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Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte OficinaS dE QualificaçãO da atEnçãO PriMária à SaúdE EM BElO HOrizOntE Oficina 1 Belo Horizonte, 2009 análise da atenção Primária à Saúde Guia do Gerente de Projetos(tutor)/facilitador

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Escola de Saúde Pública do Estado de Minas GeraisSecretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

OficinaS dE QualificaçãO da atEnçãO PriMária à SaúdE EM BElO HOrizOntE

Oficina 1

Belo Horizonte, 2009

análise da atenção Primária à Saúde

Guia do Gerente de Projetos(tutor)/facilitador

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAISUnidade SedeAv. Augusto de Lima, 2.061 - Barro Preto - BH - MGCEP: 30190-002 - www.esp.mg.gov.br

Unidade Geraldo Campos ValadãoRua Uberaba, 780 - Barro Preto - BH - MGCEP: 30180-080

Tammy Angelina Mendonça Claret MonteiroDiretora Geral da Escola de Saúde Públicado Estado de Minas Gerais

Thiago Augusto Campos HortaSuperintendente de Educação

Onofre Ricardo de Almeida MarquesSuperintendente de Pesquisa

Adilson Meireles PachecoSuperintendente de Planejamento,Gestão e Finanças

Fabiane Martins RochaAssessora de Comunicação Social

Audrey Silveira BatistaAssessor Jurídico

Nina de Melo DávelAuditora Geral

Ana Cristina Mortimer Lio de CarvalhoCoordenadora de Educação Permanente - SEDU/ESP-MG

Juliana Fonseca de OliveiraCoordenadora de Educação Técnica - SEDU/ESP-MG

Tereza Cristina PeixotoCoordenadora de Educação Superior - SEDU/ESP-MG

Patrícia da Conceição ParreirasCoordenadora do Núcleo de Gestão Pedagógica - SEDU/ESP-MG

Stella Maris Srvarca AreasCoordenadora do Núcleo de Planejamento Educacional - SEDU/ESP-MG

Michael Molinari AndradeCoordenador do Núcleo de Ações Estratégicas - SEDU/ESP-MG

Responsáveis Técnicos/Núcleo de Ações Estratégicas - SEDU/ESP-MGAna Carolina da Silva CristianoDinalva Martins IriasEleni Fernandez Motta de LimaVirgínia Rodrigues Braga

Revisão Técnico-Pedagógica:Carlos Haroldo PiancastelliDinalva Martins IriasDulcinéia Pereira da CostaPoliana Estevam NazarPatrícia da Conceição ParreirasThiago Augusto Campos HortaWagner Fulgêncio Elias

Editor Responsável: Fabiane Martins Rocha

Produção gráfica e Impressão: Autêntica Editora

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAISRua Sapucaí, 429 - CEP: 30150-050 - Belo Horizonte-MGwww.saude.mg.gov.br

Marcus Vinícius Caetano Pestana da SilvaSecretário de Estado de Saúde de Minas Gerais

Antônio Jorge de Souza MarquesSecretário-Adjunto de Estado de Saúde de Minas Gerais

Helidéa de Oliveira LimaSubsecretária de Políticas e Ações de Saúde

Marco Antônio Bragança de MatosSuperintendente de Atenção à Saúde

Elice Eliane Nobre RibeiroGerente de Atenção Primária à Saúde

Fernando Santos SchneiderGerente Adjunto do Projeto Estruturador Saúde em Casa

Jomara Alves da SilvaSubsecretária de Inovação e Logística em Saúde

Juliana Barbosa e OliveiraSuperintendente de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde

Aline Branco MacedoGerente de Ações Educacionais em Saúde

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTEAvenida Afonso Pena 2336 Funcionários – Belo Horizonte – MG – CEP: 30130.007www.pbh.gov.br

Márcio Araújo de LacerdaPrefeito de Belo Horizonte

Marcelo Gouveia Teixeira Secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte

Susana Maria Moreira RatesSecretária Municipal Adjunta

Fabiano PimentaSecretário Municipal Adjunto

ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DA ATENÇÃOPRIMÁRIA À SAÚDE:

Eugênio Vilaça MendesConsultor da Secretaria de Estado de Saúde

Maria Emi ShimazakiConsultora Técnica

Marco Antônio Bragança de MatosSuperintendente de Atenção à Saúde

Fernando Antônio Gomes LelesAssessor-chefe da Assessoria de Gestão Regional

Wagner Fulgêncio EliasAssessor de Normalização

Luciana Maria de MoraesTécnica da Assessoria de Normalização

Marli NacifTécnica da Gerência de Atenção Primária à Saúde

GRUPO DE ADAPTAÇÃO DAS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

Adriana Lúcia MeirelesAlexandre MouraAline Mendes SílvaAmália Efigênia Froes FonsecaAna Maria ResendeAndréa Ramos AlmeidaCarlos Alberto Tenório CavalcanteCláudia GontijoDenise Ribeiro MesquitaEliana Maria de Oliveira SáEvely CapdevilleHeloisa Maria MuzziJanete Maria FerreiraJanete dos Reis CoimbraJérsia Amaral de SouzaJúlia Carvalho Alves PerdigãoLenice Hasumi IshitaniLetícia de Castro MaiaLorena BraggaMaria Imaculada Campos DrumondMaria Janini Lino e MacedoMaria Luíza Fernandes TostesMax André dos SantosMilson Alves da FonsecaNeuslene Rivers QueirozNomária César do NascimentoPaulo César NogueiraRúbia Márcia Xavier de LimaSandra Alice Pinto Coelho MarquesSandra Cristina PaulucciShirley Maria FonsecaSimone PalmerSônia Gestera de MattosStella Deusa Pegado de AraújoVanessa Almeida

Representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Conceição Aparecida GonçalvesLuciana Maria de Moraes

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

AGRADECIMENTOS

À Equipe da SES que trabalhou com esforço durante muitos anos na elaboração dessa metodologia e ao fazê-lo procurou refletir profundamente sobre qual é o papel do governo estadual e descobriu, no caminhar, o nicho de atuação do Estado, em conjunto com as Secretarias Municipais de Saúde.

Às equipes das Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais, que antecederam Belo Horizonte na implantação desse processo, testaram, validaram e experimentaram a metodologia e instrumentos. O produto lapidado por vocês faz toda a diferença na complexidade da condução dessa tarefa no SUS-BH.

Aos gerentes, coordenadores, equipes, trabalhadores e conselheiros distritais de saúde que de forma compartilhada tornam o SUS-BH cada vez melhor, efetivo e humanizado.

Grupo de Condução das Oficinas da APS

Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

APRESENTAÇÃO SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS

Os projetos prioritários que estão sendo implantados em todo o estado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais têm um grande objetivo estabelecido no modelo de gestão estratégica do Governo, o “Estado para Resultados”: a vida saudável para toda a população mineira, como um benefício direto e claramente perceptível.

Estes projetos se articulam entre si para possibilitar o desenvolvimento da estratégia maior, a construção de redes de atenção à saúde nos territórios sanitários, capaz de identificar a necessidade de saúde da população adscrita e de prestar uma assistência contínua e integral.

O Projeto Saúde em Casa prevê a melhoria do acesso e da qualidade da atenção primária à saúde. Já estamos quase alcançando a marca de 4.000 equipes de PSF no estado; 812 municípios foram contemplados com 1.190 construções de novas unidades de saúde e outras 600 equipes serão contempladas através da resolução publicada em 2009; 863 veículos já foram distribuídos para 760 municípios para apoiar as equipes nos deslocamentos previstos nas áreas de abrangência; 1.500 médicos estarão participando até o final de 2009 do Programa de Educação Permanente, aumentando este número para a totalidade dos médicos de saúde da família até o final desta gestão; quase todas as unidades de saúde da família recebem o sinal do Canal Minas Saúde e suas equipes podem acompanhar semanalmente as aulas televisivas sobre as linhas-guia de atenção à saúde; outros 200 municípios estão conectados ao projeto de Telemedicina. Números que demonstram um empenho decidido e concreto no fortalecimento da Atenção Primária à Saúde.

O Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde é a principal estratégia do Saúde em Casa. Trata-se de um conjunto de dez oficinas de capacitação dos profissionais das equipes de saúde, com implantação de linhas-guia de atenção à saúde e de instrumentos de diagnóstico da situação de saúde, programação e monitoramento de ações, além de outros instrumentos de gestão.

O Plano Diretor da Atenção Primária está sendo implantado através de parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) e a Escola da Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), cabendo a esta a execução das ações educacionais, mediante a cooperação técnico-educacional com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Todo esse trabalho em conjunto possibilitou que o PDAPS chegasse às equipes de Atenção Primária de praticamente todos os municípios de MG.

Iniciamos agora, com esta primeira oficina, um passo fundamental para a consolidação da proposta do Plano Diretor da APS: a realização do mesmo no município de Belo Horizonte, através das “Oficinas de Qualificação da APS”. Em parceria direta com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, atingiremos os cerca de 10.000 profissionais de saúde atuantes na APS do município.

É um projeto inovador e audacioso, com o qual queremos cumprir o nosso compromisso de proporcionar uma vida saudável a cada um dos mineiros.

Marcus Vinícius Caetano Pestana da Silva

Secretário de Estado de Saúde e Gestor do SUS de Minas Gerais

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

APRESENTAÇÃO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE

Belo Horizonte tem uma trajetória exitosa na organização de seu sistema de saúde. De acordo com as diretrizes do SUS, a partir de 1988, muitos avanços foram obtidos, tais como integração das unidades em uma rede de serviços de saúde.

Nesse caminhar, a gestão municipal optou pelo fortalecimento da Atenção Primária por entender que esse era o ponto do sistema capaz de propiciar à população a atenção necessária para a solução da maioria dos seus problemas de saúde, a criação do vínculo e a longitudinalidade do cuidado.

O Plano Macro Estratégico da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte, 2009-2012: SUS-BH Cidade Saudável aponta a Atenção Primária à Saúde como das grandes diretrizes dessa gestão, eixo estruturador de toda a rede de atenção à saúde no município de Belo Horizonte.

Entendendo a necessidade de qualificação da atenção primária em saúde, iniciamos as oficinas do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, que em Belo Horizonte foram adaptadas à realidade municipal, denominadas “Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte”.

Essas oficinas consolidam o processo de implantação da Estratégia de Saúde da Família em Belo Horizonte. Seremos mais de 10.000 trabalhadores envolvidos na capacitação, em dez oficinas, que propiciarão o encontro, o debate e a construção coletiva dos processos de trabalho locais.

Vivemos um momento transformador, buscando a qualificação do atendimento oferecido na Atenção Primária e construindo cotidianamente uma cidade cada vez “mais saudável”.

Boas vindas e bom trabalho a todos!

Marcelo Gouvêa Teixeira

Secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS.............................................................................................................3

APRESENTAÇÃO – SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS..........................5

APRESENTAÇÃO – SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE.....................7

INTRODUÇÃO....................................................................................................................11

PARTE 1: Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte....13

1. A ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO DAS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE............................................................................................................................15

1.1. A SITUAÇÃO DE SAÚDE EM MINAS GERAIS............................................................... 15

1.2. A SITUAÇÃO DE SAÚDE EM BELO HORIZONTE.......................................................... 15

1.3. A SITUAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE...................... 16

1.4. AS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE...................................................................................................................... 17

2. A OPERACIONALIZAÇÃO DAS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ..............................................................................................................................20

2.1. OBJETIVO GERAL....................................................................................................... 20

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 20

2.3. ESTRATÉGIAS............................................................................................................. 20

2.4. AS OFICINAS.............................................................................................................. 24

2.5. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS OFICINAS-APS........................................................... 31

2.6. A METODOLOGIA PEDAGóGICA UTILIZADA PARA AS OFICINAS – APS..................... 32

3. ORIENTAÇõES PARA O GERENTE DE PROJETO(TUTOR) / FACILITADOR........................ 36

PARTE 2: Análise da Atenção Primária à Saúde...............................................................39

1. COMPETÊNCIA............................................................................................................. 41

2. OBJETIVOS................................................................................................................... 41

3. ESTRATÉGIAS E ATVIVIDADES....................................................................................... 41

4. ESTRUTURA GERAL E PROGRAMAÇÃO........................................................................ 42

1° Dia .............................................................................................................................. 43

Atividade I. Introdução e Dinâmica Inicial........................................................................43

Atividade II. Atenção Primária à Saúde e seus Princípios.................................................43

Atividade III. A Análise da Atenção Primária à Saúde.......................................................50

2° Dia .............................................................................................................................. 62

Atividade IV. Elaboração de Plano para o Fortalecimento da APS em Belo Horizonte......62

Atividade V. Plano Macro-Estratégico da SMSA-BH /Fortalecimento da APS....................66

Atividade VI. Plano de Trabalho do Período de Dispersão................................................77

Atividade VII. Avaliação da Oficina...................................................................................95

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

intrOduçãO

O SUS-BH estrutura-se numa rede de atenção à saúde, composta por diferentes pontos e/ou equipamentos de diferentes densidades tecnológicas que devem ser distribuídos espacialmente de forma equânime. A Atenção Primária à Saúde (APS) pode ser considerada o centro de comunicação dessa rede horizontal ou “poliárquica”, onde se coordenam os fluxos e os contra-fluxos dos serviços de saúde.

Assim, a APS tem como missão: Coordenar um conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e coletivo, dirigidas a populações de territórios definidos, envolvendo a promoção, prevenção, vigilância à saúde, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Pretende-se que a APS seja capaz de resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância e seja o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde orientando-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade, continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, equidade e participação social. (Starfield, 2002).

Na busca dessa missão, as Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (OFICINAS APS) se caracterizam como um esforço conjunto de profissionais, gestores e cidadãos no fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, através do planejamento, organização, operacionalização e monitoramento de ações que visam resultados concretos na melhoria dos indicadores de saúde, na qualidade e na resolubilidade da assistência à saúde.

Como estratégia educacional para a sua implantação, as Oficinas de Qualificação da APS conta com um conjunto de 10 oficinas oriundas do Plano Diretor da APS, que serão realizadas nas unidades básicas de saúde e tem como público-alvo, os profissionais que atuam na Atenção Primária e gestores de saúde.

Não se trata de treinamento tradicional, mas sim de oficinas constituídas de períodos de concentração e de dispersão. Os períodos de concentração são presenciais – para aquisição de conhecimentos e habilidades - e a dispersão – para aplicação prática dos conteúdos assimilados - ocorre no território de responsabilidade da equipe de saúde.

Esta primeira oficina nos dá a visão das funções da Atenção Primária à Saúde - de coordenação, de responsabilização e de resolução dos problemas de saúde – e do seu papel fundamental da mudança de modelo de atenção à saúde: a organização das redes de atenção à saúde, voltada tanto para as condições agudas quanto para as crônicas.

Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

1. A ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO DAS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

1.1. A SITUAÇÃO DE SAÚDE EM MINAS GERAIS1

A análise situacional da saúde em Minas Gerais mostra uma população num processo de envelhecimento muito rápido. Em 2006, 9% da população mineira, 1.800.000 habitantes, era composta por pessoas de mais de 60 anos; em 2025, esse percentual será de aproximadamente 15%. Esse incremento acelerado dos idosos tem duas implicações principais: o aumento dos custos do sistema público de saúde e o incremento das doenças crônicas.

Além disso, uma analise epidemiológica, realizada através do estudo da carga das doenças mostra que ela se compõe de: 15% por doenças infecciosas, 10% por causas externas, 9% por condições maternas ou perinatais e 66% por doenças crônicas. Essa situação epidemiológica é definida como de dupla carga das doenças porque, de um lado, persistem as doenças infecciosas e, de outro, há uma forte predominância relativa das condições crônicas que já são responsáveis por 2/3 da carga das doenças no estado.

Uma situação de saúde caracterizada pela dupla carga da doença exige, como resposta conseqüente, a estruturação do sistema de saúde sob a forma de redes de atenção com um centro de comunicação na atenção primária à saúde.

Essa é a razão pela qual o Plano de Governo de Minas Gerais, para o período de 2007 a 2010, coloca, como prioridades, a implantação das redes de atenção às mulheres e às crianças (Viva Vida), de atenção às urgências e emergências, de atenção às doenças do aparelho circulatório e diabetes (Hiperdia) e de atenção aos idosos (Mais Vida). E como um dos projetos estruturantes, organizador dessas redes temáticas, o Saúde em Casa, cujo objetivo é melhorar a qualidade da atenção primária à saúde no Estado.

1.2. A SITUAÇÃO DE SAÚDE EM BELO HORIZONTE

Belo Horizonte foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897, planejada para ser uma capital moderna, centro do poder do Estado de Minas Gerais. Desde os primórdios, não se levou em conta a necessidade de uma política pública de habitação e ocupação do solo voltada para o desenvolvimento de toda a cidade. Os sucessivos governos preservaram a área central, permitindo que nas demais a expansão se realizasse de forma desordenada.

Essa forma de ocupação do espaço urbano determinou a existência de grupos sociais com diferenças importantes no acesso aos serviços de saúde, configurando perfis epidemiológicos e problemas de saúde diferentes.

