Órgão de divulgação do senado federal ano x – nº 1.973 ... de todo o país que, após...

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Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.973 – Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004 Impasse adia para terça votação da LDO APELO O anúncio de providências pelo líder do governo, Fernando Bezerra, não evitou o adiamento da votação P edido de verificação de quórum apre- sentado pelo deputado Rodrigo Maia adiou para terça-feira a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Ple- nário do Congresso. Rodrigo Maia afirmou que se tratava de “uma obstrução contra o Banco do Brasil por prejudicar a cidade do Rio de Janeiro”. Até terça-feira, os líderes gover- nistas esperam superar o impasse. Na comissão, acordo viabilizou aprovação A votação dos 625 destaques apresentados ao substitutivo do senador Garibaldi Alves Fi- lho, na Comissão Mista de Orçamento, foi pre- cedida de acordo entre os líderes partidários. Página 3 Plenário aprova incentivo à construção civil e MP da Cofins Projeto que visa fortalecer o setor da construção civil e evitar situações como a da Encol, cuja falência lesou mais de 40 mil mutuários, foi aprovado ontem pelo Plenário, assim como a medida que muda a legislação da Cofins e do PIS/Pasep Páginas 4 e 5 Senado ajuda o progresso do país, diz Sarney BALANÇO Sarney ressalta propostas votadas pelo Senado no primeiro semestre O presidente do Senado, José Sarney, fez um balan- ço positivo das atividades do Senado no primeiro se- mestre legislativo. Ele des- tacou vários projetos apro- vados, dizendo que eram muito aguardados pela so- ciedade e que ajudam a governabilidade e o pro- gresso do país. Sarney ci- tou, entre outros, a reforma do Judiciário, a redistribui- ção da Cofins, a nova Lei de Falências, o Código Tribu- tário, a Bolsa-Atleta, pro- gramas para deficientes fí- sicos e a data do plebiscito sobre o desarmamento. Página 2 Polêmica marca decisão sobre relatório de CPI O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Exploração Sexual foi aprovado ontem em meio a uma polêmica. A relatora, deputada Maria do Rosário, defendeu o acolhimento integral do documento, que recomenda o indiciamento de 250 suspeitos de envolvimento com a exploração sexual de crianças e adolescentes. O senador Arthur Virgílio solicitou a retirada do nome do vice-governador do Amazonas, Omar Aziz, da relação de possíveis indiciados. Página 8 DESACORDO Virgílio (E), ao contrário de Maria do Rosário (C), está convencido da inocência de Omar Aziz Geraldo Magela Moreira Mariz Moreira Mariz

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Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.973 – Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

Impasse adia paraterça votação da LDO

APELO O anúncio de providências pelo líder do governo,Fernando Bezerra, não evitou o adiamento da votação

Pedido de verificação de quórum apre-sentado pelo deputado Rodrigo Maiaadiou para terça-feira a votação da Lei

de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Ple-nário do Congresso. Rodrigo Maia afirmouque se tratava de “uma obstrução contra oBanco do Brasil por prejudicar a cidade do Riode Janeiro”. Até terça-feira, os líderes gover-nistas esperam superar o impasse.

Na comissão, acordoviabilizou aprovação

A votação dos 625 destaques apresentadosao substitutivo do senador Garibaldi Alves Fi-lho, na Comissão Mista de Orçamento, foi pre-cedida de acordo entre os líderes partidários.

Página 3

Plenário aprova incentivo àconstrução civil e MP da Cofins

Projeto que visa fortalecer o setor da construção civil e evitar situações como ada Encol, cuja falência lesou mais de 40 mil mutuários, foi aprovado ontem peloPlenário, assim como a medida que muda a legislação da Cofins e do PIS/Pasep

Páginas 4 e 5

Senado ajudao progresso dopaís, diz Sarney

BALANÇO Sarney ressaltapropostas votadas peloSenado no primeiro semestre

O presidente do Senado,José Sarney, fez um balan-ço positivo das atividadesdo Senado no primeiro se-mestre legislativo. Ele des-tacou vários projetos apro-vados, dizendo que erammuito aguardados pela so-ciedade e que ajudam agovernabilidade e o pro-gresso do país. Sarney ci-tou, entre outros, a reformado Judiciário, a redistribui-ção da Cofins, a nova Lei deFalências, o Código Tribu-tário, a Bolsa-Atleta, pro-gramas para deficientes fí-sicos e a data do plebiscitosobre o desarmamento.

Página 2

Polêmica marca decisãosobre relatório de CPI

O relatório final da Comissão Parlamentar Mista deInquérito da Exploração Sexual foi aprovado ontem

em meio a uma polêmica. A relatora, deputadaMaria do Rosário, defendeu o acolhimento integraldo documento, que recomenda o indiciamento de250 suspeitos de envolvimento com a exploração

sexual de crianças e adolescentes. O senador ArthurVirgílio solicitou a retirada do nome do

vice-governador do Amazonas, Omar Aziz, darelação de possíveis indiciados.

Página 8 DESACORDO Virgílio (E), ao contrário de Maria do Rosário (C), está convencido da inocência de Omar Aziz

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2 Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

VALOR Mozarildo enaltece papelda instituição na formação deoficiais para o Exército brasileiro

Por falta de acordo, não foi possível votar ontem aLei de Diretrizes Orçamentárias para o próximoano. Na terça-feira, o Congresso se reúne nova-

Congresso deve votar a LDO na próxima terça

O programa Visite o Senado oferecepasseios com guias treinados, em que aspessoas podem conhecer toda a Casa,inclusive o Plenário. As visitas começam

Visitas acompanhadas pelo Senado Federal

Os cidadãos podem entrar em contato com oSenado por meio do serviço A Voz do Cidadão,que recebe ligações gratuitas de todo o territórionacional, com reclamações, dúvidas e sugestõesdo público. O telefone é 0800 61 2211.

Atendimento ao cidadãoContinua até o dia 1º de agosto a exposiçãoO Tesouro dos Mapas – A Cartografia na Formaçãodo Brasil. A mostra pode ser visitada de terça asexta, das 9h30 às 17h30, e nos sábados, domin-gos e feriados, das 9h às 17h.

Tesouro dos Mapas

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponívelna Internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda/agenda.asp

de hora em hora no Salão Negro doCongresso, entre 9h30 e 17h30 nos diasúteis, e entre 10h e 14h nos fins desemana e feriados.

AVANÇO Reforma do Judiciário e Lei deFalências foram ressaltadas por Sarney

Sarney faz balanço do semestre

www.senado.gov.brE-mail: [email protected].: 0800-612211 - Fax: (61) 311-3137

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: José Sarney1º Vice-Presidente: Paulo Paim2º Vice-Presidente: Eduardo Siqueira Campos1º Secretário: Romeu Tuma2º Secretário: Alberto Silva3º Secretário: Heráclito Fortes4º Secretário: Sérgio ZambiasiSuplentes de Secretário: João Alberto Souza,Serys Slhessarenko, Geraldo Mesquita Júnior,Marcelo Crivella

Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo Ido Senado Federal, 20º andar - Brasília - DFCEP 70165-920

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Secretaria de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretor-adjunto da Secretaria de Comunicação Social: Helival RiosDiretora do Jornal do Senado: Maria da Conceição Lima Alves (61) 311-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin e José do Carmo AndradeEspecial Cidadania: Treici Schwengber (61) 311-1620Diagramação: Iracema F. da Silva, Osmar Miranda, Sergio Luiz Gomes da Silva e Wesley BezerraRevisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Rita AvellinoTratamento de Imagem: Edmilson FigueiredoArte: Bruno Bazílio e Cirilo QuartimArquivo Fotográfico: Elida Costa (61) 311-3332Circulação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333Agência SenadoDiretor: Antonio Caraballo (61) 311-3327Chefia de reportagem: Valéria Ribeiro e Valter Gonçalves Júnior (61) 311-1670Edição: Helena Daltro Pontual (61) 311-1151 e Marco Antonio Reis (61) 311-1667

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Subsecretaria AgênciaSenado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

mente para retomar a discussão da LDO. Hoje, às9h, o Senado realiza sessão não deliberativa –destinada a pronunciamento dos senadores.

