oficinas de qualificação da atenção primária à saúde em...

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Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte OficinaS dE QualificaçãO da atEnçãO PriMária à SaúdE EM BElO HOrizOntE Oficina 3 Belo Horizonte, 2010 territorialização e diagnóstico local Guia do Gerente de Projetos(tutor)/facilitador

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Escola de Saúde Pública do Estado de Minas GeraisSecretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

OficinaS dE QualificaçãO da atEnçãO PriMária à SaúdE EM BElO HOrizOntE

Oficina 3

Belo Horizonte, 2010

territorialização e diagnóstico local

Guia do Gerente de Projetos(tutor)/facilitador

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Unidade SedeAv. Augusto de Lima, 2.061 – Barro Preto – BH – MGCEP: 30190-002 – www.esp.mg.gov.brUnidade Geraldo ValadãoRua Uberaba 780 – Barro Preto – BH – MGCEP:30180-080

Tammy Angelina Mendonça Claret Monteiro Diretora Geral da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais

Thiago Augusto Campos HortaSuperintendente de Educação

Onofre Ricardo de Almeida Marques Superintendente de Pesquisa

Fabiane Martins RochaAssessora de Comunicação Social

Audrey Silveira Batista Assessor Jurídico

Nina de Melo DávelAuditora Geral

Michael Molinari AndradeCoordenador de Educação Permanente - SEDU/ESP-MG

Clarice Castilho Figueiredo Coordenadora de Educação Técnica – SEDU/ESP-MG

Tereza Cristina Peixoto Coordenadora da Pós-Graduação – SEDU/ESP-MG

Patrícia da Conceição Parreiras Coordenadora do Núcleo de Gestão Pedagógica – SEDU/ESP-MG

Carlos Haroldo Piancastelli Coordenador do Núcleo de Ações Estratégicas - SEDU/ESP-MG

Dinalva Martins Irias Eleni Fernandez Motta de Lima Virgínia Rodrigues Braga Responsáveis Técnicos/Coordenadoria de Educação Permanente - SEDU/ESP-MG

Revisão Técnico-Pedagógica: Dinalva Martins Irias Dulcinéia Pereira da Costa Poliana Estevam Nazar Patrícia da Conceição Parreiras Thiago Augusto Campos Horta

Editor Responsável: Fabiane Martins Rocha

Produção Gráfica e Impressão: Autêntica Editora

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS Rua Sapucaí, 429 – CEP: 30150-050Belo Horizonte – MGwww.saude.mg.gov.br

Antônio Jorge de Souza MarquesSecretário de Estado de Saúde de Minas Gerais

Wagner Eduardo FerreiraSecretário Adjunto de Estado de Saúde de Minas Gerais

Helidéia de Oliveira Lima Subsecretária de Políticas e Ações de Saúde

Marco Antônio Bragança de Matos Superintendente de Atenção à Saúde

Wagner Fulgêncio EliasGerente de Atenção Primária à Saúde

Fernando Santos SchneiderGerente Adjunto do Projeto Estruturador Saúde em Casa

Jorge Luiz Vieira Subsecretário de Inovação e Logística em Saúde

Juliana Barbosa e Oliveira Superintendente de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde

Aline Branco Macedo Gerente de Educação Permanente

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTEAv. Afonso Pena 2336 Funcionários - Belo Horizonte – MG – CEP:30130-007www.pbh.gov.br

Márcio Araújo de LacerdaPrefeito de Belo Horizonte

Marcelo Gouvêa TeixeiraSecretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte

Susana Maria Moreira RatesSecretária Municipal Adjunta

Fabiano PimentaSecretário Municipal Adjunto

Maria Luiza Tostes Gerente de Assistência

Janete Maria FerreiraGerente do Projeto em Belo Horizonte

ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DA ATENÇÃOPRIMÁRIA À SAÚDE:

Eugênio Vilaça MendesConsultor da Secretaria de Estado de Saúde

Maria Emi ShimazakiConsultora Técnica

Marco Antônio Bragança de MatosSuperintendente de Atenção à Saúde

Fernando Antônio Gomes LelesAssessor-chefe da Assessoria de Gestão Regional

Wagner Fulgêncio EliasGerente de Atenção Primária à Saúde

Luciana Maria de MoraesTécnica da Assessoria de Normalização

Marli NacifTécnica da Gerência de Atenção Primária à Saúde

GRUPO DE ADAPTAÇÃO DAS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃODA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde:

Adriana Lúcia MeirelesAlexandre MouraAline Mendes SilvaAmália Efigênia Froes FonsecaAndréa Ramos AlmeidaBianca Guimarães VelosoCarlos Alberto Tenório CavalcanteCláudia Roberta Barros CabralEliana Maria de Oliveira Sá Eliane Maria de Sena SilvaEvely CapdevilleHeloisa Faria de MendonçaHeloisa Maria MuzziJanete dos Reis CoimbraJúlia Carvalho Alves PerdigãoLenice Hasumi IshitaniLetícia de Castro MaiaLorena Guimarães AntoniniMaria Eliza V. SilvaMaria Imaculada Campos DrumondMax André dos SantosMilson Alves da FonsecaNeuslene Rivers QueirozNomária César de MacedoPaula Nair Luchesi SantosPaulo César NogueiraRúbia Márcia Xavier de LimaSandra Alice Pinto Coelho MarquesSandra Cristina PaulucciSerafim Barbosa dos Santos FilhoSimone PalmerSônia Gestera de MattosMaria Terezinha GariglioVanessa Almeida

Representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais:Conceição Aparecida GonçalvesLuciana Maria de Moraes

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico LocalOficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

SUMÁRIO

1. COMPETÊNCIAS............................................................................................................. 05

2. OBJETIVOS................................................................................................................... 05

3. ESTRATÉGIAS E ATIVIDADES......................................................................................... 06

4. ESTRUTURA GERAL E PROGRAMAÇÃO........................................................................ 07

1° Dia .............................................................................................................................. 08

Atividade I. Introdução e Dinâmica Inicial........................................................................08

Atividade II. Reflexão sobre as Primeiras Oficinas no Nível Local.....................................08

Atividade III. Alinhamento Conceitual sobre Informação e Diagnóstico...........................09

Atividade IV. Recortes Espaciais de Belo Horizonte: Histórico, Conceitos e Organização.......................................................................................................................14

Atividade V. As Informações Necessárias para Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte..........................................................................................................................20

Atividade VI. O Diagnóstico Local, o Distrital e o Municipal..................................................22

2° Dia .............................................................................................................................. 36

Atividade VII. Painel: Bases de Dados e Informações para a Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte..........................................................................................................................36

Atividade VIII. A Classificação das Famílias por Grau de Risco..........................................47

Atividade IX. O Percurso do ACS e o Cadastro Familiar: Operacionalização e Desenvolvimento..............................................................................................................54

Atividade X. O Plano de Trabalho para o Período de Dispersão...........................................59

Atividade XI. Avaliação da Oficina.....................................................................................62

Anexos...............................................................................................................................65

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Unidade SedeAv. Augusto de Lima, 2.061 – Barro Preto – BH – MGCEP: 30190-002 – www.esp.mg.gov.brUnidade Geraldo ValadãoRua Uberaba 780 – Barro Preto – BH – MGCEP:30180-080

Tammy Angelina Mendonça Claret Monteiro Diretora Geral da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais

Thiago Augusto Campos HortaSuperintendente de Educação

Onofre Ricardo de Almeida Marques Superintendente de Pesquisa

Fabiane Martins RochaAssessora de Comunicação Social

Audrey Silveira Batista Assessor Jurídico

Nina de Melo DávelAuditora Geral

Michael Molinari AndradeCoordenador de Educação Permanente - SEDU/ESP-MG

Clarice Castilho Figueiredo Coordenadora de Educação Técnica – SEDU/ESP-MG

Tereza Cristina Peixoto Coordenadora da Pós-Graduação – SEDU/ESP-MG

Patrícia da Conceição Parreiras Coordenadora do Núcleo de Gestão Pedagógica – SEDU/ESP-MG

Carlos Haroldo Piancastelli Coordenador do Núcleo de Ações Estratégicas - SEDU/ESP-MG

Dinalva Martins Irias Eleni Fernandez Motta de Lima Virgínia Rodrigues Braga Responsáveis Técnicos/Coordenadoria de Educação Permanente - SEDU/ESP-MG

Revisão Técnico-Pedagógica: Dinalva Martins Irias Dulcinéia Pereira da Costa Poliana Estevam Nazar Patrícia da Conceição Parreiras Thiago Augusto Campos Horta

Editor Responsável: Fabiane Martins Rocha

Produção Gráfica e Impressão: Autêntica Editora

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

1. cOMPEtÊnciaS

Ao final desta oficina, espera-se que os participantes tenham desenvolvido capacidade para:

• Aplicar os conceitos de dado, informação, território e diagnóstico na análise das condições de saúde e doença da população local.

• Analisar a relação entre os recortes espaciais por territórios e a organização da Rede de Atenção à Saúde em BH.

• Compreender a relevância do diagnóstico do território para tomada de decisões e programação das ações de saúde na Rede de Atenção Primária de Belo Horizonte.

• Caracterizar os perfis territorial-ambiental, demográfico, socioeconômico e epidemiológico da população local, sob responsabilidade das equipes de saúde.

• Relacionar a importância das bases de dados e informações do cadastro familiar para a classificação das famílias por grau de risco.

• Aplicar os conhecimentos adquiridos nesta oficina para planejar a atualização do cadastro familiar, a classificação das famílias por grau de risco, o diagnóstico local e a construção do novo modelo assistencial.

2. OBJEtiVOS

Este módulo está estruturado para alcançar os seguintes objetivos:

• Distinguir os conceitos de dado, informação, indicadores e diagnóstico.

• Relacionar os conceitos de população, território e situação de saúde e doença para a organização da Rede de Atenção Primária em Belo Horizonte.

• Apresentar o histórico da territorialização do município de Belo Horizonte, seus recortes espaciais e determinantes.

• Discutir a importância das bases de dados e informações para a construção do novo modelo assistencial.

• Caracterizar as fontes de dados, indicadores e processos necessários para a realização do diagnóstico local.

• Conhecer os perfis territorial-ambiental, social,demográfico e epidemiológico da população local, sob responsabilidade das equipes de saúde.

• Explicitar a importância do cadastro e da classificação familiar para a programação das ações pelas equipes de saúde da família.

• Demonstrar os critérios para classificação das famílias conforme o grau de risco.

• Exemplificar a classificação de uma família hipotética por grau de risco, usando o roteiro proposto.

• Planejar a atualização dos cadastros e a classificação de risco das famílias, para cada equipe de saúde da família.

• Planejar o período de dispersão.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

3. EStratÉGiaS E atiVidadES

Esta oficina apresenta as ações recomendadas para compreensão do processo de trabalho para construção do diagnóstico local e classificação de famílias, buscando a reflexão sobre o conhecimento construído no cotidiano do trabalho das equipes.

As estratégias educacionais a serem desenvolvidas têm como objetivo subsidiar os profissionais nas atividades a serem realizadas nos períodos de dispersão e durante o exercício de sua prática.

Os trabalhos de campo, realizados no período de dispersão, serão apresentados e avaliados no momento presencial da Quinta Oficina: Programação Local e Municipal.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

4. EStrutura GEral E PrOGraMaçãO

1° DIA

Horário Atividade Metodologia

8h às 9h Introdução e Dinâmica Inicial Apresentação no auditório

9h às 9h30 Intervalo

9h30 às 10h30Reflexão sobre as primeiras oficinas no nível Local

Atividades em grupo

10h30 às 12hAlinhamento conceitual sobre informação e diagnóstico

Atividades em grupo

12h às 13h30 Almoço

13h30 às 14h30Recortes espaciais de Belo Horizonte, conceitos, histórico e organização

Atividades em grupo

14h30 às 15h15As informações necessárias para a Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte.

Atividades em grupo

15h15 às 15h30 Intervalo

15h30 às 17hO diagnóstico local, o distrital e o municipal

Atividades em grupo

2° DIA

Horário Atividade Metodologia

8h às 10hBases de dados e informação para a Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte

Exposição dialogada no auditório

10h às 10h30 Intervalo

10h30 às12hA classificação das famílias por grau de risco

Atividades em grupo

12h às 13h30 Almoço

13h30 ás 15hO percurso do ACS e o cadastro familiar: operacionalização e desenvolvimento

Atividades em grupo

15h às 15h15 Intervalo

15h30 às 16h45Plano de trabalho do perído de dispersão

Atividade em grupo por distrito

16h45 às 17h Avaliação da oficina e encerramento

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

1º dia

Objetivo:

• Apresentação de uma síntese das duas primeiras oficinas e da programação da Terceira Oficina.

desenvolvimento:

• Conduzir a dinâmica inicial;

• Apresentar a síntese das duas primeiras Oficinas em Belo Horizonte;

• Apresentar a programação da Oficina 3, destacando como ela se relaciona com as duas oficinas que a precederam e com as oficinas que a sucederão.

Objetivo:

• Refletir sobre os processos ocorridos nas oficinas locais.

