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21.780 DESEMPREGADOS NA REGIãO 22 “ESTAMOS à BEIRA DE UMA CALAMIDADE SOCIAL” Informação online em www.tribunadamadeira.pt FESTA DO CHÃO DA LAGOA “É DE TODOS OS QUE NÃO TÊM MEDO” 32 MISSES QUEREM LEVAR A MADEIRA O “MAIS LONGE POSSíVEL” 16 e 17 «AO FIM DE QUATRO ANOS VAMOS DEIXAR O CONCELHO MELHOR» Pedro Coelho, Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos 8 e 11 AçORIANOS COM TARIFAS MáXIMAS DE 134 EUROS PARA O CONTINENTE E MADEIRA 22 UMA VISITA à HISTóRIA DO FUNCHAL 12 a 13 OBRA NA MONUMENTAL DESESPERA COMERCIANTES E AFASTA TURISTAS Os comerciantes locais aguardam pela conclusão desta obra e apontam que a demora tem “afastado os clientes” . Lamentam que a zona do Lido tenha sido esquecida pelo Turismo, e deixam um apelo a Conceição Estudante. O vereador Miguel Gouveia estima a conclusão da obra para final de Agosto. 4 e 5 Fábio Henriques do PNR na Madeira 6 SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 767 SEXTA-FEIRA | 25 de Julho de 2014 1,50 € DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR tribunadamadeira.pt Nesta edição o 15º POSTER COLECCIONÁVEL do 7º Encontro de Automóveis Clássicos do TRIBUNA Bd[`fWV Tk A >[TWdS^ ) 7`Ua`fda 0DGHLUD 6HPDQiULR 5^xee[Uae Fd[Tg`S 3URSULHWiULR -RQDV $VFHQVmR &DGLOODF 'HOX[H

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21.780 desempregados na região 22

“estamos à beira de uma calamidade social”

informação online em www.tribunadamadeira.pt

Festa do Chão da Lagoa “é de todos os que não têm medo” 32

misses querem levar a madeira o “mais longe possível”16 e 17

«ao fim de quatro anos vamos deixar o concelho melhor» Pedro Coelho, Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos 8 e 11

açorianos com tarifas máximas de 134 euros para o continente e madeira 22

uma visita à história do funchal 12 a 13

obra na monumentaL desespera ComerCiantes e aFasta turistas

Os comerciantes locais aguardam pela conclusão desta obra e apontam que a demora tem “afastado os clientes”.

Lamentam que a zona do Lido tenha sido esquecida pelo Turismo, e deixam um apelo a Conceição Estudante. O vereador Miguel Gouveia estima a conclusão da obra para

final de Agosto. 4 e 5

Fábio Henriques do PNR na Madeira 6

SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 767SExTA-FEIRA | 25 de Julho de 20141,50 € DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR

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Nesta edição o 15º poster

coleccionáveldo 7º Encontro de Automóveis

Clássicos do TribunA

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semeador2 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

Existe no nossos país, e nesta Região atirada ao mar, um genuflexar quase aber-rante perante a figura do senhor doutor, da senhora engenheira ou do professor catedrático.

Como se fossem animais de uma outra estirpe que não a humana. Como se fossem exemplares únicos de uma espécie em vias de glorifi-cação pelo enaltecimento do seu “título”.

Alguns deles é como se tivessem nascido sem nome próprio. Acredito mesmo que alguns o tenham esqueci-do, habituados que foram a ser bajulados, ou a exigirem bajulação, por parte dos que consideram seus inferiores.

A cerviz portuguesa sem-pre foi mole, demasiado moldável à superioridade

dos que concluíram um cur-so e doravante coroaram o seu nome com um apêndi-

ce que destoa da recomendá-vel postura humana perante o seu semelhante.

É uma inequívoca dis-tanciação social que implica separatismos, endeusamen-tos, ilusões e equívocos. É feio, é medíocre e é de bai-xa índole o por vezes trazer à liça o «sabe com quem está a falar?», «sabe quem eu sou?» ou o «trate-me por douto-ra!». Mas ao mesmo tempo é revelador da (falta) de educa-ção e de princípios e valores dos auto-intitulados (inde-pendentemente do mérito que lhes pertence).

Onde fica então a igualda-de entre iguais? Onde fica a informalidade de tratamen-to entre semelhantes? Para onde vai o autismo de uns e o desvio comportamental de outros?

Tenho para mim que o res-peito deve ser inato a todos nós. Que devemos saber

quem e como tratar o nos-so semelhante nos diferentes contextos em que os encon-tremos. Sem nunca perder as referências, as nossas e as dos outros, sem nunca banalizar os tratamentos ou menospre-zar o nosso igual.

Fossos sociais é certo que sempre existirão. Distancia-mentos idem. Arrogân-cias e presunções ibidem.

Fossem os titulares de tão soberbas abreviatu-ras, acrónimos ou enco-lhimentos de licenciatu-ras pessoas mais infor-madas e observadores do mundo civilizado, repi-to…civilizado, e saberiam das posturas análogas em países como os escandi-navos, os centro-euro-peus ou norte america-nos. Por exemplo. Obvia-mente que como nem todos são assim, salvem-se as excepções!

aNTÓNIO BaRROSO CRUZ

[email protected]

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ail.com

Olha o radar, o sexo e as fardas…

A máquina socialista Trate-me por Professor-Doutor-Engenheiro!

Poderia este ser o título de um filme de sétima categoria. Mas não. É apenas o juntar de situações díspares no espa-ço e no tempo mas que têm como denominador comum as “forças da autoridade”.

À força quis um agente da polícia municipal de Lis-boa baixar a farda a uma cin-quentona da CML que foi transferida para o seu servi-ço. Foi indiciado por coação sexual mas, ao que parece, terá tudo ficado na mesma. Por agora, já que inda existe juiz a ter que se pronunciar sobre a denúncia-acusação. Enquanto isso os pobres dos agentes da PSP (pobres de dinheiro) são processa-dos por optarem por far-das mais baratas mas que

são consideradas “uniforme desadequado” por fugirem ligeiramente à cor e ao cor-te imposto pelas instâncias

superiores. Ou seja, compras nos depósitos de fardamento da PSP e pagas mais caro, ou então vai ter com a Ana Sala-

zar para te fazer um unifor-me à medida para não seres processado.

Entre sexo e uniformes desadequados leva-se a cabo a aquisição e instalação de três dezenas de radares para irem sendo espalha-dos pelas vias considera-das mais perigosas e vul-neráveis. Isto depois de em 2007 terem sido gastos 2,5 milhões de euros em radares que hoje não funcionam por estarem avariados, não terem manutenção, terem sido van-dalizados e, por conseguin-te, não possuírem a necessá-ria certificação para exerce-rem o seu mister de castrado-res de velocidade. É um fartar vilanagem! Toca a carregar no acelerador!

Recebi na minha página facebookiana um convite para levantar o polegar na pági-na “Seguro 2015”. Não perce-bi a intenção do mesmo e até fiquei triste por ver a máqui-na do PS a falhar tão estron-dosamente e dar-me razões para escrever esta pequeni-na peça.

Então não sabem que sou um liberal de direita? Não sabem que sempre fui um “castigador” do inSeguro? Não sabem que fujo da polí-tica como o diabo foge de mim? Não sabem que sou pri-mo da Maria de Jesus mas

nunca pertenci à sua família política?

Por onde andas, Jor-ge Coelho-o-todo-podero-so, que permites um deslize tão flagrante, básico e medí-ocre na estrutura do partido em que gostas de ser sombra fantasmagórica?

A propósito, ou não…, ontem a página “Seguro 2015” ainda tinha menos polegares ao alto que a minha de poesia erótica. Sintomático, certo?

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 editorial 3InquérITO OnlInE

Concorda com a medida de

“all inclusive” na hotelaria madeirense?

Vote no site: tribunadamadeira.pt

Pergunta anterior: Miguel Albuquerque é a pessoa melhor colocada para vencer as eleições internas no PSD-M?

Não - 33% | Sim - 67%

PU

B

O Liberal, comunicações, lda.Edifício “O Liberal”PEZO - Lote 79300 Câmara de LobosT. 291 911 300 F. 291 911 309E. [email protected]

Rede de Mupis e Abrigos de Paragem na Ilha do Porto Santo

ABRIGOS DE PARAGEM

O clima e a Praia da Ilha do Porto Santo, proporciona às pessoas o bem-estar e felicidade.

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LOCAL. Mupis no Centro. Abrigos de Paragem nas Zonas Rurais

2013 regista 4 milhões de portugueses que fizeram turismo

Quatro milhões de portugueses efetuaram viagens turísticas em 2013, de acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estatísti-ca sobre a atividade do sector. Os inquéritos do INE sobre desloca-ções de residentes concluíram que cerca de quatro milhões de portu-gueses dormiram, pelo menos, uma noite fora do seu local de residên-cia, representando 38% da popu-lação. Este indicador revela uma ligeira subida face a 2012 (37,8%). Em 2013, os portugueses realiza-ram 17,9 milhões de viagens turís-ticas, das quais 16,4 milhões den-tro do país (+5,2%) e as restan-tes 1,5 milhões para o estrangeiro (-2,6%). “Visita a familiares ou ami-gos” foi o mais expressivo entre os motivos para viajar, concentrando 46,9% do total de deslocações (46,% em 2012). As deslocações de lazer,

recreio ou férias corresponderam a 41,5% das viagens turísticas (42,1% em 2012). O meio de alojamento preferido nas deslocações turísticas dos residentes em 2013 foi forneci-do gratuitamente por familiares ou amigos (52%).

A rede hoteleira portuguesa, em 2013, registou 13,3 milhões de hós-pedes e 39,2 milhões de dormidas, superando os indicadores de 2012 em 5,3% e 5,8%, respetivamente. O aumento das dormidas baseou-se na procura de estrangeiros que atin-giu 8,5%. As dormidas de residentes diminuíram 0,5%.

Avaliando a globalidade da ativi-dade de alojamento turístico (hote-laria, turismo rural e ainda o aloja-mento local) os hóspedes totaliza-ram 15,3 milhões (+4,6%) e as dor-midas 43,5 milhões (+5,3%).

A hotelaria absorveu 90,0% do total das dormidas. O alojamento local registou 3,6 mil milhões de dormidas, muito acima dos espaços de turismo rural que receberam 745 mil dormidas.

Em 2013, de acordo com os dados da Organização Mundial de Turis-mo, o fluxo turístico no mundo

envolveu 1086,8 milhões de pesso-as, um acréscimo de 5% face a 2012. O desempenho de Portugal compa-ra bem com este resultado. A região da Ásia e Pacífico registou o maior acréscimo nas chegadas de turistas (+6,2%), seguindo-se África (+5,4%) e América (+3,2%).

De acordo com os dados do Ban-co de Portugal, as receitas turísti-cas subiram em 2013 pelo quarto ano consecutivo (+7,5%), ficando nos 9,25 mil milhões de euros. As despesas dos portugueses em via-gens e turismo atingiram os 3,12 mil milhões (+5,9%) pelo que o saldo da balança turística em 2013 se cifrou em 6,13 mil milhões (+8,3%).

Considerando todo o universo de alojamento, o número de unida-des subiu para 3 345, (-1,8%) com uma capacidade de 326,2 mil camas (+0,8%).

