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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE OPOSIÇÃO COMO MODALIDADE DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO FREDERICO ANTUNES BRENAND ONGARATTO RIO DE JANEIRO 2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

OPOSIÇÃO COMO MODALIDADE

DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO

FREDERICO ANTUNES BRENAND ONGARATTO

RIO DE JANEIRO

2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

FREDERICO ANTUNES BRENAND ONGARATTO

OPOSIÇÃO COMO MODALIDADE

DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO

Trabalho apresentado à

Universidade Cândido Mendes

como requisito parcial para

obtenção do t ítulo de

especialização.

RIO DE JANEIRO

2009

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Dedico este trabalho a Deus e

nosso Senhor Jesus Cristo; aos

familiares, e a minha querida

Luciana Soares da Silva.

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Agradeço primeiramente a Deus

pelos objet ivos e alcançados.

Agradeço especialmente, a meus

pais pelo carinho e pelo apoio de

sempre.

Aos mestres pelo conhecimento

adquir ido.

E aos amigos pelo companheirismo

de todas as horas.

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RESUMO

Art. 56 - Quem pretender, no todo ou em

parte, a coisa ou o direito sobre que

controvertem autor e réu, poderá, até ser

proferida a sentença, oferecer oposição

contra ambos. Código de Processo Civil

O presente trabalho aborda o insti tuto jurídico da Oposição como

modalidade de Intervenção de Terceiro. Analisando os sujeitos, as

partes e a f igura do terceiro nessa relação processual. Relata

brevemente todas as modalidades de intervenção de terceiro previstas

no Código de Processo Civi l. A pesquisa foi desenvolvida a partir da

analise doutrinaria, jurisprudencial e legal. O trabalho contextualiza o

conceito, prazo, julgamento e procedimento da Oposição. A pesquisa

aponta a Oposição como modalidade de ação ou mero incidente

processual. Considerar-se ainda a possibil idade da antecipação de

tutela para o inst ituto jurídico da Oposição.

Palavras-chaves: Código de Processo Civil, Intervenção de

Terceiro; Oposição; Antecipação de Tutela.

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ABSTRACT

Article 56 - Who wants to, in whole or in

part, the thing or the right to dispute on

copyright and defendant, may be issued

until the decision to offer opposit ion to

both. Code of Civil Procedure

This work deals with the legal off ice of the Opposit ion as a means of

intervention of third parties. Analyzing the subject, the parties and the

third f igure in this connection procedure. Brief ly reported all forms of

assistance provided to third in the Code of Civi l Procedure. The

research was developed from analysis of doctrine, case law and legal.

The work contextualizes the concept, t ime, trial procedure and the

Opposit ion. The research suggests the Opposit ion as a means of action

or merely procedural incident. Consider also the possibil ity of

anticipat ion of legal guardianship to the Off ice of the Opposit ion.

Key words : Code of Civi l Procedure, intervention of third parties;

Opposit ion; Anticipation of Trusteeship.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................. 7

CAPÍTULO I FORMAS DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS .............. 10

1.1. SUJEITO, PARTE E TERCEIRO ........................................................... 10 1.2 MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO ........................ 11 1.2.1 Assistência .......................................................................................... 12 1.2.2 Nomeação à Autoria .......................................................................... 13 1.2.3 Denunciação à Lide ........................................................................... 16 1.2.4 Chamamento ao Processo ............................................................... 19

CAPÍTULO 2 INTERESSE DE TERCEIRO E PROCEDIMENTO .......... 21

2.1 LITISCONSÓRCIO .................................................................................... 22 2.2 ESPÉCIES DE LITISCONSÓRCIO ........................................................ 22

CAPÍTULO 3 O INSTITUTO DA OPOSIÇÃO .................................... 24

3.1 CONCEITO .................................................................................................. 24 3.2 PRAZO ......................................................................................................... 26 3.3 OPOSIÇÃO COMO MODALIDADE DE AÇÃO ..................................... 27 3.4 PROCEDIMENTO ...................................................................................... 27 3.5 JULGAMENTO DA OPOSIÇÃO .............................................................. 31

CAPÍTULO 4 ANTECIPAÇÃO DE TUTELA NA OPOSIÇÃO ............... 33

CAPÍTULO 5 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL.................................... 37

5.1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ................... 37 Apelação com Revisão 2301344900 ........................................................ 37 Apelação 7345578800 ................................................................................. 37 Apelação 7124451800 ................................................................................. 38 Apelação Com Revisão 1040087000 ....................................................... 38 Apelação Com Revisão 932119001 ......................................................... 38

5.2 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ......... 39 1. APELAÇÃO. 2008.001.66338 ............................................................................... 39 2. 2007.001.46305 ........................................................................................... 39 3. 2007.001.63814 ........................................................................................... 40 4. 2007.002.35028 ........................................................................................... 41 5. 2007.001.35213 ........................................................................................... 42

CONCLUSÃO ................................................................................ 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 46

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INTRODUÇÃO

Art. 56 - Quem pretender, no todo ou em

parte, a coisa ou o direito sobre que

controvertem autor e réu, poderá, até ser

proferida a sentença, oferecer oposição

contra ambos. Código de Processo Civil

Este trabalho tratará do inst ituto jurídico da Oposição, uma

modalidade de Intervenção de terceiros que, embora participe da

relação processual, dela não faz parte.

Como regra geral, a intervenção de terceiro auxi l ia ou exclui os

l it igantes, defende ou exclui direito ou interesse próprios que possam

ser at ingidos pelos efeitos da sentença.

Inicialmente, estará em pauta o instituto da intervenção de

terceiro, logo após, serão analisadas as diferentes modalidades de

intervenção, tais como: assistência, nomeação à autoria, denunciação

da lide, chamamento ao processo. Avaliar-se-ão ainda os sujeitos, as

partes e os terceiros envolvidos na relação de intervenção.

Tema limitado à matéria processual apresenta-se de relevante

importância para o Direito, pois, trata-se de um “ incidente processual,”

não apenas no processo de conhecimento, mas também no processo de

execução ou cautelar.

Recurso de terceiro prejudicado ou embargos de terceiro são

exemplos de intervenção de terceiro ocorridos após o processo de

conhecimento. A relação processual apresenta-se com três sujeitos,

que são: juiz, autor e réu. Cândido Rangel Dinamarco1, citando

Búlgaro, af irma que: judicium est actus tr ium personarum, judicis,

actoris, rei ; as Ordenações do Reino diziam que "três pessoas são por

1 DINAMARCO, Cândido Rangel . Inst i tu ições de dire ito processual c iv i l . 2 ed. , São Paulo: Malheiros , v.2, 2002.

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direito necessárias em qualquer Juízo, Juiz que julgue, autor que

demande e réu que se defenda".

Embora definidos os três sujeitos que compõem a relação

processual (juiz, autor e réu), a lei autoriza o ingresso de um terceiro

nessa relação para reclamar direito, substituir qualquer das partes ou

atuar com elas, momento em que se dá a formação da intervenção de

terceiros. Assim, ao se traduzir do latim que “o autor deduz em juízo

uma pretensão/qui res in iudicium deducit” e o “réu é o sujeito contra

quem a pretensão é deduzida contra res in iudicium deducitur”.

Destarte, pode-se af irmar que a intervenção de terceiros no

processo ocorre quando um indivíduo dele participa, sem ser parte na

causa. A f inal idade dessa intervenção processual pode ser auxi l iar ou

excluir l it igantes, defender direito ou interesse próprio.

