onde vivem os unicórnios?

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Desvende o mistério nesse livro-reportagem que não têm nada de fantasia.

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Título: Onde Vivem os Unicórnios?

Autor: Ana Paula Marques

Capa e projeto gráco: Ana Paula Marques

Professor Orientador: Luis Henrique Bei

Livro-reportagem produzido como requisito de avaliação do curso de

Comunicação Social – Jornalismo do Centro Universitário de Patos de Minas.

2016

Esse livro é dedicado a todos os unicórnios.

Vocês são mais do que apenas isso. Vocês

podem mudar o mundo, uma ask por vez.

Tumblr é lar de criaturas únicas e especiais. Esses seres mágicos possuem alguns termos que podem ser desco-nhecidos pela maioria das pessoas. Por esse motivo, antes que surjam dúvidas, alguns esclarecimentos são necessári-os.

Dash é a abreviação de dashboard, que podemos cha-mar de painel de controle. É nela que tudo acontece. Desde a criação de textos, ao compartilhamento de diálogos.

Ask é a forma de comunicação mais usada, são as mensa-gens. Perguntas feitas em anônimo são comuns. O termo anony geralmente é usado para tratar desses desconheci-dos curiosos de forma carinhosa.

Notes é a soma de likes (favoritos) e reblogs que um post recebe. Reblog é a forma de compartilhar conteúdo de outros usuários, em muitos tumblrs é mais comum do que a criação de conteúdo original.

Theme é aparência do microblog, o layout da página. Desenvolvido por meio de códigos, muitos usuários com-partilham suas criações livremente e auxiliam na personali-zação.

Agora, à história.

QUE ME PERGUNTE...ANTES

UM

Escrever sempre foi parte da minha rotina. Cartas, poe-mas, contos, crônicas, versinhos soltos em lugares aleatóri-os. Descrevi cada fase da minha vida em agendas, diários, pedaços de papel e... no computador. Às vezes, as históri-as que conto possuem pedacinhos de fantasias, mas o que contarei aqui é por completo verdades cuidadosa-mente narradas.

Então, escrever é uma parte da minha rotina, uma necessi-dade que ajuda a ordenar os pensamentos. É natural que por m minha vida tenha se atrelado a uma prossão que lida tão intimamente com as palavras: o jornalismo.

O que mais me encanta no mundo da comunicação são as maneiras diferentes de se contar histórias, de envolver e levar o público a visualizar o máximo possível dos fatos. Então vamos a eles.

Seis anos atrás. Minha vida era uma sucessão de dramas, como a de qualquer outro adolescente. Minhas anota-ções da época me descrevem como única e incompre-endida, é claro. Em geral, 2010 foi um ano bastante confu-so, mas eu queria fazer algo. Queria escrever e queria que as pessoas lessem.

Depois de uma tentativa fracassada de administrar um blog de moda com outras duas amigas, senti essa necessi-dade de compartilhar minhas reexões pessoais. Foi quando uma dessas garotas me apresentou ao Tumblr.

Lembro-me de achar um pouco confuso de início. Diferente de outras plataformas de criação de blogs, no

Tumblr existia um grande engajamento dos seguidores, mesmo em contas de menor audiência. Essa interação era tão nova, única e surpreendente, que me conquistou logo em seguida.

Batizei essa grande empreitada ambiciosa para comparti-lhar minha “arte” com o mundo de Lipsticks and Cookies. Com certeza esse nome fazia sentido na época. Hoje, o que resta de mais nítido na minha memória é a forma como me senti. Era como criar um próprio universo que não podia ser tocado pelas preocupações, dúvidas ou problemas da vida ofine.

O Tumblr foi o primeiro lugar onde realmente tive a cora-gem de me expor para o mundo. Para uma garota de quinze anos era algo especial. E não apenas isso, mas libertador. Sou o tipo de pessoa que realmente diz muito pouco e que escreve bastante. Mas, ali, pela primeira vez, tive pessoas lendo aquilo que eu tinha a dizer.

Claro, não era nada excepcional, e quando digo isso não é por questão de modéstia. Eu trocava o mais pelo mas, escrevia um parágrafo inteiro e colocava apenas um ponto nal. Sim, ainda cometo erros, mas aquele foi o início. Foi quando descobri que eu podia fazer isso, que as minhas palavras poderiam ter importância para outras pessoas como tinham para mim.