Desenvolvimento:

• Conduzir os participantes a uma reflexão avaliativa da situação atual após as duas oficinas anteriores a partir dos principais pontos:

» A interação entre a equipe distrital e os facilitadores;

» A interação entre o facilitador e trabalhadores;

» A realização da segunda oficina local;

» O Primeiro Seminário das Oficinas de Qualificação da Atenção Primária.

• É importante recuperar o que foi feito de relevante e como foram abordadas as possíveis dificuldades.

ATIVIDADE I – INTRODUÇÃO E DINÂMICA INICIAL

Tempo estimado: 1 hora

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

ATIVIDADE II – REFLEXÃO SOBRE AS PRIMEIRAS OFICINAS NO NÍVEL LOCAL

Tempo estimado: 1 hora

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

Objetivos:

• Diferenciar os conceitos de dado, informação e conhecimento;

• Compreender a relação entre população, território e situação de saúde e doença;

• Analisar a importância do diagnóstico do território para tomada das decisões e programação das ações.

Desenvolvimento:

• Formar um círculo com todos os participantes;

• Fazer a apresentação do texto ”De pergunta, em pergunta”;

• A partir da análise do texto,formar pequenos grupos que deverão responder às seguintes questões:

» Por que é importante fazer um diagnóstico?

» O que é diagnóstico?

» Como se faz um diagnóstico?

• Ler o texto de apoio 1 : ”Alguns conceitos envolvendo informação e diagnóstico”.

• Fazer uma síntese da discussão procurando destacar:

» As equipes já “produzem conhecimento” no seu dia a dia. Como esse conhecimento pode ser utilizado para organização do processo de trabalho das equipes?

ATIVIDADE III – ALINHAMENTO CONCEITUAL SOBRE INFORMAÇÃO E DIAGNÓSTICO

Tempo estimado: 1 hora e 30 minutos

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

TEXTO DE APOIO 1

ALGUNS CONCEITOS ENVOLVENDO INFORMAÇÃO E DIAGNÓSTICO1

Após a realização das duas primeiras oficinas, estamos começando hoje a nossa terceira. Na primeira, nós discutimos a Atenção Primária à Saúde (APS) e fizemos uma avaliação de como está nossa Rede SUS, em BH. Fizemos também um plano para o fortalecimento da nossa APS.

Na segunda oficina, fizemos uma discussão de Rede Assistencial de Saúde. Discutimos os fundamentos para organização dessa rede e seus elementos constituintes, que, como vimos, são três: a população; os pontos de atenção e o modelo. Ao falarmos de modelo, nos referimos a outra lógica de funcionamento dessa rede, ou seja, discutimos um modo ideal de funcionamento.

Nessa oficina, vamos começar a “botar a mão na massa”, no sentido de operar com essa proposta de modelo. Para isso, vamos começar fazendo um diagnóstico da população da área de abrangência de cada Centro de Saúde.

Por que precisamos fazer isto? Porque nós dissemos que o primeiro elemento da Rede é a população, e, para planejarmos e programarmos nossa ação, a fim de cuidarmos dela, precisaremos conhecê-la bem.

Para fazer o diagnóstico introduziremos alguns conceitos básicos relacionados a esse tema.

Para início de conversa, o conceito de terrítorio. Ao nomearmos um território, quer seja território-área de abrangência, território-município ou território-distrito sanitário, fazemos um recorte, uma fronteira, a borda que o separa de outros territórios e, também, definimos um primeiro elemento dessa ideia: todo território tem... um agente, uma autoridade, no caso autoridade sanitária (individual ou coletiva), responsável por ele ( Distrito Sanitário Pampulha, área de abrangência do Centro de Saúde Itamaraty ou área de responsabilidade da equipe amarela, por exemplo).

Cabe a essa autoridade sanitária, dentro desse recorte territorial, reconhecer a dinâmica da população que ali habita e aqui está o segundo elemento do território. As relações inseparáveis entre objetos geográficos naturais e sociais (rios, planícies, morros, conjuntos habitacionais, pontes, rodovias, entre outros) e a vida que os preenche, relações mediadas pelo trabalho e pela técnica, produzem “espacialidades” que definem formas próprias de viver, com riscos e formas de proteção, próprios de grupos sociais que habitam em áreas com as quais estabelecem relações específicas.

Assim, o território, enquanto processo, é a articulação desses fatores: a dinâmica das relações, o limite geográfico e uma “autoridade sanitária” que pretende apreender essa dinâmica e intervir. O diagnóstico local aponta para essa dinâmica territorial, para relações que produzem eventos

1 Texto elaborado por Max André e colaboradores. Max André é médico sanitarista, integrante da Equipe do Centro de Educação em Saúde da SMSA e do Grupo de Condução das Oficinas de Qualificação da Atenção Primária em Belo Horizonte.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

(nascimentos, adoecimentos, mortes) e recursos (associações, relações de solidariedade, equipamentos sociais) a serem apreendidos e abordados por uma autoridade sanitária.

Um segundo conceito importante é o diagnóstico. Se desmembrarmos a palavra, temos que dia + gnóstico. “Dia” significa “através de” e “gnóstico” vem de “gnoses” que significa “conhecimento”. Portanto, diagnóstico, literalmente, pode ser entendido por “através do conhecimento”. Ou seja, estamos falando de uma ação baseada em um conhecimento.

Para exemplificar: quando vamos a um médico, antes de ele fazer um tratamento, ele faz um diagnóstico, ou seja, ele precisa conhecer bem seu paciente, seus sintomas e sinais e conhecer a doença para que ele possa propor um tratamento (ação).

No caso da equipe de saúde da APS trata-se da mesma coisa. É preciso conhecer a população, quais são suas condições de saúde e os riscos, para planejar e programar a ação.

Podemos representar o que acabamos de falar com um esquema:

CONHECIMENTO DECISÃO AÇÃO

Nesta oficina, vamos tratar do diagnóstico, para que, em uma próxima (5ª. Oficina), tratemos de programação.

Prosseguindo na nossa conversa sobre diagnóstico, vamos nos perguntar, agora: como fazer para produzir esse conhecimento?

O conhecimento é produzido a partir de informações, e estas, por sua vez, são produzidas a partir dos dados.

O que são informações? Podemos dizer que a informação é um dado interpretado.

É um dado para o qual nós damos importância e significado.

A informação somente será útil quando for usada para produzir um conhecimento sobre uma situação, com a finalidade de decidirmos o que fazer.

O dado, por sua vez, como o próprio nome diz, está dado. Ele está presente na situação. É a partir dele que a informação é produzida. Assim, podemos dizer que o dado é a matéria-prima da informação. O dado, para se transformar em informação, deverá ser tomado por um sujeito, individual ou coletivo, que, ao dar-lhe significado e sentido, o transforma numa informação.

Por exemplo, suponhamos que você esteja interessado numa mulher ou num homem. Ao perceber uma aliança na sua mão esquerda (dado), pode e deve interpretar esse dado, dizendo para si mesmo que a outra pessoa é casada (informação). A partir daí, considerando seus valores e suas experiências (conhecimento), você irá decidir o que fazer...

É importante chamar a atenção para o fato de que perceber esse dado,

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

produzir a informação e o conhecimento aconteceram a partir de seu interesse naquela pessoa. Se ele não estivesse presente, provavelmente, você nem perceberia a aliança na mão esquerda dela.

Podemos, agora, ampliar nosso esquema anterior, incluindo os dados e a informação.

TERRITÓRIO

DADO

INFORMAÇÃO

CONHECIMENTO (DIAGNÓSTICO)

DECISÃO

PROGRAMADA

SAÚDE

Ao iniciarmos um diagnóstico, devemos nos perguntar o que queremos e precisamos saber. A partir daí, deve-se escolher as informações necessárias para dar respostas àquilo que queremos saber. E, a partir das informações selecionadas, definem-se quais os dados necessários para produzir essas informações e quais as fontes que vamos usar para obtermos estes dados.

É assim que funciona: para cuidarmos da saúde da população de nossa área de abrangência, temos que produzir ações de saúde efetivas, e para produzir essas ações temos que fazer uma boa programação, e para fazer esta programação temos que fazer um bom diagnóstico. Para isso, precisamos de dados e informações.

No caso específico desta oficina, para fazermos nosso diagnóstico, precisamos de dois tipos de informações (produtos). Primeiro, a classificação de risco das famílias e, segundo, uma linha de base com informações e indicadores sobre a situação de risco e condições de saúde dos usuários.

Para produzir essas informações, nós iremos trabalhar com diferentes fontes de dados.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

No caso da classificação de risco das famílias, vamos trabalhar com o cadastro familiar, pois ele deverá ser uma de nossas fontes de dados. Antes disto, é preciso, saber se a área de abrangência dos Centros de Saúde, das Equipes de Saúde da Família (ESF) e as microáreas dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) estão devidamente definidas e atualizadas. Para tanto, vamos rediscutir nosso processo de territorialização, entender como ele foi feito, como está atualmente e se há necessidade de redefinição de áreas. Esse processo permitirá aos Centros de Saúde conhecer as famílias a serem cadastradas.

Finalmente, para se elaborar a linha de base, trabalharemos com indicadores. Aqui cabe uma pergunta: o que são indicadores?

Indicador é um tipo de informação que tem uma característica diferente das outras informações: ele tem a capacidade de indicar alguma coisa que queremos avaliar.

Por exemplo, se colocamos a mão na testa de uma criança e percebemos que ela está quente, significa que esse dado é um indicador de febre. Se tomarmos um termômetro, medirmos a temperatura e constatarmos que a criança está com 38 graus, isso nos indica que, muito provavelmente, ela está com febre. Assim, podemos dizer que a temperatura é um indicador da febre.

Da mesma forma, podemos eleger indicadores para avaliar a situação de saúde de uma população, por exemplo, a mortalidade infantil. Ela nos indica que, quanto maior a mortalidade infantil, pior o nível de saúde de uma população.

Podemos também escolher indicadores para medir a qualidade de um serviço de saúde ou da APS. Por exemplo, a cobertura vacinal das crianças de uma área de abrangência.

Assim, podemos entender o diagnóstico como uma forma de avaliação, e para avaliarmos precisamos de indicadores. Mas apenas os indicadores não bastam, pois precisamos também de parâmetros para saber se nossa situação está muito ou pouco fora do nível desejado.

Por exemplo, no caso da criança, sabemos que a temperatura normal está entre 36 e 37 graus (parâmetro) (senão não teríamos como saber se ela está ou não com febre, não é mesmo?).

Outro exemplo: se vamos iniciar uma dieta para emagrecer, é desejável que se faça uma boa avaliação da situação inicial. Para isso, um bom indicador é o peso, obviamente. Ao pesar e constatar que estamos com 80 quilos temos uma indicação, porém, isso não é suficiente.

Por outro lado, se sabemos que uma pessoa da nossa idade e com nossa altura deveria estar pesando 70 quilos (parâmetro), aí sim temos uma boa indicação do nosso problema, porque saberemos que estamos 10 quilos acima do peso esperado e saberemos que programação fazer para perdermos esses quilinhos a mais.

Finalizando, resumidamente, ao iniciarmos esta oficina de diagnóstico, pretendemos apresentar neste pequeno texto, à guisa de introdução,

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

alguns conceitos básicos que julgamos necessários: dados, informação, indicadores e diagnóstico.

Objetivos:

• Compreender o histórico da territorialização em Belo Horizonte;

• Identificar os recortes espaciais do município e seus determinantes;

• Analisar a relação entre os recortes espaciais e a organização da Rede de Atenção à Saúde em BH.

Desenvolvimento:

• Formar um círculo com todos os participantes;

• Construir com os participantes a história de territorialização de Belo Horizonte, utilizando tarjetas e destacando os seguintes aspectos:

» Como os territórios foram construídos, e a partir de quando?

» Quais os determinantes dos recortes espaciais do município?

• Sintetizar os principais conceitos do grupo;

• Orientar a leitura do texto de apoio 2: “ Os territórios de saúde em Belo Horizonte”.

ATIVIDADE IV – RECORTES ESPACIAIS DE BELO HORIZONTE: HISTÓRICO, CONCEITOS E ORGANIZAÇÃO

Tempo estimado: 1 hora

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

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Orientações• As perguntas desta atividade per-

mitem analisar como se dá o atual processo de territorialização no município e conferir se a forma atual de trabalho está de acordo com o referencial.

• Após o relato dos grupos, faça uma síntese final, indicando os pontos fundamentais da territorialização em BH. As principais questões discutidas nesta atividade serão remetidas ao Painel: Bases de Da-dos e Informação para a Atenção Primária em Belo Horizonte.

• Nesta atividade e nas próximas é importante que o tutor/facilita-dor consiga estabelecer uma liga-ção com os assuntos das oficinas anteriores (por exemplo: O diag-nóstico do território dos Centros de Saúde já começou a ser feito a partir da Análise da APS na Oficina I. A população é um dos elementos constitutivos das redes de atenção - Oficina II).

