olume 1 - 5 de novembro 2010 - bimestral - uc.pt · faculdade de psicologia e ciÊncias da...

26
F ACULDADE DE P SICOLOGIA E C IÊNCIAS DA E DUCAÇÃO DA U NIVERSIDADE DE C OIMBRA VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - BIMESTRAL GRATUITO O C LAUSTRO O CLAUSTRO ESTÁ NA RUA! Edição comemorativa dos 30 anos da FPCEUC

Upload: vuonghanh

Post on 15-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

FACULDADE DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - BIMESTRAL GRATUITO

O CLAUSTRO

O CLAUSTRO ESTÁ NA RUA!

Edição comemorativa dos 30 anos da FPCEUC

Editorial

Ficha Técnica Jornal do NEPCE/AAC “O Claustro” [email protected]

Direcção e Edição Ricardo Mota Colaborou nesta edição Joana Panda, Luís Tojo, Marta Chelinho, Professora Ana Cristina Almeida, Professora Isabel Alberto, Professora Manuela Vilar, Professora Maria Jorge Ferro, Ricardo Mota, Rita Nunes, Sara Rocha, Senhora Directora Doutora Luísa Morgado Agradecimentos André Gonçalves, Coordenadores dos Pelouros do NEPCE/AAC, João Oliveira, Mariana Ferrei-ra, Rui Mamede, Sr. Nuno, Teresa Forte Especial Agradecimento à Direcção da FPCEUC Fotografia André Gonçalves, Filipe Pereira, Ricardo Mota, Rui Mamede Fotografia da capa Tatiana Moreira Vencedora do Concurso de Fotografia do NEPCE/AAC 2010 Fotografia do frontispício gentilmente cedida por Filipe Pereira Paginação Ricardo Mota Concepção e Produção Pelouro da Cultura do NEPCE/AAC Impressão PMP -Serviços e Equipa-mentos Gráficos, Lda; Telefone 239 704 638/ 239 705 114, Fax 239 704 639, e-mail: [email protected] Tiragem 150 exemplares

O Claustro Em Contacto .FPCEUC

Direcção

[email protected]

Serviços Académicos

[email protected]

Gabinete de Apoio ao Estudante

[email protected]

XPTO Sexualidades: espaço de atendi-mento e aconselhamento

[email protected]

Observatório da Cidadania e Inter-venção Social

[email protected]

.NEPCE/AAC

Direcção

[email protected]

Cultura

[email protected]

Política Educativa

[email protected]

Desporto e Convívio

[email protected]

Acção e Formação

[email protected]

Intervenção Cívica e Ambiente

[email protected]

.Desconcertuna

[email protected]

[email protected]

.InterDito - Grupo de Expressão Dra-mática da FPCEUC

[email protected]

.Gabinete de Aconselhamento Psicope-dagógico da Universidade de Coimbra

[email protected]

.Serviços Médico-Universitários

[email protected]

.Centro Cultural D. Dinis

[email protected]

D epois de alguns anos enclausurado, O Claustro está na rua! É com enorme satisfação que assistimos ao renascer deste

jornal de estudantes num momento tão importante como o 30º aniversá-rio da FPCEUC. Com lançamento marcado para dia 5 de Novembro, esta é uma edição comemorativa da incontornável efeméride e que conta com uma mensagem da Senhora Directora Doutora Luísa Morgado.

O Claustro aparece com um novo conceito e uma nova imagem. Esta equipa editorial pretende que este jornal seja um catalisador da partilha de conhecimento, e ao mesmo tempo reforce a união interna do universo da nossa Faculdade, nomeadamente na aproximação entre alunos, profes-sores e funcionários, bem como na convergência das três licenciaturas. Daí a importância, por exemplo, de espaços como o “+ Pessoal” onde ficamos a conhecer melhor as pessoas que trabalham na nossa faculdade. Da mesma forma, na secção das opiniões marcam presença a voz dos alu-nos, dos professores e dos ex-alunos. O destaque desta edição é uma reflexão sobre O Encontro e sobre como o(s) nosso(s) claustro(s), arqui-tectónico e jornalístico, é/são, em si, promotor(es) do mesmo. Este é um trabalho que as Professoras Manuela Vilar e Maria Jorge Ferro parti-lham connosco logo nas primeiras páginas. Esta edição fica também mar-cada por uma grande entrevista ao Presidente do NEPCE/AAC, junto do qual procuramos saber o que podemos esperar do seu mandato e quais são as suas ideias. Marcam presença também, como não poderia deixar de ser, os acontecimentos marcantes da vida da nossa Faculdade e do NEP-CE/AAC, por exemplo as Jornadas de Iniciação à Investigação em Psico-logia e a Festa das Latas 2010. Na secção do NEPCE/AAC temos cartas abertas de todos os pelouros. Uma aposta forte é o Programa Erasmus. Para além de fornecer informação sobre quais as faculdades disponíveis, temos ainda uma crónica de uma colega que nos conta como foi, na pri-meira pessoa.

Parabéns à FPCEUC e Parabéns a todos os que edificaram este novo Claustro.

PÁGINA 2 O CLAUSTRO

FPCEUC NEPCE/AAC

Destaque

PÁGINA 3 VOLUME 1 - 5 DE

Este texto, que cuida a apresentação de um breve per-curso da história do espaço–tempo claustral, em geral, e do claustro da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra , muito par-ticularmente, é, ainda, um convite para nos fazer pas-sear pelas diferentes alas de significação de que o pode-mos revestir/vivificar. Partindo do Encontro que no dia 23 de Setembro de 2010 aqui se deu, (aqui, no Claustro, precisamente), da comemoração dos 30 anos da criação da nossa Faculdade e do aguardado renasci-mento deste jornal, façamos a caminhada que assim propomos.

Em sentido estrito, claustro é um termo arquitectónico que se refere a um pátio cercado, formado pelas pare-des dos principais edifícios que compõem um mosteiro (ou igreja), rodeado por uma colunata coberta que domina um quadrângulo central aberto/jardim onde flores, arbustos ou pequenas árvores podem ser planta-dos, em volta de um poço, fonte ou cisterna. A sua origem parece remontar ao século oitavo. Na Idade Média, época de florescimento e relevância da matriz claustral, o termo adquire senso lato, designando todo o conjunto monástico, o lugar onde uma comunidade (cristã) vive em isolamento deliberado ou clausura. Sendo espaço–símbolo do Paraíso na Terra, intersecção dos mundos físico, moral, sagrado e imaginal

(provavelmente, o único lugar onde a expressão quatro cantos do mundo faz sentido), é essencialmente o espaço organizador da vida. A um tempo, é espaço fechado e, simultaneamente, aberto; é, assim, passagem vital e centro de todas actividades, de todas as vivências dos seus habitantes, reflectindo o ritmo dos dias (lugar de higiene, de enterramento, de oração e meditação, de leitura, de estudo individual e colectivo, de ensino, de reunião, convívio e lazer, de diálogo). Passagem, sim. Mas, primordialmente, Encontro!

O claustro do Colégio Novo de Santo Agostinho ou da Sapiência, obra do século XVI, é reflexo destas significações e de outras novas/r e n o v a d o r a s ; reflexo de um projecto que visa-va transformar a, então à data, Uni-versidade Portu-guesa (transferida definitivamente para Coimbra, em 1537, por D. João III), traduzi-do também no rasgamento da Rua da Sofia

(Sabedoria) e na criação dos seus colégios universitá-rios, segundo a máxima: “a uma nova mentalidade, um novo espaço”!

Se a Ordem obedecia à clausura, este colégio dos cóne-gos regrantes de Santo Agostinho desde início se dedi-cou ao ensino e a actividades com ele relacionadas, criando, em termos de acção transformadora, uma abertura do lugar (adicionalmente, permitindo, na sen-da de anteriores decisões, que estudantes externos à Ordem o frequentassem). Porém, as trajectórias deste projecto foram inflectidas por influências várias (às quais não é alheia a acção da Inquisição e da Companhia de Jesus)... e, na História, esfumar-se-ão... pairarão... aguardarão, no tempo, novas acções.

Sobre o Encontro em Um Claustro

Pelas Professoras Manuela Vilar e Maria Jorge Ferro

Fil

ipe

Per

eira

PÁGINA 4 O CLAUSTRO

Em 1834, com a extinção das Ordens religiosas, o edifício vê-se abandonado e, à semelhança de tantos outros colégios, ficará ao deus-dará. Em 1841, será entregue à Misericórdia e Casa dos Expostos, o que lhe valerá a designação de Colégio dos Órfãos. Em 1967, um violento incêndio esvaziará nova-mente o espaço. E em 1985 nele estabelecerá morada a nova Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Uni-versidade de Coimbra.

Ora, eis-nos chegados a 2010, 33 anos de um Curso, 30 anos da criação de uma Faculdade, 25 anos da conquista de um espaço-tempo-Faculdade autónomo e ao dia em que O Claustro, materializado em formato de jornal, se vê, de novo, arribado à luz do dia - essa utopia criada há alguns anos atrás, suspensa por tempo (in)determinado, e que (re)nasce, agora, renovada. Eis-nos num lugar fluido, num lugar que fala aos seus habitantes e nos permite falar deles, lugar cheio de projectos, desejos e esperanças, ideias e letras impressas. Inscrições.

É de inscrições que se enche a nossa abordagem ao Claustro. Porque é, e sempre o assumimos, espaço de Encontro, lugar de transformações.

Propomo-nos, então, da fruição de tempo(s) de comemora-ção, reflectir o espaço: Acompanhem-nos, façam-nos o gos-to!

Reparem, a história de um edifício só se concretiza verda-deiramente com a sua componente humana, transformado-ra. Se pensarmos o Claustro nesta perspectiva de percurso possível, do espaço–tempo arquitectónico ao espaço–tempo psico-lógico, percebemos a necessidade de assumir outro desafio: “um novo espaço (exige) uma nova mentalidade”. Ora, a FPCEUC é um novo espaço, a Universidade é um novo espaço, especialmente para todos que, a cada ano académico que desponta, se (a)percebem chegados como novos rostos que aí/(aqui) se iniciam e vão ganhando (a)feição... A ser assim, chegar à Universidade é também (re)nascer de outra maneira. É, para cada um, apossar-se de um desejo e come-çar como se fosse a primeira vez que se vive. Isso foi visível na expressão e nas vozes de todos os que, no dia 23 de Setembro, responderam à chamada, ao encontro: desejo de aprender, de conviver, de interagir – - comunicar...de ser...(Feliz).

