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Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre Marques)

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Page 1: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

Organizações que Aprendem

Cezar Miguel Monteiro da Silva

Faculdade IENH

DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007

Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre Marques)

Page 2: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

Sumário

I. Conceitos básicos.

II. As cinco disciplinas da aprendizagem.

III. Destaques de A Quinta Disciplina.

IV. Oito barreiras do aprendizado.

V. Construção da Organização que Aprende.

APÊNDICE:

Os ‘novos’ papéis do Líder nas

Organizações.

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Aprendizagem Organizacional

É o processo permanente de criaÇão e disseminação do conhecimento organizacional, visando a adaptação contínua da empresa às mudanças no seu ambiente externo, através de metodologias que facilitem a conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito

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CONCEITOS CENTRAIS

As organizações que aprendem são “organizações onde

as pessoas expandem continuamente sua capacidade

de criar o futuro que desejam, onde se estimulam

padrões de pensamento novos e abrangentes

(sistêmicos), onde a aspiração coletiva ganha

liberdade e onde as pessoas aprendem

continuamente a aprender juntas."

Assim, “aprender não significaria estritamente adquirir

mais conhecimento, mas sim expandir a capacidade

de produzir os resultados desejados para a vida.”

PETER SENGE

VOCÊ CONHECE ALGUMA

ORGANIZAÇÃO QUE APRENDE ?

VOCÊ JÁ INTEGROU ALGUMA

ORGANIZAÇÃO QUE APRENDE ?

VOCÊ SE CONSIDERA UM

(BOM) APRENDIZ ? POR QUE ?

VOCÊ CONHECE ALGUMA PESSOA

INTELIGENTE E QUE NÃO OBTÉM

RECONHECIMENTO ?

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As cinco disciplinas do aprendizado

organizacional

1. Domínio pessoal

2. Modelos mentais

3. Visão compartilhada

4. Aprendizagem em equipe

5. Pensamento sistêmico

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DOMÍNIO PESSOALA disciplina 'domínio pessoal tem a ver com a atitude pessoal

diante da vida, substituindo-se a atitude reativa pela criadora. Isso implica duas iniciativas: o esclarecimento do que realmente é

importante para a pessoa e o aprendizado contínuo de como ver a realidade do momento.

O resultado 'natural' desse processo leva as pessoas à reformularem sua visão pessoal de mundo.

Então, a força motriz (do aprendizado) não é mais a reação ao que não se quer, mas sim a ação criativa na direção do que se pretende.

Realidade, medos, coisas e situações indesejadas, reação.

Tensão criativa: surge da diferença entre o que se tem e o que se deseja

Visão, futuro,

aspirações, desejos, criação.

QUEM RECEIA FICAR SEM EMPREGO ?

QUEM CONTINUA SEUS ESTUDOS SÓ PARA NÃO

FICAR SEM EMPREGO ?

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MODELOS MENTAISSão as imagens internas pessoais sobre

o funcionamento do mundo

(paradigmas) e determinam o modo de

avaliar e agir.

O domínio dessa disciplina se realiza

pela capacidade de trazer à tona os

modelos, esclarecer as premissas em

que eles se baseiam, testar sua

validade para, então, aperfeiçoá-los.

Desse modo, a mudança de

comportamento se dá pela mudança

dos modelos mentais.

Modelos mentais comuns às pessoas de

um dado grupo constituem-se base

para sua cultura (“jeito de viver” do

grupo).

Veja duas ilustrações sobre os modelos

mentais das sociedades indígenas.

1.Conta-se que um velho índio norte-

americano foi interrogado sobre a posse

das terras que a sua tribo ocupava, ao

que ele teria respondido: “A terra não é

do homem, o homem que é da terra.”

2. No Brasil, o indianista Orlando Vilas

Boas contou que enquanto tomava

banho em um rio com toda uma tribo do

alto Xingu, percebeu a ausência de um

menino. Ao reencontrá-lo, logo

questionou sobre o que havia

acontecido. O menino respondeu que

havia ido urinar na mata. Então, Vilas

Boas lhe perguntou porque ele não

havia urinado no rio mesmo. O menino

respondeu que se urinasse ali ele

sujaria as águas !

