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Óptica 2007 Óptica de Sólidos Aula 2 Daniel Schneider Tasca, CURSO DE ÓPTICA DA PÒS-GRAD. DO IF-UFRJ, 2007, Prof: Paulo H. S. Ribeiro

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Óptica 2007

Óptica de SólidosAula 2

Daniel Schneider Tasca,

CURSO DE ÓPTICA DA PÒS-GRAD. DO IF-UFRJ, 2007, Prof: Paulo H. S. Ribeiro

Sumário da apresentaçãoEquações de MaxwellPropagação da luz em meios condutoresDispositivos ópticos birrefringentes• Placas de onda• Polarizadores• Divisores de feixe

Atividade ópticaEfeitos Eletro-ópticos e Magneto-ópticos• Rotação de Faraday

Óptica Não-linear

Equações de Maxwell e a Equação de Onda

( )tttc ∂

∂−

∂∂

−=∂∂

+×∇×∇JPEE 02

2

02

2

2

1 μμ

00

1ερ

ε+⋅∇−=⋅∇

∂∂

−∂∂

−=×∇

PE

MHE 00 tμ

MH

JPEH

⋅∇=⋅∇

+∂∂

+∂∂

=×∇tt0ε

Meios eletricamente neutros e não magnéticos!

Sumário da apresentaçãoEquações de MaxwellPropagação da luz em meios condutoresDispositivos ópticos birrefringêntes• Placas de onda• Polarizadores• Divisores de feixe

Atividade ópticaEfeitos Eletro-ópticos e Magneto-ópticos• Rotação de Faraday

Óptica Não-linear

Propagação da luz em meios condutores

Equação diferencial de movimento para os elétrons:

Equação para a densidade de corrente:

Solução transiente (tempo de relaxação):

Para um campo elétrico estático:

0≠J

Termo de corrente na equação de onda (elétrons livres)

1dm m edt

τ −= − −v v E

vJ Ne−=

21d Ne

dt mτ −+ =

J J E Densidade volumétrica de corrente

τ/0

te−= JJLei de Ohm

21 Ne

mτ − =J E

EJ σ=τσ

mNe2

=Condutividade estática

Propagação da luz em meios condutoresSolução harmônica para a densidade de corrente

Resolvendo para J

Substituindo a expressão para J na equação de onda

Solução

( ) EEJ σττω 12

1 −− ==+−mNei

1 iσωτ

=−

J E

22 0

2 2

11c t i tμ σωτ

∂ ∂∇ = +

∂ − ∂E ΕE

( ) ( )0 0i z t i kz t ze e eω ω αΚ − − −= =E E E

αik +=Κ

Vetor de onda complexo

Comprimento de penetração (aproximação freqüências baixas)

0

0 0

1 2cλδ

α ωσμ πσμ= ≈ =

22 0

1i

c iωμ σω

ωτ⎛ ⎞Κ = +⎜ ⎟ −⎝ ⎠

12

2

1 −+−=Κ=

ωτωω

ω icN p

τσμ

εω

20

0

2 cmNe

p ==

Índice de refração

Tempo de relaxação típico para de metais da ordem de 10-

13 s (infravermelho). Freqüência de plasma 1015 s-1 (visível).

Propagação da luz em meios condutores

Gráfico: Amplitude do campo elétrico em função da distancia percorrida em um meio condutor.

Sumário da apresentaçãoEquações de MaxwellPropagação da luz em meios condutoresDispositivos ópticos birrefringêntes• Placas de onda• Polarizadores• Divisores de feixe

Atividade ópticaEfeitos Eletro-ópticos e Magneto-ópticos• Rotação de Faraday

Óptica Não-linear

Placas de onda, divisores de feixe e polarizadores birrefringentes

Meio dielétrico anisotrópico uniaxial (eixo óptico na direção z):

( )( ) ( )

2

2

2

2

2

sincos1

eo nnnθθ

θ+=

Placas de onda

Placas de onda

eo nnn −=Δ

cos 1 0cos sin

sin 0 1θ

θ θθ

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤= +⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥

⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦

( )1( , )

0oi k x t

o x t e ω−⎡ ⎤= ⎢ ⎥⎣ ⎦

E ( )0( , )

1ei k x t

e x t e ω−⎡ ⎤= ⎢ ⎥⎣ ⎦

E

Birrefringência:

0e e ek n n kcω

= = 0o o ok n n kcω

= =

Definimos os vetores de onda:

01 0

cos sin0 1

oik x i nk xi te e eω θ θ − Δ− ⎧ ⎫⎡ ⎤ ⎡ ⎤→ +⎨ ⎬⎢ ⎥ ⎢ ⎥

⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎩ ⎭

Considere um cristal anisotrópico de comprimento L (0<x<L) com eixo óptico na direção do eixo z. As componentes do campo elétrico com polarizações y e z “enxergam” índices de refração diferentes.