Mas se o desejo não se transforma, o Acontecimento não nasce e nada/ninguém se inscreve (cf. José Gil, Portugal Hoje – O medo de existir, 2005). O que significa que, se, em termos de pertença, uma ida à Secretaria Geral permite a inscrição num Curso, por exemplo, a Identidade exige, claramente, outros Percursos de inscrição! É destes que gostamos de cuidar. São estes percursos que podem ver-se ponderados, sonhados, preparados, tão melhor quanto mais se ouvem as vozes e se sentem os desejos, as forças, as vontades de emer-gir daqueles que compreendem e assumem a urgência de se inscreverem e de o fazerem para bem; em palavras, actos e missões que, aproveitando a esses poucos, num primeiro

momento, tenham como valioso fim aproveitar a toda a Humanidade. Em sintonia. Em sincronia. Como? No encontro. Encontro, enquanto momento privilegiado da acção de encontrar, na sua multiplicidade de acepções: no encontro de si (modo reflexivo: encontrar-se) e com o Outro (ir ao encontro de); no sentido de descoberta; no sentido de desafio (num convite à discussão, à interrogação, à investiga-ção); em pluralidade (encontros; porque até em engenharia civil é ponto assente que sem encontros não se podem lançar pontes!). No encontro da sua própria voz e da escuta (activa) da voz d’O Outro. Onde? Em todos os lugares onde haja uma pessoa (re)nascida. Onde? Em lugares onde seja impossível não nos ouvirmos. Onde seja impossível não ouvir O Outro. Lugares como este Nosso Claustro: aqui é impossível não nos ouvirmos porque é impossível ficarmos indiferentes à(s) nossa(s) própria(s) voz(es), em diálogo(s) , mesmo que esta(s) só nos segrede(m), só nos sussurre(m), só fale(m) baixinho e quase que a medo dos desejos que aqui nos/vos trouxeram e a todos os que já nos precederam, no tempo.

Fil

ipe

Per

eira

PÁGINA 5 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

Em boa verdade, no já referido dia de Setembro passado, um convite foi dirigido a todos os novos olhares e a todas as esperanças boas que à casa deram agora entrada: virem espreitar espaços emblemáticos, cuidarem de conhecer sítios serenos e plenos de vida, pararem um pouco neste quadrân-gulo especial do Colégio da Sapiência. Um convite para cru-zar de histórias a História. Um convite para dar a experi-mentar profundamente este silêncio que tanto nos conta e também toda a (res)sonância, que em cada ala nos transpor-tam pelas forças do Desejo, da Realidade, do Poder, da Vontade (ao jeito de Paulo Freire). Um Claustro que trans-pira e evola um tempo de acção transformadora. A vossa. A nossa.

Transformemo-nos! Transformemos, então! O Caustro, até aí, (im)provável “não lugar”, passou, definitivamente, a ofe-recer-se-vos como um lugar significativo, como um lugar criativo, lugar de encontro, lugar de inscrição. Porque (como conta Mia Couto nas suas Interinvenções) foi nesse dia que “o coração do lugar” vos foi aberto e se deixou ficar nas mãos daqueles que falam: Todos. Todos ainda, mais agora, a partir deste outro Claustro (jornal), este que é, como que engendrado de uma matriz claustral a uma matriz fractal, também voz, feita de letras e repleta de ideias, pro-jectos, esperanças, desejos e (esperamos! cremos!) de mui-tos (re)encontros: em modo reflexivo, de ir ao encontro de, de descoberta, de desafio, de pluralidades.

Permitam-nos, agora, em jeito de conclusão, retomar uma vez mais as palavras de Mia Couto (que, no referido dia de Setembro, inspiraram e gravaram, em síntese, o ponto de “fechamento”/ nova ”abertura” do encontro/lugar):

Uma (im)precisa voz

Que não quer se apagar

-essa voz somos nós.

Que essa voz seja cada um de nós, cada um de vós! E que essa voz possa ser, em (res)sonância, neste Claustro, O Claustro!

Fil

ipe

Per

eira

F

ilip

e P

erei

ra

FPCEUC

PÁGINA 6 O CLAUSTRO

30 Anos de Excelência em Ensino, Investigação e Serviço

Pela Senhora Directora Doutora Luísa Morgado

A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação está a comemorar, este ano, os 30 anos da sua criação, uma vez que foi fundada, como 7ª Faculdade da Uni-versidade de Coimbra, em 05 de Novembro de 1980, incorporando o Curso Superior de Psicologia que tinha tido o seu início na Faculdade de Letras, no ano lectivo de 1976-1977. Em 1990-91, entrou em funcionamen-to a Licenciatura em Ciências da Educação. Nos anos subsequentes, muitos cursos do 2º Ciclo surgiram a par com diversas áreas de Doutoramento. Finalmente, desde 2005-2006, uma nova licenciatura, em Serviço Social, passa a fazer parte das nossas propostas no 1º Ciclo de Ensino.

Desejo, pois, felicitar-vos pela iniciativa da reedição do Jornal O Claustro em momento tão significativo para a nossa Instituição.

A FPCE tem procurado responder, ao longo dos anos, aos sucessivos desafios e oportunidades que lhe têm sido apresentados, tendo os seus docentes e funcioná-rios, com o apoio incontestado dos alunos que nos procuram em número sempre crescente, construindo assim uma Escola de referência, nas diversas áreas do saber que engloba, quer no plano nacional quer inter-nacional, como o demonstra o sucesso alcançado com o Processo de Bolonha, bem como a distinção interna-cional de que foi alvo em 2009.

Temos, pois, boas razões para encarar com confiança o futuro sem deixarmos, no entanto, de reconhecer aspectos menos positivos dos quais salientarei a falta de instalações próprias, melhor adequadas ao ensino e à investigação. No entanto, um esforço considerável foi já realizado no corrente ano com a remodelação da Biblioteca, a criação da Testoteca e da Mediateca e, ainda, de uma Sala de Estudo destinada à realização de trabalhos de grupo. Estou certa de que a partir do 2º semestre do presente ano lectivo, com a plena ocupa-ção do Edifício do Pólo I, cedido à FPCE pelo Magnífi-co Reitor em Setembro de 2009, actualmente em remodelação, as condições de trabalho e estudo melhorarão significativamente.

À FPCE apresentam-se, hoje em dia, um conjunto de desafios que deverão mobilizar-nos a todos, sendo que

nenhum deles poderá ser alcançado sem um particular empenhamento dos alunos, os quais, com o seu entu-siasmo, motivação e sentido de responsabilidade, são o elemento fundamental para a prossecução dos mes-mos. São eles os seguintes:

I. Aumentar a oferta educativa e melhorar a sua quali-dade pedagógica.

Procurando responder aos anseios de muitos dos seus estudantes, a FPCE tem, neste momento, em fase de acreditação o Mestrado em Serviço Social que deverá entrar em funcionamento no ano lectivo de 2010-2011, permitindo aos alunos desta área prosseguir a sua formação na nossa Escola.

Uma experiência inovadora do ensino à distância (e-learning) encontra-se, actualmente, a decorrer na nos-sa Faculdade no quadro de formação contínua de pro-fessores.

A qualidade pedagógica, tarefa à qual se tem dedicado particular atenção, só poderá contudo ter sucesso se os alunos desenvolverem entre si um verdadeiro espírito de crítica construtiva, levando ao conhecimento do Conselho Pedagógico ou dos Coordenadores dos Cur-sos sugestões que tenham em vista a melhoria deseja-da.

II. Promover a internacionalização.

A mobilidade docente e discente é uma necessidade premente da FPCE num mundo global e concorren-cial.

O aumento do número de alunos abrangidos por pro-gramas de intercâmbio universitário é um desafio que se lança a todos. Na verdade, a quantidade de estudan-tes estrangeiros que nos procura tem sido sustentada-mente superior àquela que sai da nossa Escola no âmbito de Programas de Mobilidade e esta diferença torna-se, no presente ano lectivo, ainda mais evidente uma vez que recebemos um conjunto significativo de alunos brasileiros que vêem à FPCE frequentar unida-des curriculares na área das Ciências da Educação.

PÁGINA 7 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

Assim sendo, a Directora da FPCE incentiva os seus estudantes a seguir a via da internacionalização do seu percurso académico, uma vez que esta constitui uma oportunidade excelente, quer em termos curriculares quer profissionais, para além de se considerar que aqueles são os melhores embaixadores da Escola junto das Universidades para onde se dirigem.

III. Reforçar a prestação de serviços de excelência à comunidade em geral.

Nesta área, os alunos têm também um papel funda-mental a desempenhar. Desde logo durante a realiza-ção dos seus estágios curriculares, e espera-se em bre-ve também profissionais, representando a sua perma-nência nas instituições que os acolhem, um contributo importante em termos de actualização científica para os membros das mesmas.

É contudo através dos programas de voluntariado, que os mesmos têm sabido levar a cabo com o apoio de alguns docentes, que dão a conhecer à comunidade a excelência de formação académica que receberam. Por seu turno, este tipo de actividade nobre e desinteressa-da conduz ao seu desenvolvimento pessoal, como seres comprometidos com o meio envolvente, e será segu-

ramente valorizada no momento da busca de uma ocu-pação profissional.

A Directora da FPCE conta com os alunos para levar por diante as tarefas enunciadas, bem como muitas outras aqui não referidas, procurando responder sem-pre positivamente às iniciativas daqueles e tendo em consideração as suas sugestões num espírito de abertu-ra e diálogo que é, desde há muito, apanágio da Facul-dade.

Uma Escola constrói-se com a dedicação e o trabalho de docentes, funcionários e alunos e alcançará os seus objectivos na medida em que todos, sem excepção, se empenharem na prossecução dos mesmos. Com este espírito de equipa, que é capaz de se mobilizar por causas, estou convicta que não haverá obstáculos que não possamos ultrapassar num verdadeiro espírito de iniciativa e empreendorismo que tem, aliás, conduzido a FPCE ao longo destes 30 anos.

A Directora da Faculdade

Luísa Morgado

(Professora Catedrática)

O Gabinete de Apoio ao Estudante oferece a todos os estudantes da FPCEUC:

- Apoio psicológico (individual, confidencial e gratuito);

- Apoio pedagógico (gestão do estudo e da aprendizagem);

- Aconselhamento de carreira (apoio à decisão vocacional e procura de emprego);

- Orientação socioeducativa (promoção de competências pessoais e sociais);

- Apoio e mediação sociocultural (facilitação do diálogo intercultural);

- Atendimento e aconselhamento na área da sexualidade;

http://www.uc.pt/fpce/servicos/gae/XPTO_seXualidades

Vem obter informações acerca dos direitos dos estudantes, planos de estudo, cursos, faculdade, universidade e ensino superior e participa nas actividades formativas, socioculturais, artísticas e de lazer que te propomos.