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

TEXTO DE APOIO 2

OS TERRITÓRIOS DE SAÚDE EM BELO HORIZONTE2

Belo Horizonte foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897, planejada para ser uma capital moderna, centro do poder do Estado de Minas Gerais. O projeto urbanístico previa em sua organização três setores: a área urbana, limitada pela Avenida do Contorno, com traçado moderno, terrenos amplos, infraestrutura completa, espaço para empresários, políticos, executivos e, também, para o aparelho de apoio a esses cidadãos; a área suburbana, com traçados e urbanização bem mais flexíveis, destinada à futura expansão da cidade, que serviria de residência para os “homens comuns”; e a área rural, reservada para ser o cinturão verde da cidade.

Desde os primórdios não se levou em conta a necessidade de uma política pública de habitação e ocupação do solo voltada para o desenvolvimento de toda a cidade. Os sucessivos governos preservaram a área central, permitindo que, nas demais, a expansão se realizasse de forma desordenada. Assim, ao longo das décadas, dezenas de loteamentos passaram a ser comercializados na área suburbana, depois na área rural e, com a industrialização, também no entorno, abrindo caminho para a metropolização.

Nos anos 1980, com o processo de industrialização consolidado, registrava-se uma trágica estatística: um em cada quatro habitantes de Belo Horizonte morava em vilas e favelas. A industrialização, além de não desempenhar um papel transformador, consolidou as diferenças na ocupação do espaço urbano da capital.

Ao final dos anos 1980, inicia-se uma série de políticas públicas que buscava a inversão de prioridades na capital: maiores investimentos onde se encontravam as maiores necessidades; uma nova formulação de ações e uma nova dinâmica de governo que estimulasse a participação popular e a democratização das políticas sociais.

No setor saúde, isso significou o alinhamento com o Sistema Único de Saúde (SUS), recém-legalizado na Constituição de 1988, que tinha como estratégia principal a “municipalização”. A municipalização aqui é entendida como a transferência para o município do poder de gestão dos serviços de saúde, até então centrado nos órgãos estaduais e federais sediados no seu território, e a construção de um novo modelo de atenção à saúde.

Foram definidas uma série de políticas públicas de saúde que deslocaram o eixo de alocação dos recursos públicos para ampliação da cobertura da atenção à saúde e da busca da “equidade”. Essa nova lógica admitia que a história da formação da cidade havia criado espaços onde existiam grupos sociais com diferenças importantes no acesso aos serviços de saúde, configurando perfis epidemiológicos e problemas de saúde diferentes.

Tendo, então, como ponto de partida a base territorial/populacional com o enfoque de risco epidemiológico, deu-se início ao processo de

2 Texto construído a partir do Documento “SUS-BH: Cidade Saudável: Plano Macro-estratégico - Secretaria Municipal de Saúde Belo Horizonte 2009-2012”, Mimeo, SMSA/PBH, 2009

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

“Territorialização” ou “Distritalização” da Saúde em Belo Horizonte. A territorialização vem sendo utilizada como estratégia geral para construção do modelo de atenção à saúde em Belo Horizonte desde 1989.

Esse processo entende que a inserção espacial de uma população em dado território resulta de diferentes processos econômicos e produtivos e conduz a diferenças marcantes nas condições de vida e morte e também nas suas formas de organização e recursos desenvolvidos. Ou seja, considera que, numa determinada sociedade e num dado momento, existem processos que podem melhorar ou deteriorar o estado de saúde das pessoas, conforme a ação sobre os fatores que lhe são determinantes.

Para isso, fez-se necessária a construção de uma nova resposta aos problemas de saúde, referenciada pelo conceito ampliado de saúde, para além da ausência de doença. Essa nova prática sanitária vem sendo denominada “vigilância à saúde” e é composta de três eixos: o território, os problemas de saúde e a intersetorialidade, segundo Mendes, 19933.

O conceito de território é bastante complexo e vem sendo trabalhado por diferentes correntes da geografia e de outras ciências. O território pode ser definido como “um espaço em permanente construção, produto de uma dinâmica social em que se tensionam sujeitos sociais colocados em situação, na arena política” (Mendes, 1993, p. 166). Essa concepção do “território-processo” transcende a sua redução à superfície-solo e às suas caraterísticas geofísicas, para instituir-se como um espaço em permanente construção.

Em Belo Horizonte, o “Território-Município” foi dividido em nove Distritos Sanitários, correspondendo às áreas administrativas da Prefeitura, as Secretarias de Administração Municipal Regional. Ou seja, a área de cada Secretaria Regional coincide com o território de cada Distrito Sanitário, que engloba todos os equipamentos de saúde ali existentes, incluindo os serviços contratados e conveniados. Um Distrito Sanitário pode configurar um “Subsistema local de saúde”.

O “Território-Distrito” por sua vez, é dividido em Áreas de Abrangência dos Centros de Saúde, compostas por um conjunto de setores censitários contíguos. A definição das áreas de abrangência, que cobre toda a população do município, também foi feita a partir de 1989, como parte do processo de “Territorialização”, e sofre atualizações anuais ou quando da construção de novos Centros de Saúde.

A partir de 1998, a Secretaria Municipal de Saúde construiu um indicador composto denominado IVS: Índice de Vulnerabilidade à Saúde, conhecido como “Indicador de Risco”. Esse índice associa indicadores de base populacional do IBGE, tais como moradia e renda, com indicadores da saúde. Esse Índice foi revisado em 2003, a partir das informações do Censo do IBGE 20004.

O valor final do IVS varia entre zero e um e é aplicado em cada setor censitário do município. Como expressa um atributo negativo – a vulnerabilidade saúde de uma população –, quanto maior seu valor,

3 No contexto desse texto os termos “Vigilância à Saúde”, “Vigilância da Saúde” e “Vigilância em Saúde” serão usados como sinônimos, apesar das questões e debates conceituais envolvidas nesse campo do saber.4 Mais informações sobre o IVS podem ser obtidas na Intranet da SMSA no endereço: http://intranet.smsa.pbh (Biblioteca).

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

pior a situação da população naquele setor censitário, ou seja, mais vulnerável para adoecer e morrer. Através do IVS 2003 foram definidas quatro categorias de risco de adoecer e morrer no município: risco baixo (28,0% da população), risco médio (38,0% da população), risco elevado (27,0% da população) e risco muito elevado (7,0% da população).

FIGURA 1: Distribuição dos setores censitários, segundo o Índice de Vulnerabilidade à

Saúde, Belo Horizonte, 2003.

Esse índice foi utilizado para toda a reordenação e reafirmação do SUS-BH, nos últimos anos, direcionando a implantação da Estratégia de Saúde da Família a partir de 2002, que cobre atualmente as populações de risco médio, elevado e muito elevado.

Com a implantação das Equipes de Saúde da Família, dois novos recortes espaciais foram feitos: a Área de atuação da ESF, um conjunto de setores censitários dentro da respectiva área de abrangência, e as Microáreas, um conjunto de moradias de responsabilidade de cada ACS.

A partir de agora um novo olhar sobre essas famílias será construído, classificando-as por grau de risco. Essa classificação leva em conta o próprio IVS e a inserção no Programa Bolsa Família como fatores de risco socioeconômicos e as condições de saúde como critérios clínicos. A classificação tem como objetivo o direcionamento dos esforços e recursos das equipes, tais como frequência de visitas domiciliares e de atendimento buscando o princípio da equidade5.

A Figura 2, a seguir, apresenta uma síntese dos territórios de saúde em Belo Horizonte. Essa divisão territorial foi associada ao Índice de Vulnerabilidade à Saúde (IVS), conforme apontado anteriormente.

5 A classificação de famílias por grau de risco é objeto da Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local e é apresentada em detalhes na Atividade VIII.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

FIGURA 2: Territórios de Saúde no SUS-BH

É importante ressaltar que todos os recortes são conjuntos de setores censitários, com exceção da microárea. Ou seja, ao desenhar o território dos distritos sanitários, das áreas de abrangência e das áreas de equipe, são respeitados os limites dos setores censitários. Esse determinante foi importante por permitir, ao longo do tempo, a compatibilização dos dados do IBGE com os Sistemas de Informação em Saúde, próprios e nacionais.

Quanto às microáreas, o limite de setor censitário pode ser rompido e/ou ultrapassado. Entretanto, o conjunto de microáreas de uma equipe deve corresponder ao conjunto de setores censitários daquela equipe.

Quanto à cobertura assistencial, à população de Baixo Risco está sendo proposto o mesmo Índice (IVS 2003) para caracterizar melhor a vulnerabilidade dessa população.

Assim, os setores censitários classificados com Baixo Risco (826 setores em todo o município) serão também estratificados em subcategorias.

Para a população do Baixo Risco residente nos setores mais vulneráveis propõe-se um cadastramento universal sob a forma de um “mutirão”.

Os profissionais a serem envolvidos nesse mutirão serão alocados especialmente para essa tarefa, podendo ser de categorias profissionais distintas, tais como estagiários ou auxiliares administrativos. O cadastro terá o mesmo instrumento e metodologia do Censo BH Social, que cobre as outras categorias de risco (médio, elevado e muito elevado). A partir

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

do cadastramento, do conhecimento do perfil epidemiológico e da classificação por grau de risco das famílias serão definidos o número e a composição das Equipes de Saúde da Família (ESF) necessárias.

Para a população do Baixo Risco residente nos setores menos vulneráveis a estratégia será diferente. A população-alvo desses setores será identificada por meio de dois determinantes: famílias residentes em domicílios de risco ou famílias/indivíduos que já utilizam a Atenção Primária do SUS-BH. São exemplos de domicílios de risco: idosos morando sozinhos, família com alguma criança desnutrida ou inserida no Programa Bolsa Família, entre outros.

As famílias identificadas serão cadastradas por um ACS, em um modelo semelhante ao PACS.6 O cadastro terá o mesmo instrumento e metodologia do Censo BH Social, que cobre as outras categorias de risco. A partir do cadastramento, do conhecimento do perfil epidemiológico e da classificação por grau de risco dessas famílias serão definidos o número, a composição e o formato das ESF necessárias para cobertura dessa população.

REFERêNCIAS

ALMEIDA FILHO, Naomar. O conceito de saúde: ponto cego da epidemiologia. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2000, v. 3, n. 1-3.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde: Redes de Atenção à Saúde. Belo Horizonte, 2008, ESP-MG.

MENDES, Eugênio Vilaça et al. Distrito Sanitário. O processo social de mudanças das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo: Hucitec, 1993.

MENDES, Eugênio Vilaça et al. A organização da saúde no nível local. São Paulo: Hucitec, 1998.

MENDES, Eugênio Vilaça et al. Os sistemas de serviços de saúde: o que os gestores deveriam saber sobre as organizações complexas. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002.

NAJAR, Alberto Lopes (Org.). Saúde e espaço: estudos metodológicos e técnicas de análise. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.

ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD/ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD (OPS/OMS). Redes Integradas de Servicios de Salud: Conceptos, Opciones de Política y Hoja de Ruta para su Implementación en las Américas, Washington OPS/OMS, 2008.

REIS, Afonso Teixeira et al. Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte. Reescrevendo o Público. São Paulo: Xamã VM, 1997.

SILVA, Sílvio Fernandes (Org.). Redes de Atenção à Saúde no SUS: o pacto pela saúde e

6 O Programa de Agentes Comunitários de Saúde é hoje considerado parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este pode ser considerado um programa de transição para a Saúde da Família. No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/atencaobasica.php

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

redes regionalizadas de ações e serviços de saúde. Campinas, IDISA: CONASEMS, 2008.

STARFIELD, Bárbara. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília, UNESCO/Ministério da Saúde, 2002.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE. 2º Seminário da Atenção Básica do SUS-BH. Avanços, perspectivas e desafios do novo modelo em Belo Horizonte. Belo Horizonte, Livro de Resumos, Secretaria Municipal de Saúde, 2007.

TURCI, Maria Aparecida (Org.) Avanços e desafios na organização da Atenção Básica à Saúde em Belo Horizonte. Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte: HMP Comunicação, 2008.

Objetivos:

• Identificar fontes, dados e informações necessárias para a construção do diagnóstico local;

• Identificar os principais indicadores para cada ciclo de vida ou condição sistêmica;

• Discutir a necessidade de levantamento de dados/informações para construção dos diagnósticos.

Desenvolvimento:

• Formar grupos. Escolher um coordenador e um relator;

• Dividir os grupos por ciclo de vida e/ou condição sistêmica: criança, adolescente, gestante, adulto, idoso;

• Cada grupo deverá discutir e preencher a Matriz 1, apresentando de um a três indicadores escolhidos por ciclo de vida que poderiam compor o diagnóstico local;

• Socializar com todo o grupo os indicadores apresentados, retomando os conceitos: dado, informação, indicador, conhecimento e diagnóstico;

ATIVIDADE V – AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE

Tempo estimado: 45 minutos

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

Objetivos:

• Conhecer o roteiro para o diagnóstico e monitoramento local, o distrital e o municipal;

• Discutir a forma de obtenção de dados para construção dos diagnósticos;

• Compreender as principais ações necessárias para construção dos diagnósticos.

Desenvolvimento:

• Recuperar a divisão dos grupos realizada na atividade anterior ciclo de vida ou condição sistêmica;

• Ler o texto de apoio 3: ”Roteiro para o diagnóstico local, distrital e municipal”;

• Analisar a Matriz 2: Diagnóstico Local;

• Relatar na coluna 6 os comentários ou as observações relevantes pertinentes a cada indicador;

• Preencher a matriz, socializar com o grupo os resultados, construindo uma síntese da turma.