Cite outros exemplos de modelos mentais:

1.Machismo / Feminismo

2.Racismos e outros tipos de

discriminações

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VISÃO COMPARTILHADA"... a resposta à pergunta: O que

queremos criar ?, assim como

as visões pessoais são retratos

ou imagens que as pessoas têm

na mente e no coração, as

visões compartilhadas são

imagens que pertencem às

pessoas que fazem parte de

uma organização.”

Correlacionando com o estudo

sobre a Administração

Estratégica, esta disciplina nos

leva a relembrar os conceitos

de Visão, Missão, Valores,

Cultura Organizacional, etc.

<OBJETIVOS COMUNS>

O Reverendo Martin Luther King

iniciou seu célebre discurso de

28 de agosto de 1963 sobre a

visão que ele tinha de uma

nação americana com a

expressão: “I have a dream that

one day this nation will …”

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APRENDIZAGEM EM EQUIPE

Disciplina relacionada ao processo de alinhar e de desenvolver a capacidade coletiva de se criar os resultados definidos pela equipe.

Segundo Peter Senge, isso não exige o sacrifício das visões pessoais, apenas o seu alinhamento, que, quando ocorre, torna as pessoas capazes de gerar e de desfrutar sinergia.

A maioria das ações organizacionais tem exigido cada vez mais trabalho coletivo, devido sua crescente complexidade. Daí a importância dessa disciplina, seja para transcender as limitações e as competências individuais, mediante sinergia e diversidade, seja para implementar o trabalho de outras equipes.

OU, POR QUE AS EQUIPES

DEVERIAM SER CAPAZES DE APRENDER ?

POR QUE SER CAPAZ DE

APRENDER EM EQUIPE É

IMPORTANTE ?

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PENSAMENTO SISTÊMICO“A medida que o mundo se torna cada vez mais complexo e

interdependente, a capacidade de pensar sistemicamente, de analisar os campos de força e seus efeitos causais, abandonando a lógica causal simples, em favor de modelos mentais mais complexos, torna-se um fator crítico para a aprendizagem. Esta capacidade tem que ser desenvolvida não apenas pelo líder, mas também por todas as pessoas que participam da organização.” (Fleury e Fleury, 1997:32)

O pensamento sistêmico é a disciplina específica que proporciona aos indivíduos, e à Organização como um todo, a capacidade de identificar e entender como as forças e os elementos estruturais de um sistema interagem para produzir os diversos fenômenos com os quais se deparam. (É como ver as árvores e a floresta!)

A partir dessa compreensão, seria possível entender como nossas próprias ações têm contribuído para aqueles fenômenos, tanto os desejáveis quanto os indesejáveis.

Também seria possível identificar os pontos de alavancagem para as ações efetivas de correção ou de reforço.

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EVENTOS

TENDÊNCIAS e

PADRÕES

ESTRUTURA

Recursos / Cultura / Legislação /

Informações Financeiras /

Demografia / Tecnologia / Política /

Regulamentação / Ecologia /

Limites / Distribuição de Poder /

etc.

O ICEBERG

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Pensamento Sistêmico: arquétipos e elementos estruturais dos sistemas.

Em sistemas complexos, causa e

efeito freqüentemente estão

separados no tempo e no

espaço, e estão dispostos em

círculos de causalidade.

Esses círculos são compostos por

alguns elementos estruturais

(denominados ‘de reforço’ e

outros denominados ‘de

atenuação’) que interagem e

podem dar origem a um dos dez

arquétipos de sistemas

identificados por Senge:

1. equilíbrio com defasagem,

2. limites ao crescimento,

3. transferência de responsabilidade,

4. transferência de responsabilidade

para o interventor,

5. metas declinantes,

6. escalada,

7. sucesso para os bem-sucedidos,

8. tragédia dos comuns,

9. consertos que estragam,

10.crescimento e sub-investimento.