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reportagem4 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

A maioria das obras são necessárias mas quando ultra-passam o tempo estipulado come-

çam a dar “dores de cabeça”

a moradores e comerciantes na área onde as obras estão em curso.

O Tribuna foi aborda-do para uma situação que já decorre há algum tempo na Estrada Monumental.

A obra de renovação urba-nística que inclui a constru-ção de uma ciclovia, entre o

Jardim Panorâmico e o cru-zamento do Lido, tem “afas-tado” clientes da restauração e bares na zona.

Os mais afetados são os que se encontram junto à obra no cruzamento do Lido. Fomos auscultar alguns comer-ciantes na zona que aponta-ram ser uma “obra de San-

SaRa SILVINO

[email protected]

obra na monumental prejudica comerciantes e afasta turistasO troço, da obra em curso no cruzamento do Lido, vai ter apenas um sentido

os comerciantes locais desesperam pela conclusão des-ta obra e apontam que a demora tem “afastado os clientes”. Lamentam que a zona do Lido tenha sido esquecida pelo turismo, e deixam um apelo a Conceição estudante. o vereador miguel gouveia estima a conclusão da obra para final de agosto. apontou atrasos na reestruturação da rede de esgotos, adjudicada à tecnovia. e garantiu que a situação tem sido acompanhada pela autarquia do Funchal.

ta Engrácia”, outros apelida-ram de uma “obra à Perne-ta”, dedicando a demora ao engenheiro responsável pelo projeto.

Os comerciantes de restau-ração e lojas na zona afir-mam que sabem que as obras são necessárias mas a demo-ra desta tem dificultado os negócios. Alguns profissio-nais de táxi comentaram que a zona está “parada”, os turis-tas quase que nem param por ali.

Os comerciantes dizem que esperam que a obra termine brevemente, mas o negócio não deverá ser recuperado com tanta facilidade. Apon-tam que os melhores meses já estão a passar, referindo-se a junho e julho, e (des)esperam pela sua conclusão.

“É insuportável, são resul-tados negativos dia após dia”. Foi assim que António Teles, proprietário do restaurante «La Paella» descreve a situa-ção pela qual está a passar no momento.

António Teles é um dos que se dizem lesados pela demora da realização desta obra. Quis falar sobre a situação e sem medo de “dar a cara” porque alega que a obra tem “afasta-do muitos clientes”. O baru-lho das máquinas, as poei-ras, têm sido um constan-te entrave no seu negócio. O próprio afirmou que já expôs a situação à autarquia, mas a solução parece não estar para breve.

“Falei com o Engenheiro Perneta, que é quem está à frente do projeto desta obra.

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 reportagem 5

“A autarquia está empenhada em que as obras terminam em agosto”Afirmou o Vereador Miguel Gouveia, com o pelouro das Obras Municipais na autarquia do Funchal

Tribuna da Madeira (TM) - Há registos na autarquia sobre o descontentamento por par-te dos comerciantes que se dizem afetados pela demora da conclusão da obra, na zona perto do Monumental Lido?

Miguel Gouveia - Existe de facto um atraso na con-clusão das obras em curso mas tal se deve a um come-ço tardio de parte das obras em questão que, na verda-de, são duas.

A ciclovia, que está a ser executada pela José Aveli-no Pinto e encontra-se praticamente concluída, faltando apenas alguns atravessamentos resultantes da outra obra, a reestruturação da rede de esgotos, adjudicada à Tecno-via, esta sim mais atrasada.

Esta situação preocupa obviamente a autarquia e, mui-to recentemente, com o presidente da Câmara Munici-pal do Funchal, visitamos as obras em curso, tendo fala-do com os responsáveis pela sua execução, bem como com empresários de restauração e moradores, sobre a situação.

TM - Existe alguma estimativa para quando estará concluída esta obra?

MG - As nossas estimativas de conclusão das obras apontam para o final de Agosto. Refira-se que quando as obras estiverem concluídas o troço em causa vai ter ape-nas um sentido. A terminar, note-se que a autarquia está empenhada em que as obras terminam nesta data, para benefício da cidade, dado que as preocupações das pesso-as são também nossas.

Não sei se fez algum levanta-mento antes de fazer o proje-to sobre a restauração, sobre o impacto desta obra. Comi-go nunca ninguém falou”, apontou.

Para além da demora da obra, outra insatisfação apon-tada tem a ver com a retirada de uma passadeira na área. “A insatisfação que tenho é que, antigamente, tinha uma passadeira em frente ao esta-belecimento e o senhor enge-nheiro Perneta entendeu de a retirar”, referiu. “Disse que havia muitas passadeiras nes-ta zona. Eu tive uma audi-ência com ele e ele disse-me que não havia necessidade de ter uma passadeira aqui”, afirmou.

“Com as dificuldades que existem, neste momento, cada vez que fazem um esta-belecimento novo fazem aces-sos para cadeiras de rodas, carrinhos de bebés, rampas. Porque é que aqui não colo-cam uma passadeira?”, rema-tou. O engenheiro Perneta disse que não havia necessi-dade de colocar a passadeira como havia antes. Não per-cebo porque não é posta de novo, como já estava definido no projeto”, realçou.

António Teles salientou que, na inexistência de uma passadeira na proximidade do estabelecimento, irá fazer com que as pessoas não pas-sem pelo local. “Ninguém está para dar uma volta maior para vir ao restaurante. As pessoas não estão para isso. Ninguém está disponível para saltar uma floreira para vir aqui”, apontou.

Referiu ainda, “se não for colocada a passadeira em frente ao restaurante pelo menos devia de haver uma passadeira do lado opos-to da Caixa Geral, ou nessa proximidade”.

António Teles é conscien-te de que as obras têm de ser feitas, mas a tempo certo. Neste caso, a demora da reali-zação desta obra tem prejudi-cado o seu negócio. “As nos-

sas dificuldades são muitas relacionadas com o impac-to desta obra, com as poei-ras, os barulhos dos cami-ões, das máquinas a traba-lhar”, apontou.

Aponta que esta obra tem afastado, inclusive, os turistas da zona. “Nin-guém vem aqui de férias para estar a ver camiões a trabalhar, a passar de um lado para outro”, disse.

O tempo até que tem sido favorável propício a uma paragem pelas espla-nadas dos restaurantes, mas não tem sido o seu caso. “Lavo todos os dias a espla-nada com mangueira e limpo, mas não serve de nada. Está sempre sujo”, lamentou.

“Estávamos esperançados agora com o Verão, com mais afluência de turismo, por-que os clientes, madeiren-ses e turistas gostam de estar na esplanada, mas assim não dá”, rematou.

“O engenheiro garantiu que esta obra era para o bem de todos, mas não sei quem são esses todos. Porque se vai fazer um passeio enor-me do lado sul, do lado nor-te é um passeio mais reduzi-do, e a maior parte da restau-ração está do lado norte. Não sei de onde idealizaram isso. Da minha parte só vejo difi-culdades”, afirmou.

“Mesmo que a obra esteja terminada em finais de agos-to, já lá foi o Verão para nós. Que é a nossa esperança de uma maior afluência de turis-mo para salvar um pouco as dificuldades”,

«O “all inclusive” só deveria ser feito nas zonas rurais»

António Teles aproveitou para deixar um apelo à secre-tária regional do Turismo, Conceição Estudante. “Que-ria deixar o apelo à Dra. Con-ceição Estudante para que não permita o “all inclusive”

nos hotéis. Com a concentra-ção de restaurantes que exis-tem nesta zona, de todas as espécies, não havia necessi-dade disso. A secretária devia repensar nisso. Para mim, na minha opinião, o “all inclu-sive” só deveria ser feito nas zonas rurais. Não numa zona destas, com restauração”, afirmou.

Zona do Lido “esquecida” pela secretária do Turismo

António Teles abordou ain-da outra situação que, a seu ver, é uma lacuna na Monu-mental, na zona do Lido.

“Deveria também pensar em criar animação nesta zona do Lido, porque há aqui mui-tos hotéis. Os únicos even-tos deste tipo que vejo é ape-nas dentro da zona do Fun-chal, da cidade. Nesta zona do Lido, onde há maior con-centração de hotéis, o único evento que vejo aqui é a Mos-tra Canina. Nada mais.

A secretária do Turismo, Conceição Estudante, deveria repensar no “all inclusive” em não praticar nos hotéis por-que prejudica muito a restau-ração, e na animação na zona do Lido que faz falta. Esta zona parece ter sido esqueci-da, e com tanto turismo que por aqui passa. l

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sociedade6 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

O s números das insolvências de famílias e indi-viduais conti-nua a ser um

problema de monta para a economia regional e funda-mentalmente para as famí-lias madeirenses, apontou o Partido Nacional Renovador (PNR) na Madeira.

Segundo adiantaram os responsáveis pelo partido, Luís Ornelas e Fábio Henri-ques, desde o início deste ano já 185 madeirense pediram a insolvência.

“O problema é que para o PNR, esta situação têm sido tratada apenas do ponto de vista estatístico, sem que ninguém se debruce sobre o grave problema social a que toda esta situação conduz”, frisaram.

O PNR Madeira garan-te que “existem famílias que já nem pão tem para pôr na mesa, famílias que nem transporte têm para se des-locar para o trabalho (se ain-da o tiverem), famílias sem dinheiro para a educação dos seus filhos, sem dinheiro para medicamentos e sem pers-pectivas de vida mas de Casas sem luz, sem água, sem as mínimas condições de sobre-vivência humana”.

Do ponto de Vista do PNR, “estamos mesmo à beira de uma calamidade social”, pro-vocado pelo crédito fácil nos anos de ouro do mercado imobiliário, pela banca, pelo desgoverno dos governos regionais e nacionais e pelo facto das ajudas ou resgates da Troika, terem sido usados na maior parte dos casos, não para ajudar as populações, mas para ajudar a banca e pagar a elevada divida exter-na portuguesa”.

Realçaram que “é urgen-te acabar com o corte de salá-rios, aumentar o ordena-do mínimo nacional, criar o Ministério da Família e esta-belecer a Lei de Bases de Apoio à Família. Criar uma Linha de crédito especial, com juros baixos ou mes-mo ajudas a fundo perdido

nos casos mais dramáticos, para as famílias e pequenas e médias empresas em dificul-dade, bem como criar o crédi-to familiar à habitação”.

O PNR Madeira frisou que “o que está aqui em causa, já não são meros problemas de ordem de liquidez, mas o fac-to de se estar a liquidar as vidas dos madeirenses”.

PNR-M exige novo modelo das ligações aéreas para a Madeira

O Partido Nacional Reno-vador na Madeira mostrou-se descontente com a atual situ-ação das ligações aéreas para a Madeira.

E aponta que, ao contrá-rio do modelo de transportes

aéreos da Região Autónoma da Madeira, a Região Açoria-na soube muito bem prote-ger os interesses dos açoria-nos e dos estudantes daquele arquipélago.

“O modelo que entrará em vigor no ano de 2015 nos Açores, permitirá aos aço-rianos ter um tecto máximo de despesa para deslocação ao continente! Os residen-tes terão um tecto máximo de 134 euros, enquanto os estu-dantes terão um tecto máxi-mo de 99 euros”, comentou o porta-voz do partido, Fábio Henriques. “Mesmo com a liberalização total das rotas entre São Miguel e o Conti-nente, os açorianos não vão estar ao sabor dos preços do mercado aéreo e saberão com o que contar”, acrescentou.