No geral, o quadro de saúde do município não difere muito daquele das grandes cidades brasileiras, caracterizada pela dupla carga da doença. As taxas de Mortalidade Proporcional por principais grupos de causas, 1 MENDES, Eugênio Vilaça et al. (2002). Os sistemas de serviços de saúde: o que os gestores deveriam saber sobre as organizações complexas. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

de 2003 a 2008, apresentam como primeira causa de óbito as Doenças Cardiovasculares (25,6%), seguida das Neoplasias (19%), Causas externas (12,8%) e Respiratórias (9,2%). As causas infecciosas e parasitárias não estão mais entre as principais, apontando a transição epidemiológica e o envelhecimento da população.

Entretanto, as diferenças intra-urbanas no estado de saúde da população são muito evidentes. Através de um indicador composto, denominado Índice de Vulnerabilidade à Saúde (IVS), conhecido como “Indicador de Risco”, foram definidas quatro categorias de risco de adoecer e morrer para a população do município: risco baixo (28,0% da população), risco médio (38% da população), risco elevado (27% da população) e risco muito elevado (7,0% da população).

A diferença entre essas populações pode ser observada na Mortalidade Proporcional (%) segundo grupos etários, estratificada pelo IVS para o ano de 2000. Oitenta e dois por cento dos residentes nas regiões classificadas como “Baixo Risco” morrem com idade acima de 50 anos, enquanto que nas áreas de “Risco Muito Elevado” cinquenta e dois por cento da população morreram antes de atingir essa idade.

Essas desigualdades se combinam para causar enormes iniquidades, (já que injustas e evitáveis) no estado de saúde de nossas populações. Essa realidade epidemiológica traz grandes desafios para a rede dos serviços de saúde da capital, especialmente para a Atenção Primária, centro de comunicação da rede de atenção à saúde do SUS-BH.

1.3. A SITUAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE

O município de Belo Horizonte tem uma longa trajetória na organização de seu sistema de atenção à saúde. Em consonância com a implantação do SUS, a partir de 1988, são mais de duas décadas seguindo em direção a uma rede de atenção à saúde no município.

O sucesso dessa política, associada ao equilíbrio financeiro e o investimento na atenção especializada (consultas e exames especializados), e na regulação do sistema vem demonstrando que vale a pena investir na gestão pública de saúde, e que o SUS é viável, mesmo em municípios com grande complexidade, como Belo Horizonte, que se tornou referencia nacional na implantação do SUS, dentre as capitais.

Nesse caminhar, a gestão municipal optou pelo fortalecimento da Atenção Primária por entender que esse era o ponto do sistema capaz de propiciar à população a atenção necessária para a solução da maioria dos seus problemas de saúde, a criação do vínculo e a longitudinalidade do cuidado.

As primeiras Equipes de Saúde da Família (ESF) foram implantadas em 2002 nos Centros de Saúde do município, ficando responsáveis pela assistência à saúde das populações de maior risco de adoecer e morrer, conforme o IVS anteriormente descrito. Para essas populações a estratégia de saúde da família veio substituir a forma de organização anterior, significando, ainda uma mudança processual

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

por dentro da rede de serviços, sem redes paralelas ou concorrentes.

Assim, as ESF e de Saúde Bucal atuam no espaço dos Centros de Saúde em conjunto com os demais profissionais que compõem a atenção primária (clínicos, pediatras, assistentes sociais, equipes de saúde mental, dentre outras). Em um movimento crescente, temos hoje na Atenção Primária em Belo Horizonte mais de 10.000 trabalhadores, distribuídos em 145 Centros de Saúde e 513 Equipes de Saúde da Família.

Esse processo trouxe muitos avanços para o SUS-BH como o incremento de recursos humanos, a mudança da forma de abordagem da população, diversificação da oferta de ações de promoção da saúde, a ampliação do acesso aos serviços de saúde. Ou seja, a configuração da APS como a porta de entrada - não a única, mas a principal - do sistema de saúde municipal.

Por outro lado, a implantação da ESF em Belo Horizonte desnudou questões amplas e delicadas: a violência em todos os seus matizes, a pobreza extrema e outras dificuldades da vida familiar. Em muitos casos, o sistema de saúde vem assumindo responsabilidades que extrapolam seu campo de atuação, exigindo cada vez mais a articulação com o conjunto das políticas sociais e urbanas.

Além desse, existem hoje muitos desafios. Atenção Primária como porta de entrada levou as equipes, em muitos momentos, a priorizar o atendimento da demanda espontânea em detrimento do acompanhamento e seguimento dos usuários e famílias.

Atualmente, as equipes da APS vivem um dilema entre a atenção programada e a gestão da demanda espontânea, a promoção à saúde – tão necessária - e a integração aos demais pontos da rede de atenção à saúde no município.

1.4. AS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM BELO HORIZONTE

Diante dessa trajetória e após a implantação de mais de 500 equipes de saúde da família, percebemos que o desafio cotidiano é o de disseminar e coletivizar as diretrizes assistenciais do processo de trabalho na Atenção Primária em Saúde.

• Muitos esforços já foram conduzidos nesse sentido. Foi realizado o curso de Especialização em Saúde da Família em parceria com a UFMG, com a titulação de mais de 1.000 médicos e enfermeiras, foi criado o Centro de Educação em Saúde (CES) e foram feitas diversas capacitações ao longo dos últimos anos. Além disso, nos últimos anos, uma ampla discussão com os gestores e trabalhadores do SUS-BH culminou com duas publicações importantes: o Livro de Resumos do 2º seminário da Atenção Básica do SUS-BH de 20072 e o livro “Avanços e Desafios na Organização da Atenção Básica à Saúde em Belo Horizonte de 20083.

Entretanto, essas iniciativas ainda não foram suficientes para recomendar 2 SEMINÁRIO DA ATENÇÃO BÁSICA DO SUS-BH., 2007, Belo Horizonte. [Resumos]. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2007.3 TURCI, Maria Aparecida (Org.). Avanços e desafios na organização da Atenção Básica à Saúde em Belo Horizonte. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Saúde/HMP Comunicação, 2008.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

e estruturar a organização do processo de trabalho local, um processo homogêneo o suficiente para atender a regras e normas gerais para toda a cidade e, ao mesmo tempo, específico o bastante para lidar com perfis epidemiológicos tão diversos, em nosso território.

Dessa busca, associar a qualificação profissional dos profissionais da APS com a implementação de diretrizes que conduzam a organização harmônica do processo de trabalho da Atenção Primária em Belo Horizonte, nascem as Oficinas de Qualificação da Atenção Primária em Saúde em Belo Horizonte.

A metodologia das Oficinas-APS está inserida em uma iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde, que elaborou e vem implantando o Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde PDAPS em boa parte dos municípios mineiros.

A proposta do PDAPS foi concebida no raciocínio básico de que os problemas da atenção primária à saúde em Minas Gerais são problemas complexos e que as situações que manifestam problemas complexos – ao contrário do senso comum que busca sempre soluções simples e rápidas -, só podem ser respondidas, com consequência, por soluções complexas e sistêmicas,

Assim o Plano Diretor da Atenção Primária foi concebido como estratégia de implantação do projeto estruturante do governo do estado, o Saúde em Casa. Como solução complexa integra um conjunto de mais de três dezenas de soluções tecnológicas desenvolvidas no período de 2003/2007. A metodologia de implantação está baseada em oficinas educacionais, elaboradas com base nos princípios andragógicos da educação de adultos.

Esse processo educacional partirá da formação de agentes multiplicadores e terminará na realização das oficinas em cada uma das 5.009 Unidades Básicas de Saúde do estado.

Em Minas Gerais, o objetivo-síntese é o de reduzir as internações por condições sensíveis à atenção ambulatorial para 28% em 2010 e para um valor entre 16% a 21% em 2023, de acordo com os cenários mais favorável e mais desfavorável.

Em Belo Horizonte, Atenção Primária à Saúde é uma das três grandes diretrizes do Plano Macro-estratégico SUS-BH: Cidade Saudável. Esse plano, que engloba os Projetos Sustentadores da Prefeitura de Belo Horizonte, pretende a organização dos esforços da rede de atenção à saúde do município em direção a: (1) a redução das mortes e internações evitáveis, (2) a qualidade do atendimento oferecido e (3) a responsabilidade sanitária pelos territórios de saúde da capital.

Quanto a Atenção Primária os objetivos e resultados acordados são: (1) Reduzir a Taxa de Mortalidade Infantil dos residentes de BH em 10%,passando de 12 para 10,8 até dezembro de 2012, (2) reduzir as internações de residentes de Belo Horizonte, por causas sensíveis em 10% até dezembro de 2012, passando de 28.260 para 25.434 internações, (3) aumentar a proporção de nascidos vivos de mães com mais de 7 consultas de Pré-Natal, de 73,16 para 80, até dezembro de 2012, (4) aumentar a cobertura do exame Papanicolau em mulheres (25 a 59 anos), residentes em Belo Horizonte, de 64,1 para 70 até dezembro de 2012, (5) reduzir a razão de morte materna em 5%, de 52,7 para 50,0 até 2012.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

As intervenções das Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde, pretendem atingir todos os trabalhadores dos 145 Centros de Saúde (e dois anexos) de Belo Horizonte, envolvem ações integradas nas diversas áreas em que os problemas se manifestam:

• A normalização da atenção primária à saúde através da definição de um eixo comum de organização do cotidiano das equipes e trabalhadores;

• O diagnóstico local da atenção primária à saúde: os processos de territorialização, o cadastramento das famílias por riscos sócio-sanitários e a definição da situação local;

• A organização dos processos de trabalho, o que envolve os processos de humanização e acolhimento dos usuários, a organização da atenção programada por ciclos de vida e com base em riscos e a organização da atenção às urgências por graus de risco;

• A organização da vigilância em saúde através das ações de monitoramento do estado de saúde do território agregando as ações em vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e vigilância ambiental;

• A implantação de Tecnologias de Informação em Saúde (TIS) como o cartão SUS e o prontuário eletrônico;

• A organização das relações da atenção primária com o sistema de transporte sanitário e com a central de regulação;

• A discussão do apoio diagnóstico e terapêutico, tanto nos ciclos logísticos quanto no uso racional dos medicamentos e exames complementares;

• A implantação do programa de bonificação variável (Bom de Serviço) com o processo de definição de indicadores e metas a serem alcançados pela atenção primária e contratualização das equipes;

• Os investimentos em infra-estrutura física e em equipamentos.

• O fortalecimento do controle social pelos Conselhos Locais de Saúde.

• A implantação da gestão da clínica, através da elaboração e implantação das linhas-guia com a utilização da tecnologia de gestão de patologia - o que implica a programação por riscos, o contrato de gestão, o sistema de monitoramento eletrônico, a educação permanente dos profissionais da atenção primária e de educação em saúde dos usuários – e da tecnologia de auditoria clínica.

• A avaliação das Oficinas de Qualificação da APS, através da aplicação de uma linha de base, da avaliação de processos e resultados e da avaliação

das opiniões de profissionais e usuários.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

2. A OPERACIONALIZAÇÃO DAS OFICINAS DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEA operacionalização do conjunto de ações integradas das Oficinas de Qualificação da APS será realizada através da realização de dez oficinas sobre os seguintes temas: (1) Análise da Atenção Primária à Saúde no Município, (2) As Redes de Atenção à Saúde e a Regulação Assistencial, (3) Território e o Diagnóstico Local, (4) Programação Local e Municipal, (5) Monitoramento e Contrato de Gestão, (6) A Organização da Atenção à Demanda Espontânea, (7) Promoção à Saúde, (8) Vigilância à Saúde, (9) O Prontuário da Família e Abordagem Familiar, (10) Assistência Farmacêutica e Laboratorial.

2.1 OBJETIVO GERALConsolidar a atenção primária como eixo estruturador da atenção à saúde no município de Belo Horizonte através: (1) do fortalecimento do processo de implantação da Estratégia de Saúde da Família em Belo Horizonte; (2) da capacitação dos trabalhadores envolvidos na atenção primária à saúde da capital; (3) da qualificação dos processos de trabalho locais.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS• Implementar diretrizes que conduzam a uma atenção primária qualificada

e resolutiva em Belo Horizonte ;

• Alinhar os processos de trabalho que permitam o equilíbrio entre: promoção, prevenção e atenção, entre o agudo e o crônico no cotidiano das agendas;

• Implantar instrumentos de gestão da clínica: diagnóstico local, programação local e municipal, protocolo de classificação de risco, contrato de gestão e sistema de monitoramento.

2.3 ESTRATÉGIAS

2.3.1 A parceria com a SES/MG

As Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte fazem parte da estratégia de implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde (PDAPS) em Minas Gerais.

A implantação do PDAPS já foi realizada, em sua Fase 1, nos municípios de Itabira e Uberlândia e nas microrregiões de Montes Caros / Bocaiúva e Janaúba / Monte Azul, envolvendo cerca de 200 equipes de saúde da família de 28 municípios.

Na Fase 2, o PDAPS está sendo implantado em 9 macrorregiões (Norte, Jequitinhonha, Nordeste, Sudeste, Leste do Sul, Centro Sul, Triângulo Norte,

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

Noroeste e Oeste), através de parceria com a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) que executará as ações educacionais de forma descentralizada através de Cooperação Técnico Educacional com a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e com as Universidades Federais de Juiz de Fora (UFJF) e Uberlândia (UFU).

A Fase 3, está beneficiando 4 macrorregiões – Centro, Sul, Triângulo do Sul e Leste, através da parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e execução direta pela ESP-MG. Belo Horizonte se insere nessa fase e vem desenvolvendo o trabalho em conjunto com a SES desde o início de 2009.

2.3.2 O Grupo de Condução Municipal

Para condução do processo, foi estruturado um grupo de condução municipal, sob orientação do gabinete da SMSA, que conta com a participação das principais gerências envolvidas, tais como: Gerência de Atenção Primária à Saúde, Gerência da Rede Complementar, Gerência de Urgência, Gerência de Vigilância e Informação, Gerência de Tecnologias da Informação e Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde.

Além dos representantes das várias gerências, participam na condução municipal técnicos do nível central que apoiam o processo em cada Distrito Sanitário, denominados Apoiadores Institucionais e os Gerentes de Projeto vinculados a cada Distrito.

Os apoiadores institucionais serão responsáveis por:

» participar integralmente das oficinas municipais;

» atuar de maneira integrada com a equipe distrital e central,construindo uma interface dinâmica do nível central com as equipes distritais ;

» acompanhar e apoiar as atividades dos tutores juntamente com a equipe distrital;

» participar da adaptação da metodologia e material didático à realidade do município de Belo Horizonte;

» acompanhar as atividades dos gerentes de projeto/tutores juntamente com a equipe distrital;

» identificar eventuais problemas relacionados à metodologia durante o processo de capacitação e implantação, remetendo-os ao Grupo de Condução Municipal;

» avaliar o cumprimento dos produtos definidos nas Oficinas de Qualificação.

Esse grupo tem como tarefa a coordenação e condução geral das OFICINAS-APS, incluindo a adaptação da metodologia e material didático desenvolvida para o PDAPS para a realidade da Atenção Primária em Belo Horizonte e a orientação dos Gerentes de Projeto.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

2.3.3 O Grupo de Gerentes de Projeto (Tutores)

Para condução das Oficinas, em cada Distrito sanitário teremos Gerentes de Projeto, conhecido como “tutor” com dedicação de 20 horas semanais para os processos envolvidos nas oficinas e os trabalhos do período de dispersão. Serão 14 tutores distritais e um tutor central, que serão orientados pelo Grupo de Condução Municipal.

Cada gerente de projeto será responsável por:

» participar integralmente das oficinas municipais, atuando como Gerente de Projeto (Tutor) das atividades nessas oficinas;

» atuar de maneira integrada com a equipe distrital e central;

» participar da customização da metodologia e material didático;

» acompanhar e apoiar as atividades dos facilitadores juntamente com a equipe distrital;

» responsabilizar-se por um mesmo grupo de facilitadores, de um mesmo distrito durante todo o percurso das oficinas;

» avaliar o processo de capacitação dos facilitadores, reforçando o que for necessário;

» emitir relatório de avaliação, ao final de cada oficina, conforme orientação do Grupo de Condução Municipal;

» supervisionar a realização das oficinas de replicação nos centros de saúde, as atividades do período de dispersão e a implantação dos instrumentos das OFICINAS-APS;

» identificar eventuais problemas relacionados à metodologia durante o processo de capacitação e implantação e buscar soluções adequadas;

» avaliar o cumprimento dos produtos definidos nas Oficinas de Qualificação;

» informar ao Grupo de Condução Municipal sobre o desenvolvimento das atividades do período de dispersão, através de relatórios padrão;

» participar do Grupo de Condução Municipal nas atividades de condução e avaliação de todo o processo.

2.3.4 O Grupo de Condução Distrital

O Distrito Sanitário conduzirá, juntamente com o Grupo de Condução Municipal, a implantação das OFICINAS-APS nos centros de saúde sob sua responsabilidade.

Para isso, a coordenação do distrito indicará um grupo de técnicos e/ou gerentes, além do Apoiador Institucional e Gerente de Projeto (Tutor) do respectivo distrito para acompanhamento de todo o processo. Os técnicos distritais não precisam estar diretamente ligados à condução da atenção primária no distrito, mas precisam preferencialmente acompanhar de perto os problemas e aspectos cotidianos relacionados aos centros de saúde. Assim, estima-se que cada Grupo

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

de Condução Distrital terá em torno de 6 participantes.