Pontes de Miranda assim define a intervenção de terceiro:

O princípio da dualidade das partes, segundo o qual é inadmissível um processo sem que haja pelo menos dois sujeitos em posições processuais contrárias, pois ninguém pode l i t igar consigo mesmo, em segundo lugar vem o pr incípio da igualdade das partes, onde é assegurada a paridade de tratamento processual, sem prejuízo de certas vantagens atr ibuídas especialmente a cada uma delas, em vista exatamente de sua posição no processo, e por últ imo o princípio do contraditór io, garantindo às partes a ciência dos atos e termos do processo, com a possibi l idade de impugná-los e com isso estabelecer o verdadeiro diálogo com o juiz2.

Será considerado "ad adiuvandum" o terceiro interveniente que

ingresse no processo para defender um interesse próprio. "Ad

excludentum" será o terceiro interveniente que se contrapõe a uma ou

ambas as partes.

2 MIRANDA, Pontes de. Comentár ios ao Código de Processo Civ i l , V. I I . , R io de Janeiro. ED. 1974, P.2

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E, "ad adiuvandum" , o terceiro interveniente que ingresse no

processo para defender um interesse próprio. "Ad excludentum" será o

terceiro interveniente que se contrapor a uma ou ambas as partes.

A Intervenção de terceiro divide-se ainda em espontânea ou

provocada. Será espontânea a Intervenção de terceiro nos casos de

Assistência ou Oposição. A intervenção provocada deriva de pedido

das partes e ocorre com a Nomeação à Autoria, Denunciação da Lide

ou Chamamento ao Processo.

Desse modo, a monograf ia aborda especif icamente o inst ituto

jurídico da “Oposição” no que tange a sua aplicabil idade, requisitos,

prazo, partes envolvidas, procedimento, julgamento e analise

jurisprudencial.

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CAPÍTULO 1

FORMAS DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1.1. SUJEITO, PARTE E TERCEIRO

Inicialmente cumpre esclarecer que as pretensões requeridas num

processo pelos oponentes são incompatíveis com as formuladas pelas

partes originárias, que passarão a ocupar o pólo passivo da demanda.

Assim, autor e réu serão imperativamente réus na Oposição.

Segundo o renomado processualista Candido Rangel Dinamarco,

a parte ativa processual é o principal sujeito da lide, aquele que vai a

juízo buscar sua pretensão (direito subjetivo) contra outrem. O réu, ao

resistir à pretensão alheia, tornar-se-á a parte passiva desta relação.

Assim forma-se uma relação jurídica bilateral com as principais partes

da lide 3.

Vale distinguir dois elementos envolvidos:

— Sujeitos são todos que part icipam do processo, sem,

entretanto, terem a qualidade de parte. São eles: peritos,

testemunhas ou indivíduos alheios ao interesse da causa, que

auxil iam o Estado no seu julgamento. Mas em sentido

amplíssimo, todos podem ser sujeitos do processo.

3 DINAMARCO, Cândido Rangel . Inst i tu ições de Direi to Processual Civ i l , I I vo lume, Malheiros , São Paulo, 4ª edição, 2004, p. 275.

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— Terceiro é aquele que, não sendo t itular do direito debatido na

lide ou não tendo legit imidade para l it igar em nome de outrem,

por algum interesse jurídico intervém no processo.

A lei autoriza o ingresso de terceiro na lide, para que este possa

manifestar-se sobre determinada situação adversa procedente de

decisão entre as partes (autor e réu), que automaticamente lhe

alcançaria.

Terceiros que ingressam na lide através da intervenção,

independentemente da modalidade, devem respeitar o disposto no

artigo 14 do CPC.

Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma part ic ipam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;

I I - proceder com lealdade e boa-fé;

I I I - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento;

IV - não produzir provas, nem prat icar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito.

V - cumprir com exat idão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efet ivação de provimentos judic iais, de natureza antecipatória ou f inal.

Exemplos comuns de intervenção de terceiro são os casos de

sublocatário que ingressam em ação de despejo para auxil iar os

locatários.

1.2 MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO

A modalidade de intervenção de terceiro é determinada pela

forma de ingresso desse terceiro na relação jurídica, que pode ser

espontâneo ou obrigatório.

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Assim, têm-se duas modalidades de intervenção de terceiro:

intervenção facultativa ou espontânea e intervenção coata ou

obrigatória.

Desse modo, tem-se a formação dos seguintes inst itutos jurídicos

dentro da Intervenção de Terceiro: Assistência, Nomeação à Autoria,

Denunciação à Lide, Chamamento ao Processo.

Breves comentários sobre os inst itutos acima são tecidos a

seguir.

1.2.1 Assistência

A Assistência processual não ocorre por meio de Ação, é uma

modalidade de intervenção de terceiro caracterizado pela

espontaneidade e auxil io.

CPC. Art. 50. Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que t iver interesse jur ídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir no processo para assist i- la.

Parágrafo único. A assistência tem lugar em qualquer dos t ipos de procedimento e em todos os graus da jur isdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra.

Uma vez que não existe pedido formulado pelo terceiro

interveniente, este se torna apenas sujeito do processo com a

f inalidade de ajudar o assist ido, não sendo, portanto, considerado

parte.

A assistência pode ocorrer na forma Adesiva ou Lit isconsorcial.

Art. 52. O assistente atuará como auxi l iar da parte principal exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assist ido.

Parágrafo único. Sendo revel o assist ido, o assistente será considerado seu gestor de negócios.

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A parte contrária poderá se manifestar sobre a inclusão do

assistente na l ide no prazo de 05 dias, como prevê artigo específ ico.

Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (c inco) dias, o pedido do assistente será deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente interesse jur ídico para intervir a bem do assist ido, o juiz:

I - determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da pet ição e da impugnação, a f im de serem autuadas em apenso;

I I - autorizará a produção de provas;

I I I - decidirá, dentro de 05 (c inco) dias, o incidente.

Quanto à admissibi l idade da assistência no processo de execução

a doutrina se divide. Pontes de Miranda defende a admissibil idade da

assistência no processo de cognição, executivo ou cautelar4.

Por sua vez, Cândido Rangel Dinamarco, Arakén de Assis,

Humberto Theodoro Junior admitem a Assistência na Execução, pois,

havendo os embargos, inicia-se uma nova relação processual, da qual

tem-se uma sentença que possivelmente constituíra direito à parte

autora5.

Já Alcides de Mendonça de Lima6 admite a assistência somente

no caso de embargos à execução.

Portanto, o entendimento da doutrina majoritária volta-se ao

sentido da admissibil idade da Assistência no processo executivo.

1.2.2 Nomeação à Autoria

Segundo a regra do art igo 62 do CPC, nomeação à autoria é a

inclusão do proprietário ou possuidor de um determinado, bem no

4 MIRANDA, Pontes de. Comentár ios ao Código de Processo Civ i l , V. I I . , R io de Janeiro. ED. 1974, P.2 5 MENDONÇA, Alc ides. Comentár ios ao Código de Processo Civ i l . 1ª Ed. 1974, V. VI I I , Nº 26, p.17 6 ibdem

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processo, que o detentor de coisa em nome alheio promove, para que

estes sejam citados pelo autor.

CPC. Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo- lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o propr ietár io ou o possuidor.

Enquadra-se como modalidade de intervenção de terceiro

provocada e ad excludendum, para substituir o réu, por sujeito que

tenha legit imidade passiva para a causa.