“No sentido contrário, na Madeira aquando da Libera-

lização das rotas para o con-tinente português, os madei-renses ficaram completa-mente desprotegidos e hoje pagam autênticos balúrdios para viajar entre a Madeira e o Continente”, frisou.

“Os meros 60 euros de reembolso (ida e volta), são uma ajuda patética dada a estudantes e residentes, agra-vando-se a situação, quando os madeirenses têm que se deslocar em altura de férias e de grande movimento de pas-sageiros de e para a região”, disse.

Realçando: “Mais uma vez o nosso governo regional, não soube negociar com o governo da república, preju-dicando claramente os nos-sos estudantes e todos aque-les que por razões profissio-nais têm de se deslocar ao continente”.

O PNR Madeira sublinhou ainda que “muitos jovens para obter uma entrevista de emprego, também têm que se deslocar ao continente, desis-tindo muitas das vezes devi-do aos preços exorbitantes praticados pelas companhias aéreas”.

De acordo com Fábio Hen-riques, “o PNR Madeira quer desde já, que seja negocia-do um novo modelo das liga-ções aéreas entre a Madeira e o Continente, que proteja os interesses dos madeiren-ses acima de tudo. Nomeada-mente através da negociação de um tecto máximo de paga-mento das viagens para resi-dentes e estudantes com a TAP PORTUGAL e o Gover-no da República”.

Acrescentou ainda: “Este modelo actual, não serve a Madeira e os Madeirenses.” l

SaRa SILVINO

[email protected]

“estamos à beira de uma calamidade social”Apontaram os responsáveis pelo PNR Madeira

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 publicidade 7

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entrevista8 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

Pedro Coelho, Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos

“a execução orçamental anda, neste momento, à volta dos 40%”NaTáLIa FaRIa

Fotos: Fábio Marquespedro Coelho falou ao tribuna em jeito de balanço destes nove meses em que conduz os destinos do concelho de Câmara de Lobos. Cultura, pescas, obras, animação, educação, turismo, organização interna da câmara e até alguns aspetos pessoais foram os temas abordados nesta conversa com o presidente desta que é a autarquia mais jovem do país.

PU

BP

UB

T ribuna - Que balanço faz destes cerca de nove meses de mandato como

presidente do Município de Câmara de Lobos?

Pedro Coelho - Acho que o balanço é positivo. Obvia-mente que podemos sem-pre fazer mais. Mas temos cada vez menos. No entanto, acho que quem vem a Câma-ra de Lobos, quem vive aqui, quem é daqui desta cidade, já vê diferenças. Nalgumas coi-sas: na obra física, na obra material também, nos even-

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entrevista 9TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

tos (temos feito alguns), mas também nas infrastruturas. O parque infantil, a construção de uma nova instalação sani-tária na freguesia de Câma-ra de Lobos. No Estreito de Câmara de Lobos temos nes-te momento em execução um caminho agrícola, o cami-nho do Luzirão, no Jardim da Serra. Portanto, temos fei-to muito com pouco. A Câma-ra Municpal não parou, temos apoiado as instituições cultu-rais, sociais e deportivas no nosso concelho. Aliás, apesar dos cortes que sofremos do Orçamento do Estado, de cer-ca de 200 mil euros, estamos a apoiar mais instituições. Há também as obras de proximi-dade que temos vindo a fazer e que melhoram significativa-mente a qualidade de vida das pessoas. Para nós não é rele-vante se é a Câmara que as faz, pode ser a Junta de Fre-guesia a fazer, com o apoio da câmara. Saliento que temos feito obras pequenas mas que são grandes para as pessoas, porque mehoram a sua quali-dade de vida.

Tribuna - Qual era a sua grande prioridade quan-do começou a exercer o seu mandato?

Pedro Coelho - Nós sem-pre dissemos, mesmo em cam-panha eleitoral, que quería-mos abrir um novo ciclo elei-toral em Câmara de Lobos. Uma coisa que queríamos era estar mais próximo das pesso-as. Isto não é obviamente uma crítica ao passado, mas uma forma diferente de fazer polí-tica e nós sempre dissemos que tinhamos uma visão para o concelho.

Hoje fala-se muito no “social”, parece que é “in” falar no social. Nós falamos no social, praticamos o social mas temos uma visão para o concelho, para as suas 5 freguesias, identificando a matriz e vocação futura do concelho. Fizemos isso recen-temnte com a implementa-ção dos catamarans, reviven-do um pouco o passado, as viagens que se faziam de bar-co entre o Funchal e Câmara de Lobos. No Estreito, esta-mos agora, juntamente com a Junta de Freguesia local, a promover aquela terra, que é o maior lagar de vinho madei-ra da RAM. Vamos em cada localidade identificando as prioridades.

Temos também um projeto pioneiro na Madeira, a Agen-da 21 local, que consiste numa governação (tendo em conta o nosso programa eleitoral) com abertura desse progra-ma à sociedade civil, discuti-lo com a sociedade civil, defi-nir as prioridades. Se falar-mos com todos certamen-te vamos decidir melhor e é

através dessa abertura e pro-ximidade com as pessoas que construímos o futuro hoje.

Não diria que Câmara de Lobos está na moda, mas é bom vermos que o nosso tra-balho está sendo reconhecido, apesar de sabermos que hoje estamos bem mas que ama-nhã, por uma outra situação, poderemos estar menos bem. Mas acredito que ao fim de 4 anos vamos deixar o conce-lho melhor. Não em número de obras físicas, porque acho que neste momento as condi-ções económicas não permi-tem. Aliás, sou da opinião que não deve ser medida a capa-cidade de um autarca, tendo em conta o número de obras. Mas se ao fim de quatro anos tivermos um concelho, que é o mais jovem da Madeira e dos mais jovens de Portugal, com uma boa qualidade de vida, com bons apoios às escolas, com os apoios sociais que continuamos a dar, com as obras que vamos fazendo no concelho, isso é gratificante. Quem nos visita já vê peque-nas obras, que são pequenos sinais mas que demonstram alguma mudança. Se ao fim

de 4 anos estivermos melhor acho que já valeu a pena.

Tribuna - Acha que Câmara de Lobos já per-deu aquele estigma, aque-la imagem negativa que tinha?

Pedro Coelho - Sim mas isso não é só obra nos-sa, é obra de vários governos municipais. Câmara de Lobos está diferente fruto de mui-tas mutações, na área social, na área económica, sobretudo na área cultural. Hoje existem ainda alguns estigmas, como existem noutras partes, exis-te também pobreza, mas esta não é caso único em Câmara de. Uma imagem que ilustra bem a perda desse estigma é o Ilhéu, se nos lembrarmos como era há uns anos atrás e como é agora.

Tribuna - Como está a comunidade piscatória do concelho?

Pedro Coelho - Nessa questão há muitos apoios. Na pesca do peixe espada preto a frota é basicamente de Câma-ra de Lobos, apesar de os bar-cos não pararem cá, descar-regam no porto do Funchal. Muitas famílias deste conce-

lho dependem desta ativida-de. São mais de 200 os pes-cadores de Câmara de Lobos que trabalham na pesca do peixe espada preto. Esta-mos um pouco preocupados com a questão de não haver apoios à concessão de novas embarcações, já fizemos sen-tir isso ao secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais.

Temos feito alterações na baía, com o reacender do farol, por exemplo, que esta-va inativo há cerca de 2 anos. São estes pequenos sinais que marcam a nossa posição, a nossa postura. A requalifica-ção que estamos a fazer na baía foi importante em ter-mos turisticos. Saliento que esta requalificação foi tam-bém objetode uma conversa com os pscadores, Não pode-mos fazer nada sem falar com os pescadores. Se tivermos mais turistas cá, certamente vão consumir mais peixe e isso traduz-se em produto econó-mico para os pescadores.

Devo dizer que os pesca-dores têm sido espetaculares, têm percebido o que nós que-remos fazer. Tínhamos na baía embarcações que não eram caraterísticas do nosso vara-douro, algumas embarcações de ferro, que já foram remo-vidas. Estamos a dar outra beleza ao varadouro. Temos ali um projeto integrado, feito pelo departamento de Orde-namento do Território, para requalificarmos todos aqueles espaços, as esplanadas, a pin-tura das fachadas, o próprio acesso ao Ilheu, a rua Nova da

Praia, que foi um sucesso nas festas de São Pedro.

Câmara de Lobos hoje é procurada por vários hotelei-ros que querem fazer aloja-mento local no Ilhéu, procu-ram casas degradadas e vêm à Câmara perguntar quem são os proprietários. Câmara de lobos está a ter uma procura e um interesse grande.

Tribuna - Esta ques-tão do turismo é também uma das suas bandeiras?

Pedro Coelho – Vou con-tar um episódio curioso mas que me encheu de orgulho e mostra como esta cidade é um ex-libris. Há pouco tem-po fui a Lisboa e viajei pela Easy Jet. Quando me envia-ram a confirmação do voo de regresso, a imagem que vinha no mail era da baía de Câmara de Lobos. Isto é um sinal que uma companhia, que não é de bandeira, se calhar faz mais do que muitas companhias. Além da baía, temos também o Cabo Girão e outros pontos de interesse nas outras fre-guesias do concelho. Aquela ideia de estarmos muito pró-ximos do Funchal, de os 9 Km serem um pouco inibidores para o investimento hotelei-ro aqui, acho que está a esba-ter-se. É pena que tenhamos ainda poucas camas e que não se tenha pensado nisso mais cedo.

Tribuna - Qual a fre-guesia que requer mais trabalho neste momento?

Pedro Coelho - Todas são diferentes, todas têm as suas especificidades. Há uns pro-blemas de saneamento básico

“O parque infantil no centro da freguesia de Câmara de lobos era uma ambição antiga. Hoje é bonito ver um espaço, outrora degradado, frequentado por muitas crianças”

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entrevista10 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

nas zonas altas da freguesia da Quinta Grande e também nas zonas altas da fregue-sia do Estreito de Câmara de Lobos. Cada caso é um caso, todas têm problemas. Esta-mos a tentar colmatar todas as necessidades, no âmbito do protocolo que temos com a junta de freguesia, em que damos apoio financeiro, logís-tico e de cedência de equi-pamentos, para tentar aju-dar todos. Porque para nós a feguesia de Câmara de Lobos é tão importante como o Cur-ral das Freiras, como o Estrei-to, como a Quinta Grande. Portanto, tentamos envolver, de forma harmoniosa, todo o concellho.

Tribuna - E no que diz respeito à Educação, ten-do em conta a quantida-de de jovens que o conce-lho tem em idade escolar, o que tem sido feito?