Vem conhecer o GAE!

http://blogdogae.blogspot.com [email protected] http://www.uc.pt/fpce/servicos/gae

239 851450 ext. 380 Sala 2.11 2ª a 6ª feira

FPCEUC

PÁGINA 8 O CLAUSTRO

Foi nos dias 11 e 12 de Outubro que se deram as primeiras Jornadas de Iniciação à Investigação em Psicologia, um even-to organizado pela Linha de Investigação "Relações, Desen-volvimento & Saúde", do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Vocacional e Social da Universidade de Coimbra (IPCDVS-UC), Unidade de I&D da Fundação para a Ciência e Tecnologia e as quais se integraram nas comemora-ções dos 30 anos da FPCE-UC. Esta foi uma iniciativa organi-zada, maioritariamente, por estudantes e para estudantes, sob a coordenação da Professora Doutora Maria Cristina Cana-varro, também coordenadora da linha de investigação supra-citada. Após mais de um ano de planeamento é possível fazer um balanço extremamente positivo para aquele que seria o primeiro evento nacional de investigação dedicado exclusiva-mente a alunos de psicologia do 1º e 2º ciclo de estudos, ten-do sido incluído no programa as mais variadas actividades, desde mesas redondas a cafés-debates a, inclusive, fast-dating com a ciência, no qual eu tive o prazer de participar como Bolseiro de Integração na Investigação, contando também com investigadores profissionais já com uma vasta experiên-cia e jovens investigadores que estão a iniciar o seu percurso na carreira de investigação. Este balanço positivo e qualidade do evento fez-se notar tanto pela grande afluência de partici-pantes no evento, excedendo o número inicialmente previs-to, como pela submissão de trabalhos de grande qualidade científica, tanto sob o formato de comunicações orais como posters científicos, tendo esta prova de qualidade culminado na atribuição de prémios aos três melhores trabalhos apresen-tados tanto pelo 1º como pelo 2º ciclo, sendo também incluí-

das 4 menções honrosas para trabalhos que não estavam incluídos nos três melhores do respectivo ciclo mas merece-dores de destaque, desta forma motivando e promovendo a actividade científica e investigação entre os estudantes de psicologia. Para trabalhos elaborados por alunos do 1º ciclo, o 1º prémio (Computador Portátil) foi para a aluna Vanessa Costa, estudante da Universidade de Coimbra e Bolseira de Integração na Investigação pela Universidade de Aveiro, com o trabalho “Matutinidade-vespertinidade e padrões de sono em adolescentes.”, patrocinado pelo IPC-DVS. Para trabalhos elaborados por alunos do 2º ciclo, o 1º prémio (Viagem, estadia e inscrição numa Escola de Verão Internacional) foi para a aluna Diana Duro, estudante, também, da Universida-de de Coimbra, com o trabalho “Validation studies of the Portu-guese experimental version of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA): Confirmatory factor analysis”, patrocinado pela FPCE-UC. No pódium estiveram, também, estudantes da Universi-dade de Lisboa, Universidade do Minho, Universidade do Algarve e Universidade do Porto. Após dois dias de trabalho intenso e excelente colaboração entre os membros da comis-são organizadora, resultando num evento, sem dúvida, de sucesso, este evento serve como prova de que mais eventos direccionados exclusivamente a estudantes devem ser criados e promovidos, desta forma fomentando uma participação cada vez mais activa num percurso académico que no fim consideramos tão curto e estimulando nos estudantes uma mentalidade mais crítica e activa de uma perspectiva não só científica mas também pessoal.

Jornadas de Iniciação à Investigação em Psicologia Por Luís Tojo

Comissão Organizadora das JIIP

PÁGINA 9 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

2011 é o Ano Europeu do Voluntariado!

O voluntariado constitui uma óptima oportunidade para desenvolver e experimentar competências que não estão nos livros! A partilha de um sentido comum de existência com o Outro deixa-nos despertos, pelo que o voluntariado contribui para o reforço da coesão social e para o desenvolvimento de uma atitude pró-activa perante o contexto em que vivemos. Existem muitas possibilidades ao alcance dos estudantes da FPCE de

realizar voluntariado, desde logo na própria Faculdade: o grupo Unir Causas; o Gabinete de Apoio ao Estudante (GAE); o grupo de teatro InterDito e o banco de

voluntariado do NEPCE/AAC, Sorriso Aberto.

Para saber mais informações sobre estes grupos dirige-te ao GAE ou ao teu núcleo de estudantes. Neste últi-mo poderás também encontrar informações sobre outras oportunidades de voluntariado em Coimbra e no âmbito de programas nacionais e internacionais.

[email protected]

http://teatrointerdito.blogspot.com

Tuna Mista da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de

Coimbra

Vem para a Tuna da TUA FACULDADE

Tocas algum instrumento, gostas de cantar?

Vem aprender connosco!

Ensaios: Quarta e Quinta-feira às 21h na FPCEUC

Bruna 916597864; Bárbara 917871646; Flávio 918219947

Voluntariado 5 de Dezembro - Dia do Voluntário

Entre Vistas

PÁGINA 10 O CLAUSTRO

O Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, já com 72 anos de existência, é, no activo, o teatro universitá-rio mais antigo da Europa. Ao longo da sua história muitos estudantes da nossa faculdade já passaram por lá, como é o caso da Mariana. O Claustro foi conhecê-la melhor, e parti-lha agora contigo um pouco dos seus méritos e da sua expe-riência. Por Ricardo Mota

A Mariana Ferreira tem 21 anos, é de Leiria, está na sua terceira matrícula em Psicologia e é sócia do TEUC há 3 anos onde desempenha funções de vice-presidente desde 2008.

Consideras que o tea-tro complementa a tua formação pessoal e acadé-mica?

Sim, claro. Eu não sabia o que era o teatro e se seria um bom complemento. Caí um pouco de pára-quedas no TEUC, não sabia para onde ia. Mas a pouco e pouco fui-me envolvendo cada vez mais, não só no teatro mas no TEUC enquanto organismo. Acaba por ser a nossa segun-da casa. E é claro que é um complemento para a minha formação académica, mas é mais ainda para a minha for-mação pessoal. Há uma série de competências que fui adquirindo…hoje sou uma pessoa que está mais à vontade no encontro com o outro, e considero igualmente que sou uma pessoa mais compreensiva e muito tolerante. No teatro aprende-se muito com os constrangimentos. Conheces muitas pessoas muito diferentes de ti, de outros cursos, tens colegas mais velhos que já não são estudantes, tens de trabalhar com encenadores que têm feitios difí-ceis, tens de lidar com o facto de não teres dinheiro para fazer teatro…e, tudo isso dá-te uma grande força. Acabas também por conseguir organizar melhor o teu tempo. São quatro horas todos os dias a ensaiar no teatro, mais as horas em que estás a trabalhar na direcção. E depois é andar o dia inteiro a pensar naquilo…porque o teatro não se desliga quando acaba o ensaio. Tudo isto me vai ajudar como pessoa e como profissional, seja em que área for.

Como chegaste à direcção do TEUC?

Eu tinha acabado de entrar em Coimbra e naqueles pri-meiros tempos vi um flyer que falava qualquer coisa de um curso de formação teatral…eu nunca tinha feito tea-tro mas fui. Liguei, fiz uma audição, passei e entrei. Tive um ano de formação que acaba com o exercício final, e a partir daí fiquei sócia do TEUC. Depois o cargo de direc-ção…uma coisa complicada que traz Bolonha é os cursos serem muito pequenos. Se antigos membros estiveram 10 ou 15 anos no TEUC, hoje em dia estamos 2 ou 3. E a passagem de testemunho é muito difícil. O que nos acon-teceu é que era preciso uma nova direcção. A direcção anterior acabou o curso, arranjou emprego, foi viver para outros lados…seguiu a sua vida. E esta nova direcção foi toda composta por pessoas novas. Caí de novo um pouco de pára-quedas...«okay, não sei como se faz, mas vou fazer». Fiquei com o cargo de vice-presidente…isto pas-sou-se em 2008.

Consegues conciliar bem as tuas obrigações e res-ponsabilidades?

Não vou dizer que é fácil porque é mesmo muito difícil, mas acabo por tornar-me mais responsável e por conse-guir organizar melhor o meu tempo. A questão que se coloca é se conseguimos ou não lidar com a situação. Tal-vez eu não tenha lidado da melhor maneira. Acontecem muitas situações do tipo «tem mesmo de ser» e a faculda-de fica por vezes para segundo plano…é uma grande res-ponsabilidade. E depois no TEUC fazes tudo: fazes produ-ção, és actor, fazes luzes e som, trabalhas na direcção, limpas a sala, organizas festas de angariação de fundos, dás entrevistas (risos). Mas é por amor, depois no fim de tudo não custa nada. Quem me dera fazer isto a minha vida inteira.

Já que falas nisso, e depois… o teatro ou a psico-logia?

Eu tenho pensado muito nisso. Estou a tirar o curso de psicologia mas, no imediato, não sei se vou trabalhar na área…não sei se é o que quero. Mas quero experimentar, e se assim for, vai, obrigatoriamente, ter um bocadinho de teatro lá pelo meio. Entre o teatro e a psicologia esco-lho os dois (risos). Há a possibilidade de fazer as duas coi-sas.

A FPCEUC está a celebrar 30 anos, queres deixar uma mensagem de parabéns?

Sim, claro. Desejo um óptimo aniversário à FPCEUC, com votos da continuação de um bom trabalho não só na formação académica, mas essencialmente na formação de pessoas.

Obrigado! Mais informações em www.teuc.pt

Eles andam aí...

PÁGINA 11 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

O Sr. Nuno tem das caras mais conhecidas aqui na nossa facul-dade mas, certamente, para muitos será apenas o segurança da faculdade. Diga-nos lá, quem é este segurança da FPCEUC?

É um indivíduo muito simples, igual a qualquer outro, que apenas tem o fardamento de uma empresa de vigi-lância e segurança privada. Tal como qualquer pessoa tenho a minha prefe-rência clubística, embora não tenha nenhuma partidária nem nenhuma crença religiosa em particular. Falan-do por exemplo de gastronomia gosto um pouco de tudo, de bebidas tam-bém de um pouco de tudo mas, obviamente, sem abusar do álcool. De resto, a nível de cinema, quanto mais acção melhor, passando até pela ficção científica e pelo terror. Não sou adep-to de romances nem comédias, embo-ra no meu dia-a-dia seja um tipo cómico, divertido, que gosta de palhaçada. Como disse, sou indivíduo normal, igual a qualquer outro.

Há quanto tempo trabalha nesta instituição?

Há 5 anos e 8 meses, cheguei aqui em Fevereiro de 2005.

O Sr. Nuno tem um papel muito importante aqui na nossa Facul-dade. Explique-nos melhor, para quem ainda não sabe, quais são as suas funções?

Basicamente, e tendo em conta a cate-goria profissional de vigilante, passa muito por aí: fazer vigilância às insta-lações. E isso implica prevenir qual-quer acto ilícito, estar aqui para salva-guardar as instalações e as pessoas que a frequentam, e ter atenção algumas distracções que vão acontecendo. Por vezes esquecem-se de objectos, abrem janelas e nãos as fecham, abrem tor-neiras e não as fecham, e eu também estou cá para verificar isso tudo. Des-sa forma, no final de um turno de serviço, há uma ronda na qual verifi-camos isso tudo. Basicamente é isto.

Qual é a melhor coisa de traba-lhar na FPCEUC?