Cada componente do Grupo de Condução Distrital será responsável por:

» acompanhar a institucionalização das OFICINAS-APS, garantindo uma boa compreensão da proposta;

» garantir local adequado e equipamentos necessários para a realização das oficinas de facilitadores;

» participar integralmente das oficinas de capacitação municipal;

» contribuir na customização da metodologia e material didático quando necessário;

» participar da condução das oficinas locais quando necessário;

» identificar eventuais problemas e dificuldades relacionadas ao processo de implantação e buscar soluções adequadas;

» avaliar o cumprimento das metas definidas nas Oficinas de Qualificação;

» participar dos momentos de avaliação com o Grupo de Condução Municipal.

2.3.5 O Grupo de Facilitadores

Os facilitadores das oficinas serão capacitados através das Oficinas Municipais para conduzir as OFICINAS-APS nos centros de saúde. Cada centro de saúde terá dois facilitadores, identificados pelo Grupo de Condução Distrital, dentre o corpo de gerentes, técnicos e trabalhadores do Distrito Sanitário, que tenham perfil para a condução de oficinas. Portanto, no município teremos ao todo um grupo de aproximadamente, 292 facilitadores.

O facilitador deve:

» ser um técnico municipal de nível superior com atuação direta na assistência, ou com atuação no nível gerencial da secretaria municipal;

» ser capaz de conduzir oficinas de trabalho e supervisionar as atividades do período de dispersão nas unidades de saúde e nos distritos;

» ser capaz de trabalhar em equipe.

O facilitador se compromete a:

» Participar integralmente das oficinas de capacitação dos facilitadores/ Oficinas Municipais;

» Planejar e executar a replicação das oficinas no nível local, responsabilizando-se pelo mesmo grupo de equipes e profissionais durante todo o percurso das oficinas;

» Reportar-se ao Grupo de Condução Distrital para questões gerenciais;

» Reportar-se ao Gerente de Projeto/Tutor para questões metodológicas;

» Informar Grupo de Condução Distrital sobre o desenvolvimento

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

das oficinas, através de relatórios padrão;

» Supervisionar as atividades do período de dispersão das equipes e a implantação dos instrumentos das OFICINAS-APS;

» Identificar eventuais problemas durante o processo de implantação e buscar soluções adequadas;

» Avaliar o cumprimento das metas definidas nas Oficinas de Qualificação;

» Participar dos momentos de avaliação da implantação das Oficinas de Qualificação.

2.3.6 Os Participantes das OFICINAS-APS

Nas oficinas municipais deverão participar, além dos grupos de condução, tutores e facilitadores, os técnicos com atuação direta ou indireta na Atenção Primária do município, tais como, coordenadores da assistência, técnicos do planejamento, vigilância à saúde e informação, educação permanente e outras áreas afins.

O público-alvo das oficinas locais são todos os profissionais lotados nos Centros de Saúde, ou seja, profissionais das equipes de saúde da família, dos Núcleos de Saúde da Família (NASF) e outras unidades de apoio à atenção primária: médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos de enfermagem, técnicos de saúde bucal, auxiliar de saúde bucal, agente comunitário de saúde, administrativos, profissionais de apoio, zoonoses e de outras áreas.

Os participantes deverão:

» participar integralmente de todas as oficinas de capacitação, mesmo quando cumprirem carga horária de trabalho menor do que a duração diária da oficina;

» responsabilizar-se pela implantação, nos períodos de dispersão, dos instrumentos das OFICINAS-APS, conforme as orientações específicas de cada oficina.

2.4 AS OFICINAS

2.4.1 As oficinas Municipais

O processo de capacitação consiste em Oficinas Municipais para os grupos de condução, dos tutores e facilitadores e a seguir a replicação dos conteúdos em Oficinas Locais, realizadas para todos os profissionais de todos Centros de Saúde de Belo Horizonte.

Serão 10 Oficinas Municipais com carga horária de 16 horas para cada oficina, cumprindo um total de 160 horas presenciais, e um período de dispersão de cerca de 40 dias (6 semanas em média) entre uma oficina e a subsequente.

Os participantes das Oficinas Municipais receberão a certificação, após concluído a qualificação e deverão ter a frequência mínima de 75% em cada Oficina e por cada modalidade (Concentração e Dispersão) para sua obtenção, conforme pode ser verificado no quadro a seguir:

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

O conteúdo das Oficinas, seus respectivos objetivos e produtos requeridos são os seguintes:

FUNÇÃO CERTIFICAÇÃO FREQUÊNCIA

CARGA HORÁRIA

Concentração Dispersão Total

Gerentes do Projeto (Tutores)

Qualificação para

Implantação das Oficinas

de Qualificação da Atenção

Primária à Saúde, na

condição de Tutor.

75% 160 160 320

Facilitador

Qualificação para

Implantação das Oficinas

de Qualificação da Atenção

Primária à Saúde, na

condição de Facilitador.

75% 160 160 320

Técnicos de Grupos de Condução

Qualificação para

Implantação das Oficinas

de Qualificação da Atenção

Primária à Saúde na condição

de participante dos grupos

de condução.

75% 160 160 320

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

2.4.2 As oficinas locais

OFICINA 1A ANÁLISE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO

OBJETIVOS

• Apresentação dos módulos do curso• Alinhamento conceitual sobre a APS• Verificação da aplicação dos princípios da APS pelas equipes de

saúde:• Primeiro contato

» Longitudinalidade » Integralidade da atenção » Coordenação » Centralização na família » Orientação comunitária

• Plano de fortalecimento da APS no município• Planejamento da institucionalização e operacionalização das

oficinas locais nas UBS

PRODUTOS

• Realização da oficina com os profissionais das equipes de saúde• Análise da APS, utilizando a matriz de itens de verificação dos

princípios da APS (análise local por equipe e consolidados municipal)

• Plano de fortalecimento da APS, utilizando matriz de itens críticos, objetivos, ações, prazos, responsáveis e recursos necessários (planos locais e municipais)

• Sistematização da análise e do plano de fortalecimento em nível distrital

• Apresentação e aprovação dos planos distritais pelo Gerente do Distrito e pelo Conselho Distrital de Saúde

• Apresentação do plano de fortalecimento para o Colegiado Gestor da SMSA e para o Conselho Municipal de Saúde (CMS)

OFICINA 2AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E A REGULAÇÃO ASSISTENCIAL

OBJETIVOS

• Fundamentação teórica sobre redes de atenção à saúde• Exercício sobre a modelagem das redes de atenção: análise

da situação de saúde, pontos de atenção, sistemas de apoio, sistemas logísticos, sistema de governança

• Regulação Assistencial: conceitos e fluxos na Rede de Atenção à Saúde de BH

PRODUTOS

• Realização da oficina com os profissionais das equipes de saúde

• Análise da rede de atenção à saúde de Belo Horizonte• Sistematização da análise em nível distrital• Apresentação das análises distritais pelo Gerente do Distrito e

pelo Conselho Distrital de Saúde• Apresentação da análise municipal para o Colegiado Gestor da

SMSA e para o CMS

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

OFICINA 3TERRITóRIO E O DIAGNóSTICO LOCAL

OBJETIVOS

• A territorialização em BH: Histórico, recortes territoriais e IVS• O cadastramento das famílias: Percurso do ACS e Censo BH So-

cial• O levantamento dos problemas das famílias• A classificação familiar por grau de risco• A análise situacional da Atenção Primária à Saúde:

» Perfil territorial-ambiental » Perfil demográfico » Perfil socioeconômico » Perfil epidemiológico » Perfil assistencial

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Caracterização das áreas de responsabilidade, segundo o pro-

ces so de territorialização de BH• Cadastro das famílias da área de responsabilidade• Classificação das famílias por grau de risco• Diagnóstico local da área de abrangência das equipes de saúde• Sistematização do diagnóstico a nível distrital• Apresentação e aprovação dos diagnósticos distritais pelo

Gerente do Distrito e pelo Conselho Distrital de Saúde• Apresentação e aprovação do diagnóstico municipal pelo

Colegiado Gestor da SMSA e pelo CMS

OFICINA 4PROGRAMAÇÃO LOCAL E MUNICIPAL

OBJETIVOS

• A humanização e o acolhimento dos usuários• A atenção programada às famílias por ciclo de vida• A planilha de programação• A programação da assistência farmacêutica• A programação do apoio diagnóstico• A agenda da equipe de saúde

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Elaboração da programação de ações por ciclo de vida e/

ou condição crônica, utilizando a planilha eletrônica de programação

• Definição dos critérios gerais e normas do município para elaboração da agência de saúde das equipes nas UBS

• Elaboração das agendas por UBS• Apresentação e aprovação das agendas pelo Gerente do Distrito

e pelo Conselho Distrital de Saúde• Apresentação e aprovação das agendas pelo Colegiado Gestor

da SMSA e pelo CMS

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

OFICINA 5MONITORAMENTO E CONTRATO DE GESTÃO

OBJETIVOS

• Alinhamento conceitual sobre monitoramento, avaliação e con-tratos de gestão

• A responsabilização da equipe de saúde• A planilha de monitoramento• O pacto pela saúde • O ciclo da contratação• A contratualização das equipes de saúde• O sistema de incentivos

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Definição da estratégia de monitoramento• Implantação da planilha de monitoramento• Definição do modelo de contratualização e estratégia de

implantação• Apresentação e aprovação da proposta de contratualização pelo

Gerente do Distrito e pelo Conselho Distrital de Saúde• Apresentação e aprovação da proposta de contratualização para

o Colegiado Gestor da SMSA e pelo CMS

OFICINA 6A ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA

OBJETIVOS

• Critérios para identificação dos sinais de alerta• Classificação de risco dos usuários• A apresentação do Protocolo de Triagem de Manchester: for-

mação dos profissionais, espaço físico e fluxos de atendimento, medicamentos e equipamentos necessários.

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Discussão e proposição do Acolhimento com Classificação de

Risco nas UBS• Sistematização do diagnóstico a nível distrital e municipal

OFICINA 7 PROMOÇÃO À SAÚDE

OBJETIVOS

• Alinhamento conceitual do tema Promoção da Saúde: Evolução histórica do conceito, diferentes formas de abordagem do tema e os princípios e estratégias da promoção da saúde

• Apresentação da Proposta de (Re) Construção Participativa da Política Municipal de Promoção da Saúde, seus avanços, por meio das ações institucionais existentes e suas potencialidades futuras.

• Planejamento da institucionalização e operacionalização das oficinas locais por distrito.

• Estímulo à participação no curso de Dispositivo Global de Aprendizagem sobre Determinantes Sociais de Saúde e Formu-lação de Políticas Públicas.

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Ampliar a visão dos profissionais de saúde para além da prática

assistencialista, considerando os determinantes sociais do processo de saúde/doença.

• Orientação no nível distrital e Conselho Distrital de Saúde para o desenvolvimento do Curso de Promoção da Saúde sobre “Empoderamento” e Participação.

• Orientação no nível municipal e CMS para o desenvolvimento do Curso de Promoção da Saúde sobre “Empoderamento” e Participação.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

OFICINA 8VIGILÂNCIA À SAÚDE

OBJETIVOS

• Alinhamento conceitual do tema Vigilância em Saúde• Evolução histórica do conceito e as diferentes formas de abord-

agem do tema • Princípios e Estratégias da Vigilância em Saúde• Inserção da Vigilância em Saúde na Atenção Primária à Saúde e

nos pontos de atenção da Rede de Serviços de Saúde de BH

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Ampliação a visão dos profissionais de saúde para além da prática

assistencialista, considerando as vulnerabilidades da população.• Ampliação a interação do Grupo de Monitoramento do Estado do

Território, nos seus diversos níveis, com as respectivas equipes, potencializando o seu trabalho.

• Programação para execução dos processos previstos pelo monitoramento do território dentro da agenda dos profissionais da rede de atenção à saúde BH.

OFICINA 9O PRONTUÁRIO DA FAMÍLIA E ABORDAGEM FAMILIAR

OBJETIVOS

• Conceito, funções, aspectos éticos-legais• O Prontuário Eletrônico no SUS-BH• Objetivo, funcionalidade, estrutura• A relação equipe-família• O ciclo de vida da família• Pratice, Firo, Conferência Familiar• Genograma

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Discussão e avaliação do uso do Prontuário Eletrônico nas UBS

buscando a qualificação das suas informações• Implantação dos instrumentos de abordagem familiar,

minimamente o genograma• Sistematização a nível distrital e municipal

OFICINA 10A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA/LABORATORIAL

OBJETIVOS

• Alinhamento conceitual sobre os temas• Qualificação da prescrição, dispensação, informação para o pa-

ciente e monitoramento terapêutico, a clínica farmacêutica e o uso de medicamentos.

• Programação dos exames laboratoriais, fases pré e pós analítica do Apoio Diagnóstico

PRODUTOS

• Realização da oficina para os profissionais das equipes da saúde• Plano de organização da assistência farmacêutica e laboratorial• Sistematização a nível distrital e municipal• Apresentação e aprovação da proposta de qualificação da

assistência farmacêutica para o Colegiado Gestor da SMSA e para o CMS.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

Pretendendo a capacitação de todos os profissionais da unidade, a equipe dos centros de saúde será dividida em quatro turmas de 15 a 25 alunos.

O trabalho do facilitador é estimular a aprendizagem, se aproximando mais à função de um mediador dos processos. No caso das oficinas, o caminho da construção pessoal de cada facilitador geralmente não será ou não deve necessariamente ser o mesmo caminho que será gerado ou provocado no grupo que ele irá conduzir.

Além disso, é necessário compreender o que é um processo educativo: estão em jogo os saberes prévios provenientes da formação acadêmica de cada um, os saberes construídos na atividade profissional, os saberes construídos coletivamente pelas equipes locais e sua história. Deve-se preparar para acolher esses saberes, estimular o grupo a ser propositivo e gerar momentos de sistematização, para que todo o esforço não se perca.

Os facilitadores devem ter o “foco na oficina” (por ex: processo de trabalho em saúde) para conduzir os debates, articular as participações dos atores no grupo etc. O facilitador deve estar atento também às relações de poder no grupo, estimulando a participação de todos com equidade e cuidando para que as hierarquias profissionais não imobilizem a produção coletiva do grupo. Pode-se, também, introduzir, sempre que possível, aspectos lúdicos na execução das oficinas.

Os tempos (carga horária) são diferentes (16horas para 8 horas), os modos de apropriação e construção também são diferentes (do individual para o coletivo). E isso também deverá ser considerado metodologicamente na preparação da oficina.

As oficinas locais devem acontecer preferencialmente no período da tarde, nos dias de terça, quarta ou quinta feira. As turmas terão períodos alternados de modo que nenhuma unidade seja fechada durante o período de realização das oficinas. A participação dos profissionais nas oficinas de capacitação não deverá, em momento algum, interromper o atendimento nos Centros de Saúde e demais unidades de saúde.

A tabela abaixo apresenta a organização recomendada para as turmas de cada Centro de Saúde. O período de capacitação das turmas é determinado pelo intervalo de, aproximadamente, 6 semanas entre as oficinas municipais.

O conteúdo das oficinas locais será o mesmo das oficinas municipais, com as alterações recomendadas.

Facilitador Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6

Facilitadores Turma 1 Turma 2 Turma 3 Turma 4 Dispersão Dispersão

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

2.4.3 O Período de Dispersão

Nos períodos de dispersão, os facilitadores e os participantes cumprirão as tarefas específicas de cada etapa, preparando os trabalhos e avaliação para a próxima oficina. Ou seja, os facilitadores e tutores deverão realizar as tarefas específicas de cada oficina que dizem respeito à mobilização (de toda a equipe, da SMSA, de outras secretarias municipais, dos conselhos locais ou municipais de saúde) e implantação dos instrumentos das OFICINAS-APS.

A primeira atividade de cada oficina será sempre destinada à apresentação do trabalho realizado durante o período de dispersão. Assim, o grupo de condução distrital elabora o consolidado distrital. A partir dos consolidados distritais, o grupo de tutores elabora o consolidado municipal que será apresentado na segunda oficina subsequente.

A última atividade de cada oficina corresponderá ao planejamento do período de dispersão subsequente.

2.5 A institucionalização das OFICINAS-APSAs Oficinas de Qualificação da Atenção Primária em Belo Horizonte, tem como objetivo a consolidação da atenção primária como eixo estruturador da atenção à saúde no município de Belo Horizonte.

Por isso, é preciso que o processo seja institucionalizado com todos os atores envolvidos. As OFICINAS-APS não podem ser entendidas como uma tarefa a mais para as equipes, já tão sobrecarregadas. A proposta é que essa capacitação seja o caminho para uma nova forma de organizar os processos de trabalho locais, justamente para diminuir a dureza do cotidiano dos trabalhadores.

Assim, a estratégia de realização das OFICINAS-APS deverá ser apresentada ao prefeito e ao corpo técnico da Secretaria Municipal de Saúde e outras Secretarias, sendo esclarecidas e garantidas todas as condições para a sua operacionalização.

A estratégia de realização das OFICINAS-APS deve ser apresentada, discutida e aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, sendo esclarecido o seu papel fundamental à população residente nas áreas de abrangência das UBS quanto à nova forma de organização da assistência.

