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BOLEonm I E::C I CO DO I SIIIUIO Df PfSijUIS GROPfCUnRlfi DO NORH (IPEA ) . A. - D. . P. E. A. JANEIRO 1972 za a AGRíCOLA A D AMAZONIA (1. a APROXIMAÇAO) BELE PARA BRASIL

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BOLEonmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI E::C ICO

DO

I SIIIUIO Df PfSijUIS GROPfCUnRlfi DO NORH(IPEA )

. A. - D. . P. E. A.

JANEIRO 1972

za a AGRíCOLAA

D AMAZONIA

(1.a APROXIMAÇAO)

BELE PARA BRASIL

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PARTE m

1.ONMLKJIHGFEDCBAVIAB ILIDADE 'E LIM ITAÇÕES CLIMÁTICAS PARA ASCULTURAS PERMANENTES, SEM I PERMANENTES EANUAIS , COM POSSIB ILIDADES DE EXPANSÃO NAAMAZôNIA .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

VICENTE HAROLD FIGUEIREDO MORAES

THEREZINHA XAVIER BASTOS

SINóPSE

Foi estudada a possibilidade climática naAmazônia brasileira das culturas: cacau, café,dendê, cana de açúcar, seringueira, mandioca,pimenta do reino, amendoim, arroz, milho, fei-jão, algodão e as frutícolas: abacaxí, banana elaranja. De conformidade com as exigênciastérmicas e hidricas, de tais culturas, são índíca-das as áreas climàticamente favoráveis aoscultivos. São apresentados esbôços àe zona-gero climática de várias culturas.

1.1 INTRODUÇAO

As diferentes culturas com possibilidades de expansão naRegião Amazônica, abordadas nêsta trabalho, apresentam-seagrupadas segundo a influência que recebem do clima nocurso do ano. Nêsse aspecto, têm-se o grupo das plantas pe·renes e semí perenes englobando: Cacau, Café, Cana de Açú-car, Seringueira, Mandíoca, Pimenta do Reino e as frutícolas(abacaxi, banana, e laranja) em que as condições climáticasdurante o ano afetam ° desenvolvimento das plantas e ° su-cesso das culturas; e o grupo das plantas de ciclo anual, onde(figuram: Amendoim, Arroz, Feijão, Milho e Algodão, que porapresentarem o ciclo curto, são influenciadas pelas caracte-rísticas climáticas de limitados períodos do ano.

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Para indicação das áreas favoráveis às culturas com li-rnitações climáticas na Região, foi adotado o método de com-paração dos resultados dos balanços hídricos, segundo o sisotema de Thornthwaite 1955, das zonas de cultivos das espéciesdo mundo com a Amazônia Brasileira.

A exiguidade dos dados meteoro lógicos disponíveis naregião, dificultou a realização do presente trabalho, permi-tindo apenas indicações preliminares das áreas mais favo-ráveis sob ponto de vista climático à exploração destas cul-turas.

Reafirma-se assim a necessidade de abertura de maispostos meteorológícos na região para novos estudos mais de-talhados que se queiram realizar.

1.2 PLANTAS PERMANENTES E SEMI PERMANENTES

1.2.1 CULTURA DO CACAU

Condições Térmicas:A temperatura média anual de 21,OÇCrepresenta o limi-

te mínimo parazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAo cacaueiro. Nessas condições têm-se veri-ficado que a sua produção é antieconômica.

O estudo das principais zonas de produção indica a tem-peratura média acima de 23,09C como exigência mínima do

cacaueiro para produzir economicamente. A média mensalinferior a 22,09C ou 23,OQCinibe a formação de gemas florais,com reflexos negativos na produção, 5 a 6 meses após (3). Ocrescimento vegetativo também se reduz nessas condições.

A mínima absoluta nunca deve ser inferior a 10,09C ea média das mínimas do mês mais frio deve ser superior a15,59C (21).

Como a ação ínibidora das temperaturas age diretamen-te no processo de diferenciação das gemas florais e 'há um pe-ríodo de 4 semanas entre a diferenciação e a antese, no pri-meiro mês em que se veríticarem médias inferiores a 23,09C,não serão notados efeitos muito severos sôbre a produção. Oefeito inibitório sôbre a floração será, porém, tanto mais in-tenso quanto maior o número de meses com temperaturas mé-dias inferiores a 23,09C (3).

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Outro aspecto que também deve ser levado em conta dizrespeito à amplitude diária de oscilação da temperatura.Embora não se trate de assunto já firmemente estabelecido.tem-se constatado correlações positivas entre as amplitudessuperiores a 9,09Ce o excesso de brotações de gemas vegetati-vas, em detrimento da produção.

Assim no que se refere a temperatura, a região Amazôni-ca pode ser considerada favorável à exploração do cacau, en-contrando-se algumas restrições no Estado do Mato Grossonas zonas de altitudes acima da média da região.

Condições Hídricas:

A perda de 5% do conteúdo d'água Ioliar provoca o com-pleto fechamento dos estômatos do cacaueiro (4), iniciando-se o processo do fechamento dos estômatos, com a redução daágua do solo para 60% do intervalo disponívelzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(5). Com aperda de 16% do conteúdo d'água foliar, aparecem áreasnecróticas marginais nas fôlhas (6).

