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OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rio de Janeiro – outubro de 2008 Mesa redonda: Patrimônio, Difusão, Fomento e Acessibilidade JORGE MÁRCIO PEREIRA DE ANDRADE

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Page 1: OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rio de Janeiro – outubro de 2008 Mesa redonda: Patrimônio,

OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIARio de Janeiro – outubro de 2008

Mesa redonda: Patrimônio, Difusão, Fomento e Acessibilidade

JORGE MÁRCIO PEREIRA DE ANDRADE

Page 2: OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rio de Janeiro – outubro de 2008 Mesa redonda: Patrimônio,

Apresentação/Agradecimentos

Médico, Psicanalista, Analista Institucional

Fundador do DEFNET – Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais e Editor Responsável pelo InfoATIVO DefNet, boletim eletrônico (via Internet) há 12 anos.

Psiquiatra do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira – CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Estação e Secretário da Comissão de Ética Médica – Campinas – SP

Preceptor R2 do Programa de Residência Médica do SSCF – responsável pela disciplina Bioética, Ética Médica e Direitos Humanos em Saúde Mental

Coordenador do VI Seminário Educação, Políticas Públicas e Pessoas com Deficiência, ocorrido no XVII Congresso de Leitura do Brasil – COLE, promovido pela ALB/Unicamp, julho de 2007.

Militante de Direitos Humanos (ex- integrante do GTNM-RJ) Indicado para o Prêmio Santos Dias de Direitos Humanos (2006)

pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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Somos diferenças e/ou Somos diferenças e/ou diversos-múltiplos?diversos-múltiplos?

Ser humano é entender que aSer humano é entender que aDiversidade leva à unidade, Diversidade leva à unidade, Que a unidade leva à solidariedade, Que a unidade leva à solidariedade, Que a solidariedade leva à igualdade, Que a solidariedade leva à igualdade,

Que a igualdade leva à liberdade, Que a igualdade leva à liberdade, Que a liberdade leva à diversidade.Que a liberdade leva à diversidade.

Kitab-ul-Kutub (Livro dos Livros) Uma diversidade que reconheça as

Diferenças...

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ARTE, CULTURA, DIFERENÇA E AUTONOMIA

quando a pessoa com deficiência inventa na primeira pessoa.... Inventar é preciso, viver não é preciso...

Segundo o Projeto Além dos Limites (Funarte): “O fortalecimento da cidadania amplia-se na medida em que se multiplicam as oportunidades, as fontes do conhecimento e a vivência artística...”

E SE EQUIPARAM AS OPORTUNIDADES COM POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS...

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Políticas públicas e direitos humanos

A necessidade de políticas públicas estruturais e ‘saudáveis’

A intersetorialidade das políticas e seus ‘bloqueios’ e ‘resistências’ no campo social e político...

A quebra dos preconceitos sobre Arte e Pessoas com Deficiência... Para além da arte como terapia e reabilitação... No caminho da Arte-Educação... Para além da Arte-Ilimitada

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Um olhar para além do Olhar

“Respeitar a diversidade de culturas e de identidades subjetivas (e coletivas) é outra forma de interpretar a liberdade, a justiça e a eqüidade...”

e estando preocupados com as diferenças, vamos ter de reconhecer o direito à igualdade, mas continuando obrigados ao reconhecimento para todos das diferenças culturais...

Fonte - Educar e conviver na Cultura Global - As exigências da Cidadania - J. Gimeno Sacristán - Artmed - P.Alegre - 2002.

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Construindo e inventando uma Cultura da cidadania e da Acessibilidade Sensível

A cidadania é algo mais que um status que se concede aos membros de uma comunidade, que os define como iguais e lhes outorga uma série de direitos...

Consiste em uma CULTURA A CONSTRUIR...

Assim como não bastam os Decretos e as Leis para que o sujeito com deficiência passe de “objeto” de políticas, com sua indispensável presença, fruição, acesso garantido, participação, e respeito à suas singularidades... Com SENSIBILIDADE...