O Conselho Municipal de Saúde deverá aprovar a estratégia das OFICINAS-APS, como adesão do Município de Belo Horizonte ao Projeto Saúde em Casa, em cumprimento do Item 2.5 do Termo de Compromissos assinado pelos Gestores Municipais de Saúde com a Secretaria de Estado de Saúde, que é parte da Resolução SES/MG no 661, de 22 de março de 2005.

Os Conselhos Locais de Saúde devem ser esclarecidos e envolvidos nas ações de implantação das OFICINAS-APS

O Secretário Municipal de Saúde deverá tornar oficial a estratégia de realização das OFICINAS-APS no município, (1) formalizando, através de portaria, o Grupo de Condução Municipal, (2) garantindo a participação dos profissionais nas oficinas municipais e locais e (3) determinando a aplicação de todos os instrumentos gerenciais no âmbito de atuação das equipes de saúde, de acordo com as orientações das oficinas.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

Os gestores do SUS-BH devem comprometer-se com a liberação dos facilitadores para participação nas oficinas municipais e nas oficinas locais.

O gestor do SUS-BH deve manter o quadro de profissionais, durante o período de implantação das oficinas.

2.6 A Metodologia Pedagógica utilizada para as OFICINAS – APSA estrutura das Oficinas tem como princípio a articulação teoria e prática, ensino e serviço. Sua organização está sustentada na interdisciplinaridade e tem como eixos transversais, a ética, o processo saúde/doença, a comunicação, o trabalho de equipe e a ação educativa.

As atividades de ensino-aprendizagem são realizadas em (2) dois momentos denominados períodos de concentração e dispersão:

• O período de concentração - constituído por situações de reflexão sobre a prática – onde os participantes desenvolvem as sequencias das oficinas para criar, aprofundar, acrescentar e sistematizar o conhecimento teórico que sustenta a prática dos Técnicos Municipais de Saúde.

• O período de dispersão é o momento pedagógico de reorganização do processo de trabalho e caracteriza-se como efetivo exercício da função, considerando que a formação do participante acontece neste momento, em serviço.

• A dispersão é o desenvolvimento dos conteúdos das Oficinas dos Gerentes de Projetos(Tutores) / Facilitadores no território, culminando na construção / desenvolvimento dos instrumentos gerenciais.

O Currículo Integrado como Caminho Metodológico

Nos anos de 1990, a noção de competência se apresenta como o elemento provocador de mudanças e/ou instabilidade nas relações curriculares. Em contraposição à noção de disciplinas, a noção de competência deveria implicar a resolução de problemas e uma ação voltada para resultados, o que levaria a organização do currículo que não se apoiava a um conjunto de conhecimentos sistematizados, e sim, a um levantamento de competências que sustentariam os conhecimentos necessários para o seu desenvolvimento (RAMOS, 2005).

A crítica à transmissão de conteúdos também se reflete na noção de competência, já que a referida estaria mais centrada na aprendizagem do que no ensino, oferecendo espaço para a construção de conhecimentos. Deste debate inicial é que surgem os “chavões” pedagógicos como Pedagogia de Projetos e Pedagogia da Problematização.

Na área da saúde, a adoção do Currículo Integrado (integração da relação ensino-serviço) está além da simples noção de competência. Segundo Ramos (2005, p. 114), a ideia de Currículo Integrado deve estar constantemente vinculada à finalidade da formação, ou seja, “possibilitar às pessoas compreenderem a realidade para além de sua aparência fenomênica”

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(2005, p. 114). Nesta perspectiva, os conteúdos de ensino são conceitos e teorias que constituem síntese da apropriação histórica da realidade material e social pelo homem.

Ainda segundo Ramos (2005, p. 114), alguns pressupostos filosóficos fundamentam a organização curricular nessa perspectiva:

1) O homem, um ser inserido dentro de um contexto social e relacional, influencia e é influenciado pelo meio ambiente em que vive dentro de um contexto social/político e econômico. O homem como um ser ativo, capaz de ser sujeito de sua própria ação. Assim, “[...] a história do conhecimento é a história do processo de apropriação social dos potenciais da natureza para o próprio homem, mediada pelo trabalho” (2005, p. 114).

2) A realidade concreta é uma totalidade, síntese de múltiplas relações. Assim compreendemos o real como totalidade.

3) Compreensão do conhecimento como produção do pensamento pelo qual se apreende e se representam as relações que constituem e estruturam a realidade objetiva.

O caminho metodológico adequado para propiciar ao educando autonomia diante das demandas da realidade (integração ensino-serviço) precisa ser eminentemente ativo e participativo, pois uma metodologia passiva do tipo só expositiva não oportuniza ao educando atuar sobre o objeto (realidade, problemas e demandas) tornando-o apenas repetidor de procedimentos e ações previamente delineadas.

A metodologia adotada para as OFICINAS APS fundamenta-se em uma concepção de aprendizagem geradora de reflexões, que possibilita ao aluno/profissional criar hipóteses de solução para problemas, de forma contextualizada, tornando-o capaz de construir o seu conhecimento de acordo com a demanda de sua realidade.

Donald Shon (2000) tem sido um dos grandes autores da atualidade que trabalham o conceito de profissional reflexivo. Porém, este não é um conceito novo no meio educacional. Outros autores, como John Dewey (1859-1952) e Paulo Freire (1921-1997) abordaram estas mesmas questões. Em seu conceito de profissional reflexivo, Shon (2000) propõe uma epistemologia da prática e sintetiza o seu pensamento pedagógico defendendo que a formação do profissional do futuro deve incluir um forte componente de reflexão a partir de situações práticas reais. Segundo este autor, a via possível para um profissional se sentir capaz de enfrentar as situações sempre novas e diferentes com que vai deparar na vida real, é conhecê-las a partir da atividade prática.

Freire (1997), também aponta um pensar, um indagar constante como uma qualidade indispensável ao profissional. Assim, o processo de reflexão do profissional se inicia no enfrentamento de dificuldades que, normalmente o comportamento rotineiro de atuação não dá conta de superar. A instabilidade gerada perante uma situação leva-os a analisar as suas experiências, as dos colegas e buscar novas respostas. Porém, não se trata de rejeitar o conhecimento anterior, teórico e sistematizado, mas sim, a partir de um questionamento da realidade prática, buscar teorias e experiências anteriores que possam sustentar a indagação e direcioná-la para novas respostas.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

Problematizar a realidade permite integrar teoria à prática social. A partir da identificação de problemas pode-se avançar no processo reflexivo, tendo como base a teoria para, assim, ampliar a compreensão do problema, elaborar soluções contextualizadas, exercitando, desta forma, a autonomia de pensamento e a tomada de decisões nos diversos contextos em que se atua. Além disso, proporciona também uma adequação do que se aprende às necessidades e demandas de um contexto, tornando a aprendizagem significativa para o aluno.

Neste percurso metodológico de ensino-aprendizagem o educador deve perceber o educando de forma a integrar o cognitivo, o afetivo e o psicomotor, priorizando a escuta em detrimento da emissão de informações, organizando o processo dialógico com base no respeito e aceitação do outro, facilitando a inclusão e a integração, motivando para a busca do saber expresso nas dimensões do saber-conhecer, saber-fazer, saber-ser e conviver. Isto possibilita avançar autonomamente no exercício da convivência solidária e da justiça comprometida com a construção da cidadania.

O percurso metodológico a partir de um Currículo Integrado se dará na sequência abaixo:

1º) Acolhimento – organiza o cenário para aprendizagem e prepara o aluno para o momento presente através da estimulação, motivação e sensibilização, integrando-o numa tarefa comum. É o momento em que se criam as bases com as quais se quer trabalhar, pondo em movimento as emoções e a compreensão capazes de criar no educando o interesse pelo saber-conhecer, saber-fazer e saber-ser e conviver em função dos objetivos educacionais propostos - momento de concentração;

2º) Reflexão sobre a prática – traz para o instante os saberes envolvidos na temática que se quer trabalhar, mobilizando-se conhecimentos prévios, destacando as similaridades e as diferenças no grupo, enriquecendo o debate - momento de concentração e dispersão;

3º) Identificação de problemas e limites da prática – esta é a fase de identificação de problemas subjetivos e objetivos que configuram a situação problema que envolve o tema do estudo - momentos de dispersão e concentração;

4º) Teorização – onde se avança na busca de informação para compreender mais profundamente a situação problema, gerando uma reflexão que integra teoria e prática. É nesse momento onde a teoria aparece efetivamente comprometida com a solução e transformação da prática - momento de concentração;

5º) Sistematização – é o momento da articulação coletiva de idéias, saberes, valores através do agrupamento e desvelamento de inter-relação entre estes, fazendo emergir um novo sentido para a prática - momento de concentração;

6º) Construção de soluções – esse é um momento onde se reserva ao educando a oportunidade de exercitar o aprendido, construindo soluções para o problema visando a transformação da prática - momento de dispersão;

7º) Avaliação da ação transformada – é a fase de consolidação do aprendido

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e da adequação exeqüível de forma criativa, através da análise dos momentos vividos, da qualidade das ações desenvolvidas e do sentir das pessoas envolvidas - momento de concentração e dispersão (CEARÁ, 2005:15-16).

Este percurso metodológico é representado da seguinte forma na aplicação de um Currículo Integrado:

Prática

Reflexão/problematização da prática

Teoria

Reorganização da prática = Currículo ensino-serviço.

Nos momentos citados serão utilizadas prioritariamente técnicas e dinâmicas grupais, tais como: dinâmicas de aprendizagem, reflexão, integração e conhecimento, bem como, vivências, técnicas de trabalho em grupos, tais como: simulações, debates, exercícios corporais de ativação e de relaxamento, e ainda, exposições dialogadas, estudos de casos, estudo bibliográfico e escrita individual e coletiva.

Entendemos que o êxito desse processo depende de uma condução didático-pedagógica, isto é, da capacidade do educador de manejar o trabalho grupal sem abandonar o respeito às individualidades de cada educando, garantindo o envolvimento e a participação de todos.

Este Guia destina-se à formação do Gerente de Projeto(Tutor) / Facilitador da Implantação do Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde. Do ponto de vista pedagógico, está fundamentado em concepções filosóficas crítico-reflexivas que têm como eixos norteadores:

• Aprender a aprender que engloba aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a ser;

• A autonomia e o discernimento, no âmbito de sua competência, para assegurar a integralidade, a equidade, a qualidade e a humanização das ações prestadas ao indivíduo, à família e à comunidade;

• A integração teoria e prática;

• A articulação do processo ensino-aprendizagem e do trabalho em saúde;

• Atitudes e valores éticos orientados para a cidadania e para a solidariedade.

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3. Orientações para o Gerente de Projeto(Tutor) / FacilitadorA condução das oficinas locais será de responsabilidade do facilitador com apoio do Grupo de Condução Distrital, onde o Gerente de Projeto está inserido.

As oficinas deverão ser realizadas em local adequado, com salas de apoio para realização dos grupos. O material necessário para as oficinas - computador e data show, flip-chart, papel kraft, pincéis e calculadora – serão providenciados pelos coordenadores distritais e municipais.

Serão utilizados guias de estudo específicos: O Guia do Gerente de Projeto(Tutor)/Facilitador e o Guia do Participante. O Guia do Gerente de Projeto (Tutor)/Facilitador, além do conteúdo do Guia do Participante, apresenta orientações sobre as várias atividades das oficinas, comentários, referências bibliográficas e dicas.

Algumas perguntas “reguladoras” podem contribuir para a orientação dos facilitadores, ao planejar a oficina:

• Quais são os objetivos a serem alcançados? Objetivo é meta, onde se quer chegar; mas é também “como” fazer para chegar lá.

• Quais são os conteúdos essenciais, absolutamente necessários e indispensáveis sobre o tema que vou discutir? São os conteúdos e conceitos “raiz”, sem os quais não há como erguer o edifício do conhecimento sobre um determinado tema.

• Quais são os pré-requisitos (conhecimentos e habilidades prévios), para que o participante da oficina consiga construir o que está sendo proposto? Lembrar que cada profissional é um adulto e já possui um repertório de conhecimentos e habilidades que foram adquiridas ao longo de sua formação e atividade profissional. Nesse sentido, esses conhecimentos e habilidades prévias devem ser integrados, sempre que possível, à dinâmica da atividade.

• Que habilidades o profissional/participante da oficina necessita, para operar bem sobre o tema que será tratado? Habilidades são capacidades relativas a aspectos que se domina ou não, de forma maior ou menor, por exemplo: Habilidades sociais: ouvir, falar, saber se posicionar, trabalhar em equipe etc. Habilidades cognitivas: relacionar fatos ou ideias, analisar, interpretar, avaliar, reconhecer etc. Habilidades afetivas: perceber-se, perceber o outro, ter empatia (saber se colocar no lugar do outro), sentir-se parte de um “todo” ou grupo, etc.

• Que habilidades o gerente de projeto(tutor)/facilitador precisa provocar ou desenvolver nos participantes da oficina, para alcançar seus objetivos? Isto exige diagnosticar a situação, o tempo que dispõe, seus objetivos, o grupo como um todo e cada profissional individualmente. Lembrar que “gerente de projeto(tutor)/facilitador” e “participante da oficina” são lugares dinâmicos, não permanentes e que dizem respeito a momentos provisórios e variáveis dos sujeitos em relação ao processo de conhecimento.

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• Como conduzir o encontro para que os objetivos sejam alcançados com sucesso, tendo como referência o grupo, as habilidades e os conteúdos em questão? A metodologia é o “como” se vai percorrer o caminho proposto; envolve o repertório de estratégias que o gerente de projeto(tutor)/facilitador pode usar para alcançar suas metas, da forma melhor possível.

• Que instrumentos devem-se usar, tendo em vista os conteúdos, habilidades, objetivos que se pretende atingir? Alguns instrumentos são: estudo de caso, grupo operativo (o grupo tem uma tarefa a cumprir), exposição dialogada (o profissional expõe e pergunta/ os profissionais expõem e perguntam) etc.

Preparação:

• A equipe do Centro de Saúde deve ser dividida em turmas de no máximo 25 participantes. Cada turma terá um encontro de oito horas, preferencialmente no período da tarde, e um horário de 4 horas para as atividades de dispersão.

• O local escolhido para as oficinas deve estar organizado de forma adequada para receber os participantes. Devem ser providenciados espaços para que os grupos realizem suas atividades de forma confortável, sem prejuízo para os outros grupos.

• Os recursos necessários (bloco de anotações, canetas, calculadora, computador, data-show ou outro material para exposição dos temas) devem ser providenciados previamente.

Para iniciar a oficina:

• Dê as boas-vindas aos participantes, inicie a conversa falando que esta é a primeira de um conjunto de 10 Oficinas: Análise da APS no Municipio, As Redes de Atenção à Saúde e a Regulação Assistencial, Território e Diagnóstico Local, Programação Local e Municipal, Monitoramento e Contrato de Gestão, A Organização da Atenção à Demanda Espontânea, Promoção à Saúde, Vigilância à Saúde, O Prontuário da Família e Abordagem Familiar e A Assistência Farmacêutica/Laboratorial;

• Esclareça que durante esse intervalo (período de dispersão) os profissionais para quem se está realizando a oficina serão responsáveis por discutir essas novas informações aos demais profissionais de sua equipe e de realizar as atividades previstas em cada módulo. Deixe bem claro que trata-se de uma oficina e não de um curso teórico na qual será implantada uma nova proposta de trabalho;

• Apresente os objetivos da oficina e sua programação, ressaltando que nesse primeiro módulo serão trabalhados os conceitos básicos sobre à Atenção Primária em Saúde;

• Aproveite a oportunidade para salientar os horários definidos na programação reforçando a necessidade de cumpri-los conforme previsto;

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• Tenha o cuidado de passar a lista de frequência, a fim de se fazer o registro de forma correta.

Para realização dos trabalhos em grupo e das plenárias:

• Para os trabalhos em pequenos grupos, divida os grupos aleatoriamente de forma que cada grupo tenha de 5 a 7 participantes. Como sugestão, pode-se numerar cada grupo (ex. grupo 1, 2, 3 e 4) e cada pessoa na sequência (1, 2, 3, 4, 1, 2, 3, 4...). Todas as pessoas que receberam o número 4 se agruparão para formar esse grupo e assim por diante.

• Oriente os grupos a sempre escolherem um coordenador e um relator para sistematizar as discussões e sua apresentação. Deve haver alternância nestes papéis dentro do grupo. O coordenador tem a função de orientar e sistematizar as discussões, observando a adequação ao tema e questões propostas e o tempo definido para cada atividade.

• Os grupos devem responder às questões propostas, anotando as conclusões da discussão para apresentação em plenária.

• Na plenária, disponha os participantes de maneira a facilitar o diálogo entre eles, preferencialmente em semi-círculo.

• O relator deve apresentar as discussões do grupo, colocando-se de pé, diante de toda a turma e com uma postura persuasiva. Deve ser objetivo e respeitar o tempo programado.

• Caso a atividade possua mais de uma questão a ser discutida, cada grupo poderá ser encarregado de responder uma resposta, mas é importante deixar claro que todas as questões devem ser discutidas pelo grupo.

REFERÊNCIAS:

HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7. ed. São Paulo: Ática, 2004. 327 p.

MASETTO, Marcos Tarciso. Competência Pedagógica do Professor Universitário. São Paulo: Summus, 2003. 194 p.

PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no Ensino Superior. São Paulo: Cortez, 2002. 279 p.

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1 – COMPETÊNCIASAo final desta oficina espera-se que os participantes tenham desenvolvido sua capacidade para:

• Realização do alinhamento conceitual sobre a Atenção Primária à Saúde (APS);

• Realização da análise sobre a situação da APS no município, nos distritos e nos Centros de Saúde;

• Realização do Plano de Fortalecimento da APS no município.

2 – OBJETIVOSEsta oficina está estruturada para alcançar os seguintes objetivos:

• Realizar alinhamento conceitual sobre a Atenção Primária à Saúde (APS);

• Realizar a análise sobre a situação da APS no município;

• Realizar o Plano de Fortalecimento da APS no município.

3 – ESTRATÉGIAS E ATIVIDADES Esta oficina apresenta uma nova proposta de trabalho com abordagens que propiciem o engajamento dos participantes no processo de aquisição dos novos conhecimentos e que favoreçam a reflexão sobre seu contexto e o processo a ser desenvolvido nas suas atividades.

As estratégias educacionais a serem desenvolvidas têm por objetivo subsidiar os profissionais nas atividades a serem realizadas nos períodos de dispersão e durante o exercício de sua prática.

As atividades estão articuladas de forma a auxiliar os participantes no aprimoramento da prática profissional e consistem em exercícios, trabalhos em grupo, aulas expositivas, estudo de caso e trabalhos de campo. Discussões estruturadas facilitarão a troca de experiências, e a construção de estratégias de fortalecimento da APS.

Os trabalhos de campo, realizados no período de dispersão, serão apresentados e avaliados no momento presencial na próxima oficina.

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4 – ESTRUTURA GERAL E PROGRAMAÇÃOEsta oficina tem uma carga horária de 16 horas distribuídas em atividades de grupo, discussões em plenária, exposições e orientações para o período de dispersão.

1º DIA

HORÁRIO ATIVIDADE METODOLOGIA

8h às 8h30 Credenciamento e recepção/Café com prosa

8h30 às 10h

Introdução e dinâmica inicial

Dinâmica de apresentação

Discussão das expectativas

10h às 12hAtenção Primária à Saúde e seus princípios

Trabalho em grupo

Leitura de texto de apoio

12h às 13h30 Almoço

13h30 às 15hAtenção Primária à Saúde e seus princípios (continuação)

Apresentação em plenária

Exposição dialogada

15h às 15h15 Intervalo

15h15 às 17hAnálise da APS no município de Belo Horizonte

Trabalho em grupo

Apresentação em plenária

2º DIA

HORÁRIO ATIVIDADE METODOLOGIA

8h às 9h45Elaboração do Plano para o Fortalecimento da APS no município de Belo Horizonte

Trabalho em grupo

9h45 às 10h Intervalo

10h às 11hElaboração do Plano para o Fortalecimento da APS no município de Belo Horizonte (continuação)

Apresentação em plenária

11h às 12hPlano macro-estratégico da SMSA-BH para o fortalecimento da APS

Exposição dialogada

12h às 13h30 Almoço

13h30 às 15h45Plano de Trabalho do Período de Dispersão

Trabalho em grupo

15h45 às 16h Intervalo

16h às 17hAvaliação da oficina e encerramento

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1° DIA

ATIVIDADE I - INTRODUÇÃO E DINÂMICA INICIAL

Tempo estimado : 1 hora e 30 minutos

Objetivos:

• Saudar os participantes e apresentar a oficina;

• Apresentar os participantes e levantar as suas expectativas;

• Elaborar o contrato de convivência;

• Apresentar os objetivos da oficina;

• Explicar a metodologia de trabalho;

• Relacionar as expectativas dos participantes com o propósito das Oficinas APS;

• Pactuar os compromissos que garantam o bom andamento da oficina.

Desenvolvimento:

• Realizar dinâmica inicial de apresentação dos participantes;

• Convidar os participantes a manifestarem suas expectativas em relação à oficina. As expectativas relatadas devem ser registradas em papel Kraft e afixadas na sala da oficina para que sejam socializadas e, na medida do possível, atendidas durante a realização das oficinas;

• Os oficineiros devem fornecer informações necessárias sobre a realização das oficinas;

• Deverá ser realizado um contrato de convivência para que o desempenho da turma e a execução das atividades tenham êxito (anotar em papel Kraft e afixar).

ATIVIDADE II – ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SEUS PRINCÍPIOS

Tempo estimado : 3 horas e 30 minutos

Objetivo:

• Realizar alinhamento conceitual sobre a Atenção Primária à Saúde.

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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Desenvolvimento:

• Registrar individualmente sua definição de Atenção Primária à Saúde (APS), identificar as funções e os princípios da APS;

• Após esse registro individual, compartilhar suas ideias e conceitos com um colega próximo a você;

• Juntar-se a outra dupla e compartilhar as ideias construindo uma definição comum;

• Em plenária, cada grupo deverá compartilhar a sua definição e juntos construir a definição geral;

• Fazer a leitura do texto de apoio e comparar os conceitos e ideias obtidos durante a discussão com aqueles presentes no texto;

• A atividade se encerrará com o grupo levantando os principais pontos discutidos, eventuais dúvidas e questionamentos;

• O relator deverá registrar e apresentar a discussão final, destacando as questões polêmicas e dúvidas que não foram respondidas durante a discussão em grupo;

• Em seguida, o expositor deverá abordar o conceito, princípios e funções da APS com ênfase nos principais pontos apresentados pelo relator.

TEXTO DE APOIO

A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE1

I. O CONCEITO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS, 2004) define:

... a Atenção Primária é um conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e coletivo que envolve: promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. É desenvolvida por meio de exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios (território-processo) bem delimitados, das quais assumem responsabilidade. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância das populações. É o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade (ao sistema), continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, equidade e participação social. A Atenção Primária deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção sócio-cultural, e buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento das doenças e a redução dos danos ou sofrimentos que possam estar comprometendo suas possibilidades de viver de modo saudável.

1 SHIMAZAKI,Maria Emi(org.). A Atenção Primária à Saúde. In:Escola de Saúde Pública de Minas Gerais

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Para Starfield (2002), A Atenção Primária é aquele nível de um sistema de serviços de saúde que oferece a entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece atenção sobre a pessoa (não direcionada para a enfermidade) no decorrer do tempo, fornece atenção para todas as condições, exceto as muito incomuns ou raras, e coordena ou integra a atenção fornecida em outro lugar ou por terceiros.

II. AS FUNÇÕES

A Atenção Primária à Saúde deve cumprir três funções essenciais (MENDES, 2002):

• Resolução: visa resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população;

• Organização: visa organizar os fluxos e contra-fluxos dos usuários pelos diversos pontos de atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde;

• Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde dos usuários em quaisquer pontos de atenção à saúde em que estejam.

III. OS PRINCÍPIOS

A Atenção Primária à Saúde – APS deve ser orientada pelos seguintes princípios (STARFIELD, 2002): primeiro contato; longitudinalidade; integralidade; coordenação; abordagem familiar; enfoque comunitário.

O PRIMEIRO CONTATO:

Para Starfield (2002), a APS deve ser a porta de entrada, ou seja, o ponto de entrada de fácil acesso ao usuário para o sistema de serviços de saúde.

O acesso foi definido por Millman (1993) como “o uso oportuno de serviços de saúde para alcançar os melhores resultados possíveis em saúde”.

A acessibilidade possibilita que os cidadãos cheguem aos serviços, ou seja, é o elemento estrutural necessário para a primeira atenção. Portanto, o local de atendimento deve ser facilmente acessível e disponível para não postergar e afetar adversamente o diagnóstico e manejo do problema de saúde.

Para Donabedian (1973), o acesso pode ser classificado em sócio-organizacional e geográfico. O primeiro diz respeito aos recursos que facilitam ou atrapalham (barreiras) os esforços dos cidadãos de chegarem ao atendimento. O segundo envolve as características relacionadas à distância e ao tempo necessários para alcançar e obter os serviços.

A acessibilidade pode ser analisada através da disponibilidade, comodidade e aceitabilidade do serviço pelos usuários:

• A disponibilidade diz respeito à obtenção da atenção necessária ao usuário e sua família, tanto nas situações de urgência/emergência quanto de eletividade.

• A comodidade está relacionada ao tempo de espera para o atendimento,

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a conveniência de horários, a forma de agendamento, a facilidade de contato com os profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento, entre outros.

• A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos usuários quanto à localização e a aparência do serviço, a aceitação dos usuários quanto ao tipo de atendimento prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto aos profissionais responsáveis pelo atendimento.

O acesso à atenção é importante na redução da morbidade e mortalidade. Evidências demonstram que o primeiro contato, pelos profissionais da APS, leva a uma atenção mais apropriada e melhores resultados de saúde e custos totais mais baixos.

A LONGITUDINALIDADE:

A longitudinalidade deriva da palavra longitudinal e é definida como “lidar com o crescimento e as mudanças de indivíduos os grupos no decorrer de um período de anos” (STARFIELD, 2002).

É uma relação pessoal de longa duração entre profissionais de saúde e usuários em suas unidades de saúde, independente do problema de saúde ou até mesmo da existência de algum problema.

Está associada a diversos benefícios: menor utilização dos serviços; melhor atenção preventiva; atenção mais oportuna e adequada; menos doenças preveníveis; melhor reconhecimento dos problemas dos usuários; menos hospitalizações; custos totais mais baixos.

Os maiores benefícios estão relacionados ao vínculo com o profissional ou equipe de saúde e ao manejo clínico adequado dos problemas de saúde, através da adoção dos instrumentos de gestão da clínica – diretrizes clínicas e gestão de patologias.

A INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO:

A integralidade exige que a APS reconheça as necessidades de saúde da população e os recursos para abordá-las. A APS deve prestar, diretamente, todos os serviços para as necessidades comuns e agir como um agente para a prestação de serviços para as necessidades que devem ser atendidas em outros pontos de atenção.

A integralidade da atenção é um mecanismo importante porque assegura que os serviços sejam ajustados às necessidades de saúde da população. Para tanto, faz-se necessário:

• O diagnóstico adequado da situação de saúde da população adscrita;

• O atendimento pela unidade básica de saúde – prevenção de doenças e agravos, restauração e manutenção da saúde – para dar conta dos problemas mais comuns ou de maior relevância;

• A organização das redes de atenção à saúde, para prestar atendimento às demais necessidades: a identificação de outros pontos de atenção

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necessários, o sistema de apoio – diagnóstico e terapêutico, o sistema logístico – transporte sanitário, central de agendamento de consultas e internamentos, prontuário eletrônico, etc.

A COORDENAÇÃO:

Coordenação é um “estado de estar em harmonia numa ação ou esforço comum” (STARFIELD, 2002).

É um desafio para os profissionais e equipes de saúde da APS, pois nem sempre têm acesso às informações dos atendimentos de usuários realizados em outros pontos de atenção e, portanto, há dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado.

A essência da coordenação é a disponibilidade de informação a respeito dos problemas de saúde e dos serviços prestados. Os prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas informatizados podem contribuir para a coordenação da atenção, quando possibilitam o compartilhamento de informações referentes ao atendimento dos usuários nos diversos pontos de atenção, entre os profissionais da APS e especialistas.

A CENTRALIZAÇÃO NA FAMÍLIA

Remete ao conhecimento pela equipe de saúde dos membros da família e dos seus problemas de saúde.

Na história da humanidade as organizações familiares vêm se diferenciando através dos tempos – dependendo do contexto sócio-econômico, dos valores, dos aspectos culturais e religiosos da sociedade em que de encontram inseridas - fazendo com que haja mudanças no conceito, na estrutura e na composição das famílias.

No Brasil, atualmente, tem se adotado um conceito ampliado e a família é reconhecida como um grupo de pessoas que convivam sobre o mesmo teto, que possuam entre elas uma relação de parentesco primordialmente pai e/ou mãe e filhos consanguíneos ou não, assim como as demais pessoas significativas que convivam na mesma residência, qualquer que seja ou não o grau de parentesco.

Para o Ministério da Saúde:“A família é o conjunto de pessoas, ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, que residem na mesma unidade domiciliar. Inclui empregado (a) doméstico (a) que reside no domicílio, pensionista e agregados” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

No Brasil, a centralização na família é implementada a partir da estratégia de Saúde da Família, desde 1994. Esta estratégia é entendida como uma reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde.

Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação,

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reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade.

A centralização na família requer mudança na prática das equipes de saúde, através da abordagem familiar. A equipe de saúde realiza várias intervenções personalizadas ao longo do tempo, a partir da compreensão da estrutura familiar.

A abordagem familiar deve ser empregada em vários momentos, como por exemplo, na realização do cadastro das famílias, quando das mudanças de fase do ciclo de vida das famílias, do surgimento de doenças crônicas ou agudas de maior impacto. Estas situações permitem que a equipe estabeleça um vínculo com o usuário e sua família de forma natural, facilitando a aceitação quanto à investigação e intervenção, quando necessária.

A associação da equipe com o usuário e sua família é um requisito básico para a abordagem familiar e fundamenta-se no respeito à realidade e às crenças da família, por parte da equipe de saúde.

A ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA

A APS com orientação comunitária utiliza habilidades clínicas, epidemiológicas, ciências sociais e pesquisas avaliativas, de forma complementar para ajustar os programas para que atendam as necessidades específicas de saúde de uma população definida.

Para tanto, faz-se necessário:• Definir e caracterizar a comunidade;• Identificar os problemas de saúde da comunidade;• Modificar programas para abordar estes problemas;• Monitorar a efetividade das modificações do programa.

No Brasil, os agentes comunitários de saúde reforçam a orientação comunitária e possibilitam maior vínculo entre as equipes de saúde e as respectivas comunidades.

A orientação comunitária diz respeito também ao envolvimento da comunidade na tomada de decisão em todos os níveis de atenção. No país, este princípio tem se viabilizado através do controle social, com a instituição de conselhos locais e municipais de saúde, além das conferências de saúde.

IV. AS CONDIÇÕES CRÔNICAS

Um dos problemas centrais da crise dos modelos de atenção à saúde contemporâneos consiste no enfrentamento das condições crônicas na mesma lógica das condições agudas, ou seja, através de tecnologias destinadas a responder aos momentos agudos dos agravos - normalmente momentos de agudização das condições crônicas, autopercebidos pelas pessoas - através da atenção à demanda espontânea, principalmente, em unidades de pronto atendimento ou de internações hospitalares de urgência ou emergência. E desconhecendo a necessidade imperiosa de uma atenção

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

contínua nos momentos silenciosos dos agravos quando as condições crônicas insidiosamente evoluem.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), um sistema de Atenção Primária incapaz de gerenciar com eficácia o HIV/Aids, o diabetes e a depressão irá tornar-se obsoleto em pouco tempo.

Hoje, as condições crônicas são responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de doenças no mundo. No ano 2020, serão responsáveis por 80% da carga de doença dos países em desenvolvimento e nesses países, a aderência aos tratamentos chega a ser apenas de 20% (OMS, 2003).

Por este motivo, no sistema integrado, a Atenção Primária deve estar orientada para a atenção às condições crônicas, com o objetivo de controlar as doenças/agravos de maior relevância, através da adoção de tecnologias de gestão da clínica, tais como as diretrizes clínicas e a gestão de patologias.

V. OS PARÂMETROS

Existem alguns parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde que podem subsidiar o dimensionamento dos serviços e atendimentos, no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

A Portaria 648, de 2006, estabelece que, para os grandes centros urbanos, o parâmetro para dimensionamento de unidades básicas de saúde - UBS deveria respeitar a proporção de 1 UBS com Saúde da Família para até 12.000 habitantes e 1 UBS sem Saúde da Família para até 30.000 habitantes.

Para a estratégia Saúde da Família, o Ministério da Saúde propõe uma equipe de saúde da família para, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas (Portaria 648, 2006).

Não existem parâmetros de cobertura populacional para as equipes de saúde bucal das UBS. Na estratégia do PSF, vem sendo usado o parâmetro de 1 equipe de saúde bucal, com CD, THD e ACD, para cada 1 a 2 equipes médicas/enfermagem.

O Ministério da Saúde preconiza 1 ACS para no mínimo 400 e no máximo 750 pessoas e cobertura de 100% da população da área de responsabilidade da equipe.

O número de consultas/habitante/ano faz parte dos indicadores do Pacto da Atenção Básica. O Ministério da Saúde não padroniza um parâmetro para as consultas básicas, mas propõe que este indicador seja monitorado, como forma de analisar o acesso às UBS.

A Portaria Ministerial 1101, de 2002, estabelece 2 a 3 consultas/habitante/ano, das quais 63% podem ser consultas médicas básicas.