Denunciação da lide em vez de nomeação à autoria. Tendo sido demolida sua casa, em decorrência de obras no prédio cont íguo, a autora propôs ação de indenização contra a construtora, que denunciou a l ide à Prefeitura Municipal, que empreitara a obra. Decidiu-se que, havendo optado por denunciação da l ide, em vez de por nomeação à autoria, não podia a ré negar responsabi l idade própria pelo ato. (STJ, 3a. Turma, REsp. 29.161-SP, Min. Ar i Pargendler, relator, j . 29.05.2001). (gr ifos nosso)

Indeferimento. Pode o juiz, se considerar que não estão presentes os pressupostos dos artigos 62 e 63 do Código de Processo Civil , indeferir o pedido de nomeação à autoria , mas, em tal caso, respeitando o sistema acolhido pelo art. 67 do mesmo Código, deve assinar ao nomeante novo prazo para contestar. (STJ, 3a. Turma, REsp. 257.091, Min. Car los Alberto Menezes Direito, relator, j . 21.08.2001). (gr ifos nosso)

Após a citação, o réu requererá a nomeação no prazo para

defesa, havendo assim a suspensão do processo.

Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias.

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Sendo aceita a nomeação, o nomeado será citado. Havendo a

recusa está f icará sem efeito.

Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação; recusando-o, f icará sem efeito a nomeação.

A recusa pelo nomeado choca com o princípio da inevitabil idade

da jurisdição, sendo, pois, de duvidosa constitucionalidade o artigo 66,

diante da garantia do acesso à just iça7.

Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe é atr ibuída, contra ele correrá o processo; se a negar, o processo cont inuará contra o nomeante.

Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qual idade que Ihe é atr ibuída, assinar-se-á ao nomeante novo prazo para contestar.

Nesse sentido o entendimento do Tribunal.

Recusa da nomeação. Recusando o autor a nomeação feita pelo réu, a este assina-se novo prazo para contestar (CPC, art . 67) , ainda que, por má técnica, já tenha antes oferecido contestação. Pode, então, argüir a prel iminar de i legit imidade passiva para a causa ou denunciar a l ide a terceiro, o que antes deixara de fazer. (STJ, 3a Turma, REsp 235.644/SP, Rel. Min. Waldemar Zveiter, j . 16.2.01. Revista Nacional de Direito e Jurisprudência, Ribeirão Preto (18): 75-6, junho/2001). (gr ifos nosso)

Segundo Pontes de Miranda, a nomeação a autoria é cabível em

qualquer procedimento, desde que preenchidos os requisitos do Artigo

62 do CPC8.

7 Cândido Rangel Dinamarco, Instituições de Direito Procesual Civil, São Paulo, Malheiros, 2002, v. II, p. 392.

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Entretanto, Candido Rangel Dinamarco af irma que:

Não cabe nomeação à autor ia na execução, nem no monitór io, porque nos embargos não há espaço nem oportunidade para providências inerentes a um processo que já superou a primeira fase; cabe em processo cautelar9.

A nomeação é um dever da parte, o uso indevido acarretará na

responsabil ização por perdas de danos. Nesse sentido.

Embora inexista previsão legal quanto à responsabil idade do nomeado na hipótese de sua falsa recusa, a doutr ina tem entendido a possibi l idade de ajuizamento de ação por perdas e danos. Caso o nomeado tenha recusado a indicação e a ação tenha sido ext inta por i legit imidade passiva do nomeante, o autor poderá intentar demanda cumulada com pedido de perdas e danos contra o nomeado recusante. 10

1.2.3 Denunciação à Lide

O artigo 70 do Código de Processo Civil prevê que a denunciação

da lide é obrigatória nos seguintes casos:

I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a f im de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta;

I I - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignorat íc io, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada;

I I I - àquele que est iver obr igado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.

8 MIRANDA, Pontes de. Código de Processo Civ i l Comentado. Volume I I . R io de Janeiro : 1974. P.121 9 Ibidem, p. 393. 10 GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo curso de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 184.

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Em sua obra, Dinamarco ensina que:

Denunciação da l ide é a demanda com que a parte provoca

a integração de um terceiro ao processo pendente, para o

duplo efeito de auxi l iá- lo no l i t íg io com o adversár io

comum e de f igurar como demandado em um segundo

l i t íg io11.

Tem como f inalidade incluir no processo um novo l it ígio,

envolvendo o denunciante e o denunciado. A sentença deverá abranger

a l ide instalada entre autor e réu, assim como, a que envolve o

denunciante e o terceiro denunciado12.

Art. 71. A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o réu.

A denunciação da l ide é composta por:

1 Denunciação fundada em evicção13.

2 O possuidor direto denunciará a l ide o possuidor indireto14.

3 Denunciação fundada em garantia legal ou contratual.

11 Cândido Rangel Dinamarco, Instituições de Direito Processual Civil, São Paulo, Malheiros, 2002, v. II, p. 394. 12 Art. 76. A sentença, que ju lgar procedente a ação, dec larará, conforme o caso, o d ire i to do evicto, ou a responsabi l idade por perdas e danos, va lendo como t í tu lo execut ivo. 13 Evicção: perda tota l ou parc ial da coisa adquir ida em favor de terceiro, que tem dire i to anter ior . ] 14 Ar t . 70. A denunc iação da l ide é obr igatór ia : I I - ao propr ietár io ou ao possuidor ind ireto quando, por força de obr igação ou d ire i to , em casos como o do usufrutuár io, do credor p ignorat íc io, do locatár io , o réu, c i tado em nome própr io, exerça a posse d ireta da coisa demandada;

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Não havendo a denunciação da l ide no momento processual

adequado, tornar-se-á precluso o direito de ação regressiva nos casos

de garantia formal.

Art. 74. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de l i t isconsorte do denunciante e poderá aditar a pet ição inic ial, procedendo-se em seguida à citação do réu.

Art. 75. Feita a denunciação pelo réu:

I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como l it isconsortes, o denunciante e o denunciado;

I I - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qual idade que Ihe foi atr ibuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até f inal;

I I I - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa.

Nesse sentido a jurisprudência.

Ação cautelar. Não cabe denunciação da lide em medida cautelar de produção antecipada de prova , mas é admissível a intervenção de terceiro em ação cautelar de produção antecipada de prova, na forma de assistência provocada, pois visa garantir a efet ividade do princípio do contraditór io, de modo a assegurar a ef icácia da prova produzida perante aquele que será denunciado à l ide, posteriormente, no processo principal. (STJ, 3a. Turma, REsp. 213556/RJ, Min. Nancy Andr ighi, relatora, j . 20.08.2001. (grifos nosso)

Acidente aéreo. Contrato de f retamento. A Petrobrás colocou a disposição de jornalista, um avião da TAM (Transportes Aéreos Regionais). Houve acidente com mortes. Os pais de uma das vítimas propuseram ação contra a Petrobrás, que denunciou a l ide à TAM . O Super ior Tribunal de Just iça reformou a decisão recorr ida, para o efeito de admit ir a denunciação, porque "não introduzirá fato novo à controvérsia e nem dependerá de anál ise de cláusula contratual" (STJ, 4a. Câmara Cível, Recurso Especial 302.397-RJ, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, relator, j . 20.03.2001). Observo

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que a denunciação da l ide necessar iamente introduz fundamento novo. Em qualquer caso, ela amplia o objeto do conhecimento do juiz. A desnecessidade de prova de fatos novos não pode ser af irmada a prior i, por dependente da defesa do denunciado, que pode alegar fatos impedit ivos ou ext int ivos. Assim, pode-se concordar com a conclusão, mas não com os motivos da decisão. (grifos nosso)