~sses fatos refletem claramente a pequena tolerãncía docacaueiro à falta d'água.

Em linhas gerais, portanto, a ausência de estação sêcamarcada, ou seja, 2 a 3 meses consecutivos, com menos de60 mm de chuvas, durante o ano, é aceito como um índice deexigêncía mínima para ° cacaueiro (21). A precipitação plu-víornétrica satísfatóría está situada entre 1.500 mm a 2.500mm anuais.

Entretanto, algumas regiões da Costa Rica, Colômbia eEquador apresentam mais de 3 mêses com baixa precipitaçãopluvíométríca, sem que êste fato constitua um fator Iímítan-te para o seu cultivo econômico, uma vez que a evapotranspi-ração nêsses mêses é baixa, em função das temperaturas maisamenas (3).

Nas regiões em que se verificam períodos relativamenteprolongados, o ciclo da produção depende do ciclo das chu-vas, havendo redução das colheitas, 5 a 6 mêses após o perío-

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do sêco (3,4). Nas regiões de chuvas bem distribuídas e on-de a temperatura média anual ultrapassar 23,09, o cacaueiroproduzirá durante todo o ano.

Possibilidades Climáticas na Amazônia:

Através de balanços hídricos calculados para regiões degrande produção cacaueira no Brasil como ilhéus e S. Fran-cisco do Conde na Bahia, Vitória no Espírito Santo e Itacoa-tiara no Amazonas, apresentados na figura 1, foi verificadoIa ocorrência de excedentes de água entre 100 a 800 mm e dedéficits acima de 200 mm anuais.

Considerando que, deficiência hídrica de tal ordem foiencontrada em zona produtora da região em estudo, onde épequena a variação da evapotranspiração potencial durante oano, preliminarmente pode-se considerar como limitação cli-mática apta para o cacaueiro, teor de deficiência em tôrnode 200 mm anuais, visto que os exc-edentesparecem não cons-tituir limitação para a cultura.

Assim sendo, deduz-se que o cacau encontra na Amazô-nia, áreas favoráveis. sob ponto de vista climático, à sua pro-dução ec-onômica, com maior extensão nos Estados do Ama-zônas e Acre. (figura 2).

1. 2.2 CULTURADO CAFÉ

Condições Térmicas:

Cotejando-se as exigências térmicas das 3 espécies, maiscultivadas do café, Coffea arahíca, Coffea eanephera varorobusta e de Coffea Jiberica, com as condições térmicas predo-minantes na Amazônia, foi verificado que essas condições sãosatísfatórías às exigências das espécies Canephora e Iíberíca,

Para C. arabica em geral, as condições de temperaturaultrapassam os limites tolerados por essa espécie, principal-mente no que diz respeito a qualidade do produto. Com efei-to, nas regiões tropicais, C. arabica só é cultivado com suces-

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mm700

500Excedente llIIIll

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ILHEUS- BA-- Precipitãoão 2082mm

Evop. Pot. 1321 m mEvap. Real1321 m mExc 761 m mDef. OzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAm m

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-- Prec iprtccêo_._. Evap. Pot.___ o Evap. Real

E)(c.476mmDef. 61 m m

1714 mm1299mm1238 mm

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700 ITACOATIARA-AM-- Precipitação 2166 m m_.- Evcp. Pot. 1724 mm---Evop.Reol 1495 mm

Exe. 671 m0.1. 229

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FIG. 1 - Balanços Hídricos, segundo Thornthwaite 195 (1-5 mm) para distintas re-giões cacau eiras do Brasil.

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so economico, qua.ndo em altitudes que condicionam tempe-raturas médias oscilando entre 18,(}QCe 24,09C (30).

Esta é uma das razões de predominância do cultivo deC. canephora varo robusta na Africa, onde 75% da produçãode café é proveniente dessa espécie (27). O cultivo de C. ara-bica é também restringido pela ocorrência de ferrugem cau-sada por Hemileia vasta trix.

Para C. liberica foi estabelecida a média anual de 26,09Ccemo a mais apropriada, não suportando condições em que amédia das mínimas seja inferior a 15,OoC(30).

As exigências de C. canephera quanto as condições tér-micas são intermediárias entre C. arabica e C. Iibertca (27)

O estudo das condições térmicas das áreas de cultivo docafé robusta indicam como satisfatórias, temperaturas mé-dias entre 22,OYCe 27,OoC.

Condições Hídricas:

A periodicidade do cafeeiro nas condições tropicais é con-trolada pela disponibilidade hídríca. Em áreas onde há umperíodo sêco e definido a floração se verifica durante todo oano, com fases mais ou menos intensas (30). Locais com es-tação sêca definida determinam floração condensada emCanephora (22), sendo o mecanismo semelhante ao descritopara C. arabica (7,33) em que a diferenciação das gemas flo-rais se dá até o final da época chuvosa, mas há necessidadede um período sêco, seguido de uma fase de ampla dísponí-bilidade hídrica para a abertura das flores.

Há portanto necessidade de uma estação sêca bem defi-nida para regular a produção.