Acho que é isso que ainda me mantém tão ligada ao Tumblr: as pessoas. Somos um grupo completamente diferente, mas que de alguma forma tem essas similarida-des. Foi maravilhoso não me sentir sozinha seis anos atrás. Continua sendo.

DOIS

O Brasil possuí grande força, cando atrás apenas dos Estados Unidos como país de maior audiência da platafor-ma. Conversei com Wellington Almeida, redator no Tumblr Brasil e Portugal para compreender melhor o outro lado da história. Será que o time que mantém tudo funcionando conhece seu público? E como é esse lado que não conhe-cemos?

— Os usuários do Tumblr tem uma relação bem íntima com a plataforma, diferente de outras como o Facebook e o Instagram que são mais público de massa. Eu sinto que aqui elas podem car descansadas com questões de privacidade e, por isso, estão mais a vontade e se sentem mais acolhidas. Eu adoro trabalhar aqui, é uma empresa que tem uma responsabilidade social muito grande (por exemplo, os lucros da loja, que vende coisas como cami-setas e almofadas, são todos doados para caridade) e que preza pela satisfação dos seus funcionários. Aqui não temos tempo para car entediados e temos a liberdade para trabalhar no horário que quisermos. Patrões do mundo sigam o exemplo do Tumblr e faça com que seus funcionários gostem de acordar cedo para ir trabalhar!

Então o Tumblr é esse lugar seguro, esse universo particular onde as pessoas se sentem livres para se expressarem. A comunidade brasileira possuí uma força inquestionável. Os unicórnios, unidos durante anos, propagam essa ima-gem.

Mas, por que unicórnios?

Essa é uma história que cou perdida pela dashboard. Hoje, se questionados, muitos podem justicar o apelido dizendo que as características do mito são algo personi-cado nos usuários. Mas, mesmo que agora possua esse sentido agregado, a denominação surgiu de forma dife-rente.

Tudo começou com um colírio: Dudu Surita. Capricho, revista teen que fez parte da rotina de adolescentes nas últimas décadas, elegia em seus anos de glória garotos para representá-la. Meninos belos, educados, modelos perfeitos que alcançavam o coração de muitas garotas. Os tais colírios. Eduardo fazia parte desse time e possuía certa fama com o público alvo. Ele também buscava um caminho na carreira musical e fazia trabalhos como apre-sentador.

Esse garoto em 2011 criou uma conta no Tumblr. Em uma de suas postagens escreveu: “Hoje fui ao Shopping. Tinha mais brasileiros do que seres humanos lá dentro.” Um usuário ironizou compartilhando a ideia de que não, brasi-leiros não eram humanos, mas sim unicórnios, o que era muito melhor! Rapidamente a comunidade tomou para si a denominação. Hoje Surita se dedica a carreira musical e não atualiza mais sua conta no Tumblr.

Os unicórnios se multiplicaram. No mundo, o Tumblr soma mais de 290 milhões de blogs, 130 bilhões de postagens e conta com 375 funcionários. São números dos quais cente-nas de brasileiros fazem parte.

TRÊS2010

“Agora todo mundo tem Tumblr”. Foi no Mas poxa vida, canal do youtuber¹ PC Siqueira, que muitas pessoas ouvi-ram falar sobre ele pela primeira vez. No vídeo Dar estrela, Tumblr e Assobiar, Siqueira fala de uma forma pessimista sobre a plataforma, mas ainda assim fazia sucesso entre os unicórnios.

— O Tumblr é um site onde você posta imagens, textos, vídeos, que serve basicamente para ilustrar seus sentimen-tos de solidão e de quanto sua vida é ruim. Com imagens de pessoas muito mais bonitas que você, das quais os dramas pessoais são muito mais profundos que os seus. Então o Tumblr pode ser uma espécie de luz no m do túnel para pessoas que acham que a vida é uma merda, que é uma merda de verdade. No Tumblr sua vida pode ser uma merda, mas uma merda bonita — pontua no vídeo.

Talvez, o Tumblr tenha sido sim uma luz no m do túnel. Talvez, a vida que antes era pintada de forma tão pessimis-ta não apenas por PC Siqueira, mas também por centenas de outros usuários, tenha se tornado mais bonita. Talvez.

Foi de Goiânia que a novidade chegou. A nova amiga da escola perguntou se alguém tinha Tumblr. Marllos, curioso, pesquisou e criou o Meu Louco Mundo.

