oleo de côco: extração destilação saponificação
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Relatório de aula pratica da disciplina Quimica Organica do curso tecnico em Quimica do Coltec-UFMG, descrevendo o processo de extraçao, destilaçao e saponificaçao do oleo de côcoTRANSCRIPT
COLÉGIO TÉCNICO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA E PROFISSIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
RELATÓRIO N° 03
Hugo Augusto dos Santos
Lucas Elias Rocha de Macedo
Ranniery C. S. Martins Frade
Rafael Lucas Gouveia
Rúben Coelho Dias
EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE CÔCO, DESTILAÇÃO
E SAPONIFICAÇÃO
Belo Horizonte
2011
Av. Presidente Antônio Carlos – 6637 – Pampulha.
Belo Horizonte, MG – CEP: 32270-901
RELATÓRIO N° 03
Hugo Augusto dos Santos
Lucas Elias Rocha de Macedo
Ranniery C. S. Martins Frade
Rafael Lucas Gouveia
Rúben Coelho Dias
EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE CÔCO, DESTILAÇÃO
E SAPONIFICAÇÃO
Relatório apresentado ao curso de
Química Orgânica do Colégio Técnico da
Universidade Federal de Minas Gerais,
como requisito para a obtenção da nota
atribuída a este.
Orientador: Gilberto de Vale Rodrigues -
Belo Horizonte
2011
1. EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE CÔCO
1.1. OBJETIVO
Este ensaio objetivou a extração do óleo de côco para a sua utilização poste-
rior numa reação de saponificação. Utilizou-se deste experimento para introduzir aos
alunos conhecimentos acerca dos processos de extração.
Uma extração tem por finalidade a obtenção de uma substância e os métodos
de extração variam de acordo com o caráter desta. Os processos de extração de-
vem, portanto, ser adequados à substância a ser extraída, observando-se a seletivi-
dade do meio extrator utilizado, a metodologia apropriada à extração da substância
desejada, e fatores como a agitação, a temperatura e o tempo necessário para que
efetuada a extração.
A obtenção do óleo de coco neste ensaio desenvolveu-se por um processo de
extração contínua, com a utilização de um aparelho de Soxhlet, originalmente de-
senvolvido para a extração de lipídeos, que permite a passagem do solvente extrator
por um material de modo constante, condensando o mesmo e reconduzindo-o ao
frasco que o continha, após sua passagem pelo material, do qual a substância seria
extraída. Tratando-se de uma substância apolar, o solvente utilizado também de-
veria ser apolar. A montagem do sistema de extração se deu como na figura abaixo:
Figura 1 Montagem de um extrator de Soxhlet
Este sistema foi suportado por garras presas a um suporte universal e o balão
de fundo redondo inserido em uma manta de aquecimento.
O óleo de coco é um produto de origem 100% vegetal, composto, cerca de
50%, por ácido láurico, um triglicéride de cadeia média que, em suma, atua na
medula óssea estimulando-a a fabricar leucócitos além de desenvolver função
antiinflamatória local. No intestino, o ácido láurico se transforma em um
monoglicerídeo de ação antibacteriana, antiviral e antiprotozoária. No fígado,
transforma-se em energia, caracterizando-se como único tipo de gordura que não se
converte em tecido adiposo no organismo. O óleo de coco pode ainda auxiliar no
emagrecimento devido ao seu efeito termogênico, que aumenta o gasto energético
do organismo, além de causar saciedade.
1.2. PARTE EXPERIMENTAL
1.2.1. Materiais
1.2.1.1. Vidrarias
1 Balão de fundo redondo (250 mL)
1 Soxhlet
Tampa para balão
1 Béquer identificado
1 Condensador
2 Juntas de adaptação
1.2.1.2. Equipamentos
1 Manta elétrica
1 Haste Universal
1 Balança semi-analítica
1 Espátula
1 Papel de filtro (para o cartucho)
2 Garras
Mangueiras
Pedaços de porcelana
1.2.1.3. Reagentes
Coco Ralado
Ciclo-hexano
Água
1.2.2. Procedimento experimental
1. Depois de realizada a montagem dos equipamentos, adiciona-se o ciclohexano
até a metade do balão de fundo redondo, junto com alguns pequenos pedaços de
porcelana.