Por outro lado, não estão bem definidos os limites desêca que C. canephora pode suportar, sem efeitos negativossôbre o desenvolvimento ou produção.

Possibilidades Climáticas na Amazônia:

Como pode ser verificado não estão bem definidas as exi-gê das hídricas da cultura, sabe-se que há apenas necessi-- e de um período sêco para regular a produção e que deíí-

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ciências hídricas acima de duzentos milímetros anuais foramconsideradas inaptaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà produção do café (28).

Levando-se, porém, em consideração os resultados dos ba-lanços hídrícos calculados para diversas localidades da Afri-ca onde o café robusta tem alcançado grande expansão (figu-ra 3), foi verificado que a. cultura em tais regiões apresentatolerância hídríca que vai de O (zero) mm a mais' de 2.000 mmde excesso de água, e de deficiências entre O (zero) mm a qua-se 600 mm.

No traçado da carta climática para o café robusta, o cri-tério baseou-se na faixa de déficits hídrícos entre 50 mm a400 mm, valores êstes contidos nos limites de deficiências dasáreas estudadas, encontrando-se dêsse modo, grande parteda região favorável à exploração da cultura. (figura 4).

1.2.3 CULTURA DO DEND.m

Condições Térmicas:

Temperaturas médias mensais de 25,09C a 28,OQCsão muitofavoráveis desde que as médias das mínimas não seja inferiora 18,()QC. Temperaturas de 15,OoCdurante vários dias provo-cam a paralização do crescimento, e com a associação de bai-xas temperaturas e baixa insolação têm-se verificado distúr-bios fisio ógicos, como o apodrecimento dos meristemas (34).

A duração da insolação, agindo através do total de radía-ção solar incidente, é um fator extremamente importantepara a prod ção tendo-se estabelecido o mínimo de 1.500 hanuais de' Iação (34).

Assim o. pode-se dizer que em geral a área que abran-ge a Amazõ . Pc ítíca não apresenta limitações térmicas pa-ra a cultura gumas restrições apenas na parte sul doPará e sudoeste o ere, onde se observa a ocorrência de tem-peraturas rela . amente baixas.

Condições HílmC2.S

l A'" """L" c.ar---;:.e , .cas mortológícas do sistema radiculare da fenologia do dendezeiro estão intimamente associadasàs suas exigências hídricas,

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600zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAJUBA- SUOAO

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FONTE: O,M.M.N i a. a

FIG. 3 - Balanços Hídricos segundo Thornthwaite 1955 (125 mm) para típicas regiõescafeeiras da África.

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o sistema radicular do dendezeiro é extremamente su-perficial, com raizes realmente ativas na absorção da água cnutrientes ocupando os primeiros 10 em do solo. As raizesmais profundas até 4 m têm função precípua de ancoragem,'sendo ativas apenas nas zonas meristemáticas, não suberiza-das. Uma boa parte do sistema radícular é constituída deraizes mortas que, devidozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà sua natureza esponjosa, servemde reservatório d'água pelo menos no início da estação sêca(34).

Por outro lado, a disponibilidade de água tem grande in-fluência no tamanho das fôlhas e nas variações estacionaísde surgimento de novas fôlhas, uma vez que a fase de alon-gamento rápido das fôlras exige grande quantidade 'dágua

(9).

Essas variações têm reflexos também na produção jáque o rítmo de formação de novas inflorescências acompanhao rítmo de emissão de novas Iôlhas (9).

Dêsse modo, estabeleceu-se que uma estação sêca com 3meses de precipitação inferior a 100 mm é o limite das condi-ções favoráveis para a produção econômica (34).

Possibilidades Climáticas na Amazônia:

Como pode ser observado o dendê é muito exigente emboas condições de umidade no solo, tendo sido atribuído, paraum bom desenvolvimento da cultura, quantidade de água ne-cessária superior a 1.300 mm e déficit hídríco in.ferior a150 mm (28).

Analisando-se as condições de disponibilidade hídrica dasregiões produtoras de dendê na Bahia e Costa do Marfim (35)

(figura 5 , foi verificado que a cultura fica submetida a umafaixa de excedente de água no solo de 300 mm a 1.000 mm ede deficiências entre 60 mm a 100 mm.

E' interessante observar que apesar dos balanços hídricosterem acusado diferenciação bastante acentuada nos totaisanuais de excedentes entre as regiões produtoras de dendê,no que tange a faixa de deficiência, os balanços mostram se-

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ExcedenteOeticienclaReposiçãoR.tirada

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S.FRANCISCO DO CONDE- BAPrecipitação 1714 mmEvap. Pat. 1299 m mEvap. Real 12~8 m mExc. 476 mmOet. 61 mm

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FONTE: EM - MA.

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FIG. 5 - Balanços Hídricos segundo Thornthwaite 1955 (125 mm) para típicasprodutoras de dendê na Bahia e da Costa do Marfim.

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melhantes condições de pequenos déficits, deduzindo-se assimque esta é a condição que parece favorável ao desenvolvímen-to econômico do dendê.

Comparando-se as exigências climáticas do dendê comas condições a que fica submetida a Região Amarzônica, foi verificada a ocorrência de áreas que possuem con-dições climáticas favoráveis à implantação da cultura na re-gião, nos Estados do Pará, Amazonas e Acre. (figura 6).