— Quando eu criei eu era aquele jovem rebelde de treze anos. Lá era o meu mundo. Eu podia expressar o que eu estava sentindo.

Horas foram investidas na criação de conteúdo e, além

¹Um usuário frequente do site de compartilhamento de vídeo YouTube , especialmen-te alguém que produz e aparece em vídeos no site.

disso, na personalização. Html, CSS, Marllos dedicava seu tempo na busca de criar um espaço virtual único e com a sua personalidade. Esse espaço acompanhou suas fases e evoluções.

— O Meu Louco Mundo se transformou no Publicitário Qualquer. Esse qualquer é porque eu poderia ser qualquer pessoa. Eu nunca revelei minha identidade. Às vezes as pessoas perguntavam: “quem é esse publicitário?”, eu era alguém indeterminado, que nunca vão saber quem é.

— O que eu mais gosto no Tumblr é a livre expressão que você tem. Ele tem um jeito diferente. O Facebook, o Twitter, o Instagram, é muito eu, é tudo na primeira pessoa! Já no Tumblr eu posto o que estou sentindo. Lá a pessoa não se mostra, mas sim o que representa ela. Ele represen-ta sentimentos, não pessoas.

Mas, nos últimos anos é notável a mudança na dash. A pornograa e o erotismo também marcam presença, indicando talvez o amadurecimento daqueles adolescen-tes que antes compartilhavam apenas sobre suas tristezas, seus sentimentos. Marllos faz parte desse grupo que cres-ceu.

— Eu tive uma época mais ousada. Eu recebia muitas fotos, nudes, então eu resolvi criar o This and my. Isso é meu, isso também é parte do meu mundo.

Lembro-me do meu primeiro theme. Não era meu real-mente, eu apenas personalizei as cores e detalhes. Mas,

Ana Paula descobriu o Tumblr pelo Twitter. Depois de ver tantos comentários decidiu criar sua própria conta e a usava para se divertir. Identicou-se com a comunidade e criou relações por lá.

— Era emocionante receber ask. Eu conversava com uma pessoa em anônimo, mas no nal descobri que era só a minha amiga me zoando — conta rindo.

Mesmo gostando de outras redes sociais, a plataforma se destaca por ser fonte de inspiração.

— No Tumblr, eu acho mais legal o lado artístico. Acho que todo mundo que tem possuí esse lado. Lá eu busco inspira-ção, até para os trabalhos da faculdade mesmo.

Fernanda nunca foi uma garota de passar horas na frente do computador. Ligada à música e aos esportes, era uma adolescente que se concentrava mais na vida real do que no mundo virtual. Mas, de tanto ouvir sua irmã comentar sobre o Tumblr, quis fazer parte desse mundo também.

A cada dia se esforçava para produzir um conteúdo que agradasse seus seguidores. Escrevia, revisava e postava na expectativa de receber as tão sonhadas notes. Muito ligada à religião, levou isso para seu universo particular, sendo que seu post com mais repercussão tratava de sua relação com o divino. Essa interação foi o que a atraiu e incentivou a manter o Amar é Preciso.

— Eu gostava de ver as pessoas respondendo perguntas.

Todo mundo entrava no Tumblr já com a expectativa de ter uma ask.

Não era estranho conversas profundas com desconheci-dos.

— Todos queriam um anony fofo.

Era normal ser consolada por alguém do outro lado do país. As distâncias desapareciam nesse universo cheio de pequenos mundos singulares.

Mas, apaixonar-se em anônimo? Declarar-se em anôni-mo? Amar alguém apenas pelas palavras? Em um mundo de fantasias, o amor também pode se sustentar por um tempo por meio do mistério.

QUATRO2011

Nove de setembro de 2011. O Tumblr chega a marca de 10 bilhões de posts mundialmente. Os usuários presenciam em sua dash uma chuva de confetes. Lembro-me desse dia e do meu profundo arrependimento por ter dormido até tarde. Não são todos os dias que chove confete pelo mundo todo.

Isabella todos os dias chegava da escola, estudava, e se conectava ao seu Tumblr. Criou sua conta por gostar muito dos contos que eram postados pelos outros usuários. Com quatorze anos, ela escrevia as próprias histórias, mas preferia guardar para si.

O Tumblr oferecia uma espécie de escudo. Coisas que não tinha coragem de dizer olho no olho eram ditas pelas asks.

uma pitada de insanidade, e esses versos podem ser um condutor para a razão. E "lendo, lendo" (escrevendo, escrevendo) ele se tornou uma lenda, dessas que se devem compartilhar.

