposto restritivo ou especificativo / líder do PMDB no Senado =

aposto explicativo / Renata Moraes = aposto explicativo / uma das mais (...) Mundaú = aposto explicativo / Mundaú = aposto restritivo ou especificativo

g) sinal de que pode chover = aposto de oração (refere-se ao que foi dito antes) h) o que a incomoda muito quando precisa comprar roupas = aposto de oração

(refere-se ao que foi dito antes) i) Janaína, Vitória, Bruna e Karine = aposto enumerativo / explicativo j) São Tomé = aposto restritivo ou especificativo

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k) esta = aposto distributivo / do Porto = aposto restritivo ou especificativo / aquele = aposto distributivo / de Lisboa = aposto restritivo ou especificativo

l) crianças e adolescentes = aposto explicativo m) José, Marcos e André = aposto restritivo ou especificativo / cidade em que nasci e

moro há anos = aposto explicativo n) que plantem (...) moro = aposto oracional = oração subordinada substantiva

apositiva o) tudo = aposto resumitivo p) monstro devorador de salários = aposto explicativo q) nada = aposto resumitivo r) fato que nos impediu de sair de casa = aposto de oração (refere-se ao que foi dito

antes) s) sinal de que (...) alerta = aposto de oração (refere-se ao que foi dito antes)

CORREÇÃO DE TEXTO — pág. 43 1

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A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais

profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e formatos

sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus cidadãos. Para

alguém habituado a / com desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo

respeito pela vida humana, excelentes índices de educação, burocracia inteligente

e serviços públicos voltados, de fato, para melhorar a vida do cidadão, soa como

um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais

inspiradoras. Talvez não seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não

tratamos da mera distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade

humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o

cidadão ter condições materiais e subjetivas a sua disposição, para que,

atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe de

questões outras, além da sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem-

estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: excelentes creches, escolas,

universidades, sistema de saúde e previdência a todos, piscinas públicas,

parques, transporte confortável e excelente seguro-desemprego por tempo

indefinido, licença maternidade de dez meses, muitas bibliotecas públicas.

A Finlândia, no entanto, tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto

apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem

limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos (sem

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vírgula) são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são

fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um

acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado

não foi causado — é evidente — pelo formato social igualitário. Em outros termos,

não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais

podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras.

O ponto que nos intriga é (sem o “de”) que a igualdade, o respeito e a

dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e

critico, e a processos transformadores.

(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico: um olhar sobre o norte, outubro 3, 2009, por Coletivo Crítica Econômica

http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011.)

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LÍNGUA PORTUGUESA — CONSULTOR CÂMARA DOS DEPUTADOS 2014

Leia o texto que se segue. 1

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Ninguém sabia, nem pretendia saber, por que ou como Lanebbia e seus associados se interessavam por um bando de maníacos como nós, gente estranha, supostamente inteligente, que passava horas lendo ou discutindo inutilidades. Gente, dizia-se, que brilharia no corpo docente de qualquer universidade; especialistas que qualquer editora contrataria por somas astronômicas (certos astros não são muito grandes). Era um enigma também para nós; mas, lamentações à parte, sabíamos de nossa incompetência, também astronômica (alguns astros são bastante grandes), para lidar com contratos, chefes, prazos e, sobretudo, reivindicações salariais. Tínhamos, além disso, algumas doenças comuns a todo o grupo, ou quase todo: a bibliomania mais crônica que se possa imaginar, uma paixão neurótico-deliquencial por textos antigos, que nos levava frequentemente a visitas subservientes a párocos, conventos, igrejas e colégios. Procurávamos criar relacionamentos que facilitassem o acesso a qualquer velharia escrita. Que poderia estar esperando por nós, por que não?, desde séculos, ou décadas. Conhecíamos armários, sótãos, porões e cofres de sacristias, bibliotecas, batistérios ou cenáculos, bem melhor do que seus proprietários ou curadores. Tínhamos achado preciosidades que muitos colecionadores cobiçariam. Descobrir esses esconderijos era uma espécie de hobby nosso nos fins de semana, quando saíamos atrás de boa comida, bons vinhos e velhos escritos.

Isaias Pessotti. Aqueles cães malditos de Arquelau. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993, p. 11 (com adaptações).

1) CESPE/UnB — CADE 2014 — Julgue os itens a seguir, relativos às estruturas linguísticas e às ideias do texto acima. a) Seria mantida a correção gramatical do texto caso a expressão ―melhor do que‖

(L.16) fosse substituída por melhor que. b) Sem prejuízo da correção gramatical do texto, poderia ser empregado o acento

indicativo de crase no ―a‖, em ―o acesso a qualquer velharia escrita‖ (L.13). c) De acordo com a narrativa, os ―proprietários‖ (L.16) e ―curadores‖ (L.16)

desconheciam a existência de livros que haviam sido escondidos em locais antigos. d) Justifica-se com base na mesma regra de acentuação gráfica o emprego do acento

gráfico nos vocábulos ―sabíamos‖ e ―procurávamos‖. e) O emprego de formas verbais no pretérito imperfeito, como, por exemplo,

―Procurávamos‖ (L.13) e ―Conhecíamos‖ (L.15), está associado à ideia de habitualidade, continuidade ou duração.

f) Nos trechos ―que qualquer editora contrataria por somas astronômicas‖ (L.5) e ―que muitos colecionadores cobiçariam‖ (L.17), o vocábulo ―que‖ introduz orações adjetivas restritivas, nas quais exerce a função de complemento verbal.

g) Na linha 1, os termos ―por que‖ e ―como‖ introduzem, respectivamente, noção de causa e modo, tendo, portanto, emprego adverbial.

h) As orações reduzidas de gerúndio ―lendo ou discutindo inutilidades‖ (L.3), coordenadas alternativamente entre si, foram empregadas no texto com caráter circunstancial.

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i) As vírgulas que isolam a oração ―dizia-se‖ (L.4) podem ser substituídas por travessões, sem prejuízo da correção gramatical e das ideias do texto.

j) A falta do acento indicativo de crase em ―a visitas subservientes a párocos‖ (L.12), em ambas as ocorrências, deve-se à falta do artigo definido feminino antes de ―visitas‖ e ―párocos‖.

k) A expressão ―com contratos, chefes, prazos e, sobretudo, reivindicações salariais‖ (L.8-9) foi empregada como complemento indireto da forma verbal ―lidar‖ (L.8).

l) A forma verbal ―facilitassem‖ (L.13), empregada no pretérito imperfeito do subjuntivo, teve seu sentido completado por dois objetos: um, direto, ―o acesso‖ (L.13); o outro, indireto, ―a qualquer velharia escrita‖ (L.13-14).

m) A forma verbal ―Tínhamos achado‖ (L.17) equivale, com a manutenção da coerência e da correção gramatical do texto, a Acháramos.

n) A oração ―Descobrir esses esconderijos‖ (L.17-18) funciona como sujeito oracional da forma verbal ―era‖ (L.18).

o) A substituição de ―quando‖ (L.18) por nos quais mantém a correção gramatical e a coerência do texto.

Leia o texto seguinte.

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Esta é uma pergunta que supõe polos opostos. Qual o valor supremo a ser realizado pelo ensino? A prioridade concedida à informação percorre caminhos diferentes do projeto de formar o cidadão consciente, o espírito crítico, o ser humano solidário? Até certo ponto sim. Entupir a cabeça do aluno (penso no jovem que se prepara para um vestibular) com dados, nomes, números e esquemas, o que significa em termos de formar uma pessoa justa, verdadeira, compassiva, democrática? A aspiração de Montaigne continua viva, mais do que nunca: a criança não deve ser um vaso que se encha, mas uma vela que se acenda. Para não descambar no puro ceticismo, lembro que o exercício constante das ciências físico-matemáticas, das ciências biológicas e da pesquisa histórica pode contribuir para a formação de hábitos de atenção e rigor que, provavelmente, irão propiciar o respeito à verdade, o que é sempre um progresso moral. Digo ―provavelmente‖ porque os numerosos exemplos de transgressão da ética científica, movidos por interesses e paixões, não permitem expressões de otimismo exagerado. Permanece inquietante a questão de formar a criança e o jovem para valores que ainda constituem o ideal do nosso tão sofrido bípede implume. O malogro da educação liberal-capitalista nos aflige como, em outro contexto, nos teria afligido um projeto de educação totalitária. Esta impõe, mediante a violência do Estado, a passividade inerme do cidadão, ao qual só resta obedecer aos ditames do partido dominante. Conhecemos o que foi a barbárie nazifascista, a barbárie stalinista, a barbárie maoísta. De outra natureza é a barbárie que vivemos no aqui-e-agora do consumismo irresponsável, dos lobbies farmacêuticos, do desrespeito ao ambiente, das violações dos direitos humanos fundamentais, da imprensa facciosa e venal, dos partidos de aluguel, da intolerância ideológica dos grupelhos, da arrogância dos formadores de opinião espalhados pela mídia e pelas universidades. Um plano oficial de educação pouco poderia fazer para alterar esse iminente risco de desintegração que afeta a sociedade civil, atingindo classes e

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estamentos diversos; mas que ao menos se faça esse pouco!

Alfredo Bosi. A valorização dos docentes é a única forma de

construir uma escola eficiente. Chega de proletários do giz. In: Carta Capital. Ano XIX, n.º 781, p. 29 (com adaptações).

2) CESPE/UnB — CADE 2014 — Acerca das ideias desenvolvidas no texto acima e das estruturas linguísticas nele empregadas, julgue os itens que se seguem. a) O emprego das vírgulas isolando ―em outro contexto‖ (L.19) justifica-se por estar

esse adjunto adverbial intercalado na oração a que pertence. b) Infere-se do texto que a educação liberal-capitalista se baseia em um plano que

prioriza a informação. c) A preposição ―para‖, tanto em ―para valores que ainda constituem o ideal do nosso

tão sofrido bípede implume‖ (L.17) quanto em ―para alterar esse iminente risco de desintegração que afeta a sociedade civil‖ (L.29-30), introduz orações que exprimem finalidade.

d) Na linha 21, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, a preposição ―a‖, em ―ao qual‖, poderia ser suprimida.

e) Sem prejuízo para o sentido original do texto, o termo ―iminente‖ (L.30) poderia ser substituído por elevado.

f) No trecho ―nos teria afligido um projeto de educação totalitária‖ (L.19-20), o pronome ―nos‖ poderia ser corretamente empregado imediatamente após a forma verbal ―teria‖, escrevendo-se teria-nos.

g) A expressão ―aqui-e-agora‖ (L.24) passou pelo processo conhecido como derivação por conversão, e o emprego de hífen justifica-se pela composição por justaposição.

h) A substituição de ―pode contribuir‖ (L.12) por podem contribuir mantém a correção gramatical do texto.

i) A preposição ―para‖ (L.12) introduz noção de escopo. j) A reescrita mas que, ao menos, seja feito esse pouco!, em relação à passagem

que finaliza o texto, mantém a correção gramatical e a coerência do texto. k) A substituição de ―Entupir‖ (L.5) por Entopir mantém a correção gráfica do texto. l) A forma verbal ―Conhecemos‖ (L.22) teve o seu sentido expandido por meio de

objeto direto oracional. m) O pronome ―Esta‖ (L.1) tem emprego catafórico no texto. n) O emprego do hífen dá-se pela mesma regra, tanto em ―físico-matemáticas‖ (L.11)

quanto em ―liberal-capitalista‖ (L.19).

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Leia o texto abaixo. 1

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A evolução dos processos de automação permitiu a instalação dos primeiros caixas eletrônicos no Brasil, ainda na segunda metade da década de 80 do século passado, o que iria culminar na drástica redução no número de funcionários das agências, em especial dos que exerciam a função de caixa. Na década seguinte, o próprio pessoal do setor de processamento de dados começou a ser substituído pelos computadores centrais. A mesma tecnologia digital empregada nesses computadores também possibilitou a instalação de computadores nos postos de trabalho das agências, cada um deles apto ao desenvolvimento de diferentes funções. Esse processo de incorporação tecnológica, intensificado no final do século, permitiu à rede bancária implementar um sistema informatizado cuja rapidez acompanhava o ritmo de desvalorização da moeda imposto pelos altos índices de inflação registrados na década de 80. Isso

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possibilitou que os bancos obtivessem elevada lucratividade, o que propiciou a realização de novos investimentos em tecnologia da informação.

Idem, ibidem.

2) Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue C ou E os itens que se seguem.

a) O termo ―deles‖ (L.8) refere-se à expressão ―computadores centrais‖ (L.6). b) Com base nas ideias do texto, os ―novos investimentos em tecnologia da

informação‖ (L.14) foram financiados pela inflação. c) Mantêm-se a correção gramatical do texto e o seu sentido original, se o trecho ―cuja

rapidez acompanhava o ritmo de desvalorização da moeda‖ (L.11-12) for reescrito da seguinte forma: que acompanhava, rapidamente, o ritmo de desvalorização da moeda.

d) Preservaria a correção gramatical e o sentido original do texto a seguinte paráfrase do trecho ―permitiu à rede bancária implementar‖ (L.10): permitiu a rede bancária a implementar.

e) A forma verbal ―obtivessem‖ (L.13) poderia ser corretamente substituída por tivessem obtido.

f) Na linha 1, a forma verbal ―permitiu‖ poderia ter sido flexionada no plural — permitiram —, caso em que concordaria com ―processos‖.

g) A expressão ―o que‖ (L.3) retoma a ideia expressa na oração anterior. h) A substituição de ―dos‖, em ―dos que exerciam‖ (L.4), por daqueles prejudicaria a

correção gramatical do texto e alteraria seu sentido original. i) No segmento ―ainda na segunda metade da década de 80 do século passado‖ (L.2-

3), o termo ―do século passado‖ foi empregado com caráter restritivo. j) A substituição de ―ao desenvolvimento de diferentes funções‖ (L.8-9) por a

desenvolver diferentes funções mantém tanto a correção gramatical, quanto as ideias originais do texto.

k) O texto é predominantemente dissertativo. Leia o texto abaixo.

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A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar. Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios. Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite ―esquecer‖ o outro. No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua ―alma‖ ou o seu coração.

Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro: Ed.

Rocco Ltda., 1984, p. 68 (Adaptado).

3) (ESAF - DNIT 2012) — Há elementos no texto que permitem a seguinte inferência: a) a memória de fatos relacionados à vida privada é irrelevante na dinâmica da

sociedade. b) o ser humano é o único animal dotado de memória. c) mais do que obrigação, o trabalho representa castigo. d) o hábito pode, momentaneamente, ser relegado a segundo plano em favor da

invenção, e vice-versa. e) aspectos pragmáticos e rotinas são priorizados em todas as sociedades.

4) Considerando o emprego facultativo da preposição, assinale a opção em que está

correta a inserção dessa categoria gramatical, sem alteração do sentido original. a) ―é marcada por momentos em que permitem alternâncias‖ (L.2-3) b) ―aquilo em que foi vivenciado como crise‖ (L.4) c) ―a tudo a que se é obrigado a realizar‖ (L.9-10) d) ―deixando de ver a sua 'alma' ou o seu coração‖ (L.15) e) ―que remete a obrigações e a castigos‖ (L.9) 5) Assinale a opção correta a respeito das estruturas linguísticas do texto. a) A forma verbal pronominal ―se constrói‖ (L.5) está na voz passiva e, portanto,

corresponde, no texto, à locução verbal ―é construído‖. b) A oração iniciada pelo conector ―que‖ (L.1) restringe o sentido da expressão

antecedente ―memória social‖, o que justifica o emprego da vírgula após este termo. c) O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (L.10) deve-se à grafia anômala,

com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos elementos da formação desse vocábulo e coerente com o expresso no trecho subsequente: ―como o próprio nome indica‖.

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d) Na linha 13, estaria igualmente correto o emprego da forma verbal permitem, visto que, conforme as regras de concordância, o verbo poderia, nessa construção, concordar com o núcleo do sujeito mais próximo: ―lados‖.

e) No trecho ―são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente‖ (L.14-15), após a forma verbal ―tem‖ poderia ser usado ―que‖, em vez da preposição ―de‖, como faculta a norma gramatical.

