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    Eso e Se Pb o Eso e Ms GesSee e Eso e Se e Ms Ges

    See Mp e Se e Beo Hooe

    OficinaS dE QualificaO da atEnOPriMria SadE EM BElO HOrizOntE

    O 6

    Beo Hooe, 2010

    a age s Eqpes e Se eos coos ieos e Geso

    G o Geee e Pojeo

    to/fo

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    ESCOLA DE SADE PBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAISAv. Augusto de Lima, 2.061 Barro Preto BH MGCEP: 30190-002Unidade Geraldo Campos ValadoRua Uberaba 780 Barro Preto BH MGCEP:30180-080www.esp.mg.gov.br

    Tammy Angelina Mendona Claret MonteiroDiretora Geral da Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais

    Thiago Augusto Campos HortaSuperintendente de Educao

    Marilene Barros de MeloSuperintendente de Pesquisa

    Tania Mara Borges BoaventuraSuperintendente de Planejamento, Gesto e Finanas

    Fabiane Marns RochaAssessora de Comunicao Social

    Audrey Silveira BastaAssessor Jurdico

    Nina de Melo DvelAuditora Geral

    Michael Molinari AndradeCoordenador de Educao Permanente - SEDU/ESP-MG

    Clarice Caslho Figueiredo

    Coordenadora de Educao Tcnica SEDU/ESP-MG

    Luciana Tarbes Maana SaturninoCoordenadora da Ps-Graduao SEDU/ESP-MG

    Patrcia da Conceio ParreirasCoordenadora do Ncleo de Gesto Pedaggica SEDU/ESP-MG

    Equipe do PDAPS Coordenadoria de EducaoPermanente - SEDU/ESP-MGDinalva Marns IriasEleni Fernandez Moa de LimaIvan Rodrigues MachadoVirgnia Rodrigues Braga

    Reviso Tcnico-Pedaggica:Dinalva Marns IriasPoliana Estevam Nazar

    Editora Responsvel: Fabiane Marns Rocha

    Produo Grca e Impresso:Autnca Editora

    SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAISRua Sapuca, 429 CEP: 30150-050Belo Horizonte MGwww.saude.mg.gov.br

    Antnio Jorge de Souza MarquesSecretrio de Estado de Sade de Minas Gerais

    Wagner Eduardo FerreiraSecretrio Adjunto de Estado de Sade de Minas Gerais

    Helidia de Oliveira LimaSubsecretria de Polcas e Aes de Sade

    Marco Antnio Bragana de MatosSuperintendente de Ateno Sade

    Wagner Fulgncio EliasGerente de Ateno Primria Sade

    Fernando Santos SchneiderGerente Adjunto do Projeto Estruturador Sade em Casa

    Jorge Luiz VieiraSubsecretrio de Inovao e Logsca em Sade

    Juliana Barbosa e OliveiraSuperintendente de Gesto de Pessoas e Educao em Sade

    Aline Branco MacedoGerente de Educao Permanente

    SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE DE BELO HORIZONTEAv. Afonso Pena 2336 Funcionrios -Belo Horizonte MG CEP:30130-007www.pbh.gov.br

    Mrcio Arajo de LacerdaPrefeito de Belo Horizonte

    Marcelo Gouva TeixeiraSecretrio Municipal de Sade de Belo Horizonte

    Susana Maria Moreira RatesSecretria Municipal Adjunta

    Fabiano PimentaSecretrio Municipal Adjunto

    Maria Luiza TostesGerente de Assistncia

    Janete Maria FerreiraGerente do Projeto em Belo Horizonte

    ELABORAO DO PLANO DIRETOR DA ATENOPRIMRIA SADE:

    Eugnio Vilaa MendesConsultor da Secretaria de Estado de Sade

    Maria Emi ShimazakiConsultora Tcnica

    Marco Antnio Bragana de MatosSuperintendente de Ateno Sade

    Fernando Antnio Gomes Leles

    Assessor-chefe da Assessoria de Gesto Regional

    Wagner Fulgncio EliasGerente de Ateno Primria Sade

    Luciana Maria de MoraesTcnica da Assessoria de Normalizao

    Marli NacifTcnica da Gerncia de Ateno Primria Sade

    GRUPO DE ADAPTAO DAS OFICINAS DEQUALIFICAODA ATENO PRIMRIA SADE EM BELOHORIZONTE

    Representantes da Secretaria Municipal de Sade:Pode rerar essas linhas que separam cadanome

    Adriana Lcia MeirelesAlexandre MouraAline Mendes SilvaAmlia Egnia Froes FonsecaAna Maria ResendeAndria Ramos AlmeidaBrbara Lyrio UrsineBianca Guimares VelosoCarlos Alberto Tenrio CavalcanteDenise Ribeiro MesquitaEliana Maria de Oliveira SEliane Maria de Sena SilvaEvely CapdevilleHeloisa Faria de MendonaHeloisa Maria MuzziJanete dos Reis CoimbraJosei Karly S. C. MoaLenice Hasumi IshitaniLecia de Castro MaiaLorena Guimares AntoniniLuisa da Maa Machado FernandesMaria Eliza V. SilvaMaria Imaculada Campos DrumondMaria Terezinha GariglioMax Andr dos SantosNeuslene Rivers QueirozNomria Csar de MacedoPaula Nair Luchesi SantosPaulo Csar NogueiraRosa Marluce Gois de AndradeRbia Mrcia Xavier de LimaSandra Alice Pinto Coelho MarquesSandra Crisna PaulucciSeram Barbosa dos Santos FilhoSnia Gestera de MaosVanessa Almeida

    Representantes da Secretaria de Estado de Sadede Minas Gerais:Conceio Aparecida GonalvesLuciana Maria de Moraes

    Minas Gerais. Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais Ocinas de Qualicao da Ateno Primria em Belo Horizonte: Ocina VI A Agenda das Equipes deSade e os Contratos Internos de Gesto. Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: ESPMG, 2010. Guia do Gerente de Projeto (Tutor)/Facilitador

    96p.

    ISBN: 978-85-62047-04-6

    1. Ateno Primria Sade. 2. Ateno Primria Sade, ocina de qualicao. 3. Equipe Sade daFamlia, processos de trabalho I. Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. II. Secretaria de Estado deMinas Gerais. III. Secretaria Municipal de Sade de Belo Horizonte. IV. Ttulo.

    M663o

    W 84.6

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    SUMRIO

    1. COMPETNCIAS............................................................................................................... 5

    2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 53. ESTRATGIAS E ATVIVIDADES.......................................................................................... 5

    4. ESTRUTURA GERAL E PROGRAMAO........................................................................... 6

    1 Dia.................................................................................................................................. 7

    Avidade I. Introduo e Dinmica Inicial............................................................................7

    Avidade II. Apresentao das Experincias Exitosas no Perodo de Disperso Relacionadass Ocinas III, IV e V: Diagnsco Local, Matriz de Gerenciamento de Processos, Ateno

    Programada..........................................................................................................................7

    Avidade III. Reexo sobre os Contedos j Abordados e os Contedos da Ocina 6..........8

    Avidade IV. A Agenda das Equipes: Conceitos e Abordagens...........................................11

    Avidade V. A Elaborao de uma Agenda Local: Primeira Parte.......................................17

    2 Dia................................................................................................................................ 23

    Avidade VI. A Elaborao de uma Agenda Local: Segunda Parte.......................................23

    Avidade VII. Experincias Exitosas em Contratos Internos de Gesto.............................48Avidade VIII. Os Contratos Internos de Gesto................................................................49

    Avidade IX. O Plano de Trabalho do Perodo de Disperso.............................................55

    Avidade X. A Avaliao da Ocina e Encerramento..........................................................56

    Anexo I ................................................................................................................................ 61

    Anexo II ................................................................................................................................ 77

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    1. COMPETNCIAS

    Ao nal desta ocina espera-se que os parcipantes tenham desenvolvido

    capacidade para: Compreender a importncia da organizao das agendas das equipes para

    a estruturao do processo de trabalho na ateno primria em sade;

    Compreender, a parr dos conceitos apresentados nas Ocinas 4 e 5, a

    importncia do equilbrio das aes para ateno demanda espontnea

    e programada;

    Elaborar um exerccio de agenda local para uma equipe de sade a parr

    de uma determinada populao e diagnsco local;

    Elaborar um exerccio de agenda local para um centro de Sade a parr

    de determinada populao e diagnsco local; Subsidiar a discusso sobre contratualizao nos diferentes nveis da

    instuio.

    2. OBJETIVOS

    Este mdulo est estruturado para alcanar os seguintes objevos:

    Apresentar experincias exitosas de algumas ocinas anteriores;

    Recuperar as avidades realizadas na Ocina 5 Organizao do Trabalho

    para a Ateno Programada;

    Idencar os elementos importantes para a elaborao da agenda das

    equipes;

    Realizar alinhamento conceitual sobre a agenda das equipes de sade e

    contratos internos de gesto;

    Operacionalizar um exerccio de agenda local para um Centro de Sade.

    3. ESTRATGIAS E ATIVIDADES

    Esta ocinaaponta a importncia do equilbrio das aes (promoo,preveno, assistncia s condies agudas e crnicas) para organizao

    das agendas das equipes e traz abordagens quepropiciemoengajamento

    dosparcipantesnoprocessodeaquisio dos novos conhecimentos que

    favoream a reexo sobre seu contexto e o processo a ser desenvolvido

    nas suas avidades.

    As estratgias educacionais a serem desenvolvidas tm por objevosubsidiarosprossionaisnasavidadesaseremrealizadasnosperodos de

    disperso e durante o exerccio de sua prca na gesto municipal.