Sem dúvida que ter cá a vossa presen-ça: os estudantes. Esta casa sem vocês não é propriamente uma faculdade, é um edifício. A vossa presença e a vos-sa movimentação é que mantêm viva a instituição. O gosto que eu tenho em trabalhar com vocês é enorme. Eu próprio já fui estudante do Ensino Superior e sei bem o que isso é, apre-cio muito as vossas actividades. Quan-do vocês não estão, por motivo de férias ou outro qualquer, como por exemplo na semana da Queima ou mesmo agora na Latada, isto torna-se monótono e às vezes mesmo até ente-diante. O que eu mais gosto aqui são mesmo vocês, estudantes. Vocês vêm e vão mas as vossas memórias ficam, as coisas que fizeram ficam. Este renovar de ano a ano é muito agradá-vel. Isto sem vocês não era nada.

E a pior?

A pior? Já a referi na questão anterior. Quando vocês não estão isto torna-se num verdadeiro tédio.

A FPCEUC está neste momento a celebrar o 30º aniversário. Gos-tava de deixar uma mensagem a todos os que dela fazem e fize-ram parte?

Sim, que nunca esqueçam a instituição onde se formaram ou onde se estão a formar. Tal como já referi, as vossas memórias ficam sempre aqui, venham cá vivê-las e recordá-las. Todos os que já foram embora são sempre bem-vindos, portanto apareçam, isto é sempre a vossa casa e tem uma espé-cie de magia. Além da beleza arqui-tectónica do edifício tem a ver com o próprio ambiente académico. Qual-quer pessoa se modifica quando vem para cá. Mesmo que não sejam da cidade de Coimbra, voltem, reforcem laços, deixem cá o vosso cunho por-que a Universidade vive do quê? É dos estudantes! Parabéns à FPCEUC!

Obrigado!

Por Ricardo Mota

Sr. Nuno - um dos nossos seguranças na FPCEUC.

+ Pessoal

Entre Vistas

PÁGINA 12 O CLAUSTRO

Olá João. Primeiro gostava que nos dissesses quem é o João Oliveira e qual o teu trajecto no que diz respeito ao desempenho de cargos asso-ciativos. Pode ser? Eu sou um estudante de Coimbra que acabou há um mês o curso de Psicologia na sub-área de Psicogerontologia Clí-nica. Tenho 24 anos, sou natural de Lisboa e vivo nas Caldas da Rainha. Vai fazer agora 6 anos que estou em Coimbra. Já ocupei alguns cargos de dirigente associativo, nomeadamente pertenci à Assembleia Estatutária da nossa Faculdade. Fiz parte do NEPCE/AAC em 2007/2008 quando o presidente era o Alexandre Almeida. Estive ainda no Observatório de Bolonha. Neste momento sou ainda o representante da nossa Faculdade no Senado, estou na Assembleia da Faculdade e sou também presiden-te do NEPCE/AAC. Porquê uma candidatura à direcção do NEPCE/AAC? E porquê agora? Desde que estive no Núcleo que sentia que podia ter dado mais do que dei na altura. Foi uma óptima experiência. Na altura não queria muito entrar, aceitei o desafio mais porque queria que o InterDito (Grupo de Expressão Dra-mática da FPCEUC) começasse a ganhar mais expressão e uma das formas disso acontecer passava por eu fazer parte do núcleo de estudantes. O InterDito era o meu grande projecto na altura. Hoje estou muito feliz pela dinâmica que tem e pelo que tem feito nestes últimos 3 anos. Esta era a minha única motivação na altura, mas entretanto comecei a ambientar-me um pouco mais com os assun-tos da actualidade política, nomeadamente política edu-cativa. Comecei a ler alguns decretos de lei e com-preendi que são uma das nossas melhores ferramentas: usar essas documentos a nosso favor. Existem muitos direitos dos quais não temos conhecimento, e quando temos conhecimento podemos fazer uso deles e isso dá-nos poder para exigir. Em vez de exigir «porque sim» podemos lutar de acordo com a letra da lei. E porquê agora? Porque desde que fiz parte do NEPCE/AAC achei que podia ser um bom presidente. Não surgiu oportunidade. Houve várias situações que impediram que isso acontecesse anteriormente. Acho que no últi-mo mandato foi feito um óptimo trabalho para recupe-rar muito do prestígio e do que o núcleo perdeu no mandato anterior. Mas agora achava que o núcleo preci-sava de gente nova. Eu estou lá porque um conjunto de pessoas quis avançar com o projecto e porque acreditam nele. Haviam condições para avançar e haviam, de facto, pessoas de valor incalculável. Por que não dedicar um ano da minha vida a isto?, a esta instituição que tanto prezo, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Edu-

cação e, se me permitem, de Serviço Social, da Universi-dade de Coimbra. Hoje estou preparado para ser presi-dente…há dois anos não estava. Senti que era a altura certa e que estava com as pessoas certas. Quais são, em linhas gerais, as directrizes do teu mandato? Nós queremos, acima de tudo, respeitar alguns princípios base. Temos uma faculdade bastante heterogénea, pessoas de diferentes estratos sociais, pessoas que são por natureza muito participativas, pessoas que fazem teatro, outras trabalham em hospitais…é incrível a multiplicidade de formas de estar e sentir. Com este projecto queremos chegar, por exemplo, não só àquele que é a favor da praxe como também ao anti-praxe e aos que nem têm uma posi-ção assumida. Temos a ambição de que todos se sintam representados através do núcleo. Um exemplo disso é precisamente a maneira como procedemos nesta Festa das Latas. Uma parte da equipa ficou a assegurar o funciona-mento normal do NEPCE/AAC, nomeadamente o horá-rio de atendimento e abertura ao público da faculdade. Era importante manter as portas abertas para os colegas que durante a festa continuam a frequentar a faculdade. E a outra parte da equipa esteve a trabalhar no recinto das 22h às 7h da manhã.

“Nós, enquanto núcleo, consideramos que a união interna é fundamental”

João Oliveira, Presidente do NEPCE/AAC.

Por Ricardo Mota

PÁGINA 13 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

Penso que este é um exemplo prático de como nós pode-mos funcionar respondendo ao desafio da heterogeneidade. Outro princípio base é a união interna. Eu e a minha equipa consideramos que existem diversas cisões entre os cursos e mesmo dentro dos próprios cursos. Mas se a nossa faculda-de tem três cursos deve ter uma matriz identitária como os próprios estatutos assim o indicam. É importante reflectir-mos sobre o que cada curso tem de comum com os outros, o que cada curso tem como sendo específico, e o que nos une enquanto entidades dentro da nossa faculdade que tem uma vertente de intervenção social bastante forte. Nós, enquanto núcleo, consideramos que a união interna é fun-damental. Queremos que o corpo discente possa estar uni-do em prol daquilo que considere ser o seu futuro e os seus objectivos. Depois, para respeitar esta heterogeneidade e para que exista esta união interna, nós propusemo-nos a um diálogo aberto e honesto, não só dentro do nosso grupo e é daí que ele tem de partir, mas também com os nossos colegas. Nós apostamos na comunicação cara-a-cara, em ir às salas de aula falar directamente com os colegas e, acima de tudo, ouvi-los. A informação é fundamental para que se pos-sam tomar as decisões certas. Para que tudo isto exista é preciso haver dinamismo e movimento, e nesse campo acho que temos um potencial muito bom que é preciso exponenciar. Pretendemos pro-mover empowerment, isto é, que os colegas sintam que podem por eles próprios fazer e tomar iniciati-vas. Sendo tu um conhecedor da história da Academia, da nossa Faculdade e, particular-mente do NEPCE/AAC, qual é a tua visão do estado actual das coisas: o que foi, o que é, e o que será para ti o NEPCE/AAC? O NEPCE/AAC neste momento precisa de mudan-ça, fundamentalmente porque temos três cursos e só dois é que aparecem no nome…portanto há aqui qualquer coisa que não está a bater bem. O NEP-CE/AAC como está funciona bem, mas eu sou um eterno insatisfeito e sendo assim acho que podia funcionar melhor. E para tal temos de saber bem onde estamos. Sabemos o que fomos e tentamos documentar-nos no sentido de tentar saber o que fomos, na semana cultural vamos até criar uma exposição permanente sobre a história do NEPCE/AAC que vai estar na nossa sede. Agora, se não sabemos onde estamos é difícil saber para onde vamos. Acho que esta é uma questão alargada que não deve ser feita em pouco tempo, mas que não pode deixar de ser feita. Eu acho que somos um grupo de estu-dantes que tem imensas coisas em comum. Acho que somos uma faculdade que está um pouco fechada em si própria. Somos como uma caixa de ovos: estamos muito juntinhos uns dos outros, mas separados por aquelas peque-nas saliências de cartão, tão frágeis mas que conseguem fazer com que não nos partamos uns aos outros «Eu não me

vou chegar muito a ti, e tu não te chegas muito a mim. Eu não parto e tu não partes». E assim não crescemos. Vamos arriscar e deixar de ser ovos numa caixinha. Temos de per-der o medo. Temos de acreditar que a nossa faculdade é um local de crescimento, e para tal temos de colocar de parte os nossos pelouros e a nossa capa de psicólogo, edu-cólogo ou assistente social e pensar no que, de facto, pode-mos fazer juntos. Acho que o NEPCE/AAC perdeu imensa credibilidade e o grande presidente que tivemos foi o Emídio Guerreiro, e já lá vão muitos anos (risos). Penso que tem havido uma postu-ra de desinvestimento nos últimos anos e de algum receio por parte dos dirigentes associativos que têm estado à fren-te do núcleo em marcar a nossa posição e dizer «nós esta-mos aqui e temos alguma coisa a dizer nesta Academia». Se

nós queremos prevalecer enquanto núcleo temos de tomar posições mais fortes, estar informados e destacar a nossa posição enquanto um núcleo importante que é. Nós temos capacidade para isso. É também uma questão das pessoas estarem motivadas e envolverem-se. A nível interno é importante igualmente que as pessoas se envolvam e se dirijam ao núcleo para dizer o que podem fazer por ele, e não só estar à espera do que núcleo pode fazer por elas.