6) Assinale a opção em que o trecho adaptado da obra ―Tudo que é sólido desmancha

no ar: a aventura da modernidade‖, de Marshall Berman, foi totalmente transcrito, mantendo-se a correção gramatical.

f) A perspectiva do novo homem no carro gerará os paradigmas do planejamento e

design urbanos do século XX. O novo homem, diz Le Corbusier, precisa de ―outro tipo de rua‖, no qual será ―uma máquina para o tráfego‖ ou para variar a metáfora básica, ―uma fábrica para produzir tráfego‖.

g) Uma rua moderna precisa de ser bem equipada como uma fábrica. Nela, como a fábrica moderna, o modelo mais bem equipado é o mais altamente automatisado: nada de pessoas, exceto, as que operam as máquinas; nada de pedestres, desprotegidos para retardar o fluxo. Na cidade do futuro, o macadame pertencerá somente ao tráfego.

h) À partir do relance mágico de Le Corbusier, nasceu uma visão de um novo mundo: um mundo inteiramente integrado de torres altíssimas, circundadas de vastas extensões de grama e espaço aberto, ligados por super-rodovias aéreas e servido por garagens e shopping-centers subterrâneos.

i) Nos novos ambientes urbanos, a antiga rua, com sua volátil mistura de pessoas e tráfego, negócios e residências, ricos e pobres, foi eliminado, cedendo lugar a compartimentos separados, com as entradas e as saídas estritamente monitorados.

j) Uma nova onda de modernização neutralizou as forças anárquicas e explosivas que a modernização urbana, outrora, havia reunido. Os modernistas não perceberam que o velho ―caos‖ urbano, na verdade, constituía uma ordem humana rica e complexa.

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RESUMO TEÓRICO

1) APOSTO: termo sintático, representado por substantivo ou pronome, que expande o significado de outro substantivo ou pronome citado. O aposto pode ser: explicativo (com pontuação), restritivo (sem pontuação), enumerativo (com pontuação), resumitivo, distributivo e aposto de oração (o que..., sinal de que..., fato que..., etc.).

Exemplos: Hagar, o Terrível, é uma tira em quadrinhos e uma banda desenhada por Dik Browne, apelido de Richard Arthur, distribuída a vários jornais em 58 países e em 13 idiomas.

O metrô da cidade de São Paulo ainda não chega a todos os lugares. A morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso. O mês de agosto é um dos mais secos em Brasília.

A Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre o ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente. O Senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, parabenizou na tarde deste sábado a Prefeita de Branquinha, Renata Moraes, do PMDB, por tudo o que está sendo feito na reconstrução da cidade, uma das mais afetadas com a enchente registrada no ano passado causada pelo transbordamento do Rio Mundaú. O céu está bastante nublado, sinal de que pode chover. Janaína está fora do peso, o que a incomoda muito quando precisa comprar roupas.

— APOSTO: reconheça e classifique os apostos ou estruturas equivalentes a apostos nos períodos abaixo.

a) Mário possui quatro filhas: Janaína, Vitória, Bruna e Karine. b) A melhor praia de Salvador é a praia São Tomé. c) Henrique e Núbia moram no mesmo país: esta, na cidade do Porto, e aquele, na

cidade de Lisboa. d) A pesquisa analisou dois grupos: crianças e adolescentes. e) Meus amigos José, Marcos e André costumam ficar na minha casa quando vêm ao

Rio de Janeiro, cidade em que nasci e moro há anos.

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f) Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores para refrescar a rua em que

moro. g) Trocar fraldas, amamentar, limpar o nariz, acordar de noite, tudo exige muita

paciência. h) A inflação, monstro devorador dos salários, é sempre uma ameaça à estabilidade

econômica do Brasil. i) Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão. j) Estava chovendo torrencialmente, fato que nos impediu de sair de casa. K) A crise está chegando a países que nem imaginavam tal ocorrência, sinal de que

os brasileiros precisamos ficar alerta. 2)

x.x.x.x.x.x.x

TODO O / TODA A / TODOS OS / TODAS AS / TODO / TODA

7) TODO O / TODA A = inteiro, inteira.

Comi todo o bolo. (= o bolo inteiro) Todo o Brasil entrou em greve. (= O Brasil inteiro) Com o incêndio, todo o corpo do rapaz ficou queimado. (= o corpo inteiro) Toda a sala requereu ao diretor que mudasse o cronograma de provas. (a sala inteira)

8) TODO / TODA = qualquer (sentido genérico, vago) Deve-se respeitar a seguinte premissa: toda criança na escola. (= qualquer criança)

Todo doce que me dão eu como. (= qualquer doce)

9) TODOS OS / TODAS AS = quaisquer (sentido genérico) O artigo é obrigatório, quando os pronomes ―todos / todas‖ acompanharem substantivo. Os governantes deixaram de cumprir todos os requisitos básicos da campanha. Todas as vezes que ela falava, eu me calava.

CUJO / CUJA / CUJOS / CUJAS

São pronomes relativos e introduzem oração subordinada adjetiva, que pode ser restritiva ou explicativa, dependendo do contexto. Por razões de regência, dependendo também do contexto, podem ou não vir antecedidos de preposição. É uma flor a cujo perfume ninguém resiste. (cujo perfume = perfume da flor)

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Nesse exemplo, o emprego da preposição ―a‖ antes do pronome relativo ―cujo‖ decorre da regência da forma verbal ―resiste‖: quem resiste resiste a alguma coisa. Ainda nesse exemplo, o pronome relativo ―cujo‖ concorda em número e gênero com o termo ―perfume‖, mas refere-se ao termo que o antecede: ―flor‖. Outros exemplos: Este é o botânico de cujo nome me esqueci. (de cujo nome = do nome do botânico) Este é o botânico cujo nome esqueci. (cujo nome = nome do botânico) Este é o botânico de cujo nome não me lembro. (de cujo nome = do nome do botânico) A árvore a cuja sombra todos descansavam foi arrancada pela prefeitura. (a cuja sombra = todos descansavam à sombra da árvore) Não encontro o livro cujo conteúdo o professor indicou. (cujo conteúdo = conteúdo do livro) Não se emprega artigo (o, a, os, as) nem antes nem depois de ―cujo, cuja, cujos, cujas‖: Esta é a aluna cujas as notas são as mais altas da turma. — ERRADO Esta é a aluna cujas notas são as mais altas da turma. — CORRETO

Leia o texto que se segue, de Machado de Assis (Dom Casmurro).

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Convivas de boa memória

Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem boa memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta. Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na mesma casa de família, com os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela continuidade e repetição. Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão.

E, antes seja olvido que confusão, explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que não achei nele. Quantas ideias finas me acodem então! Que de reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os seus altares, e os generais sacam das espadas que tinham ficado na bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.

É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas.

7) (Assessor Técnico / Administrador de Banco de Dados) — A opção em que o sinônimo

da palavra sublinhada está incorreto é:

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a) ―Há dessas reminiscências que não descansam...‖ – lembranças b) ―Um antigo dizia arrenegar de conviva...‖ – alugar c) ―Eu não atino com a das que enfiei...‖ – lembro d) ―... não me aflijo nunca‖ – atormento e) ―... e tudo marcha com uma alma imprevista‖ – inopinada 8) Na construção de uma das opções abaixo foi empregada uma forma verbal que segue o

mesmo tipo de uso do verbo ―haver‖ em ―Há dessas reminiscências que não descansam...‖. Assinale-a.

a) Todos eles hão de sentir o mesmo gosto pela política. b) Naquela época choveram cartas de apoio à sua candidatura. c) Faz muitos anos que tudo isso aconteceu. d) Todos os alunos haviam estudado muito para aquela prova. e) Os homens fizeram um abaixo-assinado para resolver o problema. 9) Dê o sentido em que os conectivos extraídos do texto foram empregados.

a) ―antes que‖ (L.1): _______________________________________________ b) ―conquanto‖ (L.3): _______________________________________________ c) ―mas‖ (L.4): ____________________________________________________ d) ―porque‖ (L.11): _________________________________________________ e) ―quando‖ (L.13): _________________________________________________ 10) Dê sinônimos para os vocábulos extraídos do texto. a) ―conviva‖ (L.2): ________________________________________________ b) ―olvido‖ (L.11): ______________________________________ c) ―casta‖ (L.14): __________________________________ 11) Com base na estrutura ―A quem passe a vida na mesma casa de família, com os

seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela continuidade e repetição.‖ (L. 7-9), julgue os itens seguintes.

a) O período acima pode ser parafraseado da seguinte forma, mantendo-se a correção

gramatical: Há quem passe a vida na mesma casa de família, com os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, grava-se-lhe tudo pela continuidade e repetição.

b) A expressão ―é que‖ foi empregada por motivos de ênfase, podendo ser retirada do contexto sem provocar erro gramatical.

c) A expressão ―é que‖ é marcador linguístico de pressuposição. d) O segmento contém três orações.

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HAVER

O verbo haver é impessoal (sem sujeito), devendo permanecer na 3.ª pessoa do singular, nas seguintes ocorrências: 1) Como sinônimo de ―existir, acontecer, ocorrer‖: No plenário do Senado Federal, houve atritos entre os parlamentares. Havia motivos suficientes para que eles não assinassem o documento. Devia haver motivos suficientes para que eles não assinassem o documento. Há de haver razões para assim agirmos. Nas orações acima, os termos sublinhados funcionam sintaticamente como objeto direto. Mas: No plenário do Senado Federal, aconteceram atritos entre os parlamentares. Existiam motivos suficientes para que eles não assinassem o documento. Deviam existir motivos suficientes para que eles não assinassem o documento. Hão de existir razões para assim agirmos. Nas orações acima, os termos sublinhados funcionam sintaticamente como sujeito. 2) Nas indicações de tempo: Há um ano que não tiro férias. Deve haver dois anos que Camila partiu para Belém. Há um mês que não viajo. Havia dois anos que eu não tirava férias.

HAVER → Transitividade

Empregado nas acepções acima, o verbo haver será, quanto à transitividade, VTD.

— HAVER . FAZER . ESTAR . IR —

Esses verbos, empregados nas indicações de tempo (horas, meses, dias, séculos, clima), são impessoais e devem, portanto, permanecer na 3.ª pessoa do singular: Fazia um frio terrível na região Sul do Brasil. Faz anos que ela partiu para São Paulo. Deve fazer anos que não nos vemos. Está muito quente nos últimos dias. Vai em décadas que não visito meus parentes no exterior. Há séculos que tudo entre nós feneceu.

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Leia o texto abaixo.

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Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas. Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade. Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da gestão urbana — os cidadãos, urbanos ou não.

(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio

Braziliense, 8 de dezembro, 2011.) 12) (ESAF — MI/CENAD/2012) Infere-se da argumentação do texto que a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser mais

capacitados para realizar os projetos encaminhados ao Executivo. b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo variáveis que

devem constar dos planos e projetos de cada período legislativo. c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento urbano e regional,

antecipando-se a um possível desarranjo econômico. d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos anos terá o

desarranjo econômico como uma de suas piores consequências. e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades contrastam com a

baixa demanda dos cidadãos não urbanos. 13) (ESAF — MI/CENAD/2012) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao

fazer a seguinte alteração nos sinais de pontuação do texto: a) substituir o ponto depois de ―quinquênio‖ (ℓ.3) por vírgula. b) substituir o ponto depois de ―décadas‖ (ℓ.2) pelo sinal de dois pontos. c) inserir uma vírgula depois de ―Logicamente‖ (ℓ.6). d) retirar os parênteses que destacam ―e devem‖ (ℓ.13). e) substituir o travessão depois de ―urbana‖ (ℓ.15) por vírgula. 14) Julgue C ou E os itens abaixo, de acordo com as estruturas gramaticais do texto. a) O pronome ―se‖, em ―Sabe-se‖ (ℓ.1), ―se prevê‖ (ℓ.2) e ―deseja-se‖ (ℓ.12), foi

empregado, em todas as ocorrências, para indeterminar o sujeito semântico das formas verbais saber, prever e desejar.

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b) Em ―há variáveis independentes‖ (ℓ.4), o verbo haver foi empregado como impessoal, portanto sem sujeito.

c) O referente do pronome relativo ―que‖ (ℓ.8) é a expressão ―eventos e medidas preventivas‖ (ℓ.7).

d) A substituição de ―visando o bem-estar da sociedade‖ (ℓ.12-13) por tendo em mira o bem-estar da sociedade mantém as relações de sentido e a coerência desenvolvidas no texto.

SUJEITO INDETERMINADO

Na língua portuguesa, o sujeito é indeterminado em três circunstâncias: 1) Com verbo na 3.ª pessoa do plural, sem referência anterior:

Invadiram as ruas de Brasília. Fizeram um movimento inopinado. Nada deixaram na porta da minha casa ontem à noite. Mas: Os manifestantes resolveram encontrar-se à tarde nas proximidades do Congresso Nacional. À noite, começaram a reivindicar melhorias para as áreas da educação, da saúde e do transporte. sujeito de ―resolveram‖ = ―Os manifestantes‖ (sujeito simples) sujeito de ―começaram a reivindicar‖ = Os manifestantes ou Eles (sujeito oculto)

2) Com o pronome ―se‖ + VTI / VI / VL / VTD (OD prep.):

Aspira-se a altos cargos no governo federal. VTI IIS OI No Rio de Janeiro, mata-se por muito pouco. VI IIS adj adv de causa Adora-se a Deus e a Cristo. VTD IIS OD prep. Era-se mais feliz na época dos nossos avós.

VI IIS PS adj adv de tempo Nos exemplos acima, o sujeito das formas verbais ―aspira‖, ―mata‖, ―adora‖ e ―era‖ é classificado como indeterminado. Todos os verbos têm, obrigatoriamente, que permanecer na 3.ª pessoa do singular. O pronome ―se‖ foi utilizado como índice de indeterminação do sujeito em todas as ocorrências.

71

3) Com verbo no infinitivo impessoal (terminação - R): emprego genérico Fumar pode causar sérios problemas aos pulmões.

Nesse exemplo, não interessa quem fuma, mas, sim, o ato de fumar. Por essa razão, o verbo ―fumar‖ foi empregado impessoalmente, ou seja, com sentido genérico, com sujeito indeterminado.

Leia o texto abaixo.

1

5

10

15

20

25

A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato) para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem-estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de excelentes creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos, piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, seguro-desemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses, muitas bibliotecas públicas… No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a processos transformadores.

(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico: um olhar sobre o norte, outubro 3, 2009, por Coletivo Crítica Econômica

http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011.)

15) (ESAF — MI/CENAD/2012) Assinale a interpretação da oração ―Talvez não seja

assim.‖ (ℓ.8) que respeita as relações semânticas entre as ideias do texto e mantém a coerência entre os argumentos.

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a) A relação entre formatos sociais e os excelentes índices de educação é questionável.

b) A vida em um país nórdico nem sempre faz refletir sobre a relação entre igualdade e liberdade.

c) Não é comum que serviços públicos voltados para melhorar a vida do cidadão caracterizem países nórdicos.

d) Nem sempre uma sociedade igualitária tem como consequência a formação de seres humanos plenos e sociedades transformadoras.

e) O hábito da desigualdade pode impedir uma reflexão mais profunda sobre os valores de uma sociedade igualitária.

16) (ESAF — MI/CENAD/2012) Assinale a opção correta a respeito das relações de

concordância no texto. a) A flexão de singular em ―soa‖ (ℓ.6) justifica-se pela concordância com ―uma

sociedade igualitária‖ (ℓ.4). b) Na linha 2, a enumeração de vários elementos, ―liberdade, igualdade, autonomia e

formatos sociais‖ justifica a flexão de plural em ―podem‖ (ℓ. 3). c) Devido ao uso do pronome ―se‖, o plural em ―referem-se‖ (ℓ.10) é opcional: estaria

igualmente correto empregar o singular: refere-se. d) Por se referir a ―sociedades desiguais‖ (ℓ.25), o infinitivo em ―podem ser‖ (ℓ.25)

admitiria também a flexão de plural, serem. e) Na linha 28, o plural no pronome ―todos‖ justifica a flexão de plural em ―levaram‖. 17) (ESAF — MI/CENAD/2012) Na organização das relações de coesão e coerência do

texto,

a) o pronome ―todos‖ (ℓ.28) retoma e sintetiza os termos da enumeração ―a igualdade, o respeito e a dignidade‖ (ℓ.27).

b) a expressão ―tem limitada capacidade transformadora‖ (ℓ.19-20) retoma, com outras palavras, a ideia de ―reproduz o mundo com extrema facilidade‖ (ℓ.19).

c) o substantivo ―seres‖ (ℓ.20) e o pronome ―que‖ (ℓ.21) retomam a expressão ―seus educados cidadãos‖ (ℓ.20).

d) a expressão ―Esse resultado‖ (ℓ.23) retoma a ideia de ―sociedade tão igualitária‖ (ℓ.18), já sintetizada em ―isso‖ (ℓ.22).

e) os pronomes ―sua‖ (ℓ.11), ―suas‖ (ℓ.12), ―ele‖ (ℓ.12) e ―se‖ (ℓ.12) referem-se a ―o cidadão‖ (ℓ.10-11).