TEXTO DE APOIO 3

ROTEIRO PARA O DIAGNÓSTICO LOCAL, DISTRITAL E MUNICIPAL7

O Diagnóstico Local reúne as principais informações para que as equipes de saúde conheçam o território e a população residente sob a sua responsabilidade. Por isso é de fundamental importância para que a equipe possa programar as ações de saúde, monitorar as suas ações e, a seguir, avaliar o impacto destas ações na situação de saúde.

A partir do conjunto de informações construídas por cada um dos Centros de Saúde, será construída a situação de saúde dos Distritos Sanitários e do município: os Diagnósticos Distritais e Municipal. Para os Diagnósticos Distritais e Municipal, além do perfil construído pelos Centros de Saúde, serão acrescidas outras informações coletadas no nível distrital e no municipal.

7 Adaptado do Manual da APS. SES de Minas Gerais, 2007 (no prelo)

ATIVIDADE VI – O DIAGNÓSTICO LOCAL, O DISTRITAL E O MUNICIPAL

Tempo estimado: 1 hora e 30 minutos

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

RESULTADOS ESPERADOS:

Conhecer o perfil demográfico, social epidemiológico e assistencial por ciclo de vida nos diversos recortes espaciais do município de Belo

Horizonte. Objetivos:

A Matriz 2: Diagnóstico Local apresenta um cardápio de indicadores para a Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte. Os indicadores epidemiológicos e assistenciais foram organizados por ciclo de vida ou condição sistêmica e classificados por tipo: monitoramento, programação e diagnóstico.

Esse cardápio será a base para a discussão sobre Monitoramento e Contrato de Gestão (Oficina 6). Os indicadores classificados como “Programação” serão a base informacional para a quinta Oficina (Programação Local e Municipal), e os indicadores classificados como “Diagnóstico e Monitoramento” serão abordados também na Oficina de Vigilância em Saúde.

O SIS-REDE e os outros Sistemas de Informação da SMSA estão recebendo os ajustes necessários para a construção da base de dados para esse cardápio de indicadores.

OPERACIONALIZAÇÃO:

1- DIAGNÓSTICO LOCAL

Fase preparatória:

• As Oficinas Locais, encontro de toda a equipe, são o momento oportuno para apropriação e organização do processo de diagnóstico local:

• Significado e objetivo do diagnóstico local;

• Importância do diagnóstico local para a programação das ações das equipes na sua área de responsabilidade.

• Definir os responsáveis e o cronograma de cada etapa.

Fase de levantamento de dados:

• A Matriz 2 apresenta os dados e as fontes necessários para cada indicador. Os dados deverão ser organizados por área de abrangência do Centro de Saúde, desagregando-os por Equipe de Saúde da Família sempre que possível.

• Como atividade da fase de dispersão da Terceira Oficina, a equipe de cada Centro de Saúde deverá conduzir, com apoio da equipe distrital, o levantamento dos dados existentes: Sistemas de Informação Epidemiológicos (SIM, SINASC, SINAN), SISREDE (Prontuário Eletrônico, antigo Saúde em Rede) ou Formulários de Produção (Fênix), entre outros;

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

• Coletar os dados de forma processual, seguindo a Matriz 2, com destaque para os indicadores de programação, como preparação para a quinta oficina que acontecerá ao final de junho de 2010.

Fase de análise e apresentação do diagnóstico:

• Durante o processo, realizar encontros com toda a equipe do Centro de Saúde para apresentação e discussão dos dados coletados.

• Comparar os dados com os parâmetros existentes e analisá-los.

• Ao final, elaborar um relatório do diagnóstico local da área de abrangência do Centro de Saúde.

• O diagnóstico deverá ser discutido e conduzido de forma conjunta com o Distrito Sanitário correspondente, que o utilizará na elaboração do diagnóstico distrital.

2- DIAGNÓSTICO DISTRITAL

Fase de levantamento de dados distritais:

• A partir dos produtos construídos pelas equipes de saúde dos Centros de Saúde, elaborar processualmente os indicadores que irão compor o diagnóstico distrital.

• A maioria dos dados requeridos para o Diagnóstico Distrital correspondem à somatória dos dados dos diagnósticos locais das equipes de saúde. Outros dados devem ser acrescidos a partir dos sistemas de informação e de outros registros.

• Os dados deverão ser organizados seguindo os perfis territorial, social epidemiológico e assistencial, considerando o território do distrito e as áreas de responsabilidade das unidades de saúde.

Fase de análise e apresentação dos dados:

• Durante o processo, realizar encontros com a equipe distrital, envolvendo as diversas gerências, para apresentação e discussão dos dados coletados.

• Comparar os dados com os parâmetros existentes e analisá-los.

• Elaborar um relatório do diagnóstico distrital de saúde. Apresentar o resultado para os demais técnicos da Secretaria Regional e para o Conselho Distrital de Saúde.

3- DIAGNÓSTICO MUNICIPAL

Fase de levantamento de dados municipais:

• A partir dos produtos construídos pelos Distritos Sanitários, elaborar processualmente os indicadores que irão compor o diagnóstico municipal.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

• A maioria dos dados requeridos para o Diagnóstico Municipal correspondem à somatória dos dados dos diagnósticos distritais. Outros dados devem ser acrescidos a partir dos sistemas de informação e de outros registros.

• Os dados deverão ser organizados seguindo os perfis territorial, social epidemiológico e assistencial, considerando o território total do município.

Fase de análise e apresentação dos dados:

• Comparar os dados com os parâmetros existentes.

• Apresentar e discutir os dados coletados com o Colegiado Gestor da SMSA.

• Elaborar um relatório do diagnóstico situacional de saúde do município.

Orientações• Reforçar aos participantes que

essas atividades propõem uma série de ações que buscam cum-prir os objetivos das Oficinas de Qualificação da Atenção Primá-ria em Belo Horizonte e, por isso, são consideradas essenciais a todo o processo.

• A aplicação desses instrumentos pelas equipes dos Centros de Saúde é fundamental, pois com-pletará o diagnóstico e o conhe-cimento da situação de saúde no nível local.

MATRIZ 2-A

MATRIZ 2-B

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

2º dia

Objetivos:

• Abordar a configuração dos diversos bancos de dados existentes na SMSA-BH;

• Discutir avanços e desafios dos sistemas de informação da SMSA-BH, a partir do trabalho cotidiano das equipes dos Centros de Saúde;

• Compreender a importância das bases de dados e informações para a construção do novo modelo assistencial;

• Apresentar as propostas para qualificação das bases de dados e informações para a Atenção Primária em Belo Horizonte.

Desenvolvimento:

• No painel haverá a exposição dialogada de um ou dois representantes do nível local, um representante do nível distrital e um representante do nível central (GTIS, GEEPI ou Gerência de Planejamento);

• Cada apresentador terá 20 minutos para apresentação do tema e deve ser reservado 40 a 60 minutos para discussão com os participantes;

• Ler o texto de apoio 4: “Os sistemas de informação em saúde (SIS) e a incorporação de tecnologia da informação (TIS) em Belo Horizonte”.

ATIVIDADE VII – PAINEL: BASES DE DADOS E INFORMAÇÕES PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE

Tempo estimado: 2 horas

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

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TEXTO DE APOIO 4

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) E A INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO (TIS) EM BELO HORIZONTE8

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define um Sistema de Informação de serviços de saúde como aquele cujo propósito é selecionar os dados pertinentes a esses serviços e transformá-los na informação necessária para o processo de decisões, próprio das organizações e dos indivíduos que planejam, administram, proveem, medem e avaliam os serviços de saúde.

O sistema que produz a informação intervém em três grandes setores: onde se originam os dados, onde são processados e onde são avaliados.

O objetivo é chegar a conclusões sobre o grau de aproximação das atividades executadas com os parâmetros de referência existentes, para que se possa tomar a decisão mais apropriada. Na prática, fica muito difícil delimitar o campo das informações em saúde. Adotando o conceito ampliado de saúde, também devem ser entendidas e consideradas informações em saúde, aquelas acerca de alimentação, moradia, saneamento, etc., ou seja, acerca das condições de vida e trabalho. Entretanto, ao longo das últimas décadas, observou-se que as instituições responsáveis pelos cuidados de saúde trabalham com informações que partem dos registros de dados vinculados à presença ou ausência de doenças. Essa evolução é objeto da próxima seção, que se inicia a seguir.

Um pouco da história dos SIS no Brasil

A estruturação da área de saúde no País levou à criação de SIS com características diferentes: de um lado os sistemas com características epidemiológicas e, de outro, os sistemas vinculados à produção de serviços.

Essa divisão pode ser relacionada aos dois “blocos” predominantes vinculados à área de saúde:

(1) o antigo Ministério da Previdência Social (MPAS)/INAMPS, que estruturou seus sistemas de informações norteado por uma lógica contábil, quantitativa e centralizadora, elegendo como evento básico de interesse o procedimento médico;

(2) o Ministério da Saúde, que ao longo de sua história organizou os sistemas de informação com uma racionalidade campanhista, criadora de “programas” verticalizados, voltados para determinados agravos ou grupos de risco (Moraes, 1994).

8 Texto organizado por Sibele Ferreira, Salime Hadad, Neuslene Rivers, Sandra Mitraud e Janete Ferreira, Equipe da Gerência de Tecnologia da Informação em Saúde – GTIS e do Grupo de Condução das Oficinas de Qualificação à Atenção Primária em Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte SMSA-BH

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Ou seja, a lógica prevalecente nos SIS é fruto da própria estruturação e evolução histórica da organização das políticas públicas de saúde no País.

Para aprofundar esse entendimento, é fundamental conhecer as origens dessa lógica, na tentativa de compreender os determinantes do atual estrutura informacional do setor saúde.

A década de 1970 foi um momento histórico de industrialização veloz, com pesados investimentos estatais, urbanização acelerada e elevada concentração de rendas. Esse cenário aumentou a capacidade de arrecadação e financiamento do sistema previdenciário e salientou a necessidade de acesso aos serviços de saúde.

Inicia-se a implantação do modelo médico-assistencial-privatista, o “Plano de Pronta Ação (PPA)”, de 1974, que propõe a utilização de toda a capacidade instalada, tanto pública quanto privada, a contratação de praticamente todos os leitos assistenciais, e de laboratórios e outros serviços de diagnose e terapia.

Em decorrência, surge a necessidade de um controle mais apurado das contas apresentadas por essa rede hospitalar, na tentativa de acompanhar financeiramente os serviços prestados.

É realizado o primeiro esboço de Sistema de Informação em Saúde articulado nacionalmente, sob a responsabilidade do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS/INAMPS), com o objetivo de subsidiar o sistema de pagamento das contas hospitalares. Em 1976/77 é criado o Sistema Nacional de Controle e Pagamento de Contas Hospitalares (SNCPCH), tendo como instrumentos de acompanhamento e controle a Guia de Internação Hospitalar (GIH), futuramente denominada Autorização de Internação Hospitalar (AIH), e a Tabela de Honorários Médicos para os atos profissionais, cujos valores eram expressos em unidades de serviço (US).9

Esse sistema, pioneiro dentro do arcabouço institucional do MPAS/INAMPS, passa a coexistir com outras informações relativas ao setor saúde originada de registros nacionais de saúde e censos estatísticos em execução desde 1948, sob a responsabilidade do IBGE.

Nesse mesmo período, o Ministério da Saúde realiza a 1a. Reunião Nacional sobre Sistemas de Informação em Saúde, em Brasília de 17 a 21 de novembro de 1975 sobre três temas: 1) a situação das informações em saúde no Brasil; 2) perspectivas para o futuro e 3) o modelo para o subsistema de informações sobre mortalidade.

É estabelecido o documento padrão para a Declaração de Óbito (DO) para todo o País e criado o Subsistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Aprovado o modelo único de declaração de óbito e declaração de óbito fetal (implantado em 1976).

9 Cumpre ressaltar que, no SNCPCH, a própria unidade prestadora comunicava o volume de serviços executados, independentemente de avaliação de capacidade operacional, recursos tecnológicos e humanos e de adequação da área física. Portanto, essa forma de pagamento, baseada nas US, não permitiu um controle do volume de recursos gastos com uma unidade assistencial prestadora de serviços, como será discutido adiante.

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O primeiro Subsistema de mortalidade foi elaborado com a colaboração da Faculdade de Saúde Pública/USP, da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, da Divisão Nacional de Epidemiologia/MS e da Fundação SESP/MS.

Nessa mesma década, o Ministério da Saúde cria o Núcleo de Informática da Secretaria Geral com a missão de desenhar e implementar o Sistema de Informações de Saúde (SIS). Ainda em 1967, com o objetivo de realizar a avaliação dos níveis de saúde da população e a coordenação e supervisão das ações de vigilância epidemiológica, em todo o território nacional, o Ministério da Saúde estrutura o Sistema Nacional de Informações para a Vigilância Epidemiológica, que foi o precursor do atual Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

A década de 1980 é caracterizada pelo exacerbamento das contradições do modelo médico-assistencial-privativista. A profunda crise do Estado, expressa pela conturbação das relações econômicas e sociais, pela dívida externa e pelo início da globalização, representa o pano de fundo para realização de uma mudança de modelo.

