ÓrgÃo mensal de divulgaÇÃo espÍrita para todo o...

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • DEZEMBRO DE 2017 • ANO 5 • Nº 51 • 15.000 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP. Façamos algo, no soerguimento do bem. Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo. Página 8 E o Natal? Jesus a luz do mundo! Foto: http://cdn.cnn.com/cnnnext/dam/assets/170120143757-finding-jesus-bg-2-super-169.jpg Presença, grandeza, bondade e sabedoria. Veja vários destaques nesta edição.

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • DEZEMBRO DE 2017 • ANO 5 • Nº 51 • 15.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITAwww.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTELCx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.

Façamos algo, no soerguimento do bem. Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo.

Página 8

E o Natal?

Jesusa luz do mundo!

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Presença, grandeza, bondade e sabedoria.Veja vários destaques nesta edição.

Dezembro de 2017 PÁGINA 2

Editorial

Dezembro que traz 2018

A suavidade de dezem-bro, trazida pela lem-brança do amor ver-

dadeiro – ainda que em data simbólica e mesmo o apelo comercial próprio –, lança no ar novo alento diante dos imensos desa� os da atualidade.

As efemérides espíritas do mês são intensas e sugerimos ao leitor pesquisar na net para entusiasmar-se com a motivação das datas históricas.

E rapidamente estaremos em janeiro de 2018, ano que abre outras importantes lembranças históricos espíritas: 150 anos de lançamento do livro A Gênese (6 de janeiro de 1868), 150 anos de nascimento de Cairbar Schutel (22 de setembro de 1868) – que será motivação para o EAC 2018; 160 anos de fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (a primeira do mundo, em abril de 1858); 160 anos de lançamento da Revista Espírita (janeiro de 1858).

Trabalho abençoado aguar-da o esforço de todos nós, seja pela grandeza do conhecimento espírita, seja pela oportunidade que o trabalho oferece. Mãos à obra, pois.

Feliz Natal a todos, com a gratidão de todos nós pela par-ceria e apoio. r

O anjo das criançasTexto está na Revista Espírita.

Transcrito da edição de abril de 1860

Meu nome é Micael. Sou um dos espíritos desig-nados para a guarda das

crianças. Que suave missão! E que felicidade proporciona à alma! A guarda das crianças? perguntareis. Mas elas não têm suas mães, bons anjos designados para essa guarda? E por que ainda é necessário um Espírito para delas se ocupar? Mas não pensais nas que não têm mais essa boa mãe? Não as há, e muitas? E a mãe, ela mesma, por vezes não necessita de ajuda? Quem a desper-ta em meio ao seu primeiro sono? Quem a faz pressentir o perigo, inventar o alívio quando o mal é grave? Nós, sempre nós. Nós, que desviamos a criança do barranco, para onde corre traquinas; que dela afastamos os animais perigosos e

que afastamos o fogo que poderia misturar-se aos seus cabelos louros. Nossa missão é suave! Somos ainda nós que lhes inspiramos a compai-xão pelo pobre, a doçura, a bondade. Nenhuma, mesmo das piores, po-deria perturbar-nos. Há sempre um instante no qual seu coraçãozinho se abre para nós. Quantos de vós admirar-se-ão desta missão. Mas não dizeis sempre que há um Deus para as crianças, sobretudo para as crianças pobres? (...) há (...) anjos, amigos. Como poderíeis explicar de outro modo esses salvamentos miraculosos? Há ainda muitos outros poderes, de cuja existência nem mesmo suspeitais. Há o Es-pírito das � ores, dos perfumes; há mil e um outros, cujas missões mais ou menos elevadas vos pareceriam

deliciosas e invejáveis, após vossa dura vida de provas. Eu os convi-darei a virem ao vosso meio. Neste momento sou recompensada por uma vida inteiramente dedicada às crianças. Casada jovem com um homem que tinha muitas, não tive a felicidade de ter as minhas pró-prias. Inteiramente devotada a elas, Deus, o bom e soberano Senhor, concedeu-me ser ainda guarda das crianças. Suave e santa missão! eu o repito, e cuja plena e� cácia as mães aqui presentes não poderiam negar. Adeus, vou à cabeceira dos meus pequenos protegidos. A hora do sono é a minha hora, e é preciso que visite todas essas lindas pálpebras fechadas. O bom anjo que vela por elas, sabei-o, não é uma alegoria, mas uma verdade. r

Dezembro lembra WallaceConhecido autor nasceu em 1924, no dia 11 de dezembro.

Transcrição parcial do site www.feparana.com.br

Nascido em Divisa (ES), Wallace Leal Valentin Rodrigues foi para Ara-

raquara, SP com a família, na década de 30. Estudou Ciências Econômicas em Ribeirão Preto, e ofereceu grande contribuição à cultura de Araraquara nas décadas de 1950 a 1960.

Foi ator e diretor de teatro, di-retor de cinema, escritor, jornalista e tradutor.

Wallace se destacou como Re-dator-Chefe do jornal O Clarim

e da Revista Internacional de Es-piritismo, fundados por Cairbar Schutel, Wallace foi levado para a editora, em 1964, pelas mãos do sr. José da Cunha, outro gigante que durante muitos anos sustentou a chama acesa por Schutel.