18) (ESAF — MI/CENAD/2012) Assinale a opção em que ocorre erro na transcrição e

adaptação do texto O real valor das coisas, de Lívia Lisboa, publicado em Vida simples, dezembro/2011, edição 113, p.44. Quanto custa aquilo que você compra no supermercado? Com certeza, bem além do (A) preço que está marcado na etiqueta! Raj Patel, autor do livro O valor de nada, investigou a distorção que existe quando ignoramos os custos escondidos além do binômino oferta-procura. ―A eterna busca por (B) crescimento econômico transformou a humanidade em um agente da extinção, por meio da contínua desvalorização dos serviços ecossistêmicos que mantém (C) nossa Terra viva‖, diz

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Patel. ―Muitas vezes não nos damos conta de que (D) nossa escolha por uma ou outra marca, em busca da melhor pechincha, determina o grau de estrago no meio ambiente‖. Quem paga essa diferença? Associações e organizações do mundo todo estão tentando rastrear as pegadas que deixamos ao longo do processo: desde a produção de cada item, e seu transporte, até chegar às (E) gôndolas, passando pela forma como o usamos, até seu descarte.

a) A b) B c) C d) D e) E 19) (ESAF — MI/CENAD/2012) O texto ―Grandes cidades nem sempre são as mais

poluentes, diz estudo‖, da France Press, publicado em http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/866228 (com acesso em 29/12/2011), foi adaptado para compor os fragmentos abaixo. Numere-os, de acordo com a ordem em que devem ser dispostos para formar um texto coeso e coerente.

( ) Nesse estudo, enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita em algumas cidades. ( ) Pesquisadores examinaram dados de cem cidades em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e por que o seriam, de acordo com estudo publicado na revista especializada Environment and Urbanization. ( ) ―Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre‖, informa o estudo. ( ) Por fim, quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões menores por pessoa. A maior parte das cidades na África, Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio para elas é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias. ( ) O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos.

A sequência correta é:

a) (1) (2) (5) (4) (3) b) (2) (1) (3) (5) (4) c) (2) (5) (1) (3) (4) d) (4) (1) (2) (5) (3) e) (4) (2) (1) (3) (5)

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20) (ESAF — MI/CENAD/2012) Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do texto, de modo a manter o correto uso dos modos e tempos verbais e a coerência entre as ideias. Assim que o governo divulgou o crescimento zero do produto interno bruto brasileiro

no terceiro semestre, não faltaram prognósticos negativos a respeito da economia do país e houve até quem falasse em risco de recessão no futuro próximo. Basta um olhar mais atento aos números de 2011 para percebermos que o pessimismo não se justifica. Entre os empresários, não são poucas as vozes que discordam dos alarmistas. Não faltam motivos para supor que, em 2011, os números da economia brasileira possam vir ainda mais fortes. Além dos juros menores, conforme prevê a maioria dos economistas, do crédito em expansão e dos incentivos fiscais, está previsto para janeiro um reajuste no salário mínimo, o que poderá trazer impactos significativos à renda dos trabalhadores e aposentados. Nesse ciclo, o mercado interno seguirá aquecido.

(Mariana Queiroz Barbosa, O país não vai parar. Isto É, 14/12/2011)

(1) (2) (3) (4) (5) (6) a) fale percebermos discordassem possam previra trarão b) falasse perceberem discordassem pudessem prevê trouxera c) falasse perceber discordam possam prevê trará d) falou percebermos discordaram podem prevera traria e) falou perceberem discordaram podem previssem trouxera

Leia o texto abaixo.

1

5

10

15

20

A teoria econômica evoluiu muito desde 1776, quando Adam Smith, em célebre obra, investigou as causas das riquezas das nações. A teoria mostrou como funcionam os mercados, o papel da produtividade, as formas de aumentá-la e a função das instituições. Contribuiu, assim, para a formulação das políticas que trouxeram mais desenvolvimento e bem-estar. No Brasil, os economistas também contribuem para o desenvolvimento. Acontece que, se defenderem reformas em favor das maiorias, que causam perdas a minorias, os economistas serão rotulados de socialmente insensíveis. Quando um médico prescreve um tratamento, o objetivo é o bem-estar do paciente. Ninguém dirá que ele planeja o sofrimento. Mas, se os economistas sugerem medidas de austeridade para resolver desequilíbrios e restabelecer o crescimento sustentável, diz-se que eles propugnam ações para promover a recessão, o desemprego e a destruição de conquistas sociais. O receituário do médico incorpora esperança e simpatia, pois se sabe que o objetivo dele é a cura da doença. Sua ação é mais percebida por todos. A expectativa maior é de êxito. O diagnóstico é mais preciso, especialmente com os avanços da tecnologia. O economista não tem essas vantagens. No tratamento de crises, lida com incertezas, complexidades e situações inéditas. Os economistas tendem a errar mais que os médicos, mas seu foco jamais será a recessão pela recessão ou a austeridade sem propósito.

(Adaptado de Maílson da Nóbrega, A recessão é uma política ou o efeito? Veja, 14 de dezembro, 2011.)

75

21) (ESAF — MI/CENAD/2012) Preserva-se a coerência entre os argumentos do texto, bem como sua correção gramatical, ao

a) empregar um conectivo de valor condicional, como Se, em lugar de ―Quando‖ (ℓ.9). b) substituir a conjunção condicional ―se‖ (ℓ.7) pelo conectivo caso. c) explicitar o valor explicativo da oração, inserindo a conjunção pois para ligar a

oração iniciada por ―Sua ação‖ (ℓ.15) com a anterior, mudando para minúscula a letra inicial de ―Sua‖.

d) ligar as orações iniciadas por ―O economista...‖ (ℓ.17) e ―No tratamento‖ (ℓ.17), em um mesmo período sintático, retirando o ponto final e mudando para minúscula a letra inicial maiúscula de ―No‖.

e) inserir a conjunção Embora no início do último período sintático do texto, mudando para minúscula a letra inicial de ―Os‖ (ℓ.18), em ―Os economistas‖.

22) (ESAF — MI/CENAD/2012) De acordo com a organização dos argumentos no texto,

provoca-se erro ao a) empregar o verbo provocar antes de ―o desemprego‖ (ℓ.13). b) explicitar o termo às nações depois de ―bem-estar‖ (ℓ.5). c) usar o artigo antes de ―minorias‖ (ℓ.8), escrevendo às minorias. d) inserir o termo do país depois de ―sustentável‖ (ℓ.12). e) repetir o termo como funcionam antes de cada um dos termos da enumeração: ―o

papel da produtividade‖ (ℓ.3), ―as formas de aumentá-la‖ (ℓ.3) e ―a função das instituições‖ (ℓ.4).

CONSTRUÇÕES CONDICIONAIS / HIPOTÉTICAS

Em se tratando de construções condicionais, hipotéticas, normalmente são empregados os conectivos ―se‖, ―caso‖, ―se + acaso‖; os advérbios ―talvez‖, ―provavelmente‖, etc. Atente para o emprego dos verbos. Se você não economizar, não terá condições de comprar o carro que tanto quer. economizar = futuro do subjuntivo / terá = futuro do presente do indicativo quer = presente do indicativo Se você não economizasse, não teria condições de comprar o carro que tanto queria. economizasse = pretérito imperfeito do subjuntivo teria = futuro do pretérito do indicativo queria = pretérito imperfeito do indicativo Caso você não economize, não terá condições de comprar o carro que tanto quer. economize = presente do subjuntivo

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Se acaso você não tivesse economizado, não teria tido condições de comprar o carro. Caso você chegue tarde, ligue para mim, que vou buscá-lo no aeroporto. Se você chegar tarde, ligue para mim, que vou buscá-lo no aeroporto. Se caso você chegar tarde... — ERRADO Não se empregam, ao mesmo tempo, ―se‖ + ―caso‖.

23) (ESAF — MI/CENAD/2012) Assinale a opção que, ao preencher a lacuna do texto,

provoca erro gramatical.

Em comparações internacionais, os países latino-americanos em geral, e mais particularmente o Brasil, _____(a)_____ pela elevada desigualdade da distribuição da renda. A explicação dessa desigualdade ______(b)_______ na formação e evolução econômico-social dessas antigas colônias de Portugal e Espanha. Um aspecto fundamental foi, sem dúvida, a elevada concentração da posse da terra, especialmente quando a economia desses países tinha como núcleo a produção e exportação de produtos primários. No livro intitulado Um projeto para o Brasil, publicado em 1968, Celso Furtado discute como a elevada desigualdade da distribuição da renda no país condiciona um perfil da demanda global que inibe o crescimento econômico. Ele mostra como a tendência estrutural _____(c)_____ da renda favorece o subemprego característico das economias subdesenvolvidas. Assinala que a concentração da renda causa uma grande diversificação das formas de consumo de grupos privilegiados. Isso _____(d)_____ indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, mas as dimensões reduzidas do mercado de cada produto impedem o aproveitamento das economias de escala, fazendo _____(e)_____estas indústrias operem com custos relativamente altos.

(Adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento econômico http://www.scielo.br/scielo.php - acesso em 11/12/2011.)

a) destacam-se b) teria de ser procurada c) à concentração d) beneficia às e) com que 24) (ESAF — MI/CENAD/2012) Assinale o trecho em que a transcrição do texto

adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimento econômico (http://www.scielo.br/scielo.php) desrespeita as regras gramaticais no uso das estruturas linguísticas.

a) Embora haja consenso (pelo menos aparente) sobre a necessidade de diminuir a desigualdade, toda medida específica gera polêmica. Muitas pesquisas mostram uma associação da desigualdade da distribuição da renda no Brasil com o nível e a distribuição da escolaridade. O aumento acelerado da escolaridade é uma estratégia que levaria ao crescimento econômico com menor desigualdade.

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b) É provável que a importância da educação como determinante do rendimento das pessoas e da sua desigualdade está superestimada nas análises econométricas, simplesmente porque não se dispõem de boas medidas para vários outros determinantes da renda, que estão positivamente correlacionados com a escolaridade.

c) Muitas dessas pesquisas baseiam-se na teoria do capital humano. É desnecessário dizer que a própria expressão ―capital humano‖ é contraditória com o conceito marxista de capital. Mas a ideia de que a remuneração de um trabalhador deva crescer com a sua escolaridade é perfeitamente compatível com essa corrente de pensamento.

d) No entanto, o aumento da escolaridade também é um objetivo em si, considerando-se que ela favorece a participação mais plena do cidadão na economia e na sociedade modernas. Assim, apesar das divergências teóricas, há consenso sobre a necessidade de aumentar rapidamente a escolaridade. Um movimento no sentido de diminuir a desigualdade da distribuição da renda no país certamente não pode basear-se apenas em determinada política econômica.

e) Na realidade, praticamente toda política econômica tem um impacto, maior ou menor, sobre a distribuição da renda: política fiscal, previdência social, política de crédito, política educacional, reforma agrária, etc. Alterações na legislação também podem ter impacto importante. A dificuldade na análise de cada medida é levar em consideração seus diversos efeitos diretos e indiretos, como fica claro na discussão sobre o aumento do salário-mínimo.

25) O texto abaixo apresenta erros/desvios em relação à modalidade padrão da língua

portuguesa. Ajuste-o, de acordo com o português formal padrão. 1

5

10

Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços serão cruciais

para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no Mundo. O

planejamento urbano, não pode ser separado da política abitacional ou de

mobilidade. Em última instancia, uma importante decisão política deve de ser

tomada em relação o modelo de cidade que queremos morar e o destino dos

investimentos publicos em mobilidade.

Construir mais infraestrutura viaria, só consegue aliviar

conjestionamentos temporáriamente. Nenhuma cidade do mundo, conseguiu,

resolver os dezafios da mobilidade construíndo mais ou maiores avenidas.

Existem concenso entre especialistas que aumentar a dencidade habitacional ao

redor dos grandes eixos de Transporte público, bem como ampliarem os

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investimentos no modelo de que realmente pode chegar em todos cantos da

cidade — os corredores de ônibus —, será a chave do sucesso para qualquer

cidade de que se almeja ser Líder Global.

(Adaptado de Adalberto Maluf Filho, A eficiência operacional pela superfície é a chave para o futuro. http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16470 - acesso em 29/12/2011.)

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

COESÃO E COERÊNCIA — Emprego de Conectivos

Conectivos são palavras que servem para ligar termos ou orações entre si, estabelecendo entre eles sentido lógico. Atente para o exemplo abaixo. 1

5

A nova conformação conferida pela Constituição de 1988 ao controle abstrato de normas e, em peculiar, à outorga do direito de propositura aos partidos políticos com representação no Congresso Nacional deu nova dimensão política a esse processo de controle. Essa conformação veio reforçar o caráter do controle abstrato de normas como mecanismo de correção do modelo incidental. A ampla legitimação conferida ao controle abstrato, com a inevitável possibilidade de se submeter qualquer questão ao Supremo Tribunal Federal (STF), operou mudança substancial — ainda que não desejada — no modelo de controle de constitucionalidade até então vigente no Brasil.

Gilmar Ferreira Mendes. Jurisdição constitucional: o controle abstrato de normas no Brasil e na Alemanha. 3.ª ed., São Paulo: Saraiva, 1999, p. 323 (com adaptações).

No texto acima, foram empregados como conectivos: d) ―esse‖ (L.4): é pronome demonstrativo, foi empregado anaforicamente e retoma a

ideia expressa em ―controle abstrato de normas‖ (L.2). e) ―Essa‖ (L.4): é pronome demonstrativo, foi empregado anaforicamente e retoma a

ideia expressa em ―A nova conformação conferida...processo de controle‖ (L. 1-4). f) ―ainda que‖ (L.8): é locução conjuntiva concessiva e foi empregada para estabelecer

contraste entre ―operou mudança substancial...vigente no Brasil‖ (L.7-9) e ―não desejada‖ (L.8).

Nos períodos que seguem, dê o sentido em que os conectivos sublinhados foram

empregados. cc) Se eu não tivesse feito regime, hoje estaria me pesando por volta de 90 quilos. dd) Se eu não estou fora do peso, por que devo fazer regime? ee) Não sei se ela me ama ou se me odeia. ff) O pai de Elza compra e vende carros. gg) O pai de Elza vende carros, e não lucra quase nada com isso. hh) Elza fuma, e não traga.

79

ii) Procure o que você tanto deseja, e achará. jj) Ministro arma crise e entra na fritura. kk) A universidade oferece curso de letras, mas não confere diploma. ll) O vizinho fechou a casa, mas os ladrões roubaram a TV. mm) Como o vizinho não fechou a casa, os ladrões roubaram a TV. nn) Embora o vizinho tenha fechado a casa, os ladrões roubaram a TV. oo) O vizinho fechou a casa para que os ladrões não roubassem a TV. pp) Visto que chove muito em Belém, sempre levo comigo um guarda-chuva. qq) Eu, habitualmente, não carrego guarda-chuva, a menos que chova muito. rr) Esses meninos são impossíveis, se bem que ninguém ainda tentou controlá-los. ss) A tia Rosa se irritou quando vocês começaram a fazer barulho. tt) Puseram-nos no almoço manteiga, rabanetes e azeitonas, quando nós só comemos

azeitonas. uu) Eles têm todas as regalias, quando nós temos só os encargos. vv) Ele fala como se fosse muito versado no assunto. ww) Fiz-lhe sinal que silenciasse. xx) Marcelo está muito doente; não pode, pois, viajar. yy) Como Marcelo está muito doente, não pode viajar. zz) Marcelo, venha imediatamente à minha sala, pois preciso falar com você. aaa) As tarifas dos serviços postais e telegráficos, nacionais e internacionais,

prestados pelos Correios sofrerão reajuste, conforme portaria assinada pelo ministro interino da Fazenda e publicada no Diário Oficial da União.

bbb) Os novos valores já foram anunciados pelo Ministério da Fazenda, mas ainda não podem ser cobrados, pois devem ser aprovados pelo Ministério das Comunicações.

CONECTIVOS

5) Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, e (= mas): introduzem argumentos ou informações que expressam contraste. São empregados em estruturas (oracionais ou não) coordenadas.

6) Embora, ainda que, apesar de (que), posto que, malgrado, em que pese (a), conquanto, não obstante, se bem que, nem que, mesmo que: introduzem argumentos ou informações que expressam contraste. São empregados em estruturas oracionais subordinadas.

