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CONHECIMENTOS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS (Página 85- 124) ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO

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Page 1: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

CONHECIMENTOS DELÍNGUAS ESTRANGEIRAS

(Página 85- 124)

ORIENTAÇÕES CURRICULARES

PARA O ENSINO MÉDIO

Page 2: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“As orientações curriculares para Línguas Estrangeiras tem como

objetivo: retomar a reflexão sobre a função educacional do ensino de

Línguas Estrangeiras no ensino médio e ressaltar a importância

dessas; reafirmar a relevância da noção de cidadania e discutir a

prática dessa noção no ensino de Línguas Estrangeiras; discutir o

problema da exclusão no ensino em face de valores “globalizantes” e

o sentimento de inclusão frequentemente aliado ao conhecimento de

Línguas Estrangeiras; introduzir as teorias sobre a linguagem e as

novas tecnologias (letramentos, multiletramentos, multimodalidade,

hipertexto) e dar sugestões sobre a prática do ensino de Línguas

Estrangeiras por meio dessas.” (OCEM, p 87)

Introdução

Page 3: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“(...) este documento focaliza a leitura, a prática escrita e a

comunicação oral contextualizadas. (...) procura trazer reflexões

teóricas – pedagógicas e educacionais – que possam ensinar a pensar

sobre – ou expandir o que já vem sendo pensado – e a lidar com os

conflitos inerentes à educação, ao ato de ensinar, à cultura que

consolida a profissão de professor, ao aprendizado de Línguas

Estrangeiras e à construção de uma visão de mundo.” (OCEM, p 87-88)

Page 4: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

O “conflito” de objetivos:

Esse “conflito” está relacionado ao sucesso e o fracasso do aprendizado

de uma língua estrangeira, o que impulsiona à procura de uma solução

extraclasse.

O desconhecimento dos alunos quanto a importância de um idioma,

impulsiona também a geração desse “conflito”:

“Quanto às memórias recentes, há um lamento de que os alunos de

escola pública não sabem a importância do inglês na vida deles e

menção aos sentimentos negativos que a disciplina e, por consequência,

o professor despertam nos aprendizes.” (PAIVA, 2005, p. 9).

O PAPEL EDUCACIONAL DO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRASNA ESCOLA E A NOÇÃO DE

CIDADANIA

Page 5: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

Outro motivo da existência do conflito se dá pelo fato de se tentar

ensinar um determinado idioma isoladamente, sem seus valores

sociais, culturais, políticos e ideológicos.

O PAPEL EDUCACIONAL DO ENSINO DE LÍNGUAS

ESTRANGEIRASNA ESCOLA E A NOÇÃO DE

CIDADANIA

Page 6: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“Em tempo, essa pergunta pode passar a impressão de que o ensino

de Línguas Estrangeiras voltado somente para o aspecto linguístico

do idioma não educa. Ele educa, mas contribui para uma outra

formação, aquela que entende que o papel da escola é suprir esse

indivíduo com conteúdo, preenchendo-o com conhecimentos até que

ele seja um “ser completo e formado”.” (OCEM, p 91)

Como conciliar o ensino de Línguas Estrangeiras e

educação?

Page 7: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

Assim como em várias disciplinas escolares, no ensino de línguas

estrangeiras também deve se enfatizar o conceito de cidadania. Como

se pode perceber a visão de que o conceito de cidadania é algo

homogêneo mudou, visto que nos dias atuais esse conceito abrange

muito mais que um sentimento de patriotismo e/ou nacionalismo. A

ideia de “ser cidadão, hoje, é vista como algo heterogêneo, que

envolve a posição que o aluno se encontra no mundo.

Como conciliar o ensino de Línguas Estrangeiras e educação?

Page 8: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

Segundo (VAN EK; TRIM, 1984) está em:

1- Estender o horizonte de comunicação do aprendiz para além de sua

comunidade linguística restrita própria, ou seja, fazer com que ele entenda

que há uma heterogeneidade no uso de qualquer linguagem,

heterogeneidade esta contextual, social, cultural e histórica;

2- Fazer com que o aprendiz entenda, com isso, que há diversas maneiras

de organizar, categorizar e expressar a experiência humana e de realizar

interações sociais por meio da linguagem;

3- Aguçar, assim, o nível de sensibilidade linguística do aprendiz quanto às

características das Línguas Estrangeiras em relação à sua língua materna

e em relação aos usos variados de uma língua na comunicação cotidiana;

Contribuição de uma aprendizagem de Línguas Estrangeiras, além de

qualquerinstrumentação linguística

Page 9: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

4- Desenvolver, com isso, a confiança do aprendiz, por meio de

experiências bem-sucedidas no uso de uma língua estrangeira,

enfrentar os desafios cotidianos e sociais de viver, adaptando-se,

conforme necessário, a usos diversos da linguagem em ambientes

diversos (sejam esses em sua própria comunidade, cidade, estado, país

ou fora desses).