Presidente do Senadodestaca, em entrevista,a votação de propostasque contribuem parao progresso do país

O presidente do Senado, JoséSarney, convocou ontem entre-vista coletiva em seu gabinetee fez um balanço das atividadesdo Senado no primeiro semes-tre de 2004. Ele enumerou vá-rios projetos aprovados, dizen-do que eram muito aguardadospela sociedade e que ajudam agovernabilidade e o progressodo país.

Sarney citou, entre outros, areforma do Judiciário, a redis-tribuição da Contribuição paraFinanciamento da SeguridadeSocial (Cofins), a Lei de Falên-

cias, o Código Tributário, a Bol-sa-Atleta, programas para defi-cientes físicos e a data do ple-biscito sobre o desarmamento.

Aproximadamente três deze-nas de jornalistas prestigiarama entrevista. O presidente doSenado respondeu com bomhumor às perguntas formula-das, entre elas a proposta de seextinguir o Senado. Sarney fri-

sou que não era a pri-meira vez que se pro-punha a extinção daCâmara Alta, masque “a instituição étão necessária quetem atravessado to-dos esses tempos”.Relatou a origem mo-derna do Senado,quando os líderes daIndependência ame-ricana, após uma

noite de orações, resolveramque a Casa seria a transposição,na América, da Câmara dosLordes britânica.

– Por isso, Affonso Arinos di-zia que o Senado era uma in-venção de Deus – brincou.

O presidente mostrou-secontrário à utilização excessivade medidas provisórias (MPs).De acordo com Sarney, elas de-

veriam ser usadas apenas emsituação de calamidades, de se-gurança nacional ou em ques-tões econômico-financeiras.Ele sugeriu que o salário míni-mo seja fixado por medida ad-ministrativa do Executivo, se-guindo regras previamente de-finidas, e disse que o atual go-verno vem diminuindo o ritmode edição de MPs.

Sobre a Lei de Biossegurança,lembrou que o tema suscitaquestões partidárias, ideológi-cas e religiosas, o que torna adiscussão difícil. Para Sarney, areeleição dos presidentes daCâmara e do Senado é assuntoultrapassado, e a criação da ins-peção veicular obrigatória, a re-dução do recesso parlamentare a criação das parcerias públi-co-privadas ainda precisam sermais debatidas.

Estréia amanhã, na TV Sena-do, o programa Diplomacia,dedicado ao debate dos gran-des temas internacionais daatualidade. O professor MarcoAurélio Garcia, assessor especi-al do presidente Luiz InácioLula da Silva para questões depolítica externa, é o convidadodo primeiro programa, que vaiao ar às 11h30.

Garcia faz um balanço dosprimeiros 18 meses da atual ad-ministração no campo das re-lações exteriores e expõe a po-sição do governo sobre o Mer-cosul e “a nova geografia co-mercial e econômica” propos-ta pelo presidente Lula. Em en-trevista aos jornalistas ViniciusBecker e Marcos Magalhães, elefala ainda sobre os principaisitens da agenda internacionaldo governo para os próximosmeses.

Reconhecido como um dosprincipais conselheiros do pre-sidente e coordenador do pro-grama de governo do PT naseleições presidenciais de 1994e de 1998, Garcia é graduadoem Direito e Filosofia, com pós-graduação na Escola de AltosEstudos e Ciências Sociais deParis. Exerceu magistério supe-rior no Brasil e no exterior.

Com periodicidade mensal, oprograma Diplomacia seráreapresentado pela TV Senadono domingo, às 9h, e na segun-da-feira, às 21h30.

TV Senadolança programasobre questõesinternacionais

O senador Mozarildo Caval-canti (PPS-RR) destacou ontemo trabalho desenvolvido pelaAcademia Militar das AgulhasNegras (Aman), instituição quecompletou 60 anos. Ele infor-mou que a Aman, essencialpara a formação de oficiais parao Exército brasileiro, acolhe jo-vens de todo o país que, apósrigorosa seleção, passam porprocesso de formação de níveluniversitário, por quatro anos,em regime de internato.

Nesse período, acrescentouMozarildo, além da formaçãoacadêmica, eles recebem trei-namento militar, com destaquepara o aprimoramento do ca-ráter e das condições físicas. Aofinal do curso, os cadetes tor-nam-se oficiais da Arma, doQuadro de Material Bélico oudo Serviço de Intendência doExército brasileiro.

Mozarildo disse ter ficado im-pressionado com a excelênciadaquela instituição na forma-ção de oficiais. E ressaltou a pre-ocupação do comando em qua-lificar cadetes não somente doponto de vista intelectual ou daaptidão física, mas também docaráter.

Mozarildo elogiaa AcademiaMilitar das

Agulhas Negras

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3Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

Impasse leva votação da LDO para terça-feira

Um pedido de verificação dequórum do deputado RodrigoMaia (PFL-RJ) adiou para terça-feira a votação final da Lei deDiretrizes Orçamentárias (LDO)pelo Plenário do Congresso.Não havia o número mínimode 86 deputados para manter areunião do Congresso. RodrigoMaia afirmou que se tratava de"uma obstrução contra o Ban-co do Brasil por prejudicar a ci-dade do Rio de Janeiro”. Ele ex-plicou que o banco vem impe-dindo a liberação dos depósi-tos judiciais em ações de con-tribuintes contra a prefeiturado Rio, como autoriza a lei.

– O Banco do Brasil resolveuinterpretar a lei e quer liberarapenas 40%. Isso prejudica to-das as prefeituras do país – sus-tentou durante a sessão de on-tem do Congresso, convocadapara votação da LDO, de crédi-tos suplementares e do PlanoPlurianual de Investimentos2004/2007 (PPA).

Na presidência da sessão, o

deputado Inocêncio Oliveira(PFL-PE), vice-presidente daCâmara, apenas suspendeu ostrabalhos, que serão reinicia-dos às 14h de terça-feira. Até lá,os líderes governistas esperamsuperar o impasse.

O líder do governo no Con-gresso, senador Fernando Be-zerra (PTB-RN), informou queo ministro do Planejamento,Guido Mantega, já havia con-versado com o presidente doTribunal de Justiça do Rio e queo problema estava praticamen-te resolvido. Bezerra disse ain-da que irá acionar a AdvocaciaGeral da União para examinaro caso. Na prática, o recesso doCongresso está suspenso, poisos parlamentares só podemencerrar o semestre legislativodepois de votada a LDO.

Líderes governistas tentaramconvencer Rodrigo Maia a reti-rar seu pedido de verificação dequórum, mas ele ponderou quea prefeitura do Rio estaria dei-xando de usar cerca de R$ 150milhões no ano. Os depósitosjudiciais em ações contra a pre-feitura têm um valor médio deR$ 400 milhões. Desses, a pre-feitura conseguiu liberar ape-nas R$ 130 milhões, quando os70% autorizados em lei soma-riam R$ 280 milhões.

O senador Roberto Saturnino(PT-RJ) comunicou a apresen-tação de projeto em que pro-põe a recomposição dos valo-res do salário mínimo em umprazo de dez anos. Em sua opi-nião, o Congresso deve se em-penhar em formar uma comis-são mista para elaborar políti-ca de recuperação do valor dopiso salarial.