Corrida armamentista, violência Oriente Médio, guerra de preços etc.

Prova de Inglês do Inst. Rio Branco

O talento de Oscar NiemayerO fracasso do arquiteto“Fulaninho”“Colocar uma moeda no lugar do fusível”Sub-investimento naquilo que sustenta o crescimento

Regulando temperatura da água do chuveiroO crescimento de um pequeno negócio que esbarra na pouca capacidade gerencialFirmas de consultoria que afirmam “ter a solução”

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Pensamento Sistêmico: exemplo dos círculos de causalidade

Um bom exemplo do

arquétipo da ‘escalada’ é a

“guerra de preços” que as

operadoras de telefonia fixa

se envolveram após a

privatização no Brasil.

Diariamente, somos

bombardeados por

campanhas publicitárias que

anunciam a redução dos

preços praticados, o que

mina progressivamente as

margens de lucro de todas as

empresas.

EMBRATEL reduz preço

EMBRATEL atrai clientes da TELEMAR

CONCORRENTE perde mercado e

receita

TELEMAR reduz mais o

preço

TELEMAR atrai clientes

da EMBRATEL

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Destaques de

A Quinta Disciplina

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Breves destaques1. Como as mudanças são cada vez mais freqüentes, uma das

competências mais duradouras tornou-se aprender a aprender.2. A construção da Organização que Aprende, dada a

predominância do paradigma Taylorista / Fordista de organização do trabalho no Ocidente, requer um autêntico esforço de mudança (sobretudo cultural), leva tempo e implica lidar com todas as cinco disciplinas apresentadas.

3. As três primeiras disciplinas - Domínio Pessoal, Modelos Mentais e Visão Compartilhada - dizem respeito à aprendizagem em nível individual, enquanto as duas outras - Aprendizagem em Equipe e Pensamento Sistêmico - referem-se à aprendizagem em nível coletivo.

4. A disciplina Pensamento Sistêmico faz a integração das outras disciplinas e (re)lembra as Organizações que elas estão inseridas num contexto social-econômico-tecnológico dinâmico, que transcende as fronteiras organizacionais, mas também enfatiza que essas mesmas Organizações são sujeitos ativos na definição do seu próprio destino.

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Breves destaques(continuação)

5. O domínio de cada disciplina tem três níveis:

a)Adoção de ‘novas’ práticas.

b)Compreensão dos princípios que regem aquelas práticas.

c)Essências, isto é, o ‘estado de ser’ que os indivíduos ou grupos experimentam enquanto avançam no domínio das disciplinas.

6. Esse domínio das disciplinas não ocorre de uma única vez, mas percorre três etapas:

a)COGNITIVA – primeiro contato com o ‘novo’ e se reflete, também, num novo vocabulário, na tentativa de mudar o comportamento.

b)NOVAS REGRAS – à medida que os ‘velhos’ pressupostos se afrouxam devido às ‘novas idéias’ experimentadas, as pessoas começam a ‘testar’ regras de ações novas baseadas nos novos pressupostos.

c)VALORES E PRESSUPOSTOS OPERANTES – as pessoas conseguem reunir as regras que refletem novos valores de ação e pressupostos operantes, inclusive em situações de estresse e de ambigüidade. Nessa etapa, ocorre a apreensão do ‘novo’ pelas pessoas, tornando-o parte de si.

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Breves destaques:

Correlacionando as 5 Disciplinas e os 3 Níveis de Domínio

NÍVEIS DE

DOMÍNIODomínio Pessoal

Modelos Mentais

Práticas

Esclarecer a visão pessoal,

manter a tensão criativa

focalizando resultados, vendo a

realidade atual e fazendo

escolhas

Distinguir dados da

abstração baseada em

dados, testar

pressupostos, coluna da

esquerda.

Princípios

Visão Pessoal, tensão criativa,

tensão emocional,

subconsciente.

Teoria esposada, teoria

em uso, escada de

inferência, equilibrar

indagação e

argumentação.

Essência

Ser, conectividade e

interconectivida-de

Amor pela verdade,

abertura.