1.2.4 CULTURADA CANADE AÇUCAR

Condições Térmicas:

o repouso vegetatívo para o enriquecimento em sacarose,poderá ser atingido, também, por uma restrição térmica. Ocrescimento da cana de açúcar é insignificante à temperatu-ras médias diárias inferiores a 15,5°C, e crescimentos apre-ciáveis são verificados apenas quando a temperatura médiadiária ultrapassa 21,OQC(14). Na ausência de estação sêcapara que a maturação se dê em boas condições, é necessárioum período de temperaturas inferiores a 21,OoC(11).Em têr-mos de unidades de desenvolvimento, propostos por THORN-THWAITEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA& MATHER (37) correspondentes à acumulaçãodos valôres diários de evapotranspíração potencial, dados emmilimetros, foram considerados 850 mm anuais, como limitemínimo para as exigências térmicas anuais de cana de açú-car, o que corresponde a isoterma de 19,OoC(29).

Do exposto pode-se dizer que na região não há restrí-çõe térmicas à exploração econômica da cultura.

Condições Hídricas:

Um regime pluviométrico em que não ocorrem déficitshídricos é contraindicado para a cultura da cana para produ-ção de açúcar. Por outro lado, quando a deficiência hídrícaultrapassa determinados limites, o desenvolvimento poderá.

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ser seriamente reduzido. O limite mínimo, no entanto, é fun-ção de vários fatores independentes, tendo porém, sido esta-belecido o limite de 15(}mm de déficit hídrico anual para in-dicar áreas que exigiriam irrigação complementar (11).

Possibilidades Climáticas na Amazônia:

Analisando-se os resultados dos balanços hídrícos de re-giões de grande produtividade canavíeíra no Brasil, como: Se-na Madureira (Acre), CamposzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(RJ), Lavras (MG), Goiânia(GO) (11) (Figura 7) verificaram-se que nestas regiões, as de-'ificiências de água no solo estão entre 50.mm a 150 mm e osexcedentes entre 10 mm a 800 mm.

Comparando-se essa faixa hídríca tolerada pela culturanas regiões mencionadas, com as condições de disponibilidadede água no solo da Região Amazônica, foram verífícadasocorrências de áreas climàticamente favoráveis à produçãoda cultura, nos Estados do Pará, Amazonas, Acre e Territóriodo Amapá (figura 8),

1.2.5 CULTURA DA SERINGUEIRA

Condições Térmicas:

A seringueira é exigente em temperatura elevada daí asua preferência pela Zona Equatorial, porém a sua cultura é!possível nas proximidades dos trópicos em regiões de muitocalor, como acontece por exemplo nas terras do Litoral Pau-lista.

Como limite de exigência térmica para o desenvolvimen-to da cultura, foi atribuído o mínimo de 900 mm de evapo-transpiração anual acumulada, correspondente à temperatu-re média anual de 20,09C (17).

Considerando-se as condições térmicas da região Amazô-nica, com a exigência atribuída à cultura, pode-se dizer quenão há restrições de tal ordem à expansão da cultura na re-gião.

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FONTE: EM - MA

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FIG _ 7 - Balanço Hídricos segundo Thornthwaite 1955 (125 mm) para regiões degrande produtividade canavieira no Brasil.

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Condições Hídricas:

Vista apenas sob o aspecto das exigências hídricas paraa fisiologia do crescimento e produção de latex, a seringueiradeveria se comportar melhor em áreas sem estação sêca de-finida.

Há no entanto, estreita relação entre as doenças que ata-cam as fôlhas com a periodicidade de abscísão foliar e bro-tação de nova folhagem. Quando a estação sêca não é bemdefinida, o período de mudança de folhagem é mais demora-do e se as novas folhas surgirem em condições de muita chu-va, com a alta umidade relativa do ar, mesmo os clonesmais resistentes são seriamente afetados, principalmente pe-lo "mal das fôlhas".

O conceito original de que a seringueira exige chuvasbem distribuídas durante o ano deve portanto ser alterado,passando-se a considerar as áreas com estação sêca definidacomo mais apropriadas à seringueira, já que o "mal daszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfô-

lhas" causado pelo MicrocycJus ulei ainda se constitui um sé-rio obstáculo para a expansão da heveicultura 'na Amazônia.

Possibilidades Climáticas na Amazônia:

Camargo (10), atribui, como limite para a Hevea brasili-ensis prosperar e produzir bem, déficit de 150 IIL.'1l. Entre-tanto, balanços hídrícos das áreas de distribuição natural daespécie (16) (figura 9), apresentam deficiências bem mais ele-vadas, podendo-se assim dizer que défícíts até 240 mm anuaissão perfeitamente tolerados pela cultura sem detrimento deprodução (32).

Assim sendo, pode-se dizer que sob ponto de vista clí-mátíco, a Amazônia apresenta condições bastantes favoráveisc expansão da cultura, notadamente nos Estados do Amazô-nas, Acre, parte do Pará, Mato Grosso e Territórios Federaisdo Amapá e Rondônia (figura 10).