Considerado pela crítica espe-cializada como uma das pessoas mais cultas dos em nosso país, aos 62 anos, Wallace teve seu estado de saúde comprometido e desencarnou a 13 de setembro de 1988. r

Dezembro de 2017PÁGINA 3

pois a escola atual, chamada de conservadora, tradicional, ban-cária etc, não está mais servindo, bastando, para essa constatação, veri� car o alto índice de violên-cia nas escolas, os 24 milhões de analfabetos funcionais e outros dados que demonstram a falência dessa escola.

Está na hora de uma escola dinâmica, criativa, humanizada, que seja uma segunda família para os educandos, que não � que ape-nas na transmissão de conteúdos curriculares, mas que também se preocupe com o desenvolvimento

moral das crianças e jovens, em parceria com a família e a comu-nidade em seu entorno.

Exemplo clássico dessa escola inovadora está lá no inicio do século 19, isso mesmo, na Suíça, que foi o Instituto de Yverdon, fundado e dirigido pelo educador Pestalozzi. Mas também temos exemplos clássicos na primeira metade do século 20, com a cha-mada Escola Nova, com educa-dores da excelência de Freinet, na França, entre outros. E aqui no Brasil não podemos deixar de citar Anísio Teixeira com sua Escola Parque, e Darcy Ribeiro, com o projeto do CIEP – Centro Integrado de Educação Popular.

E por que não inovar?Há uma nova dinâmica a implantar.

Marcus De [email protected]

“Está na hora de uma escola dinâmica, criativa, humanizada, que seja uma segunda família para os educandos, que não fique apenas na transmissão de conteúdos curriculares, mas que também se pre-ocupe com o desenvolvi-mento moral das crianças e jovens, em parceria com a família e a comunidade em seu entorno.

Receba gratuitamente o Pro-jeto Educação do Espírito. Basta solicitá-lo enviando e-mail para [email protected].

Para a evangelização espírita

Você já ouviu falar do Projeto Âncora? Sabe alguma coisa sobre a

Escola do Sentimento? Já assistiu algum vídeo da Escola Amorim Lima? E do projeto da Escola Vila Verde, lá de Alto Paraíso de

Goiás? Sabe que existe a Escola Interativa, em Ribeirão Preto? Já acompanhou nas redes sociais o Conhecer, de Leopoldina, MG? Está sabendo que o Ministério da Educação – MEC, em 2015, reconheceu 178 organizações educacionais brasileiras como

modelo em inovação e criativi-dade na educação básica?

Antigamente essas escolas inovadoras eram classificadas e conhecidas como escolas ex-perimentais, e vistas um tanto quanto com descon� ança, pelas

suas novidades estranhas no processo de ensino. Hoje não é mais assim. Elas representam, com fundamentação pedagógica e metodologias bem estruturadas, um novo caminho na educação escolar, aliás, sem medo de errar, o caminho que o ensino deve tomar,

Poderíamos citar muitas outras escolas inovadoras e seus educa-dores, mas não estamos aqui para um esforço histórico, e sim para alertar pais e professores quanto à necessidade de revermos a escola, o processo de ensino e a � loso� a da educação. Precisamos descons-truir ideias e ações para reconstruir a escola, para que ela atenda os anseios das novas gerações, e da necessidade de transformação moral da humanidade.

O Espiritismo tem um papel de muita importância nesse contexto, pois ele vai muito além das paredes do centro espírita. É doutrina � lo-só� ca com bases cientí� cas e con-sequências morais de alto alcance, tanto para os indivíduos quanto para as coletividades. E Allan Kardec, o codi� cador da doutrina espírita, foi pedagogo e dirigiu igualmente uma escola inovadora na Paris, cidade luz, da metade do século 19: o Instituto Rivail, que utilizava o método pestalozziano de ensino.

Muitos dos nossos leitores po-dem estar pensando que descons-truir, renovar, inovar, humanizar, dá muito trabalho, mas esse é o caminho, e quanto mais tempo adiarmos essa tarefa, mas a socie-dade humana irá se enredar no egoísmo e no materialismo.

Não esqueçamos que somos discípulos de Jesus, e sua ação no mundo foi transformadora, desafiadora para nos entregar o Evangelho. E não podia ser dife-rente, pois ele é o guia e modelo da humanidade, é o Mestre por excelência, e não podia � car estag-nado nos padrões culturais de sua época, assim como não podemos � car em nossa “zona de conforto”, assistindo o tempo passar.

Pensemos nisso. E façamos ações para renovar nossas escolas, inclusive as de evangelização espí-rita, indo ao encontro, mais rapi-damente, do tão sonhado e falado mundo de regeneração. r

Novas edições dos meus livros É Preciso Amar, e Alma e Corpo – Caminhos da Sexualidade, estão saindo pela Pillares Editora. Ad-quira em www,almadolivro.com.

Novas reedições

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Quando vaidosos, invigilantes...Adeptos demasiado entusiastas são mais perniciosos que adversários do Espiritismo.