Ele é inteligente, mas não é trabalhador. (Está grifado o argumento mais forte) Ele não é trabalhador, mas é inteligente. (Está grifado o argumento mais forte) Ele é inteligente, embora não seja trabalhador. (Argumento mais forte) Ele não é trabalhador, embora seja inteligente. (Argumento mais forte)

7) POIS (antes do verbo) — explicativo 8) POIS (depois do verbo) — conclusivo

Estude muito, pois isso será bom para toda a sua vida. (explicativo) Teu filho está em dificuldade na escola. Deves, pois, ajudá-lo. (conclusivo)

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PROVA: ESAF - Analista de Finanças e Controle — Tesouro Nacional / 2013

1) Assinale a opção que, ao completar a lacuna no fragmento abaixo, respeita as

regras de concordância do padrão de prestígio da língua portuguesa. Somos muito individualistas. Os grandes problemas do Brasil são coletivos e

____(A)____ a ação de toda a sociedade. Assim _____(B)____ as conquistas da democracia, da estabilização econômica e da maior formalidade no trabalho da década passada. Ainda ____(C)____ questões graves, como iniquidades na educação e no meio ambiente. O saneamento, por exemplo, ____(D)____ a chamada agenda ambiental verde e marrom, menos charmosa que a ―agenda verde pura‖. Entretanto, vejo positivamente as chances de ____(E)____ o Brasil por meio de um ciclo virtuoso de conquistas já obtidas e pela ampliação da nossa plataforma de políticas públicas.

(Adaptado da entrevista de Marcelo Neri. PLANETA, agosto de 2012.)

a) exige b) aconteceu c) faltam resolver d) têm integrado e) melhorar 2) Assinale a opção em que, ao menos, um dos dois termos não completa correta e

coerentemente o texto abaixo. A memória do setor público no Brasil não pode _____(A)_____ registros tópicos,

_____(B)_____ sucessão de elementos, atos e instrumentos de política com influência _____(C)_____ sobre o curso da história econômica do país. As últimas décadas, embora não _____(D)_____ avaliações inteiramente favoráveis do ponto de vista dos resultados finais do processo de acumulação de riquezas, ou de sua distribuição socialmente mais justa, exibem intensa atividade institucional, como _____(E)_____ considerável esforço de transformação da gestão pública.

(http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/finpub/manualfinpublp.pdf)

a) prescindir de / dispensar b) diante da / em face da c) ponderável / reflexiva d) contem com / tenham e) contrapartida ao / condutividade a um Leia o texto que segue. 1

5

Nos últimos dez anos, o Brasil passou por grandes transformações e crescimento econômico contínuo que o induziu a figurar entre os países em desenvolvimento acelerado. Com a expansão formou-se uma nova classe média, composta por trabalhadores vindos das classes D e E. Atualmente o país possui 105 milhões de pessoas com renda mensal entre R$ 1.700 e R$ 7.400 e a tendência é que esses números cresçam nos próximos anos. Em uma entrevista à revista PLANETA, o economista Marcelo Neri analisa o impacto da nova classe média no consumo, no ambiente e na sociedade e mostra os desafios à frente dos

81

10

15

brasileiros. [...] PLANETA – O fenômeno é passageiro? NERI – Não, a nova classe média veio para ficar. O crescimento é contínuo, apesar das crises financeiras. Planos assistenciais e o aumento do crédito ao consumidor contribuíram. Mas o principal é que o número de trabalhadores que saíram da informalidade e passaram a ter carteira assinada dobrou desde 2004.

(Adaptado de Milton Correia Júnior, Cigarras e formigas. PLANETA, agosto de 2012.) 3) Desrespeitam-se as regras de pontuação do padrão de prestígio da língua

portuguesa ao inserir uma vírgula

a) depois de ―contínuo‖ (L.2). b) depois de ―expansão‖ (L3). c) depois de ―Atualmente‖ (L.4). d) depois de ―trabalhadores‖ (L.14). e) depois de ―e R$ 7.400‖ (L.5). 4) Assinale a reescrita proposta para trechos do texto que preserva a correção

gramatical e a coerência entre as ideias.

a) ―... que o induziu a figurar entre os países...‖ (L.2) >...que induziu o Brasil a que se figure nos países (...)

b) ―Com a expansão formou-se uma nova classe...‖ (L.3) > Em decorrência formou uma nova classe (...)

c) ―...que esses números cresçam...‖ (L.6) > ... de esses números crescerem (...) d) ―...apesar das crises financeiras.‖ (L.13) > ...apesar de haverem crises financeiras. e) ―...contribuíram. Mas o principal é que o número de trabalhadores...‖ (L.14) >

...contribuíram para que o principal número de trabalhadores, no entanto,(...) 5) Julgue C ou E os itens seguintes, com base no texto. a) O segmento ―é que‖ (L.6) foi empregado como termo de realce, com caráter

enfático, no texto. Por essa razão, se retirado, não provoca erro gramatical nem alteração do sentido original do texto.

b) O emprego da forma verbal ―cresçam‖ (L.6) no presente do subjuntivo decorre do sentido hipotético próprio desse modo verbal, o que é reforçado pela presença do substantivo ―tendência‖ (L.6).

c) O termo ―Marcelo Neri‖ (L.7) pode ser reescrito entre vírgulas, que a correção gramatical do texto será mantida.

d) A retirada de ―uma‖ (L.6) não provoca erro gramatical, nem altera a coerência desenvolvida originalmente no texto.

e) O emprego do sinal de crase em ―à revista PLANETA‖ (L.6-7) decorre da regência da palavra ―entrevista‖ (L.6) e do emprego do artigo definido feminino a, que particulariza o sentido da expressão ―revista PLANETA‖.

f) Na construção do período ―O crescimento é contínuo, apesar das crises financeiras‖ (L.12-13), há predicativo do sujeito e adjunto adverbial de concessão.

82

A CONJUNÇÃO ―E‖ — Particularidades:

A conjunção ―e‖ pode ser empregada: f) com valor aditivo (soma):

Carlos nada todas as manhãs e joga futebol à tarde.

g) com valor adversativo (contraste): Carlos nada todos os dias, e nunca consegue chegar em primeiro nas competições.

h) com valor causal/consecutivo: Carlos mentiu descaradamente, e causou grandes problemas para o chefe.

i) no polissíndeto (repetição enfática / vírgulas facultativas): Carlos estuda, e trabalha, e joga futebol, e namora, quando tem tempo.

j) em estruturas aditivas com sujeitos diferentes (vírgula facultativa): O Brasil exporta para ampliar sua balança comercial, e a Argentina importa para sobreviver.

Leia o texto abaixo. 1

5

10

15

Após um ano de grandes desafios na economia e, em consequência, também para os investidores, as avaliações para 2013 indicam um pouco mais de otimismo. Mas, diante de tantas modalidades e opções de investimentos disponíveis no mercado financeiro, a escolha será definida em parte pelo grau de endividamento, o objetivo a ser atingido com o planejamento financeiro e o foco na possibilidade de obter a melhor rentabilidade para o montante aplicado. No mercado de ações, que sofreu com os altos e baixos dos movimentos econômicos tanto no Brasil como no exterior, a aposta dos especialistas permanece nos papéis de empresas com atuação voltada ao consumo interno, que são, em tese, menos suscetíveis às turbulências internacionais. Outra opção que vem ganhando terreno no mercado financeiro, os títulos do Tesouro Direto seguem sendo apontados como uma boa opção, principalmente os títulos que são indexados à inflação. Os especialistas ainda apontam outras alternativas mais interessantes, como debêntures sem imposto de renda, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios com incentivos tributários, fundos de investimento imobiliários e Certificados de Recebíveis Imobiliários.

(Adaptado de Onde você investirá suas economias em 2013? http://economia.ig.com.br/mercados/2013-01-07/onde-

83

voce-investira-suaseconomias-em-2013.html,acesso em 26/1/2013) 6) Da relação entre as ideias do texto, infere-se o termo a) pelo investimento depois de ―escolha‖ (L.4). b) pelas avaliações depois de ―atingido‖ (L.5). c) em ações depois de ―aplicado‖ (L.6). d) do mercado depois de ―turbulências‖ (L.10). e) de avaliação depois de ―alternativas‖ (L.15). 7) Avalie as propostas de reelaboração do seguinte trecho do texto. ―Outra opção que vem ganhando terreno no mercado financeiro, os títulos do Tesouro Direto seguem sendo apontados como uma boa opção, principalmente os títulos que são indexados à inflação.‖ (L.12 a 14) I - Outra opção que vem ganhando terreno no mercado financeiro, os títulos do Tesouro Direto, segue sendo apontada como uma boa opção, principalmente os títulos indexados à inflação. II - Outras opções que vem ganhando terreno no mercado financeiro são os títulos do Tesouro Direto, que seguem sendo apontados como uma boa opção, principalmente os títulos que indexados à inflação. III - Outra opção, ganhando terreno no mercado financeiro são os títulos do Tesouro Direto, que, como uma boa opção, são principalmente apontados os títulos indexados à inflação.

A relação entre as ideias e a correção gramatical é respeitada apenas

a) em I. b) em II. c) em III. d) em I e II. e) em I e III. 8) Assinale a opção em que a proposta de substituição da preposição altera as

relações semânticas entre os termos da oração, mas preserva a correção e a coerência do texto.

a) diante às tantas modalidades, em lugar de ―diante de tantas modalidades‖ (L.3). b) ao ser atingido, em lugar de ―a ser atingido‖ (L.5). c) pelos os altos e baixos, em lugar de ―com os altos e baixos‖ (L.7). d) a turbulências, em lugar de ―às turbulências‖ (L.10). e) para a inflação, em lugar de ―à inflação‖ (L.14).

84

Leia o texto que segue.

1

5

10

15

Em dezembro de 2012, o governo federal lançou mais uma rodada de medidas para acelerar a economia. A ideia é trazer de volta investimentos, que andaram desaparecidos nos últimos meses e que são vitais para o crescimento. O objetivo é pressionar os investidores para uma alta de 8% no ano de 2013 e, assim, sustentar a perspectiva de que o produto interno bruto avance 4% a partir de 2013. Há cinco trimestres consecutivos, a taxa que mede o investimento em capital produtivo só cai, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para M. R., professor de economia, o diagnóstico do governo é correto, mas o remédio é fraco. ―A redução da taxa de juros, sozinha, não pode ser entendida como fator decisivo para o investimento‖, diz ele. ―Essa decisão tem mais a ver com as expectativas do setor privado em relação à demanda‖. Em outras palavras, os empresários não se sentem confiantes no retorno que terão num horizonte de crise econômica prolongada, apesar do acesso facilitado ao crédito.

(Adaptado de IstoÉ, 12/12/2012)

9) Subentende-se das ideias expressas no texto que a) a ―rodada de medidas‖ (L.1-2) inclui a redução da taxa de juros. b) não faz parte da responsabilidade dos investidores do setor privado ―acelerar a

economia‖ (L.2). c) as maiores críticas às medidas do governo vêm do setor privado e do ―Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística‖ (L.8-9). d) não se pode atribuir à ideia de que o ―remédio é fraco‖ (L.10) a queda dos

investimentos em ―capital produtivo‖ (L.8). e) a ―crise econômica prolongada‖ (L.14) não resistirá ao avanço do produto interno

bruto para ―4% a partir de 2013‖ (L.5-6). 10) Julgue C ou E os itens seguintes, com base no texto. a) Na linha 1, a vírgula indica o deslocamento do adjunto adverbial de tempo. b) A retirada da vírgula presente após ―investimentos‖ (L.2) mantém a correção

gramatical do texto, mas altera-lhe o sentido original. c) O vocábulo ―assim‖ (L.5) pode ser substituído por dessa forma, sem alterar as

relações de sentido do texto e sem prejudicar a correção gramatical. d) A oração ―Há cinco trimestres consecutivos‖ (L.7) pode ser substituída, mantendo-se

a correção gramatical do texto e suas ideias originais, por Fazem cinco trimestres consecutivos.

e) A expressão ―de acordo com‖ (L.8) tem por equivalentes semânticos os termos segundo, consoante, conforme.

f) No segmento ―mas o remédio é fraco‖ (L.10), a conjunção adversativa introduz uma estrutura metafórica.

85

g) Pode-se reposicionar o adjunto adverbial de modo ―sozinha‖ (L.10), seguido de vírgula, para antes de ―A redução‖, fazendo-se as necessárias alterações nas iniciais maiúsculas e minúsculas, que o texto mantém-se correto gramaticalmente.

GABARITO

ESAF / DNIT-2012 (pág. 1) 1) E 2) B 3) C 4) A Revisão Gestor (pág. 7) (Texto: ―No século passado, ocorreu no sistema bancário...‖) 1) a- E b- C c- C d- E e- C f- C g- C h- C i- C j- E k- C 2) a- E b- C c- E d- E e- C f- E g- C h- E i- C j- C k- C 3) D 4) E 5) C 6) E Texto: ―Convivas de boa memória‖ (pág. 13) 7) B 8) C 9) a- tempo b- concessão c- adversidade d- causa e- tempo 10) a- comensal, pessoa que toma parte em um banquete b- esquecimento c- raça,

classe social, gênero 11) a- E b- C c- C d- E ESAF — MI/CENAD-2012 (pág. 16) 12) C 13) A 14) a- C b- C c- E d- C 15) D 16) A 17) E 18) C 19) B 20) C 21) A 22) E 23) D 24) B 25) será crucial / mundo / urbano (sem vírgula) / habitacional / instância (com acento ) /

deve ser / em relação ao / de cidade em que / e ao destino / públicos (com acento ) / viária (com acento / sem vírgula) / congestionamentos / temporariamente / do mundo (sem vírgula) / conseguiu (sem vírgula) / desafios / construindo (sem acento) / Existe / consenso / especialistas de que / densidade / transporte / ampliar / no modelo que / chegar a todos os cantos / cidade que almeja ser líder global

86

REVISÃO GESTOR — Pontuação

— VÍRGULA: emprega-se vírgula 7) no processo de coordenação, de termos ou de orações: a coordenação pressupõe

a disposição de termos ou de orações em uma ordem lógica, de tal forma que haja um nivelamento. Não há um elemento mais importante que o outro.

c) Coordenando termos:

Fui ao supermercado e comprei cereais, frutas, biscoitos, produtos de limpeza. Péricles referiu-se ao heroísmo dos combatentes mortos, à dor das suas mães, à gratidão dos sobreviventes e à necessidade de guardar a memória dos que morreram pela Pátria. Os jogadores de porrinha, de sete e meio, de ronda e de truco suspenderam as emocionadas partidas.

d) Coordenando orações:

Acordei cedo, levantei-me, escovei os dentes, fiz a barba, tomei banho, penteei os cabelos, servi-me de café e fui para o trabalho. — Nesse exemplo, as sete primeiras orações estão coordenadas assindeticamente (sem conjunção) entre si. A última oração está coordenada sindética e aditivamente às anteriores. Tivera a felicidade nas mãos, mas a deixara escapar. (sindética adversativa) Áurea fez regime por longo período, e nada emagreceu. (sindética adversativa) Toma toda a sopa, pois está muito boa. (sindética explicativa) Teu filho está doente, portanto leve-o ao médico. (sindética conclusiva)

8) para separar o aposto explicativo (tem conteúdo acessório):

A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual.

Ela correu durante uma hora, sinal de bom preparo físico. A Capital do Brasil, Brasília, vai sediar um dos jogos da Copa do Mundo de 2014.

Obs.: o aposto restritivo (especificativo) não se marca por vírgula: O ex-presidente da República Lula é forte aliado da presidente Dilma Rousseff na próxima eleição.

87

O professor Arnaldo Antônio é muito querido dos seus alunos. 9) para separar o vocativo (chamamento), em qualquer posição:

Cristo, iluminai-me em minhas decisões! Iluminai-me, Cristo, em minhas decisões! Iluminai-me em minhas decisões, Cristo! Roda, meu carro, que é curto o caminho.

10) para separar o adjunto adverbial deslocado (de tempo, modo, lugar, causa,

finalidade, dúvida, concessão, conformidade, etc):

Ontem à noite, no ParkShopping, encontrei amigos que fazia anos eu não via. Encontrei, ontem à noite, no ParkShopping, amigos que fazia anos eu não via. De acordo com o jornalista, o técnico de futebol foi cruel com os jogadores. O técnico de futebol, de acordo com o jornalista, foi cruel com os jogadores. O técnico de futebol foi cruel, de acordo com o jornalista, com os jogadores. O técnico de futebol foi cruel com os jogadores, de acordo com o jornalista.

11) para separar o predicativo do sujeito deslocado (tem valor explicativo):

Exausto, mal podia manter-me em pé. Mal podia, exausto, manter-me em pé. Jovem, Carlos foi servir ao Exército. Carlos, jovem, foi servir ao Exército. Carlos foi, jovem, servir ao Exército. Indignada com as notas baixas da filha, a mãe foi conversar com a professora. A mãe, indignada com as notas baixas da filha, foi conversar com a professora. Serena, calma, tranquila, caminhava a moça ao altar. A moça caminhava, serena, calma, tranquila, ao altar.