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Breves destaques:

Correlacionando as 5 Disciplinas e os 3 Níveis de Domínio

NÍVEIS DE DOMÍNIO

Visão CompartilhadaAprendizagem

EquipeVisão Sistêmica

Práticas

Processo de visualização, compartilhar visões pessoais, ouvir os outros, respeitar a liberdade de escolha, reconhecer a realidade atual.

Suspender os pressupostos, agir como colegas, revelar as defensivas, praticar.

Arquétipos de sistema e simulações

Princípios

Visão compartilhada como “holograma”, comprometimento versus aceitação.

Diálogos, discussão e rotinas defensivas.

Estrutura influencia o comportamento, resistência à política, e alavancagem

Essência

Propósito comum, parceria.

Inteligência coletiva, alinhamento.

Holismo

Interconectividade

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Oito barreiras do aprendizado

Compiladas por Carlos José Corrêa em

Simulação de Cenários – A sexta disciplina.

Tese de Doutorado, disponível na Biblioteca do CEFET / RJ.

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“Eu sou meu cargo”“Um repórter, passeando por uma construção, fez perguntas às

pessoas que encontrava pelo caminho. Ao primeiro, um homem com uma caneta e uma prancheta na mão, perguntou o que ele estava fazendo:

_ Sou o almoxarife da obra. No momento estou conferindo o material que está saindo.

O repórter andou mais um pouco e encontrou um outro homem que abria sacos de cimento, e também perguntou-lhe o que fazia:

_Sou o responsável pelo concreto. Estou preparando o cimento para colocar na betoneira.

Continuando sua caminhada, o repórter finalmente encontrou um homem que carregava um simples balde d’água __ O que está fazendo? __ perguntou a ele também.

O homem respondeu, então, com os olhos brilhando e a alegria de quem tem um objetivo:

_ Estou construindo uma escola.”

O que há de errado ?

Identificação estreita e restrita

da pessoa / do profissional com o

seu cargo / sua função.

Conseqüente perda do contexto

e dos objetivos do Negócio em

detrimento ao contexto e

objetivos da atividade / processo.

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“O inimigo está lá fora”

“Todo marinheiro sabe que, quando tem que fazer um

reparo em alto mar, deve amarrar as ferramentas de

trabalho para evitar que uma onda repentina possa

levá-las embora. Amir Klinck não as amarrou

quando fazia um pequeno conserto no seu barco, o

Paraty, numa travessia solitária do Atlântico. Uma

vaga mais forte o surpreendeu e tomou-lhe algumas

ferramentas importantes. Sua primeira reação foi

procurar alguém a quem pudesse culpar pela mau

sucedido ...”

O que há de errado ?

Culpar os outros pelos nossos

próprios erros (mecanismo de

defesa).

Enquanto não reconhecemos os

erros, fica difícil / impossível

corrigí-los ou eliminá-los.

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“A ilusão de assumir o controle”

“Um estatístico, com medo de viajar em um

avião em que um terrorista levasse uma

bomba, passou a levar uma ele mesmo.

Como a probabilidade de que duas bombas

fossem transportadas em um mesmo avião

era infinitamente menor do que a de uma

bomba só, ele passou a sentir-se seguro ...”

O que há de errado ?

Nem todos os fatores são

controláveis.

Não deixe que lições já

aprendidas o impeçam de

continuar aprendendo.

A situação / problema de hoje

não é necessariamente igual ao

de ontem.

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“A fixação em eventos”

João descasca uma banana e, após comê-la, joga a casca no chão.

Em seguida, Joaquim que passava pela calçada conversando com Manoel, pega a casca de banana e a joga na lata do lixo.

Manoel, então, pergunta a Joaquim _ Por que fizeste isso?

Ao que Joaquim respondeu todo satisfeito _ Para resolver o pequeno problema, pois alguém poderia se machucar.

O que há de errado ? Eventos são meras

manifestações (fotos) de

fenômenos ou forças motrizes

(histórias).