J. Herculano Pires*

Sábias e oportunas respostasDestacamos duas respostas do escritor Mário Frigéri sobre o Sermão do Monte.

Transcrição parcial de entrevista inédita de www.oconsolador.com.br

“(...) Não é através de pretensas revelações mediúnicas de es-píritos e médiuns invigilantes

e vaidosos, nem de percepções de videntes convencidos de suposta investidura missionária, e muito menos de reformas idealizadas por cientistas improvisados, que revelam ignorar o próprio sentido da doutrina, que se fará o progresso do Espiritismo. Esse progresso só

será possível depois que os adeptos sensatos consigam compreender a posição do Espiritismo no pano-rama geral da Cultura. Os adeptos demasiado entusiastas, como adver-tiu Kardec, são mais perniciosos ao Espiritismo do que os seus adversá-rios. Estão sujeitos a cair facilmente nas armadilhas da sua própria vaidade e des� gurar a doutrina com proposições ridicularizante. Preci-samos acordar para esta desoladora verdade: o Espiritismo é ainda o Grande Desconhecido, até mesmo dos espíritas que pensam havê-lo

dominado completamente. Por isso, os espíritas dotados de humildade su� ciente para reconhecer a sua in-competência espiritual e intelectual para tanto, servem melhor à doutri-na e a preservam das deturpações dos vigilantes. O Espiritismo é o alicerce de uma nova Civilização, a plataforma das futuras conquis-tas da Humanidade. Precisamos estudá-lo com o respeito devido

às obras-primas do saber humano, todas elas sempre orientadas por gênios da cultura, sob a assistência constante dos Espíritos Superiores que velam pela evolução planetária. Quem se julga capaz de reformular uma dessas obras acaba sempre cometendo uma profanação. Trate-mos de aprofundar o nosso precário conhecimento Espírita e nunca nos atreveremos a profanar a obra genial de Allan Kardec.”

*Trecho parcial da Apresentação feita por Herculano no livro A Gê-nese, edição da LAKE. r

4 – Como tornar prático o uso das bem-aventuranças?

R – Quando o lavrador vê a lavoura tomada pelo mato, ele, se quiser salvá-la, só tem uma alternativa, composta por dois elementos: enxada com trabalho duro. A di� culdade em praticar o Evangelho é diretamente propor-cional à propagação do carrapicho. O Evangelho é a enxada, nossos bons sentimentos são a planta, e os sentimentos maus são a praga. Façamos das bem-aventuranças nossa ferramenta de carpa e em pouco tempo a plantação estará limpa e � orescente. Mas quem não quiser capinar, tem todo o direito de cruzar os braços. (...)

13 – No Espiritismo, como transformar o precioso Sermão do Monte em roteiro prático de paz e serenidade?

R – A questão embutida em sua pergunta é muito grave. A ferramenta é ótima, a obra é boa, o público é numeroso, mas o ope-rário que maneja a ferramenta, embora perfectível, a� gura-se-nos ainda inábil em parte, necessitando de mais traquejo, burilamento e conscientização. Ouçamos o padre Antônio Vieira no “Sermão da Sexagésima”, falando, porém, em tese, para não melindrar nossos esforçados semeadores. Pergunta Vieira: Por que João Batista con-vertia tantos pecadores? Porque enquanto as suas palavras prega-vam aos ouvidos, os seus exemplos pregavam aos olhos. A palavra do Batista pregava penitência, e sua

presença era o retrato vivo da peni-tência. Pregava jejum, e seu aspecto dizia que ele vivia de gafanhotos e mel silvestre. Pregava contra a soberba e a vaidade, e seu corpo era vestido de peles de camelo e cilício. Pregava retiros do mundo, e seu aspecto era o de quem vivia numa cova. Se os ouvintes ouvem uma coisa e veem outra, como se hão de converter? Se quando percebem os nossos conceitos, têm diante dos olhos as nossas manchas, como hão de conceber virtudes? Se a minha vida é apologia contra a minha doutrina, se as minhas palavras vão já refutadas nas minhas obras, se uma coisa é o semeador e outra o que semeia, como se há de fazer fruto? E encerra seu Sermão com esta apóstrofe irretorquível: Seme-adores do Evangelho, eis aqui o que devemos pretender nos nossos sermões: não que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si; que não lhes pareçam bem os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, os seus pas-satempos, as suas ambições, e en� m, todos os seus pecados. r

“A dificuldade em pra-ticar o Evangelho é direta-mente proporcional à pro-pagação do carrapicho. O Evangelho é a enxada, nossos bons sentimentos são a planta, e os senti-mentos maus são a praga.

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Excelência em psiquiatriaHospital é modelo para o país e completa 80 anos.

Orson Peter [email protected]

Entrevistamos o Presidente do Conselho Diretor da Fundação Espírita Américo

Bairral, Alberto Luis de Mello Rosatto, em Itapira (SP), notável instituição hospitalar psiquiátrica que completa 80 anos de funda-ção em 2017. São 824 leitos, 150 funcionários, num grande com-plexo. O texto integral foi origi-nariamente publicado pela revista eletrônica O Consolador – www.oconsolador.com.br (edição 528,

de 06/08/17). Aqui reproduzimos trechos parciais.