Pedro Coelho - A Edu-cação tem sido para nós uma bandeira. Fizemos um Semi-nário de Educação, com espe-cialistas nacionais e tivemos uma forte adesão. Nesta altura em que o deemprego é grande e sendo este o concelho mais jovem da Madeira e saben-do que muitos concelhos têm problemas de envelhecimen-to, consideramos que o futu-ro do concelho passará cer-tamente por uma sociedade mais culta, mais conhecedo-ra. E se apostarmos mais na educação, certamente vamos tirar daí os dividendos. Pas-sámos das palavras aos atos e continuamos a apoiar as esco-las do concelho todas, mui-tas vezes para além do âmbito das nossas competências, que são apenas para com o pré escolar e o primeiro ciclo. O 2º e 3º ciclo não são da nossa responsabilidade, mas mui-tas vezes acudimos em alguns casos. Apoiamos nos trans-portes, instituímos um pré-mio, que é o prémio Joaquim Pestana, incentivando o méri-to aos melhores alunos, de todas as escolas, de todos os graus de ensino. São 27 esco-las e vamos atribuir o pré-mio brevemente, penso que no início do ano letivo, tendo em conta que ainda estamos a receber alguns dados de algu-mas escolas. Estamos a apos-tar fortemente nesta área por-

que temos consciência que estamos a trilhar o caminho certo, sabendo que não há resultados a curto prazo, mas a longo prazo haverá. Acredi-tamos nas escolas, acredita-mos nos professores, acredi-tamos no pessoal de ação edu-cativa e acreditamos sobre-tudo nos pais e nas crian-ças. Acredito que vamos cer-tamente ser um concelho dife-rente daqui a uns anos.

Tribuna - Também em termos de Educação Ambiental ouve-se muito falar de ações e distinço-es neste concelho.

Pedro Coelho - Todas as 27 escolas do concelho foram galardoadas. Temos até um prémio nacional, que foi atri-buido à escola EB1/PE do jar-dim da serra, com um projeto que tinha a ver com a eficien-cia energetica. Foi o 3º prémio a nível nacional, salvo erro no

valor de 2500 euros, que con-tou com a participação dos alunos e dos pais. Quando temos uma escola do conce-lho mais jovem da Madeira e da freguesia mais jovem da Madeira a receber um pré-mio nacional, isso honra-nos muito. É um motivo de orgu-lho para o município, para a escola, para os pais e para as crianças.

Tribuna - Em termos culturais, o concelho está dotado muitas infra-estruturas, a exemplo do Museu de Imprensa, da Casa da Cultura, da Biblioteca Municipal, do Centro Cívico do Estreito, entre outros. Há publi-co e artistas para isto tudo, que justifique tan-tas estruturas?

Pedro Coelho - Nós somos uma terra de artistas. Damos teatro, damos músi-ca, Câmara de Lobos é conhe-cida também por isso, até de artistas da bola. E nós, autar-quia, achamos também que a cultura é a alma de um povo. As regiões, as terras e os con-celhos também se distinguem por aí. Daí que temos desen-volvido um conjunto de ativi-dades nessa área, bem como na animação. Ainda recen-temente, por exemplo tive-mos aqui a Orquestra de Ban-dolins que deu um concerto memorável no Cabo Girão.

Nas festas de São Pedro tivemos também uma verten-te cultural muito importan-te, com um programa vasto, para diferentes tipos de públi-co. Trouxemos a Mafalda Vei-ga, por exemplo, que encheu a nossa baía de gente para assistir ao concerto.

Temos a revista munici-pal “Viver Câmara de Lobos”, que retrata o que aconteceu e o que vai acontecer no con-celho e que tem uma agen-da cultural do que acontecerá no trimestre em que a revis-ta está em vigor, já que tem essa periodicidade. Definimos uma agenda cultural munici-pal. O que era feito era retra-tado mas faltava o futuro, dar a conhecer o que vai acon-tecer. Tem uma tiragem de 8500 exemplares que são dis-tribuidos na Madeira e fora, temos uma comunidade de emigrantes muito forte na África do Sul e na Venezuela e que gostam também de rece-ber a revista.

Temos poucos recursos financeiros, que são impor-tantes mas não são tudo. Mas, mesmo com o pouco que temos, vamos continuar a fazer coisas.

Tribuna - Foi impor-tante para o concelho a implantação do único Museu de Imprensa da Madeira?

Pedro Coelho - Como é sabido, a decisão do Museu de Imprensa partiu do ante-rior executivo. É um espa-ço que está a criar agora uma dinâmica, uma dinâmica dife-rente. Tem um espólio inte-ressante. Estamos a apostar na sua dinamização e divul-gação. Ainda não estamos a colher, em termos comerciais, os louros daquele espaço, mas também entendemos que a cultura tem os seus custos e não pode ser vista numa ótica economicista, financeira. Mas obviamente é importante.

Se me perguntar, se na altura seria mais importan-te fazer um pequeno espa-ço museulógico do pescador ou da vinha (sendo esta uma terra de mar e de serra), se eu teria optado por aí em vez de fazer o museu de impren-sa, digo-lhe que teria opta-do por aí. Mas foi uma deci-são política e vamos apostar, apesar de não ter sido nos-sa. O espaço está lá, o espólio está lá, os recursos humanos que temos têm formação para estar naquele espaço e vamos dinamizá-lo.

Tribuna – Pegando na questão da animação que já falou, e tomando como exemplo as recentes fes-tas de São Pedro, este ano houve diferenças em relação ao ano passado. A ideia passará por alterar

“Segundo dados de 2013 revelados esta semana, do anuário dos municípios protugueses, nós somos o município da região que paga aos fornecedores a 79 dias, quando o normal é a 91 dias”

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 entrevista 11os vários eventos festivos do concelho?

Pedro Coelho - Quere-mos fazer os eventos sempre de uma forma diferente. No próximo ano a festa de São Pedro vai ser diferente do que foi este ano. Porque para nós a mudança é uma coisa positiva. Muitas vezes usa-se a palavra mudança de uma forma vaga, vazia e nós gostamos da pala-vra mudança. Nós estamos a mudar Câmara de Lobos. Um bom título para esta entrevis-ta poderá aliás ser “A verda-deira mudança aconteceu em Câmara de Lobos”.

Tribuna - As festas do Peixe Espada esta-vam inseridas nas cha-madas Festas de Verão, que entretanto também mudaram de designação e vão realizar-se sepa-radamente. Qual foi o objetivo?

Pedro Coelho - Como sabe as festas de são pedro, que antes eram conhecidas por festas de verão, e nós mudmoa o nome. Como sabe, são pedro é o padroei-ro dos Pescadores e quise-mos marcar isso. Foi muito positive, tivemos muita gen-te, os restaurants gostaram todos. Tivemos a rua nova da praia que é um espaço único, que é a zona velha da cidade, com muita animação. Foi um outro espaço alternative para os mais jovens. A mudan-ça este ano porque anterior-mente fazia-se a festas de são pedro com as festas do pei-xe espada preto, o são pedro era da câmara e espada pre-to da junta de freguesia. O sr. president da junta de câmara de lobos quis separá-las dis-se-nos que este ano queria fazer de forma diferente e nós alem de apoiar a junta logisti-camente como também já era feito no passado.

Tribuna - As pessoas mostram-se satisfeitas com as novas políticas do seu executivo? Têm queixas?

Pedro Coelho - Queixas há sempre. Quando não hou-ver queixas alguma coisa está mal. É como nas aulas, quan-do não dúvidas, das duas uma: ou o professor é dema-siado bom, ou então ninguém percebeu ou ninguém tem a

vontade de questionar.Estamos a fazer o nosso

trabalho, como achamos que deve ser feito, com a cons-ciência das falhas, eu tam-bém já falhei ao longo destes nove meses. Errar é humano, faz parte da condição huma-na. Mas estou a gostar. Este é um trabalho que não é de um homem só, é um trabalho de uma equipa, que vai des-de a vereação, ao meu che-fe de gabinete, aos cerca de 230 funcionários que dão o melhor de si. É bom chegar a Câmara de Lobos, chegar à Câmara Municipal e ser rece-bidi com um sorriso, às vezes um abraço, muitas vezes uma palavra amiga. Estamos aqui para ajudar, não para difi-cultar e portanto acho que o balanço tem sido positivo.

O Presidente Pedro Coe-lho vai para o terreno?

Pedro Coelho - Vamos para o terreno sim. Isso tem a ver com a minha forma de ser, eu venho do privado. Era profissional liberal, vim agora assumir funções públicas na câmara municipal, era depu-tado e confesso que tinha uma ideia diferente dos funcioná-rios públicos. Agora faço mea culpa. Temos muito boa gen-te, funcionários da câmara municipal muito competen-tes, que dão o melhor de si para os cerca de 36 mil habi-tantes. Eu posso ter as melho-res ideias, posso ter os melho-res pensamentos, posso ter os melhores projetos, mas sozi-nho não vou a lado nenhum.

Tribuna - Como é que encontrou a Câmara Municipal e o que já foi feito para melhorar o que estava mal?

Pedro Coelho - Sou eco-nomista de profissão e das primeiras coisas que fiz foi uma análise aos custos. Pos-so dizer que a execução orça-mental anda à volta dos 40%, estamos a pouco mais de meio ano, se tivermos mais 40% chegaremos ao fim do ano com cerca de 80% de execução. Não sei se chega-remos a este valor. Este é um indicador e eu analiso muito os indicadores. Tento usar a minha formação para gerir o município, no fundo estou a gerir uma empresa. O obje-tivo não é maximizar o lucro,

mas maximizar a satisfação individual e coletiva dos meus municipes. Mas é importante também olhar para os núme-ros e perceber onde é que eu posso racionalizar, ver o que é prioritário ou não. A ques-tão da redução de custos tem a ver com a renegociação que temos feito com alguns forne-cedores, sabendo que muito do mérito é nosso.

Mas também é preciso que sejamos claros em determi-nados aspetos. Por exemplo, hoje telefonamos a um preço por minuto que não telefoná-vamos há 5 anos atrás. A mes-ma realidade não se aplica aos combustíveis, onde temos fei-to uma gestão apertada. Nos outros fornecimentos tam-bém temos sido rigorosos.

Segundo dados de 2013 revelados esta semana, do anuário dos municípios pro-tugueses, nós somos o muni-cipio da região que paga aos fornecedores a 79 dias, quan-do o normal é a 91 dias. Como temos este prazo de paga-mento que é inferior à média nacional, tentámos negociar com os nossos fornecedores, para que estes dêm o exem-plo. Neste âmbito, este ano pela primeira vez as festas de São Pedro foram supor-tadas em cerca de 21 mil euros, pelos nossos fornece-dores. Fizeram-no de forma livre e espontânea para cola-borar com a Cãmara munici-pal. Não pode ser só o setor público a fazer. A comunida-de tem de se associar, aque-

les que trabalham e vivem também do setor publico têm que também dar o seu contri-buto e felizmente deram. O municipio só tem a agrade-cer. O cartaz que foi apresen-tado não seria possível se fos-se só a Câmara Municipal a suportá-lo.

Tribuna - Há alguma obra, projeto que tenha vontade de deixar con-cretizado até ao final do mandato?

Pedro Coelho - Há uma obra que nós fizemos, que foi o parque infantil no centro da freguesia de câmara de Lobos que era uma ambição antiga. Hoje é bonito ver um espa-ço, outrora degradado, arran-jado onde os pais levam os filhos, os avós a passeiam os

netos. Isso para nós é gratifi-cante. Ver um espaço que está dando mais vida e mais cor à cidade. Muitos camaraloben-ses para usufruirem de um parque infantil tinham que se deslocar a Santa Cruz, onde há também um bom parque, o que agora já não acontece.