Não se deve agir apenas

sobre os sintomas dos

problemas, mas também nas

suas causas raízes.

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“A parábola do sapo escaldado”

“Se você colocar um sapo dentro de uma panela de

água fervendo, ele tentará sair imediatamente.

Se você o colocar em água à temperatura ambiente, e

não o assustar, ele ficará quieto.

Se você aumentar gradativamente a temperatura da

água, ...

Embora não haja nada que o prenda, o sapo ficará na

panela, sendo escaldado.”

O que há de errado ? Pouca (ou nenhuma)

capacidade de perceber e de

reagir às mudanças no

ambiente.“Deixa como está para ver

como é que fica” (comodismo).

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“A ilusão de aprender por experiência”

“Aqui se aprende a

morrer pela pátria.”

Academia Militar das Agulhas Negras.

O que há de errado ? Não se pode aprender a morrer,

morrendo !Não se pode aprender a dirigir,

batendo de frente nos postes !Há situações que não deveriam

ocorrer nem uma vez.Tentativa e erro não deve ser o

único modo de aprender.

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“O mito da equipe administrativa”

Olhando para a sala de

reunião da Alta Direção de

uma empresa, poderíamos

pensar: “Na soma da

idade deles estão séculos

de experiência.”

O que há de errado ? A experiência é importante e

até desejada, mas não pode

atrapalhar / impedir novas

soluções ou abordagens para

os problemas (mesmo os mais

antigos).A equipe administrativa pode

se ver como “infalível”.Se algo der errado, procura-

se um culpado e restaura-se a

credibilidade dos membros da

equipe que foram mantidos.

“Admitir não saber é

perigoso. Perguntar, pior

ainda.”

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“O medo do insucesso”

O que há de errado ? O medo do

desconhecido.A organização / pessoa

pára de se renovar.Opção pelo fracasso

certo da ‘velha receita’ em

lugar do insucesso

incerto da mudança.

“Em time que está

ganhando não se

mexe.”

Dito popular

“Mude antes que você

seja obrigado a

fazê-lo.”

Jack Welch

Page 28: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

Construindo aOrganização que Aprende

Notas sobre o artigo deDavid A. Garvin

Page 29: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

A definição de Garvin para aOrganização que Aprende

“A organização que aprende é a que dispõe de habilidades para criar, adquirir e transferir conhecimentos, e é capaz de modificar seu comportamento, de modo a refletir os novos conhecimentos e idéias.”

Algumas organizações são hábeis em criar ou adquirir conhecimentos, mas isso é apenas parte do trabalho.

Para ser uma Organização que Aprende é preciso ser eficiente em todos aqueles aspectos e não se pode deixar esse trabalho de construção por conta do acaso.

Assim, as Organizações que Aprendem são (mais) fruto da ação e da intenção humana – Gestão – do que do acaso.

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Os blocos de construção da OA

Blocos Ferramentas úteis

1. Solução sistemática de

problemas

MASP

2. Experimentação de novas

abordagens

Planejamento de Experimentos,

Joint Venture

3. Aprendizado com a própria

experiência

Memória Organizacional, Ações

Corretivas e Preventivas,

Auditorias

4. Aprendizado com os outros Benchmarking, Joint Venture

5. Transferência de

conhecimento

Análise Crítica (estruturada,

formal e participativa), Trabalho

em Equipe, Círculos da

Qualidade.

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Primeiros passos para a construção da OA

1. Criar ambiente (psicológico, cultural e estrutural) propício ao aprendizado.

2. Estimular o intercâmbio de idéias, de dentro e de fora da Organização, (eliminando as barreiras para a comunicação, inclusive o preconceito).

3. Criar oportunidades de aprendizado, tais como workshops de análises estratégicas, seminários tecnológicos, auditorias, benchmarking, missões / expedições, etc.

