orientaÇÃo

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  • 5/26/2018 ORIENTA O

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    ORIENTAO

    Em puridade de verdade; e quem viu nunca tal coisa? No meio de Minas Gerais, um joovagante, no p-rapar, fulano-da-china vindo, vivido, ido automaticamente lem!rado" #udo ca!e no glo!o" $o%inhava, e mais,na casa do &r" &a'rell, engenheiro da $entral"

    (em ca!aia, sem ra!icho, seco de corpo, com!inava virtudes com m)nima m)mica; ca!e*a rapada,!ochechas, o rosto plenilunar" #rastejava, de sol-nascente a vice-versa, srio sorrisoteiro, contra rumor ou confuso,por e+celncia de tcnica" ara si e+igia apenas, ap.s o almo*o, uma hora de repouso, no quarto" /Joaquim vaifumar"""0 cigarros, no .pio; o que pouco e+plicava"

    Nome e homem" Nome muito em!ara*ado1 2ao #sing-3ao facilitado para 4oaquim" 5uim, pois" (6!io

    como o sal no saleiro, !em inclinado" olvilhava de mais alma as maneiras, sem pressa, com velocidade" (a!iapensar de-!anda? &ele a gente gostava" 7 chins tem outro modo de ter cara"&r" &a'rell partiu e dei+ou-o a %elar o s)tio da Estrada" #renhoso, formigo, #sing-3ao prosperou, teve e

    fe% sua ch6cara pessoal1 o chel6, a!ado circunfle+o, entre leste-oeste-este !am!us, 6rvores, cores, vergel dea!.!oras, a curva idia de um riacho" Morava, porm, era onde em si, no cujo ca!er de um caramujo, ensinado aser, sua p.lvora !em inventada"

    8irara o (e9 5uim, no redor rural" : mourejar ou a !i%arrir, indevassava-se, sem apoquenturas1 solveisas dificuldades em sua pondera*o e apra%er-se" (entava-se, para decorar o chinfrim de p6ssaros ou entender o povo

    passar" #ra*ava as pernas" Esperar um acoca, mascava lavadeira respondedora, a

    amada, por apelido ita ola 3ola ou 3ita, conforme ele sila!ava, s. num cacarejo de f, lu%entes os olhos deponto-e-v)rgula" @eia, de se ter pena de seu espelho" #o feia, com fossas nasais" Mas, havido o de haver"$heiraram-se e gostaram-se"

    &e que com um chins, a ola no teve escrpulo, fora ele de laia e igualha pela pingue cordura e

    fa*ate%, a parecen*a com ningum" 5uim olhava os ps dela, no humilde mas mel.dico" Mas o amor assimpertencia a outra espcie de fen9menos? (eu amor e as matrias intermedi6rias" 7 mundo do rio no o mundo daponte"

    2ao amante, o primeiro efeito foi ita ola semelhar mesmo 3ola-a-3ita desenhada por seus olhares" :gente achava-a de melhor parecer, seno formosura" #omava porcelana; terracota, ao menos; ou recortada em foscomarfim, mudada de cpula a fundo" No que o chino imprimira m6gica vital, < viva vista1 ela, um angu grosso emforma de pudim" (erviam os dois ao mistrio?

    7ra, casaram-se" $om festa, a comedida comdia1 noivo e noiva e !olo" 7 par o compimpo til no i,pingo no a, o que de am!os, parecidos como uma rapadura um uma escada" Ele, gravata no pesco*o, aos pimpolinsde gato, feli% como um assovio" Ela, pompososa, ovante feito galinha que p9s" (. no se davam o !ra*o" No queno, o mundo no movendo-se, em sua v6lida intradu%i!ilidade"

    Nem se sou!e o que se passaram, depois, nesse rio-acima" 3olalita dona-de-casa, de panelas, leque e!adulaques, num oco" 5uim, o novo-casado, de mesuras sem cura, com esquisitAncias e coisinhique%as, lun6tico-de-mel, ainda mais feli%quim" &eu a ela um quimo de !aeta, len*o !ordado, pe*a de seda, os chinelinhos de pano"

    #udo em p. de a*car, ou mel-e-a*car, mimo macio o de valor l)rico e pr6tico" Ensinava-lheliqueliques, refinices que piqueniques e jardins so das mais necess6rias inven*Bes? Nada de novo" Mas ola-a-ita achava que o que h6 de mais humano a gente se sentar numa cadeira" 7 amor !reve ou longo, como a arte ea vida"

    &e ve%, desderam-se, o caso no sucedeu !em" 7 silncio p9de mais que eles" 7u a sovinice da vida, asine+atidBes do concreto imediato, o mau-h6lito da realidade"

    ita a ola se assustou, revirando atr6s" #irou-se de 5uim, pa%palha*o, o drago desengendrado" &esertoudele"discutiam, antes am!os de c.coras; aquela conversa*o to fa!ulosa" E nunca h6 fim, de patacoada ehip.tese"

    ola, como ita, malsinava-o, dos chum!os de seu pensamento, de coisa qual coisa" $hamou-o de pago"&i%ia1 - /No sou escrava!0 &isse1 - /No sou nenhuma mulher-da-vida...0 &i%endo1 - /No sou santa de se pr emaltar"0 &e s)nteses no cuidava"

    8ai e vem que, 5uim, mandarim, menos til pronunciou-se1 - /Sim, sim, sei"""0 um o!tempero" Mais o1/Ts, ts, ts"""0 pataratesco; parecia !rincar de piscar, para uma !oa compreenso de nada" @alar, qualquer palavra

    que seja, uma !rutalidade? #udo tomara j6 consigo; e no era aca!runh6vel" ()nico, sutil%inho, dei+ou-lhe ach6cara, por polide%, com %um!aia" &esapareceu suficientemente aonde vo as moscas en+otadas e as msicasouvidas" #ivessem-no como degolado"

    ita-a-ola, em tanto em quanto, apesar de si, mudara, mudava-se"nele no falava; muito demais" /Deque anda que aquela terra ser"#0 :pontou-se-lhe, em esmo alg!rico, o rumo do 5uim chim, 2ao o ausente, daE+trema-Csia, de onde oriundo1 ali vivem de arro% e sa!em salamaleques"

    :prendia ela a parar calada levemente, no s.!rio e ciente, e s. rir" 7ra quitava-se com peneiradinhasl6grimas, num manso no se quei+ar sem fim" (ua pele, at, com refle+os de a*afro" / Tivesse tido um filho...0 ao peito as palmas das mos"

    7utrDalgo rece!era, porm, tico e nico1 como gorgulho no gro, gro de fermento, fino de !ssola, ummecanismo de conscincia ou c.cega" :ndava agora a 3ola 3ita com passo enfeitadinho, emendado, reto,

    proprinhos p e p"

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