Eu queria ver a baía requa-lificada, porque nasci e vivi muitos anos perto da baía de Câmara de Lobos. Lembro-me que quando abria a jane-la de manhã a minha vis-ta era para o cais, morava por cima do complexo balne-ar das Salinas. À noite ador-mecia com o barulho do mar a bater na rocha e acorda-va muitas vezes com o motor dos barcos a entrar na baía. O meu avô trabalhou mui-

tos anos no estaleiro naval, o meu tio explorou uma ofici-na de reparação de embarca-ções e portanto aquele espaço para mim é marcante e ambi-ciono vê-lo com outro colori-do. Gostava de ver o espaço onde é hoje a antiga lota com restaurantes, com peixe a ser grelhado na rua.

Gostava também de ter um ou dois hotéis na cidade. Gos-tava de ver um melhor aces-so ao Ilheu. Gostava de ver, no Estreito, algumas quintas típicas recuperadas. Gostava que cheirasse mais a vinho no Estreito, de acentuar mais o aspeto gastronómico, do vinho e da espetada. Gosta-va de ver o Jardim da Ser-ra com a questão do turismo mais vincada.

Na Quinta Grande ambi-ciono um melhor abasteci-mento da água de rega para as explorações agrícolas. Gos-tava de ver o Curral das Frei-ras com acesso rodoviário direto à sede do concelho. Um dia será possível, não nos próximos 4 ou 8 anos, pen-so eu. Mas acho que é impor-tante que o Curral das Frei-ras tenha isto. É uma fregue-sia escondida, apesar de mui-to bonita, com grandes talen-tos e muitas capacidades. Mas quando temos cá cruzeiros, por exemplo, em que as via-gens são quase programadas ao segundo, em que desem-barcam no porto do Funchal e em que têm pouco tempo para fazer uma determina-da excursão, julgo eu infeliz-mente, que não é muito viá-vel fazer uma viagem para lá e depois o regresso. É um daqueles locais que não tem aquela mais valia de outros, em que dá para seguir cami-nho. Não é um local de passa-gem e isso limita um pouco.

Tribuna – Como é que gostava de ser lembra-do quando já não for presidente?

Pedro Coelho - Como alguém que deixou a sua vida professional para se dedicar à sua terra. Gostava que as pessoas passassem por mim e cumprimentassem como faziam quando eu era presi-dente e que reconhecessem que eu fiz o melhor que sabia, errando por vezes, como acon-tece em tudo. l

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“Eu queria ver a baía requalificada, porque nasci e vivi muitos anos perto da baía de Câmara de lobos. lembro-me que quando abria a janela de manhã a minha vista era para o cais, morava por cima do complexo balnear das Salinas. À noite adormecia com o barulho do mar a bater na rocha e acordava muitas vezes com o motor dos barcos a entrar na baía”

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sociedade12 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

uma visita à “história do Funchal e da madeira”

SaRa SILVINO

[email protected]

ÁtrioO palácio Carvalhal Esme-

raldo (família Conde de Car-valhal), agora edifício dos Paços do Município, foi cons-truído pelo morgado Francis-co António da Câmara Leme em 1758, tendo sido adquiri-do pela autarquia em 1883. Em 1940, sobre a presidên-cia de Dr. Fernão de Ornelas, foram o edifício e as envol-vências sujeitos a importante

reformulação, ficando como o conhecemos hoje, confron-tando com a ampla praça dominada por um fontanário, projecto geral da responsabi-lidade dos arquitectos Raúl Lino e Carlos Ramos.

Sobre a fachada Sul levan-ta-se uma torre posteriormen-te reconstruida e na fachada Norte integra-se um baixo-re-levo de Santiago Menor, San-to padroeiro do Funchal, de António Duarte, 1944.

iniciou-se um ciclo de visitas à autarquia do Fun-chal para dar a conhecer outros pormenores.as visitas guia-das começaram a ser feitas no pas-sado dia 21, com a abertura dos espaços nobres dos paços do Con-celho. as visi-tas, de segunda a sexta-feira com a duração de cer-ca de 40 minutos, pretendem dar a conhecer o valio-so espólio dos espaços nobres. as visitas apre-sentam um cus-to individual de 3,50€ e de 2,50€, por pessoa, para grupos de mais de dez pessoas e jovens dos 7 aos 17, estando isen-tas de pagamen-tos as crianças até aos seis anos.

Na Câmara Municipal do Funchal

Pátio InteriorDecorado com um chafa-

riz, do canteiro Germano José Salles, feito em 1880 para o Mercado das Flores/D. Pedro V. A “Leda e o Cisne” remon-ta a tempos da Grécia Antiga e foi baseada numa pintura de Leonardo da Vinci.

O chão é revestido com cal-çada portuguesa. Feita com

pedras típicas das praias Madeirenses, ornamentar existem canteiros com flores típicas da época.

As paredes do átrio e da escadaria, que dá acesso ao andar nobre, são revesti-das com azulejos revivalis-tas azuis e brancos, de 1940, do artista Battistini, execu-tados na fábrica D. Maria de Portugal.

Andar NobreA Sala de Reuniões é a sala

onde o Presidente e a vereação se reúnem, todas as segundas e terças-feiras de manhã, para discutir assuntos relativos ao município.

A decoração desta sala é da década de 40, num esti-

lo revivalista com elementos do estilo decorativo barroco. Em relação aos quadros exis-tentes, temos uma pintura do General Óscar Carmona, antigo Presidente da Repú-blica, Rainha D. Maria I “A Piedosa” e três quadros ofer-tas à Câmara Municipal do Funchal.

Sala Amarela/Sala de Protocolos

Conhecida internamente como “sala de protocolo”, é onde são recebidas as entida-des oficiais tais como, Presi-dentes, Embaixadores, entre outros. É usada como ante-câmara do Salão Nobre, ou seja, é onde é feito o primeiro contacto com os convidados.

Possui quatro quadros de

personalidades relacionadas com a Cidade do Funchal, executados pelo pintor Alfre-do Miguéis, em 1940, estes sendo:

Dr. Luís da Câmara Pesta-na – Bacteriologista; Domin-gos Sousa Coutinho – Diplo-mata do Funchal; Conselhei-ro José Silvestre Ribeiro – Antigo governador civil do Funchal e Manuel Pimenta de Aguiar – Escritor dramaturgo madeirense.

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 sociedade 13

uma visita à “história do Funchal e da madeira”

TorreA Torre da Câmara Munici-

pal do Funchal apresenta uma magnífica vista sobre a baía do Funchal. Foi-nos explica-do que a função das torres era avistar piratas e corsários. Era um símbolo de riqueza, as famílias ricas tinham torres, que quanto mais alta e impo-nente, mais rica era a família.

Porém, neste momen-to, encontra-se em obras. No entanto, os visitantes que já

realizaram esta visita à autar-quia podem posteriormente, assim quando as obras esti-verem concluídas, voltar ao edifício para contemplarem-se com a torre. Para isso, e segundo adiantou-nos a vere-adora Madalena Nunes, basta guardarem o ticket adquirido na anterior visita e mostrar à entrada.

A mesma apontou que a obra na torre deverá estar concluída em finais do mês corrente.

Salão NobreO Salão Nobre é usado na

recepção de grandes grupos que vêm à Câmara Municipal do Funchal para cumprimen-tar o Presidente, apresenta-ção de projectos, livros, con-ferências de imprensa, etc.

Esta sala possui quadros dos últimos reis de Portugal, dos séculos XIX e XX, uma pintura no tecto e uma ale-goria à Cidade do Funchal, intitulada “7 Profissões”, obras executadas por Alfredo Miguéis, em 1940.

Sala da Assembleia Municipal

Os Paços do Município é constituído por dois órgãos administrativos: Assembleia Municipal (órgão delibera-tivo) e Câmara Municipal (órgão executivo). Nesta sala

reúnem-se os Paços do Muni-cípio e são realizadas cinco sessões por ano, ou mais se necessário. As paredes da sala estão adornadas com brasão da Cidade do Funchal, dois óleos e duas cenografias de Max Römer e ainda duas pin-turas de santos padroeiros do Funchal (São Roque e Santia-go Menor) da autoria de Rui Carita.

“O Semeador”A estátua “o Semeador”

encontra-se no exterior da autarquia do Funchal. A obra é do escultor Francisco Fran-co, de 1923, executada em Paris. Desde 2012, o “Seme-ador” encontra-se no jardim da autarquia do Funchal.

Baixo-relevo de Santiago Menor

O Baixo-relevo de Santia-go Menor encontra-se expos-to numa das fachadas laterais da autarquia do Funchal.

Apesar de apresentar algu-ma dimensão, o facto é que poderá passar “despercebido” para muitas pessoas que por ali passam. Esta imagem, que também encontra-se no per-curso da visita à autarquia do Funchal, simboliza o padroei-ro da Cidade do Funchal, exe-cutado pelo escultor António Duarte, em 1944.

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opinião14 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

rosAs e espinHos DA novA AUtonoMiA

GREGÓRIO GOUVEIa

gregoriogouveia.blogspot.pt

reflexos de «Abril 74» na Madeira (15)

Com o número 1 nasce o «Notícias da Madeira» a 1 de Julho de 1993. De periodici-dade diária e com uma tira-gem de 7 500 exemplares, é propriedade de SIMA – Siste-mas de Informação e Medias de Comunicação, S.A., sen-do Diretor Catanho Fernan-des. De igual nome ao jor-nal republicano que nasceu em 1931, no entanto, o edi-torial do novo «Notícias da Madeira» salienta que “Apre-senta-se descomplexado com uma proposta de leitura dife-rente da existente, refrescan-do, como o dissemos duran-te a nossa fase de promoção, a Comunicação Social madei-rense”. Mais adiante refere: “Sabemos da nossa importân-cia como órgão de imprensa regional, sobretudo numa ter-ra com as pecularidades desta, mas não nos inibimos perante a dimensão nacional, nem tão pouco no espaço, agora regio-nal, da Europa que nos aco-lhe desde há anos”. Termi-na afirmando: “Aqui mostra-mos a força de um novo pro-jecto, enquanto confrontamos os leitores madeirenses com um novo tipo de jornal, que, estamos certos, ganhará facil-mente, também, a sua faixa de mercado”.

A 01/01/1996, nasce a nova série do «Re Nhau-Nhau», com periodicidade mensal e uma tiragem de 2 000 exem-plares, tendo como editor António Loja e Diretor Ricar-do Freitas. O editorial salien-ta que “Este primeiro número do novo fôlego do gato ago-ra ressuscitado será dedica-do à figura entre todas insig-ne do Professor Doutor Aní-bal Cavaco Silva (…) Após dez anos como Primeiro-Mi-nistro o país transformou-se aos olhos de todos os Portu-gueses e Portuguesas e aos olhos de todos os Madeiren-ses e Portosantenses: produz menos trigo e menos alfaces (que passámos a importar), produz menos ferro e menos

cobre (que importamos tam-bém alegremente), consome mais televisores e mais tele-fones celulares (que compra-mos gostosamente aos Japo-neses); importamos cada vez mais e exportamos relati-vamente cada vez menos. E devemos todo este expectacu-lar desenvolvimento à figura sem par que é o prof. Cavaco (…) Tudo isso devemos a esse homem genial, a esse gover-nante agora desempregado mas candidato a Presidente”.