Denunciação da lide ao Tabelião. Não se permite a denunciação da lide nos casos em que o alegado direito de regresso demanda análise de fundamento novo, não constante da lide originária . Tratava-se, no caso, de ação de nul idade de escr i tura públ ica de promessa de compra e venda, cumulada com pedido de reintegração de posse. A autora, proprietár ia de um terrreno, dele fora despojada, porque terceiro, usando seu nome e documentos falsos, prometera vender o imóvel ao possuidor atual. O réu pretendeu denunciar a l ide ao Tabel ionato e ao Banco que recebera o depósito do preço, em conta pessoal da autora, também ardi losamente aberta. "É claro que, eventualmente, poderá surgir para o réu o direito de exigir daqueles t itulares uma indenização, mas isto não decorre de direito de regresso, mas de direito próprio. O réu, se t iver direito a qualquer indenização, será por direito própr io e não porque foi condenada a pagar qualquer prejuízo". (STJ, 4a. Turma, Resp. 210.607 - RJ, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, relator, j . 11.09.2001). (grifos nosso)

1.2.4 Chamamento ao Processo

O chamamento ao processo é uma espécie de l it isconsórcio

facultativo, e encontra previsão legal nos artigos 77 a 80 do Código de

Processo Civil. Particularmente, seleciona-se o art igo 77:

Art. 77. É admissível o chamamento ao processo:

I - do devedor, na ação em que o f iador for réu;

I I - dos outros f iadores, quando para a ação for citado apenas um deles;

I I I - de todos os devedores sol idários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.

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Conforme previsão legal, o chamamento ao processo ocorre nos

casos de devedores solidários, ou seja, quando o(s) devedor(es)

for(em) citado e requerer a citação do que não foi incluído no pólo

passivo da demanda, para que juntos respondam solidariamente.

Tem como objetivo dilatar o objeto do processo, chamando à lide

devedores sol idários perante o credor.

Candido Rangel Dinamarco ensina que o chamamento do

processo é um inst i tuto característico do processo cognit ivo.

Essa modal idade de intervenção coata gravita em torno de uma sentença de mérito, que ser ia dada entre o autor e o réu e passará a ser dada em relação a todos os l i t isconsortes passivos integrantes da relação processual a part ir de quando feito o chamamento. A ut i l idade do chamamento ao chamado reside plenamente nessa sentença assim mais ampla e de ef icácia subjet ivamente mais ampla15.

Segundo o autor, não é admissível chamar terceiro ao processo

de execução, cautelar ou monitório.

15 DINAMARCO Candido Rangel. Op. Cit . 159

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CAPÍTULO 2

INTERESSE DE TERCEIRO E PROCEDIMENTO

Como já foi discutido neste estudo, os sujeitos da relação

processual são em regra autor e réu. Os sujeitos do processo são o juiz

e as partes (pólo passivo e ativo), sendo o restante considerado

terceiro.

A intervenção de terceiro ocorre quando alguém, autorizado por le i, ingressa em processo alheio, tornando complexa a relação jur ídica processual16.

Entretanto, quando uma das partes do processo, passivo ou ativo,

se compõe por várias pessoas surge a f igura jurídica do l i t isconsórcio.

Vicente Greco Fi lho ensina que:

[ . . . ] ao réu não assiste interesse processual em chamar o terceiro como seu l i t isconsorte se não puder, pelo menos em tese, exercer posteriormente direito de regresso contra ele. O chamamento existe por causa da economia processual, como vimos, para atender o interesse do réu coobr igado, não para facil i tar o atendimento da pretensão material do autor que escolheu, entre os co-devedores, contra quem demandar17.

Nesse sentido , l i t isconsórcio pode ser conceituado como a

reunião de várias pessoas num mesmo processo, trazidas à l ide pela

analogia ou conexidade de interesses sobre o objeto demandado .

Chama-se de lit isconsortes os lit igantes que se encontram do

mesmo lado da relação processual.

16 GRECO FILHO, Vicente. Da intervenção de terceiros. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1986, pág. 72. 17 idem., 96

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2.1 LITISCONSÓRCIO

Havendo a formação do lit isconsórcio, duas ou mais pessoas

lit igam, no mesmo processo, e do mesmo lado, no pólo ativo ou passivo

da ação (art. 46 CPC), ou seja, quando há mais de um autor ou mais de

um réu.

Art. 46. Duas ou mais pessoas podem lit igar, no mesmo processo, em conjunto, at iva ou passivamente, quando:

I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relat ivamente à l ide;

I I - os direitos ou as obrigações der ivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;

I I I - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;

IV - ocorrer af inidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.

Parágrafo único. O juiz poderá l imitar o l i t isconsórcio facultat ivo quanto ao número de l i t igantes, quando este comprometer a rápida solução do l i t íg io ou dif icultar a defesa. O pedido de l imitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da int imação da decisão.

O lit isconsórcio revela, portanto, o congraçamento de várias

pessoas trazidas à demanda pela comunhão, af inidade ou conexidade

de interesses sobre o objeto demandado, desde que a solução ou o

resultado aí obtido inf luirá sobre os mesmos interesses.

2.2 ESPÉCIES DE LITISCONSÓRCIO

São espécies de l it isconsórcio:

1. Ativo: mais de um autor. 2. Passivo: mais de um réu. 3. Misto ou Recíproco: mais de um autor e mais de um réu.

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4. Inicial: conforme a pluralidade se verif ique no início ou em momento posterior da ação.

O li t isconsórcio pode ser também facultat ivo (quando adotado

voluntariamente pelas partes) ou necessário (quando não é possível a

formação da relação processual sem a plural idade de partes), bem

como simples ou unitário.

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CAPÍTULO 3

O INSTITUTO DA OPOSIÇÂO

3.1 CONCEITO

Oposição é demanda através da qual um terceiro interveniente

atua em processo pendente, sob o argumento de que a coisa ou o

direito discut ido entre autor e réu lhe pertence.

CPC. Art. 56 - Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.

Portanto, Oposição é a ação movida ao autor e ao réu, por quem

não é parte (terceiro), pretendendo o reconhecimento de direito real ou

pessoal sobre o mesmo bem objeto da lide.

Quanto à nomenclatura das partes, considera-se oponente, quem

ingressa com a oposição. As partes que f iguram a Oposição no pólo

passivo chamam-se opostos.

Trata-se de uma demanda autônoma incidental, com a final idade

de obter julgamento simultâneo. Deve ser proposta nos termos da

petição inicial e distribuída por dependência.

Com a citação dos opostos, que será feita na pessoa de seus

respectivos advogados, o prazo para contestar será de 15 dias. Para

que seja admissível a Oposição, a demanda principal deve estar

pendente e ainda não julgada, em primeira instância.

Candido Rangel Dinamarco conceitua Oposição como a demanda

através da qual terceiro deduz em juízo pretensão incompatível com

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interesse conflitantes de autor e de réu de um processo cognitivo

pendente18.

A Oposição está prevista nos art igos 56 a 61 do Código de

Processo Civil, que tratam do ingresso de terceiro, em processo

pendente, nos casos em que objetive a coisa ou o direito sobre que

controvertem autor e réu.

Tem como objeto coisa ou direito, no todo, ou em parte. É

resultado de conexão, por identidade de objeto, entre a ação principal.

Oposição, na verdade, não se caracteriza, tecnicamente, como

intervenção de terceiro, porquanto, o opoente ingressa no processo

através de ação própria e não como terceiro.