PÁGINA 14 O CLAUSTRO

Tendo em conta os 30 anos que a FPCEUC está a celebrar, de que maneira a vês enquadrada no contexto da Universidade de Coimbra? E numa visão mais alargada, em Portugal e no mundo? Eu acho que a nossa faculdade tem vindo a ganhar cada vez mais prestígio. Aqui em Coimbra a questão da anti-guidade é muito importante e por sermos a segunda faculdade mais recente talvez ainda estejamos um pouco à procura do nosso espaço…até mesmo a nível logístico como nós sabemos (risos). Acima de tudo temos vindo a marcar a nossa posição. No panorama nacional a nossa é uma das faculdades mais importantes, melhor até que o ISPA ou à Universidade do Porto, embora Aveiro e o Minho tenham vindo a destacar-se cada vez mais. No panorama internacional o ranking CHE diz-nos que Coimbra estava, no ano passado, à frente de Oxford. Neste caso não foi a faculdade mas o curso de psicologia. Temos vindo a fazer um esforço no sentido de nos inter-nacionalizar e penso que esse esforço deve ser ainda maior. Temos, por exemplo, o Mestrado Erasmus Mun-dus que foi considerado dos melhores da Europa, por-tanto estamos num bom caminho. Tendo em conta que as últimas eleições foram bastante renhidas, consideras que daí advém um desafio extra para o teu mandato? Eu considero que é sempre bom haver concorrência e que é importante os estudantes mobilizarem-se. Hoje quem está no núcleo, embora haja uma equipa que foi eleita, são todos os estudantes de Psicologia, Ciências da Educação e de Serviço Social. Por isso eu considero que se houver um desafio extra, o que não me parece existir, será ainda mais motivador. O que gostaria acima de tudo é que a nossa faculdade passasse a funcionar como um todo…eu sei que é uma utopia mas, ainda ontem no cortejo (da Festa das Latas, 27 Outubro) foi a primeira vez que conseguimos ir os três cursos juntos. E se conse-guirmos esta capacidade de mobilização, vamos transpô-la para outras vertentes. Se esse desafio existe, então vamos estar à altura dele e mobilizar todos os estudan-

tes da faculdade no mesmo sentido, remando todos para o mesmo lado. Dos projectos que o NEPCE/AAC tem como objectivo concretizar este ano lectivo, qual ou quais gostarias de destacar? Esta é uma pergunta difícil...nós temos muita ambição e muita vontade. Eu vou destacando e com certeza muitos ficarão por citar, espero depois que os representantes do pelouros me batam se eu me esquecer de algum impor-tante. Mas, por exemplo, o jornal O Claustro, parado há três anos, é um dos grandes projectos do Pelouro da Cultura. Temos o projecto do Voluntariado que inter-secta várias áreas como a intervenção, a investigação e a discência. Temos um grande projecto para a semana cultural. Temos a porta do núcleo aberta, pelo menos, 35 horas semanais. Estamos numa grande remodelação da sala do núcleo. Temos um horário de atendimento pedagógico. A con-vergência e a partilha de saberes dos três cursos é, em si mesmo, um projecto que vamos tentar concretizar em diversas vias, nomeadamente nas Jornadas Multidiscipli-nares. E muitos outros, uns mais ambiciosos outros menos, que não é possível citar aqui. Se te pedisse para deixar um mensagem, não só àqueles que representas, mas a todos os que fazem da FPCEUC uma instituição de renome, o que gostarias de dizer? Quero aproveitar para dar os parabéns à Faculdade, isto é, às pessoas que lá trabalham e estudam hoje, temos de facto pessoas fantásticas a trabalhar na nossa casa. Mas quero sobretudo deixar os parabéns às pessoas que cons-truíram a faculdade e que já não estão lá hoje, aos funda-dores, ao Doutor Ferreira Gomes, ao Doutor Viegas Abreu, uma palavra de apreço e de carinho também ao Emídio Guerreiro. Não posso deixar de dar também os parabéns à Direcção da Faculdade. Parabéns ao NEPCE/AAC, parabéns aos estudantes! Obrigado!

AGENDA.TE

Dias 4, 5, 18 e 19 de Novembro: ―Noites de Outono‖ – Actividade organizada pela Desconcertuna, que pretende envolver vários pontos de Coimbra em ambiente de serena-ta. (Locais e tunas convidadas ainda estão por confirmar).

Dias 8 a 12 de Novembro: “Caso Curtas - Mostra de Cinema Universitário”das 18h às 20h no Centro Cultural D. Dinis - uma actividade NEPCE/AAC.

Dia 17 de Novembro - Manifestação Nacional de Estu-dantes em Lisboa.

Dia 18 de Novembro - “ParaDocma - Ciclo de Docu-mentários” The Corporation às 21h na FPCEUC, com comentador convidado - uma actividade NEPCE/AAC.

Dia 24 de Novembro - “ParaDocma - Ciclo de Docu-mentários” Flow for the love of water às 21h na FPCEUC, com comentador convidado - uma actividade NEPCE/AAC.

Dia 1 de Dezembro - “ParaDocma - Ciclo de Documen-tários” Future of food às 21h na FPCEUC, com comentador convidado - uma actividade NEPCE/AAC.

Dia 8 de Dezembro - “ParaDocma - Ciclo de Documen-tários” Earthlings às 21h na FPCEUC, com comentador convidado - uma actividade NEPCE/AAC.

Dia 10 de Dezembro: Comemoração do 3º Aniversário da Desconcertuna com a realização do seu 1ºEncontro de Tunas. Local: auditório do IPJ de Coimbra; Tunas partici-pantes: Phartuna (Tuna Mista da Faculdade de Farmácia de Coimbra, Looney Tuna (Tuna Masculina da FPCEUP), as restantes ainda não confirmaram.

PÁGINA 15 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

A informação que faltava

É deste sujeito que todos falam! A últi-ma vez que foi visto em público foi na manhã do passado dia 20 de Setembro no Anfiteatro da FPCEUC. O Claustro estava lá e testemunhou tudo.

Depois de expulso das instalações da FPCEUC, o paradeiro deste sujeito permanece desconhecido. Até ao fecho da edição recebemos informação de que algumas pessoas o terão visto no cortejo da Latada. Muito se especulou sobre a sua identidade e sobre as razões que o levaram a interromper uma aula (!). Muitos pensam tratar-se de um indiví-duo mascarado de urso, enquanto outros afirmam não ter dúvidas que era, de facto, um urso mascarado de indivíduo. Sabemos de quem acredite na hipótese de ser um urso disfarçado de indivíduo mascarado de urso. Por fim, uma mais recente falange, ainda que reduzida, acredita tratar-se de um realista russo. A discussão em torno desta suspeita aparição levantou estas e muitas mais questões, contudo, O Claustro, mostrando desde já um faro jornalístico incisivo e um instinto pro-fissional, prontificou-se a responder à

questão que até agora ninguém levan-tou. Nós estivemos lá e apresentamos aqui, em exclusivo, as provas que não deixam qualquer margem para dúvidas.

A questão que se coloca, então, é a seguinte: que jornal era aquele que o urso estava a ler?

Parece-nos informação fundamental para conseguirmos traçar melhor o perfil deste sujeito e percebermos com que tipo de urso estamos a lidar. E de facto, ao que podemos apurar, este não é um urso qualquer. Este urso estava a ler, na última vez que foi visto em público, o Jornal de Letras. Na foto que apresentamos em baixo é bem perceptí-vel o retrato de Tolstoi na capa do jor-nal.

Este dado merece uma reflexão que não

pode ser deixada em claro. Nos dias

que correm, nem todos os ursos que

por aí andam são uns ursos quaisquer.

Ainda existem ursos informados. Como

já muitos de nós desconfiavam, talvez

existam mesmo ursos letrados, e esta-

mos perante a hipótese de este ser um

caso desses. No meio disto tudo, talvez

existam ursos com alguma coisa para

dizer.

A todos os recém chegados colegas que

assistiram ao insólito momento, O

Claustro deixa os votos de uma exce-

lente entrada no Ensino Superior e de

um percurso de sucesso. Bem-vindos à

FPCEUC!

Remodelação da sala do NEPCE/AAC

Início de ano atribulado na sede do NEPCE/AAC. Esta direcção apostou numa reestruturação do espaço e, aos poucos, com um horário de abertura de, pelo menos, 35 horas semanais, com esta nova sede podemos ir matan-do a sede de Núcleo que nos vinha secando. Ainda assim, não podemos deixar de referir alguns atrasos indese-jados, nomeadamente de mobílias e materiais que os fornecedores vão fazendo chegar faseadamente e fora do prazo acordado. O NEPCE/AAC espe-ra, em breve, ver terminado este pro-cesso e todos os esforços vão no sentido de proporcionar o mais rápido possível a todos os estudantes da nossa faculdade um espaço onde todos se sintam bem para trabalhar, estudar, ler um livro, ver um filme ou um documentário, fazer reuniões ou simplesmente passar um bom bocado. E para tornar as insta-lações ainda mais acolhedoras, O Claus-tro, em parceria com o NEPCE/AAC, lança-te o seguinte desafio: se por acaso tens uma planta em casa e gostavas de oferecê-la, faz esse donativo ao NEP-CE/AAC. Participa e traz vida a este espaço!

Desta remodelação, e com a chegada de

novos equipamentos e novas mobílias,

cresceram alguns materiais. Contudo,

apoiados numa política de sustentabili-

dade e equidade comunitária, nada foi

enviado simplesmente para o lixo. Des-

ta iniciativa, O Claustro destaca o

seguimento dado aos móveis que foram

agora substituídos por novos. Esses

móveis antigos foram oferecidos pelo

NEPCE/AAC a uma instituição de

caridade social. Porque reciclar tam-

bém é começar um novo ciclo, o NEP-

CE/AAC está de parabéns por esta

dupla iniciativa. O trabalho foto-jornalístico de excelência permite-nos identificar com clareza a capa do Jornal de Letras.

Não sejas Claustrofóbico.

[email protected]

NEPCE

Inte

rve

nçã

o C

ívic

a e

Am

bie

nte

Po

líti

ca

Ed

uc

ativ

a

PÁGINA 16 O CLAUSTRO

Caros colegas, Doravante este espaço será utilizado para vos comu-nicar desenvolvimentos no clima político e associati-vista em geral. Informamos que nos próximos dois meses será realizada uma Reunião Geral de Alunos, sendo que a definição da data está ainda a sofrer apro-vação. No entanto avançaremos que um dos temas mais importantes será a discussão do Dec. Lei 70/2010 que contém o novo regime de atribuição de bolsas de acção social que poderá colocar em risco a permanência no Ensino Superior de um número sig-nificativo de alunos. É aconselhado a todos os bolsei-ros tomarem conhecimento da nota de esclarecimen-to dos SASUC emitida no dia 8/10/2010, esta explí-cita as condições do regime de transição actualmente em vigor, estando o documento disponível no hall de entrada da Faculdade (placar de anúncios) e no NEP-CE. Serão focadas temáticas como a implementação dos estágios profissionais da Ordem dos Psicólogos e o desenvolvimento da Reestruturação dos Saberes, entre outros assuntos. Como nota final, informamos que o pelouro de polí-tica educativa possui um horário de atendimento com o intuito de apoiar a resolução de questões pedagógi-cas individuais dos alunos. O horário deste atendi-mento está compreendido entre as 14h e as 16h na segunda-feira e entre as 14h e as 17h na sexta-feira. Despedimo-nos com as maiores saudações académi-cas. E deixamos votos de um feliz aniversário para a FPCE-UC.

- Queres fazer um passeio diferente, ao mesmo tem-

po que descobres outra Coimbra? Conhece os Percur-sos da natureza de Coimbra propostos em:

www.cm-coimbra.pt/pnatureza

Poderás ainda consultar preciosas informações sobre as diferentes espécies da fauna e flora que existem na cidade dos estudantes.

- AliMentaliza-te: campanha de recolha de alimen-tos para a AMI. Deixa o teu contributo no caixote disponível no átrio da FPCE até ao dia 16 de Dezembro.