12) para indicar a elipse (omissão) de termo, principalmente do verbo:

O professor de português expressava-se bem nas aulas; o de matemática, muito mal. (...o de matemática expressava-se muito mal) Em frente ao bairro em que eu moro, uma floresta tropical. (... há / existe uma floresta tropical)

REVISÃO GESTOR — Questões de Pontuação

88

2) Os itens abaixo formam um texto, adaptado de O Estado de S.Paulo, Notas & Informações (21 de abril de 2012). Julgue-os C ou E, quanto ao emprego dos sinais de pontuação, com base na modalidade padrão culta da língua portuguesa.

h) A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países

desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo números divulgados pelo FMI.

i) Para cobrir suas necessidades de financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário o governo brasileiro precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 18% no próximo.

j) A maior parte do problema decorre do pesado endividamento acumulado ao longo de muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da média ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB.

k) Países sul-americanos estão entre aqueles em melhor situação, nesse conjunto. l) O campeão da saúde fiscal é o Chile, com déficit orçamentário de 0,3% e

compromissos a liquidar de 1% do PIB. m) As previsões para o Peru indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a pagar de

2,5% do PIB. Já a Colômbia, também aparece em posição confortável, com necessidade de cobertura de 3,9%.

n) Esses três países têm obtido invejável combinação, de estabilidade fiscal, de inflação controlada e de crescimento firme nos negócios.

Leia o texto abaixo. 1

5

10

15

A entidade estatal, para atender às suas finalidades, necessita de dinheiro. O ingresso deste nos cofres públicos caracteriza o que se denomina entrada, contudo esta não corresponde obrigatoriamente à receita pública. De fato, algumas entradas provisórias devem ser, oportunamente, devolvidas, a exemplo das cauções, das fianças, dos depósitos recolhidos ao Tesouro etc. Já a receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. A entrada, destarte, é o gênero de que a receita pública é uma espécie. As receitas originárias resultam da atuação do Estado na exploração de atividade econômica, como uma empresa privada na busca do lucro. Embora o exercício de tal atividade ocorra sob o regime de direito privado, não há um total afastamento das normas de direito público. Na verdade, as empresas estatais não podem deixar de observar, no que a elas se aplicar, os princípios gerais da atividade econômica que estão dispostos no Capítulo I do Título VII da Constituição Federal.

(Adaptado de Lucas Clemente de Brito Pereira http://jus.com.br/revista/texto/10256/nocoes-gerais-acerca-das-financaspublicas,

acesso em 25/01/2013) 3) ESAF - Analista de Finanças e Controle — Tesouro Nacional / 2013 — Assinale a

opção correta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto.

89

a) Por se referir a um substantivo flexionado no plural, ―entradas‖ (L.4), a expressão verbal ―devem ser‖ (L.4) admite como correto também o uso de deve serem.

b) O uso do pronome em ―integrando-se‖ (L.6) indica que ―a entrada‖ (L.6) constitui o agente e, ao mesmo tempo, também o objeto de integrar.

c) Por ser de uso opcional, a omissão da preposição de, em ―de que a receita‖ (L.8), manteria corretas as relações sintático-semânticas entre os termos da oração.

d) Seria preservada a coerência entre os argumentos, mas o verbo haver deveria então ser flexionado no plural, se em lugar de ―total afastamento‖ (L.12-13) fosse usado o termo muitos afastamentos.

e) A presença da preposição em ―a elas‖ (L.14) é exigida pelo verbo aplicar. Por isso, sua omissão provocaria erro gramatical.

4) Nas relações de coesão do texto, assinale a opção que não estabelece a correta

referência para o pronome destacado na expressão. a) Em ―ingresso deste‖ (L.2) refere-se a ―de dinheiro‖ (L.2). b) Em ―se denomina‖ (L.2) refere-se a ―ingresso‖ (L.2). c) Em ―esta não corresponde‖ (L.3) refere-se a ―entrada‖ (L.3). d) Em ―tal atividade‖ (L.12) refere-se a ―atividade econômica‖ (L.11). e) Em ―o seu vulto‖ (L.7) refere-se ao vulto da entrada como ―receita pública‖ (L.5-6). 5) Julgue C ou E os itens seguintes, com base no texto. a) Empregaram-se as duas vírgulas na linha 1 para isolar a oração subordinada

adjetiva explicativa. b) A substituição de ―o que se denomina‖ (L.2) por o que denomina-se, além de

correta gramaticalmente, torna mais formal o registro textual. c) A substituição de ―contudo‖ (L.3) por conquanto mantém as relações de contraste

estabelecidas no texto, bem como a correção gramatical. d) A locução ―De fato‖ (L.3) introduz argumento de natureza asseverativa no texto. e) É sinônimo contextual de ―algumas entradas provisórias‖ (L.4) o termo entradas

provisórias algumas. f) A inserção de vírgula imediatamente após o adjetivo ―pública‖ (L.6) introduz erro

gramatical no texto. g) Mantendo-se o sentido original do texto, pode-se reescrever o segmento ―Já a

receita...elemento novo e positivo‖ (L.5-8) da seguinte forma: Já a receita pública é a entrada que se integrando no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo.

h) A substituição de ―destarte‖ (L.8) pelas expressões por esta forma ou deste modo mantém as relações de coesão e coerência desenvolvidas no texto.

i) A expressão ―no Capítulo I do Título VII da Constituição Federal‖ (L.15-16) foi empregada no texto com caráter circunstancial.

j) O substantivo ―princípios‖ (L.14) foi empregado como núcleo do complemento verbal direto.

k) O conectivo ―Embora‖ (L.11) pode ser permutado por Conquanto, sem prejuízo para as ideias e a correção gramatical do texto.

l) A forma verbal ―caracteriza‖ (L.2) teve o seu sentido expandido por meio de oração subordinada substantiva objetiva direta.

90

m) A retirada do acento indicativo de crase do segmento ―às suas finalidades‖ (L.1) não acarreta erro gramatical ao texto, nem prejuízo para as ideias nele desenvolvidas.

n) Em face das relações de sentido desenvolvidas no texto, o vocábulo ―reservas‖ (L.7) concordou, sintática e semanticamente, com o termo ―quaisquer‖ (L.6).

o) A substituição de ―no que a elas se aplicar‖ (L.14) por naquilo que se lhes aplicar mantém as ideias originais e a correção gramatical do texto.

PONTUAÇÃO Observações importantes: 1) Não se separa por vírgula o verbo do sujeito, ainda que este seja extenso ou esteja

deslocado: O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa Serra do Sol, evidencia a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma mentalidade colonial e termos um avanço histórico. → ERRADO O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa Serra do Sol evidencia a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma mentalidade colonial e termos um avanço histórico. → CORRETO Evidencia, o voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa Serra do Sol, a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma mentalidade colonial e termos um avanço histórico. → ERRADO Evidencia o voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa Serra do Sol a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma mentalidade colonial e termos um avanço histórico. → CORRETO 2) Não se separa por vírgula o verbo do objeto (direto / indireto): O relator trouxe à luz, o direito inalienável e imprescritível dos índios de viver nas terras que tradicionalmente ocupam e de acordo com suas próprias culturas. Trouxe também, o valor de sua contribuição na formação da nacionalidade brasileira. → ERRADO O relator trouxe à luz o direito inalienável e imprescritível dos índios de viver nas terras que tradicionalmente ocupam e de acordo com suas próprias culturas. Trouxe também o valor de sua contribuição na formação da nacionalidade brasileira. → CORRETO Obs.: havendo objeto direto ou indireto pleonástico, é correto, mas não obrigatório, o emprego de vírgula: O colega de classe, ajudei-o a resolver os problemas de álgebra. O colega de classe = OD ajudei-o → -o = OD pleonástico Ao pecador, Deus perdoou-lhe. Ao pecador = OI -lhe = OI pleonástico 3) Não se separa por vírgula a oração principal da oração subordinada substantiva:

91

O ministro mostrou, que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece a vida de todos nós. → ERRADO O ministro mostrou que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece a vida de todos nós. → CORRETO O ministro mostrou, de forma inquestionável que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece a vida de todos nós. → ERRADO O ministro mostrou, de forma inquestionável, que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece a vida de todos nós. → CORRETO

ESAF - Analista de Finanças e Controle — Tesouro Nacional / 2013

Leia o texto a seguir. 1

5

10

Luiz Emygdio Franco da Rosa Júnior traz-nos cinco fases por que as receitas públicas passaram em sua evolução histórica. No mundo antigo, houve o estágio parasitário, em que a obtenção de tais receitas ocorria através de extorsão, pilhagem, saque e exploração do povo vencido. Na Idade Medieval, predominou a fase dominial, segundo a qual a receita pública advinha da exploração, pelo Estado, de bens de seu patrimônio, sendo o imposto um caráter excepcional. A fase regaliana caracteriza-se pela cobrança de determinadas contribuições (regalias) de terceiros, para que estes explorem determinados serviços, como o pedágio cobrado pela passagem em pontes ou estradas reais. No estágio denominado tributário, o Estado passou a obter seus recursos mediante a coação dos indivíduos ao pagamento de tributos de que se tornaram a principal fonte de receita. A última fase é a social, em que a entidade estatal usa o tributo também com uma finalidade extrafiscal.

(Adaptado de Lucas Clemente de Brito Pereira. http://jus.com.br/revista/ texto/10256/nocoes-gerais-acerca-das-financas-publicas, acesso em 26/1/2013)

1) Nas relações sintático-semânticas entre as estruturas linguísticas do texto, foi

inserida uma preposição que não permite retomar a função do termo referido e, por isso, provoca erro gramatical e incoerência textual. Assinale-a.

a) ―por que as receitas‖ (L.1). b) ―em que a obtenção‖ (L.3). c) ―para que estes explorem‖ (L.9). d) ―de que se tornaram‖ (L.12). e) ―em que a entidade‖ (L.13). 2) Assinale a opção que, ao completar a ideia expressa a seguir, não corresponde a

um esquema da relação entre as informações apresentadas no texto.

São fases das receitas públicas, em sua evolução histórica:

92

a) mundo antigo: estágio parasitário, com receitas provenientes da extorsão, pilhagem, saque e exploração do povo vencido.

b) idade medieval: período de imposto sobre os lucros da exploração do patrimônio e dos bens do Estado.

c) fase regaliana: concessão a terceiros de cobrança de regalias pela exploração de serviços, como pedágios em pontes ou estradas.

d) estágio tributário: principal fonte da receita originada em tributos impostos aos indivíduos.

e) fase social: finalidade extrafiscal para tributos oriundos da coação de indivíduos a seu pagamento.

3) Julgue C ou E os itens seguintes, com base no texto. a) A substituição de ―traz-nos‖ (L.1) por nos traz mantém o sentido original do texto,

mas produz-lhe alteração de natureza sintática. b) Na expressão ―por que‖ (L.1), que corresponde a pelas quais, o emprego da

preposição ―por‖ decorre de regência verbal. c) As duas primeiras vírgulas presentes na linha 4, que são obrigatórias, decorrem da

coordenação de termos que funcionam como núcleo de construção adverbial. d) A expressão final ―para que‖ (L.9) pode ser substituída por a fim de que, que as

relações de sentido e a correção gramatical do texto não serão prejudicadas. e) O deslocamento do vocábulo ―também‖ (L.14) para antes de ―usa‖ (L.13) mantém as

relações de sentido desenvolvidas no texto. f) Há elipse no último período do texto. 4) Julgue C ou E os itens seguintes, quanto ao emprego dos sinais de pontuação.

Considere que a presença, ou a ausência, de algum sinal de pontuação pode gerar prejuízo semântico para o período. Nesse caso, assinale E.

a) O barco entrou vazio no cais. b) Vazio, o barco entrou no cais. c) O barco vazio, entrou no cais. d) O barco entrou no cais vazio. e) Marta e Helena, minhas amigas, não voltarão tão cedo dos Estados Unidos. f) Economizei muito nos últimos anos, mas ainda não tenho condições de comprar o

apartamento que tanto quero. g) Economizei muito nos últimos anos. No entanto, ainda não tenho condições de

comprar o apartamento que tanto quero. h) Economizei muito nos últimos anos. Ainda não tenho condições porém, de comprar

o apartamento que tanto quero. i) Embora eu tenha economizado muito nos últimos anos, ainda não tenho condições

de comprar o apartamento que tanto quero. j) Eu e meu pai, bem como minha mãe e minhas irmãs, vamos ao cinema aos

domingos. k) Eu com meu pai, vamos ao cinema aos domingos. l) Eu, com meu pai, vou ao cinema aos domingos. m) O Brasil, país-sede da Copa do Mundo de 2014, ainda não está totalmente

preparado para receber os países que vai enfrentar no espetáculo futebolístico.

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n) O Judiciário (Ministério Público Federal), as ONGs CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e Survival International, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e demais picaretas se uniram para praticarem a picaretagem indigenista.

o) O povo do Vale do Araguaia e os guerreiros do Posto da Mata (Suiá-Missu), se uniram para defenderem o Brasil.

Leia o texto abaixo. 1

5

10

Este é o momento do Brasil em muitas áreas e pode vir a ser também na filantropia. O Brasil experimenta um crescimento robusto e sustentável e, apesar dos obstáculos, muitos brasileiros dos ramos de comunicação, educação e finanças estão cada vez mais comprometidos com as mudanças, para melhorar o país. São pessoas conscientes de que os benefícios de uma economia mais dinâmica precisam ser mais bem distribuídos, pois sabem que todos se beneficiam de uma sociedade com menores graus de desigualdade. Uma tendência que cresce muito nos Estados Unidos e no Brasil é a dos chamados negócios sociais. Essa expressão define a venda, por uma empresa, de um produto ou serviço que melhora a qualidade de vida das comunidades carentes e, ao mesmo tempo, dá lucro. Logo, é possível ganhar dinheiro fazendo filantropia. Os empresários que entram nesses ramos estão dispostos a ter um lucro menor, desde que a empresa contribua para uma melhora social.

(Adaptado da entrevista de Jane Wales, Ser potência é também doar mais. Veja, 19 de dezembro de 2012.)

5) Assinale a opção em que a sugestão de inserir o conectivo no início do período

mantém o texto coerente e gramaticalmente correto. a) Linha 2: Por isso, o Brasil experimenta... b) Linha 5: Entretanto, são pessoas conscientes... c) Linha 8: Assim, uma tendência que cresce... d) Linha 9: Ao passo que essa expressão define a venda... e) Linha 12: Apesar de os empresários que entram... 6) Dê o sentido em que os conectivos extraídos do texto exprimem. a) ―apesar dos obstáculos‖ (L.2-3): _________________________________________ b) ―para melhorar o país‖ (L.4-5): __________________________________________ c) ―pois sabem que‖ (L.6): ________________________________________________ d) ―Logo, é possível‖ (L.11): _______________________________________________ e) ―desde que a empresa‖ (L.13): __________________________________________ 7) Julgue C ou E os itens abaixo, com base no texto. a) A substituição de ―mais bem‖ (L.6) por melhor mantém as relações de sentido e a

correção gramatical do texto, com a vantagem de tornar mais sintética a informação. b) Nas linhas 8 e 9, o segmento ―Uma tendência que cresce muito nos Estados Unidos

e no Brasil é a dos chamados negócios sociais‖ contém oração subordinada adjetiva que cumpre papel restritivo, e o termo grifado em ―a dos chamados‖ recupera o substantivo ―tendência‖.

94

c) Na linha 1, o termo ―do Brasil‖ deveria ter sido grafado de o Brasil, já que não se preposiciona o sujeito na língua portuguesa, pela modalidade formal.

d) A retirada da preposição de do segmento ―conscientes de que‖ (L.5) torna distenso o registro.

e) A substituição de ―se beneficiam‖ (L.6) por beneficiam-se mantém a correção gramatical do texto e as ideias nele desenvolvidas.

8) Assinale a opção que respeita as regras gramaticais da norma de prestígio da língua portuguesa na transcrição dos fragmentos adaptados de http://economia.ig.com.br/2013-01-26/emergente-deve-se-voltar-a-consumo-interno-diz-lagarde.html (acesso em 26/1/2013).

a) A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse neste sábado que os mercados emergentes devam se proteger contra as crises. Segundo ela, países emergentes como a China, poderiam "reequilibrar os negócios para estarem mais orientados ao consumo interno".

b) Em debate sobre as perspectivas da economia global no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Lagarde comentou que estar direcionado ao mercado interno permite "se proteger contra as crises externas‖.

c) Lagarde também afirmou que a despeito das previsões mais otimistas divulgadas nas últimas semanas sobre a economia global em 2013, ainda haverá motivos de preocupação. Segundo ela, as previsões "indicam uma recuperação frágil e tímida".

d) Por isso, "líderes da Europa, Estados Unidos e Japão precisam tomar medidas". Isso, Lagarde comentou, é preciso realizar a união bancária e fiscal na Europa, além de reformas estruturais para dar mais competitividade na zona do euro.

e) Por fim, disse que está "muito interessada" nos desenvolvimentos recentes no Japão. Para o país asiático, comentou que, no plano de médio e longo prazo, será preciso dar atenção com o patamar da dívida.

9) Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do texto, de

modo a manter a coesão e a coerência entre as ideias. Questionada se o Brasil deveria ou tem condições de atender ___(1)___ pedido

de ajuda ___(2)___ emergentes ensaiado pela União Europeia para ampliar seu fundo de estabilidade financeira, a economista A. M. disse que o País deve priorizar ___(3)___ próprio equilíbrio fiscal para enfrentar o cenário internacional adverso e remover os obstáculos que limitam o crescimento potencial da economia. "Não recomendaríamos ____(4)____ Brasil gastar muito dinheiro agora, mas acho que isso (a ajuda financeira à Europa) é mais uma questão política do que econômica." No relatório, a OCDE recomenda ___(5)___ adoção, ____(6)____ médio prazo, de uma meta plurianual para o orçamento global e de um teto para o crescimento das despesas até mesmo como forma de preservar os investimentos sociais e em infraestrutura.

(Adaptado de Para OCDE, país deve sanear finanças públicas. In: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-ocde-pais-devesanear-

financas-publicas, acesso em 26/1/2013)

(1) (2) (3) (4) (5) (6) a) ao aos no o à ao b) o dos no ao pela no

95

c) o a o ao a a d) ao aos o ao pela a e) o dos ao o a à 10) Assinale a opção cujo termo grifado representa uma incorreção gramatical, do

ponto de vista da gramática normativa. As contas pagas pelos brasileiros ficarão, a partir do (A) próximo ano, mais

justas. Isso não quer dizer que as pessoas pagarão por (B) produtos e serviços o antigo ―preço justo‖, um dos conceitos básicos do sistema econômico que precedeu o capitalismo, o mercantilismo, em que (C) o monarca, desconsiderando a lei da oferta e da procura, arbitrava um preço fixo ao pão, à cerveja e à carne. As contas ficarão mais justas porque elas vão conter o valor dos impostos pagos pelos consumidores, que, por enquanto, é embutido no preço final das mercadorias e serviços. O efeito esperado da nova lei é dar um choque cultural no consumidor brasileiro. Ao saber o que está pagando de impostos em um cafezinho, no aluguel ou na mensalidade escolar, o consumidor tende a ficar mais exigente, cobrando mais a qualidade dos produtos e serviços e, em última análise, pressionado (D) pela diminuição da carga tributária. O imposto é invisível, mas não é leve. Muitas pessoas, por ser isentas (E) do imposto de renda, pensam que não pagam tributos e, acreditando que os serviços são gratuitos, não cobram a melhoria deles.

(Adaptado de Acabou o imposto invisível. Veja, 19 de dezembro, 2012.)

a) A b) B c) C d) D e) E 11) No que diz respeito ao uso dos sinais de pontuação no texto abaixo, assinale a

opção correta. 1

5

Na Ata do COPOM divulgada em janeiro, o Banco Central passou o recado de que o problema da economia brasileira não é falta de consumo; é falta de oferta, que não se resolve com mais afrouxamento monetário (política de juros). Antes de verificar quais políticas podem ser acionadas pelo governo para garantir um PIB mais alentado em 2013 e 2014, é preciso sublinhar que o Banco Central se recusa a desempenhar dupla função: a de combater a inflação e, ao mesmo tempo, a de garantir o aumento do emprego e da produção. E isso contraria o que têm pedido setores importantes do governo federal.

(Adaptado de Celso Ming. Estadão, 26 de janeiro de 2013 http://blogs. estadao.com.br/celso-ming, acesso em 26/1/2013)

a) Apesar da possibilidade de uma pausa na leitura, seriam desrespeitadas as regras

de pontuação ao se inserir uma vírgula depois de ―COPOM‖ (L.1). b) Para reforçar o termo ―política de juros‖ (L.3), o desenvolvimento textual admite a

retirada dos sinais de parênteses, inserindo-se um sinal de ponto e vírgula depois de ―monetário‖ (L.3).

c) A coerência entre os argumentos admite deslocar a vírgula depois de ―2014‖ (L.5) para depois de ―alentado‖ (L.5).

96

d) O sinal de dois pontos depois de ―função‖ (L.6) introduz uma explicação; por isso, equivale às expressões isto é, ou qual seja, entre vírgulas.

e) A substituição do ponto depois de ―produção‖ (L.7) pelo sinal de ponto e vírgula, com alteração da letra inicial maiúscula para minúscula, violaria as relações semânticas do texto e provocaria erro gramatical.

12) Julgue C ou E os itens seguintes, com base no texto acima. a) O primeiro período do texto deixa entrever o recurso retórico da ironia. b) A retirada da preposição ―de‖, em ―de que o problema da economia‖ (L.2), torna

mais formal do discurso. c) A substituição do ponto e vírgula após ―consumo‖ (L.2) pelo sinal de dois pontos

mantém a correção gramatical e os sentidos desenvolvidos no texto. d) A substituição da preposição ―com‖ (L.3) pela expressão por meio de mantém a

correção gramatical e a coerência desenvolvida no texto. e) O segmento oracional ―é preciso‖ (L.5) teve o seu sentido completado, sintática e

semanticamente, por meio do objeto direto iniciado pela forma verbal ―sublinhar‖ (L.5).

f) A substituição de ―quais políticas‖ (L.4) por que políticas introduz erro gramatical no texto.

g) O adjetivo ―alentado‖ (L.5) foi empregado com o sentido de robusto, avantajado. 13) Assinale a opção em que está correto o uso/omissão do acento indicativo de crase. a) O autor do texto se comparou à alguém que tem boa memória. b) Ele se referiu à pessoas de boa memória. c) As pessoas, às vezes, aludem à uma causa específica. d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a memória. e) Os livros foram entregues a Sua Senhoria o Secretário de Viação e Obras.

CRASE — CASOS PROIBIDOS

Não se emprega o acento grave, indicativo de crase, nos seguintes casos:

1) Antes de palavras masculinas e de verbo:

Não ande a pé nestes lugares. Você pode machucar-se. Estamos aqui a fim de ampliar nossos conhecimentos. A partir de hoje, quem dá as ordens sou eu. Comece a estudar logo. Do contrário, não alcançará seus objetivos.

2) Antes do ―a‖ + palavra feminina no plural:

A Assembleia Legislativa de Goiás conferiu prêmios a mulheres atuantes. Mas: A Assembleia Legislativa de Goiás conferiu prêmios às mulheres atuantes. Quando estou sozinho, não costumo ir a festas, nem a espetáculos musicais.

97

Mas: Quando estou sozinho, não costumo ir às festas para as quais me chamam.

3) Antes de palavras repetidas, ainda que sejam femininas:

Os parlamentares ficaram cara a cara antes da votação. O líquido escorria gota a gota.

4) Antes de ―uma‖ quando indicar ideia vaga, imprecisa, genérica → artigo indefinido:

Chegaremos a São Paulo a uma hora qualquer. O funcionário da seção entregou o envelope a uma pessoa indevida.

— ―uma‖ → numeral (indicando hora) → à uma

Chegarei a Brasília à uma da tarde. — ―à uma‖ → ao mesmo tempo, simultaneamente, em uníssono, em coro

Os alunos responderam à uma: não faremos prova! 5) Quando já houver preposição (ante, desde, perante, sobre, após, etc):

Estamos esperando Marcelo na entrada do colégio desde as sete horas. Após as refeições, devem-se escovar os dentes. Estávamos falando sobre as condições de bem-estar dos adolescentes e menores.

— A preposição ―até‖ (indica limite) é a única que admite o acento de crase:

O médico foi até à sala de cirurgia para ver como estava o paciente. O médico foi até a sala de cirurgia para ver como estava o paciente.

6) Antes de Nossa Senhora e de nomes de santas: Nas suas aflições, recorria sempre a Nossa Senhora e a Santa Bárbara. 7) Antes de nomes de lugar que não admitam o artigo feminino ―a‖: No próximo ano, pretendo ir a Fortaleza e a Belém. O presidente da República foi a Paris, para participar de importantes eventos.

CONECTIVOS SUBORDINATIVOS

As conjunções e expressões que compõem o quadro abaixo introduzem as orações

subordinadas adverbiais.

CAUSAIS Porque, visto que, já que, dado que, uma vez que, como, porquanto, na medida em que, visto como, que (= porque), desde que.

CONSECUTIVAS De modo que; (tão / tamanho / tanto) que.

CONCESSIVAS

Embora, apesar de, se bem que, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que, conquanto, posto que, nem que, malgrado, não obstante, por muito que, por menos que, em que pese a, em que pese, independentemente de.

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CONDICIONAIS Se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que, a menos que, a não ser que, uma vez que, exceto se.

COMPARATIVAS Como, tal qual, que, (do) que, assim como, tanto... quanto

CONFORMATIVAS Como (= segundo), conforme, segundo, consoante.

FINAIS

A fim de que, a fim de, para que, que, porque (= para que), tendo em vista, com o fito de, com a finalidade de, visando (a), tencionando, tendo em mira.

TEMPORAIS Quando, assim que, desde que, mal, enquanto, logo que, apenas.

PROPORCIONAIS À proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... mais, quanto mais ... menos, quanto menos ... menos, quanto menos ... mais.

Exemplos: Quando cheguei ao trabalho, percebi que havia esquecido minha carteira em casa.

Quando cheguei ao trabalho = oração subordinada adverbial temporal Quando = conjunção subordinativa adverbial temporal → sem função sintática

―Um estudante é poeta, ainda que não faça versos.‖

ainda que não faça versos = oração subordinada adverbial concessiva ainda que = locução conjuntiva subordinativa adverbial concessiva → sem função sintática

PREPOSIÇÃO x PRONOMES RELATIVOS

PRONOMES RELATIVOS = que, quem, o qual, a qual, os quais, as quais, quanto, quantos, quanta, quantas, cujo, cujos, cuja, cujas, como, onde. Para saber se há ou não preposição antes dos pronomes relativos, é necessário atentar para a regência do verbo (regência verbal) ou do nome (regência nominal) que vierem após o pronome relativo: O livro de cujo nome me esqueci trata do emprego correto dos verbos. A receita a que aludiram era confusa, difícil de seguir. A receita a que fizeram alusão era confusa, difícil de seguir. A rua à qual deveríamos ter acesso estava interditada.

14) Use nas frases seguintes, se necessária, a preposição correta antes dos pronomes

relativos. a) Havia condições ______ que nos opúnhamos. b) Havia condições ______ que não concordávamos. c) Havia condições ______ que desconfiávamos. d) Havia condições ______ que nos prejudicavam. e) Havia condições ______ que insistíamos. f) Havia condições ______ as quais críamos. g) Havia condições ______ as quais aventávamos. h) Havia condições ______ quais aludíamos.

99

i) Havia condições ______ que aludíamos. j) Havia condições ______ que nos referíamos. k) Havia condições ______ que obedecíamos. l) Havia condições ______ que respeitávamos. m) Havia condições ______ que atendíamos. n) Havia condições ______ as quais duvidávamos. o) Antipatizei com o rapaz ______ cuja namorada você conhece. p) A árvore ________ cujos frutos são venenosos foi derrubada pela Defesa Civil. q) O artista _______ cuja obra eu tanto falara partiu ontem à tarde.

ADVÉRBIO e LOCUÇÃO ADVERBIAL

ADVÉRBIO: classe de palavras que, invariável em gênero e número, aparece ligada a verbo, a adjetivo, a outro advérbio ou a toda a oração, exprimindo circunstâncias o mais variadas possível: de modo, lugar, causa, tempo, finalidade, consequência, intensidade, concessão, conformidade, etc.

Nunca dirija depois de beber. Na festa, eles beberam demasiadamente. Por isso, evitaram dirigir. Se estudar com organização, você aprenderá fácil. (= facilmente)

LOCUÇÃO ADVERBIAL: grupo de, pelo menos, duas palavras que, à semelhança do advérbio, vêm ligadas ao verbo, ao adjetivo, ao advérbio ou a toda a oração, exprimindo as mesmas circunstâncias que expressa o advérbio. Já que estava cansado e não queria andar a pé, peguei um táxi para ir ao trabalho.

SINTAXE: tanto o advérbio quanto a locução adverbial exercem função sintática de adjunto adverbial, que é classificado de acordo com a ideia que exprimem.

15) Sublinhe e classifique os advérbios e as locuções adverbiais nas frases seguintes. a) O caçador matou a serpente a pauladas. b) Andando à toa pela avenida, encontrei o bar que você me indicou. c) No início do século XX, a afeição ao campo era característica comum a muitos ingleses. d) Chegaram bastante eufóricos da festa que houve na casa do professor. e) Fiquei tão entusiasmado com o resultado do vestibular, que não consegui conter-me. f) O agricultor acordava muito cedo para arar a terra. Ao fim do dia, estava exausto.

100

g) Saí tão tarde do trabalho, que não pude comparecer ao seminário. h) Infelizmente, o governo ainda não cumpriu a promessa de aumentar o salário dos

servidores do Executivo.

ANÁFORA E CATÁFORA

— ANÁFORA: diz respeito a termo (pronome ou equivalente) que recupera o que foi

mencionado. — CATÁFORA: diz respeito a termo (pronome ou equivalente) que ainda será mencionado.

O aluno chegou atrasado à aula, e isso atrapalhou todos os colegas. isso = o aluno ter chegado atrasado à aula (isso = anáfora) Isto atrapalhou todos os colegas: o aluno ter chegado atrasado à aula. Isto = o aluno ter chegado atrasado à aula (Isto = catáfora)

PERÍODO COMPOSTO: orações subordinadas e orações coordenadas

1) ORAÇÕES COORDENADAS: são independentes entre si no plano sintático, mas dependentes no plano semântico.

2) ORAÇÕES SUBORDINADAS: são dependentes entre si, nos planos sintático e semântico.

Exemplos de coordenadas: Assisti ao filme, mas não gostei muito dele. Assisti ao filme e gostei muito do que vi. Não assisti ao filme, nem gostei dele. Ou você assiste ao filme, ou estuda para o concurso. Você está estudando com determinação, portanto passará no concurso que deseja. Estude com determinação, pois o concurso o exige de você. Exemplos de subordinadas: Quero que você volte a morar no Brasil. Tenho fé em que você voltará a morar no Brasil. Os alunos que estudam com determinação aprendem. Os alunos da 4.ª série, que adoram português, sempre tiram as melhores notas. Quando chegar a Brasília, procure-me, pois estou com muita saudade de você.

101

―Embora não fosse parente do defunto, senti-me convidado.‖ Reze para que os insetos não acabem com a safra de grãos. Quanto mais eu rezo, mais assombrações me aparecem. Ela não quis casar-se comigo porque eu sou paupérrimo. Estou tão gordo, que preciso fazer regime urgentemente.

PERÍODO COMPOSTO — ORAÇÕES SUBORDINADAS

Período composto: é formado de duas ou mais orações (dois ou mais verbos ou

locuções verbais).