A Tati Bernardi é como uma melhor amiga que fala as verdades na cara sem pestanejar. Diferente da Martha Medeiros que fala com mais delicadeza, mais parecida com o Fabrício Carpinejar que não tem medo de expor as vulnerabilidades. E, claro, tem o Gabito Nunes, que sem-pre me deixa confusa por escrever coisas que se parecem demais com algo que eu diria.

Por m, Caio Augusto Leite, que apareceu um dia na minha dash e nunca mais saiu. Ainda me lembro de buscar horas até achar quem era esse outro Caio que também escrevia coisas perturbadoramente relevantes.

Sou grata ao Tumblr pelos meus poetas.

Walisson possuí certa diculdade em conceder entrevis-tas. Extrovertido (às vezes um pouco atrevido) no dia a dia, se retraí quando o gravador é acionado. O Tumblr era para ele um espaço para se abrir, desabafar.

Com um interesse muito grande em fotograa, com treze anos já buscava a plataforma como fonte de inspiração. Sentia também um conforto para postar imagens que representassem seus sentimentos.

— Lá é muito pouco as pessoas que estão para julgar. Mais elas elogiam. Acho bem bacana esse lado.

CINCO

Solitários, criativos, depressivos, apaixonados. São pessoas que também possuem Facebook, Twitter, Instagram, mas que escolhem o Tumblr para expressar seus verdadeiros pensamentos e emoções.

Os usuários podem ser afetados de várias maneiras a partir das interações que acontecem na plataforma. Durante uma longa conversa com Letícia, psicóloga, ela levantou pontos que precisam ser destacados.

Seres humanos necessitam de relacionamentos, de conta-to. Passar dias e noites se excluindo em uma rede social pode ser prejudicial.

— Geralmente se a pessoa passa o tempo todo no compu-tador ela já está desenvolvendo um problema nesse sentido. Adolescentes, por exemplo, se não tem amigos na escola, está sempre isolado no computador, já é um sinto-ma de algo que está acontecendo. Se essa pessoa não receber auxílio, ela pode desenvolver problemas no futu-ro.

— Na internet você cria coragem para escrever, às vezes você nem está sendo verdadeiro. Porque quando você conversa com uma pessoa os gestos dizem muito, o olhar, você entende o que ela está tentando dizer, se está ten-tando mentir, se está nervosa. Quando você escreve um texto esses gestos estão ocultos, então você pode ter uma diculdade de aprender a lidar com as pessoas se você car apenas na rede social.

Usar anonimato também possuí seu lado negativo. Talvez, quando não existe uma aceitação física, a pessoa pode

se esconder usando imagens falsas.

— Isso é prejudicial, pois ela não está aprendendo a lidar com suas questões.

Mas, existe o lado positivo que deve ser buscado.

— É necessária uma boa base. Uma boa saúde psicológi-ca. Precisa cuidar do eu, do indivíduo, para que esteja saudável e buscar o lado positivo.

No Tumblr é notável a força do coletivo. Por pior que esteja o dia, sempre é possível encontrar alguém que se identi-que com esses conitos pessoais.

— Você se torna forte junto com o todo. Aquilo te dá for-ças. É saudável quando não atrapalha seu convívio social. Quando existe um equilíbrio, existe o lado positivo de criar a rede social. Às vezes a pessoa não tem condições físicas ou emocionais de chegar a alguém e expor o que ela está sentindo. Às vezes ela tem a diculdade de falar, de olhar no olho. Na rede social ela tem essa liberdade porque ninguém a está olhando. E ela encontra esse apoio, pois as pessoas comentam e oferecem esse suporte.

Então, tudo bem acessar o Tumblr todos os dias. Tudo bem ter amigos virtuais que estão do outro lado do país. Tudo bem escrever textos e compartilhá-los, sobre tristezas e angústias. Mas, é preciso também sair de casa, ter amigos na escola, conversar com alguém conável quando algo vai mal.