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Cultura e Cidadania

CIDADANIA NO PLURALISMO

DEMOCRÁTICOE CULTURAL

CIDADANIACOMUNITÁRIA

E CIBERCIDADANIA

CIDADANIA LIBERAL

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Formulação de políticas e direitos humanos

A ausência ou a insuficiência dos direitos sociais, como trabalho (renda), educação, saúde, moradia, alimentação, bem como a existência de circunstâncias e arranjos sociais que dificultam o acesso a esses direitos e à vida digna, criam sérios obstáculos ao exercício de todos os outros DIREITOS HUMANOS e fundamentais, das liberdades.

Para que os direitos humanos não sejam violados, então, é necessária a adoção de medidas concretas, planejadas e bem definidas para realização desses direitos...”

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Políticas Públicas e cidadania

“ A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE POLÍTICAS PÚBLICAS E A REALIZAÇÃO DE DIREITOS, ESPECIALMENTE OS DIREITOS SOCIAIS, É POR ISSO DIRETA, PORQUE DEMANDA PRESTAÇÕES POSITIVAS POR PARTE DO ESTADO...” IN PATRICIA HELENA MASSA ARZABE, Direitos Humanos e Políticas Publicas – São Paulo, SP, Pólis, 2001.

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Quais políticas para quais sujeitos? Sugestões para esta Oficina: Incluir na criação e elaboração destas

políticas de valorização dos patrimônios materiais e imateriais, a importância da avaliação e monitoramento destas políticas públicas;

Afirmar a ativa participação de todos os atores (Ongs, Governos, etc...), a partir do lema: “Nada sobre nós, sem nós”, no projeto de mudanças culturais acerca e com as pessoas com deficiência;

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Outras sugestões... Ampliar, progressivamente, os recursos

materiais e financeiros, com incentivo à participação da Sociedade Civil, na implementação de políticas públicas culturais;

Incluir os temas relacionados com os Direitos Humanos e pessoas com deficiência, seguindo o novo paradigma que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Onu- 2006) nos orienta... Tomando as manifestações artístico-culturais com um fértil campo de difusão desses direitos fundamentais.

Page 13: OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rio de Janeiro – outubro de 2008 Mesa redonda: Patrimônio,

E para a sua Difusão na Terra Brasilis....

Realizar Oficinas Regionais de indicação de políticas públicas culturais para pessoas com deficiência...

Capacitar ‘avaliadores’ dessas políticas que serão produzidas e difundidas a partir desse importante encontro...

Fomentar e aprimorar um levantamento nacional, com indicadores de profissionalização, dos artistas produtores/incentivadores/ animadores culturais que estão implicados com o campo das deficiências ...

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Na construção de novas Redes Tendo uma noção ‘rizomática’ de redes, sugiro a Tendo uma noção ‘rizomática’ de redes, sugiro a

criaçãocriação de um de um OBSERVATÓRIO OBSERVATÓRIO independente e socializado sobre políticas independente e socializado sobre políticas públicas culturais para pessoas com públicas culturais para pessoas com deficiência,deficiência, com a realização de um SITE ou com a realização de um SITE ou BLOG, utilizando-se do ciberespaço BLOG, utilizando-se do ciberespaço inclusivo da Internet para a difusão, de inclusivo da Internet para a difusão, de forma criativa, de recursos, projetos, forma criativa, de recursos, projetos, realizações, leis, movimentos, ações realizações, leis, movimentos, ações educativas, direitos humanos, artistas de educativas, direitos humanos, artistas de todas as áreas, construindo, todas as áreas, construindo, coletivamente, uma interlocução coletivamente, uma interlocução permanente nessas políticaspermanente nessas políticas...

Exigir o cumprimentos das Leis, Decretos e portarias que protejam os Direitos Sociais e Culturais de pessoas com deficiência, a começar pelo próprio Estado...