    Este mdulo tem uma carga horria total de 16 horas, distribudas em dois

    dias de avidades.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    4. ESTRUTURA GERAL E PROGRAMAO

    PRIMEIRO DIA

    Horrio Avidade Metodologia

    8h s 8h30 Introduo e dinmica inicial Apresentao no auditrio

    8h30 s 9h30

    Apresentao das Experincias Exitosasno Perodo de Disperso Relacionadass Ocinas III, IV e V: Diagnsco Local,Matriz de Gerenciamento de Processos,Ateno Programada

    Apresentao no auditrio

    9h30 s 10hReexo sobre os Contedos j Abordados

    e os Contedos da Ocina 6

    Apresentao no auditrio

    10h s 10h30 Intervalo

    10h30 s 12hReexo sobre os Contedos j Abordadose os Contedos da Ocina 6

    Avidade em grupo

    12h s 13h30 Almoo

    13h30 s 15hA Agenda das Equipes: Conceitos eAbordagens

    Avidade em grupo

    15h s 15h15 Intervalo

    15h15 s 17hA Elaborao de uma Agenda Local:Primeira Parte

    Avidade em grupo

    SEGUNDO DIA

    Horrio Avidade Metodologia

    8h s 9h30A Elaborao de uma Agenda Local: SegundaParte

    Avidade em grupo

    9h30 s 10h Intervalo

    10h s 12hExperincias Exitosas em ContratosInternos de Gesto

    Exposio dialogada noauditrio

    12h s 13h30 Almoo

    13h30 s 15h15 Os Contratos Internos de Gesto Avidade em grupo

    15h15 s 15h30 Intervalo

    15h30 s 16h45O Plano de Trabalho para o Perodo deDisperso

    Avidade em grupo pordistrito

    16h45 s 17h Avaliao da Ocina e Encerramento Avidade em grupo

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    1 DIA

    ATIVIDADE I INTRODUO EDINMICA INICIAL

    Tempo esmado: 30 minutos

    Objevo

    Apresentar a estrutura geral da sexta ocina.

    Desenvolvimento

    Conduzir uma dinmica inicial;

    Apresentar a estrutura geral da Ocina 6, destacando os pontos principais

    e regras de convivncia.

    ATIVIDADE II APRESENTAODAS EXPERINCIAS EXITOSASNO PERODO DE DISPERSORELACIONADAS S OFICINASIII, IV E V: DIAGNSTICO LOCAL,MATRIZ DE GERENCIAMENTODE PROCESSOS, ATENOPROGRAMADA

    Tempo esmado: 1 hora

    Objevo

    Apresentar experincias bem-sucedidas de realizao do Diagnsco Local

    (produto da terceira ocina), da ulizao da Matriz de Gerenciamento

    de Processos (produto da quarta ocina) e da organizao do processo

    de trabalho para a ateno programada (produto da quinta ocina).

    Desenvolvimento

    Representantes de Centros de Sade devero apresentar aos parcipantes

    da ocina um relato das experincias locais, abordando a construodos dados, as discusses ocorridas e como a equipe tem se apropriado

    dessas informaes no codiano.

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    ATIVIDADE III: REFLEXO SOBRE OSCONTEDOS J ABORDADOS E OS

    CONTEDOS DA OFICINA 6

    Tempo esmado: 2 horas

    Objevo

    Reer sobre os processos ocorridos nas ocinas anteriores, relacionando-os aos conceitos que sero abordados na Ocina 6.

    Desenvolvimento1 momento no auditrio

    O relator far uma apresentao da estrutura geral da Ocina 6, destacandocomo ela se relaciona com as cinco ocinas que a precederam e com asocinas que a sucedero.

    2 momento nas salas

    Apresentar a avidade, destacar sua durao e fases que a compem;

    O grupo dever discur o processo das ocinas no nvel local, procurandodestacar:

    As principais mudanas no processo de trabalho que esto sendopropostas e j podem ser percebidas;

    Os principais problemas percebidos e como esto sendo abordados;

    A realizao da quinta ocina local e a preparao do exercciode programao para a Sade do adulto e as expectavas paraa Ocina 6.

    Conduzir a leitura do Texto de Apoio 1: As referncias conceituais daSexta Ocina;

    Sintezar a avidade com a turma, recuperando os conceitos maisimportantes.

    Texto de Apoio 1

    As Referncias Conceituais da Sexta Ocina1

    Chegamos na Ocina 6. Percorremos, at aqui, a metade do caminho.

    Nesta trajetria, temos feito reexes e reorganizado o processo de trabalho,

    visando melhorar a qualidade de nossa ateno primria.

    1Texto elaborado por Max Andr e colaboradores. Max Andr mdico sanitarista, integrante

    da equipe do Centro de Educao em Sade da SMSA e do Grupo de Conduo das Ocinas

    de Qualicao da Ateno Primria em Belo Horizonte.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    O que queremos com tudo isso?

    Cuidar cada vez melhor da sade da populao e, tambm, das condies de

    trabalho na rede. Para isso, temos que buscar melhores resultados. Quando

    falamos em resultados, referimo-nos resoluo dos problemas de sade,

    ou seja, aumentar a resoluvidade da APS. isso que a populao quer eos trabalhadores de sade tambm.

    Na 1. Ocina foi feita uma avaliao da APS em nossa rede e chegamos

    concluso de que, considerando os seis atributos (primeiro contato,longitudinalidade, integralidade, coordenao do cuidado, centralizao

    na famlia e orientao comunitria), nossa situao regular. Demos a

    ns mesmos uma mdia 6, numa escala de 0 a 10. No uma nota ruim,

    no perderamos mdia se vssemos numa escola, mas tambm no

    uma nota das melhores. Ou seja, isso signica que precisamos melhorar a

    qualidade de nossa rede.

    A pergunta fundamental : como fazer isso?

    A resposta : organizando melhor nosso servio, ou seja, melhorando, por um lado,

    nossa estrutura, ou meios (rea sica, equipamentos, materiais, RH, treinamentos,

    etc.) e, principalmente, por outro lado, nosso processo de trabalho.

    Como j foi visto, temos basicamente dois pos de aes: aquelas voltadas

    para o atendimento da ateno espontnea e, nestas, parcularmente as

    condies agudas e aquelas voltadas para a ateno programada, no caso,

    as condies crnicas.

    Foi para isso que, na 4 ocina, discumos a organizao do processo de

    trabalho voltado ao atendimento da demanda espontnea, e na 5 ocina,a organizao da ateno programada.

    Nesta ocina, iremos discur nosso processo de gesto como um todo e,

    parcularmente, a agenda da equipe, a programao desta agenda e o

    contrato interno de gesto.

    Por que esta discusso importante?

    Porque no adiantaria todo o esforo que zemos para organizar nosso

    processo de trabalho, se no consegussemos sustentar esta mudana.

    Alis, temos falado, ao longo destas ocinas, que elas so um processo de

    planejamento. Na verdade, melhor seria dizer que estamos trabalhandoum processo de gesto.

    Sempre que falamos em organizao de estrutura e processo, para angirmos

    os ns, estamos nos referindo gesto. No fundo, podemos dizer que, para

    melhorar as aes de sade, temos que melhorar nosso processo de gesto.

    E, para melhorar nossa gesto, temos que trabalhar com estes 3 elementos

    que a compem: a agenda, a programao e o contrato de gesto.

    Vamos, ento, tentar entender a relao entre estes 3 elementos, num

    sistema de gesto.

    Carlos Matus, que era chileno e foi um grande formulador de uma teoria

    sobre organizao, elaborou uma representao do sistema de gesto que

    ele chamou de tringulo de ferro. Este tringulo chamado de ferro porque

    ele que d sustentao organizao.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    O desenho a seguir mostra esta representao.

    Como voc pode perceber, este tringulo apresenta os 3 elementos: a agenda,

    a gerncia por problema (que est relacionada com a programao) e o sistema

    de compromissos (que est relacionado ao contrato interno de gesto).

    Como este tringulo pode ser traduzido para a realidade das ESF?

    Em primeiro lugar, na organizao do trabalho da ESF, fundamental a

    organizao de sua agenda de trabalho. Ou seja, como a equipe ir ulizar,

    da melhor maneira, seu tempo. Sabemos que uma parte signicava de sua

    agenda desnada ao atendimento da demanda espontnea, e outra parte,

    ao atendimento daquilo que pode ser programado. Portanto, para organizar

    sua agenda, a ESF ter que fazer um planejamento e uma programao para

    enfrentar os principais problemas relacionados a esta organizao.

    Para isso, o segundo elemento do tringulo, a gerncia por problemas,

    importante. A ESF que ter organizar seu trabalho enfrentando os problemasrelacionados organizao, ou seja, em relao estrutura e ao processo.

    Por m, o terceiro elemento do tringulo. Ao fazer seu plano de ao, a

    UBS denir uma agenda possvel de ser contratada com os outros nveis

    de gesto. Este contrato dever conter as metas e as aes necessrias para

    o enfrentamento dos problemas por que as ESF passaro. Dever conter

    tambm as contrapardas necessrias a serem demandadas aos outros

    nveis. Estas contrapardas iro garanr que as ESF cumpram suas agendas.

    Desta forma, teremos a possibilidade de mudar nossa cultura instucional,

    da qual a UBS reclama no se senr sujeita de seu processo de trabalho,

    porque acha que os outros nveis decidem, sem consultar previamente,sua agenda e ela, UBS, no capaz de cumprir porque no lhe so dadas

    as condies para tal.