A mesma portaria estabelece o parâmetro para a duração do atendimento:

• Médico: 15 minutos;

• Enfermeiro: 20 minutos;

• Dentista: 20 minutos.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1101 de 12 de junho de 2002.BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 648 de 28 de março de 2006BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 399/GM de 22 de fevereiro de 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 493/GM de 13 de março de 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 698/GM de 20 de março de 2006. BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do Programa Saúde da Família. Brasília: 2001.BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica, 2006. www.saude.gov.br/dab.CONASS, Conselho Nacional de Secretários. Atenção Primária, seminário para a estruturação de consensos. Série CONASS documenta, caderno de informação técnica e memória de Progestores. Brasília, n. 2, 2004. DONABEDIAN, A. Aspects of medical care administration: specifying requiremnts for health care. Cambridge, MA: Harvard University Pess,1973.MILLMAN, M. Acess to health care in America. Washington, DC: National Academy press, 1993.ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Cuidados inovadores para condições crônicas: componentes estruturais de ação: relatório mundial / Organização Mundial da Saúde – Brasília, 2003.STARFIELD, Bárbara. Atenção primária: equilíbrio entre a necessidade de saúde, serviços e tecnologias. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.

ATIVIDADE III - A ANÁLISE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

Tempo estimado : 1 hora e 45 minutos

Objetivo:

• Realizar a análise da Atenção Primária à Saúde.

Desenvolvimento:

• Formar grupos. Nomear um relator para registrar e apresentar as conclusões;

• Ler o estudo de caso “ O Sistema de Saúde no Município de Belo Horizonte”;

• Após a leitura do texto, agrupar os diversos pontos de análise de acordo com os princípios da APS (primeiro contato, longitudinalidade, integralidade,

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

coordenação, centralização na família e orientação comunitária);

• Para finalizar a atividade, o grupo deverá ser dividido em seis sub-grupos referentes a cada princípio da APS. Cada sub-grupo deverá preencher uma matriz contendo itens de verificação para cada princípio da APS;

• Analisar cada um dos itens de verificação, pontuando de acordo com os critérios definidos:

» Se considerar que “atende com excelência”: 4 pontos;

» Se considerar que “atende”: 3 pontos;

» Se considerar que “atende parcialmente”: 2 pontos;

» Se considerar que “atende de forma incipiente”: 1 ponto;

» Se considerar que “não atende”: 0 pontos;

» Para cada item de verificação deve-se conferir a pontuação e justificar a análise.

• Após a pontuação de todos os itens, o grupo deve somar todos os pontos dados e estabelecer o percentual alcançado em relação a pontuação máxima estabelecida.

Estudo de caso:

O SISTEMA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE2

DADOS DEMOGRÁFICOS E ECONÔMICOS:

O município de Belo Horizonte é exclusivamente urbano e sua economia é caracterizada pela predominância do setor terciário, com mais de 80% da economia se concentrando em serviços, com destaque para comércio, serviços financeiros, atividades imobiliárias e administração pública.

O município tem uma população de 2.452.617 habitantes (IBGE 2009), com uma leve predominância (53%) do sexo feminino. A população do município é constituída predominantemente por adultos, ou seja, 57% da população tem entre 20 a 59 anos, seguida de 18% dos adolescentes (10 a 19 anos), 16% de crianças (0 a 9 anos) e, por fim, 9% os idosos (> 60 anos).

A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

O município conta com 146 Centros de Saúde (CS) que funcionam, em sua grande maioria, de 7 às 19 horas. O Programa Saúde da Família (PSF) tem 523 equipes, sendo cada equipe composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 2 auxiliares de enfermagem e, em média, 5 agentes comunitários de saúde (ACS). A distribuição das equipes de PSF não é uniforme sendo a média de 3,6 equipes por Centro de Saúde. O município tem 75% de cobertura do PSF, com 390.000 famílias assistidas e 1,7 milhões de habitantes cadastrados, com um total de 2.416 ACS.

2 Elaborado pelo Grupo de Condução das Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

O município possui 442 médicos de apoio lotados nos Centros de Saúde, entre pediatras, clínicos e gineco-obstetras, além das especialidades de homeopatia, acupuntura e antroposofia. O atendimento odontológico é realizado por 237 equipes de saúde bucal (ESB), sendo 152 equipes na modalidade 1 (CD e ASB) e 85 equipes na modalidade 2 (CD, TSB e ASB), tendo ainda 70 CD, 82 ASB e 13 TSB de apoio.

As equipes de saúde da família realizam ações para o acolhimento dos usuários nos Centros de Saúde e desenvolvem ações de pré-natal, puericultura, prevenção de doenças (ex: prevenção de câncer de colo uterino e mama, vacinação), além do atendimento de demanda espontânea e programada aos adolescentes, adultos e idosos. Apesar de tentarem traçar e executar os planos de cuidado para a população adscrita, não têm conseguido executá-los de forma sistematizada. O atendimento à demanda espontânea, no dia a dia das equipes tem se tornado um problema.

A maioria dos Centros de Saúde já está informatizada. Todos dispõem de prontuários em papel para o registro das informações, pertinentes aos pacientes, pelas equipes multiprofissionais, mas há problemas no preenchimento dos prontuários (alguns preenchidos inadequadamente). Alguns Centros de Saúde têm problemas referentes aos espaços destinados para arquivamento dos prontuários, com dificuldade de acondicionamento, localização dos mesmos e disponibilização para o usuário quando solicitado. A SMSA não conta com comissão de revisão de prontuário.

Os Centros de Saúde possuem Conselhos Locais de Saúde atuantes, mas nem sempre voltados para o planejamento e monitoramento das ações desenvolvidas pelas equipes de saúde.

Em relação à saúde mental, o município tem implantadas 58 Equipes de saúde Mental e conta com sete CERSAM, um CERSAM-AD, um CERSAMI, nove Centros de Convivência.

Há 48 NASF, três Centros de referencia em Reabilitação, 16 Academias da Cidade e cerca de 150 profissionais capacitados em Lian Gong.

O município possui ainda com oito UPAs, cinco CEM, 13 Hospitais públicos, 12 Hospitais filantrópicos e 8 hospitais privados.

Em relação à alimentação dos sistemas de informação, os profissionais de saúde enviam os dados para o nível distrital que os consolida e os envia para o nível central da SMSA e este, por sua vez, envia para a Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde.

Os treinamentos dos profissionais são às vezes fragmentados, realizados de acordo com o interesse ou necessidade identificada pelas áreas técnicas, mas existe um grande investimento em educação permanente. As equipes do PSF não foram capacitadas para a adoção de instrumentos para a abordagem familiar (Genograma, FIRO, PRACTICE....) e, portanto, o atendimento ainda é focado no atendimento individual. Não existem critérios padronizados para a classificação por grau de risco dos indivíduos com determinados agravos. Os profissionais de saúde dispõem de protocolos clínicos padronizados para algumas áreas/agravos que orientam o atendimento aos usuários.

As equipes contam com um sistema de apoio (central de marcação de

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

consultas, central de internação, transporte sanitário, dentre outros) que busca a integração dos Centros de Saúde com a atenção especializada e hospitalar, mas encontram dificuldade para viabilizar a integralidade do cuidado aos usuários e coordenar os fluxos e a atenção prestada em outros pontos de atenção.

A SMSA não realiza contratos de gestão com as equipes de saúde.

A ATENÇÃO ESPECIALIZADA:

O agendamento para consultas especializadas é realizado pelos Centros de Saúde que cadastram sua demanda no sistema informatizado da SMSA (SISREG). Cada Centro de Saúde dispõe de uma cota por especialidade segundo o critério populacional e de vulnerabilidade social. Para acesso às consultas e exames especializados são considerados a ordem de cadastro no sistema, os critérios de prioridades definidos nos protocolos da SMSA e a situação clínica de cada paciente. Nos casos em que o paciente não pode aguardar em fila eletrônica, a unidade deve priorizar o seu agendamento encaminhando a solicitação fundamentada para o médico regulador da Central de Marcação de Consultas pelo mesmo sistema informatizado (SISREG). A maioria das especialidades médicas não tem demanda reprimida. O tempo médio de espera entre a solicitação e a realização da consulta especializada é menor que 60 dias. A taxa média de absenteísmo em consultas especializadas é de 25%, variando entre 20% e 50%, dependendo do centro de saúde.

Embora exista uma ficha de referência e de contra-referência, a contra-referência, via de regra, não retorna para o médico da atenção básica;

APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO:

A SMSA conta com cinco laboratórios distritais e um laboratório municipal de patologia clínica que realizam 94% de todos os exames oriundos dos Centros de Saúde. O restante é constituído por exames solicitados com menor freqüência que são colhidos nas unidades e encaminhados à rede contratada.

A rede de laboratórios municipais realiza 418.000 exames/mês, totalizando cerca de 5.000.000 por ano.Os exames são geralmente coletados nos Centros de Saúde, sendo colhidos nos laboratórios distritais apenas alguns exames especiais (ex: glicemia pós-dextrosol ou pós- prandial).

Cerca de 90% dos resultados estão disponíveis para impressão nas unidades em 72 horas e são exportados para o prontuário eletrônico. Exames com baixa demanda ou que exigem maior tempo para a realização tem prazo maior para finalização.

A SMSA dispõe de uma relação padronizada de medicamentos municipais e consegue viabilizar os medicamentos de uso contínuo padronizados para os portadores de patologias crônicas.

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

A rede de atenção às urgências do SUS-BH é composta por oito Unidades de Pronto Atendimento – UPAs, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU e pelo Programa de Atenção Domiciliar – PAD.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

As UPAs estão localizadas estrategicamente nos Distritos Sanitários e buscam proceder com cobertura de atendimento pré-hospitalar na área de abrangência destes (Regionais Barreiro, Leste, Nordeste, Norte, Oeste, Venda Nova, Pampulha e Centro-Sul). Visando garantir agilidade e resolutividade, o “Acolhimento com Classificação de Risco” foi implantado em todas as Unidades de Urgência, contribuindo assim para realização de procedimentos de acordo com a real necessidade do usuário, considerando a urgência e complexidade de cada caso.

As UPAs realizaram, em 2008, 494.122 (quatrocentos e noventa e quatro mil, cento e vinte e dois) atendimentos nas áreas de Pediatria, Clínica Médica, Cirurgia e Ortopedia. No período de Janeiro a Maio de 2009 249.194 (duzentos e quarenta e nove mil, cento e noventa e quatro) usuários do SUS-BH foram atendidos nestes serviços.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU é também um equipamento para atenção pré-hospitalar, sendo que o SUS-BH possui uma frota de 23 ambulâncias (cinco Unidades de Suporte Avançado – USA e dezoito Unidades de Suporte Básico – USB). No período de Janeiro a Abril de 2009 o SAMU recebeu 232.831 ligações, sendo que 74.267 resultaram em atendimento com envio de ambulância.

O Programa de Atenção Domiciliar – PAD, objetiva acompanhamento pós alta das UPA’s e/ou dos hospitais da rede SUS-BH. Com estrutura operacional descentralizada nos Distritos, o PAD conta com 130 profissionais distribuídos em 18 equipes.

ATENÇÃO HOSPITALAR:

A SMSA dispõe de uma Central de Regulação composta pela Central de Internação (CINT) que regula as internações de todos os prestadores à exceção das portas de entrada de Pronto Atendimento que atualmente são somente públicas. Nestes serviços de Pronto Atendimento as internações são diretas e validadas a posteriori pela CINT. Nos demais serviços (inclusive de outros municípios, para os quais a solicitação é feita através da Central Macro de Regulação Estadual) a solicitação é feita à CINT que faz a busca de vaga nos Hospitais Conveniados e Contratados com o SUS-BH e solicita sua transferência.

A Rede Hospitalar Contratada e Conveniada com a SMSA/SUS-BH conta com 33 Hospitais sendo 1 Público Municipal, 10 Públicos Estaduais, 2 Públicos Federais, 12 Hospitais Filantrópicos e 8 Hospitais Privados, que totalizam 6272 leitos disponíveis para o SUS.

A SMSA é referência e tem pactuação com diversos municípios de Minas Gerais o que representa 40% do total das internações realizadas em Belo Horizonte. Em 2008 foram realizadas 218.059 internações, sendo 125.802 ( 58% ) para munícipes de Belo Horizonte e as demais para outros municípios. O valor total destas internações em 2008 foi de R$ 261.212.440,70 sendo gasto com munícipes de Belo Horizonte R$ 127.655.865,56 ( 49% ).

O parâmetro proposto pela Portaria Ministerial 1101, de 2002 é de 8 de internações por 100 habitantes/ano. Portanto, o percentual de internamentos ocorridos no município para os usuários residentes no município esteve

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

abaixo do parâmetro ministerial, se considerar toda a população (5,16%) e se considerar a população usuária do SUS que representa 70% da população total foi (7,4%), sem considerar as internações de usuários de outros municípios.

Existe mecanismo para o retorno do paciente internado para o Centro de Saúde, com garantia de continuidade do cuidado quando necessário, e a responsabilidade dos Hospitais pelo acompanhamento deste egresso hospitalar enquanto for necessário.

OS INDICADORES DE SAÚDE:

Com relação aos indicadores, tem se observado, nos últimos anos os seguintes resultados:- Saúde da Criança:

• Entre os anos de 2003 e 2008, o percentual de RN prematuros e de baixo peso manteve-se estável (cerca de 9,2% e 11%, respectivamente). Os casos confirmados dos de sífilis congênita aumentaram de 33 em 2003 para 60 casos em 2008.

• A cobertura vacinal em menores de 1 ano manteve-se estável (92% em média) no mesmo período.

• Houve redução das internações por pneumonia e desidratação na infância.

• O coeficiente de mortalidade infantil apresentou queda de 15,41 para 11,89 óbitos/1000 nascidos vivos.

- Saúde da mulher:

» A cobertura de pré-natal foi de cerca de 90% em 2008, com captação de 74% das gestantes no primeiro trimestre sendo que 53% das gestantes realizaram no mínimo 6 consultas de pré-natal nos CS.

» Em 48,1% dos casos os partos foram operatórios (cesareanas).

» No puerpério, apenas 32% das gestantes que fizeram o pré-natal realizaram no mínimo 1 consulta puerperal nos CS.

- Morbidade hospitalar:

» Entre os maiores de 40 anos, no período de 2003 a 2008 evidenciou-se redução das taxas de internação (por 10 mil habitantes) por doenças isquêmicas do coração (de 43,4 para 34,7), doenças cerebrovasculares (41,4 para 28,4) e por insuficiência cardíaca (55,2 para 28,2).

- Mortalidade geral:

» As principais causas de morte em 2008 foram doenças do aparelho circulatório, neoplasias e causas externas.

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MATRIZ 1:

PRINCÍPIO ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA

1. Os CS são a porta de entrada dos usuários para o

sistema de serviços de saúde.

2. Os CS são de fácil acesso para os usuários

residentes no território.

3. Os CS atendem em horário adequado às

necessidades dos usuários.

4. Os CS estão dimensionadas para garantir a

cobertura da população residente no município.

5. As equipes de saúde da família estão

dimensionadas conforme os parâmetros

preconizados pelo Ministério da Saúde.

6. Na área coberta pelo PACS, os agentes

comunitários de saúde estão dimensionados para

viabilizar a cobertura da população, conforme os

parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde.

7. Existe um processo de avaliação inicial das

necessidades dos usuários que acessam o CS para

a detecção dos casos de risco e priorização do

atendimento.

8. Existem critérios padronizados de priorização

de atendimento para os casos de urgência|

emergência.

9. Existem critérios padronizados de captação

precoce de usuários para atenção programada

(atenção às condições crônicas. Ex: hipertensos,

gestantes).

10. O agendamento no CS é realizado de modo a

garantir o atendimento necessário a cada usuário.

TOTAL

PRI

MEI

RO C

ON

TATO

57

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

MATRIZ 2:

PRINCÍPIO ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA

1. Os CS estão estruturados para atender os usuários em todos os ciclos de vida da família: infância, adolescência, vida adulta e velhice.

2. Os CS estão organizados para viabilizar a continuidade do cuidado aos usuários com agravos e|ou condições crônicas:

• gestantes,• hipertensos, • diabéticos, • tuberculose,• hanseníase,• transtorno mental,• HIV/aids,• cárie,• doença periodontal.

3. As equipes dos CS acompanham a evolução clínica dos usuários portadores de agravos/condições crônicas (ex: hipertensos, diabéticos).

4. Os CS contam com protocolos clínicos para o atendimento dos ciclos de vida – criança, adolescentes, adultos e idosos – e das principais agravos crônicos – hipertensão, diabetes, tuberculose, hanseníase, transtornos mentais, DST, HIV, Aids, cárie, doença periodontal, etc - e condições crônicas – gestantes.

5. Os protocolos clínicos são utilizados rotineiramente pelos profissionais dos CS.

6. Os profissionais dos CS contam com um processo de educação permanente.

7. Cada equipe de saúde é responsável por um número de usuários/famílias residentes no território.

8. Existe vínculo entre a equipe do CS e os usuários/famílias residentes no território de sua responsabilidade.

TOTAL

LO

NG

ITU

DIN

ALI

DA

DE

58

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

MATRIZ 3:

PRINCÍPIO ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA

1. O CS viabiliza aos usuários os exames laboratoriais quando necessário, no tempo adequado.

2. Os profissionais do CS dispõem de critérios definidos para a solicitação de exames de apoio diagnóstico.

3. Os profissionais do CS têm o retorno do resultado dos exames laboratoriais no tempo adequado.

4. O CS viabiliza aos usuários consultas especializadas quando necessário, no tempo adequado.

5, Os profissionais do CS dispõem de critérios definidos para a solicitação de consultas especializadas.

6. Os profissionais do CS têm o retorno das informações da consulta especializada de forma adequada, para viabilizar a continuidade do cuidado ao usuário.