Para o parlamentar, a recupe-ração baseada em legislaçãopreviamente definida poderánão só repor o valor do míni-mo, mas evitar a constante po-

Lei permite liberação de depósitos judiciaisA liberação de depósitos judici-

ais de municípios é prevista pelaLei 10.819/03, assinada pelo pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva.Aprovada em dezembro do anopassado, essa lei determina a libe-ração para as prefeituras de 70%dos depósitos judiciais relaciona-dos a processos litigiosos entre osmunicípios e os contribuintes.Para beneficiar os estados, foiaprovada lei similar, de n° 10.482/02, assinada pelo ex-presidenteFernando Henrique Cardoso.

Para que o município tenhaacesso aos recursos, é necessárioque o Tribunal de Justiça compe-

tente autorize formalmente o saque,diante de um termo de compromis-so assinado pelo prefeito. Os recur-sos mantidos nos depósitos judici-ais, a serem pagos pelos municípiosaos contribuintes em caso de der-rota na Justiça, são normalmente re-ajustados pela Taxa Referencial (TR).Porém, ao sacá-los, os municípiostêm autorização para aplicar o di-nheiro de acordo com a determina-ção de sua Secretaria de Fazenda.

No caso do município do Rio deJaneiro, há um montante de R$ 400milhões em depósitos judiciais re-ferentes a litígios de ordem tributá-ria. Com base na lei, o município re-

quer o saque de R$ 280 milhões.Segundo o deputado RodrigoMaia (PFL-RJ), o Banco do Brasil,que é a instituição financeira res-ponsável pela manutenção daconta, nega-se a repassar essesrecursos, sob a alegação de que,no caso específico do Rio, o per-centual que poderia ser liberadoseria de apenas 40%. A prefeitura,por sua vez, acusa o governo fe-deral de interferir indevidamenteno caso e alega que o Banco doBrasil não é parte legítima nessaquestão, que envolveria apenas opróprio município e o Tribunal deJustiça do Rio.

Deputado RodrigoMaia pede verificaçãode quórum e, semnúmero mínimo,sessão é suspensa

A Comissão de Assuntos Sociais(CAS) aprovou ontem parecer favo-rável do senador Geraldo MesquitaJúnior (PSB-AC) a projeto que esta-belece o reajuste anual do saláriomínimo tomando por base a varia-ção integral do Índice Geral de Pre-ços, acrescido de um adicional de R$

0,20 por hora trabalhada. A propos-ta (PLS 5/03), que agora vai ser exa-minada em caráter terminativo pelaComissão de Assuntos Econômicos(CAE), causaria um impacto totalsobre o sistema previdenciário decerca de R$ 10 bilhões.

De autoria do senador Paulo Paim

(PT-RS), o projeto estabelece o mes-mo mecanismo para o reajuste dasaposentadorias e pensões pagaspelo sistema previdenciário. Apli-cando-se a nova sistemática, o novovalor do salário mínimo chegaria aR$ 295,86 e beneficiaria 13 milhõesde pessoas integradas ao sistema

previdenciário, entre as quais 6,54milhões da Previdência rural.

Apesar de admitir que, de acordocom o projeto, o novo valor do mí-nimo teria um impacto significativosobre a Previdência, “do mesmomodo que há que se ter em mentea situação dos estados e dos muni-

cípios”, Geraldo Mesquita afirmouque a proposta de Paim pode resti-tuir o cunho distributivo do piso sa-larial, não apenas pelo resgate desua função social, mas também pelainiciativa implícita do estabeleci-mento de um mecanismo legal epermanente para o seu reajuste.

O substitutivo do senadorGaribaldi Alves Filho (PMDB-RN) ao projeto da LDO foi apro-vado na tarde de ontem pelaComissão Mista de Orçamento(CMO). O exame dos 625 des-taques só foi possível por umentendimento entre os líderespartidários, com a votação no-minal apenas para três pontospolêmicos do acordo fechadocom o governo. Todos foramrejeitados. Os demais desta-ques foram votados em bloco,tanto pela rejeição quanto pelaaprovação.

O relator deu prioridade paraos destaques de bancada e es-tipulou o valor de R$ 10 mi-lhões para acatar os pleitos in-dividuais. Ele só aceitaria pedi-

Acordo possibilita a aprovação na CMO

RECESSO ADIADO Governistas tentam sem sucesso garantir votação da lei e encerrar semestre legislativo

Comissão acolhe projeto de Paim que eleva piso salarial para R$ 295

dos acima dessa quantia se oparlamentar apresentasse oremanejamento de recursos deemendas já aprovadas.

MínimoFoi mantido o critério de re-

ajuste real do salário mínimopara 2005 com base na variaçãoanual do produto interno bru-to (PIB) per capita.

A comissão rejeitou, em vo-tação nominal, a proposta ini-cial do relator que impedia ocontingenciamento dos princi-pais programas que abrangemo chamado “choque social”. Ogoverno não aceitou a propos-ta que previa a antecipação demetas dos programas sociaispor considerar que levaria àelaboração de um orçamento

inexeqüível. Assim, o relator sóconseguiu que ficassem fora dorepresamento oficial os fundosdestinados à segurança públi-ca e os investimentos em pes-quisa da Embrapa.

A comissão também rejeitoudestaque do deputado RicardoBarros (PP-PR) para reduzir osuperávit primário de 4,25%para metas que Saturnino jáhavia proposto no seu relatóriodo Plano Plurianual (PPA), de3,75% em 2005, 3,5% em 2006e 3,25% em 2007.

O último acordo fechado en-tre o relator e os governistas es-tabeleceu que 40% da arrecada-ção da Cide serão aplicados nainfra-estrutura de transportesde responsabilidade da União.

lêmica em torno do tema.Em aparte, Maguito Vilela

(PMDB-GO) concordou com asponderações de Saturnino, es-pecialmente quanto à necessi-dade de se adotar uma políticade recuperação do mínimo.

– É preciso acabar com essadiscussão histérica que causa odesgaste da classe política –afirmou Maguito.

Saturnino querprojeto para

recomposiçãodo mínimo

POLÍTICA Legislação devedeterminar reposição do valordo piso, defende Saturnino

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4 Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

Exame preventivode câncer pelo SUS

Substitutivo da senadora FátimaCleide (PT-RO) ao projeto de lei daCâmara (PLC 39/00) que garante arealização, pelo Sistema Único deSaúde (SUS), em todo o territórionacional, de exames preventivos decânceres de mama e ginecológicofoi aprovado ontem pelo Plenário. Amatéria ainda será votada em tur-no suplementar.

Conforme a proposta, o exame decolo de útero passará a ser garanti-do a mulheres que tenham vida se-xual ativa, enquanto a mamografiaserá assegurada a todas as brasilei-ras com mais de 40 anos. De acordocom o substitutivo de Fátima Cleide,esses dois tipos de câncer são osque mais acometem as mulheres, eo diagnóstico precoce aumenta aschances de cura.

– Apesar de o Ministério da Saú-de desenvolver programas com a fi-nalidade almejada, na prática nãohá uma cobertura satisfatória dapopulação-alvo. A muitas brasileirasnão é oferecido nem mesmo o maissimples dos exames previstos noprojeto, que é o citopatológico docolo uterino. Em vários lugares aoferta desse exame não é regular,estando presente apenas durantecampanhas sem periodicidade fixa.

Senado aprova reduçãode alíquotas da Cofins

O Plenário do Senado apro-vou ontem o projeto de lei deconversão da medida provisó-ria (MP) que modifica a legis-lação da Contribuição para oFinanciamento da SeguridadeSocial (Cofins) e do PIS/Pasep(Programas de Integração Soci-al e de Formação do Patrimô-nio do Servidor Público). Comojá havia sido aprovada na Câ-mara dos Deputados, a propos-ta vai agora à sanção do presi-dente da República.