2. Paralelamente preparou-se o cartucho, pesando o papel utilizado (0,84 gramas) e
4,00 gramas de côco ralado desidratado. Colocou-se o côco ralado enrolado e
grampeado no papel, tendo cuidado para que suas dimensões permitissem que
entrasse e saísse facilmente do Soxhlet e que não impedisse a circulação dos gases
e líquidos durante o processo.
3. O balão foi colocado na manta e conectado ao resto das aparelhagens e o
cartucho fui introduzido no Soxhlet, o balão é conectado ao mesmo por meio de uma
junta de adaptação. O Soxhlet foi conectado ao condensador, também com uma
junta de adaptação, o condensador é ligado a uma torneira por uma mangueira e a
outra mangueira que levava a água ao sistema de captação de água, conforme a
imagem abaixo:
1. Caco de porcelana
2. Solvente extrator
3. Caminho do solvente
4. Copo do Soxhlet
5. Material da extração
6. Entrada do sifão
7. Saída do sifão
8. Junta adaptadora
9. Condensador
10. Entrada de resfriamento
11. Saída de resfriamento
Antes de ligar a manta, é necessário que o fluxo
de água já esteja fluindo, sendo que a mangueira conectada a torneira é ligada à
parte de baixo do condensador. Liga-se a manta em temperatura mediana, quando o
ciclo-hexano começa a ebulir O vapor percorreu o tubo mais externo do soxhlet até o
condensador onde se tornou líquido novamente e caiu sobre o cartucho para que
solubilizasse o óleo do coco e se acumulou no tubo intermediário do soxhlet até que
fosse totalmente cheio e ocorresse a sifonação e a solução caísse no balão de fundo
redondo.
Ao final do processo equipamento foi desmontado, o restante da solução no
soxhlet foi despejado no balão de fundo redondo que permaneceu na manta até que
esfriasse e pudesse ser tampado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao termino do processo de extração, foi obtido o solvente no balão de fundo
redondo com o óleo de coco solubilizado. De acordo com as informações da
embalagem do coco ralado, a quantidade de óleo (gordura) que 12 gramas de coco
possui é de 7,2g.
Através de cálculos podemos obter a quantidade teórica de óleo a ser obtido,
que seria de 2,4g.
Algumas das questões discutidas em sala:
• Porque foi o solvente escolhido foi o ciclohexano?
O ciclohexano foi escolhido por: ser um solvente apolar, capaz de solubilizar
os óleos presentes no coco; por possuir um ponto de ebulição relativamente baixo;
por ser um solvente barato e de fácil manuseio.
• Porque foi colocado pedaços de porcelana no balão junto com o ciclohexano?
Os pedaços de porcelana no sistema impedem que a ebulição ocorra de
forma tulmuotosa, pois a superfície irregular permite a formação e liberação de
bolhas constantemente, pois durante o aquecimento de líquidos pode ocorrer que ao
atingir a temperatura esperada para a ebulição nas condições do local isso não
ocorra. Essa temperatura pode ser ultrapassada com a substância se mantendo no
estado líquido. Subitamente formam-se bolhas que deixam a ebulição tumultuosa
que pode projetar o líquido violentamente para fora do recipiente neste caso contra a
própria vidraria.
• Porque se deve esperar o balão esfriar antes de tampá-lo?
Para evitar que com a redução da temperatura do balão de fundo redondo a
sua pressão interna diminuísse e dificultasse ou impedisse a retirada da tampa
posteriormente.
4. CONCLUSÕES
Ao final da extração, podemos ver uma pequena bolha de óleo não
solubilizada no fundo do balão, logo concluímos que o método usado, extração por
solvente, é eficiente, extraindo uma boa e suficiente quantidade de óleo para essa
prática.
2. DESTILAÇÃO
2.1. OBJETIVOS
Como dito anteriormente no pré-relatório, destilação é um processo de
separação utilizado para separar misturas de líquidos imiscíveis, ou misturas
homogêneas de líquidos de diferentes temperaturas de ebulição, ou de sólidos e
líquidos. É caracterizado por uma dupla mudança de estado físico, em que uma
substância, inicialmente no estado líquido, é aquecida até atingir a temperatura de
ebulição, transformando-se em vapor, e novamente resfriada até que toda a massa
retorne ao estado líquido.