Um campo polarizado na direção que faz um ângulo q com o eixo óptico entra no cristal

Placas de onda

01 0

cos sin0 1

oik L i nk Li te e eω θ θ − Δ− ⎧ ⎫⎡ ⎤ ⎡ ⎤+⎨ ⎬⎢ ⎥ ⎢ ⎥

⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎩ ⎭

( )0 0

22 1nk L nL m

ππλΔ = Δ = +

0 0

2 12

nk L nL mπλ π⎛ ⎞

Δ = Δ = +⎜ ⎟⎝ ⎠

A polarização do feixe na saída do cristal será dada por

Placas de meia onda obedecem a condição: Placas de ¼ de onda obedecem a condição:

1 0 coscos sin

0 1 sino oik L ik Li t i te e e eω ω θ

θ θθ

− −⎧ ⎫⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ =⎨ ⎬⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥− −⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎩ ⎭

1 0 coscos sin

0 sino oik L ik Li t i te e e e

i iω ω θ

θ θθ

− −⎧ ⎫⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ =⎨ ⎬⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥− −⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎩ ⎭

Polarizadores birrefringentesGlan-Foucault

Glan-Taylor

Glan-Thompson

Prisma de Nicol

Prisma de Wollaston

( ) oE nn <<θsin

1

Polarizadores birrefringentes

Glan-Taylor

Glan-Thompson

Prisma de Wollaston

Dividores e separadores de feixes birrefringêntes

Sumário da apresentaçãoEquações de MaxwellPropagação da luz em meios condutoresDispositivos ópticos birrefringêntes• Placas de onda• Polarizadores• Divisores de feixe

Atividade ópticaEfeitos Eletro-ópticos e Magneto-ópticos• Rotação de Faraday

Óptica Não-linear

Atividade ÓpticaCertas substâncias tem o poder de rodar o plano de polarização da luz

O ângulo de rotação é proporcional ao comprimento do caminho da onda eletromagnética dentro do material

lnn LR λπθ )( −=

Atividade ÓpticaA atividade óptica pode ser explicada assumindo-se uma diferença de índices de refração para a luz circularmente polarizada à direita e à esquerda.Definimos os vetores de onda para a luz direita e esquerda como

Em termos dos vetores de Jones, temos

0kncnk RRR ==

ω0knc

nk LLL ==ω

( )tzkiR

Rei

tz ω−⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡−

=1

),(E ( )tzkiL

Lei

tz ω−⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡=

1),(E

Atividade ÓpticaSuponhamos um feixe com polarização inicial linear na direção x

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡+⎥

⎤⎢⎣

⎡−

=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡ii1

211

21

01

( ) ( )liklik LR ei

ei ⎥

⎤⎢⎣

⎡+⎥

⎤⎢⎣

⎡−

1211

21

( ) ( ) ( )

⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡+⎥

⎤⎢⎣

⎡−

=−−−+

22211

21 lkkilkkilkki LRLRLR e

iei

e

Após atravessar uma distância “l” em um meio com atividade óptica, a amplitude complexa do feixe será

Atividade ÓpticaDefinindo as quantidades

( )lkk LR +=21ψ ( )lkk LR −=

21θ

Podemos expressar a amplitude complexa como

⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡+⎥

⎤⎢⎣

⎡−

= − θθψ iii ei

ei

e1

211

21 ( )

( )⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

−−

+=

θθ

θθ

ψ

ii

ii

i

eei

eee

2

21

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡=

θθψ

sincosie

Polarização linear na direção que faz um ângulo θ com a direção original

lnn LR λπθ )( −=

Atividade ÓpticaPoder rotatório

( )λπθδ LR nn

l−==

Poder rotatório específico do quartzo cristalino como função do comprimento de onda

Dispersão rotatória

Os índices nR e nL também são funções do comprimento de onda!

Atividade ÓpticaO poder rotatório é uma função do comprimento de onda da luz. Pode-se usar esse fato na determinação do comprimento de onda da luz, ou como um monocromador, colocando-se um polarizador na entrada do meio e um analisador na saída deste. Variando-se o ângulo do analisador podemos alterar o comprimento de onda que sai do monocromador.

Atividade Óptica

Prisma de Fresnel

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡− i1

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡i1

R

L

Dois prismas feitos de cristais de quartzo levógeros e dextrógeros. O índice relativo na fronteira entre os dois prismas é maior que 1 para a polarização direita e menor que 1 para a polarização esquerda.