O projeto oriundo da Câma-ra (PLV 40/04), relatado pelosenador Heráclito Fortes (PFL-PI), reduz as alíquotas da Cofinse do PIS/Pasep para fertilizan-tes, agrotóxicos e sementes,além de conceder créditos pre-sumidos para atividades do se-tor agropecuário. As rações uti-lizadas por pequenos pecua-ristas terão alíquota zero. Tam-bém terão alíquota zero o arroz,o feijão e a mandioca, que com-põem a cesta básica.

Entre as novidades introdu-

fins e PIS/Pasep. As agênciasde publicidade e propagandaganham o direito de excluir dabase de cálculo da Cofins e doPIS/Pasep devidos os valorespagos diretamente a empresasde rádio, TV, jornais e revistas.A alíquota zero valerá aindapara a importação de livrostécnicos e científicos.

zidas na MP (183/04) está oparcelamento dos débitos dasmicro e pequenas empresastributadas pelo Simples comvencimento até 30 de junhodeste ano. A proposta estabe-lece que as empresas agro-pecuárias, inclusive cooperati-vas que produzam alimentos,poderão deduzir da Cofins edo PIS/Pasep devidos o crédi-to presumido calculado sobreo valor de insumos adquiridosde pessoa física ou de coope-rados.

Conforme a proposição, aenergia produzida pela ItaipuBinacional fica isenta de Co-

Parlamentares defendem reexame em agosto

Mais recursos paraágua e esgotos

Projeto de resolução aprovadoontem pelos senadores autoriza ogoverno brasileiro a contratar em-préstimo com o Banco Interame-ricano de Desenvolvimento (BID),no valor de US$ 100 milhões, para ofinanciamento parcial do Programade Ação Social em Saneamento(Pass/BID).

A permissão havia sido concedi-da anteriormente pela Casa, mas oprazo de validade do projeto de re-solução expirou em outubro do anopassado.

O dinheiro decorrente do em-préstimo será empregado na im-plantação e ampliação de sistemasde abastecimento de água e de co-leta e tratamento de esgotos emmunicípios com população entre 15mil e 65 mil habitantes, localizadosnas regiões Norte, Nordeste e Cen-tro-Oeste, no estado do Espírito San-to e no norte de Minas Gerais.

Durante a discussão do pro-jeto de conversão da medidaprovisória que altera alíquotasda Cofins e do PIS/Pasep, vári-os senadores defenderam a ne-cessidade de o assunto voltar aser discutido já em agosto, se-gundo compromisso do líderdo governo, Aloizio Merca-dante (PT-SP).

Jonas Pinheiro (PFL-MT)manifestou preocupação com apossibilidade de veto no dispo-sitivo que isenta a ração ani-

mal. E reforçou pedido de Os-mar Dias (PDT-PR) no sentidode que seja cumprido o acordopara reexame da questão.

Rodolpho Tourinho (PFL-BA)protestou pelo fato de o proje-to aumentar em cerca de 4% astarifas de energia para o consu-midor final. Já Lúcia Vânia(PSDB-GO) se disse apreensivacom a repercussão da medidapara a agroindústria em Goiás,em virtude da diferenciaçãodas alíquotas para o crédito

presumido.Alvaro Dias (PSDB-PR) lamen-

tou o fato de não ter sido realiza-da uma reforma tributária nopaís. Ramez Tebet (PMDB-MS)também destacou a importânciade se voltar a discutir a questão,enquanto Paulo Paim (PT-RS)cumprimentou os líderes peloentendimento sobre a cobrançado PIS e da Cofins. JeffersonPéres (PDT-AM) afirmou: “Va-mos ter de votar o ruim para quenão prevaleça o péssimo”.

Projeto que isentaprodutos dacesta básica vai àsanção presidencialpara se tornar lei

O líder do PFL, José Agripino(RN), e o presidente do Sena-do, José Sarney, pediram o fimda contribuição sobre a impor-tação de livros, tendo em vistaque se trata de um bem cultu-ral que não deve sofrer essetipo de restrição tributária.

Aloizio Mercadante (PT-SP),líder do governo, considerou opleito justo, ressaltando a au-toridade do presidente do Se-

nado – “escritor dedicado à cul-tura” – sobre o assunto. Ele ob-servou que apenas livros cien-tíficos e tecnológicos foramisentados da taxação sobre aimportação.

Outros senadores apontarama existência de distorções natributação da Cofins e do PISque, conforme DemostenesTorres (PFL-GO), precisam sercorrigidas no início de agosto.

Para Osmar Dias (PDT-PR), oálcool não pode ser tributadopor se tratar de um produto es-tratégico, importante para asoberania nacional. Além doálcool, o senador paranaenseadvertiu para o problema dosprodutores de leite, suínos,aves, peixes e frutos do mar quenão estejam integrados, já quedeverão pagar 9,25% a maispela ração animal.

Na sessão de ontem, o Plenáriotambém acolheu projeto que insti-tui programa de diagnósticos e pre-venção de anomalias fetais, sempreque tecnicamente possível, na assis-tência pré-natal. A proposta determi-na que seja criado um mecanismo deeducação e prevenção pré-natal eobriga a todos os hospitais ligadosao Sistema Único de Saúde (SUS) aadotar iniciativas nesse sentido.

A matéria (PLC 104/00), que rece-beu no Senado duas emendas,aguarda agora redação final naMesa do Senado. A relatora do pro-jeto na Comissão de Assuntos Soci-ais (CAS), senadora Patrícia Saboya(PPS-CE), informou que o objetivoda proposta é assegurar a toda apopulação feminina do país o aces-so ao diagnóstico preventivo dasanomalias fetais, o que pode ser fei-to por meio de exames que possibi-litam a detecção de anomalias noscromossomos, defeitos anatômicosgraves e anomalias cardiovascularesdo feto.

Os métodos mais conhecidospara esses diagnósticos, destacouPatrícia, são o ultra-som morfo-lógico e o exame das células do feto,da placenta, do líquido amniótico edo sangue do cordão umbilical. Elaressaltou ainda que o tratamentodas anomalias fetais é a nova fron-teira para redução da mortalidadeinfantil. A detecção precoce dasquestões pode permitir a correçãoou minimização das seqüelas doproblema, garantindo até mesmo asobrevivência das crianças afetadas.

Vai à sanção presidencial projetode lei da Câmara, acolhido ontempelo Senado, que concede pensãoespecial a Orlando Lovecchio Filho,vítima de atentado político em mar-ço de 1968. A matéria é de iniciativada Presidência da República.

A pensão, no valor de R$ 500, serámensal e vitalícia. Orlando Lovec-chio Filho teve uma perna amputa-da em decorrência da explosão deuma bomba quando estava emfrente ao consulado norte-america-no em São Paulo. Na época ele tinha22 anos, tirara brevê e tentava a car-reira de piloto comercial. O fato im-pediu a continuidade da carreira.

O projeto teve como relator o se-nador Flávio Arns (PT-PR), paraquem a ditadura militar implantadano Brasil em 1964 levou o país a umaluta fratricida que gerou seqüelas dedifícil reparação.

Por acordo de lideranças, o Sena-do aprovou ontem cinco projetosde lei de iniciativa do Poder Execu-tivo instituindo gratificações, re-estruturando carreiras e atualizan-do a remuneração de servidorespúblicos. As propostas serão enca-minhadas à sanção do presidenteda República. Os projetos de lei daCâmara aprovados foram os de nº41, 42, 43, 45 e 46, todos deste ano.