SEISHOJE E AMANHÃ

— Pretendo continuar o Publicitário Qualquer, sei que daqui a alguns anos ainda vou estar lá. Mas, se as pessoas resolverem sair do Tumblr, outras mais novas vão entrar. Acho que vai continuar nesse ciclo. — Marllos Lima

— Eu ainda tenho meu Tumblr de 2010, mas me inspirei em outros Tumblrs de fotograa e criei o Poética Lunar. É um projeto fotográco em que eu quis criar uma poética da lua. Quero continuar e investir mais no projeto. — Ana Paula Castro

— Eu não acesso mais o meu Tumblr, mas acho que a plataforma vai continuar. As pessoas que gostam mesmo são muito éis. — Fernanda Marques

— Acho que o Tumblr tem futuro, as grandes empresas estão usando, bandas, como Paramore, por exemplo, postam vídeos. A Marvel e a DC têm. Eu acho uma forma de divulgação legal, porque as coisas que postam por lá parecem mais bem feitas. E, mesmo que a nova geração não curta escrever muito, acho que tem futuro para esse tipo de público segmentado. — Isabella Cristina

— Hoje uso mais para divulgar meu trabalho. Mas, acho que o Tumblr, por mais triste que seja, vai seguir a tendên-cia do Orkut. — Walisson Vitor

SETE

Olhando para todo arquivo que acumulei durante esses anos sinto que vivi uma vida inteira nesse meu mundo particular. Iniciei ainda com receio de cometer algum erro, mas aos poucos segui os exemplos da dash e come-cei a buscar minha própria voz.

Depois passei por uma longa fase de descobertas e pai-xões. Compartilhei com meus followers os segredos que parecem tão importantes na adolescência. Fui amada e amei no anonimato, como acontece em boa parte dessa fase da vida. Agora, na maturidade, tenho sempre tão pouco tempo. Uma vez ou outra encaixo na rotina um reblog, dou uma pausa na correria para um like. Não conto mais segredos, não tenho mais paixões devastadoras, não sinto a solidão do tamanho do mundo de antes. Agora compartilho sobre o futuro, sobre os lugares que quero conhecer, sobre as duvidas de como multiplicar o salário no m do mês.

Talvez um dia esse ciclo tenha um m. Como tudo na vida, talvez chegue o tempo que eu não tenha mais o que dizer por lá. Talvez, Cativou não se transforme em nada além do que já é não acompanhando minhas transformações pessoais como foi até aqui.

Mas, sinto um consolo por saber que quem eu fui está registrado em algum lugar. Sim, existe uma innidade de postagens constrangedoras que não devem ser lembra-das. Mas, cada evolução, por menor que seja, foi registra-da, e sempre poderei olhar para o passado e me orgulhar dos meus avanços.

O tumblr é um lar, um refúgio, um universo que aceita desde sonhos inocentes a depravações (desnecessárias). Esse universo abriga pequenos planetas, asteroides, estre-las e, em cada pedacinho particular conectado, é possí-vel encontrar uma pitada de fantasia. Esse é o lugar que eu busco para fugir dos dias ruins e para poetizar sobre os dias bons.

Da próxima vez que você precisar de serviços mágicos que podem ser efetuados apenas por unicórnios, já sabe onde buscar.

AgradecimentosEscrever um livro é uma tarefa satisfatória, mas muito peno-sa. Em muitas etapas do processo pensei que não chega-ria aqui. Então preciso agradecer a todos que estiveram ao meu lado em cada fase desse projeto.

Meus sinceros agradecimentos a todos os professores envolvidos, mas especialmente, ao meu orientador, Luis Henrique Bei. Obrigada por acreditar nessa obra meio “fora da caixinha” e por me apoiar e incentivar a levar o projeto adiante.

Agradeço também a minha irmãzinha, Tereza, pela revi-são The Flash. Você sabe que eu sempre engulo as vírgu-las... obrigada por fazer esse livro melhor com sua contribu-ição.

Meu agradecimento do tamanho do mundo ao meu leitor Beta, Fernando Vinícius Reis (Magrão). Obrigada por ler minhas obras, até aquelas que eu acabo não nalizando. Sua opinião é o que muitas vezes me guia. Obrigada por também fazer parte disso e por ser meu best.

Obrigada mamãe e papai por estarem sempre comigo, me apoiarem mesmo nas minhas ideias mais malucas, tipo, vou cursar jornalismo. Obrigada por fazerem a minha felicidade prioridade na vida de vocês.

Por m, obrigada aos meus leitores do wattpad que leem tudo que eu escrevo (mesmo quando não é bom). Obriga-da a todos que disponibilizaram seu tempo para apoiar esse livro, seja concedendo entrevistas, seja lendo o pro-duto nal.

Vocês todos têm minha eterna gratidão.