É um dos processos mais comuns nas indústrias químicas - desde as
indústrias farmacêuticas aos pólos petroquímicos – e possui diversas aplicações,
podendo ser conduzido de maneiras diferentes, conforme a necessidade específica
para a qual o processo é empregado. Entretanto, todos os métodos baseiam-se no
mesmo princípio da destilação, a diferença entre o ponto de ebulição das
substâncias constituintes da mistura a ser destilada.
Os métodos mais utilizados, já citados no pré-relatório, são: destilação
simples, destilação fracionada, destilação por arraste de vapor e destilação por
diminuição de pressão.
O objetivo desta prática era separar o ciclohexano do óleo de coco, uma vez
que aquele foi utilizado como solvente para este no processo de sua extração. Para
essa finalidade, utilizou-se os métodos de destilação simples e destilação por
pressão reduzida, visto que estes eram os mais adequados por suas especificações.
2.2. PARTE EXPERIMENTAL
2.2.1. Materiais
2.2.1.1. Vidrarias
Balão de fundo redondo;
Condensador;
Conectores;
Unha para destilação;
Suporte para termômetro;
Cabeça de destilação;
2.2.1.2. Equipamentos
Haste universal;
Garras;
Termômetro;
Cápsulas de porcelana;
2.2.1.3. Reagentes
Água;
Mistura de ciclohexano e óleo de coco;
2.2.2. Procedimento experimental
1. Montou-se todo o aparato para a realização dos ensaios;
• Coloca-se o balão sobre a manta e, com a ajuda de um conector, liga-se a este a
cabeça de destilação;
• A esta última, em uma de suas aberturas insere-se o termômetro e em outra se
insere o condensador;
• À outra abertura do condensador, coloca-se a unha de destilação que é ligada ao
balão que receberá o ciclohexano com a ajuda de outro conector;
2. No balão contendo a mistura de ciclohexano e óleo de coco foi colocado uma
cápsula de porcelana, de modo a evitar projeções durante a ebulição do solvente;
3. Durante 5 minutos, aqueceu-se o balão contendo a mistura. Sua temperatura
passou de 24ºC para 75ºC e se estabilizou em 78ºC;
4. 30 minutos após [o fim do aquecimento???], o gotejamento do solvente no balão
onde este é depositado ao se condensar diminui, porém a temperatura se mantém
constante;
5. Mais 10 minutos e o processo chega ao fim.
2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o final do processo, o ciclohexano foi recuperado praticamente em sua
totalidade, sendo depositado em um balão após sua condensação. A quantidade
deste que não se separou durante o processo de destilação evaporou-se da mistura
com o óleo de coco enquanto esta descansava.
Pelas informações contidas na embalagem de coco ralado, de onde foi
retirada a amostra de que se fez a extração do óleo, ao final, deveríamos ter 2,4 g
de óleo de coco.
4,00 g(cocoralado )∗7,2 g(gordura)
12g (cocoralado)=2,4 g(gordur a)
É interessante trazer aqui algumas considerações feitas durante a prática. Um
fato que deve ser observado, é que a água deve entrar pela abertura (para
mangueiras) inferior do condensador, de modo que, ao se encher de água, esta o
preencha homogeneamente evitando a criação de um gradiente de temperatura
indesejado. Outra observação é que, para se ligar a manta, sobre ela já deve estar
um balão e este já deve conter líquido em seu interior, para evitar um superaque-
cimento e um possível incêndio.
2.4. CONCLUSÃO
Através da pratica realizada, podemos concluir que a destilação simples foi
um método adequado para a separação do ciclohexano do óleo de coco. Obtendo
no final do processo uma pequena quantidade de ciclohexano, que foi deixado para
evaporar, para que não houvesse perigo de queimar o óleo no final da destilação.
Podemos perceber após a evaporação podemos perceber a verdadeira quantidade
de óleo extraído.
3. SAPONIFICAÇÃO
3.1. OBJETIVOS
A realização deste ensaio objetivou a utilização do óleo de côco previamente
extraído de uma amostra na produção de sabão. O processo de saponificação
compreende a reação entre um lipídeo e um álcali, cujo produto popularmente é
chamado de sabão. Mais corretamente, o termo refere à hidrólise alcalina de uma
gordura, reação que produz um álcool e um sal de ácido. Por ser derivado de um
ácido de cadeia grande, o sabão é composto por uma cadeia longa de caráter apolar
e uma extremidade polar, originada da reação com a base. Este fato justifica a sua
propriedade desengordurante, pois a cadeia longa apolar da molécula é capaz de
interagir com uma gordura, e a extremidade polar, capaz de interagir com a água.