Serão beneficiados funcionáriosdo Tribunal de Contas da União(TCU), pessoal de apoio técnico-ad-ministrativo da Advocacia Geral daUnião e de instituições federais deensino, procuradores da FazendaNacional, advogados da União, pro-curadores federais e do Banco Cen-tral, defensores públicos da União,auditores da Receita Federal e audi-tores fiscais da Previdência Social edo Trabalho.

Vítima de atentadoem 1968 terá pensão

Reestruturação decarreiras é acolhida

Diagnóstico gratuitode anomalias fetais

DECISÃO Proposta, relatada porHeráclito Fortes (foto menor),

dominou discussão no Plenário

Sarney e Agripino pedem isenção para livros

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5Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

COMPROMISSO Paim afirma que acordo é para ser cumprido,enquanto Serys se diz satisfeita com decisão da Câmara

A aprovação pela Câmara dosDeputados da proposta deemenda à Constituição (PEC)que ameniza os efeitos da refor-ma da Previdência para os fun-cionários públicos, a chamadaPEC paralela, mostra que acor-do é para ser cumprido. Foi oque afirmou ontem em Plená-rio o vice-presidente do Sena-do, Paulo Paim (PT-RS), duran-te a ordem do dia.

A proposta foi acolhida on-tem em primeiro turno, e navolta do recesso, em agosto, osdeputados deverão apreciar osdestaques apresentados à pro-posta. Só então será votada emsegundo turno. Caso seja apro-vada definitivamente na Câma-ra, a PEC volta a tramitar no Se-nado, já que os deputados mo-dificaram o texto votado em de-zembro pelos senadores. Umadas mudanças refere-se ao pisoda remuneração dos governa-dores – caiu de 75% para 50%

do que ganha um ministro doSupremo Tribunal Federal(STF).

Segundo o senador PauloPaim, a decisão adotada pelosdeputados é boa para a Câma-ra, para o Senado e para o go-verno. O parlamentar acrescen-tou que o mérito da aprovaçãoda PEC é de todos os integran-tes do Senado porque a propos-ta, aprovada na Câmara com375 votos a favor e apenas 5 con-tra, é “uma engenharia cons-truída por todos os senadores”.

A aprovação da PEC paralelafoi comunicada em Plenáriopor Serys Slhessarenko (PT-MT), que registrou sua satisfa-ção com o fato. A senadora AnaJúlia Carepa (PT-PA) tambémconsiderou a notícia positiva.Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmoununca ter duvidado da aprova-ção da PEC paralela, que, des-tacou, não atende às suas ex-pectativas em relação à refor-ma da Previdência.

Senadores elogiam votação daPEC paralela pelos deputados

Objetivo da propostaé fortalecer o setor eevitar prejuízos aosmutuários como nocaso da Encol

O Senado aprovou ontemsubstitutivo ao projeto de leique prevê a concessão de in-centivos para a construção ci-vil. A matéria, que tramitavadesde 1999 no Câmara, haviasido aprovada pelos deputadosem regime de urgência naquarta-feira. Como não sofreumodificações no Senado, a pro-posta segue agora para sançãopresidencial. O projeto foi rela-tado pelo senador FernandoBezerra (PTB-RN) e altera par-te da Lei das Incorporações (Lei4.591/64).

A principal novidade do pro-jeto (PLC 47/04) é a instituiçãode um regime especial para asobras de construção civil, ochamado “patrimônio de afeta-ção”. Com essa medida, o em-preendimento passa a ter con-tabilidade separada das opera-ções da construtora, não seconfundindo com o restantedos bens desta. Em caso dequebra da empresa, os compra-dores podem contratar outra

Senado aprova projeto queincentiva construção civil

para dar continuidade às obras.O patrimônio próprio da em-presa, porém, continua passí-vel de ser usado para quitareventuais prejuízos aos mutu-ários.

O novo regime não é obriga-tório, mas as empresas que oadotarem terão desconto nopagamento de tributos. O subs-titutivo prevê a unificação dopagamento do Imposto de Ren-da e das contribuições sociaisnuma alíquota única de 7%.Atualmente, os incorporadoresimobiliários pagam em média8,6% de impostos.

Com a sanção do projeto delei, as construtoras ficarão obri-

gadas a entregar a uma Comis-são de Representantes dosCompradores, a cada três me-ses, demonstrativo do estadoda obra. Os compradores for-marão uma comissão de mutu-ários, que poderá pedir presta-ção de contas e acompanhar aobra financeiramente.

O projeto, apresentado peloentão deputado Airton Xerêz,contempla vantagens para asconstrutoras ou financiadorasdas obras, já que acelera a re-tomada do imóvel em caso deinadimplência do mutuário. Najustificação da matéria, Xerêzdisse que o objetivo da propos-ta é fortalecer a construção ci-vil e evitar situações como a daconstrutora Encol, cuja falênciaem 1999 lesou mais de 40 milmutuários.

Apoiaram o parecer do rela-tor os senadores Heráclito For-tes (PFL-PI), Aloizio Mercadan-te (PT-SP), Ideli Salvatti (PT-SC), Romeu Tuma (PFL-SP),Eduardo Azeredo (PSDB-MG),Ney Suassuna (PMDB-PB) eSérgio Guerra (PSDB-PE). To-dos destacaram a importânciada aprovação da matéria paraa geração de empregos e parasolucionar o déficit habitacio-nal no Brasil, que hoje varia en-tre 7 e 10 milhões de unidades.

Em turno suplementar,o Senado aprovou aobrigatoriedade da criaçãode brinquedotecas – espaçoprovido de jogos e brinquedosinfantis – nas unidades desaúde que ofereçamatendimento pediátrico, emregime de internação, parapossibilitar uma recuperaçãomais rápida e menostraumática das crianças.A proposta já havia sidoaprovada na sessão plenáriade 23 de junho, na forma desubstitutivo do relator,senador Geraldo MesquitaJúnior (PSB-AC), o que exigiua votação do projeto em turnosuplementar, antes de serenviado novamente à Câmarados Deputados,por ter sido modificadono Senado.Segundo Mesquita Júnior,o projeto original, de autoriada deputada Luíza Erundina

Hospitais que atendem crianças podemser obrigados a instalar brinquedotecas

(PLC 67/03), precisou sermodificado para impedirque algumas unidades desaúde com atendimentopediátrico em regime deinternação se esquivassemda obrigação de instalar abrinquedoteca, alegandonão serem hospitais de fato.O substitutivo aprovadoestipula sanções para osestabelecimentos quenão implantarem asbrinquedotecas.Os infratores ficarão sujeitosàs penalidades previstas nalegislação sanitária federal.As unidades de saúde terãoo prazo de 180 dias paracumprir a exigência, após apublicação da lei.Em seu substitutivo, o relatorlembrou que a descoberta dabrinquedoteca como formaauxiliar na recuperação dascrianças internadas data dadécada de 50, na Suécia.

A novidade chegou ao Brasilna década de 90, depois queespecialistas constataramque as atividades dabrinquedoteca eram tãoimportantes quanto osremédios e exames para arecuperação das crianças,garantiu Geraldo MesquitaJúnior.

AVANÇO Fernando Bezerraé relator do projeto, que vai àsanção para se tornar lei

TERAPIA Mesquita Júniorlembra importância debrinquedo na recuperação

Principais mudançasConfira como ficou o texto apro-vado em primeiro turno na Câma-ra dos Deputados:1. O valor mínimo do salário dos

governadores será de 50% dosalário dos ministros do Supre-mo Tribunal Federal (STF). Nãohá referência ao limite de re-muneração dos prefeitos.

2. A remuneração dos desem-bargadores fica limitada a90,25% do salário dos minis-tros do STF. Os estados e o Dis-trito Federal poderão usar essevalor como o teto para a remu-neração dos servidores públi-cos dos seus três Poderes.