Exemplo:

―As novas normas contábeis trouxeram procedimentos diferenciados para o reconhecimento dos dividendos, estabelecendo critérios para o registro do dividendo obrigatório, do dividendo fixo ou mínimo, dos Juros sobre o Capital Próprio e do dividendo intermediário.‖ Nesse exemplo, há um período composto de duas orações. I — ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA: ► Exerce função própria do substantivo em relação à oração principal. ► Pode ser trocada por isto, disto, nisto. ► Quando desenvolvida, vem introduzida por conjunção integrante (que / se). Espero, ansioso, a sua chegada. → período simples VTD OD Espero, ansioso, que você chegue. → período composto OP oração substantiva 1) ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA: → Exerce função de sujeito em relação ao verbo da oração principal. → O verbo da oração principal tem de permanecer na 3.ª pessoa do singular. → Não é possível inserir os pronomes ―ele‖ ou ―ela‖ antes do verbo da oração principal. Parece que vai chover amanhã, pois o tempo está bastante nublado. OP substantiva subjetiva Foi dito que o problema seria resolvido pelos órgãos competentes do governo. OP substantiva subjetiva Fumar é prejudicial ao organismo. Fumar = oração subordinada substantiva subjetiva

102

é prejudicial ao organismo = oração principal Dizia-se que Homero era cego. OP substantiva subjetiva Convém que estejamos permanentemente atentos às palavras do ministro. OP substantiva subjetiva

Espera-se que o presidente não renuncie. OP substantiva subjetiva 2) ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA — com preposição: 2.1 OBJETIVA INDIRETA: completa o verbo (VTI / VTDI) da OP. 2.2 COMPLETIVA NOMINAL: completa o nome (substantivo / adjetivo) da OP. O governo cientificou a população / de que o preço da gasolina seria reajustado. OP substantiva objetiva indireta Esqueci-me / de trazer as encomendas de que você tanto precisava. OP substantiva objetiva indireta Tenho certeza / de que tudo sairá a contento, no momento oportuno. OP substantiva completiva nominal Não é verdadeira a notícia / de que o presidente renunciou ao cargo. OP substantiva completiva nominal Defendo a ideia / de que toda criança tem de estar na escola, e não nas ruas. OP substantiva completiva nominal → Há casos em que a preposição das orações subordinadas substantivas objetivas indiretas está implícita, elíptica: Preciso (de) que você me auxilie nas tarefas domésticas. OP substantiva objetiva indireta Todos cremos (em) que ele chegará são e salvo da batalha. OP substantiva objetiva indireta 3) ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA — sem preposição: 3.1 OBJETIVA DIRETA: completa o verbo (VTD / VTDI) da OP. 3.2 APOSITIVA: liga-se a nome ou a pronome da OP. Normalmente vem com (:). 3.3 PREDICATIVA: estrutura da OP = sujeito + verbo de ligação → nessa ordem! Espero que os fugitivos sejam rapidamente encontrados pela polícia. OP substantiva objetiva direta Elsa julga que tem o rei na barriga. OP substantiva objetiva direta

103

O governo cientificou à população que o preço da gasolina seria reajustado. OP substantiva objetiva direta Espero uma coisa: que não aumentem o preço dos combustíveis. OP substantiva apositiva Minha vontade é esta: que vá tudo para o inferno. OP substantiva apositiva Minha vontade é que vá tudo para o inferno. OP substantiva predicativa A intenção do pai era que o filho estudasse medicina e trabalhasse com ele. OP substantivas predicativas

II — ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA: características Refere-se a um substantivo ou a um pronome presente na oração principal. Pode ser trocada por o qual, a qual, do qual, da qual, pelo qual, pela qual... Pode ser restritiva ou explicativa.

Ainda não encontrei o livro que o professor recomendou na última aula. o qual o professor recomendou na última aula Ainda não encontrei o livro → oração principal que o professor recomendou na última aula → oração subordinada adjetiva Não tiro da memória a casa em que morei durante os melhores anos da minha vida. na qual morei durante os melhores anos da minha vida Não tiro da memória a casa → oração principal em que morei durante os melhores anos da minha vida → oração subordinada adjetiva

— ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA: tipos 1) ADJETIVA RESTRITIVA: Serve para restringir, particularizar, delimitar o termo ao qual se refere. Pressupõe a noção de grupo / subgrupo. Não vem marcada por vírgula.

Em ano eleitoral, o governo ameaça servidores públicos com o fim da lei que permite

greve da categoria e endurece o discurso contra ações do MST.

Rede de farmácias americana anuncia a venda de kits que revelam a predisposição a doenças graves. Para muitos médicos, talvez seja melhor não saber. 2) ADJETIVA EXPLICATIVA: vem marcada por pontuação (vírgulas / travessões) 2.1 Pode ser utilizada para generalizar uma informação:

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Os livros de história, que estavam rasgados, foram descartados pelo professor. (Pressupõe-se que todos os livros de história estavam rasgados, por isso todos foram descartados pelo professor.) 2.2 Pode referir-se a um termo dotado de unicidade semântica: João Carlos, que não pôde comparecer à aula por estar doente, não fez prova. (João Carlos tem unicidade semântica → trata-se de uma pessoa específica) A presidência coloca em votação o Projeto n.º 843/2010 — que concede aumento aos servidores das esferas federal, estaduais e municipais. (Projeto n.º 843/2010 tem unicidade semântica → trata-se de um projeto específico) 2.3 Pode conter uma informação inerente, até mesmo óbvia, ao ser que modifica: O gato, que é um felino, não demonstra muito amor a cachorros. (A informação ―que é um felino‖ é inerente a ―gato‖ → todo gato é um felino) O homem, que é um ser racional e dotado de inteligência, distingue-se dos outros animais pela fala. (A racionalidade e a inteligência são próprias do homem, inerentes a ele) O animal mais veloz do mundo é o avestruz, que chega à velocidade máxima de 70 quilômetros por hora.

PONTUAÇÃO

1) Julgue C ou E os itens abaixo, quanto ao emprego dos sinais de pontuação. a) Marcela subiu a rua rapidamente e, ao entrar em casa, percebeu que fora furtada. b) Hábil imitador, furtou a assinatura do chefe. c) Hábil imitador furtou a assinatura do chefe. d) Parece-me que o que ele pensava em relação à teoria da arte e em relação aos professores

que apresentavam longas e tediosas divagações a respeito do assunto em aulas às quais muito poucos alunos estavam presentes era bastante defensável politicamente.

e) Os trabalhadores da PETROGRADO assumiram o papel de pontas de lança do movimento, e sob a liderança de Lênin, garantiram a consolidação da revolução.

2) Assinale a opção incorreta quanto ao emprego dos sinais de pontuação. a) Joaquim respondeu que não iria embora, a menos que o seu irmão dele o acompanhasse. b) Entendo, disse ele, se bem que não posso considerar este ato um crime. c) Se eu fizer isto — asseverou ela — serei acusada de negligência. d) Ele rebelou-se, ainda que tarde, contra o autoritarismo familiar. e) Paulo, sem saber o que fazer, dirigiu-se ao bar em que se encontravam seus amigos.

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3) ―Proposta que trata do exercício da Medicina e determina atividades privativas dos médicos

— projeto do Ato Médico — está entre as matérias polêmicas na agenda do Senado neste ano. O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde o relatório do Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), já lido, deve ser votado na retomada dos trabalhos legislativos, em fevereiro. A matéria é uma antiga reivindicação dos médicos, que reclamam mais clareza na delimitação legal de seu campo de atuação. Mas a categoria enfrenta críticas de todos os outros profissionais que atuam na área da saúde, os quais temem o esvaziamento de suas funções e a formação de uma reserva de mercado para os médicos.― (Portal do Senado Federal, Internet.)

O texto acima pode receber nova pontuação, sem prejuízo para a compreensão e o sentido do novo texto produzido, na opção:

a) Proposta, que trata do exercício da Medicina e determina atividades privativas dos médicos

— projeto do Ato Médico —, está entre as matérias polêmicas na agenda do Senado, neste ano. O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) onde o relatório do Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), já lido deve ser votado na retomada dos trabalhos legislativos, em fevereiro. A matéria é uma antiga reivindicação dos médicos, que reclamam mais clareza na delimitação legal de seu campo de atuação. Mas a categoria enfrenta críticas de todos os outros profissionais que atuam na área da saúde, os quais temem o esvaziamento de suas funções e a formação de uma reserva de mercado para os médicos.

b) Proposta que trata do exercício da Medicina e determina atividades privativas dos médicos (projeto do Ato Médico), está entre as matérias polêmicas na agenda do Senado neste ano. O texto tramita, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) —, onde o relatório do Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), já lido, deve ser votado na retomada dos trabalhos legislativos em fevereiro. A matéria é uma antiga reivindicação dos médicos, que reclamam mais clareza na delimitação legal de seu campo de atuação. Mas a categoria enfrenta críticas de todos os outros profissionais que atuam na área da saúde, os quais temem o esvaziamento de suas funções e a formação de uma reserva de mercado para os médicos.

c) Proposta que trata do exercício da Medicina e determina atividades privativas dos médicos — projeto do Ato Médico — está entre as matérias polêmicas na agenda do Senado neste ano. O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania — CCJ, onde o relatório do Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), já lido, deve ser votado na retomada dos trabalhos legislativos em fevereiro. A matéria é uma antiga reivindicação dos médicos que reclamam mais clareza na delimitação legal de seu campo de atuação. Mas a categoria enfrenta críticas de todos os outros profissionais que atuam na área da saúde, os quais temem o esvaziamento de suas funções e a formação de uma reserva de mercado para os médicos.

d) Proposta que trata do exercício da Medicina e determina atividades privativas dos médicos (projeto do Ato Médico), está entre as matérias polêmicas na agenda do Senado neste ano. O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde o relatório do Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) já lido, deve ser votado na retomada dos trabalhos legislativos, em fevereiro. A matéria é uma antiga reivindicação dos médicos, que reclamam mais clareza na delimitação legal de seu campo de atuação, mas a categoria enfrenta críticas de todos os outros profissionais que atuam na área da saúde. Os quais temem o esvaziamento de suas funções e a formação de uma reserva de mercado para os médicos.

e) Proposta que trata do exercício da Medicina e determina atividades privativas dos médicos — projeto do Ato Médico — está entre as matérias polêmicas na agenda do Senado neste ano. O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde o

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relatório do Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), já lido, deve ser votado na retomada dos trabalhos legislativos em fevereiro. A matéria é uma antiga reivindicação dos médicos que reclamam mais clareza na delimitação legal de seu campo de atuação; mas a categoria enfrenta críticas de todos os outros profissionais, que atuam na área da saúde, os quais, temem o esvaziamento de suas funções e a formação de uma reserva de mercado para os médicos.

4) Leia os itens seguintes.

I — Os latifundiários, com medo da reforma agrária, resolveram organizar milícias rurais. II — O partido garantiu um quarto vice-líder para a bancada, tendo eleito o Deputado Lélis. III — Alfredo, ao levantar-se, sem saber o que dizer, foi apupado. IV — Com apenas o curso primário, aos 30 anos de idade, João tornou-se diretor de uma grande empresa. V — Eusébio estava tão absorto na leitura, que só percebeu a chegada de Helena quando esta sentou a seu lado.

a( ) No item I, as vírgulas indicam o deslocamento do adjunto adverbial de causa. b( ) No item II, a vírgula indica o deslocamento da oração adverbial reduzida de gerúndio. c( ) No item III, as vírgulas, que são obrigatórias, indicam o deslocamento de orações

subordinadas adverbiais. d( ) No item IV, as vírgulas indicam o deslocamento de termos apositivos. e( ) No item V, a vírgula, que é facultativa, separa a oração subordinada adverbial causal da

principal. 5) Assinale a opção correta quanto ao emprego dos sinais de pontuação. a) Quando o rapaz saiu — já eram altas horas da noite — o diretor deu graças aos céus. b) Ele disse que agora, o mais importante, era pensar no futuro. c) O professor, apesar de meio louco, aparentemente muito conhecimento, possui. d) Depois de chegar ao poder, Vargas modernizou as estruturas do governo; criou o Ministério

do Trabalho; favoreceu o capital urbano; ampliou consideravelmente o papel do Estado na economia; projetou a industrialização do Brasil.

e) O professor, não, por autoritarismo contudo, mas, sim, por uma questão de disciplina administrativa, reprovou a turma inteira.

6) Julgue C ou E as seguintes frases quanto ao emprego dos sinais de pontuação. a( ) Iremos nós, e não eles à festa de aniversário de Rafael. b( ) Foram os políticos os responsáveis pelo desastre institucional. c( ) Entraram em luta feroz estudantes e policiais. d( ) O ministro convocou todos os homens, jovens e velhos, a participarem da luta contra a

agressão norte-americana. e( ) A diretora convocou os pais, professores e alunos, para uma reunião de apoio à greve. f( ) O barco, vazio, adentrou o cais. g( ) Vazio, o barco adentrou o cais. h( ) O barco entrou no cais vazio. i( ) O barco entrou, vazio, no cais. j( ) Sem rodeios, ele logo foi acusando os funcionários, reconhecidamente mal pagos, que

não se submeteriam às suas ordens. k( ) O presidente da empresa não tinha outra saída: ou demitia o funcionário, ou renunciava.

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7) (ESAF — ANALISTA) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos

controladores dos valores e princípios das empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários.

Assinale a opção que apresente pontuação igualmente correta para o período acima.

(A) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e

princípios das empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato, ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários.

(B) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e — mais ainda — a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários.

(C) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e — mais ainda —, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários.

(D) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas, e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato, ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários.

(E) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas, e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões, sobre aspectos tão sensíveis, como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários.

8) (ESAF — ANALISTA) Os itens abaixo compõem o texto ―Financiamento de campanhas

eleitorais: aspectos éticos‖. Julgue-os C ou E, quanto ao emprego dos sinais de pontuação.

a( ) Além dos aspectos legais, as empresas que decidirem participar do processo eleitoral

devem buscar procedimentos éticos na tomada de decisões relacionadas ao financiamento de candidatos e partidos políticos. Os controladores das empresas são, tradicionalmente, os responsáveis pela decisão de como os recursos devem ser distribuídos entre candidatos e partidos. Os sócios e colaboradores dificilmente são consultados, e muitas vezes o apoio reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas.

b( ) A consulta aos sócios e colaboradores sobre candidatos e partidos, que a empresa deve apoiar não implica, necessariamente, transformar a decisão desse apoio em algo coletivo. O simples fato de consultá-los, ajuda a criar um ambiente, socialmente, responsável nas empresas.

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c( ) Também é certo, por outro lado, que ao aumentarem a transparência do processo de tomada de decisões, as empresas adquirem o respeito das pessoas e comunidades que são impactadas por suas atividades e são gratificadas com o reconhecimento e o engajamento dos seus colaboradores e a preferência dos consumidores, em consonância com o conceito de responsabilidade social, o qual — é sempre bom lembrar — está se tornando cada vez mais fator de sucesso empresarial e abrindo novas perspectivas para a construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais justo.

d( ) Outra iniciativa, que pode ter grande impacto para os colaboradores, parceiros e sócios das empresas, é a promoção de debates sobre o processo eleitoral e o funcionamento e as atribuições das instâncias de poder em jogo nas eleições (Presidência da República, Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas). As empresas podem convidar candidatos, cientistas políticos, jornalistas e administradores públicos para a discussão de ideias, de propostas e de conceitos. Também podem incentivar debates políticos dentro da empresa, bem como trazer matérias sobre o tema em publicações internas. É importante desmistificar a ideia de que política é uma sujeira só, sem utilidade. Essa é uma forma de contribuir para aumentar a consciência política e a qualidade do voto dentro de toda a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores.

e( ) Esse procedimento ajuda a criar na sociedade ambiente ético e transparente, acentuando a democracia nas relações sociais e políticas. Além de consultar sócios, parceiros e colaboradores e de realizar debates as empresas podem também promover campanhas de esclarecimento dos seus colaboradores. Um conceito útil para ser adotado é o do voto consciente. Infelizmente, ainda hoje assistimos, no Brasil, a fenômenos que há muito deveriam ter sido excluídos da vida política nacional, como a compra de votos e a atitude de diversos candidatos, durante as campanhas eleitorais, de ―doar‖ cestas básicas e toda a sorte de brindes, em troca da promessa de voto dos eleitores. O conceito de voto consciente é justamente o contraponto dessas práticas, visando estabelecer critérios racionais que façam do voto um instrumento de cidadania.

(Instituto Ethos. A Responsabilidade Social

das Empresas no Processo Eleitoral. Disponível em: <www.ethos.org.br>. Itens adaptados.)

PONTUAÇÃO COM CONJUNÇÕES DESLOCADAS

Emprega-se vírgula para isolar as seguintes conjunções deslocadas: porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto, pois, portanto, logo.

a) Comprei o carro; não o quitei, porém. b) Ao longo dos anos, economizei muito. Tenho, portanto, condições de comprar o carro. c) Não pactua com a ordem; é, pois, uma rebelde. Há outras maneiras de pontuar esses períodos, quando aparecem essas conjunções: d) Comprei o carro, porém não o quitei. e) Ao longo dos anos, economizei muito, portanto tenho condições de comprar o carro. f) Não pactua com a ordem, pois é uma rebelde.

g) Comprei o carro. No entanto, não o quitei. h) Ao longo dos anos, economizei muito. Logo, tenho condições de comprar o carro. i) Não pactua com a ordem. Portanto, é uma rebelde.

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j) Comprei o carro; não o quitei, todavia. k) Ao longo dos anos, economizei muito; tenho, portanto, condições de comprar o carro. l) Não pactua com a ordem; é uma rebelde, pois.