- Sob a égide de uma crise da qual os estudantes já ouvem falar desde o berço, foi publicado em DR o Decreto-Lei 70/2010, a 16 de Junho. Este define novas normas para a determinação de rendimentos e composição dos agregados familiares que rece-bem prestações sociais como a bolsa de estudo dos estudantes do ensino superior, por exemplo. Segundo estas normas, para efeito de cálculo, ape-nas o estudante candidato vale “uma pessoa”, valen-do os restantes membros do agregado 0,7 “pessoas” ou 0,5 no caso de menores. Assim, um agregado de 4 pessoas com um filho menor equivale a 2,9 “pessoas”. Fica a questão: quantos estudantes verão anuladas as suas expectativas?

Acção e Formação

O pelouro de Acção e Formação está integrado num conjunto de metas que tende a responder às necessidades dos estudantes da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Tem por objectivo fulcral dar visibilidade à produção da faculdade e fomentar a união interna, através de jornadas multidisciplinares, ciclo de conferências, workshops e formações. Não deixando de dar atenção às questões do progra-ma Erasmus. As jornadas multidisciplinares vigentes no actual ano lectivo 2010/2011 dão visibilidade ao lançamento da revista portuguesa de pedagogia e Phychologica, potenciam ainda as relações externas e internas, convidando para as confe-rências consultores externos das entidades de investigação financiadas pela FCT com sede na FPCE, bem como outros órgãos da Universidade de Coimbra.

Os workshops e formações serão projectados com a intenção de complementar de forma prática e eficaz assuntos cor-relacionados com os temas ainda a afixar nas jornadas e conferências.

A ti, leitor do Claustro, venho fazer-te o convite de te dirigires ao espaço do NEPCE/AAC, que é um espaço de todos e feito por todos.

Para qualquer dúvida que possa surgir: nepce.accao.formacao@gmail.

PÁGINA 17 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

Desporto e Convívio

Caros colegas, O Pelouro de Desporto e Convívio vem, por este meio, pedir desculpa pelo que aconteceu no Jantar da Serenata da Festa das Latas e Imposição de Insígnias, embora não tenha tido responsabilidades pelo sucedido. Segue abaixo a lista de actividades programadas até às Férias do Natal. Esperamos que participem e que se divirtam, pois ser Estudante de Coimbra é muito mais do que estudar, é Viver! EVENTO: Torneio de Futebol 5x5/7x7 DATA: 18/11/2010 LOCAL: Santa Cruz

Jantar de Eleição dos Super Caloiros 25/11/2010 Via Latina Torneio de Voleibol 09/12/2010 Pavilhão União de Coimbra Mega Convívio ―NATAL LARANJA‖ 17/12/2010 NB

Nota: qualquer data, actividade ou local, se necessário, poderá ser sujeita a algum ajuste. Obrigado. Quaisquer dúvidas, sugestões, ou até ideias façam o favor de nos contactar através do nosso e-mail: [email protected]

Saudações Académicas.

Cultura

O Pelouro da Cultura do NEPCE/AAC foi uma aposta assumida durante a campanha da actual Direcção. Neste momen-to, o Pelouro pretende ser uma aposta assumida de todos os alunos que fazem parte da FPCEUC, independentemente do curso que frequentam.

Co-construímos um projecto no sentido de estimular a identidade cultural extremamente rica e diversificada que nos rodeia e da qual fazes também parte. Certamente já ficou claro o que esta equipa pode fazer por ti, agora falta acrescen-tar o que tu podes fazer por ela e, juntos, pela vida cultural da FPCEUC.

O Claustro está na rua, mas faltas tu para o projecto estar completo!

O Concurso de Fotografia foi o primeiro de um ciclo que vai acompanhar todas as edições do jornal, onde será sempre publicada a fotografia vencedora. Parabéns à Tatiana Moreira, vencedora da primeira edição do concurso. No final do ano fecharemos o ciclo com uma exposição de todas as fotografias propostas a concurso até então. Mas faltam as tuas fotografias!

Entre os dias 8 e 12 de Novembro acontecerá a primeira edição do “Caso Curtas - mostra de cinema universitário”, no Centro Cultural D. Dinis. Mas falta a tua presença e a tua divulgação!

Nas actividades que aí vêm, e nas que ainda hão-de vir, em todas elas faltas lá tu!

Porque contamos contigo, com as tuas ideias e iniciativas, estamos à espera que divulgues e participes as actividades do nosso Pelouro e, mais do que isso, que faças dele o teu Pelouro. Aparece na sala do NEPCE/AAC durante o horário de atendimento ou envia-nos um e-mail para: [email protected]

Bem haja!

No âmbito das comemorações do 30º aniversário da FPCEUC, o NEPCE/AAC envia votos de maior fortuna e prosperidade a todos os que fazem e fizeram parte dela.

Parabéns à FPCEUC!

NEPCE

PÁGINA 18 O CLAUSTRO

FOTOREPORTAGEM

Psimbardos’s Honey Experience

A Festa das Latas 2010 contou mais uma vez com a presença dos Núcleos de Estudantes. O sorteio das bebidas ditou o Zimbro-mel como a bebida a ser vendida pelo NEPCE/AAC no recinto. O stand atribuído foi decorado com inspiração nos favos de mel das abelhas, em música e, como não podia deixar de ser, nas três licenciaturas da nossa faculdade. O trabalho de equipa que a fotoreportagem ilustra resultou num dos locais obrigatórios do recinto para muitos dos que o frequentaram. Muito Zimbromel, muita festa, e muita lata, marcaram a Festa das Latas 2010 de Psicologia, Ciências da Educação e Serviço Social.

PÁGINA 19 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

Grande Lata

BookRing Sabes o que é?

Em breve no NEPCE/AAC

Era uma vez um grupo de amigos que partilhavam um sonho: formar uma tuna. A esse grupo de amigos juntaram-se outros tantos amigos e, após uma série de burocracias, muito trabalho e emoções, nasceu uma família: a Descon-certuna. Adepta da liberdade, da alegria e da rebeldia, a Desconcer-tuna tem como objectivo cantar o sonho que é Coimbra e assim perpetuar a cultura musical da cidade e fazê-la chegar a todas as pessoas. Apesar da sua tão tenra idade (prestes a celebrar o seu ter-ceiro aniversário) conta já com dezenas e dezenas de actua-ções pelo país fora, participações em encontros de tunas, a recepção ao caloiro na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, participação em três Festivais de Tunas Mis-

tas, dos quais resultaram 6 prémios, entre outras. “Sonho sonhado, sonho realizado!” Costumamos nós dizer, em jeito de lema, sobre a nossa bebé Desconcertuna. E é por querer continuar a sonhar e a realizar, que as nossas portas estão abertas para todos vocês que queiram fazer parte da família, para todos vocês que queiram ser os ali-cerces deste sonho que está em permanente construção, todos vocês que queiram cantar Coimbra, todos vocês que se deixam contagiar pela magia de estar em palco, todos vocês que têm garra para alcançar objectivos... Sejam bem-vindos! Os nossos ensaios são às Quartas e Quintas às 21h na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Conta-mos com a vossa presença! Saudações académicas e boémias!

Dia 10 de Dezembro: Comemoração do 3º Aniversário da Desconcertuna com a realização do seu 1ºEncontro de Tunas. Local: auditório do IPJ de Coimbra; Tunas par-ticipantes: Phartuna (Tuna Mista da Faculdade de Farmácia de Coimbra, Looney Tuna (Tuna Masculina da FPCEUP), as restantes ainda não confirmaram.

Cortejo da Festa das L

atas 2010

Erasmus

PÁGINA 20 O CLAUSTRO

País Universidade Alemanha Frei Univ.Berlin Bélgica Kathol.Univ.Leuven Eslováquia Univ. Matej Bel Espanha Almeria Espanha Autónoma de Madrid Espanha Complutense de Madrid Espanha Granada Espanha Huelva Espanha Pontificia de Salamanca Espanha Salamanca Espanha Santiago de Compostela Espanha Vigo França Provence - Aix-Marseille I Itália degli studi di Firenze Itália degli studi di Palermo Luxemburgo Luxemburgo Rep.Checa Univ.Charles de Praga Turquia Univ. Ondokuz Mayis Turquia Univ. Cumhuriet

País Universidade Alemanha Koblenz Bélgica Libre de Bruxelles (pela 14.2) Espanha Barcelona Espanha Complutense de Madrid Espanha Granada Espanha La Laguna (Tenerife) Espanha Salamanca Espanha Sant. de Compostela Espanha Vigo França Nantes – UFR Sociologie França Lille - E.S.E de Travail Social Holanda Hogeschool Zuyd Hungria Eötvös Loránd Lituânia Vilnius Pedag.Univ. Rep. Checa Charles of Prague Suiça Sion (Delemont) Suiça Fribourg TS

País Universidade Alemanha Technische Univ.Dresden

Alemanha Ludvig-Maxim.-Univ.

Alemanha Univ.Oldenburg

Alemanha Univ. Potdam

Bélgica Libre de Bruxelles

Bélgica Vrije Univ. de Brussel

Bélgica Katholieke Univ.Leuven Bélgica Catholique de Louvain

Bélgica Mons

Espanha Barcelona

Espanha Autónioma de Barcelona

Espanha Pontificia de Comillas

Espanha Autónoma de Madrid

Espanha Complutense de Madrid

Espanha Univ. Granada

Espanha Huelva

Espanha La Laguna - Tenerife

Espanha Málaga

Espanha Salamanca

Espanha Santiago de Compostela

Espanha Valência

Estónia Tallinn

Finlândia Jyvaskia

Finlândia Helsínquia

França Lumière (Lyon II)

França Provence (Aix-Marseille I)

França Poitiers

França Paris-Sud (Paris XI)

França Toulouse le Mirail

Grécia Kritis

Holanda Gronigen

Itália Bolonha

Itália degli studi di Cagliari

Itália degli studi di Chieti

Itália degli studi di Firenze

Itália degli studi di Parma

Itália Pádua

Itália degli studi di Pavia

Itália degli studi di Roma(1)