3. Para os servidores que ingres-saram no serviço público atéa promulgação da emenda41/2003, será permitida a apo-sentadoria com proventos in-tegrais se preenchidas as se-guintes condições: contribui-ção por 35 anos, se homem, epor 30 anos, se mulher; 20anos de efetivo exercício noserviço público; dez anos decarreira e cinco anos no cargoem que se der a aposentado-ria; para aqueles que começa-ram a trabalhar muito cedo, há

um mecanismo de transiçãopelo qual o servidor que ultra-passar os 30/35 anos de servi-ço poderá reduzir em um anoa idade mínima exigida (55/60anos) para cada ano que ultra-passar os 30/35 anos de servi-ço. No entanto, há uma exi-gência adicional para esse be-nefício: os interessados terãode cumprir 25 anos de servi-ço público, sendo 15 na carrei-ra e cinco no cargo.

4. A idade de aposentadoriacompulsória dos professoresde instituições de ensino su-perior passa a ser de 75 anos.

5. As donas-de-casa serão bene-ficiárias do futuro sistema es-pecial de inclusão previdenci-ária, que garantirá acesso aum salário mínimo. Esse siste-ma terá alíquotas e carênciasinferiores às vigentes para osdemais segurados do regimeatual.

6. Foi revogado o dispositivoque limitava o reajuste paraaposentados e pensionistas.Isso significa a volta da parida-de entre ativos e inativos.Fonte: Agência Câmara

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6 Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

“Mantega agecontra o país”,acusa Osmar

“O ministro Guido Mantegaé desinformado e assim o go-verno erra de maneira grave noOrçamento.” A frase é do sena-dor Osmar Dias (PDT-PR), queprotestou contra a decisão doministro de Planejamento dedestacar R$ 68 milhões do Or-çamento para a área de vigilân-cia sanitária. Ele disse que ovalor é totalmente insuficientee coloca em risco a confiabi-lidade dos importadores nosprodutos brasileiros.

– O ministro Mantega estátrabalhando contra os inte-resses nacionais – protestouOsmar Dias, afirmando aindater certeza de que a medidaserá tomada como argumen-to pelos importadores parabarrar a compra dos produtosbrasileiros.

Ele citou os recentes casos desuspensão de importação dasoja nacional pelos chineses etambém a interrupção nascompras de carne pela Rússia.Além dos prejuízos financeiros,atentou, o país ainda sofreucom o desgaste de sua imagemno exterior.

Tião Viana pede exame decompetência para médicos

SALVAGUARDA Tião Viana:medida seria requisito para oexercício legal da profissão

O senador Tião Viana (PT-AC)apresentou ontem em Plenárioprojeto de lei que institui pro-va nacional periódica para ava-liação dos médicos brasileiros,o Exame Nacional de Proficiên-cia em Medicina, como re-quisito para o exercício legal daprofissão. A medida, explicou osenador, teria como finalidadedar mais uma salvaguarda àpopulação, no que diz respeito

para, anualmente, avaliar se omédico está apto à prática pro-fissional. O exame, continuou,seria promovido pelo ConselhoFederal de Medicina (CFM).

– Tenho grande preocupaçãocom isto. Se fosse aplicado umcritério rígido, pelo menos ametade das escolas de Medici-na em funcionamento seria fe-chada – afirmou.

PrescriçãoPara justificar sua proposta,

Tião Viana, que é médico,apontou dados de pesquisa daUniversidade de São Paulo de-monstrando que mais de 70%dos médicos prescrevem remé-dios sem antes ler as normasfarmacológicas.

a sua assistência médica, e aopróprio médico.

Segundo a proposta (PLS217/04), seria realizada umaprova nacional em data única

ACM critica Cláudio Fonteles edefende aborto de anencéfalo

ELOGIO Maguito destacaprioridade do governo àpolítica social e de educação

Em discurso em Plenário ontem,o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) externou sua preocupação coma magnitude que o problema das fa-velas vem tomando no Brasil. O se-nador elogiou iniciativas que o go-verno federal anunciou para dimi-nuir o problema, como a criação deprogramas de controle de natalida-de, "apesar da resistência de setores

Maguito Vilela preocupado com o crescimento das favelasmais conservadores". O senador de-fendeu também a necessidade deimplantação de projetos eficientesde habitação para inibir o aumentodas favelas.

– O governo do presidente Lulaacerta ao dar prioridade a políticassociais e de educação – disse o se-nador.

Maguito elogiou também as pro-

postas que o candidato de seu par-tido à prefeitura de Goiânia, IrisRezende, vem apresentando duran-te a campanha.

– Iris apontou que não adiantaapenas construir casas ou fazer do-ações indiscriminadas de lotes. Asfamílias precisam de estrutura ade-quada e de receber acompanha-mento do setor público – afirmou,

lembrando que o crescimento dasfavelas em Goiânia é percebido aolho nu.

O senador destacou que o ambi-ente da favela prejudica a ascensãosocial, lembrando que pesquisascomprovam que os habitantes defavelas estudam quase a metade dotempo da média dos moradores dascidades.

“O BRASILEIRO” Maciel falasobre as homenagens feitas aopríncipe no Recife

MERCADO Tourinho: craquebrasileiro já se transformouem produto de exportação

O senador Marco Maciel(PFL-PE) destacou, em discur-so no Plenário ontem, a passa-gem, no último dia 17, dos 400anos de nascimento de Maurí-cio de Nassau, europeu que ad-ministrou no século 17 a Com-panhia das Índias Ocidentais,com sede no Recife, capital dePernambuco.

O príncipe João Maurício deNassau, nascido na Alemanhae conhecido na Holanda como“O Brasileiro”, administrou aspossessões holandesas no Bra-sil. Marco Maciel ressaltou aimportância da participaçãodos governos da Alemanha eHolanda nas homenagens.

O senador fez referência à re-alização de concertos de corobarroco, inauguração da Aveni-da Maurício de Nassau, no Re-cife, exposição de artes plásti-cas e lançamento de livro sobreo administrador europeu.

– Arte, cultura, relações inter-nacionais, educação, urbaniza-ção foram temas que marca-ram as celebrações no Recife,conhecida como Cidade Mau-rícia – disse Marco Maciel.

Maciel destacafesta dos 400

anos de Nassau

Depois de registrar que é ca-tólico, o senador Antonio Car-los Magalhães (PFL-BA) conde-nou ontem declarações do pro-curador-geral da República,Cláudio Fonteles, que criticoua decisão do ministro MarcoAurélio de Mello, do SupremoTribunal Federal (STF), sobre apermissão de abortos nos casosde crianças que estão sendogestadas sem cérebro.

Em matéria publicada no jor-nal O Globo de ontem, Fontelesanunciou que dará parecercontrário à decisão do ministrode autorizar mulheres grávidasde fetos sem cérebro a aborta-

COMPROMISSO Antonio Carlosressalta que problema religiosonão pode ficar acima do legal

rem. O procurador-geral disseque o seu compromisso eracom a vida humana.

TorturaNa mesma edição do jornal,

o constitucionalista LuizRoberto Barroso, citado porAntonio Carlos, afirma queobrigar a gestante a manter agravidez até o parto, no caso defeto anencéfalo, é comparávela um ato de tortura.

– É não ter coração quererseguir a CNBB (ConferênciaNacional dos Bispos do Brasil)num fato como esse. Essa éuma coisa séria demais para oprocurador tratar dessa ma-

neira. Ele poderia até manifes-tar-se nos autos, mas jamaispoderia vir a público, na im-prensa, para fazer um debatedessa ordem – afirmou.

Para o senador, o procurador-geral não pode colocar o pro-blema religioso acima do legal.