Em 1981, é constituído o “Conselho Consultivo de Administração de Saúde Previdenciária (CONASP)”, que propõe, entre outras medidas, a implantação de um novo sistema de contas como base de pagamento médico, em substituição às US (Unidades de Serviço), que não permitiam o desejado controle dos pagamentos realizados.

Nesse momento histórico, na tentativa de coibir as fraudes detectadas no sistema anterior (SNCPCH), é realizado um investimento significativo de recursos para a estruturação de um sistema nacional de informações em saúde, objetivando o controle do pagamento das internações hospitalares do setor privado. São criados a Empresa de Processamento de Dados do Ministério da Previdência e Assistência Social (DATAPREV) e o Sistema de Informação baseado no procedimento médico, denominado Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Previdência Social (SAMHPS/AIH). O sistema torna-se, com o correr da década, o maior banco de dados relativo ao setor saúde no País, com um nítido caráter de controle, fortemente centralizado e de acesso restrito.

Desde janeiro de 1991, o SAMHPS/AIH, que passou a se chamar SIH-SUS, é a única modalidade de remuneração/financiamento direto, com recursos federais, de internações hospitalares vigente no País. Além disso, representa a única fonte regular, com amplitude nacional, sobre morbidade hospitalar.

Ocorrem, ainda na década de 80, a interação das ações de saúde, através das Ações Integradas de Saúde (AIS), a implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde e a elaboração do capítulo de saúde da Constituição de 1988, que define a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

A lei 8080, de 1990, define como princípios norteadores do SUS:

• O direito à informação, para pessoas assistidas, sobre sua saúde;

• A divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;

• O acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais;

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• A organização e coordenação do Sistema Nacional de Informação em Saúde.

Entretanto, havia ainda a necessidade de assegurar o acesso aos serviços de informática e às bases de dados de dois Ministérios diferentes: o Ministério da Saúde, coordenador da proposta, e o então Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

O Departamento de Informática do SUS (DATASUS) é instituído por meio do Decreto 100, publicado pelo governo federal em 16/04/1991, como órgão responsável pelo desenvolvimento e implantação de softwares (aplicativos informacionais) para a gestão do SUS. Desde então, o DATASUS vem se responsabilizando pela implantação dos SIS de abrangência nacional.

A publicação da Norma Operacional Básica 01/93 (NOB/ 93) que regulariza três formas de gestão do sistema de saúde: gestão incipiente, gestão parcial e gestão semiplena. Também regulamenta a manutenção dos registros e remessa mensal de dados para formação dos bancos de dados nacionais, e os procedimentos para coleta e consolidação dos dados “descentralizados” para os municípios.

A portaria de Nº130, 12 de fevereiro de 1999 pelo Ministério da Saúde, aponta as Secretarias Municipais de Saúde como responsáveis sobre a gestão da prestação de serviços, ficando a autonomia para a definição dos instrumentos e tecnologia para coleta e processamento de informações sob a direção do governo federal. Nesse caso, apenas as atividades operacionais, tais como coleta e consolidação dos dados, são “desconcentradas” para os municípios.

Ao longo dos anos 1990, outros SIS foram criados pelo Ministério da Saúde para atender às mudanças na forma de financiamento do setor, por exemplo, o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) e a Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC), e para programas específicos, como o SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) e o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Assim, os SIS de abrangência nacional mantiveram, ao longo da década de 1990, as mesmas características e a fragmentação apresentadas desde o início de seus processos de construção. Os dois “blocos lógicos” de estruturação do arcabouço informacional em saúde, o epidemiológico e o de produção de serviços, ainda vivem um processo, tênue, de integração.

Na década seguinte, os SIS brasileiros tiveram uma pulverização acelerada. O avanço das tecnologias de informação e a necessidade de dados cada vez mais minuciosos para acompanhamento determinou uma série de sistemas focados em programas, tais como SIS Pré-natal (Sistema de Informação de Acompanhamento do Programa de Humanização de Parto, Pré-Natal e Nascimento), SIS Colo (Sistema Informação Câncer do Colo Uterino) e Hiperdia (Sistema do Programa de Hipertensão e Diabetes).

A informatização como permitiam os recursos de informática da época era restrita ao processamento nos órgãos centrais e voltadas para a emissão de relatórios, sendo o computador usado quase que exclusivamente em sua capacidade de tratar grandes volumes de dados.

Por isso, um processo comum aos sistemas de informação em saúde brasileiros é a instituição de um instrumento, impresso em papel, para coleta adicional aos registros profissionais e administrativos, duplicando o trabalho do registro rotineiro de dados. Esse retrabalho e a digitação posterior dos

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dados aumentam a probabilidade de erros vieses na informação produzida e utilizada para a tomada de decisão.

No início dos anos 2000, no âmbito do SUS começam a crescer os exemplos de iniciativas locais bem-sucedidas de informatização do processo de trabalho em saúde, com grandes ganhos de produtividade e qualidade dos serviços de saúde. A iniciativa do Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS) fundamentada na necessidade de identificação individualizada dos usuários desperta muito interesse pela possibilidade de integração dos diversos SIS existentes, pelo uso da informática na qualidade dos processos de trabalho e na gestão em saúde.

Um pouco da história dos SIS em Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, os bancos de dados estruturaram-se mantendo a mesma dicotomia entre dados epidemiológicos e de produção de serviços, corroborando a lógica dos SIS nacionais.

Em 1993, os primeiros dois sistemas nacionais a serem implantados no sistema recém-municipalizado foram o SIA-SUS e o SINASC. Ambos sofreram adaptações para a realidade municipal, buscando atender aos processos de territorialização já existentes e a coleta cotidiana de dados implantada nos Centros de Saúde desde o final da década de 1980. Nesse ano, dá-se a implantação dos Formulários F/Q para registro global dos atendimentos e alimentação mensal do SIA-SUS.

Ao longo da década de 1990, Belo Horizonte, como outros municípios, recebeu uma grande demanda de implantação de sistemas nacionais focados em programas ou repasses financeiros, conforme descrito anteriormente. Outros sistemas, tais como SIM, SINAN, SIH-SUS, vão sendo gradativamente “desconcentrados” para o município. Com isso a pulverização de registros, dados e sistemas torna-se crescente.

Na tentativa de buscar uma única entrada para os atendimentos realizados nos CS, em 1998, após uma experiência de entrada de dados através de leitura ótica (sistema das boletas), o município desenvolve e implanta o Sistema Fênix, que permite registrar os dados por indivíduo (Formulários F) para algumas categorias profissionais. O Sistema Fênix gera consolidados de atendimento para vários sistemas nacionais, tais como: SIA-SUS, SIS-Pré-natal e SIAB, bem como produz algumas bases de dados necessárias para avaliação da assistência prestada.

Através do Fênix, os instrumentos de coleta foram adaptados para a captura de dados individualizados. Permanecia, entretanto, uma grande dificuldade: a identificação única do usuário para toda a REDE SUS BH.

Um novo capítulo em Belo Horizonte

Em 2002 surge o Sistema de Gestão SAÚDE EM REDE, cujo eixo norteador é o Prontuário Eletrônico, que tem como objetivo articular os aspectos assistenciais, clínicos e administrativos dos usuários do SUS.

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O SAÚDE EM REDE aborda questões centrais como: (1) a agilização do atendimento, diminuindo tempo de espera do paciente (agendamento de consultas, facilitação no acesso a resultados de exames, dispensação mais ágil de medicamentos); (2) a disponibilização de informações para a tomada de decisões clínicas de forma mais rápida, sem perda de qualidade (acesso a resultados de exames em tempo real e a diagnósticos de internação e consultas em outros níveis de complexidade do sistema); (3) o aperfeiçoamento de atividades gerenciais e (4) a possibilidade de oferecer contribuições para a estruturação de modelo assistencial centrado em equipes de saúde da família.

O SAÚDE EM REDE ancora-se em três cadastros: o cadastro da população (Censo BH Social, vinculado ao Cartão Nacional de Saúde – Cartão SUS), o cadastro de profissionais e o cadastro de estabelecimento (CNES), possibilitando responder a questões fundamentais sobre ao atendimento: Quem foi atendido? Onde? Quem atendeu? Qual o procedimento?

Além disso, o SAÚDE EM REDE permite o acompanhamento on-line de atividades planejadas e executadas pelo conjunto das equipes, em particular do PSF, abrangendo diversos bancos de dados (SIH, SINASC, IBGE), com possibilidades de agregação dos indicadores por vários níveis de complexidade e estabelecimento de parâmetros avaliativos para os indicadores de: captação, acompanhamento e resolutividade.

Há ainda o extrator de relatórios e indicadores com tecnologia Datawarehouse que utiliza várias bases de dados, disponível na intranet com interface amigável e flexível.

Como a implantação do SAÚDE EM REDE foi realizada de um modo gradual, foi necessário manter a alimentação do FENIX para garantir a comparabilidade da informação entre unidades informatizadas e não informatizadas. Nas unidades informatizadas o preenchimento é feito automaticamente dispensando o preenchimento dos antigos formulários impressos.

A meta é que ao final do processo de informatização se encerre a integração com o FENIX passando o SAÚDE EM REDE a alimentar os sistemas nacionais relacionados aos registros de atendimento.

A experiência acumulada nesse amplo projeto de incorporação de tecnologias de informação com a implantação do prontuário eletrônico, aliada a uma relação importante com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), possibilitou a implantação do BH-Telessaúde. A rede BH-Telessáude permite aos profissionais das unidades básicas de saúde, particularmente vinculados ao Programa de Saúde da Família, ter acesso e interagir com especialistas da rede complementar e da UFMG, para suporte assistencial – discussão de casos clínicos, teleconsultorias, segunda opinião – ou para participar de videoconferências interativas e cursos a distância, utilizando recursos de telessaúde.

O futuro

Como existe uma grande variação na denominação dos Sistemas de Informação – uns chamam de “Gestão”, outros “Saúde em Rede” e ainda

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“Prontuário Eletrônico” – estamos adotando o nome Sistema de Informação Saúde em Rede (SISREDE) como um conjunto de componentes que, funcionando em rede, constituem a proposta para o Sistema de Informação em Saúde do SUS-BH.

Também para promover um entendimento – de forma simplificada – sobre o que consideramos como Tecnologia de Informação (a “famosa” T. I.) tomaremos como referência pelo menos três objetos como representados na figura abaixo:

Assim, estamos falando de recursos de informática (software e hardware), recursos de comunicação – nesse caso entendidos como conectividade, ou seja, a capacidade de transmitir dados e/ou informações entre diferentes pontos e, por fim, o mais importante, o conteúdo que se quer trabalhar. No nosso caso, esse objeto são as informações em saúde.

Com certeza, Belo Horizonte apresenta uma grande acumulação de recursos e conhecimentos referentes aos Sistemas de Informação em Saúde, com destaque para uma importante cultura institucional no uso de T.I., conforme descrito anteriormente. Podemos e devemos considerar que a adesão dos profissionais da rede de atenção ao uso do Prontuário Eletrônico e a participação destes nas atividades de Telessaúde representam um grande patrimônio do SUS-BH.

No nosso cotidiano, não apenas no trabalho, podemos perceber que as tecnologias de informação têm uma velocidade alucinante de mudança. Aposto que vários de nós já adquiriram vários modelos de telefone celular nos últimos tempos. Assim, coloca-se como uma responsabilidade e desafio muito grande tomar decisões sobre a incorporação de novas tecnologias de informação na nossa rede de atenção.

O ano de 2009 foi dedicado à prospecção dessas tecnologias, buscando aperfeiçoar os sistemas implantados, além de ampliar sua utilização. Também foi feito um esforço importante para captação de recursos financeiros para viabilizar o planejamento elaborado.

Assim, visando o melhor desempenho (agilidade e velocidade) e maior abrangência do SISREDE para subsidiar processos de tomada de decisões referentes à atenção (assistência, vigilâncias, promoção e proteção à

FIGURA 3: Os três objetivos que representam a Tecnologia da Informação

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saúde), à gestão e ao controle social, podemos considerar as seguintes grandes frentes no projeto em andamento:

1.Concluir a implantação da atual versão do Prontuário Eletrônico em toda a atenção primária, bem como na rede complementar ambulatorial, considerando as funcionalidades que hoje podem ser utilizadas nesses serviços sem necessidade de modificar o software;

2.Promover a evolução, o realinhamento10 e o aperfeiçoamento conceitual (novas funcionalidades para atenção primária, rede complementar e urgência/emergência) e tecnológico (nova arquitetura11) do Sistema de Informação Saúde em Rede (SISREDE) visando a ampliar sua cobertura (além de contemplar toda a rede própria deve cobrir também a rede prestadora que deve utilizar nossos padrões ou mesmo pode vir a implantar nossa solução de informática) na Rede de Atenção do SUS-BH;

3.Incrementar o uso da telessaúde, buscando ampliar sua cobertura para toda a rede SUS-BH. O diagrama a seguir apresenta uma síntese do “Macroprojeto” em andamento, reconhecendo que ainda será necessário trabalhar outras demandas ainda não contempladas no mesmo. Na sequência um pequeno resumo do que deve ser trabalhado em cada subprojeto.