O semanário «TRIBUNA DA MADEIRA» nasce no dia 15/10/1999, com uma tira-gem de 7 000 exemplares. É propriedade de O Liberal – Empresa de Artes Gráfi-cas, Lda, sendo Diretor Luís Calisto. O Editorial do núme-ro 1 destaca o facto de “Em alguns fulgentes períodos da História insular, a Madeira e o jornalismo foram cúmplices na luta pela liberdade huma-na. O isolamento do Arqui-pélago a incentivar a entre-ajuda. A experiência mostra que não há jornalismo livre sem Madeira livre. Nem há Madeira livre sem jornalismo livre (…) Entenda-se Madei-ra livre como duas ilhas habi-tadas do Atlântico onde as populações agem e pensam sem amarras”. Mais adian-te salienta:”Estaremos aten-tos ao tratamento que se dá ao património e ao ambien-te, quando o estado das coisas é tal que se delapida a rique-za que é de todos em nome de um cínico desenvolvimen-to da Madeira que só visa o lucro selvagem”. Propondo-se a um jornalismo sério, ter-mina: “Esperamos que a che-gada do Tribuna da Madei-ra coincida com o arranque para novo período refulgente de liberdade responsável na informação das ilhas”.

A 10/11/2000 nasce o número 1 dum novo «NOTÍ-CIAS DA MADEIRA». De periodicidade diária, é pro-priedade da empresa Notícias da Madeira, Lda e tem como Diretor Carlos Lélis. O Edito-rial salienta: “Sabem os leito-

res de boa-vontade que a ima-gem de um jornal não é uma voz, nem aquela cara que vai dar a cara (no nosso caso, sem oferecer a outra face). Mais adiante destaca: “Dei-xem-nos aquecer os moto-res (o “hard-ware”), afinar as guitarras (o “sofware”). Não esperem já no NM mundos e fundos. Dêem-nos só tem-po e gestação. E vão ver. Ver o mundo sem bater no fun-do. Navegar sem meter água. Ir a remos, içando as velas… No dia escuro e na noite cla-ra ao encontro d`”a manhã dos amanhãs”. Porque ama-nhã é um novo dia”. Mais à frente avança que “O NM vai dar que falar, vai sobretudo fazer falar. Os leitores e o nos-so jornal vão conversar, dialo-gar, desabafar, respirar”. Ter-mina: “Nada na comunica-ção social é assim tão simples. Nada. Nunca”.

Nasce o número 1 (julho/Agosto 2002) de «O Ilhéu» (Açores/Madeira), bimestral, sendo Editor Elder Escobar e Diretor José Luís Cabrita. O Editorial refere que “A adesão dos leitores ao nosso primeiro jornal foi entusiástica. A nível técnico, profissional, pessoal e…até político, imaginem. A verdade, é que, só com a saí-da regular do jornal, no final de cada mês, se saberá como tudo acontecerá: por um lado, a aquisição do jornal pelos lei-tores, por outro lado, o inte-resse em nos escrever, respon-dendo ao nosso questionário, enviando sugestões, artigos de opinião, etc.”. Mais adian-te refere que “Uma socieda-de medrosa, como é, e, sem-pre foi a portuguesa, é uma sociedade apagada, limita-da, frustrada. Onde tudo está mal. Onde se anda aos solu-ços, mais preocupados com o que pensam os vizinhos, do que com aquilo que podemos e devemos fazer”.

(continua)

gregoriogouveia.blogspot.pt

JOaNa HOMEM da COSTa

recomendação de Verão

Emoção recomenda-se, emoção por inteiro, aquela que vem de dentro para fora e de fora para dentro, aquela emoção que preenche todos os espaços e que nos completa não de imediato, mas sim aos poucos, a cada segundo, cada vez mais.

Recomenda-se emoção ver-dadeira, não daquela que é só para demonstrar cá para fora e não a sentir por dentro, aque-la que vem de nós, que traba-lhamos para ela, que quise-mos e achámos que merecía-mos ter. Aquela emoção que recebemos de braços abertos quando estamos prontos para a receber.

Emoção nossa, mesmo nossa, que queremos parti-lhar com alguém. Não daque-la emoção de acharmos que os outros podem ser respon-sáveis por trazer. Recomen-da-se é a emoção constru-ída por nós, porque essa é que nos torna realmente feli-zes, aquela que nos faz sen-tir realizados e sobre a qual temos poder, emoção que os outros trazem podem sempre

um dia querer levá-la e fica-mos sem ela.

Emoção recomenda-se hoje, amanhã, todos os dias. Uns dias serão mais emocio-nantes que outros, mas a emo-ção está sempre lá, enquan-to quisermos que ela este-ja, emoção está sempre a ser construída enquanto dedicar-mos tempo e utilizarmos bons materiais.

O mais importante para obtermos emoção é fazer bom uso do que temos, saber o que precisamos e o que pode servir para construir emo-ção. Materiais desapropria-dos não constroem boa emo-ção, alguns materiais por mais atrativos que pareçam podem não ser os essenciais para a nossa emoção, mas tal-vez para a emoção de outra pessoa.

Emoção aqui e agora, emo-ção apresentada de diversas maneiras, com vários aspetos, importante é viver com emo-ção. Recomenda-se uma dose de emoção várias vezes ao dia, durante a vida toda, não tem efeitos secundários, só pode criar dependência…

PU

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Cidadão Repórter

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 15publicidade

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sociedade16 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

As concorrentes ao MMRP Madeira, evento promovido pela IQSIUS Stra-tegi, têm passa-

do por várias iniciativas, des-de cultura, culinária, moda, solidariedade, entre outros. Experiências que certamente jamais esquecerão.

Este evento, o primeiro do género a se realizar na Madei-ra, visto que é o único concur-so com acesso direto ao con-curso de beleza nacional, pro-porcionou muitos momentos que estas jovens irão recordar com alguma saudade.

O Tribuna ouviu as 12 fina-listas e lançou duas questões:

«O que levou a se candida-

tar ao Miss República Portu-guesa Madeira?»;

«Caso seja a vencedora des-te concurso, qual é o principal objetivo?».

Seguem-se as respostas, facultadas individualmente

pelas candidatas, de acordo com a foto aqui publicada (da esquerda para a direita):

Mónica Pereira (23 anos): «Candidatei-me a este con-

curso porque queria apren-der coisas novas, queria evo-luir como pessoa e, princi-palmente, aproveitar todos os bons momentos e tudo o que a organização deste evento nos proporciona. Se for ven-cedora, pretendo represen-tar o melhor possível a nos-sa Região.»

Débora Gomes (16 anos): «Entrei neste concurso por

ser uma experiência nova, conhecer novas pessoas, tam-bém crescer um pouco como mulher, pelas novas experi-ências. Pretendo represen-tar o melhor possível a nos-sa Região.»

Laura Silva (17 anos): «Concorri a este concur-

so porque sempre quis expe-rimentar, sempre quis saber o que é uma Miss. Acho que é muito bom termos oportu-nidades destas. Ficamos com várias experiências. Caso seja vencedora, pretendo repre-sentar o melhor possível a Madeira.»

Ana Vieira (18 anos): «Entrei neste concurso com

o objetivo de crescer enquan-to pessoa, de aproveitar esta oportunidade, visto que esta-mos num meio pequeno e nem sempre temos esta opor-tunidade, muito menos num concurso como este que é de grande visibilidade.

Caso seja vencedora, espe-ro representar bem a nos-sa Região, e ir o mais longe possível.»

misses querem levar a madeira o “mais longe possível”A Miss República Portuguesa Madeira será escolhida neste sábado

SaRa SILVINO

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 sociedade 17

«Beleza por uma boa causa»

Contagem decrescente para a final do evento Miss República Portuguesa Madeira (MMRP Madeira), cuja Gala decorrerá amanhã, sábado, dia 26, no Jardim do Lido. O dia será preenchido de actividades e animação, a partir das 14 horas (aulas de ginásio; mini booking foto-gráfico gratuito; actividades para crianças; workshops de maquilhagem; pilates; insuflável). A promessa é de que seja uma Gala dinâmica, cheia de emoção e com muitas surpresas.

Em seguida, haverá o Jantar de Gala no Hotel Meliã e a after-party na Discoteca Noir.

O dia 27 de Julho, que também contará com a presen-ça das misses, manter-se-á com as actividades do dia ante-rior. De referir, que estes dois dias são com acesso livre, onde a população poderá desfrutar de todas as activida-des e de uma Gala de Misses que pela primeira vez será gratuita.

O MMRP Madeira associa ao projeto uma vertente soli-dária «Beleza por uma boa causa», tendo sido escolhida a Garouta do Calhau e o Centro da Mãe.

O impulsionador deste projeto, Miguel Ferreira, defen-de que «ser Miss vai para além da beleza».

Apontou ao Tribuna que o MMRP Madeira é a primeira real aposta da Miss República Portuguesa na nossa Região. «A IQSIUS Strategi abraçou este projeto com o objeti-vo claro de fazer ir mais além o potencial inexplorado das nossas jovens, e capitalziar essa imagem fazendo-a atingir novos patamares a nível nacional e internacional».

Quanto à final, Miguel Ferreira garante que o evento que irá escolher a Miss, irá promover muitas surpresas e muita animação. Realçando que a entrada será gratuita, e frisando que «é o primeiro passo de um percurso que se pretende dinâmico e orientado para a Madeira e para os madeirenses».

Rosalina Gonçalves (17 anos): «Entrei neste concurso

porque gosto destas experiên-cias e era uma nova oportu-nidade para mim, crescer nos meus objetivos tanto a nível pessoal como profissional. É muito bom. Se for vencedo-ra, tenho o objetivo de repre-sentar bem a nossa Região e levá-la a grandes concursos internacionais.»

Joana Andrade (18 anos): «O principal objetivo pelo

qual entrei neste concurso era adquirir novos conhecimen-tos, conhecer pessoas novas e evoluir enquanto mulher. Se for vencedora, pretendo levar a Região da Madeira o mais longe possível.»

Filipa Fonte (20 anos): «Concorri a este concur-

so porque é o alcançar de um sonho, uma luta que venho a fazer há muitos anos. É uma evolução que quero a nível pessoal e profissional.

Se eu ganhar o títu-lo de Miss, espero conseguir representar bem a Madei-ra e a chegar o mais longe

possível a nível nacional e internacional.»

Isabel Spínola (21 anos): «Decidi participar neste

concurso por ser um concur-so com a grande importân-cia que tem e adquirir todos os conhecimentos que nos são transmitidos diariamente.

Caso seja vencedora, pro-meto representar bem a Madeira e honrar sempre o nome a nível nacional e, qui-çá, internacional.»

Jessica Abreu (18 anos): «Entrei neste concurso

porque para mim seria uma nova oportunidade, um novo desafio, uma nova maneira de crescer como pessoa e a nível profissional, porque a moda é completamente diferen-te. Caso ganhe este concur-so, gostava de deixar a Madei-ra orgulhosa, e poder saber que quando voltasse de con-cursos a nível internacional, o que espero, que tinha cá esse apoio.»