    Agenda das equipes

    Gesto por problemasSistema de Prestao

    de contas, contratos

    Produtos das Oficinas

    3, 4, 5Produtos das Oficinas

    3, 4, 5

    Monitoramento

    Sistemas de

    Informao da

    SMSA

    FIGURA 1: Sistema de Informao da SMSA.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Por outro lado, os outros nveis tambm se sentem frustrados, porque

    eles no conseguem que o nvel local realize aquilo que eles pensam que

    precisa ser feito.

    Precisamos quebrar este crculo vicioso e entrar num crculo virtuoso, no qual

    o nvel local, parndo de diretrizes denidas pelo nvel central, tenha maisautonomia para organizar seu processo de trabalho e cone que os outros

    nveis estaro ali para apoi-lo e ajud-lo naquilo que for necessrio.

    Esta a ideia de rede: sair da fragmentao e conseguir um trabalho mais

    integrado e solidrio. Para tanto, temos que estabelecer um sistema de

    compromissos, altamente responsvel, baseado em acordos possveis. Isso

    far a diferena para nossos usurios e para ns.

    ATIVIDADE IV A AGENDA DASEQUIPES: CONCEITOS E ABORDAGENS

    Tempo esmado: 1hora e 30 minutos

    Objevos

    Compreender os principais conceitos envolvidos na agenda para equipes

    de sade;

    Idencar os elementos importantes para a reorganizao dos processosde trabalho e elaborao da agenda das equipes;

    Realizar alinhamento conceitual e compreender a importncia doequilbrio entre as aes para demanda espontnea e programada;

    Desenvolvimento

    Apresentar a avidade, destacar sua durao e fases que a compem;

    Formar pequenos grupos;

    Cada grupo deve nomear um coordenador e um relator; O grupo dever procurar abordar as seguintes questes:

    1. O que voc entende por agenda?

    2. Qual a importncia de se organizar a agenda das Equipes de Sade?

    3. Como as equipes organizam sua agenda hoje?

    Cada relator apresentar as concluses de seu grupo e a seguir o facilitador

    conduzir uma discusso com toda a turma destacando os pontos em

    comum e as divergncias de cada grupo;

    Realizar a leitura do Texto de Apoio 2: A Agenda das Equipes de Sade;

    Aps a leitura do texto, sintezar a avidade com a turma, alinhando os

    conceitos mais importantes.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Texto de Apoio 2

    A Agenda das Equipes de Sade 2

    Quando falamos em agenda, do que voc se lembra?

    Provavelmente voc vai se lembrar de um pequeno caderno onde faz as

    anotaes de compromissos e horrios. Ou seja, uma ferramenta de

    trabalho, que s cumpre sua funo quando plenamente ulizada. As

    agendas de papel vivem apenas um ano; elas tm vida curta, e aps o

    seu perodo de validade, podem ser abandonadas. A agenda foi feita para

    receber anotaes, registros e informaes. Acredita-se que a agenda seja

    usada desde a Anguidade, a parr do mesmo momento em que a escrita

    nasceu e se desenvolveu.

    Mas a palavra agendapode ter outros signicados. Quando pesquisamos

    no dicionrio o termo agendar encontramos: inscrever, marcar em uma

    agenda, combinar...

    sobre este lmo signicado que queremos conversar. Gostaramos que

    o termo agendanos remetesse ao conceito de combinado. Um combinado

    entre as equipes locais, trabalhadores, gestores e usurios. atravs desse

    combinado ou compromisso que nos apresentamos como atores ou sujeitos

    da construo do SUS em Belo Horizonte.

    Para entendermos melhor a agenda como combinado, precisamos perceber

    como esse assunto se relaciona com a nossa vida, com o codiano das

    equipes de sade e com a abordagem dos usurios dos nossos Centros de

    Sade. So esses temas que veremos a seguir.

    A agenda na nossa vida

    Quando pensamos no nosso codiano, sempre temos uma agenda que

    nos acompanha. Essa agenda descreve o nosso dia a dia e os nossos

    compromissos. Nela, tambm, costumamos fazer anotaes, frases queouvimos e pensamentos.

    Se, ao nal de um ano, folhearmos a nossa agenda, podemos reviver o que

    aconteceu, lembrar do que foi importante naquele ano, o que pensamos

    em fazer e o que conseguimos e, tambm, o que no conseguimos, o que

    vivemos adiando...

    Assim, a nossa agenda reete a nossa vida. As coisas que so importantes

    esto nela. As coisas que programamos esto registradas, e podemosvericar como ocupamos o nosso tempo.

    2 O texto foi elaborado por Janete Maria Ferreira, Maria Luiza Tostes, Ana Pitchon e

    colaboradores. Janete Maria Ferreira pediatra, epidemiologista e Gerente Geral dasOcinas de Qualicao da Ateno Primria em Belo Horizonte. Maria Luiza Tostes mdica

    e Gerente de Assistncia da SMSA (GEAS- SMSA) Ana Pitchon cirurgi-densta, especialista

    em sade coleva e assessora da Gerncia de Assistncia (GEAS- SMSA).

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Mas, o que o tempo? Esta pergunta tem intrigado estudiosos, matemcos,

    sicos, lsofos e curiosos ao longo da histria da humanidade. Contudo,

    dicilmente se chegar a um consenso da denio absoluta e deniva

    do tempo. Um estudioso (John Wheeler) ousou sentenciar que o tempo

    o jeito que a natureza deu para no deixar que tudo acontecesse de umavez s. (WIKIPDIA, 2010)

    O tempo um dos nossos recursos mais preciosos, porque nito, limitado e

    no podemos recuperar. Cada segundo que passa um milagre que jamais

    se repete. (Anga frase dita pela Rdio Relgio do Rio de Janeiro.) No

    podemos voltar atrs e fazer diferente, mas podemos planejar bem como

    ocuparemos o nosso tempo que vir. J sabendo que no conseguiremos

    fazer tudo que queremos, importante ter em mente o que precisamos

    fazer e priorizar o essencial.

    O contrrio o imprevisto, o improviso. Sabemos que precisamos tambm

    lidar com o imprevisto e muitas vezes precisamos improvisar. No nosso dia adia acontecem situaes que invadem a nossa agenda e precisamos reagendar

    os nossos compromissos. Podemos at reservar um tempo na nossa agenda

    para lidar com os imprevistos, porque j sabemos que eles iro acontecer. E

    assim vamos construindo o nosso codiano e conduzindo a nossa vida.

    A agenda na vida das equipes de sade

    A agenda das equipes pode ser entendida da mesma forma que a nossa

    agenda pessoal. Quando discumos a agenda das equipes, tambm estamos

    falando da distribuio das aes no tempo e dos compromissos quebuscamos cumprir. Nela devem estar descritas as coisas mais importantes,

    o essencial, a misso daquela equipe.

    Assim, podemos tomar a agenda das equipes de sade sob dois aspectos:

    (1) uma agenda operacional, que descreve as aes no tempo, de um dia,

    uma semana, um ms... e (2) uma agenda polco/organizacional que deve

    reer os compromissos que a equipe tem com sua populao adscrita e

    com seus gestores.

    Quanto ao primeiro aspecto, o maior desao talvez seja o equilbrio entre a

    demanda espontnea, a ateno programada e ateno no programada (ou

    a ser programada). Ou seja, o equilbrio entre o atendimento s condiesagudas e crnicas, como discumos nas ocinas 4 e 5. Alm disso, devemos

    dedicar tempo para a educao permanente e reunies das equipes.

    De forma semelhante nossa vida, devemos reservar um espao na agenda

    para os imprevistos e programar as coisas mais importantes, essenciais.

    Quanto ao segundo ponto, j dissemos que gostaramos que o termo agenda

    nos remetesse ao conceito de combinado. Um combinado entre as equipes

    locais, trabalhadores, gestores e usurios. atravs desse combinado ou

    compromisso que testamos a rmeza dos nossos conceitos e pactos com a

    sociedade, expressos no Plano Municipal de Sade. Ou seja, a construo

    de uma agenda um convite discusso da polca pblica de sade nomunicpio de Belo Horizonte, uma discusso estratgica do que iremos fazer,

    do que no iremos fazer e do que no podemos deixar de fazer.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Ou seja, estamos falando em uma ferramenta de trabalho, uma agenda

    nica que permita traduzir as relaes e a vinculao das equipes com

    sua populao adscrita. Uma ferramenta que possa descrever como aequipe est planejando suas aes para atender s pessoas que ali residem

    ao longo das semanas, dos meses... Uma ferramenta que possa apontaro resultado a ser observado ao longo dos anos e que possa fomentar a

    parcipao social, fator determinante de promoo sade e da mudana

    das realidades locais .

    Entretanto, essa ferramenta s cumpre sua funo quando plenamente

    ulizada, ou seja, quando traduz o a corresponsabilizao e cogesto dos

    usurios, trabalhadores e gestores.

    Essa corresponsabilizao pode ser traduzida atravs de Contratos Internos

    de Gesto (CGI), que so tema desta sexta ocina e sero discudos nas

    avidades que se seguiro.

    A agenda das equipes, a abordagem centrada na pessoa e a clnica ampliada

    Como j abordamos nas ocinas anteriores, a complexidade da Ateno

    Primria em Sade pressupe uma nova forma de organizar o processo

    de trabalho.

    Para isso, essencial a abordagem centrada nos problemas, que nada mais

    so do que aquilo que preocupa a pessoa, sua famlia ou sua equipe de

    sade, ou a todos. Sabe-se que o impacto de um problema de sade sobre

    uma pessoa no s afeta a ela, mas tambm o seu entorno.

    Toda vez que duas pessoas se comunicam, o acordo ou desacordo so

    variveis possveis. Nas relaes prossionais de sade e usurios isso

    no uma exceo. Valores, crenas, senmentos e informaes de cada

    indivduo so diferentes, e no necessariamente prossionais e usurios

    estaro de acordo em vrios pontos de um atendimento.