SISREDE MÓVEL: incorporar o uso de dispositivo móvel visando a ampliar a captura eletrônica das atividades desenvolvidas na rede de atenção à saúde utilizando tecnologia que ofereça condições para agilização da

10 Realinhar o sistema não significa apenas reescrever o velho, mas utilizar os conhecimentos adquiridos para criar um novo produto que herde somente as qualidades do original e agregue novas funcionalidades, usufruindo ao máximo dos recentes avanços na área de Tecnologia da Informação.11 A atual arquitetura – plataformas e grupos de funcionalidades diluídas em diferentes aplicativos e/ou sistemas são heranças de anos de desenvolvimento, incorporações e integração com sistemas de base nacional e de terceiros – não vem atendendo à melhor configuração e ao desempenho do sistema. Reflete a fragmentação de sistemas comentada no início deste texto.

FIGURA 4: Síntese do Macroprojeto de Implementação do SISREDE.

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captura de dados, bem como facilitar o acesso às informações pelas equipes de Saúde da Família visando à produção de informações voltadas para a organização dos serviços e tomada de decisão que aumentem a efetividade da Atenção à Saúde. O SISREDE MÓVEL é entendido como um componente do SISREDE capaz de informatizar a coleta de dados do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), dos Agentes de Controle de Zoonozes (ACZ) e dos demais profissionais das equipes de Saúde da Família no seu trabalho em campo.

IMPLEMENTAÇÃO DO SIGBASES: Como já comentado, o SISREDE está apoiado em três grandes cadastros, que funcionam como seu alicerce: usuários, profissionais e estabelecimentos de saúde. Atualmente, apesar de contarmos com um grande volume de dados processados não podemos dizer que contamos com um Sistema de Gestão de Bases Cadastrais e Geográficas (SIGBASES) capaz de qualificar os registros e contar com funcionalidades que permitam a gestão sistêmica dessas bases. Para tanto vamos:

Incorporar ao SISREDE as diretrizes nacionais para identificação unívoca de usuários do SUS através do Sistema Cartão Nacional de Saúde12, estabilizando a o funcionamento sistêmico do Cadastro de Usuários do SUS-BH (atual Censo BH Social);

Desenvolver um Cadastro de Profissionais do SUS-BH, com base nas diretrizes nacionais, que contemple todos os profissionais que atuam na Rede SUS-BH (própria e prestadora);13

Readequar o funcionamento do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) às novas diretrizes de organização sistêmica das bases cadastrais;

SISREDE REGULAÇÃO: Inicialmente, promover integração do SISREDE com o Sistema de Regulação (SISREG)14 de modo a contribuir para o aperfeiçoamento das soluções para informatização dos processos de regulação no SUS. Além disso, atualizar o SISREG-BH para aprimoramento de suas funcionalidades relativas à Central de Internação e integração com o componente referente à Atenção Primária. Essa iniciativa tem como objetivo acompanhar a atenção ao usuário em todos os serviços do SUS-BH, principalmente no que diz respeito aos processos de referência e contrarreferência.

12 Belo Horizonte possui um cadastro de usuários do SUS com número definitivo do Cartão Nacional de Saúde da ordem de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) registros. Mais de um milhão desses usuários já receberam o cartão ainda, que seu uso não seja efetivo nos registros eletrônicos realizados através do SISREDE. No presente momento vem sendo realizado um processo de saneamento da base de dados visando à geração dos demais cartões (algo em torno de 600.000 cartões) a partir de um cadastro de qualidade.13 No caso, em parceria com o Ministério da Saúde, vamos promover a separação do CNES, ou seja, teremos um cadastro de profissionais e outro de estabelecimentos, garantindo que se possa vincular o profissional a todos os estabelecimentos em que ele atua. 14 Existem no Brasil diferentes versões do SISREG II desenvolvido originalmente pelo DATASUS. Vários municípios se dispuseram a receber os códigos-fonte para aprimorá-los; um deles foi Belo Horizonte. O próprio DATASUS considera a versão desenvolvida em BH como a mais bem-sucedida de todas por vários aspectos, principalmente pela funcionalidade para (re)aproveitamento máximo das consultas e exames especializados.

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REALINHAMENTO CONCEITUAL E TECNOLÓGICO DO SISREDE: Testar (numa perspectiva nacional) e incorporar padrões (internacionais) e terminologias para representação das informações em Saúde, visando à padronização e ao aperfeiçoamento de termos, conceitos e siglas utilizados no SUS, favorecendo a recuperação, o acesso, a divulgação e a disseminação do conhecimento e das informações institucionais permitindo assim a construção de uma Base Nacional de Registros Eletrônicos de Saúde para Atenção Integral15 (RES-AI) dos atendimentos realizados pelo SUS. Incorporar nova arquitetura no funcionamento do SISREDE, significando execução de diversos processos de atualização de hardware e software, incluindo necessidades de capacitação para utilização de novas tecnologias e de uso das informações em saúde nos processos decisórios da gestão, atenção e controle social.

INCREMENTO E AMPLIAÇÃO DO BH-TELESSAÚDE: Incrementar a abrangência e uso, da Telessaúde (Videoconferências e Teleconsultorias) buscando ampliar sua cobertura para toda a Rede SUS-BH (unidades próprias e prestadores). Incorporar o uso de novas tecnologias por exemplo, a Telerretinografia e o monitoramento domiciliar, visando aumentar a resolutividade da Rede de Atenção Primária e melhorando a qualidade do atendimento prestado.

REFERêNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão de Investimentos (2001) Cartão SUS: Instrumento para construção de um novo modelo de atenção. Revista de Saúde Pública 2000;34(5):561-4.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 3.947/GM de 25 de novembro de 1998. Aprova os atributos comuns a serem adotados, obrigatoriamente, por todos os sistemas e bases de dados do Ministério da Saúde, a partir de 1º de janeiro de 1999. Diário Oficial da União nº. 9-E, Seção 1, pág. 8, de 14.01.99.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Informação e Informática do SUS. Política Nacional de Informação e Informática em Saúde Proposta Versão 2.0. (Inclui deliberações da 12ª. Conferência Nacional de Saúde). Brasília, 29 de março de 2004.

FERREIRA, J.M. Um modelo Informacional para a gestão do SUS: Construindo indicadores desagregados de morbidade hospitalar para o município de Belo Horizonte. Dissertação Mestrado em Administração Pública/Tecnologias da Informação - Fundação João Pinheiro/UFMG. 2000

MORAES, I. H. S. de. Informação em Saúde: Da Prática Fragmentada ao Exercício da Cidadania. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco, 1994.

VASCONCELLOS, M. M.; MORAES, I. H. S.; CAVALCANTE, M. T. Política de Saúde e potencialidades do Uso da Tecnologia de Informação. Revista Saúde em Debate. set/dez, 2001.

15 Denominação adotada pelo Ministério da Saúde

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Objetivos:

• Compreender a Classificação de Risco como um dos produtos do diagnóstico local;

• Conhecer os critérios para classificação das famílias conforme o grau de risco;

• Compreender a importância do cadastro e da classificação familiar para a programação das ações pelas equipes de saúde da família;

• Classificar uma família hipotética por grau de risco, usando o roteiro proposto.

Desenvolvimento:

• Ler o Estudo de Caso 1: A Família Martins Xavier;

• Fazer a discussão sobre a forma de classificação dessa família;

• Ler o texto de apoio 5: “Roteiro para Classificação das famílias por grau de risco”;

• Formar grupos, escolher um coordenador e um relator;

• A partir do Índice de Vulnerabilidade à Saúde e os dados clínicos apresentados, classificar a família quanto ao grau de risco. Os grupos devem apresentar a classificação familiar e relatar a discussão realizada;

• Fazer discussão sobre os instrumentos e a metodologia de aplicação.

ESTUDO DE CASO 1

FAMÍLIA MARTINS XAVIER

Família formada por pai (43 anos); mãe (42 anos); 5 filhos (19, 17, 15, 11 e 7 anos) e neta (3 anos, da filha mais velha do casal).

Moram em casa, situada em área de Médio Risco (Índice de Vulnerabilidade à Saúde - IVS), cedida, de quatro cômodos; o abastecimento de água, a coleta de lixo e o esgotamento sanitário são realizadas pelos órgãos oficiais responsáveis.

O pai é pedreiro, analfabeto e portador de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). A mãe é dona de casa e faz tratamento para depressão.

A única fonte de renda é o salário do pai, de 2 Salários Mínimos (SM). A família é beneficiária do Programa Bolsa Família (renda per capita de R$ 127,50).

Os pais são casados há 20 anos e existe uma relação de domínio do pai sobre a mãe.

ATIVIDADE VIII – A CLASSIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS POR GRAU DE RISCO

Tempo estimado: 1 hora e 30 minutos

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

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A filha mais velha, de 19 anos está grávida de quatro meses, pela terceira vez. Faz acompanhamento pré-natal adequadamente e já teve um aborto espontâneo. A gestação atual e a anterior (aborto) são frutos de um relacionamento dela com um rapaz de 21 anos. Algum tempo após o início da gravidez atual, o relacionamento terminou. A filha de 3 anos é fruto da primeira gravidez e de uma relação anterior. O pai da criança não mantém qualquer relação com a jovem mãe ou com a filha. A criança está desnutrida, sendo acompanhada pelo Centro de Saúde da sua área de abrangência e recebe complementação alimentar.

O filho de 17 anos está concluindo o 2° grau e auxilia na criação da sobrinha. Os dois são muito apegados um ao outro. A filha de 15 anos abandonou os estudos e está envolvida com drogas. O filho de 11 anos apresenta dificuldade de aprendizagem, cursando agora a 2ª série. O caçula de 7 anos e a neta apresentam desenvolvimento normal.

TEXTO DE APOIO 5

ROTEIRO PARA CLASSIFICAÇÃO POR GRAU DE RISCO DA FAMÍLIA16

Objetivos:

• Identificar os fatores de risco presentes em cada família analisada;

• Fazer a classificação por grau de risco.

Metas:

• 100% das famílias da área de cada equipe classificadas por risco até o final de 2010.

A família deve ser a primeira instância do cuidado com a saúde dos seus integrantes e, para isso, precisa aprender a identificar todos os fatores que a colocam em risco e, como reagir diante dessas situações. Portanto, esta atividade de classificação por grau de risco deve cumprir também este objetivo educativo para a família, além de levantar os dados para o planejamento das intervenções.

Cronograma:

• A classificação de risco será feita de forma automática através dos dados extraídos de SISREDE e do Censo BH Social sempre que os dados estiverem sendo preenchidos corretamente pelas equipes. (o software do SISREDE e Censo BH Social já estão sendo ajustados para tal);

• A atualização do cadastro familiar, Censo BH Social, é fundamental para a classificação de risco da família. As atividades de atualização do cadastro são contínuas e deverão ser feitas sempre que houver uma mudança significativa na composição familiar, tais como casamento, nascimento ou óbito;

49

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

• Consideramos que as equipes devem ter o cadastro atualizado de todas as suas famílias até o final de 2010 .

• A atualização da classificação de risco é dinâmica e haverá mudanças na classificação sempre que houver uma mudança significativa da situação familiar ou na condições clínicas dos seus membros.

OPERACIONALIZAÇÃO:

Serão usados os seguintes critérios para classificação:

1. Fatores socioeconômicos:

Os fatores econômicos que serão utilizados para classificação de risco da família são o Índice de Vulnerabilidade à Saúde (IVS) e o Programa Bolsa Família.

a) Índice de Vulnerabilidade à Saúde (IVS -Indicador de risco)

O IVS é um indicador composto, conhecido como “Indicador de Risco”. Esse índice associa indicadores de base populacional do IBGE, tais como moradia e renda, com indicadores da saúde como mortalidade infantil, relacionado diretamente à atenção materno-infantil.

O valor final do IVS varia entre zero e um e é aplicado em cada setor censitário do município. Como expressa um atributo negativo – a vulnerabilidade social de uma população –, quanto maior seu valor, pior a situação da população naquele setor censitário, ou seja, mais vulnerável para adoecer e morrer.

Através do IVS foram definidas quatro categorias de risco de adoecer e morrer no município: risco baixo (28,0% da população), risco médio (38,0% da população), risco elevado (27,0% da população) e risco muito elevado (7,0% da população). É considerado o risco de acordo com o indicador do setor censitário em que a família reside

b) Bolsa Família

É considerada de risco toda família que for beneficiária do Programa Bolsa Família, independentemente do IVS. O Bolsa Família é um programa de transferência de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza (renda mensal por pessoas de R$ 70,00 a R$140,00) e extrema pobreza (renda mensal por pessoa até R$ 70,00).