Alexandra Pestana (16 anos): «Candidatei-me para

conhecer gente nova, para ter novas experiências e cres-cer enquanto pessoa e cida-dã que vive numa socieda-de, para aprender o que é ser uma Miss. Caso seja ven-cedora, espero representar a Madeira o melhor possível e deixar todos os madeirenses orgulhosos.»

Melissa Ventura (16 anos): «Entrei neste concurso por-

que é uma experiência nova, é a primeira vez que este con-curso está cá na Madeira e dá-nos uma formação gigan-tesca a nível profissional e também pessoal. Se eu con-seguir ser classificada, espe-ro representar muito bem a Madeira, e quem sabe um dia internacionalmente.»

Diva Santos (19 anos): «Participei neste concur-

so porque é o realizar de um sonho. Gosto imenso deste meio e queria muito apren-der, crescer como mulher. Caso ganhe, espero represen-tar bem a Madeira e farei tudo para isso. Pretendo levar o nome da Madeira o mais lon-ge possível.» l

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sociedade18 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

O Instituto do Vinho, do Bor-dado e do A r t e s a n a -to da Madei-

ra (IVBAM) promoveu uma Exposição de Artesanato da Madeira, no Teatro Munici-pal Baltazar Dias.

O repto lançado pelo IVBAM aos artesãos detento-res da Carta de Artesão teve uma grande recetividade, com 16 artesãos a demons-trarem todo o interesse em participar nesta mostra.

Nos últimos anos tem-se registado um aumento signi-ficativo no número de arte-sãos reconhecidos, ou seja detentores da Carta de Arte-são, sinal de uma crescen-te importância e valor atri-buídos às atividades artesa-nais, assim como forma de

complementar outra ativi-dade profissional ou mes-mo como opção de carreira profissional.

Este aumento de artesãos devidamente reconhecidos é acompanhado por uma diver-sificação salutar de ofícios e de materiais utilizados que refletem uma crescente cria-tividade e inovação.

Nesta exposição patente público, cuja entrada é gra-tuita, são apresentados ofí-cios de diferentes naturezas e que se dividem em trabalhos contemporâneos e outros mais tradicionais.

O local da exposição atraiu madeirenses, mas também muitos turistas, sendo estes últimos um público-alvo par-ticularmente interessado nas artes tradicionais da Região que visitam. l

O Dia dos Avós, assinala-do a 26 de julho, será come-morado com um passeio à zona Leste da Ilha. O pas-seio foi sugerido pela Casa do Povo de São Martinho e pelo Agrupamento 420 dos Escuteiros da Nazaré.

Será celebrada uma mis-sa campal no Montado do Pereiro, pelas 11:30H, e depois servido um almoço, confecionado por este Agru-pamento do Corpo Nacional de Escutas (CNE).

Uma atividade que faz par-te das ações de voluntariado levadas a cabo pelos Pionei-ros (jovens escuteiros dos 14 aos 17 anos). l

A Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira, no ainda decorrente ano letivo de 2013/2014, viu a sua dedicação ao projeto Eco-Escolas reconhecida, ao obter a significativa classificação de 81,66% (numa escala de 0 a 100%) na auditoria ambiental realizada no âmbito deste pro-jeto, no dia 1 de abril de 2014. Assim sendo, este estabele-cimento de ensino irá rece-ber um Diploma de Qualidade emitido em seu nome, refor-çando o bom nome da esco-la que alia a aposta na forma-ção profissional dos seus alu-nos, fornecendo-lhes compe-tências e conhecimentos que os preparam para a entra-da no mercado de trabalho, à

exposição de artesanato da madeira mobilizou 16 artesãos

«dia dos avós» comemorado com um passeio

eco-escolas na ephtm

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formação pessoal de futuros cidadãos, conscientes da cada vez mais urgente necessidade de se cuidar do ambiente, de modo a atender-se à vida de todos os seres.

O resultado da auditoria ambiental é fruto de um per-curso traçado sob a coorde-nação dos professores Cris-tiano Veloso e Laura Teixei-ra da Silva, os quais com o apoio incontestável da dire-ção pedagógica, visaram que a escola abraçasse pelo quar-to ano consecutivo o Eco-Es-colas, um projeto marcado pelo entusiasmo, criativida-de e desafio evidenciados nas atividades desenvolvidas, tais como, a construção de pape-lões com caixas de cartão, a elaboração de jogos didáti-cos e de artigos de decora-ção, bem como, a construção de um sofá com paletes de madeira e de uma horta bio-lógica na escola. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 opinião 19

CELSO NETO

O que me irão roubar amanhã?

Será o carroQue comprei a prestações?Serão os apartamentos Que comprei a créditoPara deixar aos meus filhos e

netos?Será a parte da quintinhaQue me coube em herançaPela morte da minha tia e dos

meus pais?Sinto-me revoltado com pés de

barroEsmagado pelas inquietaçõesAutênticos tormentosCausados por este modo de rou-

bar, inéditoDe um desgoverno de analfabetosReles gentinhaQue enche a pançaCom a desgraça dos demais!

Podeis roubar-me à vontade…Estou frágil… é da idade!Tirai-me a reforma ou a pensãoMas a Alma, NÃO!

Ide embora, canalhada!Antes que fiquemos sem nada!O Portugal que estais a destruirHá de arranjar forças para vos

punir!

Se vier uma peste que vos leveAo vosso funeral… farei greve!

HUMBERTO PINHO da SILVa

COMO PEnSA O HOMEM DA ruA

Na pequena estante de meu quar-to de solteiro, havia pouco mais de trinta volumes. Quase todos de Cami-lo, alguns de Fulton Sheen e Mário Gonçalves Viana, e meia dúzia de Marden.

Nos livros de Marden moldei o carácter, e arquitetei a pouca cultura que adquiri ao longo dos anos e com Mário G. Viana aprendi a pensar e a formar opinião.

Entre as obras da juventude, a que mais me impressionou, foi “ A Arte de Estudar “ de M. G. Viana. Havia nela curioso diálogo, travado entre profes-sor e aluno do Colégio da Trindade, de Oxford, que obtivera diploma.

“ O estudante acabava de concluir o curso e resolveu ir despedir-se do diretor:

- Senhor diretor: como acabei a minha educação, vou-me embora amanhã.

Ouvindo isto, o austero mes-tre exclamou, entre surpreendido e irónico:

- Como pode ser isso? Acabaste de dizer, se não estou em erro, que con-cluíste a tua educação? Pois, meu rapaz, fica sabendo que eu ainda só agora sei que verdadeiramente come-cei a saber alguma coisa!”

Na escola, aprende-se o básico, os alicerces, onde assenta a estrutura da nossa cultura. Nada mais.

Saber: aprende-se com a experiên-cia e constante estudo.

Sei bem que se dá mais valor ao “ canudo “, passado pela Universida-de., que ao conhecimento adquirido por autodidatismo. É engano, em que muitos costumam cair.

Cesário Verde – como outros ilus-tres intelectuais, conhecedores da ignorância das massas, – matriculou-se na Faculdade de Letras, para obter respeito no mundo da Literatura! ….

Erasmo (cito “ Erasme”, por Léon-E. Halkin) também sabia que para se ter mérito reconhecido, é preciso ser dou-tor e ir ao estrangeiro.

Diz Erasmo: “ Duas coisas, sinto-o, se me tornam verdadeiramente neces-sárias: em primeiro lugar ir a Itália para dar à minha cienciazinha auto-ridade desta ilustre estadia; depois obter o grau de doutor. Ambas as coi-sas são igualmente absurdas: ninguém muda de espírito por atravessar o oce-ano, como diz Horácio, e não regres-sarei com mais sabedoria, nem como um cabelo. Mas os tempos são assim; ninguém, mesmo as pessoas mais sen-satas, acredita no vosso mérito se não vos poder chamar Mestre.”

Os nossos Mestres da pintura, escultura e música, não o são só por serem geniais, mas porque foram a Paris, e frequentaram o meio artístico da Cidade da Luz.

Do mesmo jeito, como hoje se vai obter o mestrado ou doutoramento, aos Estados Unidos, e a famosas Uni-versidades Europeias.

Dentista de meu pai, tinha no con-sultório, encaixilhado a prata, certi-ficado de estágio de cinco horas, em São Paulo! …

Era para impressionar…

O povo, que não sabe avaliar pela pró-pria cabeça, mede o saber, pelos – diplomas, prémios ou pareceres de críticos e comentaristas.

Olvida, que na maioria das vezes, as opiniões são dadas por amizade ou por serem correligionários – no par-tido politico, ou associação secreta….ou quase.

Se lhe dizem que a obra é boa, que é best-seller, adquirem-na, para ofe-recerem, afirmando, a pés juntos, que é excecional….e muitas vezes nunca a leram…

Nada há mais influenciável que a opinião pública – basta repetir, afir-mar, elogiar na mass-media, para ser vendido e estar na moda.

A competência, o mérito, seja de quem for, só é reconhecido pelo diplo-ma, prémios recebidos ou testemunho de personalidades influentes.

Por isso há tanta gente culta, sem diploma, que passa por ignoran-te, e tantos diplomados, considera-dos sapientes, e que nada sabem… mas são escutados atentamente, gra-ças ao certificado que penduraram no escritório.

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opinião20 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

O conceito de ‘Crime Sto-ppers’ surgiu, originalmen-te, em Albuquerque, no Novo México, Estados Unidos da América (EUA), na sequência de um homicídio, com con-tornos de especial perversi-dade e malvadez, em relação ao qual os métodos tradicio-nais de investigação criminal dos órgãos de polícia criminal não foram suficientes para deslindá-lo e responsabilizar penalmente os seus autores, de identidade desconhecida.

Quando o jovem estudan-te universitário, de nome Michael Carmen, foi morto a tiro durante um assalto a um posto de combustível em Albuquerque, corria o ano de 1976, o investigador policial responsável pelo caso, Greg MacAleese, não fazia a mais pequena idéia de quem seria o responsável pelo bárbaro

crime, já que aparentemente não havia testemunhas, siste-ma de CCTV, móbil ou vestí-gios no cenário de crime.

O malogrado Carmen era um cidadão pacato, que esta-va a duas semanas de se casar e que, naquele dia, trabalha-va um turno extra no posto de combustível, a pedido de um colega de trabalho, quando foi vítima de disparos de caçadei-ra à queima-roupa por par-te de assaltantes desconhe-cidos. Quando a polícia che-gou ao local, deparou-se com o jovem Carmen gravemente ferido na zona do abdómen, quase inanimado. A equipa de emergência médica man-teve-o vivo durante quatro horas, sem que conseguisse identificar ou apontar quem tinha sido o responsável pelos disparos.

Determinado em apresen-tar o autor do crime à justi-ça, MacAleese, que trabalha-ra num jornal antes de entrar para a Polícia de Albuquer-que, cedo apercebeu-se que teria de recorrer à participa-ção ativa do público para con-seguir reunir informações e indícios relacionados com o este misterioso e violento homicídio.

Foi então que teve a ideia visionária de fazer um vídeo, no qual encenou o homicídio de Carmen, apelando à cola-boração do público e garan-tindo o anonimato total para quem estivesse disposto a contatar a polícia com infor-mações úteis, a par de uma recompensa/prémio monetá-rio – paga do seu próprio bol-so – de modo a incentivar a comunidade a envolver-se e a colaborar na resolução do caso. Para facilitar a sua difu-

são junto do grande públi-co, pensou em recorrer aos órgãos de comunicação social locais.