No esbôço do zoneamento da seringueira, as áreas locali-zadas na parte ocidental do Estado do Amazonas, no Acre e

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em tôrno da cidade de Belém, são mais favoráveis à incidên-cia do mal das .fôlhas, dada a ausência da estação sêca defi-nida.

1.2.6 CULTURA DA MANDIOCA

Condições Térmicas:

Sendo a mandioca planta originária de região tropical,encontra condições favoráveis ao seu desenvolvimento emtodos os climas tropicais e sub tropicais, podendo ser planta-da com possibilidades econômicas, no nível do mar até 1.000me sob temperatura média anual de 20,OOCa 27,O<.>C(1).

Sob a linha equatorial até a altitude de 2.000 m ela é en-contrada, bem como sob temperaturas médias inferiores e su-periores a faixa térmica anteriormente citada (1).

Condíções Hídricas:

Segundo Albuquerque (1) a mandioca é dotada de granderusticidade o que lhe permite sobreviver em ambientes alta-mente desfavoráveis com relação aos fatores climáticos ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAedáfícos, Assim é que nas regiões de pluvíosidade elevada ebaixa pressão osmótica, dá impressão de planta gelícola, pas-sando entretanto à condição de planta halícola em regiões decondições climáticas opostas.

Entretanto friza êste autor a necessidade de se convirque a capacidade de adaptação apresentada pela cultura, fo-ge à expressão de forma padronizada, ficando a mesma condi-cionada em grande parte à capacidade do cultivar.

Com relação às condições ótimas para a cultura, foi atri-buído o total pluviométrico anual de 1.000 mm a 2.000 mm,com chuvas bem distribuídas durante o ano. (1).

Posibilidades Climáticas na Amazônia:

Do exposto, pode-se dizer que em geral, as condições cli-máticas da região Amazônica são favoráveis para a cultura <tamandioca, permitindo ainda perfeitamente a instalação devastos campos com a finalidade industrial.

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1.2.7 CULTURA DA PIMENTA DO REINO

Condições Térmicas:

Sendo a pimenta do reino, originária de regiões tropicais(23), requer para seu desenvolvimento clima quente. Desen-volve-se bem na faixa térmica compreendida entre 12,OoCa40zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAQC (19)desconhecendo-se porém o valor de temperatura óti-

ma exigida pela cultura.

Entretanto estudos das condições térmicas de áreas degrande produção pimenteira no país, (Estado do Pará), nota-damente nas zonas Guajarina e Bragantina e no exterior:Djakarta na Indonésia, Bombaim, Bangalore e Mangalore naíndia e Hambatota no Ceilão, revelam médias de temperatu-ras anuais, oscilando entre 23,OQCa 28,OoCpodendo-se assimconsiderar que temperaturas situadas entre tais valôres apre-

sentam condições térmicas bastante favoráveis ao cultivo dapimenta.

Condições Hídrícas:

Até o presente, ainda não foi estabelecido, limites de dls-poníbilidades de água no solo, de excesso ou de deficiência,tolerados pela cultura. Sabe-se apenas que a pimenta doreino requer para produzir economicamente, regime pluvio-métrico que defina dois períodos: um bastante chuvoso e ou-tro de estiagem (19)e que as chuvas muito intensas e prolon-gadas são prejudiciais à cultura (20).

O estudo das condições hídricas das áreas mencionadas,com base no critério dos balanços hídrícos de Thornthwaite(figura 11) apresentaram os seguintes resultados: No Pará,nas duas regiões consideradas tipicamente produtoras de pi-menta: Tomé Açú e Belém, foram encontrados déíícits deumidade de 360 mm e de 32 mm respectivamente.

Em Djakarta na Indonésia, verificou-se déficit hídricobem acentuado, com cêrca de 245 mm anual, para um mon-

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tante pluvíométrico de 1.755 mm. Em Hambatota no Ceílão,

a precipitação anual de 1.074 mm mostrou-se muito infe-rior a evapotranspiração potencial que é de 1.710 mm, re-sultando em consequência uma deficiência bastante eleva-da, com cêrca de 636 mm anual. Já em Colombo, os defi-ctts hídrícos foram bem reduzidos encontrando-se 30 mm,em consequêncía do menor poder evaporativc e total pluvio-métrico mais elevado e ínexístêncía de período sêco definido.

Na índia, nas regiões estudadas verificaram-se também:variação de dísponíoüídade hídrica bastante acentuada.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAOs

totais pluviométricos variam de pouco mais de 900 mm a qua-se 3.500 mm e os dêtícíts hídricos anuais atingem de 300 mma 840 mm.

POssibilidades Climáticas na Amazônia:

Embora os cálculos dos balanços hídrícos efetuados pa-ra as zonas pimenteiras estrangeiras estudadas, tenham re-velado em geral déficits hídricos bastante elevados sabe-seque a maior parte dos cultivos de pimenta do reino no mun-do, são feitos utilizando sombreamento e tutores vivos. E'entretanto, nas condições de cultivo da Amazônia (com tu-toramento de estações e sem sombreamento), que a pimentacresce mais rápido e produz mais cêdo.