Atividade ÓpticaTensor susceptibilidade para um meio com atividade óptica

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎛−=

33

1112

1211

0000

χχχχχ

ii

χ

12111 χχ ++=Rn

12111 χχ −+=Ln

0

12

11

12

1 nnn LR

χχ

χ=

+≈− 12

0nχ πδλ

=

Resolvendo a equação de onda para um meio dielétrico com o tensor susceptibilidade acima,

encontramos as seguintes relações:

( )2 2

02 2 2

1c t t

μ∂ ∂∇× ∇× + = −

∂ ∂E PE

χEP 0ε=

Sumário da apresentaçãoEquações de MaxwellPropagação da luz em meios condutoresDispositivos ópticos birrefringêntes• Placas de onda• Polarizadores• Divisores de feixe

Atividade ópticaEfeitos Eletro-ópticos e Magneto-ópticos• Rotação de Faraday

Óptica Não-linear

Efeitos Eletro/Magneto-ÓpticosRotação de Faraday (1845-Michael Faraday): Birrefringência e atividade óptica induzida por um campo magnético estático aplicado a um dielétrico isotrópico.

Efeito Kerr ( 1875- J. Kerr): Birrefringência uniaxial induzida por aplicação de campo elétrico forte .A direção do campo elétrico aplicada define o eixo-óptico.

Efeito Cotton-Mouton: Análogo magnétio do efeito Kerr eletro-óptico

Efeito Pockels: Certos tipos de cristais birrefringêntes têm seus índices de refração alterados na presença de um campo elétrico estático. Efeito utilizado para fabricação de moduladores de luz

02

|| λKEnn =− ⊥

VB=δ

2|| 0n n CH λ⊥− =

Rotação de Faraday11 11 12

11 12 11

11 33

0 0 00 0 00 0 0 0

ii

χ χ χχ χ χ

χ χ

⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟ ⎜ ⎟→ −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠

B

dtdmeK

dtdm rErr γ−−−=2

22

2

d d dm K e m edt dt dt

γ ⎛ ⎞= − − − − ×⎜ ⎟⎝ ⎠

r r rr E BEquação de movimento para o elétron ligado na presença de um campo elétrico oscilante

BrErr ×+−=+− eieKm ωω 2

rP Ne−=

( )2m K e i eω ω− + = − + ×P E P B

Solução harmônica estacionária :

χEP 0ε=

Tensor susceptibilidade efetivo

Material efetivo birrefringênte e

ópticamente ativo

Material dielétrico isotrópico

Rotação de Faraday

( ) ⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

−−

−=

222220

220

0

2

11

cmNe

ωωωωωω

εχ

( )2

12 22 2 2 20 0

c

c

Nem

ωωχε ω ω ω ω

⎡ ⎤⎢ ⎥=⎢ ⎥− −⎣ ⎦

2

33 2 20 0

1Nem

χε ω ω

⎡ ⎤= ⎢ ⎥−⎣ ⎦

meBmK

c =

=

ω

ω0

( )3

22 2 20 0

Ne Bmπ ωδλ ε ω ω

⎡ ⎤⎢ ⎥≈⎢ ⎥−⎣ ⎦

11 11 12

11 12 11

11 33

0 0 00 0 00 0 0 0

ii

χ χ χχ χ χ

χ χ

⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟ ⎜ ⎟→ −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠

B

Freqüência de Ciclotron

Freqüência de ressonância

Sumário da apresentaçãoEquações de MaxwellPropagação da luz em meios condutoresDispositivos ópticos birrefringêntes• Placas de onda• Polarizadores• Divisores de feixe

Atividade ópticaEfeitos Eletro-ópticos e Magneto-ópticos• Rotação de Faraday

Óptica Não-linear

Óptica Não-linear

( ) ( )( )...33220 +++= EEEP χχχε

( ) ( )( )2 32 2 3 30 0 0 0 ...i t i t i tP E e E e E eω ω ωε χ χ χ− − −= + + +

Em um meio isotrópico

A susceptibilidade linear é em geral muito maior que os coeficientes não lineares

Campo aplicado com a forma tieEE ω−= 0

Óptica Não-linear

Óptica Não-linear

Óptica Não-linear

( ) ( )( )2 30 ...L NL ε= + = + ⋅ + ⋅ ⋅ +P P P χE χ E E χ E E E

Para o caso de um meio cristalino anisotrópico

0L ε=P χE

Cristais com tensor de susceptibilidade elétrica de segunda ordem não nulos não possuem simetria de inversão. Essa também é a condição para o cristal ser piezoelétrico. Então cristais piezoelétricossão úteis para geração de segundo harmônico (como quartzo e KDP).

Óptica Não-linear

( ) ( ) ( )( )∫∫ −−∝∝l

o

tzkil

o

dzedzzElE τωωω 122 ,,2

( ) ( ) 22 1 2

1 2

sin / 22 ,

/ 2k k l

E lk k

ω−⎡ ⎤

∝ ⎢ ⎥−⎣ ⎦

( )ω

τ2

2 zlk −=

( ) ( )tzkiezE ωω −−∝ 1,

( ) ( )2 22 , i k z tE z e ωω − −∝

Intensidade do campo de segundo harmônico

Campo fundamental e de segundo harmônico:

Tempo que o campo de segundo harmônico viaja

no cristal

1 22cl k kπ

=−

Comprimento do cristal para intensidade máxima

do campo de segundo harmônico