    O objevo, ento, a criao de um combinado, como j dissemos. Ou seja,

    um mnimo de acordos para que essa consulta tenha efevidade terapuca,

    sendo assim importante encontrar um denominador comum. As relaes

    em geral envolvem poder, cuidado, senmentos, conana e objevos. O

    objevo nesse po de relao deve ser obviamente comparlhado por

    ambos, e no pode ser outro que no o de conseguir o maior grau de sade

    para os nossos usurios.

    Assim, as agendas das equipes de sade transformam-se em umaespecialidade de alta complexidade, uma vez que pretendem traduziressas relaes em avidades como atendimentos, grupos operavos, visitas

    domiciliares e outras avidades igualmente complexas.

    Segundo RUBEN et al.(2009), no devemos nos esquecer de que o tempo do

    encontro entre prossionais de sade e usurios deve ir alm de nosso contato

    visual. Nesse caso, o tempo se v modicado pela connuidade dos cuidados,

    portanto, no conhecimento acumulavo que temos de nossos pacientes.Para dizer de forma mais simples, o tempo de uma consulta no deve

    ser medido nos minutos de sua durao, mas no tempo durante o qual

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    vamos acumulando conhecimentos a parr da ateno connuada. Talvez

    hoje sejam cinco minutos, outro dia trinta minutos, e ser to importante

    a frequncia das consultas quanto as avidades em grupo, as visitasdomiciliares e as avidades de promoo sade, como as Academias da

    Cidade e as prcas do Lian Gong.Esse conhecimento cumulavo s se torna possvel atravs da abordagem

    centrada na pessoa e de uma agenda longitudinal, que permita o vnculo

    cada vez mais forte do usurio com o seu servio e seus prossionais de

    sade. Assim, nossos usurios passam a ter nome, endereo, idendade, e

    no so mais traduzidos como asmcos, diabcos ou poliqueixosos.

    Esses conceitos nos direcionam para a clnica ampliada. Quando falamos em

    clnica ampliada, pensamos em uma abordagem que vai alm do diagnsco

    da doena (queixa conduta) e considera o sujeito inserido no seu contexto

    de vida e nas diversas variveis que atuam no processo sade-doena.

    A proposta da clnica ampliada busca a arculao e incluso dos diferentes

    enfoques, saberes e experincias que visam uma abordagem integral do

    sujeito, possibilitando um manejo ecaz do complexo trabalho em sade,

    que necessariamente transdisciplinar3e mulprossional. Este modo de

    fazer a clnica amplia o objeto de trabalho, evitando a fragmentao dos

    processos, resultado da excessiva especializao prossional.

    Isso nos faz pensar que o diagnsco de uma doena parte de princpios

    que podem ser generalizveis, mas que devemos levar em considerao as

    variveis individuais (sinais e sintomas prprios, contexto familiar e social) e

    o que h de diferente em cada um, ou seja, as singularidades dos sujeitos.4

    Os eixos da clnica ampliada e comparlhada so:

    1. Compreenso ampliada do processo sade-doena: evita uma

    abordagem que privilegie excessivamente algum conhecimento

    especco, levando em considerao vrios aspectos que

    inuenciam neste processo: patologias orgnicas, correlaes

    sociais (econmicas, culturais, tnicas), a situao afeva..

    2. Construo comparlhada dos diagnscos e das terapucas: esta

    construo envolve toda a equipe de sade (Equipe de Sade da

    Famlia, de Sade Bucal, de Sade Mental, de Apoio, de Referncia,

    NASF, Equipes da Rede Complementar e Hospitalar), as aes

    intersetoriais e os usurios. Este comparlhamento reconhecea complexidade do processo sade-doena e a necessidade de

    comparlhar diagnscos, condutas e projetos terapucos na

    busca de resultados mais ecientes, fomentando o protagonismo5

    dos sujeitos envolvidos.

    3Transdisciplinaridade uma abordagem cienca que visa a unidade do conhecimento. Desta

    forma, procura esmular uma nova compreenso da realidade arculando elementos que passam

    entre, alm e atravs das disciplinas, numa busca de compreenso da complexidade. (WIKIPDIA)4 Sujeito/subjevidade: Idendade pessoal resultado de um processo de produo de

    subjevidade sempre colevo, histrico e determinado por mlplos vetores: familiares,

    polcos, econmicos, ambientais, midicos, etc.5Protagonismo: a ideia de que a ao, a interlocuo e a atude dos sujeitos ocupam lugar

    central nos acontecimentos. No processo de produo da sade, diz respeito ao papel de

    sujeitos autnomos, protagonistas e implicados no processo de produo de sua prpria sade.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    3. Ampliao do objeto de trabalho: as doenas, as epidemias, osproblemas sociais acontecem em pessoas e, portanto, o objetode trabalho de qualquer prossional de sade deve ser a pessoaou grupos de pessoas, por mais que o ncleo prossional (ou

    especializado) seja bem delimitado.4. Os meios e instrumentos de trabalho: a comunicao na equipe eentre equipes fundamental. A capacidade de escuta, de lidar coma expresso de problemas sociais e subjevos, com a famlia e acomunidade.

    5. Suporte para os prossionais de sade: necessrio criarinstrumentos de suporte aos prossionais para lidar com asprprias diculdades. No podemos negar que existe uma funoprotetora quando trabalhamos com o objeto limitado. Essesinstrumentos de suporte podem se congurar atravs de iniciavasde educao permanente, atendimento comparlhado e outras

    ferramentas da gesto clnica.

    Concluindo... Nas primeiras partes deste texto, apontamos que a agenda

    das equipes pode ser descrita como um combinado entre equipes locais,

    trabalhadores, gestores e usurios.

    Na seo anterior dissemos que, quando ampliamos o objeto de trabalho,

    comparlhamos diagnscos e propostas de soluo entre os diferentes

    saberes do campo da sade e intersetoriais, bem como envolvemos os

    usurios na corresponsabilizao e cogesto de seu projeto terapuco.

    Ou seja, quanto mais longo for o tratamento (as condies crnicas seinserem neste contexto), maior a necessidade de parcipao e adeso do

    sujeito ao seu tratamento.

    De outra parte, tambm dissemos que as organizaes de sade dependem,

    em alguma medida, das relaes que os usurios e os prossionais de sade

    estabelecem entre si, requisitando intercmbios pelas responsabilidades

    que contraem no sistema de sade.

    Assim, ao pensarmos uma agenda para as equipes de sade, no estamos

    falando em um somatrio de consultas e procedimentos distribudos ao longo

    das horas de uma semana. Tambm no estamos falando apenas em uma

    programao de aes sequenciais, organizadas por doena ou patologia.

    Estamos falando em um compromisso colevo, que permita traduzir as

    relaes e a vinculao das equipes com sua populao adscrita.

    J dissemos que as agendas de papel vivem apenas um ano, elas tm vida

    curta, e aps o seu perodo de validade, no servem mais... A nossa agenda

    poder ter vida to longa quanto o nosso compromisso com o nosso usurio.

    Claro est que a descrio das aes (nela condas) precisa ser mutante o

    suciente para retratar a realidade local a cada momento, os casos novos

    de doenas agudas e transmissveis, por exemplo, e organizada o bastante

    para permir o acompanhamento integral das condies crnicas.

    Atravs dela prosseguiremos. Comparlharemos nossas aes na busca de

    resultados mais ecientes, fomentando o protagonismo dos sujeitos e a

    qualicao crescente da Ateno Primria em Sade em Belo Horizonte.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Referncias

    MEHRY, E. E.; et al. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em

    sade: a informao e o dia a dia de um servio, interrogando e gerindo trabalho

    em sade.In: MERHY, E. E.; ONOCKO, R. (Org.).Agir em sade: um desao para o

    pblico. So Paulo: Hucitec, 1997. p.113-50.

    MINISTRIO DA SADE. Cartilha PNH HUMANIZASUS Braslia, 2008.

    Mimeografado.

    RUBEN, Roa; et al.Abordagem centrada nas pessoas. Revista Brasileira de Medicina

    da Famlia e Comunidade.2009Rio de Janeiro, v. 4, n. 16, p. 241-259, jan./mar.

    SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAIS. Curso de Formao de Tutores

    para a PNH: Humanizao da ateno e Gesto em Sade. 2010. Mimeografado.

    SILVEIRA BUENO. Mini-dicionrio da Lngua Portuguesa.2. Ed. So Paulo; FTD, 2007.

    TURCI, M. A. (Org.).Avanos e desaos na organizao da ateno de sade de BeloHorizonte. Secretaria Municipal de Sade. Belo Horizonte. HMP Comunicao, 2008.

    WIKIPDIA. hp://pt.wikipedia.org.Acesso em: 22 set. 2010.

    ATIVIDADE V A ELABORAO DEUMA AGENDA LOCAL: Primeira Parte

    Tempo esmado: 1 hora e 45 minutos

    Objevo

    Elaborar um exerccio de agenda local para uma equipe de sade a parr

    de uma determinada populao e diagnsco local.

    Desenvolvimento

    Apresentar a avidade, destacar sua durao e fases que a compem;

    Conduzir uma discusso com a turma, resgatando a discusso doPlanejamento e Programao da Ocina 5, atravs da tcnica detempestade de ideias;

    No seu entendimento:

    - O que problema?

    - O que planejamento?

    - O que programao?

    - O que agenda?