TRAVESSÃO — sinal de pontuação empregado nas seguintes ocorrências:

1) indicar mudança de interlocutor:

— Bom dia, nhá Benta! — Bom dia, meu filho! — Vai precisar de mim, sinhá? — Preciso sempre, toda hora. M. Lobato

2) indicar a presença de oração intercalada ou interferente: aquela que, independente

sintaticamente, interrompe o discurso direto. Matei um homem — disse Mylia — na noite passada. 3) introduzir aposto, tipicamente explicativo: "Um mundo todo vivo tem grande força — a força de um inferno." C. Lispector ―Só existe um recurso — Deus.‖ 4) isolar palavras ou frases, com fim expressivo, enfático:

"A sua vista não ia além Dos quatro muros que a enclausuravam E ninguém via — ninguém, ninguém — Os meigos olhos que suspiravam." Manuel Bandeira

TRAVESSÃO — Exercícios Gerais

1) Julgue C ou E as estruturas abaixo quanto ao emprego dos sinais de pontuação. a( ) Quando eu era criança — já se passaram alguns bons anos — eu costumava ir à fazenda

dos meus avós nas Minas Gerais. b( ) Logo me apresentou à mulher, — uma estimável senhora — e à filha. c( ) Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, invencível, eternamente selvagem, a arte é a

superioridade humana — acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase.

d( ) — O que é isso, mãe? — É o seu presente de aniversário, minha filha. e( ) O grupo teatral — superelogiado pela imprensa — estava deixando o hotel esta manhã. f( ) Luiz Inácio — ex-presidente da República, não pode candidatar-se a uma nova eleição. g( ) Fiquei — disse ele, ironicamente — perfeitamente esclarecido.

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h( ) Não adianta investigar os parlamentares se a elite empresarial — que financia a corrupção —, fica assistindo às sessões da CPI pela televisão.

i( ) ―Collor é um bom rapaz, mas não aceitem atravessadores; se quiserem um malufista, votem em mim.‖

j( ) Ao longo dos dois últimos séculos de luta pela democracia, as tendências de esquerda podem ter-se colocado algumas vezes contra a liberdade política, mas têm sido sempre vanguardeiras das igualdades política e social.

k( ) Os pobres — dizem as Escrituras — possuirão os céus. 2) Julgue os itens seguintes com base no período abaixo.

―João é o melhor candidato: tem boa formação em Economia, tem experiência no cargo e não se envolve em negociatas.‖ a( ) No item acima, as afirmações ―tem boa formação em Economia, tem experiência no cargo

e não se envolve em negociatas‖ servem como argumentos a favor de uma mesma conclusão.

b( ) O período poderia ser reescrito, mantendo-se os sentidos e a direção argumentativa, da seguinte forma: João é o melhor candidato: além de ter boa formação em Economia, tem experiência no cargo e também não se envolve em negociatas.

c( ) É paráfrase gramaticalmente correta do período acima: João é o melhor candidato. A par de ter boa formação em Economia, também tem experiência no cargo; além disso, não se envolve em negociatas.

3) Julgue os itens abaixo, considerando o período:

―Nada incomodava mais aquela mulher do que a obesidade.‖ a( ) Trata-se de um período simples, constituído de apenas uma oração. b( ) O sujeito de ―incomodava‖ é simples: ―Nada‖, pronome indefinido empregado

substantivamente. c( ) O vocábulo ―mais‖ foi empregado como advérbio. d( ) O vocábulo ―aquela‖ é, no contexto apresentado, pronome adjetivo demonstrativo. e( ) O vocábulo ―obesidade‖ é derivado sufixal de obeso, pelo acréscimo da vogal de ligação

―i‖ e do sufixo ―-dade‖, formador de substantivos abstratos. 4) Em ―Procure manter o mesmo tipo de letra ao escrever a sua redação.‖, não há: a) tautologia. b) sujeito elidido. c) oração circunstancial. d) pronome empregado com valor adjetivo. e) perífrase verbal.

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GABARITO

REVISÃO GESTOR — Questões de Pontuação / pág. 34 1) a- C b- E c- C d- C e- C f- E g- E 2) E 3) B 4) a- E b- E c- E d- C e- E f- C g- E h- C i- C j- C k- C l- E m- C n- E o- C Analista de Finanças e Controle - pág. 38 1) D 2) Anulada 3) a- C b- C c- C d- C e- E f- C 4) a- C b- C c- E d- E e- E f- C g- C h- E i- C j- C k- E l- C m- C n- C o- E Observação: O erro havido nas letras ―d‖ e ―e‖ não decorre propriamente da pontuação, mas, sim, da construção das frases. A letra ―d‖ é ambígua por causa da posição do termo ―vazio‖, e não por razões de pontuação. A letra ―e‖ é ambígua por causa da construção da frase, e não por causa da pontuação. 5) C 6) a- concessão b- finalidade c- explicação d- conclusão e- condição 7) a- E b- C c- E d- C e- E 8) B 9) C 10) D 11) D 12) a- C b- E c- C d- C e- E f- E g- C 13) E 14) a- a b- com c- de d- sem prepos. e- em f- nas quais g- sem prepos. h- às

i- a j- a k- a l- sem prepos. m- a (ou sem prepos.) n- das quais o- sem prepos. p- sem prepos. q- de / sobre / a respeito de

15) a- a pauladas (loc. adverbial de modo) // b- à toa (loc. adverbial de modo) / pela avenida (loc. adverbial de lugar) // c- No início do século XX (loc. adverbial de tempo) // d- bastante (advérbio de intensidade) / da festa (loc. adverbial de lugar) / na casa do professor (loc. adverbial de lugar) // e- tão (advérbio de intensidade) / não (advérbio de negação) / que não consegui conter-me (oração subordinada adverbial consecutiva) // f- muito (advérbio de intensidade) / cedo (advérbio de tempo) / para arar a terra (oração subordinada adverbial final) / Ao fim do dia (loc. adverbial de tempo) // g- tão (advérbio de intensidade) / tarde (advérbio de tempo) / não (advérbio de negação) / ao seminário (loc. adverbial de lugar) / que não pude comparecer ao seminário (oração subordinada adverbial consecutiva) // h- Infelizmente (advérbio de opinião) / ainda (advérbio de tempo) / não (advérbio de negação)

Pontuação - pág. 51

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1) a- C b- C c- C d- C e- E 2) C 3) C 4) a- C b- C c- C d- E e- E 5) D 6) a- E b- C c- C d- C e- E f- C g- C h- E i- C j- C k- C 7) B 8) a- C b- E c- E d- C e- E Travessão - pág. 56 1) a- E b- E c- C d- C e- C f- E g- C h- E i- C j- C k- C 2) Todos os itens estão corretos. 3) a- E b- C c- C d- C e- C 4) E (Não há perífrase verbal, ou seja, não há locução verbal.)

Tem um personagem de Voltaire que um dia descobre, encantado, que falou em prosa toda a sua vida, sem saber. Estamos metidos em muito mais coisas do que nos damos conta. Pertencemos, simultaneamente, a vários sistemas que mal compreendemos, começando pelo nosso próprio corpo e terminando pelo sistema solar, que, por sua vez, faz parte de outro sistema ainda maior e mais incompreensível. Coisas espantosas acontecem conosco, a cada segundo, pelo simples fato de existirmos. Agora mesmo, enquanto escrevo — ou enquanto você lê —, fatos fantásticos e dramáticos se desenrolam dentro de nós. Células se reproduzem aos milhões. Bando de bactérias percorrem nossas vias interiores, procurando encrenca. Nossos sucos se encontram e se misturam em alquimias inacreditáveis. E giramos em torno do Sol, que, por sua vez, se desloca pelo espaço, em alta velocidade, cuspindo fogo. Não podemos pedir dispensa do Universo e de suas explosões por razões de consciência. Estamos todos na mesma louca aventura. Você, eu e o vizinho. E, ainda por cima, falamos em prosa.

Verissimo, Luis Fernando. Orgias. Porto Alegre, RS:

L&PM Editores, 1989, p.80-1 (Adaptado).

1) Com relação ao desenvolvimento das ideias do texto, assinale a opção correta. a) Para demonstrar a complexidade de sistemas a que os seres humanos pertencem,

o autor menciona o sistema menos compreensível, o corpo, e o mais compreensível, do qual faz parte o sistema solar.

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b) No último período do texto, o autor utiliza a expressão coloquial ―ainda por cima‖ (L.16) para incluir mais uma razão para a impossibilidade de desistirmos da ―louca aventura‖ (L.15).

c) Ao fazer um acréscimo por meio da oração ―ou enquanto você lê‖ (L.8), o autor do texto cria um paradoxo, visto que a expressão temporal enfática ―Agora mesmo‖ (L.8), cujo sentido é preciso, passa a ter não apenas uma, mas duas referências de tempo: o momento da escrita e o momento da leitura do texto.

d) Os fatos que ocorrem com os seres humanos a cada segundo são objetivamente descritos em linguagem denotativa e formal, excetuando-se o emprego do termo ―aos milhões‖ (L.9), que expressa ênfase resultante do exagero da significação linguística.

e) No período ―Coisas espantosas (...) existirmos‖ (L.6-7), o autor estabelece uma relação de causa e efeito em que a causa é inerente à própria existência humana, o que torna o efeito irreversível.

2) Assinale a opção que apresenta análise correta de aspecto gramatical do texto.

a) A forma de infinitivo flexionado ―existirmos‖ (L.7) poderia ser substituída pela forma não flexionada, dado que, antes dela, há a forma flexionada ―acontecem‖ (L.7).

b) Estaria igualmente correta a forma verbal ―percorre‖, em vez de ―percorrem‖ (L.10), visto que o verbo poderia concordar com o núcleo do sujeito da oração, expresso pelo vocábulo ―Bando‖ (L.10).

c) No segmento ―percorrem nossas vias interiores‖ (L.10), o termo ―nossas vias interiores‖ (L.10) expressa uma circunstância de lugar do verbo intransitivo ―percorrem‖.

d) Na oração ―e se misturam em alquimias inacreditáveis‖ (L.11), conforme faculta a regência, o complemento do verbo ―misturar‖ poderia ser introduzido pela preposição ―com‖.

e) Na oração ―Estamos todos na mesma louca aventura‖ (L.15), a forma verbal poderia ser Estão, porque, no texto, o pronome ―todos‖ corresponde a ―Você, eu e o vizinho‖ (L.15).

3) Assinale a opção correta a respeito do período ―Tem um personagem de Voltaire

que um dia descobre, encantado, que falou em prosa toda a sua vida, sem saber.‖

a) O sentido com que foi empregada a forma verbal ―Tem‖ possibilitaria, sem que houvesse alteração do sentido do período, a seguinte organização dos termos da primeira oração: Voltaire tem um personagem.

b) O termo ―de Voltaire‖ poderia ser substituído por ―criado por Voltaire‖, estrutura que, se tivesse sido escolhida pelo autor, deveria, obrigatoriamente, estar isolada por vírgulas.

c) O adjetivo ―encantado‖ poderia preceder o termo ―um dia‖, mas não sucedê-lo, porque esta colocação acarretaria ambiguidade.

d) A organização dos tempos verbais no período possibilitaria a substituição da forma verbal ―descobre‖ por ―descobrira‖.

e) A última oração, caso fosse empregado um conector para introduzi-la, seria estruturada da seguinte forma: porquanto não soubesse.

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RESUMO TEÓRICO

1 — PARADOXO / ANTÍTESE: figuras de linguagem a) Antítese: consiste no emprego de vocábulos opostos, antonímicos.

―Ela é tão rica, e eu, tão pobre, não vale a pena sonhar.‖

"Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se repulsam mutuamente. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada". Rui Barbosa

alto x baixo magro x gordo bonito x feio grande x pequeno

b) Paradoxo: consiste na aproximação de termos contraditórios entre si.

Em Brasília, vivemos sós na multidão. ―Escuto a música silenciosa de Peter Gast.‖ Caetano Veloso Joaquim é um rico pobre.

―O amor é o bem maior que existe em mim O amor é o bem maior O amor é o mal e o bem...‖ Francis Hime

2 — DENOTAÇÃO / CONOTAÇÃO 2.1 DENOTAÇÃO: sentido literal, dicionarizado; sentido ―primeiro‖ que a palavra assume no contexto; sentido objetivo, geral. 2.2 CONOTAÇÃO: sentido figurado, metafórico, translato; sentido afetivo, cultural, individual; sentido subjetivo. CAUSA / CONSEQUÊNCIA 3.1 CAUSA: motivo, razão que gera alguma consequência. 3.2 CONSEQUÊNCIA: resultado advindo de alguma causa. Não pude comparecer ao evento porque estava muito gripado. (consequência) (causa) Não pude comparecer ao evento por estar muito gripado. Não pude comparecer ao evento visto que estava muito gripado. Não pude comparecer ao evento em face de estar muito gripado. Expressões causais: porque, já que, visto que, na medida em que, visto como, uma vez que, dado que, que, desde que, etc.

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Expressões consecutivas: de modo que; (tão, tamanho, tanto) que. Antônio bebeu tanto, que mal conseguia ficar em pé. (causa) (consequência) Perceba as noções de causa e consequência no exemplo abaixo:

Ao se desesperar num congestionamento em São Paulo, daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica. São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o congestionamento — o que leva técnicos a preverem como inevitável a implantação de perigos. Folha de S.Paulo, 1.º/10/2000.

Causas = porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô / Como cresce dia a dia o número de veículos Consequências = São Paulo só chegou a esse caos / a tendência é piorar ainda mais o congestionamento 4 — INFINITIVO FLEXIONADO / NÃO FLEXIONADO NAS ORAÇÕES ADVERBIAIS FINAIS: para que, a fim de que, porque (= para que), que, com o fito de, com a finalidade de, etc. Quando o verbo no infinitivo (-r) tiver o mesmo sujeito (no plural) que o verbo da oração principal, o infinitivo terá concordância facultativa: Os alunos entraram na sala de aula para fazer / fazerem as provas bimensais. Para fazer / fazerem as provas bimensais, os alunos entraram na sala de aula. Srs. Deputados, dirijam-se ao plenário para votar / votarem. Para votar / votarem, os deputados dirigiram-se ao plenário. 5 — A maioria de, o grosso de, a turma de... + expressão no plural = verbo no plural ou no singular: A maioria dos juízes ainda não se manifestou / se manifestaram a respeito do julgamento do réu. Uma turma de moleques acompanhava / acompanhavam o Rubião. Mas: A maioria ainda não se manifestou a respeito do julgamento do réu. Uma turma acompanhava o Rubião.

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6 — EXPRESSÕES CIRCUNSTANCIAIS: são indicadas tipicamente por advérbios, locuções adverbiais e orações subordinadas adverbiais. Indicam ideia de lugar, modo, tempo, causa, finalidade, intensidade, comparação, proporção, conformidade, etc. Moro em Brasília faz anos. O termo ―em Brasília‖ é uma expressão circunstancial porque foi empregado como adjunto adverbial de lugar. A oração ―faz anos‖ também tem emprego circunstancial, porque foi empregada como oração subordinada adverbial temporal. Outros exemplos: O cachorro morreu de frio, na semana passada, nas proximidades do Lago Paranoá. de frio = adjunto adverbial de causa na semana passada = adjunto adverbial de tempo nas proximidades do Lago Paranoá = adjunto adverbial de lugar

As famílias brasileiras nunca estiveram tão endividadas quanto no fim do

primeiro trimestre deste ano. De acordo com o Banco Central, o índice de

endividamento subiu de 43,79% para 43,99% em março. Isso significa que as famílias

devem às instituições financeiras quase a metade do que ganham durante o ano. O

endividamento chegou ao maior nível desde que a autoridade monetária começou a

registrar os dados, em 2005. Naquela época, as famílias tinham um endividamento de

18,39% da renda bruta anual. tão = adjunto adverbial de intensidade no fim do primeiro trimestre deste ano = adjunto adverbial de tempo De acordo com o Banco Central = adjunto adverbial de conformidade em março = adjunto adverbial de tempo durante o ano = adjunto adverbial de tempo ao maior nível = adjunto adverbial de referência desde que a autoridade monetária começou a registrar os dados = oração subordinada adverbial temporal em 2005 = adjunto adverbial de tempo Naquela época = adjunto adverbial de tempo 7 — O VERBO ―TER‖ É considerado coloquial (informal) o emprego do verbo ―ter‖ no sentido de ―existir‖: Tinha muita gente na palestra. = coloquial Tem gente no banheiro? = coloquial Emprego formal, culto, do verbo ―ter‖: Tenho dois filhos e sete sobrinhos. (Ter = possuir)

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Temos trabalhado muito nos últimos meses. (Ter trabalhado = Haver trabalhado) Eu tinha estudado muito para passar no vestibular. (tinha / havia estudado) 8 — PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO (do indicativo) Normalmente, indica uma ação passada a outra também passada. Quando cheguei a casa, toda a minha família já almoçara. (= tinha almoçado)

cheguei = pretérito perfeito do indicativo almoçara = pretérito mais-que-perfeito do indicativo Antes de o chefe ter-me pedido que eu registrasse o assunto na ata, eu já o fizera. (Eu registrara o assunto na ata antes de o chefe ter-me pedido.)