Lituânia Pedag Univ.Vilnius

Luxemburgo Luxembourg

Noruega Univ.Tromso

Polónia Univ.Warsaw

Reino Unido Univ. Cardiff

Rep.Checa Univ.Charles de Praga

Suiça Univ. Lausanne

Suíça Univ. Genève

Suiça HES- SO Valais-Wallis (Delemont)TS

Turquia Univ. Ondokuz Mayis

Ciências da Educação Psicologia

Serviço Social

ERASMUS - VAGAS DE MOBILIDADE Mobilidade de Estudantes

Universidade Católica de Leuven

Bélgica

PÁGINA 21 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

Erasmus na Universidade de Leuven Universidade com tradição, país com cultura

Por Rita Nunes

Se pretendes ser estudante Erasmus, a Universidade Católica de Leuven é uma das tuas opções. Esta universidade está localizada em Flanders e foi fundada em 1425 pelo Papa Martinho V, com o privilégio de ser a univer-sidade católica mais antiga existente no mundo. A Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação desta Universidade foi fundada somente em 1967 mas já antes existia investigação científica no Instituto de Filosofia, iniciada por D. Mercier. Nomes célebres da Psicologia passaram por esta faculdade, tais como Phillip Collard, fundador do curso de formação de pro-fessores na Universidade de Leuven, e Joseph Nuttin, que desenvolveu uma teoria de motivação. Uma curiosidade interessante a saber sobre este país é o facto de na metade norte da Bélgica, mais próxima da Holanda, a maioria da população falar inglês, além de holandês e francês. Já na metade sul, mais próxima da França, a língua dominante é exclusivamente francesa. A cidade vive ao ritmo dos estudantes, começa com semanas

agitadas no início do ano e acaba com semanas calmas durante os exames. Existem inúmeras actividades promovidas para os estudantes. Uma actividade ecológica muito popular que os

estudantes podem realizar, criada pela organização não-governamental Velo, consiste em promover a bicicleta como meio de transporte preferível, através do aluguer e reparação de bicicletas. O estudante Erasmus na Universidade de Leuven pode ainda procurar um Personal Buddy que ajuda a responder a questões e dúvidas, mostra a cultura, hábitos e locais que o estudante precisa de saber. A Bélgica tem uma cultura rica em museus, prédios históricos e arte. A cultura musical é promovida através de inúmeros festivais de música, como os festivais Werchter, Sfinks, Dour e Pukkelpop. Uma vez por ano dá-se o concurso de música cha-mado Koningin Elisabeth Wedstrijd, no qual se escolhe um ins-trumento clássico diferente todos os anos. A Grand Place é das principais atracções da cidade de Bruxelas. No século XII era o centro político e económico da cidade, mas actualmente é uma praça imponente com cafés, restau-rantes, bares e inúmeras lojas de chocolate. A cidade obriga também a uma visita ao palco da Comissão Europeia e do Conselho Europeu. A cerveja belga é também um grande atractivo do país. Exis-tem mais de 450 tipos de cerveja, mas a cerveja “trapist” só existe na Bélgica e é fabricada por monges. Também mundialmente conhecido é o chocolate belga. O

Museu de Chocolate de Madame Draps permite não só ver de perto a produção dos chocolates como também o maior chocolate do mundo que entrou para o livro Guiness dos Recordes com 153kg. Muitos consideram o Atomium, uma construção de 103 metros contruída em 1958, como o ícone da Bélgica. Denominado também de Torre Eiffel de Bruxe-las, este emaranhado de esferas representa um átomo de ferro ampliado 165 bilhões de vezes e é considerado um ponto de para-gem obrigatória. Em suma, a excelente reputação da Universidade Católica de Leuven e da sua Faculdade de

Psicologia e Ciências da Educação, conjugada com a cultura rica do país, fazem da Bélgica uma boa escolha para os estu-dantes que pretendem conhecer o mundo através do programa Erasmus.

Concurso de Fotografia Nepce/aac

Tatiana Moreira é a grande vencedora do concurso. Parabéns!!

A fotografia “Claustro ao Quadrado” foi premiada com a Primeira

Página deste jornal.

Erasmus

PÁGINA 22 O CLAUSTRO

Antes: Inscrição para Erasmus, escolher o leste, receber uma carta de aceitação da Uniwersytet Warszawsky, assi-nar papéis e comprar um bilhete de avião. O início: Começou tudo, inevitavelmente, no primeiro voo que fiz para Varsóvia. Enquanto os polacos bebiam vodka para combater o medo de voar, eu, na tentativa de remediar o abandono precoce por parte do meu buddy, fazia a minha primeira amiga Erasmus. Não tinha onde ficar, nem sabia a quem pedir auxílio. Chegadas a Varsóvia conhecemos o buddy, o dela, não o meu. O Kuba, um polaco apaixonado por Portugal, ofere-ceu-nos prontamente estadia para os primeiros dias em Warszawa. O tempo foi passando e não arranjei casa para viver nesses dias, nem nas duas semanas subsequentes em que, graças a um curso de língua Polaca, tive direito a residência uni-versitária. Foi por esta altura que apreendi o significado de resiliên-cia, esperança e optimismo e passei a acreditar na paradig-mática psicologia positiva. A um par de dias de me tornar uma sem abrigo consegui, ironicamente, um quarto em casa do Kuba e foi aí que vivi durante um semestre. 1º semestre: Morei um semestre com um Polaco, apaixo-nado por Portugal é certo, fiz um amigo, apreciei visce-ralmente a gastronomia do país e percebi, creio eu, como “funciona” a sua classe alta. Fora de casa conheci centenas de pessoas, dezenas delas maravilhosas. Criámos uma “quasi-família” com portugue-ses, italianos, espanhóis, franceses, turcos, alemães e os meus benquistos eslovenos. Fiz viagens maravilhosas à Hungria, República Checa e Eslováquia, dei um saltinho a Milão e visitei ainda alguns sítios na Polónia. Fizemos grandes festas, saboreámos e tragámos Zubrowka e Wyborowa, embutimos a tradição do schnitzel – enorme panado - à segunda-feira. Aprendi a estudar em inglês e a concebi, finalmente, a qualidade do ensino em Portugal, particularmente na minha área e na nossa faculdade. Houve um mês de intensas despedidas, digno de fazer vacilar os mais fortes, noites difíceis, manhãs e tardes deprimentes no aeroporto, milhares de lágrimas e muitas

“mágoas”a afogar na própria noite. Abreviadamente, Janeiro e Fevereiro foram meses delicados: quedei-me doente na cama, fiz (alguns) copiosos exames, despedi-me de pessoas que até hoje não vi mais, nevou impiedosamen-te e as temperaturas permaneceram nos – 20º C. Ficar o ano completo não foi, assumidamente, uma deci-são fácil. Porém, era para mim insensato não prolongar e intensificar a experiência que estava a viver. 2º semestre: No fim de Fevereiro fui ―convidada‖ a sair de casa e, novamente, pensei no real potencial da psicologia positiva. Numa semana encontrei um novo sítio para viver. O M. e a V., ainda hoje grandes amigos, foram gentis e educados e receberam-me, ainda que timidamen-te, de braços abertos, tal como nas melhores famílias de outros tempos. Nowolipki 27/12 tornava-se então mítica pelos seus Rings of Fires e eu converti-me, orgulhosamente, à gran-de “irmandade”. Esta foi sempre uma casa cheia, com muitos convidados, amigos, jantares, música, risadas e felicidade. Poderia escrever horas a fio sobre histórias que ficaram para contar, mas as melhores permanecerão sem-pre entre confrades. O fim: Em Coimbra, durante a Queima das Fitas, percebi que não se vive assim para sempre. Ao voltar para Wawa iniciou-se a funestação: estudar para os exames e consu-mar as novas e difíceis despedidas. Só me apercebi que regressaríamos a Portugal na noite da nossa própria fare-well party, quando de manhã, após pequeno-almoço, vi o Romeo cruzar, pela última vez, a esquina do Palac Kul-tury. Prolongámos o sofrimento por mais dois dias e ater-rámos em Lisboa, após 18 horas de aeroportos, a 23 de Junho de 2009. Nos três dias seguintes decorreu o perío-do de aceitação. Balanço: Entretanto passaram dois anos o que não impe-de que floresçam fortes emoções quando penso em tudo o que vivi e, sobretudo, no que ficou por viver. Foi um ano incomparável e intenso em que conheci pessoas insubsti-tuíveis. Curricularmente o enriquecimento é inquestioná-vel. Todavia o meu Eramus metamorfoseou-se no período da minha vida em que percebi quem sou e como quero vivê-la.

Por Joana Panda, aluna do 5ª ano do Mestrado Integrado em Psicologia na área de especialização em Psicologia das Organizações e do Trabalho

Conta-me como foi

Dia 20 de Novembro

Dia Universal da Criança

PÁGINA 23 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

… Era uma voz. De uma criança sem idade, de qualquer lugar e de gentes de todas as cores, nascida num canto do Mundo, e que ecoou. Eco que soou vezes e vezes … em tempos diversos, a vários ritmos e tons de idiomas matiza-dos de culturas agri-mais-ou-menos-doces (conforme o gosto e o senso) numa espécie de esperanto com radicais de liberdade e esperança internacional. E dizia um polissé-mico: «Eu tenho um sonho!».

Caminhar na Lua, inventar uma arma infalível, descobrir uma cura, criar o mais belo, alimentar todos de todas as sortes, ir ao outro lado do Mundo ficando aqui, escrever o que todos pudessem declamar, ganhar um grande prémio, ser de uma família, tocar o arco-íris, querer mais, brilhar com quem se ama, beijar o divino, ser feliz, … só uma vez!, ou para sempre …

Água, ar, terra, energia. Ambiente, cultura, regiões, eco-nomia, sociedade, tecnologia. Vida, qualidade, diversida-de, globalização, sustentabilidade, … E a voz que ganha corpo, cresce e faz-se verbo, acção, e multiplica em eu + eu + tu e eles … em nós, que tem, pode, quer e sabe, e alcança, descobre, inventa, replica e recria, (se) surpreen-de e conquista, com arte, engenho, perspéctica com gula

do conforto, só não esquece que o sonho comanda a vida quando se sustenta da congénita curiosidade de infantes herdeiros da paz e da conquista da generosidade de engrandecer, e divertir-se projectando o sucesso em códi-gos de perfeição, em comunicação, orgulhos partilhados e uníssono de alternativas, soluções que se excedam na razão e no entusiasmo das Ciências ao serviço da Humani-dade. E é no elogio do desenvolvimento global, total, moral, vital que o aplauso pede auscultação do sonho que do querer se faça poder e conhecimento do que quer, querendo para o Mundo o Bem!

Que o Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento continue a cruzar vozes de boa-vontade, num crescendo de sedução, em harmonia e génese de progresso, com o patrocínio de todas as uniões organizadas em prol da educação, da ciência e da cultura, como é a nossa casa-escola-berço, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação e do Serviço Social, «construindo a paz na mente das pessoas» (UNESCO.org, 2010).

Sintonizando o Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento …

Pela Professora Ana Cristina Almeida

No dia 10 Novembro de 2010 assinala-se o Dia Internacional da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento (UNESCO). Para assinalar a efeméride, O Claustro lançou à Professora Ana Cristina Almeida o desafio de escrever sobre este dia, enquadrando-o com as Ciências Sociais e Humanas.

Caso curtas

Mostra de cine-

ma universitá-

rio

18h—20h

no Centro cultural

d. Dinis

8 a 12 de

novembro

O NEPCE apresenta:

Opinião

PÁGINA 24 O CLAUSTRO

Cidadania: fardo ou libertação?