“Assim, o valor educacional da aprendizagem de uma língua estrangeira

vai muito além de meramente capacitar o aprendiz a usar uma

determinada língua estrangeira para fins comunicativos.” (OCEM, p 92)

Contribuição de uma aprendizagem de Línguas Estrangeiras, além de qualquer

instrumentação linguística

Page 10: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

O que é exclusão?

Segundo o dicionário online de português , exclusão significa

segregação; em que há afastamento: ela foi alvo da exclusão dos

colegas. O que seria então inclusão? De acordo com a OCEM, seria todo

o programa que consiste em incluir aquele que, por algum motivo foi

excluído, por exemplo, uma pessoa negra que usufrui do programa de

cotas para ingressar na universidade.

INCLUSÃO/EXCLUSÃO

Page 11: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“Com frequência, encontram-se referências à inclusão digital

daqueles que não dispõem de acesso às novas tecnologias, às novas

formas de comunicação, ao conhecimento por elas gerado, pois esse

acesso representa oportunidades de participação ou mesmo de

ascensão social.” (OCEM, p 95)

“Reconhecendo esse valor social, o Ministério da Educação projetou

o Proinfo, cujo principal objetivo é a introdução das Novas

Tecnologias de Informação e Comunicação na escola pública, como

ferramenta de apoio ao processo de ensino- aprendizagem.” (OCEM,

p 95)

Inclusão Digital

Page 12: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

De acordo com a OCEM ,essa proposta tem a ver com os objetivos da

inclusão, pois leva à compreensão e conscientização de que:

1) Há outras formas de produção e circulação da informação e do

conhecimento, diferentes das tradicionais aprendidas na escola;

2) A multimodalidade requer outras habilidades de leitura,

interpretação e comunicação, diferentes das tradicionais ensinadas na

escola;

3) A necessidade da capacidade crítica se fortalece não apenas como

ferramenta de seleção daquilo que é útil e de interesse ao interlocutor,

em meio à massa de informação à qual passou a ser exposto, mas

também como ferramenta para a interação na sociedade

Letramento e multiletramento para o ensino de Línguas Estrangeiras

nas escolas regulares

Page 13: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

para a participação na produção da linguagem dessa sociedade e para a construção de sentidos

dessa linguagem.

Page 14: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“Essa reflexão pode nos ensinar sobre os diferentes valores do que é

global (universal, exterior, de um grupo de países desenvolvidos, que,

por sua força político-econômica, se apresentam como modelos

sociais) e do que é local (regional, interior, de uma comunidade ou de

grupos com características próprias), levando-nos a pensar sobre a

perspectiva hierárquica entre esses dois modus vivendi e a relativizá-

la.” (OCEM, p 96)

O aprendizado de Línguas Estrangeiras na sociedade globalizada: uma reflexão

Page 15: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“O projeto de letramento pode coadunar-se com a proposta de

inclusão digital e social e atender a um propósito educacional, pois

possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania. O projeto prevê

trabalhar a linguagem (em língua materna e em línguas estrangeiras)

desenvolvendo os modos culturais de ver, descrever, explicar.”

(OCEM, p 98)

No que se refere a leitura, busca-se um leitor que consiga ler e

compreender o determinado gênero textual, e mais que isso, procura

que esse mesmo leitor, se posicione em relação ao que esta sendo

lido.

Projeto de Letramento

Page 16: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

Em primeiro lugar , é importante levar em consideração que, “as formas

de cada língua variam de acordo com os usuários e o contexto em que

essas línguas são usadas; as formas da linguagem variam ainda com

fatores como a idade, o sexo, a região de origem, a classe social, etc. de

seus usuários” (OCEM, p 101-102).

Em segundo lugar, “cada língua é constituída por um conjunto de

variantes, cada cultura também é constituída por um conjunto de grupos

(regionais, socioeconômicos, de gêneros, religiosos, de imigrantes,

urbanos, rurais, etc.); e cada um desses grupos possui seus próprios

conjuntos de valores e crenças” (OCEM, p 102).

Diferentes práticas de Linguagem

Page 17: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

Um exemplo é, o emprego da linguagem específica à comunicação mediada pelo computador, como salas de bate-papo, MSN Messenger (programa que promove intercomunicação entre usuários) e Orkut (uma comunidade virtual de amizades). Cada uma dessas ”comunidades de prática” adapta, organiza e produz um conjunto específico de usos linguagem, de valores e crenças que a distingue de outros grupos.Oxente, q vc tá fazendo? Vc vai fzr a atividade da prof Raquel?Nesse exemplo pode-se perceber, que essa linguagem usada não respeita a norma padrão, ou seja as regras da linguagem escrita, se percebe também o uso de abreviações, como forma de ganhar tempo tanto na pergunta, quanto a possível resposta.