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A acessibilidade como meta fundamental... Diz a apresentação do Decreto 5.296/2004 : “O

sonho, a militância e a determinação do movimento das pessoas com deficiência no Brasil alcançam um novo patamar, com a assinatura de regulamentação das leis de acessibilidade”.

Direitos humanos, democracia e acessibilidade são indissolúveis, pois representam o respeito e a valorização da diversidade humana, como instrumento de bem-estar e de desenvolvimento inclusivo.

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Novos paradigmas e revoluções moleculares

A respeito do novo paradigma social desejo que nos interroguemos, se seremos apenas participantes ou espectadores? da mesma forma que para os documentos legais que desejamos sejam promulgados e se tornem efetivos, interrogaremos:

QUE TAL SERMOS ATORES DE MAIS UMA REVOLUÇÃO MOLECULAR? E partindo, à deriva, possamos, juntos construir novos paradigmas éticos, estéticos, políticos e afetivos de relação com o Outro e os Outros na Diferença

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Por um paradigma ético-estético-político Félix Guattari, psicanalista francês, a quem

estimo e sou a ele devedor de algumas descobertas sobre paradigmas, nos propõe a expressão PARADIGMA ÉTICO-ESTÉTICO-POLÍTICO para se contrapor ao paradigma científico.

Ético porque potência ativa que surge na imanência das práticas para coordenar a vida e escolher a forma de vivê-la;

Estético porque criação permanente, subvertendo a pretensa unidade do mundo capitalístico; e

Político porque implica a escolha de modos de mundo que se quer viver.

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Oswaldoandradianamente Por nosso Manifesto Neo-Antropofágico Só a Antropodiversidade nos une. Só a Antropodiversidade nos une.

Socialmente. Economicamente. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente...Filosoficamente...

Tupi or not tupi that is another question...Tupi or not tupi that is another question... Contra todas as catequeses Contra todas as catequeses

homogeneizantes... Pela livre-arte dos homogeneizantes... Pela livre-arte dos contrários... As singularidades me interessamcontrários... As singularidades me interessam

A nós interessa o que não sou eu... Interessa o A nós interessa o que não sou eu... Interessa o que é o OUTRO e os Múltiplos do OUTRO...que é o OUTRO e os Múltiplos do OUTRO...

A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE...A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE... Fonte inesgotável – Oswald de Andrade – A utopia Fonte inesgotável – Oswald de Andrade – A utopia

Antropofágica – pág. 47-52 (maio de 1928)Antropofágica – pág. 47-52 (maio de 1928)

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Onde encontrar artigos do palestrante?

Políticas Públicas: Educação, Tecnologias e Políticas Públicas: Educação, Tecnologias e Pessoas com Deficiência – Ed. Mercado de Pessoas com Deficiência – Ed. Mercado de Letras/ALB - 2003Letras/ALB - 2003

A Reforma Psiquiátrica no Cotidiano II – Ed. A Reforma Psiquiátrica no Cotidiano II – Ed. Hucitec – 2007.Hucitec – 2007.

Page 20: OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rio de Janeiro – outubro de 2008 Mesa redonda: Patrimônio,

Pelo Direito ao Livro Acessível e ao LETRAMENTO

UMA LUZ NO FIM DO LIVRO Jorge Márcio Pereira de Andrade – XVI COLE – Congresso de

Leitura do Brasil – Unicamp, promovido pela ALB

UM SEMI-CONTO ou UM MANIFESTO SEMENTE SOBRE UMA OUTRA LEITURA

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Para ser encontrado... Fazendo CONTATOs: [email protected].. [email protected]. Tele fax: (19) 32844317 Internet: www.defnet.org.br Rua Clóvis Bevilacqua, 185 sala 05,

Campinas, SP, Cep 13075-040. A VIDA PODE TER MAIS POSSIBILIDADES A VIDA PODE TER MAIS POSSIBILIDADES

QUE LIMITES ...QUE LIMITES ... OBRIGADO A TODOS E TODAS.OBRIGADO A TODOS E TODAS.