Hoje, mais do que em qualquer outra época, proliferam apelos “à cidadania” nas diferentes esferas públicas que compõem a vida em sociedade – no trabalho, na escola, nos media – e os quais são prescritos frequentemente em contornos de urgência. Surge assim a impressão de que devemos fazer alguma coisa rapidamente: assumir uma participação activa na vida pública, adquirir responsabili-dade social, moral e ambiental, ser solidário e tolerante, entre outros chamamentos que invocam a necessidade de contribuirmos todos para a construção de uma “sociedade melhor”, em resposta à actual crise social, económica e política. Pois bem, a palavra de ordem mudança também chegou à Universidade de Coimbra (UC), a qual, através da sua Missão plasmada nos seus Estatutos, implica toda a comunidade académica para o “desenvolvimento econó-mico e social, para a defesa do ambiente, para a promoção da justiça social e da cidadania esclarecida e responsável e para a consolidação da soberania assente no conhecimen-to”. Portanto, todos – estudantes, docentes, funcionários – estamos envolvidos naquele que é o crescente apelo à responsabilidade social das instituições de ensino superior, ao mesmo tempo que se pretende um processo de produ-ção de conhecimentos científicos sustentável e de excelên-cia.

Contudo, como dar contas a estas solicitações quando a nossa agenda está cada vez mais sobrecarregada, os dias demasiado preenchidos com tarefas estipuladas, demasia-das obrigações e responsabilidades, demasiada informação para absorver e mudanças rápidas para gerir, demasiados planos para cumprir e sucessos para conquistar?

Antes de mais, há que considerar que esta não é uma preocupação recente, mas que remonta à antiguidade greco-romana onde a cidadania se constituía como o âma-go da vida em sociedade e, portanto, da relação dilemática entre o indivíduo e a colectividade. É um constructo moral, tendo como valores básicos a liberdade e a igualda-de; político, pois resulta da ambivalente tensão histórica entre os valores colectivos e os movimentos individualis-tas; jurídico, estando intimamente associado à questão dos direitos - civis, políticos e sociais - reconhecidos aos indi-víduos e aos diferentes grupos sociais emergentes. Neste sentido, a cidadania não deve constituir um fardo ou um item adicional às nossas agendas, mas sim uma referência que nos ajude a reflectir e a situar-nos sobre o momento actual que a sociedade (global) atravessa. Difícil será o exercício de abrandar o actual ritmo frenético que marca

o compasso das nossas vidas e de retomar o uso qualitativo do tempo e de valores como a descontracção, a simplici-dade e a ponderação. Também a mudança, essa precipita-da panaceia que invadiu o nosso discurso, dificulta o abrandamento desse ritmo, até porque somos constante-mente solicitados a ser criativos e inovadores em novas formas de pensar e intervir, mas parece nunca haver tem-po para deixar assentar tais mudanças e acabamos por rodopiar em torno de um perpétuo movimento de reno-vações.

Por outro lado, o actual frenesim em torno da questão da cidadania justifica-se, em grande medida, pela relação problemática entre esta e os sistemas democráticos, os quais procuram novas formas de conciliação entre as igualdades colectivas e as liberdades individuais. Histori-camente, foram já demonstrados os perigos da hipervalo-rização de cada uma destas dimensões: o sufoco das liber-dades individuais e a dificuldade de sobrevivência do “mundo comum”, respectivamente. Poder-se-ia dizer que hoje as sociedades procuram um ponto de equilíbrio e este movimento reclama estender-se para além das fron-teiras do mundo Ocidental, superando as teses que assu-mem a cidadania como uma evidência universal a priori, legitimadoras de qualquer intervenção, independente-mente das significações nacionais, religiosas, históricas e culturais. Deste modo, é premente validar as vozes que propõem que a cidadania deve ser pensada no marco da diversidade cultural, sustentada em novas formas de reco-nhecimento da dignidade do Outro e numa reconversão global dos processos de socialização e dos modelos de desenvolvimento. Aqui, a cidadania pode ser entendida como libertação, pois reclama que nos soltemos um pouco dos enquadramentos com que estamos habituados a pen-sar o mundo e que tenhamos abertura suficiente para pro-curar novas formas de entendimento com o outro social que, afinal, somos nós também.

*aluna do Mestrado Intervenção Social, Inovação e Empreendorismo na FPCEUC

Dis. Por Sara Rocha*

Car

toon

: Q

uino

(19

95).

PÁGINA 25 VOLUME 1 - 5 DE NOVEMBRO 2010 - B IMESTRAL

Do conjunto de pessoas que fazem parte da nossa família, a(o) única que resulta de uma escolha é a(o) companheira(o), o amor da nossa vida, aquela(e) com quem decidimos partilhar a vida, o tempo, o espaço, o corpo, o EU. Tudo em nome do amor romântico, que trespassa o imaginário de qualquer cul-tura, em qualquer época, emoldurado por Eros na Grécia, pelo Cupido em Roma, por Romeu e Julieta de W. Shakes-peare ou o Livro do Cântico dos Cânticos: “Grava-me como um selo no teu coração, como um selo no teu braço, porque o amor é forte como a morte e a paixão é violenta como o abis-mo.”

E desde Eros e Cupido que o amor se acompanha de setas, e feridas… com os deuses do Amor surgindo acompanhados pelos deuses da Guerra. Morre-se de amor…morre-se por amor…e mata-se em nome do amor. Da expressão “não posso viver sem ti” até ao acto “a morte nos separe” há um pequeno deslize, um momento apenas, e entre a paixão e o crime pare-ce existir uma ténue linha de demarcação.

Em nome desse amor para a vida, e segundo a Family Violence Prevention Fund (FVPF) no mundo, uma em cada três mulhe-res é vítima de abuso físico, sexual ou emocional. Dados da OMS indicam que do total de mulheres vítimas de homicídio, entre 40-70% foram mortas pelos seus companheiros. Mas há mortes que não têm direito a estatísticas, as mortes lentas, aquelas que se vão consumando pelas palavras explodidas em raiva, humilhação, até a vítima deixar de se sentir gente: “Eu não como o pão que o diabo amassou. Eu sou o pão que o diabo amassou!”

Numa relação paradoxal, em que um cônjuge baralha as pala-vras, os afectos, as acções, e as torna a dar, manipulando a relação de casal como se fosse um jogo de cartas, bate-se, ridiculariza-se, reduz-se a zero a companheira que se diz amar,

com discursos diários do “faço isto porque te amo; preciso de ti; eu amo-te mas tu nunca estás à altura…!”

Na outra ponta desta corda bamba, está alguém que ainda quer acreditar que aquele “é o amor da minha vida”, que há espe-rança, “um dia ele vai mudar”, apesar das estatísticas revela-rem uma realidade mais negra, caracterizada por Gelles e Straus pela divisa “licença para casar como uma licença para bater”.

Algures na década de 90, Romeu e Julieta deu lugar à “Mulher que ia contra as portas” de Roddy Doyle. Nesta história não há romance, nem dádiva. Há fragmentos de uma vida a dois: “Ele perdeu a cabeça. E bateu-me…mandou-me pelo ar…Depois vi os pés dele, a seguir as pernas…Parecia estar muito acima de mim. Quilómetros acima…Depois baixou-se até ao pé de mim. –„tás bem?...- Caíste – disse. - sentia-se culpado, terrí-vel. Gostava outra vez de mim. O que aconteceu? Eu provo-quei-o. A culpa era minha.”

Estas são mulheres presas como moscas numa teia! Se se mexem, são atacadas, se ficam quietas, são atacadas! Ali estão, presas entre a esperança, a expectativa e a memória!

“Fechava-me fora e fechava-me dentro. Magoou-me e magoou-me e magoou-me. Matou partes de mim. Matou a maior parte de mim. Matou-me toda….passavam-se meses e não acontecia nada, mas estava sempre ali – a promessa daqui-lo….À espera da mão, à espera do sorriso” (Doyle, 1997, p.180).

Que todas as mulheres, todos os homens, todas as crianças que vivem secretamente a violência, a desqualificação, a morte aos bocadinhos, dentro das portas fechadas dos seus lares não sejam esquecidos!

Terminei o meu Mestrado Integrado em Psicologia Clínica e Saúde há dois anos. O tempo passa demasiado rápido. Se me perguntarem como é que está a minha vida neste momento, responderei: instável. Talvez mais instável do que nunca. Estou perante opções que terei de escolher e que poderão, qualquer uma delas, fazer uma grande dife-rença na minha vida – para pior ou para melhor. Creio que a maior dificuldade que um recém-licenciado sente quando termina a vida académica, é „desidealizar‟; descontruir na sua cabeça aquilo que criou ao longo dos anos: “quando terminar o curso vou começar uma vida nova, vou ser mais independente”; “vou crescer, ter um trabalho, dinheiro e a minha vida vai andar para a frente”. Isto poucas vezes acontece. Procuramos trabalho, enviamos centenas de currículos e o “sim” parece nunca chegar. O valor que sentíamos ter no passado, parece não ser agora considerado, e todos nos passam à frente. Percebemos,

neste momento, que esta situação não acontece só aos outros. É preciso continuar a tentar e é fulcral entendermos que o problema não está em nós, que não somos nós que não temos valor ou capacidades. Muitas vezes é, tão simples-mente, não termos, no meio de centenas ou milhares de candidatos, uma oportunidade para mostrar o que valemos. Outras vezes são as cunhas, outras ainda a falta de verbas para contratar técnicos. Pessoalmente, acho que quando pomos o pé na rua e perce-bemos que os tempos de estudante já lá vão, precisamos de nos fazer à vida, de tentar e tentar e voltar a tentar, porque um dia a oportunidade surgirá. Dêem o melhor de vós, peguem nas vossas competências e criatividade e façam a diferença!

* Psicóloga e Case Manager Junior na empresa Albenture, ex-aluna da FPCEUC

* Professora na FPCEUC

Do. Pela Professora Isabel Alberto*

Ex. Por Marta Chelinho*

Última fila

PÁGINA 26 O CLAUSTRO

Efemérides 1 Outubro—Dia Interna-cional do Idoso

2 Outubro—Dia Interna-cional da Não-Violência

10 Novembro—Dia Internacional da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento

25 Novembro—Dia Internacional da Elimina-ção da Violência Contra as Mulheres

5 Dezembro—Dia Inter-nacional dos Voluntários para o Desenvolvimento Económico e Social

No

ta 20 C

hu

mb

ado

Pauta

70/2010

Em ano de 30º aniversário, a nossa Faculda-de foi a responsável pela Abertura Solene das Aulas no passado dia 15 de Setembro. A FPCEUC está de Parabéns!

As JIIP, nos passados dias 11 e 12 de Outu-bro, resultaram de uma organização exemplar e foram, sem dúvida, um contributo de desta-que para a elevação do prestígio e da visibili-dade da nossa FPCEUC. Parabéns!

Com o Decreto-Lei 70/2010 cerca de 1500 estudantes da UC podem estão em risco de perder as bolsas a que tinham direito o ano passado. Esta é uma das várias razões que leva-ram a que a AAC convocasse uma Manifesta-ção Nacional de Estudantes para o próximo 17 de Novembro em Lisboa.

Arranja um tempinho para escrever!

Vem fazer parte desta equipa!

Para tal dirige-te à sede do NEPCE/AAC ou envia um email para [email protected].