Atentando para tal fator, deduz-se que a faixa de dê-ficits hídricos anuais entre 30 mm a 400 mm, é a mais índí-

cada ao cultivo da pimenta, podendo-se assim dizer que aregião apresenta áreas bastante favoráveis sob ponto de vis-ta climático à exploração da cultura, particularmente noEstado do Pará e Território Federal do Amapá (figura 12).

1.2.8 CULTURA DO ABACAXt

Condições Térmic.as:

Temperaturas médias anuais entre 24,O<>C e 29,09C, sãotidas como adequadas para o desenvolvimento da cultura. .

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FIG. 11 -- Balanços Hídricos segundo Thornthwaite 1955 (125 mm) para típicas regiões de Pimenta do Reino do Brasil, Indo-nésia, Ceilão e índia.

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Temperaturas acima de 35,OoC,especialmente em re-giões com umidade relativa baixa, são prejudiciais ao aba-caxí, ocasionando queimaduras no fruto pelo sol, emboranão afetem a planta em sizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(24).

Com relação às baixas temperaturas, o abacar-í pode su-portar temperatura até 1QC sem grandes prejuízos, desde queo período de duração seja curto. (24).

Condições Hídricas:

o abacaxi é bastante resistente à seca, as células aquí-feras permitem seu cultivo em regiões onde as chuvas estãocondicionadas apenas a determinadas épocas do ano.

O ótimo pluviométrico anual atribuído ao abacaxi se-gundo Collins, está compreendido entre 1.00mm a 1.50OmmPeixoto atribui entre 1500mm a 2000mm (24).

A umidade atmosférica elevada tem grande importân-cia no desenvolvimento da cultura, principalmente nas áreasde reduzida precipitação pluvíométríca. Essa importância,advém de formação do orvalho através das baixas tempera-turas noturnas e por reduzir as perdas de água pela evapo-transpiração potencial (24).

Possibilidades Climáticas na Amazônia:

No tocante à temperatura pode-se dizer que a regiãoé bastante favorável ao abacaxí, apresentando ótimas condi-ções para a expansão da cultura.

Com relação às condições hídricas, vista apenas a to-lerância do abacaxí em relação à sêca, pode-se dizer que naregião não há limitações para a cultura; todavia, resta sa-ber com relação aos excedentes hidricos.

Estudos de várias regiões de cultivo do abacaxí (figura13) revelaram que a cultura fica submetida a uma faixade excedentes entre O mm a 600 mm, deduzindo-se assimque excedentes hídrícos muito _acima dêstes valôres, pode-rão constituir limitações para o cultivo do abacaxí.

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FIG. 13 - Balanços Hídricos segundo Thornthwaíte 1955 (125mm) para distintas re-gíões produtoras de abacaxi.

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Assim sendo, preliminarmente pode-se dizer que asáreas com excedentes hídricos até 1.000 mm deverão ser asmais indicadas para o cultivo da cultura (figura 14).

1.2.9 CULTURADA BANANA

Condições Térmicas:

Segundo Tôrres (24) o cultivo da bananeira processa-seem ótimas condições entre limites bastante extensos do glo-bo abrangendozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAdêsde 35Q de latitude Norte à 40Q de latitudeSul, contendo como é evidente, as mais diversificadas con-dições de clima, tornando-se assim, difícil estabelecer as exi-gências climáticas reais para a cultura.

A temperatura média mensal de 26,7°C (24) parece sermais índícada para a cultura; temperaturas mínimas men-sais inferiores a 15,OoC,implicam numa diminuição relati-vamente sensível no crescimento da bananeira.

O frio, geadas e ventos, são fatôres climáticos de grandeimportância a considerar na cultura da bananeira. O frio,reduz o crescimento vegetatívo e retarda o aparecimento dosrebentos, e as geadas causam danos bastante prejudiciais àplanta e ventos muito fortes, podem quebrar as plantas ouprovocar o desenraizamento.

Condições Hídricas:

Inúmeros autores referem-se às exigências hídricas dacultura, apresentando valores bastante discordantes entre siresultando príncípalmenta do fato dessas necessidades esta-rem associadas a outros fatores, notadamente da temperatu-ra ambiente, umidade do ar, vento, variedades cultivadas,tratos culturais etc.

Segundo Simmonds Ç24},51 mm de chuva por mês repre-sentam um nível abaixo do qual as bananeiras sofrem sensí-velmente a falta de chuvas, enquanto que 102 mm por mês,podem ser considerados como satisfatórios a todos os solos,com excessão dos mais porosos.

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Possibilidades Climáticas na Amazônia:

Considerando que as adversidades climáticas que limi-tam a expansão da cultura, como geadas e ventos muito for-tes, ocorrem fora dos limites da região e que para uma explo-raçãe intensiva, os elementos que mais carecem são os tratosCUlturais convenientemente aplicados nas épocas adequadas,no que tange ao clima da região, pode-se dizer em primeiraaproximação, que não há limitação de tal ordem à expansãode cultura.

1.2.10 CULTURA DA LARANJA

Condições Térmicas:

As plantas cítricas vegetam e produzem satístatôríamenteem condições térmicas bem variadas, suportando temperatu-ras elevadas dos clímas tropicais e as baixas temperaturas,até OQC. A temperatura média anual de 24,0t?C,é considera-da como satisfatória para a cultura dos citrus (25).