1. Quando foi fundado o Bairral?A fundação o� cial do Hospital

data de 31 de dezembro de 1937, quando foi aprovado o primeiro estatuto. (...) São considerados fun-dadores o senhor Onofre Batista e

sua esposa, dona Gracinda Batista, tendo sido eles os doadores do imóvel que possibilitou a criação do hospital como uma Fundação. (...)

2. E como surgiu a ideia de sua fundação?

Surgiu da necessidade de acolher os doentes mentais que até então eram simplesmente jogados nas cadeias públicas ou con� nados em porões das Santas Casas. Movidos pelo sentimento de caridade pre-

conizado pela Doutrina Espírita, Américo Bairral e seus companhei-ros tiveram a ideia de se fundar um hospital para tratar dessas pessoas

 3. Quem foi Bairral?Américo Bairral era funcionário

público, lotado na Coletoria Fede-ral de Itapira e era um destacado

líder espírita. Fundou o Centro Espírita Luiz Gonzaga e uma instituição que hoje é a Casa de Repouso Allan Kardec, destinada ao acolhimento de idosos. Contudo, desencarnou antes de conseguir realizar o seu sonho de fundar o hospital, ou o Sanatório, como eram então chamados os hospitais psiquiátricos. Seu companheiros é que levaram adiante a ideia e aí está o Bairral hoje, um grande e respeitado hospital.

(...)

5. Nos alcance dos 80 anos da instituição, o que pode ser destacado?

(...) Partindo das duas peque-nas casas do início, chegou a esse complexo hospitalar sem igual no país e, provavelmente, em toda a América Latina. (...) é de se des-tacar a sua evolução técnica nos últimos anos, com investimento pesados no aperfeiçoamento do nosso corpo de pro� ssionais (...). Todo esse esforço culminou com a implantação do programa de Residência Médica, para formação de médicos psiquiatras, hoje reco-nhecida como uma das melhores do país. Outro ponto a destacar é a recente implantação do aten-dimento em Psiquiatria Infantil,

com um projeto de diagnóstico e terapia inovadores e, provavelmen-te, único no Brasil

(...)

7. Das conquistas em anda-mento, qual se sobressai no mo-mento da instituição?

Creio que é a Psiquiatria Infantil. Trata-se de uma iniciativa pioneira, pelo menos nos níveis de qualidade que estamos implantando, e muito importante, pois é patente que muitos transtornos mentais futuros poderão ser evitados se houver uma intervenção adequada nas primeiras manifestações dos sintomas.

(...)

9. Algo que gostaria de destacar em especial?

Gostaria de destacar que é extremamente gratificante para todos nós diretores a oportuni-dade de serviço que nos tem sido oferecida, permitindo-nos fazer parte da história dessa instituição modelar que é o Instituto Bairral de Psiquiatria. O que representa motivo de um certo “orgulho” e, ao mesmo tempo, o desafio de legar aos nossos sucessores um hospital tão bom ou melhor do que o que recebemos dos nos-sos antecessores. (...) r

Há mais de dez anos a cidade de Matão se movimenta, por iniciativa e organização da Casa da Sopa (instituição que agrega operosa equipe para distribuição de sopa aos sábados), para a conhecida Cam-panha de Natal, com a entrega de sacolas para crianças com o nome “Posso fazer uma criança feliz”.

A sacola contém escova e pasta de dente, sabonete, roupa, calçado, brinquedo, doces e algo mais que o coração do doador desejar. As

13ª Campanha de Natal Casa da Sopa

sacolas trazem o nome e idade da criança – inclusive com a numera-ção da roupa e calçado – para faci-litar a aquisição, mediante prévio cadastro das famílias atendidas.

O evento, no dia 17 de de-zembro, terá a presença de Fer-nando Arrobas.

As sacolas com tais conteúdos devem ser entregues até o dia 12 de dezembro, na Rua Enzo Castelani, 1.785. Informações pelo telefone: (16) 3384 3659.

Dezembro de 2017 PÁGINA 6

Quer presentear com sensibilidade no Natal?Livro, presente de amigo! Livro espírita, presente de irmão!

Dezembro de 2017PÁGINA 7

Não há dúvida que presentear com livro é um elogio. Presentear com livros espíritas é semeadura de paz e harmonia no coração humano diante do difícil momento da humanidade. Considerando a grandeza da Doutrina Espírita, a lucidez de seus postulados e es-

pecialmente os frutos de paz em favor da convivência e da realidade íntima individual, selecionamos algumas opções como sugestão de presente no Natal, levando ao mesmo tempo conhecimento e alegria aos seus amigos e familiares.

Dezembro de 2017 PÁGINA 8

Algo por eles, neste Natal!Façamos algo por eles, os nossos irmãos que ignoram ou que não querem aceitar os benefícios da serenidade e da esperança.