IMAGEM Para Osmar Dias,decisão pode agravar situaçãodo comércio no exterior

Projeto do senadorinstitui prova nacionalperiódica paraavaliação dosprofissionais

Tourinho não quer transferência de jogadores durante torneiosCom a finalidade de assegurar

que o processo de transferência dejogadores de futebol para outrosclubes seja mais transparente, o se-nador Rodolpho Tourinho (PFL-BA)apresentou projeto de lei proibindocessão ou transferência de atletasprofissionais para times estrangei-ros enquanto um campeonato esti-ver em andamento, desde que o jo-

gador esteja inscrito e o campeona-to seja reconhecido pela Confede-ração Brasileira de Futebol.

Na justificação do projeto,Tourinho observou que o craquebrasileiro há muito tempo já setransformou em produto de expor-tação, mas não é admissível que,por causa disso, as equipes sejamdesmanteladas em meio a uma

competição, como a seu ver temacontecido.

Ele observou que o Brasil possuium calendário de campeonatosdiametralmente oposto ao dos prin-cipais campeonatos internacionaise que a transferência de jogadoresno início da temporada internacio-nal de futebol resulta numa quebrade qualidade dos times no decorrer

dos campeonatos nacionais, umavez que são os melhores jogadoresque são contratados para times es-trangeiros.

Em aparte, o senador AntonioCarlos Magalhães (PFL-BA) ressal-vou que o projeto é moralizador,porque evita o enfraquecimentodos times brasileiros durante ascompetições nacionais.

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7Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

Sugestões do Congresso nãosão aproveitadas, diz Lobão

CRÍTICA Edison Lobãotambém protestou contra aalta carga tributária do país

O senador Edison Lobão(PFL-MA) afirmou que o gover-no deveria manter assessoresdentro do Congresso para reco-lher as boas idéias que surgemnas duas Casas. Segundo ele,muitas das soluções apresenta-das no Legislativo não mere-cem a atenção do governo ape-nas porque não foram formu-ladas pelo próprio Executivo.

Lobão lamentou que os pro-

nador disse que 94% dos empre-gos no varejo dos alimentos sãoinformais, na construção civilatingem os 70% e na agricultu-ra chegam a 90%.

jetos de autoria de parlamen-tares levem às vezes anos paraserem aprovados, por força datramitação legislativa vagarosae do excesso de medidas provi-sórias (MPs) que trancam apauta e atrasam os trabalhos.

Ele também protestou contraa alta carga tributária. Para osenador, “o povo não agüentamais pagar tanto imposto”, semreceber a contrapartida em ser-viços públicos de qualidade.

Segundo Lobão, uma das con-seqüências da alta carga tribu-tária, que chega perto de 40% doproduto interno bruto (PIB), é oaumento da informalidade. Ci-tando dados do Instituto Brasi-leiro de Ética Empresarial, o se-

Ramez Tebet cobra respeito àsvotações ocorridas no Senado

ANIVERSÁRIO O compositor,que completou 60 anos, foihomenageado por Simon

ALTERAÇÃO Para Mão Santa,mudança não poderia ocorreràs vésperas das eleições

CONCERTO Delcidio pediu ocumprimento de acordospara garantir investimentos

O senador Mão Santa(PMDB-PI) lamentou a mu-dança nas regras eleitorais àsvésperas das eleições. Para ele,a redução do número de vere-adores, definida por decisão doTribunal Superior Eleitoral(TSE) e aprovada pelo Senado,não deveria valer para o pleitodeste ano.

Mão Santa defendeu a reali-zação de uma reforma políticae partidária, mas disse ser ne-cessário que ela nasça dentrodo Congresso. Ele fez apelo aosparlamentares para que assu-mam o compromisso de rees-tudar a proposta de emenda àConstituição (PEC) que trata dacomposição dos legislativosmunicipais, respeitando sobre-tudo os vereadores.

– Temos que entender quenão tem nada de Poder Judici-ário, de Poder Executivo e dePoder Legislativo. Nós somosinstrumentos da democracia.O poder é o povo. E todo anomudam-se as regras do jogo. Aseleições são iguais nos EstadosUnidos desde a época de Abra-ham Lincoln – lembrou.

Mão Santalamenta decisãosobre vereadores

O senador Ramez Tebet(PMDB-MS) protestou contracríticas de deputados do PT,reproduzidas no jornal O Glo-bo, às modificações realizadaspelo Senado em projetos já a-provados na Câmara. Tebetafirmou que o país tem um sis-tema bicameralista consolida-do e que as funções inerentesao Senado e à Câmara têm deser respeitadas. Para ele, “me-recem repulsa” discursos que,“afirmando concertar a demo-cracia”, propõem a extinção doSenado.

– Querem que as matériasvotadas pela Câmara sejam

DESCONSIDERAÇÃO Tebetrechaçou críticas de deputadosa senadores por mudar projetos

simplesmente homologadaspelo Senado, como se aqui fos-se um cartório de bater carim-

bos para ratificar decisões daoutra Casa. Ter que fazer essediscurso a essa altura, quandoestá consolidado o bicamera-lismo, chega a ser inacreditável– ressaltou. Segundo Tebet,“não há dono da verdade e asduas Casas existem para apri-moramento dos projetos e paraatuar com o objetivo de melho-rar as proposições”.

O senador considera que de-clarações como essas têm sidofeitas desde que o Senado mo-dificou a proposta de reformatributária. A matéria teve devoltar à Câmara. Os deputados,disse, alegam “erroneamente”que têm sido obrigados a arcarcom os ônus de votar matériasantipáticas que estão sendo al-teradas no Senado.

COMPORTAMENTO Alvaro vêuma relação promíscua doCongresso com o Planalto

Para o senador, ogoverno precisaconhecer melhor asidéias formuladaspelos parlamentares

Em homenagem a Chico Buarquede Hollanda, que completou 60anos, o senador Pedro Simon(PMDB-RS) afirmou que o composi-tor é um dos maiores artistas brasi-leiros de todos os tempos e que pro-jetou a imagem do Brasil no exteri-or como poucos. Para o senador,Chico “trilhou o caminho da resis-tência e do combate ao regime mi-

Simon lembra composições de Chico Buarque contra a ditaduralitar”. Ele é “múltiplo”, disse.

– Considerado o artista que maisatacou o regime militar com suascomposições, ele jamais deixou caira qualidade do seu trabalho. Nuncadescambou para o panfleto.

Simon referiu-se aos problemasenfrentados por Chico Buarque coma censura e observou que os mui-tos atritos entre o compositor e o

governo militar acabaram por trans-formá-lo num símbolo de resistên-cia à ditadura.

– É importante considerar aindaque, além das músicas com claroobjetivo de contestação política,Chico Buarque tem uma grandeprodução voltada para as questõessociais mais graves do país, que sãohoje as mesmas dos anos 70. Com

uma diferença: alguns desses pro-blemas são hoje ainda mais profun-dos – acrescentou o senador, citan-do as músicas Construção, Pivete eMeu Guri.

Como compositor, registrou Pe-dro Simon, Chico Buarque é unani-midade nacional, com sucesso depúblico e crítica. O senador desejoufelicidades ao artista.

Delcidio defende regras claras e estáveis para o setor elétricoO senador Delcidio Amaral (PT-

MS) afirmou que o Senado, por meiodas Comissões de Serviços de Infra-Estrutura (CI) e de Assuntos Econô-micos (CAE), deve discutir a regula-mentação do novo modelo para osetor elétrico. Conforme disse, asempresas precisam ter regras claras,transparentes e, acima de tudo, es-

táveis, para se convencer de quevale a pena investir no Brasil.

Delcidio pediu ao governo o cum-primento dos acordos firmadoscom a aprovação, em março, danova lei do setor elétrico, estabilida-de nas agências reguladoras e tran-qüilidade para que os investidoresconfiem num setor tão importante.