Tem como característ ica ser ação declaratória contra o autor

primit ivo, e condenatória contra o réu. Assim, o oponente passa a ser o

autor de uma ação em que o autor e o réu originários são réus.

É uma ação incidental e prejudicial à l ide inicial, pois, sendo

julgada procedente, a coisa ou o direito demandado pertencerá ao

oponente, prejudicando assim a ação original.

A Oposição é classif icada doutrinariamente como de intervenção

voluntária principal, já que o oponente desempenha seu direito de

ação, apesar de conexão com a ação principal.

É uma ação incidental e prejudicial à l ide inicial, pois, sendo

julgada procedente, a coisa ou o direito demandado pertencerá ao

oponente, prejudicando assim a ação original.

Como exemplo, tem-se a ação em que “X” cobra de “Y”

determinada obrigação, podendo “W” entrar com Oposição, alegando

ser seu o crédito objeto da l ide.

Distingue-se Oposição de Embargos de Terceiro, conquanto

ambos tenham natureza de ação, a Oposição será proposta contra as

partes que demandam no processo de conhecimento, já os Embargos

18 DINAMARCO Cândido Rangel. In tervenção de Terceiros . Malheiros Edi tores Ltda. 5ª Edição. São Paulo 1997. p. 37

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de Terceiro, serão cabíveis em qualquer procedimento, desde que

apreendido judicial de um bem.

Outra diferença entre Oposição de Embargos de Terceiro está na

coisa que se lit iga. Na Oposição o opoente postula a coisa já l it igiosa

entre os opostos.

Já nos Embargos de Terceiro não existe semelhança de

prejudicial idade com a demanda principal. O embargante não pretende

o afastamento da pretensão dos l it igantes originários, nem elabora

pretensão igual à delas. Pretende somente extrair a constrição judicial

que recai sobre o bem objeto da penhora.

3.2 PRAZO

Os momentos processuais para apresentação da Oposição são de

grande importância para def inir o seu processamento.

A Oposição será recebida em juízo como ação autônoma ou como

mero incidente processual dependendo do momento de sua propositura.

Poderá ser proposta até a sentença, após este momento, o

terceiro deve propor ação autônoma e não Oposição.

O oponente deverá apresentar o seu pedido na propositura da

ação, observando os art igos 282 e 283 do CPC. A referida ação será

diretamente remetida ao juiz da causa principal, também chamada

distribuição por dependência.

Art. 59. A oposição, oferecida antes da audiência, será apensada aos autos principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.

No entanto, sendo a Oposição apresenta após o início da

audiência de instrução e julgamento, nos termos do art igo 60, do

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Código de Processo Civi l, terá o caráter de verdadeira demanda

autônoma.

Art. 60. Oferecida depois de inic iada a audiência, seguirá a oposição o procedimento ordinár io, sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca super ior a 90 (noventa) dias, a f im de julgá- la conjuntamente com a oposição.

Logo após iniciada a audiência da sentença no processo de

oposição, caberá o recurso de Apelação.

3.3 OPOSIÇÃO COMO MODALIDADE DE AÇÃO

A Oposição como modalidade de ação deve preencher os

pressupostos processuais de admissibil idade. A saber:

a) l it ispendência do processo principal. b) que o opoente objetive a coisa ou direito sobre o qual controvertem autor e réu. c) só pode ser admitida até a sentença de primeiro grau. d) deve atender os requisitos da petição inicial (282 e 283, CPC).

Nos termos do Art. 60, CPC, após a realização da audiência a

Oposição será autonomia, não configurando intervenção de terceiros no

processo. Assim, nascerá nova relação jurídica processual, que seguirá

o procedimento ordinário.

3.4 PROCEDIMENTO

Cada tipo de processo tem segue uma seqüência lógica, com a

prática de atos específ icos, coordenados e inerentes a modalidade

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processual, o que denomina-se procedimento. Assim, procedimento é a

forma como o processo desenvolve-se.

José Frederico Marques conceitua procedimento como “marcha

dos atos processuais, coordenados sob formas e r itos, para que o

processo alcance o seu escopo e objetivo”. 19

Dentro do Processo Civil o procedimento será ordinário, sumário

e especial que se aplica a l ides específ icas, dividindo-se em jurisdição

voluntária e contenciosa.

Nesse aspecto vale ressaltar que no procedimento sumário

competem somente às causas enumeradas nos incisos I e II do art.

275, CPC, determinadas em razão do valor ou matéria.

Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário:

I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;

I I - nas causas, qualquer que seja o valor:

a) de arrendamento rural e de parcer ia agrícola;

b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;

c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rúst ico;

d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;

e) de cobrança de seguro, relat ivamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;

f ) de cobrança de honorár ios dos prof issionais l iberais, ressalvado o disposto em legis lação especial;

g) nos demais casos previstos em lei.

Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relat ivas ao estado e à capacidade das pessoas

19 MARQUES, José Frederico. Manual de direito processual civil. 1ª ed. atual. Campinas : Bookseller, 1997, pág. 96.

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Pelo disposto no artigo 275, CPC a lei proibiu certos atos que

impedem a celeridade do procedimento sumário, dentre eles os

referentes à intervenção de terceiros. Assim o artigo 280 do CPC.

Art. 280. No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória incidental e a intervenção de terceiros, salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro.

Leciona Humberto Theodoro Jr que:

Eliminou-se a possibi l idade de intervenção de terceiros, que funcionava como um dos principais fatores da lent idão e complexidade do ant igo procedimento sumaríssimo. Apenas a assistência e o recurso de terceiro prejudicado cont inuaram permit idos, porque, evidentemente, não representam maior embaraço ao andamento da causa (art. 280, I) . Com a Lei nº 10.444, de 07.05.2002, nova alteração se fez no art igo 280, I , para permit ir "a intervenção fundada em contrato de seguro", que ordinariamente se dará por meio da denunciação da l ide. 20

Também não será cabível Oposição no procedimento dos juizados

especiais cíveis e execução, pois nesse últ imo já há t itulo executivo.

Após as considerações sobre procedimento, passa-se ao

procedimento específ ico da Oposição.

A Oposição pressupõe lit ispendência. Os opostos, que são o

autor e réus iniciais, serão citados na pessoa de seus respectivos

advogados, para que contestem o pedido, no prazo comum de 15 dias –

prazo igual ao procedimento ordinário.

Sendo revel o réu no processo inicial, este será ci tado por

mandado; hora certa ou por edital.

20 THEODORO JR, Curso de Direito Processual Civil, V. 1, 40 Ed, Rio de Janeiro: Forense, 2003, 673 p.

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Se a Oposição for oferecida antes da audiência, ela será anexada

aos autos principais e seguirá simultânea a ação principal. Neste

procedimento ambos serão julgados na mesma sentença.

Caso a Oposição seja oferecida após a audiência, seguirá ela o

procedimento ordinário autônomo e será julgada sem prejuízo da causa

principal. Ocorrendo esse procedimento, será facultada ao juiz a

suspensão da ação principal que deverá ocorrer pelo prazo máximo de

90 dias.

O oponente não deseja ser parte no processo, apenas opõe-se às

duas partes já existentes, para demandar suposto direito de interesse

de ambos.

Assim sendo, o opoente formula pedido às partes originárias da

demanda, por entender-se titular do domínio ou de outro direito real

sobre a coisa, conflitante com o pedido pretendido por elas.

Nos termos do art igo 58 do CPC, qualquer dos opostos poderá

reconhecer o pedido formulado pelo opoente.“Art. 58 - Se um dos

opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro

prosseguirá o opoente”.