7. O CS viabiliza aos usuários internamentos quando necessário, no tempo adequado.

.

8. Os profissionais do CS dispõem de critérios definidos para a solicitação de internamentos hospitalares.

9. Os profissionais do CS têm o retorno das informações referentes ao internamento, de forma adequada, para viabilizar a continuidade do cuidado ao usuário.

10. Os profissionais do CS dispõem de critérios definidos para a prescrição de medicamentos de uso contínuo, para usuários portadores de agravos crônicos (ex: medicamentos para hipertensão, diabetes, tuberculose, hanseníase, transtorno mental, entre outras).

11. O CS viabiliza o acesso dos usuários portadores de agravos crônicos aos medicamentos de uso contínuo, para contribuir com a continuidade do cuidado (ex: medicamentos para hipertensão, diabetes, tuberculose, hanseníase, transtorno mental, entre outras).

TOTAL

INTE

GR

ALI

DA

DE

59

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

MATRIZ 4:

PRINCÍPIO ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA

1. O CS tem prontuário para registro das

informações do atendimento prestado pela

equipe multiprofissional ao usuário.

2. Os profissionais do CS preenchem o

prontuário adequadamente.

3. O prontuário é arquivado de forma adequada

para garantir segurança e sigilo das informações

nele contida.

4. A SMS conta com comissão de revisão de

prontuário.

5. Os profissionais do CS preenchem

adequadamente os instrumentos destinados

aos usuários, como por exemplo, o cartão da

gestante, a cartilha da criança, entre outros.

6. O CS conta com um sistema de informação

adequado às necessidades da equipe de

saúde, capaz de disponibilizar informações

clínicas, epidemiológicas e gerenciais no tempo

adequado.

7. Os profissionais do CS alimentam os sistemas

de informação do Ministério da Saúde de forma

adequada e nos prazos estabelecidos. Ex: SIAB,

SIASUS, SISpré-natal, SIShiperdia, SINAN, entre

outros.

8. Os profissionais do CS acessam os relatórios

dos sistemas de informação do Ministério

da Saúde. Ex: SIAB, SIASUS, SISpré-natal,

SIShiperdia, SINAN, entre outros.

9. A SMS dispõe de mecanismos para que as

equipes de saúde realizem a programação

local adequada à população adscrita e recursos

disponíveis no CS.

10. A SMS dispõe de um mecanismo de

contratualização com as equipes de saúde do

CS, mediante metas pactuadas resultantes da

programação local.

11. A SMS realiza o monitoramento das metas

pactuadas na programação local.TOTAL

COO

RD

ENA

ÇÃO

60

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

MATRIZ 5:

PRINCÍPIO ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA

1. A equipe de saúde realiza o cadastro de todas

as famílias residentes no território.

2. A equipe realiza a classificação de risco

para as famílias residentes no território de sua

responsabilidade.

3. A equipe monitora as famílias de acordo com

o grau de risco, priorizando as de maior risco.

4. A equipe de saúde utiliza os instrumentos de

abordagem familiar. Ex: genograma, listagem

de problemas familiares, Firo, Practice, entre

outros.

5. A equipe de saúde realiza ações de

prevenção de doenças/agravos de acordo

com a necessidade das famílias residentes no

território.

6. A equipe de saúde realiza ações de educação

em saúde voltada para as famílias de usuários

portadores de agravos crônicos.

7. A equipe de saúde realiza visitas domiciliares

de acordo com a necessidade das famílias

residentes no território.

8. As equipes dispõem de materiais

de educação em saúde destinado aos usuários/

famílias.

TOTAL

CEN

TRA

LIZA

ÇÃO

NA

FA

MÍL

IA

61

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

MATRIZ 6:

PRINCÍPIO ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA

1. A equipe de saúde identifica de forma

sistematizada e periódica as necessidades de

saúde da comunidade.

2. A equipe de saúde desenvolve ações de

educação em saúde para a comunidade

3. A equipe de saúde desenvolve ações

de prevenção de doença/agravos para a

comunidade.

4. O CS conta com conselho local de saúde

atuante.

5. O conselho local de saúde participa do

planejamento das ações desenvolvidas pela

equipe de saúde.

6. O conselho local de saúde participa do

monitoramento das ações realizadas pela

equipe de saúde.

TOTAL MATRIZ 7:

PRINCÍPIOSPONTUAÇÃO

MÁXIMAPONTUAÇÃO ALCANÇADA

% ALCANÇADO

PRIMEIRO CONTATO 40

LONGITUDINALIDADE 32

INTEGRALIDADE 44

COORDENAÇÃO 44

CENTRALIZAÇÃO FAMILIAR 32

ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA

24

TOTAL 216

OR

IEN

TAÇÃ

O C

OM

UN

ITÁ

RIA

62

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

2° DIAATIVIDADE IV - ELABORAÇÃO DE PLANO PARA O FORTALECIMENTO DA APS EM BELO HORIZONTE

Tempo estimado: 2horas e 45 minutos

Objetivo:

• Construir e socializar o Planos de Ação para o Fortalecimento da APS em Belo Horizonte.

Desenvolvimento:

• Dividir o grupo em seis sub-grupos, um para cada princípio da Atenção Primária;

• Eleger os itens considerados críticos a partir da análise quanto: à gravidade, magnitude do problema e à viabilidade para o enfrentamento (técnica, política, administrativa e tempo);

• Após a priorização dos itens críticos, o grupo deverá realizar um plano de trabalho;

• Utilizar a “Matriz Simplificada para o Plano de Ação para o Fortalecimento da APS no Município de Belo Horizonte”, que deve conter:

» Os itens críticos;

» Os objetivos a serem alcançados;

» As ações a serem implementadas para o alcance dos objetivos;

» Os responsáveis pelas ações;

» O cronograma para a realização das ações.

• O coordenador de cada grupo deverá recolher o material discutido referente ao princípio em questão e fazem a apresentação;

• Cada dois grupos apresentará os itens críticos, objetivos e ações para um princípio previamente definido (por exemplo: grupo 1 e 2: Coordenação. Grupo 3 e 4: Longitudinalidade, e assim por adiante);

• O coordenador apresentará o Plano consolidado entre os dois grupos referente ao princípio em questão.;

• Cada apresentação deverá ter no máximo 5 minutos, reservando ao final 45 minutos para discussões em plenária.

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CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

ATIVIDADE V - PLANO MACRO-ESTRATÉGICO DA SMSA-BH PARA O FORTALECIMENTO DA APS

Tempo estimado: 1 hora

Objetivo:

• Compreender a importância do Plano Macro-Estratégico da SMSA-BH para o fortalecimento da APS no município.

Desenvolvimento:

• Exposição dialogada sobre a importância do Plano Macro-Estratégico da SMSA-BH para o fortalecimento da APS no município.

TEXTO DE APOIO

PLANO MACRO-ESTRATÉGICO DA SMSA-BH SUS-BH: CIDADE SAUDÁVEL

Plano Macro-Estratégico para a Atenção Primária à Saúde: Saúde da FamíliaSecretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte 2009-2012

A cidade de Belo Horizonte foi planejada para ser o centro do poder do Estado de Minas Gerais. O projeto urbanístico previa em sua organização três setores: a área urbana, limitada pela Avenida do Contorno, com traçado moderno, terrenos amplos, infra-estrutura completa, espaço para empresários, políticos, executivos, e, também, para o aparelho de apoio a esses cidadãos; a área suburbana, com traçados e urbanização bem mais flexíveis, destinada à futura expansão da cidade, que serviria de residência para os “homens comuns”; e a área rural, reservada para ser o cinturão verde da cidade.

Desde a sua inauguração não se delineou uma política pública de habitação e ocupação do solo voltada para o desenvolvimento de toda a cidade. Ao longo das décadas, dezenas de loteamentos passaram a ser comercializados na área suburbana, depois na área rural e, com a industrialização, também no entorno, abrindo caminho para a metropolização.

Nos anos 80, com o processo de industrialização consolidado, registrava-se uma trágica estatística: um em cada quatro habitantes de Belo Horizonte morava em vilas e favelas. A industrialização, além de não desempenhar um papel transformador, consolidou as diferenças na ocupação do espaço urbano da capital.

Em 1991, a população já ultrapassava dois milhões de habitantes na área municipal. Mais de 30 cidades conurbadas e vizinhas elevaram esse número

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ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

a 3,8 milhões, formando a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A formação da RMBH gerou grandes problemas sociais e talvez um dos mais sérios deles tenha sido o da saúde de seus habitantes. Belo Horizonte tornou-se referencia perene quanto aos equipamentos de saúde.

A partir dos anos 90, inicia-se uma série de políticas públicas que buscava a inversão de prioridades na capital: maiores investimentos onde se encontravam as maiores necessidades; uma nova formulação de ações e uma nova dinâmica de governo que estimulasse a participação popular e a democratização das políticas sociais.

No setor saúde, isso significou o alinhamento com o Sistema Único de Saúde (SUS), recém legalizado na Constituição de 1988, que tinha como estratégia principal a “municipalização”. A municipalização é entendida como a transferência para o município do poder de gestão dos serviços de saúde, até então centrados nos órgãos estaduais e federais sediados no seu território, e a construção de um novo modelo de atenção à saúde.

Nos anos seguintes, foram definidas uma série de políticas públicas de saúde que deslocaram o eixo de alocação dos recursos públicos de saúde para ampliação da cobertura da atenção à saúde e busca da “equidade”. Essa nova lógica admitia que a história da formação da cidade havia criado espaços onde existiam grupos sociais com diferenças importantes no acesso aos serviços de saúde, configurando perfis epidemiológicos e problemas de saúde diferentes.

Para condução dessa política de saúde, a partir de 1998, a Secretaria Municipal de Saúde construiu um indicador composto denominado IVS: Índice de Vulnerabilidade à Saúde, conhecido como “Indicador de Risco”. Esse índice associa indicadores de base populacional do IBGE, tais como moradia e renda, com indicadores da saúde como mortalidade infantil, relacionado diretamente à atenção materno-infantil3.

O valor final do IVS varia entre zero e um e é aplicada em cada setor censitário do município. Como este expressa um atributo negativo - a vulnerabilidade social de uma população - quanto maior seu valor, pior a situação da população naquele setor censitário, ou seja, mais vulnerável para adoecer e morrer. Através do IVS foram definidas quatro categorias de risco de adoecer e morrer para a população do município: risco baixo (28,0% da população), risco médio (38% da população), risco elevado (27% da população) e risco muito elevado (7,0% da população).

A enorme diferença entre essas populações pode ser observada no Gráfico 1, a seguir, que apresenta a Mortalidade Proporcional (%) segundo grupos etários, estratificada pelo IVS para o ano de 2000. Oitenta e dois por cento dos residentes nas regiões classificadas como “Baixo Risco” morrem com idade acima de 50 anos, enquanto que nas áreas de “Risco Muito Elevado” cinqüenta e dois por cento da população morreram antes de atingir essa idade.

3 Maiores informações sobre o IVS, podem ser obtidas na Intranet da SMSA no endereço: http:\\intranet.smsa.pbh.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

GRÁFICO 1: Mortalidade Proporcional (%) segundo grupos etários, de acordo com o IVS em Belo Horizonte, 2000

Esse índice foi utilizado para toda a reordenação e reafirmação do SUS-BH, nos últimos anos, direcionando a implantação da Estratégia de Saúde da Família, a partir de 002, que cobre atualmente as populações de risco médio, elevado e muito elevado.

O sucesso dessa política, associada ao equilíbrio financeiro e o investimento na atenção especializada (consultas e exames especializados), e na regulação do sistema vem demonstrando que vale a pena investir na gestão pública de saúde, e que o SUS é viável, mesmo em municípios com grande complexidade, como Belo Horizonte, que se tornou referencia nacional na implantação do SUS, dentre as capitais.

Essa trajetória conduz, hoje, a uma indagação. Existem hoje outras questões a serem abordadas, que precisam ser absorvidas pelas políticas públicas de saúde, tais como o aumento da prevalência das doenças crônicas (e a adequada abordagem às mesmas) e a maior proporção de idosos na população.

As taxas de Mortalidade Proporcional por principais grupos de causas, de 2003 a 2008, apresentam como primeira causa de óbito as Doenças Cardiovasculares (25,6%), seguida das Neoplasias (19%), Causas externas (12,8%) e Respiratórias (9,2%). As causas infecciosas e parasitárias não estão mais entre as principais, apontando a transição epidemiológica e o envelhecimento da população.

Esse cenário epidemiológico traz grandes desafios para a rede dos serviços de saúde da capital, principalmente para atenção ao paciente crônico. Uma análise epidemiológica, realizada através do estudo da carga das doenças no

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

Estado de Minas Gerais mostra a seguinte composição: 15% por doenças infecciosas, 10% por causas externas, 9% por condições maternas ou perinatais e 66% por doenças crônicas.

Para atender a esse grande desafio é necessário aprofundar as práticas do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte. Já temos hoje, no SUS-BH, uma rede estruturada, mas ainda persistem desafios para o acesso aos serviços públicos. Nossa missão é ousada, pois envolve um movimento “contra-hegemônico”, imperativo de inclusão e construção de cidadania ativa na busca de uma “cidade mais igual”.

Pretendemos um novo salto que permita oferecer uma atenção contínua e integral à população de Belo Horizonte, com qualidade, efetividade e responsabilidade sanitária. Isso significa: (1) a construção de uma Rede de Atenção do SUS-BH que tenha a Atenção Primária como eixo estruturador, (2) a integralidade das ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras e (3) a “profissionalização” da gestão, com investimento significativo na logística e retaguarda de materiais e manutenção para as unidades de saúde e Distritos Sanitários.

Para condução desse Projeto estão sendo propostas quatro grandes eixos: (1) Regionalização da Saúde: Distritos Sanitários, (2) Atenção primária: Saúde da Família, (3) Redes: Complementar, Urgência e Hospitalar e (4) a Gestão do Trabalho e Educação Permanente. Essas diretrizes se cruzam em três grandes blocos de planejamento: (1) Planejamento Macro-Estratégico, (2) Plano de Ação: Processos de Trabalho e (3) Planos Locais e Monitoramento da Atenção.

A seguir são apresentados as principais diretrizes e objetivos descritos no Plano Macro-Estratégico para a Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte, para os anos de 2009 a 2012.

1- Atenção Primária á Saúde em Belo Horizonte: Saúde da Família

Os serviços de saúde estruturam-se numa rede de atenção à saúde, composta por diferentes pontos e/ou equipamentos de diferentes densidades tecnológicas que devem ser distribuídos espacialmente de forma equânime.

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o centro de comunicação dessa rede horizontal ou “poliárquica”, onde se coordenam os fluxos e os contra-fluxos dos serviços de saúde.

Assim, a APS tem como missão: Coordenar um conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e coletivo, dirigidas a populações de territórios definidos, envolvendo a promoção, prevenção, vigilância da saúde, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Pretende-se que a APS seja capaz de resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância e seja o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde orientando-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade, continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, eqüidade e participação social. Além disso, a rede de atenção à saúde deve ser dirigida por valores de dignidade, solidariedade e ética profissional, ser

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

centrada nas pessoas, permitindo que os cidadãos influenciem os serviços de saúde e assumam a responsabilidade por sua própria saúde (Starfield, 2002).

Dizendo de outra forma, Mendes (2002), descreve que, para desempenhar seu papel de centro de coordenação, a APS deve cumprir três papéis essenciais: o papel resolutivo, o de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, o papel organizador, relacionado à sua natureza de centro de comunicação, e o de responsabilização, o de co-responsabilizar-se pela saúde dos cidadãos em qualquer serviço de saúde em que estejam.

Com efeito, a população de responsabilidade de uma Equipe de Saúde da Família vive em territórios de saúde, organiza-se socialmente em famílias e moradias e apresenta condições econômicas diferenciadas.

Essas desigualdades econômicas são acompanhadas por grandes disparidades sociais, com as quais estão associadas e que se combinam para causar enormes desigualdades no estado de saúde das suas populações, conforme demonstra a figura abaixo.

FIGURA 1: Desigualdades e Iniquidades no Processo Social da Saúde

São as iniquidades nas condições de vida que realmente determinam todo o processo que leva ao surgimento das grandes desigualdades no território urbano e, portanto iniquidades, (já que injustas e evitáveis) no estado de saúde de nossas populações.

Por isso, para distribuir espacialmente, de forma ótima, as Unidade Básicas de Saúde (UBS) e as Equipes de Saúde da Família (ESF) precisamos levar a êxito a evolução do IVS. A partir de um IVS atualizado poderão ser redefinidos diferentes arranjos e posições dos serviços de saúde nos territórios.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

Assim, a primeira diretriz do Planejamento Macro-estratégico da Atenção Primária é o Plano de Expansão da Rede de Atenção Primária à Saúde, que busca: (1) a implantação de mais quarenta Equipes de Saúde da Família (ESF), (2) o desmembramento dos Centros de saúde com maior número de equipes, (3) a construção de uma política de atenção à saúde para a população frágil descoberta.