    A seguir, sintezar esses conceitos com a turma, atendendo aos conceitos

    apresentados nas Ocinas 4, 5 e 6 e descritos abaixo:

    I I I

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Problema:

    O problema a discrepncia entre o ideal e o real. O ideal o parmetroe o real o valor do indicador do Centro de Sade. Essa discrepnciadescreve qual o problema e sua magnitude.

    Planejamento:

    O planejamento e a programao so reas de conhecimento naadministrao e da administrao em sade.

    Podemos denir o planejamento e a programao como aes pensadas.Ou seja, aquilo que podemos prever, portanto, podemos nos organizarantes de fazer.

    Programao:

    Podemos dizer que, dentro do planejamento, a programao aquele momentoem que vamos fazer os clculos, para saber o como: quais as aes, para quantaspessoas, quando, quem ca responsvel, com que recursos, etc.

    Agenda:

    Podemos dizer que a agenda um combinado, um compromisso.Apresenta dois aspectos: (1) uma agenda operacional, que descreve asaes no tempo, de um dia, uma semana, um ms... e (2) uma agendapolco/organizacional que deve reer os compromissos que a equipe

    tem com sua populao adscrita e com seus gestores.

    Dividir a turma em pequenos grupos e orientar o exerccio: A ELABORAO

    DE UMA AGENDA LOCAL, conduzindo as avidades na sequncia descrita.

    A primeira parte composta de quatro passos, cada um com durao

    mdia de 10 a 15 minutos.

    PRIMEIRA PARTE:

    A Agenda do Centro de Sade Recanto das Borboletas: dos problemas s metas

    O Centro de Sade Recanto das Borboletas possui na sua rea de abrangncia

    uma populao cadastrada de 15.269 pessoas, segundo o Censo BH Social.

    Est localizado no Bairro Moinhos em uma rea de baixo, mdio e elevadorisco. So quatro equipes de sade da famlia (ESF), duas equipes de sade

    bucal, uma equipe de sade mental incompleta, trs prossionais mdicos

    de apoio (clnico, pediatra, ginecologista), quatro auxiliares de enfermagem

    de apoio, uma equipe de zoonoses e apoios administravos.

    De acordo com o cadastro atualizado dos agentes comunitrios de sade,

    em julho de 2010, a ESF 02 possua uma populao de 3.569 pessoas. Deste

    total, 2.157 so adultos (indivduos com a faixa etria de 20 a 59 anos).

    Os indicadores do CS Recanto das Borboletas apontam os seguintes dados

    em relao ao acompanhamento de hipertensos e diabcos:

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Proporo dos adultos hipertensos captados/atendidos = 48,38% (esperado 100%)

    Proporo de diabcos adultos captados/atendidos = 42,08% (esperado 100%)

    Proporo de adultos diabcos acompanhados = 40,52% (esperado 100%)

    1- Primeiro Passo: IDENTIFICAO E PRIORIZAO DOSPROBLEMAS

    A parr dos indicadores apresentados:

    Aponte trs problemas principais em relao ao acompanhamento dehipertensos e diabcos.

    Qual problema voc elegeria para iniciar a abordagem? A seguir, qual

    seria a ordem de prioridade?

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    2- Segundo Passo: A EXPLICAO DO PROBLEMA

    A Equipe 2 (ESF2) do Centro de Sade Recanto das Borboletas elegeu

    como problema prioritrio: a baixa captao dos hipertensos em relao

    aos esperados.

    Na sua opinio, quais movos levam a essa baixa captao?

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    Em reunio, a ESF2 do Centro de Sade Recanto das Borboletas levantou

    os seguintes pontos que poderiam explicar o problema:

    Os usurios no procuram o Centro de Sade para cuidar da hipertenso

    porque uma doena silenciosa, no tem sintomas;

    Uma parte dos usurios trabalha o dia todo, e o horrio de funcionamento

    de 7 s 19h;

    Existe uma questo cultural: homem no vai ao centro de sade;

    A organizao da agenda da unidade acontece de forma inadequada ouinsuciente;

    A organizao dos uxos dentro da unidade pode dicultar o acesso aosatendimentos;

    Existe uma rotatividade profissional que dificulta o vnculo e alongitudinalidade do cuidado. A relao prossional/usurio podeinterferir na vinculao;

    O perl dos prossionais pode inuenciar na captao dos usurios. A

    formao acadmica fragmentada e assistencial e pouco voltada para

    as aes de vigilncia em sade. Normalmente os prossionais estoacostumados em atender quem procura o Centro de Sade, e no em

    buscar quem deveria ser atendido;

    Uso insuciente do protocolo de Hipertenso Arterial como diretriz

    organizacional e de atendimento dentro do Pronturio Eletrnico;

    Existe uma srie de problemas tcnicos com o uso do Pronturio Eletrnico

    SISREDE: sistema lento, complexidade do sistema, alguns equipamentosesto obsoletos.

    3- Terceiro Passo: SELEO DOS PONTOS CRTICOS

    A parr dos dados apresentados, como voc responderia seguinte questo:

    Quais destas causas poderiam ser abordadas em um primeiro momento

    para aumentar a captao dos hipertensos? Como?

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    A ESF2 do Centro de Sade Recanto das Borboletas analisou os pontos crcos

    e apontou trs frentes de trabalho, que estavam dentro da governabilidade

    da equipe:

    Capacitao dos prossionais para o uso correto do protocolo de

    Hipertenso Arterial dentro do Pronturio Eletrnico;

    Planejamento e organizao de campanhas para captao precoce de HAS;

    Organizao da agenda de forma a melhorar a oferta (programao).

    Desses pontos crcos a ESF2 elegeu como ponto de parda a organizao

    da agenda de forma a melhorar a oferta (programao). Essa escolha foi feita

    para que as outras aes, quando efevadas, j encontrassem uma agenda

    organizada para o atendimento. Entendendo que importante construir

    uma abordagem centrada nas pessoas, as avidades foram direcionadas

    para a populao adulta como um todo (20 a 59 anos), incluindo as aes

    de promoo, de preveno e assistenciais.

    4- Quarto passo: DEFINIO DAS METAS

    Como apresentado anteriormente, em 2009, no Centro de Sade Recanto

    das Borboletas, a proporo dos adultos hipertensos captados/atendidos

    48,38%, e a proporo de diabcos adultos captados/atendidos 40,52%.

    Sabendo disso:

    Por que importante denir uma meta para atender populao adulta

    da ESF2? Quais seriam os aspectos mais importantes a serem contemplados nessa

    denio?

    Em sua opinio, qual seria uma possvel meta para atendimento dapopulao adulta da ESF2?

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    A ESF2 do Centro de Sade Recanto das Borboletas discuu a importncia

    de se pensar em uma meta considerando a realidade local. Lembraram da

    necessidade da populao, da importncia da abordagem das condies

    crnicas e dos casos de infarto e AVC que vinham ocorrendo.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    A seguir, eles discuram os recursos disponveis para atender populao.

    Lembraram que a equipe possua uma populao grande, 3.569 pessoas,

    e desse total a maioria (2.157) era de adultos. Ou seja, alm dos adultos,

    a equipe precisava cuidar das crianas, das gestantes, dos idosos e sem

    esquecer dos adolescentes, que nem frequentavam o Centro de Sade.Concluram que, para o prximo ano, no seria possvel angir 100% dos

    adultos, mas pensaram em elaborar uma agenda para cobrir em mdia 75%

    da populao adulta, sendo prioritrio o acompanhamento dos portadores

    de HAS de elevado risco cardiovascular e os diabcos usurios de medicao

    e/ou insulina. Para esses, a meta seria 100% de acompanhamento.

    O que vocs acham? Essa resposta seria condizente com a realidade de

    vocs?

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    2 DIA

    ATIVIDADE VI A ELABORAO DEUMA AGENDA LOCAL: Segunda Parte

    Tempo esmado: 1 hora e 30 minutos

    Objevo

    Dar connuidade elaborao de um exerccio de agenda local para uma

    equipe de sade a parr de uma determinada populao e diagnsco local.

    Desenvolvimento

    Apresentar a avidade, destacar sua durao e fases que a compem;

    Formar pequenos grupos e orientar a connuao do exerccio AELABORAO DE UMA AGENDA LOCAL, conduzindo as avidades da

    segunda parte na sequncia descrita;

    A segunda parte composta do quinto e sexto passos. O quinto passo

    tem a durao prevista de 60 minutos, e o sexto, de 15 minutos;

    Ao nal, sistemazar o quinto e o sexto passos com toda a turma,construindo uma sntese nal das Avidades VI e VII: como pode ser

    feita a ELABORAO DE UMA AGENDA LOCAL?

    SEGUNDA PARTE:

    A Agenda do Centro de Sade Recanto das Borboletas: as avidades de

    programao

    5- Quinto passo: DEFINIO DA AGENDA OPERACIONAL

    A Equipe 2 (ESF2) do Centro de Sade Recanto das Borboletas comeouento a levantar os dados e as informaes para a construo da agenda

    operacional.

    Na sua opinio, quais so os principais dados ou informaes para a

    elaborao de uma agenda?

    Dentre esses, quais so os mais relevantes? Esses dados esto disponveis?

    ___________________________________________________________

    ___________________________________________________________

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    A ESF2 do Centro de Sade Recanto das Borboletas levantou, ento, as

    informaes cadastrais e os parmetros de situao de sade da suapopulao.

    As planilhas a seguir apresentam as informaes cadastrais da populao,

    por sexo e faixa etria, e os principais parmetros da situao de sade.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    A ESF2 teve diculdade com alguns dados, especialmente sobre os fatores

    de risco e hbitos de vida. Mas connuou o seu trabalho, combinando

    que seriam adotadas algumas ronas e estratgias para descobrir essas

    informaes.