Ocorrendo o reconhecimento da oposição, o juiz mediante

decisão interlocutória de mérito excluirá a parte do processo, que

continuará entre o opoente e o oposto restante. Se apenas um dos

lit isconsortes reconhecer o pedido de oposição, unicamente ele deixará

de ser parte e o processo não será extinto.

Da decisão que excluir o oposto do processo e determina o

prosseguimento contra o outro caberá de agravo nos termos do art igo

522, CPC.

Na contestação de um lit isconsorte aproveita-se ao outro, não

ocorrendo assim, os efeitos da revelia neste procedimento.

Não será admit ida Oposição sucessiva pelos seguintes motivos:

falta de previsão legal, atentar contra a celeridade e o regular

andamento do processo.

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Entretanto, as chamadas oposições convergentes têm sido

admitidas. Estas ocorrem quando dois ou mais terceiros interessados

postulam para si o bem pretendido pelo autor-oposto, apresentando

cada um deles a sua Oposição.

Cândido Rangel Dinamarco ensina que as oposições

convergentes são as deduzidas no processo para impugnação da

pretensão inicial, não considerando oposições já existentes. Sendo

Oposição parcial ou integralmente sobre a mesma pretensão do autor

inicial, procedente uma as demais serão rejeitadas, e apenas a rejeição

de todas as oposições deixará l ivre o julgamento desta .21

“Se a pr imeira oposição for autônoma (deduzida antes de inic iada a audiência no processo or iginário), a segunda será deduzida nos autos desta se ela própria for interventiva, ou seja, se vier antes de inic iada a audiência do processo autônomo da primeira oposição. Se já est iver principiada a audiência nesse processo, ela também será autônoma e dará or igem a um processo novo (art. 60), ou seja, a um terceiro processo. A segunda oposição só será feita nos autos do processo pr imit ivo se tanto a pr imeira delas quanto a segunda forem deduzidas antes do iníc io da audiência. Nesse caso, o processo terá como partes, em intr incada relação processual, (a) o autor in ic ial, (b) o réu por ele demandado, (c) o pr imeiro opoente e (d) o segundo opoente”.22

Independentemente da decisão proferida na Oposição, far-se-á

coisa julgada entre opoente e opostos (autor e réu). Contudo, não se

forma a coisa julgada entre autor-oposto e réu-oposto.

3.5 JULGAMENTO DA OPOSIÇÃO

A competência para apreciação e julgamento da Oposição será do

juiz da causa principal. Motivo pelo qual a pet ição inicial deverá ser

distribuída por dependência.

21 DINAMARCO, Intervenção..., p.88. 22 idem, p.87.

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Apresentada em demanda reivindicatória, o oponente poderá

alegar qualquer meio de aquisição da propriedade. No caso

reconhecimento da titularidade sobre o direito pessoal, o crédito pode

ser requerido pelo opoente, sob o fundamento de que é cessionário.

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CAPÍTULO 4

ANTECIPAÇÃO DE TUTELA NA OPOSIÇÃO

Neste capítulo aborda-se a possibi l idade da antecipação de tutela

na Oposição, ponderando ser este inst ituto processual de aplicação

adequada nas ações de conhecimento.

É pacíf ico o entendimento que a Oposição, oferecida após o início

da audiência de instrução e julgamento, tem natureza típica de ação.

Nesse sentido, Cândido Rangel Dinamarco:

A oposição não- interventiva, que se deduz depois de inic iada a audiência de instrução e julgamento (CPC, art. 60), dá origem a um processo incidente e nele é processada. Não se trata de mero incidente do processo, como a oposição interventiva, mas de autêntico processo novo que, por ter a dest inação de produzir efeitos sobre a causa pendente no primeiro processo, a este diz-se incidente23.

Arruda Alvim comunga do mesmo entendimento:

A preclusão para a dedução da oposição, para o f im de ser ela apensada ao processo pr incipal, f icando sujeita ao grau de progressão do procedimento, e comportar julgamento simultâneo opera-se, nos termos expressos da lei, inic iando-se a audiência. Contudo, devemos lembrar que a oposição poderá ser sempre deduzida até o trânsito em julgado da decisão do processo pr incipal, mas não com as suas conseqüências procedimentais específ icas, a que aludimos. Nesta últ ima hipótese será verdadeira ação autônoma, como já acentuamos. [ . . . ] Sendo oferecida depois de inic iada a audiência, a oposição terá um procedimento autônomo, desl igado do da causa pr incipal à qual o terceiro pretende opor-se (art . 60, 1ª f rase)24.

23 DINAMARCO, Cândido Rangel . Intervenção de terceiros , 3 . ed., São Paulo : Malheiros Edi tores , 2002, p. 48 24 ALVIM, Arruda. Manual de d ire ito processual c ivi l . Processo de conhec imento. vo l. 2 . 9. ed. rev. , atual. e ampl. , São Paulo: Edi tora Revis ta dos Tr ibunais , 2005, pag. 140.

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Considerando-se os entendimentos doutrinários, é imperioso

af irmar que a Oposição, oferecida após o início da audiência de

instrução e julgamento do processo principal, será considerada ação

autônoma.

Como ação autônoma, a Oposição seguirá o procedimento

ordinário, sendo possível então a tutela antecipada, instituto jurídico

inerente desse procedimento, desde que preenchidos os requisitos do

artigo 273, do Código de Processo Civil, descrito abaixo:

Art. 273. O juiz poderá, a requer imento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inic ial, desde que, exist indo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de dif íc i l reparação; ou

I I - f ique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.

§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.

§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver per igo de irreversibi l idade do provimento antecipado.

§ 3o A efet ivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.

§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modif icada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até f inal ju lgamento.

§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.

§ 7o Se o autor, a t ítulo de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respect ivos pressupostos, defer ir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.

Ou seja, havendo prova inequívoca caracterizadora da

verossimilhança da alegação apresentada na Oposição, cumulada com

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fundado receio de dano de dif íci l reparação ou irreparável, ou ainda,

que f ique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o evidente

propósito protelatório do réu, o juiz poderá antecipar os efeitos da

tutela nos termos requeridos.

Esse procedimento será admissível quando a Oposição for

proposta após a audiência de instrução e julgamento. Entretanto, será

possível a antecipação de tutela, quando o oferecimento da Oposição

ocorrer antes da audiência de instrução e julgamento, momento que

ainda apresenta-se processualmente como típico incidente não ação

autônoma.

Segundo Cândido Rangel Dinamarco:

Somente na oposição intervent iva, que se dá quando deduzida antes de inic iada a audiência de instrução e julgamento (CPC, ar t. 60, “sic”), é que o terceiro se torna parte do processo instaurado entre os opostos. Isso signif ica que essa oposição não dá origem a novo processo, mas a um mero incidente do processo já pendente. O Código de Processo Civil dá a impressão de tratar esse incidente como se fora processo novo e autônomo, ao determinar que a oposição intervent iva se processe em apenso (e não nos própr ios autos: v. art . 59), ao referir-se ao processo já instaurado entre os opostos como “processo principal” (art . 57, par.) e ao exigir a c itação dos opostos.

Corrobora-se com o entendimento do autor supracitado, para se

af irmar que a oposição interventiva, oferecida antes de iniciada a

audiência de instrução e julgamento da ação principal, nos termos do

artigo 59 do Código de Processo Civi l25, também admite a antecipação

dos efeitos da tutela nela pretendida. Haja vista que ambas as

oposições (interventiva e autônoma) obedecem às regras contidas nos

artigos 282 e 283, ambos do Código de Processo Civi l.