Para isso estamos construindo o Plano de Ação de Modernização dos Centros de Saúde, a partir da definição de um modelo (necessidades) de ambiência que contemple o projeto assistencial para a Atenção Primária em Saúde, que atenda as necessidades do processo de trabalho de quatro equipes de saúde da família, equipes de apoio (ESB, ESM, PROHAMA), campos de estágios dentre outros. A partir desse modelo teríamos: (1) reforma gradual da situação estrutural dos Centros de Saúde, a partir das necessidades e prioridades identificadas, (2) construção de novos Centros de Saúde a partir do diagnóstico dos territórios-distritos, da distribuição da população de risco e situação estrutural das atuais unidades. Está prevista, também, a compra de equipamentos para o atendimento das demandas emergenciais, assim como dos materiais já identificados como necessários pelos distritos.

Estamos prevendo, também, a ampliação do número de ESF , garantindo a atual relação existente entre ESB e ESM. Seriam 40 ESF até final de 2012, sendo que dez equipes novas já estão sendo estruturadas, nesse ano de 2009.

Além disso, o número de NASF (Núcleos de Apoio às ESF) será ampliado para alcançar relação de 1 NASF para no máximo 12 ESF, respeitando as especificidades locais. Os CREABs existentes estão sendo redimensionados de forma a garantir a assistência de qualidade aos usuários. Serão implantados dois novos CREABs, um no Distrito Barreiro e outro no Distrito Venda Nova.

Para a população frágil descoberta, uma proposta já formulada, está baseada no conceito de “domicílios de risco”. Consideram-se “Domicílios de Risco”, aqueles que tenham como moradores, usuários que se enquadrem nos critérios pré-estabelecidos caracterizados em três categorias: (1) Condição de risco: vulnerabilidade relacionada a evento(s) onde não se vislumbra solução a curto e médio prazo, (2) Situação de risco: vulnerabilidade relacionada a evento(s) de possível solução em médio prazo e (3) Circunstância de risco: vulnerabilidade relacionada à evento(s) de possível “solução” em curto prazo.

A segunda diretriz do Plano Macro-Estratégico da Atenção Primária trata do fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família como eixo estruturador da rede de atenção à saúde.

Para esse fortalecimento é necessário um conjunto de ações que propiciem o papel articulador da APS integrando dos pontos da rede de atenção do SUS-BH, com a atenção especializada, a rede de Urgência e Hospitalar. A Figura 2 a seguir apresenta um esquema dessa articulação, destacando as ações em cada nível.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

COORDENAÇÃO DO CUIDADO E INTEGRALIDADE

FIGURA 2: Coordenação do Cuidado e Integralidade

Essa articulação implica que as unidades de atenção primária devem realizar arranjos para que o paciente receba todos os tipos de serviços de atenção à saúde previstos no sistema, mesmo que alguns possam não ser oferecidos dentro delas. Isto inclui o encaminhamento para outros pontos da rede (serviços secundários, terciários,...) para manejo transitório e/ou definitivo de problemas específicos;

A Coordenação exige algum tipo de continuidade (seja por meio dos médicos, da história clínica ou por ambos), assim como a identificação de problemas que são abordados em outros serviços e a integração deste cuidado com o cuidado geral do paciente. Essa continuidade pretendida no SUS-BH é apresentada de forma esquemática na Figura 3 a seguir.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

FIGURA 3: Coordenação do Cuidado e Integralidade

Além disso, buscamos também: (1) a implementação da política de atenção aos usuários de álcool e drogas no Município, potencializando e qualificando as ações da saúde mental, política historicamente vitoriosa no município de Belo Horizonte; (2) a reorganização da assistência farmacêutica; (3) a promoção da integralidade da atenção à saúde bucal (4); o fortalecimento do papel do ACS, enquanto agente permanente de vigilância em saúde da população e interlocutor entre a comunidade e a ESF.

Nessa mesma direção, solidificando o “primeiro contato” e a “coordenação do cuidado” princípios da Atenção Primária em Saúde, temos como objetivos: (1) a garantia a recepção qualificada e humanizada para as unidades de saúde através da ampliação do projeto “Posso Ajudar”, (2) a re-discussão da função assistencial e o relacionamento dos profissionais de apoio (pediatras, ginecologistas) e da atenção especializada com as Equipes de Saúde da Família.

A terceira diretriz do Plano Macro-Estratégico da Atenção Primária se relaciona à busca do equilíbrio entre as ações de promoção, prevenção e atenção à saúde e do atendimento a pacientes agudos e crônicos nas UBS.

A figura 4, a seguir, apresenta um interessante esquema sobre a orientação dos cuidados na Atenção Primária, partindo de dois eixos horizontais já citados: o Território e a Vigilância à Saúde.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

FIGURA 4: Orientação dos Cuidados na Atenção Primária em Saúde

Esse esquema, que está fortemente baseado em estudos internacionais para organização do cuidado na Atenção Primária, apresenta as proporções entre promoção, prevenção (primária, secundária, e terciária) e ações assistenciais, em uma dada população de acordo com a história natural das doenças: população saudável, população em risco, doença estabelecida e doença com complicação. Podemos observar que as ações de promoção à saúde e prevenção primária são destinadas a toda população do território. A população em risco e com doença estabelecida são alvos da prevenção secundária e diagnóstico precoce. As ações assistenciais e de prevenção terciária são direcionadas para os indivíduos com doença estabelecida.

Assim, a partir de uma população cadastrada em determinado território é possível quantificar e prever as ações para seus indivíduos e antecipar o planejamento das ações, inclusive assistenciais. Se associarmos a esse esquema os dados epidemiológicos, a prevalência e incidência das doenças na população, é possível programar o número necessário de atendimentos a pacientes com doenças crônicas estabelecidas.

Nesse aspecto, a abordagem dos pacientes crônicos é um desafio tecnológico a ser enfrentado pelo SUS-BH, tanto pela magnitude do problema: já foi dito que em Belo Horizonte, as duas primeiras causas de óbitos estão relacionadas a patologias crônicas, (Doenças Cardiovasculares e Neoplasias), quanto pela forma tradicional de construção dos projetos terapêuticos dos pacientes.

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

Vários estudos e autores apontam que a abordagem usual, centrada no atendimento médico é pouco eficiente e efetiva para a condução dos casos de hipertensão arterial, por exemplo. Para essa patologia, parece ser muito mais recomendável uma condução interdisciplicinar do caso, com a participação de nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais, reduzindo assim o número de atendimentos médicos/ano para cada paciente.

Um exemplo cotidiano que demonstra como o “atendimento programado” tem se tornado um desafio é abordagem da Atenção Integral a Saúde da Mulher (que repercute inclusive na atenção à Saúde da Criança). Essa abordagem exige desde a mudança de concepção do planejamento familiar até a organização da agenda para as ações de pré-natal, puerpério, e coleta de material cérvico-uterino para identificação precoce de neoplasias.

Por outro lado, a abordagem aos pacientes agudos pelas UBS precisa ser reestudada. Precisamos aprofundar a discussão a respeito do “Acolhimento”, que ocorre de forma heterogênea na rede e se configura, em algumas situações, como uma causa de descontentamento das ESF e também da população. Entendemos que a concepção de “porta aberta” e de “dispositivo humanizador” é uma conquista importante dos últimos anos e deve ser mantida. Entretanto, uma nova forma de organização do acesso à UBS é necessária, um novo processo de trabalho que consiga ao mesmo tempo: (1) lidar com a “demanda não programada” identificando os casos prioritários, do ponto de vista clínico e sob a ótica da “Classificação de Risco” e (2) “acolher” e escutar com uma postura humanizadora as demandas pouco estruturadas, não diretamente associadas a quadros clínicos, mas reais e concretas, sob o ponto de vista dos usuários dos Centros de Saúde .

Esse é o grande desafio: reestruturar a agenda das Equipes de Saúde da Família buscando equilíbrio entre as ações de promoção, prevenção ou assistencial em saúde e atenção aos pacientes agudos e crônicos nos Centros de Saúde. As Oficinas de Qualificação da Atenção Primária, que agora se iniciam, buscam responder a esse desafio. Pretendemos, através de um movimento harmônico e organizado ao longo de 14 meses, construir com todos os trabalhadores da Atenção Primária do SUS-BH uma agenda que permita o equilíbrio dessas ações. Essa agenda deve ser homogênea o suficiente para permitir a definição de um processo de trabalho comum entre mais de 500 equipes e variável o bastante para captar os diversidades dos diferentes territórios do município.

O quarta diretriz Plano Macro-Estratégico da Atenção Primária diz respeito a incorporação de tecnologia da informação pela APS, otimizando sua utilização. Entendemos que é fundamental o uso dessa tecnologia na geração e utilização da informação em saúde pelas equipes, seja no trato cotidiano com o prontuário eletrônico e ECG digital, seja no uso de indicadores para monitoramento e acompanhamento da população adscrita. A tecnologia da informação apresenta importância crucial na produção de informação com qualidade, oportuna, e integradora dos sistemas de informação disponíveis.

Temos como objetivo a qualificação da informação em saúde produzida pelos Centros de Saúde, garantindo a infra-estrutura de informática necessária e estimulando a utilização pelos profissionais de saúde dos recursos disponíveis

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

no Prontuário Eletrônico. Buscamos também a intensificação da utilização dos recursos da Telessáude: Teleconsultoria e Video-Conferência.

O uso qualificado da informação atende também à quinta e última diretriz do Planejamento da Atenção Primária em Belo Horizonte que busca a integração da atividades de atenção às práticas de Vigilância em Saúde. Essa diretriz está associada a um outro eixo do Plano Macro-Estratégico da SMSA: Regionalização da Saúde: Distritos Sanitários e pretende a interação cotidiana das Equipes de saúde da Família com as ações de vigilância em saúde no Centro de Saúde. Como forma de fomento, estão sendo definidos e serão implantados Grupos Técnicos para Monitoramento do Estado de Saúde do Território, entendido com a área de abrangência de um Centro de Saúde, Distrito Sanitário ou todo o município de Belo Horizonte.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA FILHO, Naomar. O conceito de saúde: ponto cego da epidemiologia. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 13, n. 1-3, 2000.

MINAS GERAIS. Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais. Implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde: Redes de Atenção à Saúde. Belo Horizonte: ESP-MG, 2008.

MENDES, Eugênio Vilaça et al. Distrito Sanitário. O processo social de mudanças das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo: Hucitec, 1993.

______________ et al. A organização da saúde no nível local. São Paulo: Hucitec, 1998.

______________et al. Os sistemas de serviços de saúde: o que os gestores deveriam saber sobre as organizações complexas. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002.

NAJAR, Alberto Lopes (Org.). Saúde e espaço: estudos metodológicos e técnicas de análise. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1998.

REIS, Afonso Teixeira et al. Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte: reescrevendo o Público. São Paulo: Xamã VM Editora e Gráfica Ltda, 1997.

SILVA, Sílvio Fernandes (Org.). Redes de Atenção à Saúde no SUS: o pacto pela saúde e redes regionalizadas de ações e serviços de saúde. Campinas: IDISA/CONASEMS, 2008.

STARFIELD, Bárbara. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO/Ministério da Saúde, 2002.

SEMINÁRIO DA ATENÇÃO BÁSICA DO SUS-BH, AVANÇOS, PERSPECTIVAS E DESAFIOS DO NOVO MODELO EM BELO HORIZONTE, 2., 2007, Belo Horizonte. Resumos. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2007.

TURCI, Maria Aparecida (Org.) Avanços e desafios na organização da Atenção Básica à Saúde em Belo Horizonte. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Saúde/HMP Comunicação, 2008.

77

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

ATIVIDADE VI – PLANO DE TRABALHO DO PERÍODO DE DISPERSÃO

Tempo estimado: 2 horas e 30 minutos

Objetivo:

• Planejar o Período de Dispersão.

Desenvolvimento:

• Elaborar o planejamento do período de dispersão, utilizando a matriz apresentada a seguir;

• Cada grupo, considerando os objetivos e produtos definidos, deverá elaborar a programação para o período de dispersão, definindo para cada um dos produtos das atividades a serem realizadas e os responsáveis, prazos e recursos necessários para a sua realização.

OS PRODUTOS DO TRABALHO DE DISPERSÃO

1. REPASSE DO CONTEÚDO DA OFICINA

• Esta atividade deverá ser realizada pelos facilitadores;

• Repassar o conteúdo da Oficina para todos os profissionais das Equipes de Saúde do município;

• Divulgar o conteúdo da Oficina para o Secretário e demais profissionais da SMS, para o Prefeito e gabinete, demais secretarias e para o Conselho Municipal de Saúde.

2. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DA APS

• Deverá ser realizada pela equipe de profissionais do Centro de Saúde (CS);

• Realizar a análise da cobertura de atendimento do CS com relação à sua área de abrangência, considerando: a população adscrita, a tipologia (PSF ou convencional), número de equipes ou profissionais, área de atuação (rural ou urbana). Fazer esta análise tanto para o atendimento médico e de enfermagem, quanto para o atendimento em saúde bucal.

• Realizar a análise da APS utilizando as matrizes de itens de verificação dos princípios de primeiro contato, longitudinalidade, integralidade, coordenação, centralização familiar e orientação comunitária e definindo a pontuação e a justificativa. Analisar a pontuação alcançada em relação à pontuação máxima para cada princípio.

• Repassar o resultado destas análises para o coordenador municipal, com vistas à elaboração do consolidado do município.

33

CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

78

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DA APS NO MUNICÍPIO

• Deverá ser realizada pelos facilitadores, gerentes e coordenações do nível central da SMS;

• Levantar o número de CS e PSF, com o respectivo número de equipes e profissionais, identificando as equipes médicas/enfermagem e de saúde bucal;

• Levantar a população do município, fazendo um consolidado das populações da área urbana e das áreas rurais atendidas pelos CS;

• Fazer o cálculo da cobertura de PSF e cobertura de CS convencional, com e sem PACS, e cobertura total APS, para o atendimento médico/enfermagem e de saúde bucal;

• Identificar possíveis áreas e populações descobertas de atendimento;

• Fazer a análise da APS do município a partir da análise realizada por cada CS, fazendo uma média da pontuação dada a cada item de verificação e da pontuação total dada a cada princípio;

• Após a discussão e apresentação desta análise na próxima oficina, deverá ser formatado um documento para registro do trabalho desenvolvido e para avaliação comparativa a ser realizada posteriormente;

4. PLANO DE AÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA APS NO MUNICÍPIO

• Deverá ser realizada pelos facilitadores, gerentes e coordenações do nível central da SMS;

• Considerando a situação de saúde da APS de cada CS e de todo o município, identificar os itens críticos relativos a cada princípio da atenção primária, ou seja, os itens que devem ser priorizados para enfrentamento, devido à gravidade, magnitude do problema e viabilidade do enfrentamento;

• Elaborar o “Plano de Ação para o fortalecimento da APS no Município”, definindo para cada item crítico identificado o objetivo a ser alcançado, as ações que devem ser realizadas para alcançá-los, os responsáveis e prazos de cada ação;

• Uma vez definido, o plano de ação deverá ser operacionalizado pelas equipes de saúde, gerentes e coordenações da SMS.

79

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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85

Oficinas de Qualificação da Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte – Oficina 1: Análise da Atenção Primária à Saúde

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ATIVIDADE VII – AVALIAÇÃO DA OFICINA

Tempo Estimado: 15 minutos

Objetivo:

• Aplicar o instrumento de avaliação da Oficina I.

Desenvolvimento:

• Preencher a ficha de avaliação da Oficina;

• Receber a avaliação e tabular;

• Comentários finais;

• Data e Local da Próxima Oficina;

• Encerramento da oficina.

33

CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

ATENÇÃO

Este é apenas um esquema para orientar a apresentação do curso e do sistemade avaliação. O Manual do Aluno e do Docente contém todas as informações ne-cessárias sobre o mesmo. É importante que o docente estude muito bem.

ATIVIDADE 6: Pré-Teste

30 minutos

Objetivo

Aplicar o pré-teste para identificar o conhecimento prévio dos ACS sobre os temas que serãoabordados nesta semana.

Material

Cópias do pré-teste no caderno do aluno e papel pautado para cada ACS.

Desenvolvimento

1. deve preparar o grupo para o pré-teste, dizendo que esta atividade é parte do processo deavaliação do Curso, e tem por objetivo analisar o que eles já conhecem sobre os temas queserão abordados na etapa;

2. lembrar que a tarefa é individual e que cada um deve colocar somente aquilo que já sabe,sem preocupar-se em acertar ou não, pois neste momento, não se estará julgando o certoou errado, mas o que eles conhecem ou não sobre determinados assuntos. Isto é impor-tante para acalmar a ansiedade que porventura o grupo expresse;

3. certificar-se, através de leitura, se as perguntas foram compreendidas por todos.

Fechamento

Devolver as respostas do pré-teste na semana de concentração 2 para que o aluno possapassar para seu caderno de atividades

AVALIAÇÃO DO ALUNO - PRÉ-TESTE1

Nome: ____________________________________________________Turma: _______

Município: __________________________________________________GRS: _______

Leia com atenção o seguinte caso:

1 Caso extraído de: CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Escola de Saúde Pública. Curso Técnico de Agente Comunitário deSaúde: Etapa Formativa 1: Manual 1: Agente Comunitário de Saúde, sua história e suas atribuições / Escola de Saúde Pública doCeará, Escola de Formação em Saúde da Família de Sobral. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, Escola de Formação emSaúde da Família de Sobral, 2005. 171 p. (Série Atenção à Saúde).

Manual do Docente.pmd 24/1/2008, 11:3233

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