Transcrição integral do site www.momento.com.br

Natal é tempo de pensar nos outros. Vemos o quanto é bom compartilhar, dividir

e trocar o eu pelo nós.Natal é tempo de lavar a psico-

fera do mundo.Parece que ao longo dos meses

do ano respiramos um ar pesado, difícil. Os pensamentos quase sempre estão em complicações, in-dignações, revoltas e tristezas várias.

O mundo anda tenso, inseguro, pessimista.

O Natal é a chance de quebrar-mos isso, trazendo a � gura de Jesus de volta para nossos corações.

Recordar aquele nascimento tão cheio de esperança, de docilidade e delicadeza que tantas vezes repre-sentamos nos palcos da Terra.

Parece que Ele nasce todos os anos... E isso nos acalma...

Enxerguemos cada Natal como esta chance de recomeçar, de renascer do Espírito, sem medo, sem traumas, com energias e vontade renovadas.

Nada de reclamações, nada de pessimismo, nada de palavras que mais nos afundam do que nos salvam.

Seriedade, sim. Compromisso com o bem, sempre. Porém, não deixemos que esses ares tão cheios de alegria se percam ao longo dos próximos meses.

Não esqueçamos de manter esse laço sempre apertado, o laço entre nós e o Criador, através da prece.

Conversemos sobre nós, façamos nosso balanço, agradeçamos, re� ita-mos. Peçamos algo, se achar que de-vemos, mas peçamos com sabedoria.

Não deixemos de orar pelo mun-do e por aqueles que sofrem, pelos menos esclarecidos, pelos que caem, pelos que ainda não despertaram.

Jesus estará renascendo para eles também.

***Compadeçamo-nos de todos

aqueles que não podem ou não sabem esperar. Eles estão em toda parte...

Quase sempre são vítimas da in-quietação e do medo.

São casais que não se toleram nas primeiras rusgas do matrimônio e des-fazem a união em que se compromis-saram, abraçando riscos pelos quais, em muitas circunstâncias, cedo se encaminham para sofrimento maior.

São mães que rejeitam os f ilhos que carregam no seio, entregando-se à prática do aborto, recusando a pre-sença de criaturas que se lhes fariam instrumentos de redenção e reconforto no futuro, caindo, às vezes, em largas faixas de doença ou desequilíbrio.

São amigos doentes ou desesperados que se rebelam contra os supostos desgos-

tos da vida e se inclinam para o suicídio, destruindo os recursos e oportunidades que transportariam para a conquista da vitória e da paz em si mesmos.

São jovens, famintos de liberdade e prazer que, impedidos naturalmente do acesso a satisfações imediatas, se entregam ao abuso dos alucinógenos, estragando as faculdades com que o tempo os auxiliaria na construção da felicidade futura.

Neste Natal, façamos algo por eles, os nossos irmãos que ignoram ou que não querem aceitar os benefícios da serenidade e da esperança.

Pronunciemos algumas frases de otimismo e encorajamento.

Escrevamos algum bilhete que os reanime para a bênção de viver e servir.

Estendamos simpatia em algum gesto espontâneo de gentileza.

Não nos declaremos sem possi-bilidade de contribuir, nem digamos que temos todas as horas tomadas por encargos e serviços dos quais não nos podemos distanciar.

Façamos algo, no soerguimento do bem.

Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo. r

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Algo por eles, do livro Deus aguar-da, pelo Espírito Meimei, psicogra� a de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM. Em 6.12.2016.

Trecho parcial de livro de Sandra Borba e Cláudia Farache Lemos*:

“(...) Não basta conhecer. O co-nhecimento se converte em saberes quando atinge a aplicação ou se reduz a mera informação. (...) Acom-panhado o processo de formação que Jesus proporcionou aos seus discí-pulos, constatamos que o Mestre identi� cou certos saberes e fazeres necessários para a realização da tarefa de evangelização. (...). Para o desempenho de tão complexa tarefa os discípulos foram preparados pelo

Saberes necessários Senhor, dia após dia, com ensinos,

exemplos e a própria ação � uídica do Mestre, (...).Da mesma forma, todos os que desejamos atender à determinação de Jesus, (...) necessi-tamos igualmente de formação, de construção de uma identidade cristã, construção essa que exige certos saberes e fazeres que nos caracteri-zem como verdadeiros discípulos e servidores � éis do Cristo (...)”*livro: Saberes Necessários à tarefa de Evangelização Infantojuvenil, edição FEP, págs.44/45, 1ª. Edição.

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Dezembro de 2017PÁGINA 9

Nem todo espiritualista é espíritaTema abre interessante perspectiva de análise.

Rogério [email protected]

A sobrevivência da alma sempre foi atestada em nossa história, porquan-

to, médiuns sempre os houve, em consequência, “aquilo” que sobrevivia à chamada morte, não se sabendo exatamente o que era, a todo o momento pode ser ob-servado por muitos.

Deste fato, ainda nos primór-dios de nossa civilização, surgiram as primeiras ideias espiritualistas, diversi� caram-se, coexistindo com certa harmonia nos dias atuais.

No século XIX, surge a forma-lização de uma doutrina espiritua-lista reunindo de forma metódica esta realidade espiritual através de observações práticas continu-adas feitas por muitos médiuns e pesquisadores, tudo muito bem estruturado e acabado por Allan Kardec: o Espiritismo.