Temperaturas elevadas não afetam a produção da laran-jeira, todavia a coloração da casca fica prejudicada quando afruta amadurece sob excesso de calor (28).

A temperatura mínima anual superior a 16,OQClimitaa produção de laranjeira tipo exportação (28).

Condições Hídricas:

As exigências hídricas da cultura são bem pouco conheci-das, atribuindo-se o índice pluvíométrico de 1.200 mm comosatísratórío para os cítrus (25).

A cultura parece ser pouco tolerante às deficiências hí-dricas, visto que nas regiões de grande produção, prevaleceem geral a irrigação complementar. Nas condições do pla-nalto paulista, déficits hídricos superiores a 200 mm afetama produção (28).

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Possibilidades Climáticas na Amazônia:

A temperatura, pai ece ser o elemento climático que maislimitazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa exploração da cultura, embora suporte uma faixatérmica bastante ampla.

Regime pluvíométrico bem distribuído, deverá ser maisindicado para a laranjeira, embora não constitua fator limi-tante, visto que nas regiões essencialmente produtoras pre-valece a prática de irrigação complementar, o que parece sermais indicado para a cultura.

Assim sendo, em primeira aproximação, pode-se dizerque na Amazônia não há limitação de ordem climática paraa expansão da cultura.

1.3 PLANTAS DE CICLO ANUAL

As plantas que integram êste grupo pertencem a catego-ria de plantas anuais ou de ciclo curto e embora apresentemtipos bastante diferenciados e adaptados às condições climá-ticas muito variadas, foi verificado que para a região, em ge-ral, o problema reside na escolha dos tipos adaptados às va-riações climáticas mais adequadas aos plantios.

Assim sendo, com excessão do algodão anual, foi efetua-da análise sucinta das condições climáticas que mais afe-tam o desenvolvimento de tais culturas, e omitido, o ítem"Possibilidades Climáticas na Ama.zônia" uma vez que preli-minarmente pode-se dizer que não há restrições de ordem cli-mática a expansão destas culturas.

1.3.1 CULTURA DO AMENDOIM

'Exigências climáticas:

o amendoim é cultura de regiões tropicais e sub tropi-cais, não tendo exigências especiais com relação ao clima-4entro dessa faixa. Vem sendo cultivada inclusive em re-giÕBStemperadas, com verão suficiente para cobrir o ciclo (2).

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Como exigências térmicas e hídricas, foi atribuído o mí-nimo de 15,09C de temperatura e 600 mm de precipitaçãoanual. Entretanto é cultivado em áreas do Senegal com pre-cipitação da ordem de 250 mm a 300 mm, concentradas emperíodo equivalente ao ciclo da planta (2).

1.3.2 CULTURA DO ARROZ

Exígências Climáticas:

A cultura do arroz, em lace o grande número de varieda-des com exigências ecológicas distintas, torna-se difícil defi-nir qual o tipo de condições climáticas favoráveis ao seu cul-tivo dentro de faixas restritas. embora seja uma planta mui-to exigente em calor e umidade, é cultivada tanto nas re-gíões tropicais como em regiões temperadas.

As condições ideais de calor e umidade, correspondem auma temperatura constante de 32,OoCdurante todo o cicloem solo permanentemente em estado de saturação. Entre-tanto diz-se que a temperatura mínima tolerada pela culturaé de 20,OoCparazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(l seu desenvolvimento vegetativo, e que a flo..•

ração e frutificação encontram melhores condições térmicascom temperaturas em tôrno de 30,OoC. Com relação às con-dições hídricas, a cultura de sequeiro, exige de 900 mm

a 1.100mm de chuva durante todo o cíclo (26).

1.3.3. CULTURA DO FEIJÃO

Exigências Climáticas:

A cultura do feijão comum, devido ao seu ciclo relativa-mente curto, pode se desenvolver bem tanto no clima tro-pical corno temperado. Entretanto, trata-se de uma plantamuito sensível às temperaturas extremas (18).

Temperaturas inferior a 16,09C são prejudiciais aos fel-joeíros e certas variedades de Phaseolus são prej udícadas portemperaturas inferiores a 30,0!?C. Quanto as condições hí-

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drícas, diz-se que o feijão é pouco exigente em umidade econsidera-se como ideal, precipitação de 100 mm por mês(38).

1.3.4 CULTURA DO MILHO

Exigências Climáticas:

Sendo de origem tropical, é muito natural que o milho dêpreferência às regiões quentes intertropicais. TOdavia, ogrande número de formas que apresenta torna possível a suacultura também nas regiões subtropicais, com sucesso. Nãoé muito exigente em umidade, sua necessidade se torna cres-cente a partir da germinação .para atingir um máximo du-rante a fase de fertilização. Assim uma região de clima rela-tivamente quente, com aproximadamente três meses a trêsmeses e meio de chuvas regulares, está em condições de po-der cultivar milho (18).

Com relação às exigências térmicas e hídricas do milho,têm-se que a temperatura média de 19,5<?Cé o limite míní-nimo para o desenvolvimento da cultura, além da qual o mi-lho pràticamente não se desenvolverá. Segundo SHAW (12),o milho é cultivado dêsde regiões com precipitação anual de250 mm até acima de 5.000 mm, considerando êste mesmoautor que 200 mm durante o verão, é indispensável para a.produção da cultura sem irrigação.