Interagindo várias moléculas de sabão em torno da gordura, forma-se uma miscela,
passível de solubilização em água, devido à polaridade da sua camada exterior. Os
óleos vegetais são compostos insaturados e, portanto, líquidos à temperatura ambi-
ente. Entretanto, sob aquecimento durante a destilação, a insaturação do óleo de
coco foi diminuída. O balão de fundo chato continha portanto uma gordura branca
para a realização da saponificação, após a secagem posterior à destilação.
3.2. PARTE EXPERIMENTAL
3.2.1. Materiais
2.2.1.1. Vidrarias
Balão de fundo redondo;
Béquer;
Bastão de vidro;
Funil de Buchner;
Kitasato;
3.2.1.2. Equipamentos
Chapa de aquecimento;
Balança semi analítica;
Bacia;
3.2.1.3. Reagentes
Água;
Óleo de coco;
Etanol;
NaCl;
NaOH;
3.3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Ao balão de fundo chato que continha o óleo de coco destilado, como gordura,
adicionou-se uma solução de álcool na proporção de 1:1 e levou-o a aquecimento
em banho-maria. Despejou-se o conteúdo do balão em um béquer.
2. Ao óleo dissolvido foi adicionado 0,35g de NaOH, segundo a proporção de 5g de
hidróxido para 31g de óleo, tendo-se obtido aproximadamente 2,2g de óleo de coco
da extração.
3. Em uma chapa de aquecimento, a mistura foi posta para ebulir por 20 minutos,
para que houvesse o processamento da reação.
4. Após a reação ter sido efetuada, desenvolveu-se com o produto um processo de
precipitação por uma solução concentrada de sal NaCl (salting out). Esta solução sa-
turada de sal permitiria a retirada de água do sabão além de separá-lo da glicerina.
5. Ao final desta lavagem, o béquer foi resfriado em banho de gelo para que
houvesse a precipitação do sabão.
6. O produto obtido foi finalmente filtrado e secado ao ambiente.
3.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os fatos relevantes observados durante a realização do ensaio serão aponta-
dos a seguir sob questões apresentadas em tópicos.
• Por que o óleo estava sólido?
Devido o aquecimento do mesmo durante o processo de destilação, a insatu-
ração do ácido que o compõe em sua maior parte foi diminuída, fazendo com que, o
óleo vegetal se apresentasse como uma gordura animal.
• Por que se utiliza o álcool na reação?
Para a saponificação são necessários uma base forte e um éster sobre
aquecimento. A partir dessa reação são formados o sabão (sal de ácido carboxílico)
e álcool. Portanto, o álcool adicionado tem duas funções: indicar o término da reação
(no momento que acaba o cheiro característico do álcool) e tirar possíveis impurezas
contidas na base ou no éster utilizados.
• Por que a utilização do hidróxido de sódio?
Comumente se utiliza desta base na produção de sabões sólidos, em barra.
Álcalis como o KOH são utilizados na fabricação de sabões líquidos. Entretanto, a
utilização da base é devido a reação que deve ocorrer com o ácido graxo.
• Por que a realização do processo de precipitação por sal?
O salting out é desenvolvido para que seja retirado do sabão o excesso de
água que o dissolve, permitindo assim um bom rendimento, além de separá-lo da
glicerina que também é contida pelo sistema.
• Por que resfria-se a mistura em banho de gelo?
O resfriamento é necessário para que haja a completa precipitação do sabão,
após a lavagem com a solução saturada de sal, no processo de salting out.
3.5. CONCLUSÃO
O sabão é um produto comum no cotidiano de toda casa. A produção de
sabões de forma artesanal a partir de gorduras é uma forma de reaproveitamento,
além de uma alternativa de renda para pessoas que precisam.
4. REFERÊNCIAS
http://mundoverde.com.br/blog/2010/03/19/os-beneficios-do-oleo-de-coco-para-sua-
saude/
Pré-relatórios das praticas e anotações pessoais dos alunos.