NOSSA FEIR

A DO

CONHECIMENTO

LEM

BRAR DA G

OO

GLE

e M

ICRO

SOFT

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Auto-avaliação

do aprendizado

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Questionário

1. Se as Organizações aprendem através de seus colaboradores, como se justifica a necessidade da aprendizagem coletiva?

2. O que mais chamou sua atenção no trabalho de Peter Senge ? Comente.

3. Se você integrasse uma equipe responsável por implantar esses conceitos em uma empresa, quais dificuldades você esperaria encontrar ? Por que ? Como você as trataria ?

4. Segundo Garvin, qual seria a principal dificuldade para se construir uma Organização que Aprende?

5. O que Garvin sugere para contornar essa dificuldade?

6. Quais são as cinco habilidade que Garvin apresenta como básicas para construir tal Organização?

7. Qual dessas habilidades você destacaria? Por que?

8. Qual importância você atribuiria à Mensuração do Aprendizado ?

Page 34: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

Os “novos” papéis do Líder nas

Organizações

APÊNDICE

Page 35: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

PROJETISTAProjeta a Organização que

terá condição de competir

autonomamente,

estabelecendo a Visão, os

Valores e Propósitos, a

Missão e o ambiente em

que tal Organização será

construída por todos.

Projetar a organização como

um todo inclui aspectos

intangíveis, inclusive os

valores mais sutis que

unem as coisas.

As cinco disciplinas devem ser consideradas no Projeto da Organização. Eis dois exemplos disso:

“O desenvolvimento da visão compartilhada é importante desde cedo porque fomenta a orientação de longo prazo e o imperativo da aprendizagem”.

No âmbito do domínio pessoal, “o mais importante é o comportamento visível das pessoas em posições de liderança, no compartilhamento de visões pessoais e na demonstração de seu compromisso com a verdade”.

Page 36: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

REGENTECoordena o trabalho das

pessoas de modo a integrar o fluxo das ações com o Projeto da Organização.

O trabalho de construir a Organização projetada requer a atuação de muitas pessoas com diferentes personalidades, desejos e possibilidades.

“Ser o regente de uma visão (a Organização projetada) muda o relacionamento do Líder com a visão pessoal. Ela deixa de ser uma posse como ‘em minha visão’, e passa a ser um chamado”.

Ilustrando ...

“Isto é a verdadeira alegria na

vida, ser usado para um

propósito reconhecido por

você mesmo como

grandioso... Ser uma força

da natureza, e não um

mísero punhado de aflições

e ressentimentos

reclamando que o mundo

não quer se dedicar a fazê-

lo feliz”.Bernard Shaw, em SENGE.

Um Maestro reúne

a competência para

tocar qualquer

instrumento da

Orquestra?

Uma vez

composta a

música, qual é o

papel do

Maestro?

Page 37: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

Por que seria necessário ao Líder agir como Professor ?!

Porque a REALIDADE, para a maioria das pessoas, “significa pressões que devem aparecer, crises às quais se deve reagir, e limitações que devem ser aceitas”.

Por esse raciocínio, “visão (da realidade) é, na melhor das hipóteses, um sonho inútil e, na pior das hipóteses, uma desilusão cínica – mas não um fim que se possa alcançar”.

PROFESSOR

No papel de PROFESSOR, o Líder ajuda as pessoas a No papel de PROFESSOR, o Líder ajuda as pessoas a

concretizar uma visão de realidade, como a do concretizar uma visão de realidade, como a do

artista, que vê a realidade como uma oportunidade artista, que vê a realidade como uma oportunidade

de criar ao invés de uma fonte de limitação.de criar ao invés de uma fonte de limitação.

Page 38: Organizações que Aprendem Cezar Miguel Monteiro da Silva Faculdade IENH DISCIPLINA: Teorias Organizacionais – outubro 2007 Fonte: CEFET RJ (Prof. Alexandre

Para saber mais ...

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Fontes de consulta

SENGE. A quinta disciplina. Editora Best Seller.

CORRÊA, Carlos José. Simulação de cenários

alternativos: a sexta disciplina. Tese de doutorado,

(disponível no CEFET / RJ).

GARVIN. Construindo a organização que aprende.

HBR. Aprendizagem organizacional. Editora

Campus.