PONTUAÇÃO

Família residente nos setores censitários de Baixo Risco 0

Família residente nos setores censitários de Médio Risco 1

Família residente nos setores censitários de Risco Elevado 2

Família residente nos setores censitários de Risco Muito Elevado e/ou

participante do Programa Bolsa Família3

50

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

2. Presença de condições ou patologias crônicas prioritárias:

É considerada de risco a família em que um ou mais de seus integrantes apresentarem uma das seguintes condições ou patologias por ciclo de vida16:

a) Crianças com situações de risco do Grupo II:

• Baixo peso ao nascer;

• Prematuridade;

• Desnutrição grave;

• Triagem neonatal positiva para hipotireoidismo, fenilcetonúria, anemia falciforme, fibrose cística ou deficiência auditiva;

• Doenças de transmissão vertical: toxoplasmose, sífilis, aids;

• Intercorrências importantes, no período neonatal, notificadas na alta hospitalar;

• Crescimento e/ou desenvolvimento inadequados;

• Crianças com oito ou mais dentes com cavidades necessitando restaurações e/ou extração

• Evolução desfavorável de qualquer doença.

b) Adolescentes de Alto Risco:

• Adolescentes com doenças sexualmente transmissíveis ou aids;

• Adolescentes com gravidez precoce não planejada;

• Adolescentes com transtornos alimentares: bulimia e anorexia;

• Adolescentes que estejam fazendo uso/abuso de substâncias lícitas ou ilícitas (com destaque ao uso do tabaco e do álcool);

• Adolescentes que sejam vítimas de exploração sexual ou que tenham sofrido abuso sexual;

• Adolescentes com quadros de depressão;

• Adolescentes que tenham transtornos mentais e/ou risco de suicídio;

• Adolescentes com alterações funcionais graves (acometidos por TRM- trauma raquimedular ou dependentes para AVD – Atividade de Vida Diária e AIVD – Atividade Instrumental de Vida Diária);

• Adolescentes que fogem com frequência de casa ou se encontrem morando nas ruas;

• Adolescentes com ausência de dentes anteriores e não usa prótese.

c) Adultos com Risco Cardiovascular Alto ou Muito Alto:

16 Adaptado das Linhas-Guias de Atenção à Saúde, SES/MG, e dos dados disponíveis no Prontuário Eletrônico da SMSA - SISREDE .

51

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

• Grupo de risco alto: portadores de hipertensão arterial (HA) grau 1 ou 2, com três mais fatores de risco; ou portadores de HA grau 3, sem fatores de risco;

• Grupo de risco muito alto: portadores de HA grau 3, que possuem um ou mais fatores de risco; ou portadores de HA com doença cardiovascular ou renal manifesta.

d) Adultos com Risco para Diabete:

• Não usuários de insulina, com hipertensão;

• Usuários de insulina.

e) Adultos com suspeita ou diagnóstico para Tuberculose:

• Usuários com antecedentes ou evidências clínicas de hepatopatia aguda ou crônica;

• Doente de aids ou soro positivo para o HIV;

• Antecedentes ou evidências clínicas de nefropatias;

• Suspeita de tuberculose multidrogarresistente (MDR);

• Tuberculose extrapulmonar (principalmente meningite tuberculose);

• Pacientes em retratamento por abandono, recidiva e falência.

f) Adulto com suspeita ou diagnóstico para Hanseníase:

• Surtos reacionais repetitivos;

• Relato de reações adversas aos medicamentos;

• Presença de sequelas nos olhos, nariz, mãos e pés.

g) Adultos com Risco Grave para Saúde Mental ou com alterações funcionais graves com necessidade de reabilitação:

• Usuários com transtornos mentais graves e persistentes;

• Uso prejudicial de álcool e outras drogas;

• Egressos de serviços de saúde mental;

• Adultos dependentes para Atividade de vida diária (AVD) e Atividade instrumental de vida diária (AIVD).

h) Gestantes de Alto Risco:

• Dependência de drogas lícitas e ilícitas;

• Morte perinatal anterior;

• Abortamento habitual;

• História de esterilidade/infertilidade;

• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico;

52

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;

• Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;

• Diabetes gestacional;

• Amniorrexe prematura;

• Hemorragias da gestação;

• Isoimunização;

• Óbito fetal;

• Hipertensão arterial;

• Cardiopatias;

• Pneumopatias;

• Nefropatias;

• Endocrinopatias;

• Hemopatias;

• Epilepsia;

• Doenças infecciosas;

• Doenças autoimunes;

• Ginecopatias.

i) Idoso com Alto Risco / Idoso Frágil:

• Idosos com 80 anos

• Idosos com 60 anos apresentando:

• Polipatologias (5 diagnósticos);

• Polifarmácia (5 drogas/dia);

• Imobilidade parcial ou total;

• Incontinência urinária ou fecal;

• Instabilidade postural (quedas de repetição);

• Incapacidade cognitiva (declínio cognitivo, síndrome demencial, depressão, delirium);

• Idosos com história de internações frequentes e/ou no período de pós-alta hospitalar;

• Idosos dependentes nas atividades de vida diária básica (AVD);

• Insuficiência familiar: idosos que moram sós ou estão institucionalizados.

j) Outras condições ou patologias crônicas definidas como prioritárias pela equipe de saúde.

PONTUAÇÃO

Nenhum dos componentes tem alguma condição ou patologia crônica 0

Apenas 1 dos componentes tem 1 patologia ou condição crônica 1

2 ou mais componentes têm 1 patologia ou condição crônica 21 ou mais componentes têm concomitantemente 2 ou mais condições

ou patologias crônicas3

53

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

PASSOS PARA A CLASSIFICAÇÃO:

Passo 1: Fazer discussão sobre as famílias da área de responsabilidade a partir das informações do Cadastro Familiar (Censo BH Social) e SISREDE;

Passo 2: Validar o Indicador de Vulnerabilidade Social (IVS), inserção no Bolsa Família e as condições/patologias crônicas prioritárias presentes na família.

Passo 3: Validar a pontuação para cada um dos critérios.

Passo 4: Validar a somatória das duas pontuações, chegando à pontuação total.

PONTUAÇÃO FINAL PARA

CLASSIFICAÇÃO POR GRAU DE RISCO

CRITÉRIOS SOCIOECONÔMICOS

Baixo Risco Médio Risco Risco Elevado

Risco Muito

Elevado ou

Bolsa Família

P 0 1 2 3

CRITÉRIOS

CLÍNICOS

Nenhum dos

componentes tem

alguma condição ou

patologia crônica

0 0 1 2 3

Apenas 1 dos

componentes tem

1 patologia ou

condição crônica

1 1 2 3 4

2 ou mais

componentes têm

1 patologia ou

condição crônica

2 2 3 4 5

1 ou mais

componentes têm

concomitantemente

2 ou mais condições

ou patologias

crônicas

3 3 4 5 6

Passo 5: Interpretação:

POntuaçãO tOtal Grau dE riScO

0 Sem Risco

1 Risco Baixo

2 – 3 Risco Médio

≥ 4 Risco Alto

Passo 6: Orientar a família sobre a sua situação e sobre os cuidados a serem tomados.

54

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

Objetivos:

• Compreender o processo proposto e o fluxo necessário entre os profissionais das equipes dos Centros de Saúde para cadastramento e atualização cadastral;

• Discutir as principais ações necessárias para a atualização do cadastro familiar (Censo BH Social);

• Planejar a atualização do cadastro familiar para cada equipe, diante do cronograma proposto (dezembro de 2010).

Desenvolvimento:

• Formar cinco grupos, nomear um coordenador e um relator;

• Cada grupo representará um dos atores envolvidos no processo de atualização do cadastro nos Centros de Saúde, quais sejam: ACS, enfermeiro, equipe de saúde da família (todos os membros), digitador (estagiário) e gerente do CS;

• Cada grupo, para cada ator representado, deverá identificar e apresentar as principais ações para atualização do percurso e dados cadastrais pelas equipes, destacando os principais problemas e as soluções propostas;

• Fazer uma síntese destacando a importância da busca de soluções conjuntas (nível local, distrital e central) para atualização e utilização do cadastro pelas Equipes de Saúde da Família;

• Orientar a leitura do Texto de Apoio 6: ”Censo BH social: cadastro da população de Belo Horizonte”.

ATIVIDADE IX – O PERCURSO DO ACS E O CADASTRO FAMILIAR: OPERACIONALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Tempo estimado: 1 hora e 30 minutos

33

CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

Orientações• Nas Oficinas Locais, para essa

atividade recuperar o Plano de Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde realizado pelos Centros de Saúde como atividade da Primeira Oficina;

• No Plano, quanto ao princípio Centralização Familiar, foram apontadas ações para atualização do cadastro pela maioria das equipes;

• A partir dos conceitos, informações e cronogramas apresentados e discutidos na Terceira Oficina, fazer uma revisão das ações do Plano referentes ao Cadastramento das Famílias;

• Ao final, fazer uma síntese destacando a importância da atualização e utilização do cadastro para a atuação das Equipes de Saúde da Família

55

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

TEXTO DE APOIO 6

CENSO BH SOCIAL: CADASTRO DA POPULAÇÃO DE BELO HORIZONTE 17

O Censo BH Social (CBHS) representa uma grande base cadastral do município de Belo Horizonte. Essa base foi elaborada a partir do ano de 2000, buscando constituir um arsenal de informações para as políticas sociais do município e identificar os indivíduos através de um número único: o cartão SUS.

Os objetivos do Censo BH-Social são:

• Realizar cadastro único das políticas sociais, possibilitando o planejamento das ações municipais;

• Subsidiar a formulação de políticas públicas para superação/redução das desigualdades no município de Belo Horizonte;

• Integrar informações estratégicas, individualizadas, visando o planejamento de políticas públicas que atendam às reais necessidades do cidadão, identificando o público-alvo das políticas sociais;

• Implantar um cartão de identificação única do usuário, universal, gratuito e que permitirá acesso ao SIS-REDE e a outros Sistemas de Informação da SMSA.

Hoje essa base tem 1.798.210 indivíduos cadastrados em 537.017 famílias. Todo o processo de coleta foi realizado através de visitas pelos Agentes Comunitários de Saúde, prioritariamente nas áreas de maior risco social, procurando identificar prioridades nas ações de saúde e políticas públicas no município e orientar a atuação das Equipes de Saúde da Família.

1) O CBHS e o Sistema de Informação para Atenção Básica (SIAB)

O CBHS foi elaborado para se relacionar com o SIAB, em substituição à Ficha A (cadastral). Ou seja, o formulário de cadastramento foi construído contendo todas as informações do SIAB, as informações necessárias para o cadastro do Cartão SUS e algumas informações necessárias para outras políticas sociais, como educação, esportes e cultura.

Nesse sentido, ao ser construído, o CBHS, trouxe para o Programa de Saúde da Família de Belo Horizonte a inovação de um cadastro integrado de todas as ESF, disponível on-line e atualizado em tempo real.

Diante do processo de Informatização da Unidades Básicas de Saúde de Belo Horizonte, na maioria dos Centros de Saúde, a entrada de dados para atualização de dados e novos cadastros é feita através do SISREDE.

A base de dados do SISREDE é “espelhada” na Intranet, e os vários relatórios do cadastro (tabelas e listagens) podem ser acessados através do link “Sistemas do Censo BH Social” a partir de qualquer Centro de Saúde de Belo Horizonte.

17 Texto elaborado pela equipe da Gerência de Tecnologia e Informação em Saúde (GTIS) da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH).

56

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

2) O CBHS e a Microárea de atuação do ACS (Percurso)

Para manutenção de um cadastro integrado de todas as ESF e atualizado em tempo real, tornou-se necessária a definição e a atualização cotidiana das áreas de atuação dos ACS (Microáreas) e posterior movimentação das famílias.

Com isso, é possível saber quais as famílias estão sob responsabilidade de cada ACS e quais famílias e indivíduos devem ser visitados a cada mês.

Por tanto, para cada ACS foi definida uma microárea, constituída por um conjunto de números e ruas. As microáreas estão contidas na área de atuação da Equipe de Saúde da Família, não podendo ultrapassar seus limites.

O processo de cadastro e atualização de microáreas, com a descrição do percurso dos ACS, é feito através de um sistema disponível na Intranet da SMSA, através do link “Sistemas do Censo BH Social - Sistema para Atualização de Microáreas”.

O Distrito Sanitário Leste vem construindo e testando uma nova forma de organização do percurso do ACS, por quadras, compatibilizando as áreas de atuação do ACS e do ACE (Agente de Controle de Endemias). Em alguns Centros de Saúde, os ACS e ACE já trabalham em um mesmo recorte territorial o que vem proporcionando uma bela integração entre as equipes de Zoonoses e ESF.18

3) O CBHS e a atualização dos dados cadastrais

Uma vez definido o percurso ou a microárea, torna-se possível conhecer as famílias de responsabilidade de cada ACS. Essa informação pode ser obtida através de uma listagem de todos os indivíduos e famílias de cada microárea.

Esse relatório está disponível no SISREDE, no Módulo BH Vida na barra de ferramentas “Relatórios – “Relação de usuários por Microárea”. Nesse relatório é possível obter o relatório dos usuários com “endereço oficial” (usuários cadastrados visitados pelo ACS) e o relatórios dos usuários com “endereço informado” (usuários ainda não cadastrados pelos ACS mas usuários do CS, além daqueles que mudaram de endereço e ainda não foram atualizados pelo ACS). Esses relatórios são utilizados para: (1) conhecer a distribuição das famílias por microáreas e (2) permitir a atualização dos dados cadastrais 19.