E afirmou que parcerias com a inici-ativa privada são “absolutamenteimportantes” para garantir o supri-mento de energia. Para isso, ressal-tou, é necessário o estabelecimen-to de regras estáveis.

– Só assim as empresas se apre-sentam para, junto conosco, garan-tir o desenvolvimento do país.

O senador condenou a sobrecar-ga do setor elétrico com a legisla-ção da Contribuição para o Financi-amento da Seguridade Social (Co-fins), que, avaliou, prejudica as em-presas e o consumidor final. A novalegislação, que será ainda examina-da pelo Senado, aumentará as tari-fas entre 3% e 4%, alertou.

Alvaro criticacomportamento

parlamentarQuebra de acordos, demora

em legislar sobre assuntos im-portantes, passividade dianteda edição excessiva de medidasprovisórias (MPs), não instala-ção de comissões parlamenta-res de inquérito (CPIs) para in-vestigar a corrupção no gover-no e conivência com a libera-ção de recursos de emendasparlamentares ao Orçamentoda União de acordo com crité-rios políticos. Para Alvaro Dias(PSDB-PR), esses são fatos queajudaram a desgastar a imagemdo Congresso este ano.

As denúncias mais graves,ressaltou, dizem respeito à libe-ração de recursos orçamentá-rios para favorecer aliados po-líticos, na qual o senador vêuma relação promíscua doCongresso Nacional com o Pa-lácio do Planalto.

Na sua opinião, os parla-mentares não podem aceitara discriminação na liberaçãode emendas parlamentares.Como solução, Alvaro Dias su-geriu que os congressistas ex-tingam as emendas parla-mentares.

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8 Brasília, sexta-feira, 9 de julho de 2004

Polêmica marca votação de relatório da CPIArthur Virgílio pedea retirada device-governador dalista da CPI daExploração Sexual

A comoção marcou a sessãoem que foi aprovado o relató-rio final da Comissão Parla-mentar Mista de Inquérito daExploração Sexual. De um lado,a relatora, deputada Maria doRosário (PT-RS), defendia oacolhimento integral do docu-mento, que recomenda o indi-ciamento de cerca de 250 sus-peitos de envolvimento com aexploração sexual de crianças eadolescentes. Do outro, o sena-dor Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) solicitava a retirada donome do vice-governador doAmazonas, Omar Aziz, da rela-ção de possíveis indiciados.

A polêmica em torno do as-sunto foi suscitada com a apre-sentação de requerimento dedestaque para votação em se-

parado por Arthur Virgílio. Najustificativa, o senador tucanoargumentava que o nome deOmar Aziz foi incluído no rela-tório final da CPI da ExploraçãoSexual “com base em indíciosminimamente confiáveis”.

– Esse trabalho é meritório,mas não precisa dilacerar umavida política e familiar parachegar a um resultado – enfa-tizou. Ao destacar ser adversá-

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores José Sarney,Romeu Tuma, Mozarildo Cavalcanti e Marcos Guerra

rio político de Aziz, o parla-mentar disse que não assumi-ria sua defesa se “não tivesse aconvicção de estar com a ver-dade”. Segundo Arthur Virgílio,os depoimentos prestados con-tra o vice-governador são con-traditórios, observando aindaque, na data do crime a ele atri-buído, Aziz estava em um hos-pital com sua filha.

Maria do Rosário declarou

CONVICÇÕES Virgílio (à direita) defende indiciado no relatório; Mariado Rosário (no destaque) contesta posição do senador

Enquanto não for ampliado onúmero de Varas Especializa-das de Proteção à Criança e aoAdolescente, o Poder Judiciáriodeveria destinar “absoluta pri-oridade” à tramitação dos pro-cessos envolvendo crimes depedofilia, tráfico para explora-ção sexual, prostituição infan-to-juvenil e abuso sexual. A su-gestão foi feita ontem pela se-nadora Fátima Cleide (PT-RO)durante reunião destinada àvotação do relatório final daComissão Parlamentar Mistade Inquérito da Exploração Se-xual.

A prioridade deveria ser ex-pressa, a seu ver, no capítulosobre recomendações ao Poder

Fátima Cleide pede prioridade para processo de crime sexual

Judiciário do relatório final daCPI. A senadora propôs que osprocessos em tramitação a res-

peito de casos como os investi-gados pela Comissão de Inqué-rito ganhem uma tarja ou umselo de identificação “para in-dicar que merecem celeridade”.Sua sugestão foi acatada depronto pela relatora, deputadaMaria do Rosário.

– Acredito que as pessoas en-volvidas no Judiciário com omanuseio desses processosirão adquirir com isso maiorconsciência sobre esse gigantee traumático problema que afe-ta crianças e adolescentes detodo o país, que é a exploraçãosexual para fins comerciais –disse Fátima.

Por sua vez, o senador Eduar-do Suplicy (PT-SP) sugeriu à

INICIATIVA Fátima Cleide sugereum selo para identificar casosque exigem maior rapidez

Idoso ganhatransporte

interestadual

sua convicção em torno das de-núncias contra Omar Aziz e adecisão de recomendar seuindiciamento.

– Minha convicção vem das

relatora da CPI a inclusão deuma recomendação de que oprograma de Renda Básica deCidadania, cujo projeto já foisancionado pelo presidenteLula (Lei 10.835/04), seja im-plementado com agilidadepelo governo.

Esse programa, advertiu, evi-tará que meninas sejam enca-minhadas pelos próprios paispara a prostituição infantil.

– Sua proposta é eman-cipatória e permite que a ren-da básica atue na recomposi-ção de valores familiares, poiso que vimos são casas susten-tadas pela exploração sexual epelo trabalho infantil – afirmouMaria do Rosário.

palavras da menina (a vítima),que olhou nos meus olhos edisse que afirmava na cara deleque era ele (o autor da explora-ção sexual) – comentou.

Ainda de acordo com Mariado Rosário, a mãe da adoles-cente endossou a acusaçãocontra o vice-governador OmarAziz, que também teria pressi-onado e destratado a titular daDelegacia de Proteção à Crian-ça e ao Adolescente (DPCA),Graça Silva, durante depoi-mento prestado à comissão.

Por falta de quórum, a vota-ção do destaque do senador Ar-thur Virgílio foi adiada para apróxima terça-feira (13), a par-tir das 10h.

Deve ser examinado aindaoutro destaque, oferecido peladeputada Laura Carneiro (PFL-RJ), que propõe o encaminha-mento do relatório ao Ministé-rio Público e às autoridadescompetentes, e não a simplessugestão de indiciamento dossuspeitos, como consta do tex-to aprovado.

O presidente do Senado, José Sarney, recebeuontem em seu gabinete a visita de cortesia do em-baixador da Rússia no Brasil, Vassily PetrovitchGromov (na foto, à esquerda).

Maurício CorrêaSarney também recebeu ontem a visita de cor-

tesia do ex-presidente do Supremo Tribunal Fe-deral (STF), o ministro aposentado MaurícioCorrêa.

Em discurso ontem noPlenário, o senador Paulo

Paim (PT-RS) destacouque o governo federalpublicou decreto queregulamenta o uso do

transporte interestadualpor idosos. Agora fica

assegurado efetivamenteao idoso com mais de 60

anos o direito aotransporte gratuito entre

um estado e outro. “Isso émuito importante”, disse

o senador.O decreto presidencial,

publicado ontem noDiário Oficial da União,

assegura duas vagasgratuitas por transporte

interestadual eintermunicipal, ou 50%de desconto, no caso dese esgotarem as vagas,

em passagens detransportes terrestres,

ferroviários e aquaviáriosa pessoas com idade

igual ou superior a 60anos com renda de atédois salários mínimos.

Sarney recebeembaixador russo

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