1.3.5 CULTURA DO ALGODãO

Condições Térmicas:

Temperaturas do solo em tôrno de 20,OoCa 30,()'QCsão ra-voráveis à germinação, tendo sido estabelecidos os limitesmáximos e mínimos para a germinação, de 40,OQCe 14,OoCrespectivamente (13).

Para o crescimento, temperaturas acima de 30,OOCsãoprejudiciais, e o ótimo desenvolvimento situa-se em tôrno de25,OoC(8).

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Embora não tenham sido estabelecidos os limites críticossabe-se que o algodoeiro é planta exigente de luz. A quedaacentuada de capulhos em desenvolvimento é provocada porinsolação reduzida (15)..

Assim sendo em geral as condições térmicas da região são

favoráveis à implantação da cultura do algodão anual, en-contrando-se algumas restrições no que tange as temperatu-ras extremas em Goíás e Mato Grosso.

Condições Hídricas:

o algodoeiro é bastante resistente a sêca, e pouco tole-rante ao excesso de umidade no solo.

Regimes pluviométricos sem estação sêca definida, prejudi-cam o algodoeiro em várias fases de seu desenvolvimento.Durante a floração, o excesso de crescimento vegetativo temefeitos deprimentes sôbre a produção, por ocasião da frutifi-cação, verifica-se acentuada abscisão de capulhos, as chuvasprejudicam a qualidade do produto.

Os estudos sôbre balanços hídrícos nas regiões algodoei-ras do Brasil tem revelado uma grande amplitude de varia-ção de déficits e excessos hídricos (31). No Nordeste, os dê-ficits elevados da zona do Sertão, só permitem o cultivo doalgodão perene, adaptados às condições climáticas semíárí-das. Por outro lado, os balanços hídrícos de localidades al-godoeiras do Planalto Paulista, revelaram pequenos períodosde consumo e umedecímento do solo, sem ocorrência de défi-cits hídrícos (31). A redução da precipitação nas últimas ra-ses de desenvolvimento do algodoeiro, permitem no entanto,sua cultura em níveis econômicos.

Possibilidades Climáticas na Amazônia:

o algodão herbáceo é planta pouco tolerante com relaçãoaos excedentes de água no solo, tendo sido atribuído comoaltura máxima de precipitação tolerada pela cultura índicespluvíométricos anuais, desde que bem distribuídos de 500 mma 1.500 mm.

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FIG. 15 - Balanços Hídricos segundo Thornthwaite 1955 (125.mm) para regiões algo-doeiras do Brasil.

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Atra vés de balanços hídrícos calculados para algumaszonas produtoras do algodão anual no Brasil como: Gara-nnuns (Pe), Campina Grande (Pb), Ribeirão Preto (SP) e Bar-ra do Corda (Ma) (figura 15),foram veríücadas variações nascondições de umidade do solo de excedentes e deficiênciasanuais de O (zero) mm a 700 mm e de 60 mm a 500 mm res-pectivamente.

Comparando-se tais condições hídricas com as da regiãoem estudo, verificaram-se semelhantes condições de deficiên-cias de água no solo em várias localidades da região, abran-gendo os Estados do Pará, Maranhão, Mato Grosso e Goiás eTerritórios do Amapá, Rondônia e Roraíma (figura 16), po-

dendo-se dêsse modo considerá-Ias como favoráveis sob o pon-to de vista climático à exploração da cultura, desde que aépoca do semeio seja convenientemente escolhida.

1.4 PASTAGENS

No uso e formação de pastagens para a Amazônia, entreas espécies adaptadas às condições climáticas da região, en-contram-se principalmente as pertencentes à familia das gra-míneas.

As espécies mais indicadas segundo Granner (18) estãoreunidas no grupo dos capins, destacando-se: colonião (Pan-nícum maximum Jacq) elefante (Pennnísetum purpereum),gordura (Md Melinis minutiflora) e jaraguá (Hyparrbeniarufa Nees).

A canarana erecta lisa (Echíncchclea pyramidalis LamHitchc et chase), surge como torrageíra bastante promíssôrapara a região, com enorme possibilidades ria formação de pas-tagens em solo de várzea (36).

De um modo geral, pode-se afirmar que não há restrt-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAções climáticas para a formação de pastagens artificiais. Oúnico fator desfavorável, relaciona-se ao excesso de umidadena época de floração com maior ocorrência nas áreas de climaAf, o que acarreta o ataque de fungos às sementes, reduzindosensivelmente' o poder germinativo.

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SUMMARY

A study made of the clímatíc possibilities of the follo-wíng crops ín the Brazílian Amazon Region: cocoa, eoffee,African oil palm (dendê), sugar eane, rubber trees, manioc,black pepper, peanuts, ríce, eorn, beans, eotton and fruitserops: píneaple, banana and orange. The elimatie areaswhích favor these crops are indieated aceordíng to theirthermíc and hydric needs. Climatic zoning diagrams are pre-sented for the various erops.

1.5 BmLIOGRtU'IA

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