Embora se apresentando como mais uma ideologia espiritualista, difere de outros sistemas seme-

lhantes, fato este não percebido por muitos espíritas.

No contexto do espiritualismo, doutrina diametralmente oposta ao materialismo, por defender a exis-tência e primazia do espírito sobre a matéria, base de todas as religiões, embora nem todo espiritualista acredite em um Deus único, este crê:

1. Na existência de um princípio espiritual e imaterial, dissociado da matéria corpórea;

2. Na imortalidade deste prin-cípio, ou seja, na sua sobrevivência;

3. Na conservação de sua con-tinuada individualidade após a morte.

Nota-se nesta tríade de prin-cípios, acreditar na existência de uma alma, termo frequentemente empregado no contexto religioso, não implica na aceitação da possi-bilidade do retorno desta alma do mundo dos mortos se manifestar no mundo dos vivos, como entende e ensina o Espiritismo.

E mais, nem todos adeptos da conservação da individualidade do princípio espiritual são espíri-tas, pois há aqueles espiritualistas entendendo que este princípio retornando ao mundo dos mortos, embora individualizado, se funde a um todo, do qual saiu antes de aqui chegar, perdendo esta sua identida-

de, ideia esta não comungada pelo Espiritismo, pois este sabe: após a individualização do princípio es-piritual, processo realizado apenas por Deus, este jamais se perde ou se desintegra.

Desta forma, embora a Dou-trina espiritista aceite os três postulados citados anteriormente, fazem parte da crença espírita, entre outros aqui não listados, nem todo espiritualista comunga as especi� cidades espíritas.

Além disto, há espiritualistas não entendendo Deus como a inteligência única, causa primária de todas as coisas, como o Espiri-tismo O compreende, pois alguns creem em muitos deuses, outros

ainda acreditam fazer parte da divindade.

Mais um ponto não compar-tilhado por todos os espiritua-listas é a crença na reencarnação, também um postulado espírita. Muitos, cremos mesmo a maioria dos cristãos, não aceita a volta do princípio espiritual em uma nova vida, com um novo corpo, em um outro momento de sua existência, tantas vezes quantas forem neces-sárias para se atingir a perfeição. Alguns defendem a tese da res-surreição, porém, não representa a mesma ideia, pois esta aceita a volta do espírito em nova vida, mas com o mesmo corpo, contudo, a ciência já demonstrou ser im-possível; outros ainda admitem a possibilidade do retorno do espí-rito, após a sua morte, integrando o reino animal, ou seja, ocupando um corpo de um irracional, a teo-ria da metempsicose.

Pode-se afirmar assim: todo espírita é necessariamente espiritu-alista, mas nem todo espiritualista é obrigatoriamente espírita.

Fazendo nossas as palavras de Deolindo Amorim: Tentar escla-recer não é demolir, é procurar servir à Verdade, respeitando as ideias alheias. r

“Pode-se afirmar as-sim: todo espírita é neces-sariamente espiritualista, mas nem todo espiritua-lista é obrigatoriamente espírita.

Dezembro de 2017 PÁGINA 10

Perfil de JesusCarta é atribuída ao conhecido Senador.

Mário Frigé[email protected]

Segundo aprendemos na Doutrina Espírita, Emma-nuel (mentor de Francisco

Cândido Xavier) e Públio Lentu-lus são a mesma individualidade. Públio era senador romano e vivia na Palestina, no tempo em que Jesus cumpriu ali Sua missão. Sua história é narrada no romance Há 2000 anos, publicado pela FEB. O orgulhoso senador teve oportuni-dade de falar pessoalmente com o Cristo, numa passagem difícil de sua existência, mas, segundo ele, deixou escapar aquele momen-to fugaz, desprezando a vereda de luz que o divino Amigo lhe � ze-ra entrever.

A pedido de Lívia, sua espo-sa, Públio fora, a contragosto, à procura do sublime Rabi para solicitar-Lhe a intervenção em favor da � lhinha querida, que se encontrava adoentada. Depois de caminhar longo tempo sem O encontrar, sentou-se em um ban-co de pedra e deixou-se � car ali, abismado em seus pensamentos, enquanto a noite cobria a região com seu velário imenso. Em dado momento, porém, sob suave torpor, pareceu-lhe haver sido arrebatado em espírito, quando percebeu os passos de alguém. Era Jesus que se aproximava de mansinho e o olhava com profunda compaixão.

Envolto por estranho magne-tismo, Públio deixou que lágrimas ardentes lhe caíssem dos olhos, enquanto uma força incoercível o fez ajoelhar-se na relva prateada de luar. O entendimento que se segue entre ambos é um dos mais belos já registrados na literatura terrena. Jesus o concita a apro-

veitar aquele glorioso momento – naquele instante ou daí a alguns milênios –, e lhe promete a cura da � lhinha, graças à fé e ao amor presentes no coração de sua espo-sa. Passado o êxtase, o orgulhoso senador retorna ao lado sombra de sua personalidade terrena e, des-prezando aquele minuto decisivo

de sua vida, sente-se amargamente humilhado por haver dobrado os joelhos diante daquela � gura ex-traordinária, fato que sobrepôs-se à própria alegria de chegar em casa e ver a � lhinha convalescente nos braços da esposa.