    Em seguida, a equipe fez um clculo de programao para as aesnecessrias para a populao adulta, considerando a meta de 75% para

    a populao adulta e 100% para os hipertensos e diabcos prioritrios.

    Esses resultados so apresentados na planilha a seguir.

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    A ESF2, ao preencher os dados, percebeu que as avidades precisam

    abordar a pessoa. Assim, as avidades necessrias para os diabcos

    portadores de hipertenso fazem parte da programao da hipertenso,

    sem duplicar os esforos.

    Alm disso, muitos dados ainda precisam ser trabalhados, como as aes depreveno e promoo sade. Tambm no foram trabalhadas as situaes

    que envolvem as aes de reabilitao, tais como os casos de amputao,

    renopaas graves, dentre outros.

    Ao nal, a ESF2 analisou profundamente os resultados da Planilha deProgramao e percebeu que, para acompanhar seus hipertensos, para

    angir a meta denida, sero necessrios:

    aproximadamente 541 consultas mdicas com o mdico de famlia e

    comunidade por ano, ou 54 consultas/ms (considerando 10 meses de

    trabalho/ ano);

    aproximadamente 434 consultas de enfermagem por ano, ou 44 consultas/

    ms (considerando 10 meses de trabalho/ano);

    quatro grupos/ms, tambm em 10 meses de trabalho.

    Em relao ao acompanhamento dos pacientes diabcos, chegou-se a

    algumas concluses:

    aproximadamente 173 consultas mdicas por ano, ou 18 consultas/ms

    (considerando a meta denida e 10 meses de trabalho/ano);

    aproximadamente 245 consultas de enfermagem por ano, ou 25 consultas/

    ms (considerando a meta denida e 10 meses de trabalho/ano); em relao aos grupos operavos, so 8 grupos ao ano, em mdia 1

    grupo/ms, tambm em 10 meses de trabalho.

    A equipe tambm precisaria contemplar as aes de sade bucal para os

    hipertensos e diabcos, especialmente os hipertensos de elevado risco

    cardiovascular, e os diabcos usurios de insulina.

    Em relao s avidades de preveno, especialmente o tabagismo, 21

    usurios precisariam ser abordados para um trabalho intensivo. Deveriam

    ser previstas tambm as visitas domiciliares e avidades de promoo,

    trabalhando em conjunto com as Academias da Cidade, as prcas do Lian

    Gong, sem esquecer dos recursos da comunidade, tais como: grupos decaminhada, grupos de convivncia, trabalhos artesanais.

    De posse dessas informaes, a ESF2 comeou a estudar como seria possvel

    transformar aquelas aes em uma agenda. Eles entenderam que essa era

    uma avidade complexa por vrios movos:

    a agenda deveria contemplar as avidades do Centro de Sade, para

    alm da prpria equipe. Deveria haver espao para os atendimentos

    comparlhados, a atuao dos prossionais de apoio e do NASF, por

    exemplo;

    a agenda deveria ser elaborada com a descrio de avidades em dias,durante a semana. Mas tambm precisava de uma viso mensal, j que

    algumas avidades, tais como grupos, tem frequncia mensal;

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    a agenda no deveria ser denida apenas pelo tempo do contato visual

    entre os prossionais de sade e os usurios, ou seja, deveria ser pautada

    pelo conhecimento acumulavo que temos de nossos pacientes;

    a agenda deveria ter um equilbrio entre as avidades, ou seja, espao

    tanto para as consultas quanto para as avidades em grupo, as visitasdomiciliares e as avidades de promoo sade, como as prcas do

    Lian Gong;

    a agenda deveria reer o compromisso colevo, as relaes e avinculao das equipes com sua populao adscrita. Assim, no seria

    apenas um somatrio de consultas e procedimentos distribudos ao longo

    das horas de uma semana.

    Ento, a ESF2 decidiu com o gerente da Unidade e as outras equipes e

    juntos decidiram que um caminho interessante seria pensar a agenda por

    blocos. Cada bloco contemplaria um ciclo de vida e teria uma distribuio

    percentual na agenda.

    Assim, parndo do percentual de 50% da agenda para ateno programada,

    teramos 20 horas semanais para as avidades programadas. Considerando

    os parmetros populacionais, situao de sade e a meta de 75% deacompanhamento dos adultos, a equipe assumiu que 50% desse tempo

    (ou seja, 10h semanais para os prossionais de 40h e 5h semanais para os

    prossionais de 20h) poderia ser desnada a esse acompanhamento.

    De posse de todas essas informaes e do conhecimento eles poderiam

    iniciar o trabalho. Para isso, foram construdos dois modelos de planilha:

    uma semanal e outra mensal.

    A SMSA aponta:- 38% de demanda espontnea- 50% de ateno programada- 10% de educao permanente- 1a 2% de avidades administravas

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    Nesse momento, a ESF 2 pede a sua ajuda. Ela gostaria que voc iniciasse a

    elaborao de uma agenda local destacando os percentuais de avidades

    do bloco da Sade do Adulto. Vamos l?

    Sexto passo:

    AVALIAO DO PROCESSO

    Esse foi um exerccio para o aprendizado metodolgico da elaborao de

    uma agenda que poderia ser pactuada com os nossos usurios e gestores.

    O mesmo raciocnio aplicado para a Sade do Adulto pode ser feito para

    os demais ciclos de vida.

    A parr dos dados apresentados, como voc responderia s seguintesperguntas:

    Quais so as etapas mais importantes na elaborao de uma agenda local?

    Qual etapa seria mais importante no seu Centro de Sade? Se voc

    pudesse destacar apenas uma etapa desse processo, qual seria?

    Em sua opinio, a ESF2 do Centro de Sade Recanto das Borboletas

    poderia contratualizar a meta de acompanhamento de 75% dos adultos

    de sua rea? Ou no?

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    ATIVIDADE VII EXPERINCIASEXITOSAS EM CONTRATOSINTERNOS DE GESTO

    Tempo esmado: 2 horas

    Objevo Apresentao das Experincias Exitosas em Contratos Internos de Gesto.

    I I I

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    Desenvolvimento

    Painel no auditrio: exposio dialogada com todos os parcipantes da

    ocina;

    O painel contar com representantes e convidados que abordaro ostemas relacionados aos objevos dele;

    Cada palestrante ter 20 minutos para apresentao do tema;

    Aps as apresentaes, devero ser reservados 40 a 60 minutos para

    discusso com os parcipantes.

    ATIVIDADE VIII OS CONTRATOSINTERNOS DE GESTO

    Tempo esmado: 1 hora e 45 minutos

    Objevos

    Subsidiar a discusso sobre contratualizao nos diferentes nveis da

    instuio;

    Apresentar os principais conceitos sobre Contratos Internos de Gesto;

    Abordar os aspectos metodolgicos para a contratualizao com asequipes de sade.

    Desenvolvimento

    Apresentar a avidade, destacando sua durao e fases que a compem;

    Formar pequenos grupos;

    Cada grupo deve nomear um coordenador e um relator e dever abordar

    as seguintes questes:

    Quando falamos em contrato, do que voc se lembra?

    No seu entendimento, o que caberia em um contrato entre as

    equipes, usurios e gestores?

    Cada relator apresentar as concluses de seu grupo e, a seguir, ofacilitador conduzir uma sntese destacando os pontos em comum e

    as divergncias de cada grupo;

    Sintezar a avidade com a turma, destacando os conceitos maisimportantes descritos no Texto de Apoio 3: Contratos Internos de Gesto

    como estratgia de potencializao do planejamento e monitoramento

    em sade;

    Recomendar a leitura do Texto de apoio 3.

    I I I

    i l li i i i

    i l i i i i i i l lil li l l l li l

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    . ,

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    Texto de Apoio 3

    Contratos Internos de Gesto como Estratgia de Potencializao

    do Planejamento e Monitoramento em Sade

    Seram Santos Filho6

    1- Um destaque para o sendoda Informao em Sadeno contexto

    dos Contratos de Gesto

    H um amplo consenso quanto importncia dainformao na gesto dos

    sistemas de sade, especialmente pensando-se em informaes estratgicas

    para tomadas de deciso. No obstante esse importante papel, observam-

    se vrias diculdades de uso/manuseio de informao no dia a dia das

    equipes locais.

    Vrios fatores esto envolvidos nessas diculdades, indicando que ainda noh uma prca de anlise colevade informaes no espao de trabalho.

    Para falar de contratosparmos desse ponto porque consideramos fundamental

    o desao da gesto local de criar oportunidade para que as equipes passem a

    exercitar a anlise/uso efevo de informaesem seu codiano.

    Entendemos que esse um desao da gesto e que essa prca possibilita

    no somente a melhoria dos servios, mas a melhoria das relaes de

    trabalho, no sendo de (i) mobilizao dos trabalhadores em torno de

    temas concretos de seu codiano (metas, processos, resultados, etc.), (ii)

    fortalecendo sua capacidade de anlise e de dilogo, (iii) sendo protagonistas

    e corresponsveis com o trabalho, isto , com os problemas e tambm com

    as intervenes para mudanas.(1)

    Assim, enfazamos o invesmento em um movimento local, ajudando

    as equipes a se apropriar, construir, inventar e pactuar situaes, metas e

    indicadores que orientem a renovao do trabalho e propiciem aprendizagens

    colevas e maior sasfao com uma prca comparlhada.

    2- Planejamento, monitoramento e Contratos de Gesto

    Esse enfoque para se lidar com informaonos servios constui uma das

    bases para a consolidao deplanejamento e monitoramento parcipavos.