Exemplo de uma linguagem diferente, mesmo fazendo parte de uma mesma língua

Page 18: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

Letramento : “ O conceito de letramento se afasta de uma concepção

de linguagem, cultura e conhecimento como totalidades abstratas e

se baseia numa visão heterogênea” (OCEM 2006, p 106);

Multimodalidade: “Muitas vezes, numa página multimodal (isto é,

contendo vários meios de comunicação: visual, escrito, sonoro), o

leitor pode escolher entre apenas ouvir um texto sonoro ou assistir a

um clipe de vídeo inserido na página, tornando complexa e

multifacetada a experiência de “ler”.” (OCEM, p 105)

Hipertext0: “É a conexão estabelecida pelos programadores do site,

ou de uma página de um site, entre páginas aparentemente não

sequenciais ou não direta ou explicitamente conectadas, sendo essa

conexão feita por meio de um link sobre o qual se clica, levando o

Letramento, multimodalidade, hipertexto e multiletramento

Page 19: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

leitor à nova página escolhida por ele.” (OCEM, p 106)

Multiletramento: O novo conceito de letramento permite a compreensão desses novos e complexos usos (de várias habilidades) da linguagem em situações como as que descrevemos

anteriormente, referidas agora como “letramento visual”, “letramento digital e etc. Surge então o conceito de multiletramento para dar conta da extrema complexidade desses novos e complexos usos da linguagem por novas

comunidades de prática.” (OCEM, p 106)

Page 20: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“Promove os conceitos de “letramento” e de “comunidades de prática”, tambémprevê a heterogeneidade de saberes e conhecimentos diferentes existentes emcada comunidade de prática. Esses saberes e conhecimentos heterogêneos estãopresentes nas diversas formas de letramento como práticas socioculturais. Abrira sala de aula para essas heterogeneidades pode significar transformar o caráterexcludente da escola.” (OCEM, p 108)“Por não visar à aquisição de uma totalidade de linguagem, cultura e conhecimento,essa concepção de letramentos heterogêneos e “comunidades de prática”visa a formar um aprendiz capaz de compartilhar, recriar, recontextualizar etransformar, e não de reproduzir conhecimentos estanques.” (OCEM, 108)

Nova concepção de heterogeneidade da linguagem e da cultura

Page 21: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“A novidade é a proposta de incluir o desenvolvimento da

comunicação oral no programa de Línguas Estrangeiras. Ao longo dos

últimos anos, surgiram levantamentos indicando a relevância dessa

“habilidade” do idioma estrangeiro; além disso, os conhecimentos

sobre comunicação oral recebem influências das teorias sobre

multiletramentos (...).” (OCEM, p 118)

Comunicação oral como letramento

Page 22: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“Sugerimos que seja seguido um raciocínio como o que parte de

contextos de uso graduados em termos de sua complexidade de

interação. Por exemplo, podem-se contemplar desde contextos

simples, como a troca de informações e apresentações pessoais, até

contextos mais complexos, como aqueles necessários para oferecer

ajuda e/ou orientações a turistas nas regiões do país onde tal

situação é relativamente comum.” (OCEM, p 120)

“Pode-se partir de diálogos formulados para cada contexto e nível.

Para cada diálogo, podem-se formular perguntas iniciais de análise

(...) .” (OCEM p 120)

Que conteúdo ensinar visando ao desenvolvimento da comunicação oral no ensino médio?

Page 23: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“Em vários contextos, as atividades escritas podem ser vinculadas às

atividades de leitura, o texto de leitura servindo como estímulo à

produção escrita. Em outros contextos, podem-se usar outros

estímulos contextualizados e significativos em Línguas Estrangeiras,

tais como a troca de informações pessoais, pequenos relatos de

passeios e eventos locais, relatos de notícias, construção de jornal

mural, etc. Em outros contextos ainda, pode-se promover a

interligação de habilidades, como relatar por escrito uma entrevista

oral (com professor, colegas, familiares) ou recontar por escrito a

história expressa na letra de uma música.” (OCEM, p 122)

Prática escrita como letramento

Page 24: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

“Procuramos retomar a reflexão sobre a função educacional do ensino de

Línguas Estrangeiras no ensino médio e ressaltar sua importância;

reafirmar a relevância da noção de cidadania e discutir a prática dessa

noção no ensino de línguas estrangeiras; discutir o problema da exclusão

no ensino em face dos valores “globalizantes” e o sentimento de inclusão

frequentemente aliado ao conhecimento de Línguas Estrangeiras;

introduzir as teorias sobre letramento, multiletramento, multimodalidade e

hipertexto e dar sugestões sobre a prática do ensino de Línguas

Estrangeiras por meio dessas teorias. Paralelamente a essas

concepções, abordamos as habilidades a serem desenvolvidas no ensino

de Línguas Estrangeiras no ensino médio: a leitura, a comunicação oral e

a prática escrita.” (OCEM, p 122-123)

Considerações Finais

Page 25: OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio

BRASIL/SEMTEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC. 2006.WWW.dicio.com.br

Referências Bibliográficas