Após uma vida longa e atribu-lada, Públio desencarna no ano 79, sob os escombros de Pom-peia, quando o Vesúvio entrou em erupção.

Desse encontro de Públio com Jesus nasceu uma das mais belas descrições do Cristo já feita em todos os tempos. Dizem histo-riadores que foi encontrada no arquivo do Duque de Cesarini, em Roma. É uma carta atribuída a Pú-blio Lentulus, então procônsul na Judeia, e foi enviada de Jerusalém ao imperador Tibério César para informá-lo dos acontecimentos na Palestina. Foi traduzida para vários idiomas, publicada em jornais e revistas e distribuída, aos milhares, em forma de folheto.

A sua íntegra pode ser encon-trada na Internet, em mais de uma versão. Aqui, porém, devido à exiguidade de espaço, vamos condensar essa página belíssima, apresentando apenas algumas das características físicas e morais de-lineadas a respeito de nosso Mestre e Senhor.

Retrato do CristoJesus é um homem de grandes

virtudes e conhecido do povo como profeta da Verdade. Seus discípulos dizem que é Filho de Deus e, por isso, cada dia mais se ouvem coisas maravilhosas a seu respeito: cura os enfermos, ressuscita os mortos, além de muitos outros milagres que realiza.

É um homem de estatura justa e muito belo de aspecto, e há tanta majestade em seu rosto que aqueles que o veem são for-çados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura, distendidos até as espáduas, na forma em uso entre os nazarenos. Seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno e ne-

nhuma ruga ou mancha se vê na sua face, de uma cor moderada. O nariz e a boca são irrepreensí-veis, e a barba, não muito longa e repartida ao meio, é semelhante aos cabelos. Tem os braços e as mãos muito belos.

Seus olhos são afetuosos e graves, expressivos e claros, e o surpreendente é que resplandecem no seu rosto como os raios do Sol. Ninguém pode olhar fixamente o seu semblante, porque, quando resplende, amedronta, e quando ameniza, comove. Caminha descal-ço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, mas, na sua presença, falando com Ele, tremem e o admiram. Quem d’Ele se aproxima veri� ca que é muito modesto na pessoa e na pre-sença. É o mais belo homem que se pode imaginar, muito semelhante à mãe, que é de rara beleza.

Faz-se amar e é alegre com gravidade. Dizem que nunca o viram rir, mas sim chorar. Na pa-lestra contenta muito, mas rara-mente o faz. A� rmam que jamais alguém falou como esse homem por estas redondezas. É admirado por toda a cidade de Jerusalém, Ele que sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Na verdade, nunca se ouviram tais conselhos, de grande doutrina, como ensina esse Jesus.

Se a Majestade Tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso pas-sado escreveste, dá-me ordens e procurarei mandá-lo o mais de-pressa possível. À tua obediência estou prontíssimo: aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido – (a) – Publius Lentulus. r

“Desse encontro de Públio com Jesus nasceu uma das mais belas des-crições do Cristo já feita em todos os tempos. Di-zem historiadores que foi encontrada no arquivo do Duque de Cesarini, em Roma. É uma carta atribu-ída a Públio Lentulus, então procônsul na Ju-deia, e foi enviada de Je-rusalém ao imperador Tibério César para infor-má-lo dos acontecimen-tos na Palestina.

Dezembro de 2017PÁGINA 11

O sermão do monteUm hino de beleza e misericórdia.

Joaquim [email protected]

Pela mediunidade do Sr. Leymarie, conforme consta na Revista Espírita de Ou-

tubro de 1862, em mensagem in-titulada “Estilo das Boas Comuni-cações”, a� rmou o irmão espiritual Barbaret que a verdadeira superio-ridade de um ensino repousa sobre o “estilo conciso, claro e inteligível sem esforço de imaginação” e que a importância não é dada “por sua extensão, mas pela soma de idéias que encerram em pequeno espaço”.

Por sua vez, André Luiz, em psicogra� a de Waldo Vieira, con-forme se lê no capítulo 15 da obra Conduta Espírita, indicou as virtudes indispensáveis para um

bom discurso ou texto, destacando quatro: simplicidade, clareza, con-cisão e objetividade.

Assim é o sermão do monte, poesia espiritual de inigualável qualidade, que encanta almas há séculos. O registro deste discurso de Jesus consta nos evangelhos sinóticos (atribuídos a Mateus, Marcos e Lucas).

O texto de Marcos é bastante modesto nas referências a ele, mencionando os ensinos do “sal da Terra” e da “luz do mundo”. Lucas possui citações esparsas nos capítulos sexto, décimo primeiro, décimo segundo e décimo quarto do seu livro. Já o evangelho de Ma-

teus é o mais didático para estudo deste sermão, porque lhe dedica três capítulos em seqüência; do quinto ao sétimo. Embora esteja relacionado ao sermão de Lucas, capítulo seis, versículos de vinte a quarenta e nove, o texto mateano é, pelo menos, três vezes mais longo que aquele.