    Sobre oplanejamento, enfazamos a necessidade de seu uso local no

    somente como um plano diretor, mas para fortalecer as equipes em sua

    capacidade de interagir e direcionar seu trabalho com base em metas. O

    ato de planejar e avaliar(sempre devendo estar associados) deve ser um

    ato pedaggico, de educao permanente, de produo de autonomia dos

    sujeitos, aprendendo a comparlhar seus diferentes saberes e poderes.(2)

    Enfocamos osContratos Internos de Gesto (CIG)nesse contexto de planejamento

    e avaliao parcipavo-pedaggicos. Os contratos so uma estratgia de

    contrataes entre partes,deformao de redes de compromissosentre sujeitos

    (gestores dos diferentes nveis, unidades, equipes, usurios). Campos(3)

    6Seram mdico sanitarista e apoiador da gesto em dois distritos sanitrios em Belo Horizon-

    te e consultor do Ministrio da Sade.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    arma que o contrato social indica o estabelecimento de novas relaes que

    alteram regras, leis e comportamentos segundo um acordo bem explicitado.

    Propomos que os contratosse realizem em um movimento de contratao,

    em que os diferentes atores do SUS disponibilizem-se para dialogar, negociar

    e pactuar o que seja considerado prioritrio e possvel.

    3- Contratos e postura instucional de cogesto

    Nessas vises, planejamentoe contratos so instrumentos de gesto

    comparlhada ou cogesto, especialmente na perspecva de colocardiferentes sujeitos em dilogo para combinar mudanas, rompendo com

    um padro autoritrio de relacionamento instucional. No so, portanto,

    instrumentos prescrivos, impostos de cima para baixo, nem podem se

    reduzir a um foco administravo-burocrco, muitas vezes com metas

    desconhecidas pelas prprias equipes, o que gera resistncias e desgastes

    instucionais. So disposivos de humanizao da gesto,(4)indutores de

    uma cultura instucional de corresponsabilizao.

    importante lembrar que a cogesto no garanda apenas por meio

    de macrodiretrizes instucionais, mas principalmente pelo eslo degesto que gerente local e equipes buscam aprender e exercitar no dia

    a dia, garanndo espaos de conversa e mtodos de envolvimento dos

    trabalhadores e usurios.

    A contratualizao deve ter trs benecirios diretos: (i) os usurios, com melhoria

    da qualidade das aes e respostas; (ii) os trabalhadores, com maior parcipao

    na gesto e corresponsabilizao com os resultados; e (iii) os gestores, com aincorporao de um instrumento concreto e transparente de gesto (metas e

    tarefas corresponsabilizadas) e aumento da ecincia dos servios.

    4- Direcionamento de Contratos Internos de Gesto entre unidadesde sade e nveis centrais da gesto

    4.1 Pontos de parda

    Diagnscos da realidade: os Contratos de Gesto pressupem a realizao

    de anlises da situao atual ou diagnscos sucientes para eleio de

    prioridades. Rearma-se que tais anlises sempre devem ser realizadas

    envolvendo os diferentes atores.Diretrizes do SUS e projetos instucionais municipais: sendo acordo entre

    partes, os contratos devem parr da polca instucional de sade e deve

    haver margem para o ajuste de metas adequadas realidade local. Devem

    parr de denies claras sobre a misso do(s) servio(s) e das diretrizes

    do modelo de ateno.

    4.2 Direcionamento de metas e de agendas operavas

    Na composio dos contratos devem ser estruturados eixos de objevos/

    metasrepresentavas das prioridades (na ateno e gesto). Os eixos

    podem contemplar:

    interferncia em indicadores de sade selecionados (morbidade emortalidade);

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    ateno e vigilncia a condies selecionadas de vulnerabilidade e risco

    (acesso e cobertura a grupos prioritrios);

    estratgias de reorganizao do processo local de trabalho: formas de

    organizao das aes e equipes para maior integrao e comparlhamento

    entre si e melhor acolhida e vinculao com o usurio;

    invesmento na consolidao da gesto parcipava: mtodos eestratgias de envolvimento dos trabalhadores (colegiados, espaos de

    reunies priorizando anlises de informaes, do trabalho e do prprio

    contrato) e de usurios (fortalecimento do controle social); estratgias de

    socializao e anlises sobre os custos/gastos locais e recursos disponveis;

    necessidades de educao permanente (incluindo estratgiasdiferenciadas, observando-se o que alguns trabalhadores necessitam

    para melhor desempenhar seus papis);

    organizao da agenda operacionaldas equipes/servios: programaode aes e procedimentos (contemplando demandas espontneae programada), parndo de parmetros espulados, ajustados pelacapacidade instalada;

    estratgias de arculao e compromissos em rede (acenando com os

    diferentes mbitos de governabilidade de interveno para omizao

    do funcionamento em rede).

    Esses eixos reetem metas de resultados, processos, recursos, contrapardas

    (e suas governabilidades), etc. E tambm contemplam estratgiasorganizavas locais para prestao dos servios, como agendas operacionais.

    4.3 Contratos e metas graduais

    Deve-se ter o cuidado com o aprofundamento da discusso de metas e

    sua viabilidade (metas desejveis e realscas), para que no se repitam

    experincias consideradas negavas sobre planejamentos que no seoperacionalizam por terem sido apenas um ritual momentneo. (2) Oaprofundamento da discusso tambm uma oportunidade para que as

    equipes analisem sua implicao no processo, explicitando seus interesses,

    conitos e estratgias para se lidar com eles.

    Um instrumento-sntese deve reunir objevos, metas e indicadores, podendo

    ser formatado atravs de metas graduais, atreladas a um cronograma deimplementao. Nessa lgica pode-se prever uma sequncia de eventos (ou

    subcomponentes de uma meta/produto) para o alcance dos produtos nais.

    4.4 Contratos e processo de monitoramento

    O Monitoramento habitualmente entendido como o processo deacompanhamento da implementao de aes, tomando-se como base as

    metas preestabelecidas (no planejamento parcipavo). Deve ser feito na

    rona dos servios, com parcipao ava dos seus sujeitos, permindo

    maior agilidade na correo de rumos. Para isso so ulizados indicadoresdemonstravos do alcance das metas, reendo osprocessosinstalados e

    produtosobdos.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Como os contratos se abrem para vrios pos de metas, os indicadores s

    vezes so medidas-sntese de uma determinada situao (de sade ou do

    desempenho instucional), que permitem quancar os resultados de aes,

    mas tambm podem/devem contemplar todo po de sinais indicavosdos

    movimentos/processos disparados para viabilizar as mudanas.(6,7)

    Para o monitoramentoou acompanhamento avaliavodo contrato, devem

    ser estabelecidos mecanismos de aferio e deve se constuir uma comisso

    com representantes dos trs sujeitos do SUS: gestor, trabalhador e usurio.

    O ato de aferio deve destacar o alcance de resultados e indicar ajustese

    repactuaespara correes de rumo. Assim, o monitoramento no deve

    ser realizado como uma atude scalizatria e de punies.(6)

    4.5 Monitoramento e acompanhamento por referncias tcnicas/

    apoiadores

    importante que o processo deacompanhamento e avaliaoenvolva

    efevamente os colegiados gestores locais (j existentes ou a seremconstudos com os contratos), cuidando para que haja retorno sistemazado

    das avaliaes a todas as equipes, e que o nvel local tenha o apoio de

    tcnicos distritais/centrais.

    A prca de acompanhamento sistemco das equipes locais por referncias

    tcnicas distritais/centrais ou outros colaboradores (aproximando-se do que

    Campos(8)nomeia como apoio instucional) tem se apresentado como um

    movimento exitoso, funcionando com o aporte de olhares mais externos,

    ofertando novos saberes e instrumentos e, sobretudo, ajudando as equipesna ampliao de sua capacidade analco-intervenva. Esse , portanto, um

    recurso que se recomenda na reorganizao dos desenhos organizavos e

    avaliavos no mbito da rede.

    4.6 Monitoramento, prestao de contas e incenvos

    As estratgias de monitoramento devem explicitar as formas de aferio

    e de prestao de contas dos resultados alcanados, bem como as formas

    de repactuao mediante os problemas encontrados.

    Argumentos favorveis implantao de contratos internos de gesto vo

    no sendo de agregao de incenvos nanceiros mediante o cumprimento

    de metas. Em alguns casos, o incenvo nanceiro desnado ao servio, e

    sua aplicao gerida pelo colevo/equipe. Em outros casos, o incenvo vai

    diretamente para o trabalhador, atrelado ao desempenho. Isso aumentaria

    a movao e o envolvimento dos prossionais. Por outro lado, tem-se

    chamado a ateno para as precrias condies de trabalho e salariais em

    muitos locais, alm de poucas perspecvas de crescimento e realizao

    prossional.(2)Nesses contextos, pondera-se sobre a necessidade de esforos

    instucionais para a reorganizao da gesto, caso contrrio tende-se a

    ocorrer esgotamento dos efeitos posivos dos contratos e incenvos.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Anexo: Estruturando um sistema de contratos

    Marcos estruturantes Produtos a serem arculados (e passos)

    Diagnscos

    situacionais

    Pers de:

    sade-doena

    capacidade instalada

    processo de trabalho local

    processo de trabalho em rede

    etc.