25 Ar t . 59. A opos ição, oferec ida antes da audiênc ia, será apensada aos autos pr inc ipais e correrá s imul taneamente com a ação, sendo ambas ju lgadas pela mesma sentença.

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Art. 282. A pet ição inic ial indicará:

I - o juiz ou tr ibunal, a que é dir ig ida;

I I - os nomes, prenomes, estado civi l, prof issão, domicíl io e residência do autor e do réu;

I I I - o fato e os fundamentos jur ídicos do pedido;

IV - o pedido, com as suas especif icações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 283. A petição inic ial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

“Como demanda que é, ato inicial do exercício da faculdade de

agir em juízo, a oposição coloca diante do juiz uma pretensão e quer

que seja julgada”, de acordo com Alvim26.

26 A lv im, Op.c i t .

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CAPÍTULO 5

ANÁLISE JURISPRUDENCIAL

5.1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Apelação com Revisão 2301344900

Relator(a): Sebastião Carlos Garcia. Comarca: Penápolis. Órgão

julgador: 6ª Câmara de Direito Privado. Data do julgamento:

18/06/2009. Data de registro: 26/06/2009.

Ementa: OPOSIÇÃO EM AÇÃO DE USUCAPIÃO – Intervenção de

terceiro oferecida por f i lho dos autores, sob a alegação de que exerce

a posse mansa e pacíf ica sobre o imóvel usucapiendo, nos termos do

artigo 183, caput, da Constituição Federal – Ação de usucapião julgada

procedente, com improcedência da oposição – Inconformismo do

opoente – Reconhecimento de ausência de animus domini – Mãe que,

primeiro, locou e, depois, deu em comodato o imóvel ao fi lho – Recurso

improvido. (grifos nosso)

Apelação 7345578800

Relator(a): José Tarciso Beraldo. Comarca: Itapetininga. Órgão

julgador: 14ª Câmara de Direito Privado. Data do julgamento:

27/05/2009. Data de registro: 26/06/2009.

Ementa: INTERVENÇÃO DE TERCEIROS - Oposição - Ação

possessóna - Inadmissibil idade, tanto mais porque fundada em direito

de propriedade - Precedente do C STJ - Indeferimento. POSSESSÓRIA

- Reintegração de posse - Não demonstração de que o imóvel tenha

sido esbulhado ou turbada a posse - Inexistência de relação entre

supostos atos do réu e os danos às alegadas construções - Ônus da

prova que compete ao autor - Inteligência do inciso I do art. 333 do

Cód. de Proc. Civil - Apelação improvida. (grifos nosso)

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Apelação 7124451800

Relator(a): Thiago de Siqueira. Comarca: São Paulo. Órgão

julgador: 14ª Câmara de Direito Privado. Data do julgamento:

25/03/2009. Data de registro: 07/05/2009.

Ementa: Processual civil - Embargos à execução por t ítulo

extrajudicial - Oposição por terceiro garantidor que interveio em

acordo feito pelas partes nos autos da execução para oferecer bem

imóvel em garantia desta composição, cujo descumprimento foi

denunciado pelo credor - Inadmissibilidade - Embargante que não

f igura como parte na execução, mas sim como mero garante na

composição feita pelas partes - Ext inção dos embargos, nos termos do

art. 267, VI, do CPC, que deve ser mantida - Recurso da embargante

improvido. (grifos nosso)

Apelação Com Revisão 1040087000

Relator(a): Crist iano Ferreira Leite. Comarca: São Paulo. Órgão

julgador: 33ª Câmara de Direito Privado. Data do julgamento:

30/03/2009. Data de registro: 05/05/2009.

Ementa: Intervenção de terceiros - Oposição - A pretensão

deduzida pelo opoente deve ser simultaneamente excludente da

posição do autor e da do réu - Litisconsórcio passivo necessário -

Art. 56 do CPC - Despejo por falta de pagamento - Interesse colidente

apenas contra um dos lit igantes daquela ação - Inadmissibil idade -

Recurso improvido. (grifos nosso)

Apelação Com Revisão 932119001

Relator(a): Rilton Jose Domingues. Comarca: São Paulo. Órgão

julgador: 25ª Câmara de Direito Privado. Data do julgamento:

13/02/2009. Data de registro: 12/03/2009.

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Ementa: Processo Civil. Intervenção de terceiro. Oposição.

Ausência dos documentos indispensáveis à propositura da ação.

Indeferimento da petição inicial. O opoente deverá deduzir seu

pedido observando os requisitos exigidos para a propositura da

ação, mas, se assim não procede, mesmo após a determinação do

Juízo para emendar a inicial, o indeferimento é medida que se

impõe . Impossibi l idade jurídica do pedido. Oferecimento de oposição

após a sentença. Não cabe o oferecimento de oposição após a

sentença, o que torna o pedido impossível juridicamente, impondo a

ext inção do processo sem resolução de mérito. Apelo improvido. (grifos

nosso)

5.2 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

1. Apelação. 2008.001.66338. Des. Vera Maria Soares Van Hombeeck -

julgamento: 14/01/2009 - Primeira Camara Civel.Oposição Autônoma .

Artigo 60 CPC. Impossibilidade de apresentação após o trânsito em

julgado da ação principal. Correta sentença que após determinar a

emenda da inicial, ext ingue o feito sem resolução do mérito. decisão

com fulcro no artigo 557, caput, do CPC, negando seguimento ao

recurso manifestamente improcedente.- A oposição autônoma,

embora não se mostre como genuína intervenção de terceiros, não

pode ser apresentada após finda a ação principal, pelo simples fato

de que neste momento não há mais interesses conflitantes entre as

partes colocadas no pólo passivo (autor e réu da ação principal).

(grifos nosso)

2. 2007.001.46305 – Apelação. Des. Helena Candida Lisboa Gaede -

julgamento: 02/07/2008 - Decima Quarta Camara Civel.Apelação cível .

Petição apresentada nos autos de ação de prestação de contas e

recebida pelo juízo a quo como oposição. Prel iminar de nulidade por

ausência de fundamentação. Juízo que apreciou os embargos de

declaração não lhes dando provimento ao argumento de que

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pretendiam efeitos meramente infringentes. fundamentação suf iciente.

Inexiste nulidade no descumprimento da ordem prevista no art. 59

do CPC, que impõe o julgamento em conjunto da ação principal e

oposição. Princípios da celeridade, economia processual e

instrumentalidade do processo. se desde logo se observa ausência de

condições para o exercício regular da ação, não há porque em tese

aguardar o desfecho da ação principal, impondo toda instrução

probatória à oposição, que poderia até mesmo tumultuar a principal,

tão somente para que se julguem conjuntamente as duas ações. A

oposição é modalidade de intervenção, em que terceiro vai a juízo

manifestando pretensão de ver reconhecido como seu direito ou coisa

sobre que controvertem autor e réu. legit imidade ad causam. No caso

concreto contudo há que se observar que a ex-companheira e f i lhos

menores que alegam fraude na ação principal, cujo intuito seria apenas

de reduzir o patrimônio do réu, como burla ao direito de meação e à

obrigação de prestação alimentícia. discute-se na ação de prestação de

contas como o imóvel, que alega a 1ª opoente ter direito à meação, foi

adquir ido, além do que, a redução patrimonial do últ imo réu atingirá

diretamente a legít ima e o direito à percepção de alimentos dos

opoentes menores, razão pela qual há de se considerá-los legítimos

para a propositura da oposição. Rejeitam-se as prel iminares de

nulidade. dá-se provimento ao recurso. (grifos nosso)