O cenário do sermão é um mon-te elevado que, na Bíblia, é lugar habitual para revelações espirituais. E presume-se que o público alvo seja maior do que o círculo íntimo dos primeiros discípulos do Mestre.

O acento tônico desses ensinos parece estar na orientação aos dis-cípulos para que “excedam” a “jus-

tiça” dos escribas e fariseus. Sem isso, não se tem acesso ao chamado “Reino dos Céus”.

A prédica, segundo Mateus, começa com a expressão “bem-a-venturados”, comum também nos Salmos. As chamadas “bem-a-venturanças” são trabalhadas pelo Codi� cador Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, dando título aos capítulos quinto e do sétimo ao décimo. Enaltecem qualidades morais imprescindíveis à conquista da paz íntima, como humildade, resignação, mansidão, misericórdia, pureza de coração, paciência e renúncia por amor às leis espirituais.

O sermão do monteContinuação da página 11.

Joaquim Bueno

REMETENTE:Instituto Cairbar Schutel.

Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SPDezembro de 2017

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

Amélia Rodrigues, em men-sagem psicografada por Divaldo Pereira Franco, na noite de 28 de janeiro de 2014, em Jerusa-lém, Israel, expressou que “as bem-aventuranças tornaram-se o hino internacional de beleza e de misericórdia” que “espraiou-se pelo mundo e tomou conta das mentes e dos corações simples em espírito, dos mansos e pací� cos, dos esfaimados e sedentos de paz e justiça, dos misericordiosos, dos perseguidos e de todos aqueles que não encontram lugar no mundo, anelando pela libertação através da plenitude”.

Na seqüência de sua pregação, faz o Mestre duas comparações notáveis, situando os discípulos da Boa Nova como “sal da terra” e “luz do mundo”, conclamando seus se-guidores a estarem no mundo para preservá-lo da corrupção (alegoria ao sal) e a buscarem a exempli� ca-ção, em tudo o que � zerem.

Sim, o cerne do discurso está no esforço do cristão em exceder, em muito, é preciso destacar, a “justiça dos escribas e fariseus”,

religiosos in� uentes na sociedade da época.

E o Cristo se explica, propondo contrapartidas aos antigos manda-mentos da Lei:

Mais do que “não matar”, é pre-ciso se prevenir da cólera contra o outro, entrando em acordo o mais rápido possível com os adversários;

Além do “não adulterarás”, o “olhar com intenção impura” é atitude comprometedora;

Acima do “não jurar falso”, co-loca como indispensável evitar-se qualquer tipo de julgamento, prio-rizando que sejam as palavras sim, sim e não, não.

Para concluir as rupturas às ve-lhas ordenanças, contrapõe, à vin-gança do “olho por olho, dente por dente”, o “oferecer a outra face”, e, ao “odiar o inimigo”, amá-lo, oran-do mesmo por aqueles de quem se sofre perseguição e calúnia.

Vem, em seguida, severa exor-tação a respeito de três práticas religiosas comuns da época: a esmola, a oração e o jejum. Em todas elas, o Mestre enfatiza a necessidade imperiosa de “fazer

em segredo”, contra os hábitos vigentes da ostentação e do reco-nhecimento das pessoas.

Procurando prevenir a humani-dade contra os perigos das ilusões da matéria, adverte também quan-to à ansiosa solicitude pela vida, tocando nas preocupações mais comuns do ser humano: o comer, o beber e o vestir, demonstrando ser impossível conciliar o amor a Deus com o excessivo apego às coisas materiais.

Em todo o momento, o discurso do Cristo perpassa a necessidade da pureza de sentimentos e intenções, em oposição à hipocrisia, ilustran-do com a imagem do travessão dentro do olho.

Sua fala convida, ainda, à prática da oração sincera, colocando o Pai Celestial como aquele que sabe prover como ninguém o indis-pensável às necessidades dos seus � lhos, pois é superior, em muito, ao melhor e mais cauteloso dos pais terrenos, que, mesmo sendo im-perfeitos, sabem dar boas coisas aos � lhos. E, a partir do capítulo sexto, versículo nove, lê-se a incomparável

Oração Dominical, assim chamada por ser a oração do Senhor (domi-nus, em latim).

Quase no término de sua fala, o meigo Rabi preconiza a vigi-lância contra os “falsos profetas”, apresentando singular maneira de se prevenir contra eles: “Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem árvore má produzir frutos bons”.

E, para encerrar, lembra que seguir suas divinas orientações exige o “entrar pela porta estreita” e o “edi� car a casa sobre a rocha”. Duas imagens fortes e impactantes, com as quais o Amigo Celeste faz sua exortação � nal às almas que, naqueles dias singulares, tiveram a ventura de ouvir, da sua boca, o roteiro mais seguro para a renova-ção gradativa do espírito imortal.

Vivenciar o sermão do monte é entender que todo conhecimento superior traduz-se em responsa-bilidade, é carregar no peito um coração sintonizado com a retidão de caráter, a humildade sincera e a caridade sempre disposta a socorrer a dor, onde e como se estiver. r