    Denio (coleva) de prioridades

    Metas e Planos

    operavos com base

    em metas

    Denio de:

    Eixos de interveno

    Metas (processuais)

    Indicadores

    Prazos

    Recursos e estratgias (locais e contrapardas dos outros nveis gestores)

    Programao e

    Agenda

    Organizao da oferta de aes locais, considerando:

    Demanda espontnea e programada

    Aes priorizadas na agenda programada

    Capacidade operacional (e incorporao de recursos ou no paraadequar capacidade)

    Monitoramento e

    Avaliao

    Denio de estratgias de acompanhamento avaliavo (incluindoapoio distrital sistemco e comisses avaliavas)

    Adequao de Sistemas de Informao (adequao da estrutura e

    manejo)

    Denio de mtodo de aferio e prestao de contas (incluindo

    parmetros, prazos de aferio, repactuaes de metas, retorno s

    equipes)

    Incenvos Agregao de incenvos, conforme desempenho (cumprimento de metas)

    Termo decompromisso

    Termo constando as diretrizes da polca instucional, eixos de

    pactuao de metas e anexos com os instrumentos

    Assinatura entre instncias da rede e conselhos

    Fonte: SANTOS FILHO, 2006.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horizonte Ocina 6: A agenda das equipes de sade e os contratos internos de gesto

    Referncias

    SANTOS FILHO, S.B. Monitoramento e Avaliao na Polca Nacional de Humanizao

    da Ateno e Gesto em Sade: manual com eixos avaliavos e indicadores de

    referncia. Braslia: Ministrio da Sade, 2006.

    SCARAZATTI, G.L.; AMARAL, M.A. Planejamento e contrato de gesto na Ateno

    Bsica. In: CAMPOS, G.W.S.; GUERRERO, A.V.P. (Orgs.). Manual de prcas de Ateno

    Bsica: sade ampliada e comparlhada. So Paulo: Hucitec, 2008.

    CAMPOS, G.W.S. Clnica e sade coleva comparlhadas: teoria Paideia e

    reformulao ampliada do trabalho em sade. In: CAMPOS, G.W.S. et al. (Orgs.).

    Tratado de Sade Coleva. So Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec/Fiocruz, 2006.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Humanizasus: documento base para gestores e

    trabalhadores do SUS. Braslia: Ministrio da Sade, 2008.

    SANTOS FILHO, S.B.; Figueiredo, V.O.N. Contratos internos de gesto no contexto

    da Polca de Humanizao: experimentando uma metodologia no referencial dacogesto. Interface: Comunicao, Sade, Educao, v. 13, supl.I, p. 615-26, 2009.

    SANTOS FILHO, S.B. Avaliao e Humanizao em Sade: aproximaes metodolgicas.

    Iju: Ed. Uniju, 2009.

    SANTOS FILHO, S.B.Perspecvas da Avaliao na Polca Nacional de Humanizao:

    aspectos conceituais e metodolgicos. Revista Cincia e Sade Coleva, v. 12, n.

    4, p. 999-1010, 2007.

    CAMPOS, G. W. S. Sade Paideia. So Paulo: Hucitec, 2003.

    ATIVIDADE IX O PLANO DETRABALHO DO PERODO DEDISPERSO

    Tempo esmada: 1 hora e 15 minutos

    Objevos

    Aplicar os contedos apresentados nesta ocina;

    Repassar o contedo da ocina para todos os prossionais da equipe de

    sade;

    Apresentar e discur com toda a equipe as fases e instrumentos para

    elaborao de uma agenda local;

    Elaborar um exerccio de agenda local e introduzir a discusso da agenda

    da equipe de sade.

    I I I

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    ORIENTAO: OS PRODUTOS DO TRABALHO DE DISPERSO

    a) REPASSE DO CONTEDO DA OFICINA PARA AS EQUIPES DE SADE

    Esta avidade dever ser realizada pelos facilitadores dos Centros de

    Sade com o apoio do nvel distrital.

    Repassar o contedo da Ocina para todos os prossionais das equipes

    de sade dos Centros de Sade, retomando o tema da programao, as

    etapas e os instrumentos de programao local.

    b) ELABORAO DO EXERCCIO PARA A AGENDA LOCAL PARA OCENTRO DE SADE

    Durante a Ocina 6 foi conduzida uma avidade sobre a agenda local

    de uma equipe hipotca, a parr das avidades envolvidas na sade

    do adulto.Na disperso teremos uma avidade semelhante, abordando o bloco da

    sade do adulto na elaborao de agenda local para cada Centro de Sade.

    Esta avidade dever ser realizada pelas equipes, com o apoio do nvel

    distrital, no perodo de disperso da sexta ocina. Este exerccio ser feito

    no prprio Centro de Sade ulizando planilhas em Excel.

    Cada equipe de sade deve discur os resultados a serem alcanados,

    assim como os parmetros para sua execuo, possveis metas decobertura e a agenda de sade das equipes, que ser construda para

    ateno a demanda espontnea, ateno programada e aes depromoo e vigilncia em sade.

    A s diretrizes instucionais devero orientar a elaborao dessa agenda

    de sade das equipes: os princpios e critrios que devem ser ulizados,

    as avidades a serem contempladas, a periodicidade e responsabilidade

    para denio, o monitoramento e as estratgias para implantao.

    ATIVIDADE X A AVALIAO DA

    OFICINA E ENCERRAMENTO

    Tempo esmado: 15 minutos

    Objevo

    Avaliar o desenvolvimento da Ocina 6, retomando seus objevos e

    competncias propostas para seus parcipantes.

    Desenvolvimento

    importante compreender o momento de preenchimento doquesonrio como uma avidade avaliava, ou seja, uma oportunidade

    para que os parcipantes se corresponsabilizem com o desenvolvimento

    I I I

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    das ocinas, analisando o processo e fornecendo informaes paraajustes/correes de rumos nos casos necessrios.

    A avidade avaliava deve ser realizada distribuindo-se a turma em

    grupos de 3 a 4 pessoas, cada grupo discundo as questes e respondendo

    a um nico quesonrio com as alternavas que melhor representaremsua percepo coleva. Lembrar que se trata de uma avaliao tomando

    como base os objevos previstos para cada ocina.

    No momento de aplicao do instrumento, os condutores devem estar

    atentos para esclarecer dvidas (e registrar o que apareceu como dvidas

    relacionadas s questes).

    Ao nal, os facilitadores devem recolher os quesonrios e encaminhar

    coordenao da ocina. Fazer uma concluso rpida do trabalho realizado,

    dizer da sua prpria avaliao sobre a ocina e anunciar os prximos passos.

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    Anotaes

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    ANEXO I

    CRIANDO UM SISTEMA DE INFORMAO ESTRATGICO EM SADE

    A EXPERINCIA DO PROJETO DE AVALIAO DE DESEMPENHO7

    Alaneir de Fma dos Santos

    Janete Maria Ferreira

    Maria de Fma Pereira Basta

    Nayara de Souza Lages8

    INTRODUO

    Os Sistemas de Informaes em Sade (SIS), historicamente, constroem-

    se como resultantes do processo de evoluo das polcas de Sade. A

    estruturao da rea de Sade no pas, cujas grandes diretrizes remontam

    ao nal dos anos 60 e que perpassaram as lmas dcadas, redundou em

    sistemas de informaes com caracterscas dicotmicas: de um lado,

    os sistemas com caracterscas epidemiolgicas; de outro, os sistemas

    vinculados produo de servios.(1) Moraes salienta que os Sistemas

    de Informaes em Sade estruturam-se predominantemente no aspecto

    da produo de servios, abarcando aspectos contbeis, medida queera ao setor contratado/conveniado que os recursos nanceiros eram

    abundantemente desnados.As concepes de sistemas de informaes atualmente existentes expressam

    as necessidades advindas do processo de implantao e consolidao do

    SUS. Em um contexto no qual se busca a superao da desarculao

    interinstucional, com a possibilidade de gesto pelo municpio, comalocao efeva de recursos e com controle social, a estruturao deSistemas de Informaes em Sade procura incorporar essas diretrizes

    instucionais consubstanciando-se em:

    a) assegurar a parcipao dos prossionais e da populao;

    b) apresentar exibilidade, com uma estruturao que permita atender

    periodicamente s necessidades de informao dos gerentes de nvel local;

    c) oferecer alta capacidade de discriminao em relao localizao de reas

    7SANTOS, A. F.; FERREIRA, J. M.; BATISTA, M. F. P.; LAGES, N. S. Criando um sistema de

    informao estratgico em sade a experincia do projeto de avaliao de desempenho.

    In: CAMPOS, C. R. et al. O Sistema nico de Sade em Belo Horizonte, reescrevendo o Pblico.

    So Paulo: Xam, 1998. p. 121-42.8Alaneir de Fma dos Santos mdica sanitarista e em 1998 era coordenadora do Sistema

    de informao da SMSA/BH. Janete Maria Ferreira pediatra, epidemiologista e em 1998 era

    tcnica do Sistema de Informao da SMSA/BH. Maria de Fma Pereira Basta enfermeirae foi tcnica do Sistema de Informao do Distrito Sanitrio Leste no perodo de 1995-1996.

    Nayara de Souza Lages pediatra e em 1998 era tcnica do Sistema de Informao do

    Distrito Sanitrio Centro Sul.

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    de risco sanitrio, com dados socioeconmicos e demogrcos, objevando

    um planejamento dirigido a parr de perspecvas de interveno local;

    D) realizar acompanhamento contbil-nanceiro sistemco; e

    e) possibilitar a produo e anlise de dados dos setores pblicos e dosetor contratado/conveniado, de carter epidemiolgico, nanceiro e

    de produo dos servios, tentando superar um processo dicotmico de

    produo e anlise de informaes no pas.

    Esse processo de conformao dos SIS, intrinsecamente decorrente da

    evoluo das polcas de Sade, fez com que sua interao instucional

    passasse a se subordinar aos processos de deciso em curso na estrutura

    organizacional, despotencializando sua ulizao enquanto recurso. Apesar

    de ser esta a dinmica atual de estruturao dos Sistemas de Informaes

    em Sade, necessrio vi