3. 2007.001.63814 – APELAÇÃO Des. Nametala Machado Jorge -

julgamento: 16/04/2008 - Decima Terceira Camara Civel.Processual

Civil. Oposição. Inadequação da medida. Extinção do feito decretada

de ofício. Recurso prejudicado. A oposição configura modalidade de

intervenção de terceiro que se traduz em lide autônoma, em que o

opoente veicula pretensão contrária aos sujeitos da demanda

originária, visando a excluí-los.Caso em que o interesse dos

opoentes não se mostra ontologicamente contrário à pretensão da

construtora, ré-reconvinte na ação originária. Ao revés, harmoniza-

se com o pedido reconvencional de rescisão do contrato de

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promessa de compra e venda celebrado entre os opostos, condição

para viabilizar a aquisição, por eles, da unidade objeto da referida

avença. Assim, jamais houve a intenção de se excluir o réu da

demanda originária, e sim que ele saísse vitorioso.Evidente,

portanto, a falta do interesse processual, na modalidade interesse-

adequação, a implicar a incidência da norma do art. 267, VI, do

CPC. (grifos nosso)

4. 2007.002.35028 - Agravo de instrumento. Des. Let icia Sardas -

julgamento: 07/02/2008 - Vigésima Câmara Cível.Agravo de

instrumento. pedido de assistência litisconsorcial. ausência de

interesse jurídico. decisão a quo que se mantém.1. É com a intenção

de evitar que terceira pessoa sofra os efeitos da decisão produzida

para solucionar determinado conflito entre outros, que o direito

processual permite que o terceiro intervenha nos autos, a f im de se

util izar o l ide para defender seus direitos ou interesses, sujeitando-se,

ao f inal, à decisão jurisdicional proferida para solucionar a l ide.2. São

duas as espécies de intervenção de terceiro. A primeira pode

ocorrer de forma provocada, ou seja, uma das partes originárias

requer a intervenção de outrem. A segunda ocorre de forma

voluntária ou espontânea, é o próprio terceiro quem solicita sua

inclusão nos autos. Podemos dizer que figuram na primeira

modalidade a nomeação à autoria, a denunciação da lide e o

chamamento ao processo e na segunda estão a oposição, os

embargos de terceiro, a intervenção de credores na execução e a

assistência .3. O ordenamento jurídico prevê duas espécies ou

modalidades de assistência, quais sejam: a) a assistência simples ou

adesiva, disciplinada a part ir do art. 50 e parágrafo único, 51, 52, 53 e

55 do CPC; e, b) a assistência l it isconsorcial ou autônoma ou

qualif icada, regulamentada no art. 54, e também no art. 55 do CPC,

pois este abrange as duas espécies.4. Ao contrário do assistente

simples, que pretende manter incólume a relação jurídica que possui

com o assistido, o assistente lit isconsorcial possui relação jurídica de

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direito material idêntico ou dependente daquela deduzida em juízo, ou

seja, possui uma relação jurídica com o adversário do assistido e que

será alcançada, em sua essência, pelos efeitos da sentença.5. Na

presente hipótese, não se vislumbra nenhum dos referidos efeitos. 6.

Ao contrário, das razões ao agravante o que é possível inferir é outra

modalidade de intervenção de terceiro, a de nomeação à autoria, o que

não ocorreu. 7. Desprovimento do recurso. (grifos nosso)

5. 2007.001.35213 – Apelação. Des. Celia Meliga Pessoa - julgamento:

30/10/2007 - decima oitava camara civel.Embargos de declaração.

recurso de terceiro prejudicado. recorrente que afirma que sua

habilitação para ingressar no feito decorre do fato de ser

proprietário de duas unidades imobiliárias do condomínio, e ser

titular de direito real de servidão sobre a fonte, conforme

demonstram as certidões do registro de imóveis . O terceiro que

recorre no processo alheio não pode defender direito próprio que

exclua o direito dos l it igantes. Isso só é possível através do instituto da

oposição. O recurso de terceiro prejudicado não permite que o

recorrente alegue e defenda direito próprio para modif icar, em seu

favor, o resultado do julgado.Ao asseverar que é t itular do direito real

de servidão, o recorrente está a negar o direito real de servidão

pretendido pelo condomínio, o que o afasta da f igura do assistente e o

aproxima da f igura do opoente. Ausência do f ito de defender a parte

sucumbente, indispensável no instituto do recurso de terceiro

prejudicado. Escopo de disputa de indenização com o condomínio.

Como o caso era de intervenção na modalidade oposição, não há

dúvidas que a interposição deste recurso de terceiro prejudicado possui

intuito manifestamente protelatório, fazendo-se imperiosa a aplicação

da multa por l it igância de má-fé, nos moldes dos artigos 17 e 18 do

CPC, a ensejar sua condenação ao pagamento de 1% sobre o valor da

causa. Falta de legit imidade do terceiro-opoente para recorrer como

terceiro prejudicado. Manifesta inadmissibil idade recursal. Não

conhecimento do recurso

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Se observa com a analise jurisprudencial que a oposição é um

inst ituto muito ut i l izado dentro do processo civil , podendo ser

interposto nas ações de usucapião, possessória e despejo por falta de

pagamento, entre outras.

A admissibi l idade ou improcedência do pedido de oposição

também se destacam nos julgados ad quem, seja por falta de

cabimento ou instrumentalidade.

A oposição autônoma também foi objeto da analise

jurisprudencial, assim como, a adequação da medida em determinados

procedimentos.

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CONCLUSÃO

Chegando ao f inal do presente trabalho, é válido reconhecer que

seu objet ivo principal foi adequadamente alcançado. Ou seja, o

Instituto da Oposição, como modalidade de Intervenção de terceiros, foi

aqui explanado em seus aspectos mais relevantes.

Como f icou destacado no trabalho, o instituto jurídico da

intervenção de terceiros, é um meio que autoriza a interferência de

interessado em processo em andamento.

Divide-se a intervenção de terceiros nas modalidades:

Assistência, Oposição, Nomeação à Autoria, Denunciação da Lide e

Chamamento ao Processo.

O instituto jurídico da Oposição está previsto nos art igos 59 a 61

do Código de Processo Civi l e consiste na intervenção de um terceiro

para excluir uma das partes, ou ambas, para pleitear para si, no todo

ou em parte, a coisa ou o direito debatido na l ide.

A Oposição caracteriza-se como modalidade de ação facultat iva,

possível de ser uti l izada por terceiro para ingressar em demanda

alheia.

A natureza jurídica da Oposição é de ação, na qual o opoente é

autor, sendo réus, em lit isconsórcio passivo necessário, as partes que

f iguram na demanda em curso.

Para ser considerada como Oposição, dentro da modalidade de

intervenção de terceiro, deve ser proposta na fase cognitiva do

processo em trâmite, independentemente do procedimento a que esteja

sujeito.

Os pressupostos de admissibil idade da Oposição são os

uti l izados em qualquer demanda. Entretanto, são pressupostos

específ icos a l it ispendência e a demanda principal; f inalidade de obter

direito ou a coisa controvertida; e proposta até o momento da sentença.

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O prazo para a defesa, expressamente f ixado em quinze dias, é

comum para os opostos. Independentemente de assumir a forma

interventiva ou autônoma, obedecerá às regras contidas nos artigos

282 e 283, do Código de Processo Civil, o que possibil itará a

antecipação de tutela, no todo ou em parte; em ambos os casos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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