Acompanhando o “Relatório – Relação de usuários por Microárea”, durante as visitas domiciliares, o ACS deve identificar:

• Famílias novas, ainda não cadastradas no município,

• Famílias novas na microárea, mas cadastradas em outras áreas do município,

18 Mais detalhes desse Projeto podem ser obtidos no Documento: Adequação das Metodologias de Visitas Domiciliares dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agente de Controle de Zoonoses (ACZ) No Distrito Sanitário Leste, Município de Belo Horizonte. Autoria e Coordenação: Synara Barbosa Batista, Aparecida Campos Vieira, Fernanda Carvalho de Menezes, Vando Euripes da Silva.19 Alguns Centros de Saúde que ainda não finalizaram o processo de informatização podem obter o relatório na Intranet da SMSA, através do link “Sistemas do censo BH Social” – “Relatórios do Censo BH Social” – “Listagem de Famílias e Indivíduos por Microárea”.

57

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

• RN, crianças e outros indivíduos ainda não cadastrados,

• Indivíduos a serem excluídos por óbito ou mudança,

• Famílias a serem excluídas por mudança,

• Outros casos de mudanças de endereço e composição familiar,

• Mudanças nas informações cadastrais do indivíduo ou família, tais como doenças referidas, escolaridade e situação no mercado de trabalho.

Os dados que precisam ser atualizados periodicamente para todas as famílias são: Bolsa Família (a família está incluída ou não), doença ou situação referida, se frequenta escola (sim ou não), escolaridade, situação de trabalho e observações.

Quanto ao endereço, as condições que geram atualização e cadastros novos normalmente estão relacionadas à composição familiar. Em alguns casos toda a família muda de domicílio, para outro domicílio em Belo Horizonte ou para outra cidade. Em outros, apenas um indivíduo sai da família, muda de endereço ou constitui uma nova família. Por isso, a atualização do endereço é fundamental para a distribuição correta das famílias em cada microárea.

Outro aspecto importante diz respeito à inclusão das crianças recém-nascidas e exclusão dos óbitos. Quando comparamos o CBHS com o Censo do IBGE percebemos um número menor de crianças e um número crescente de idosos, o que denota problemas na atualização dos dados.

Os cadastros novos devem ser feitos nos formulários próprios de acordo com as regras de preenchimento. Famílias já cadastradas em outra região do município devem ser atualizadas mantendo-se o mesmo número.

Todos esses casos demandam a atuação do ACS durante a visita domiciliar, para a atualização dos dados e a confecção de novos cadastros.

4) O cBHS e a atuação das Equipes nos centros de Saúde

Após as visitas dos ACS, as mudanças percebidas nas condições sociofamiliares devem ser discutidas com a ESF, especialmente pelo enfermeiro que os coordena.

É recomendável que a equipe utilize o “Relatório das Microáreas” tanto para orientação do trabalho dos ACS na coleta das informações cadastrais, quanto para organização do processo de trabalho e das ações de vigilância à saúde.

As atualizações registradas no “Relatório – Relação de usuários por Microárea” e os cadastros novos devem ser repassados para o digitador da própria unidade. O digitador tem como objetivo principal fazer as atualizações no sistema, e para isso deve dedicar o tempo para tal. Após as atualizações, o Relatório e cadastros novos são devolvidos a ESF. Se houver muitas modificações, um novo relatório deverá ser novamente impresso.

É importante que toda a equipe discuta as mudanças nas famílias sob sua responsabilidade, para definição de ações de vigilância à saúde, inclusão de crianças menores de um ano ou o planejamento assistencial após a chegada de uma nova família. Essas mudanças ao longo do tempo redirecionam o trabalho cotidiano das equipes.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

A partir da atualização dos dados cadastrais, o acompanhamento das famílias pelo ACS é feito através do 2F6, ou seja, um formulário para cada família (quadrimensal), onde são registradas as visitas no mês. Ao final do mês, os 2F6 são consolidados no formulário 2Q6.

Outros relatórios disponíveis na Intranet (através do link “Sistemas do Censo BH Social”) podem ser utilizados para o planejamento das ações, tais como os relatórios de indicadores e listagens (dados do número de famílias, de pessoas, de crianças, de pacientes com doença/situação referida, etc.).

5) cBHS e sua utilização cotidiana

Apesar dos esforços e investimentos realizados na construção do Censo BH Social restam ainda alguns aspectos estruturais que precisam ser abordados.

Podemos destacar, entre eles, os ajustes no SISREDE que estão sendo implementados, para aprimoramento do “espelhamento” da base cadastral na Intranet. As equipes percebem que, em alguns casos, apesar da correta atualização dos dados, as informações disponíveis nos relatórios não são congruentes.

Outra dificuldade diz respeito à definição do percurso em relação à base de endereços: grande quantidade de ruas e becos que mudam de nome ou não constam nessa base. O limite de microáreas é, muitas vezes, difícil de determinar, havendo muita duplicidade de números, domicílios descobertos ou sobrepostos. O Projeto em construção no DS Leste, citado anteriormente, pode ser o caminho para abordagem dessa questão.

Outro aspecto diz respeito à alta rotatividade dos profissionais dos Centros de Saúde, especialmente o digitador. Essa rotatividade dificulta a atualização dos dados e o treinamento das ESF na utilização do sistema: relatórios e apropriação dos dados cadastrais da sua área de atuação para o planejamento de ações e vigilância.

Finalmente, um último aspecto diz respeito às dificuldades inerentes à atualização de base cadastral dessa monta, quase 1.800.000 indivíduos, contemplando as famílias de maior vulnerabilidade social do município. Ou seja, estamos cuidando de uma população muito dinâmica, com uma mobilidade muito grande dentro do município, às vezes dentro de um mesmo bairro, exigindo de toda a equipe uma velocidade muito grande na atualização de seus dados cadastrais.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

Objetivos:

• Aplicar os conteúdos apresentados nesta Oficina;

• Organizar e executar a replicação da Oficina 3 – Territorialização e Diagnóstico Local;

• Repassar o conteúdo da Oficina para todos os profissionais das equipes de saúde no nível local;

• Conduzir o Diagnóstico local e o Plano para atualização do Censo BH Social pelas equipes em cada Centro de Saúde.

Desenvolvimento:

• Cada grupo deverá se reunir por distrito e discutir as questões operacionais relevantes para a continuidade do processo de condução das oficinas locais, abordando especialmente os produtos do trabalho de dispersão.

PrOdutOS dO traBalHO dE diSPErSãO:

a) rEPaSSE dO cOntEúdO da Oficina nOS cEntrOS dE SaúdE

• Deverá ser realizada pelos facilitadores, conforme o processo já apontado nas oficinas anteriores,

• Definir cronograma para replicação das oficinas para todas as equipes da Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte,

• Construir os produtos esperados nos Centros de Saúde: o Diagnóstico local e o Plano para atualização do Censo BH Social pelas equipes,

• Construir, a partir dos diagnósticos locais, os diagnósticos distritais e municipal.

ATIVIDADE X – O PLANO DE TRABALHO PARA O PERÍODO DE DISPERSÃO

Tempo estimado: 1 hora e 15 minutos

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

PlanO dE traBalHO dO PErÍOdO dE diSPErSãO:

• Considerando os objetivos e os produtos definidos acima, elaborar a Programação para o Período de Dispersão, definindo para cada um dos produtos as atividades a serem realizadas e os responsáveis, os prazos e os recursos necessários para a sua realização.

• Caso alguma das atividades definidas para o último período de dispersão ainda não tenha sido realizada, deverá ser elaborado um planejamento específico de recuperação e atualização.

61

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

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62

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

Objetivo:

• Avaliar o desenvolvimento da Oficina 3, retomando os objetivos e as competências propostas para os participantes.

Desenvolvimento:

• Formar grupos de três a quatro pessoas para discutir as questões e responder um único questionário. A avaliação deve ser feita a partir dos objetivos propostos;

• É importante compreender o momento de “preenchimento” do questionário como uma “atividade avaliativa”, ou seja, uma oportunidade para que os participantes se corresponsabilizem com o desenvolvimento das oficinas, analisando o processo e fornecendo informações para ajustes/correções de rumos nos casos necessários;

• No momento de aplicação do instrumento, os condutores devem estar atentos para esclarecer dúvidas (e registrar o que apareceu como dúvidas relacionadas às questões);

• Ao final, os facilitadores devem recolher os questionários e encaminhar à coordenação da Oficina. Fazer uma conclusão rápida do trabalho realizado, falar sobre sua própria avaliação a respeito da oficina e anunciar os próximos passos.

ATIVIDADE XI – AVALIAÇÃO DA OFICINA

Tempo estimado: 15 minutos

33

CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SUPERINTENDêNCIA DE EDUCAÇÃO

Coordenadoria de Educação Permanente

INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DAS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO SUS-BELO HORIZONTE

DATA: ________ OFICINA N0. ___TURMA:___ COR:___________ DISTRITO(S): ______________

UNIDADE(S) DE SAÚDE: ___________________________________

1. Assinale o número da alternativa que melhor expressar sua avaliação sobre os itens abaixo:

1.Não 2.Muito pouco 3. Mais ou menos 4. Sim

Itens avaliativosPontuação

1 2 3 4

1. Conteúdo

1.1) Os conteúdos atendem aos interesses e às necessidades do serviço

1.2) Os conteúdos se relacionam com o cotidiano de trabalho

1.3) Os conteúdos foram tratados com profundidade suficiente, considerando a proposta desta oficina

1.4) Os produtos previstos ajudam na reorganização do processo de trabalho local

2) Estratégias metodológicas

2.1) No início dos trabalhos foram estabelecidas ou reafirmadas “regras de convivência”, pactuadas coletivamente

2.2) As pactuações de “regras de convivência” possibilitaram maior corresponsabilidade e compromisso de todos com o andamento das oficinas

2.3) A programação e a condução das oficinas estimularam a participação e interação entre os participantes/equipe

2.4) A articulação/encadeamento das atividades favoreceu o clima de diálogo e participação

2.5) A forma de agrupamento/distribuição dos participantes (por turmas) favoreceu o compartilhamento de experiências, conhecimentos, etc.

2.6) O conhecimento e a experiências prévios dos participantes foram levados em conta

2.7) O tempo dedicado às atividades foi adequado e proveitoso

2.8) A metodologia utilizada favoreceu o alcance dos objetivos previstos

2.9) Esta oficina está gerando oportunidade para que os participantes discutam e proponham ajustes para as oficinas seguintes

3) Sobre os condutores (oficineiros, facilitadores, apoiadores)

3.1) Os condutores mantiveram a postura de acolher e problematizar adequadamente as questões que o grupo levantou (temáticas, conflitos, questões relacionadas aos produtos, etc.)

3.2) Os condutores (em seu conjunto) mostraram-se com conhecimento suficiente/adequado quanto aos conceitos trabalhados

3.3) (Apenas para as oficinas realizadas nos CS) a Esta oficina contou com a participação de referência técnica (apoiador) do Distrito Sanitário

3.4) Dê uma nota de 1 a 4 considerando sua avaliação relacionada ao desempenho geral da condução da oficina pelo conjunto de condutores (número menor indicando pior desempenho e número maior indicando melhor desempenho)

4) Autoavaliação “do grupo” quanto à participação no processo

4.1) Conseguimos formular as questões que nos incomodam (caso não tenha havido necessidade dessa intervenção, deixar em branco

4.2) Tomamos iniciativas e fizemos sugestões nos trabalhos de grupo

4.3) Estabelecemos associação entre as oficinas e o trabalho cotidiano

4.4) Interessamo-nos pelas bibliografias sugeridas

4.5) Percebemos avanço na apropriação de conhecimento

4.6) Tivemos disponibilidade para mudar a forma de agir e interagir com o outro (nos casos que consideramos pertinentes, necessários)

4.7) Fizemos sugestões quando percebemos que a abordagem não estava agradando a turma ou não estava atendendo aos objetivos e às expectativas (caso não tenha havido necessidade dessa intervenção, deixar em branco)

4.8) Cumprimos/respeitamos as “regras de convivência” pactuadas coletivamente

5) Material didático

5.1) Os textos, caderno de oficinas, orientações, instrumentos como planilhas, matrizes, etc., foram adequados

5.2) Os instrumentos utilizados permitiram reflexão entre o que foi discutido e o trabalho cotidiano

6) Infraestrutura e logística

6.1) Percebemos que houve cuidado em se providenciar um espaço satisfatório para realização das oficinas, considerando ambiente físico e logística em geral

6.2) O espaço/ambiente de oficinas foi satisfatório quanto a: lanche, água, banheiro e conforto em geral

7) Sobre o instrumento avaliativo

7.1) Este tipo de instrumento avaliativo (questionário) permite que você expresse sua opinião sobre o que você gostaria de avaliar

Espaço para sugestões:

ANEXO: MATRIZ 2-B

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 3: Territorialização e Diagnóstico Local

Anotações

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