Urge demarcar que, na década de setenta do sécu-lo passado, a cidade de Albu-querque, densamente povo-ada, tinha uma das taxas de criminalidade mais elevadas per capita dos EUA e as pes-soas tinham receio de aju-dar a polícia, temendo repre-sálias. Ademais, aquela loca-lidade fica geograficamen-te perto da fronteira com o México, sendo muito perme-ável à poderosa influência cri-minosa dos Cartéis mexica-nos, organizações criminosas altamente estruturadas que dominam as redes de tráfico de estupefacientes em toda a região, atuando com grande violência e mão de ferro dos dois lados da fronteira.1

A inovadora estratégia de MacAleese, inconscientemen-te alicerçada nos Peelian Prin-ciples2, viria, contra todas a probabilidades, a alcançar o sucesso.

Poucas horas depois da emissão da encenação do assassinato por parte de um canal de televisão local, o investigador policial recebeu um telefonema. Na verdade, ao visualizar o vídeo/encena-ção de Greg MacAleese, um telespectador recordou-se que, alguns dias antes, tinha ouvido um barulho estriden-te quando se encontrava no interior de um bar localizado nas imediações do posto de combustível e que, em segui-da, viu um carro a encetar fuga do local. Segundo esta testemunha ocular, o veícu-lo em causa pertencia a uma pessoa residente num com-

CrIME STOPPErS

ROBERTO N. a. FERNaNdES

delegado do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) no Comando Regional da Madeira

plexo habitacional sito nas proximidades.

No seguimento desta pis-ta inusitada e da recolha de várias evidências probató-rias, MacAleese e a sua briga-da de investigação criminal, acabaram por prender dois homens suspeitos do homicí-do do estudante universitário, os quais, mais tarde, viriam mesmo a ser indiciados pela autoria de uma série de rou-bos à mão armada naquele Estado norte-americano.

Note-se que, MacAleese, em resultado da exposição nos mass media da reconstitui-ção do crime, recebeu diver-sas chamadas de populares anónimos a denunciar outros tipos de ilícitos, incluindo um que permitiu à polícia identi-ficar o autor de uma violação de uma jovem mulher.

Com base no sucesso desta sua iniciativa, MacAleese con-venceu o comando do Depar-tamento de Polícia de Albu-querque a estimular a criação de um programa de policia-mento comunitário a que veio designar de Crime Stoppers, o primeiro dos muitos que atu-almente existem nos quatro cantos do mundo, particular-mente nos países de inspira-ção anglo-saxónica.3

Pelos seus esforços e dedi-cação à causa pública, MacA-leese foi distinguido como uma das personalidades que, na década de 1970, redese-nhou as estratégias preven-tivas e repressivas de com-bate ao crime, influencian-do a mudança da política dos EUA na debelação dos flage-los criminais.

Segundo os resultados da pesquisa operada para a fei-tura do corrente artigo, des-de a adoção do programa comunitário Crime Stoppers implementada por MacAlee-se, a taxa de criminalidade de Albuquerque desceu de modo significativo e, presentemen-te, já não figura na lista das 20 cidades com a maior taxa de criminalidade per capita.

Do acima expandido, extraí-se a rápida conclusão que, tal como vimos no ensaio da semana passada sobre o pro-grama de ‘Tolerância Zero’4, a PARTICIPAÇÃO E ENVOLVI-MENTO DA COMUNIDADE NO COMBATE AO CRIME

E A CONDUTAS DESVIAN-TES AFIGURA-SE DECISIVA PARA O SUCESSO de políti-cas de SEGURANÇA PÚBLI-CA e para a melhoria do bem-estar e ordem social.5

Um policiamento efetivo e bem-sucedido só se atingem quando há uma cooperação, reciprocidade e entrosamento bidirecional entre a polícia e o público (e vice-versa).

E esta franca aproxima-ção, este diálogo permanente e esta promoção do conheci-mento mútuo junto da comu-nidade tem sido a magna aposta da Polícia de Seguran-ça Pública (PSP) nas respe-tivas zonas urbanas sob sua responsabilidade territorial, continentais e arquipelágicas, desde, pelo menos, os anos 30 o século passado.6

Aproveitando as sapientes palavras de Sir Robert Peel, é fundamental que tenha-mos consciência de que “A POLÍCIA É O PÚBLICO E O PÚBLICO É A POLÍCIA”.

Juntos estamos mais seguros!

Ordinem et Patria.

Fontes:Polícia, Segurança e •Ordem Pública – Perspe-tivas Portuguesas e Bra-sileiras, Susana Durão e Marcio Darck, 2012.Sítio dos Crime Stoppers, •disponível através de https://crimestoppers.com.au/.

1- A aclamada série televisiva Ruptura Total (2008 – 2013), com o título original “Breaking Bad”, apesar de ser um produto de ficção, ilustra muito bem esta conturbada e problemática realida-de que afeta Albuquerque e todo o Novo México.

2- Designação pela qual é comummente conhecida a estratégia-mestra de policiamento advogada por Sir Robert Peel, no princí-pio do século passado, potenciaram a reestruturação e implemen-tação de uma força policial ética para a cidade de Londres, essen-cialmente assente na confiança e responsabilidade. Peel defendia que a segurança dependia da concertação e aproximação entre a

polícia e a comunidade.

3- Vide, por exemplo, o sítio da Queensland Police, Austrália, através de:

http://www.police.qld.gov.au/programs/crimeStoppers/

4- Fundamentado no artigo de James Q. Wilson e de Geor-ge Kelling, publicado no ano de 1982, na revista norte-america-na Atlantic Montly, com o título ‘Broken Windows: the police and neighborhood safety’.

5- São bons exemplos disso os projetos de Neighbourhood Watch em que, através de parceiras entre a Polícia e a forças vivas da comunidade, um grupo de cidadãos – voluntários – organiza-se para ajudar a manter a sua área residencial mais segura, contri-buindo para aumentar a vigilância para situações, comportamen-tos ou pessoas suspeitas, reportando-as com pormenor à Polícia.

6- Disso mesmo, demos conta através do artigo intitulado ‘Os albergues da polícia: a génese do policiamento de proximidade português?’, publicado no Tribuna da Madeira em 28 de março e 23 de maio.

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 opinião 21

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DivAGAnDo...

VIRGÍLIO PEREIRa

A Festa da Autonomia

É já no próximo domin-go que o PSD/Madeira leva a efeito a grande festa popular, na herdade do Chão da Lagoa, hoje conhecida como Festa da Autonomia.

O Partido Social-Democra-ta da Madeira tudo tem feito para que nesse dia convivam madeirenses e porto-santen-ses em volta do ideal auto-nómico, independentemen-te da ideologia política que perfilham.

Nesse dia pretende-se, aci-ma de tudo, festejar e mos-trar o nosso apoio à Autono-mia que, segundo a opinião de grande parte dos ilhéus deste arquipélago, permitiu o desenvolvimento que se cons-tatou e ainda se pode verifi-car, nos últimos 38 anos.

É claro e até legítimo que os cidadãos anti-autonómi-cos tudo façam para desva-lorizá-la, negá-la e classifi-car de desastrosa a presta-ção dos governantes autono-mistas. Há quem o faça por convicção, mesmo que mal fundamentada, mas muitos assumem essa posição, não por nacionalismo exacerbado, mas porque defendem melhor os seus interesses como alia-dos aparentemente incondi-cionais dos sucessivos gover-nos da República e dos parti-dos que os suportam.

Desde a minha geração houve e há quem seja anti-autonomista. A experiência

política que tive na vida con-venceu-me que não há um único partido, ainda hoje, que seja sinceramente pró-Autonomia. Peço desculpa se estou a cometer alguma injus-tiça, mas estou a afirmar o que senti e sinto no meu rela-cionamento com políticos de todas as áreas partidárias.

Verdadeira e democrati-camente, compete às recen-tes e futuras gerações decidir que caminho querem seguir, mas julgo que é indiscutível reconhecer também que os autonomistas do passado e de hoje, têm o direito de festejar um evento que consideram ter sido a maior e melhor con-quista que a Madeira obteve, consagrada na Constituição da República de 1976, o que só foi possível com a revolu-ção do 25 de Abril de 1974.

Não sou dos que bran-queiam os erros cometidos nestas quase quatro dezenas de anos, mas a minha forte inclinação autonomista não enfraquece perante essa rea-lidade. Pelo contrário, exige que analisemos todos essas situações com desprendimen-to e se reforce o empenho dos autonomistas no prosse-guimento do caminho per-corrido, com o cuidado de não repetir esses erros e com o compromisso de clarifi-car, reorganizar e melhorar a matriz política e orgânica da Autonomia total que se pre-tende para o futuro.

Por exemplo: não há o direito de exigirem de nós o pagamento integral das nos-sas dividias e não permitirem que se diversifique e maximi-

CARTÓRIO NOTARIAL PRIVADO EM SANTA CRUZ - MADEIRA

Notária Carla Cristina de Jesus Alves Rua da Fonte, 13º, 1º andar, Santa Cruz

(publicado no Tribuna da Madeira 25-07-2014)

Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada hoje, com início a folhas quarenta e oito e seguinte do livro de notas para escrituras diversas número quarenta e oito C, Maria da Conceição Vieira Olival, divorciada, natural da freguesia e concelho de Machico, onde reside ao Sítio da Misericórdia, em representação de seus filhos: Carla Simone Olival da Silva, NIF 216 770 840; Marco Paulo Olival da Silva, NIF 216 770 823; Liliana Rubina Olival da Silva, NIF 216 770 831, todos solteiros, maiores, naturais da freguesia e concelho de Machico, onde residem ao Sítio da Misericórdia, declarou que os seus representados são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, localizado ao Sítio da Misericórdia, na freguesia e concelho de Machico, com a área total de oitenta e cinco metros quadrados, composto por casa de habitação, que confronta a norte com Manuel Mendonça, a sul com Manuel Franco, a leste com Daniel Silva e a oeste com Ribeiro, inscrito na matriz predial sob o artigo 3377, sem correspondência com o artigo anterior por antiguidade do actual, com o valor patrimonial e atribuído para efeitos do presente acto de quarenta e um mil quatrocentos e cinquenta euros, prédio que se encontra omisso na Conservatória do Registo Predial de Machico. Que o referido prédio veio posse dos justificantes, por doação verbal feita, em mil novecentos e noventa e dois, pelos avós paternos dos representados pela primeira outorgante, Daniel da Silva e mulher Ângela Teixeira, casados que foram sob o regime da comunhão geral, ele actualmente já falecido, residentes que foram ao Sítio da Misericórdia, na freguesia e concelho de Machico. Que pelo facto da aquisição ter sido feita de forma verbal os justificantes não dispõem de documento algum que lhes permita fazer o registo do prédio anteriormente identificado em seu nome. Mas apesar disso, desde aquele ano os justificantes, estão na posse do identificado prédio, retirando dele todas as utilidades e suportando os respectivos encargos, praticando sobre ele os actos materiais de posse correspondentes ao exercício do direito de propriedade, nomeadamente habitando a casa, na convicção de estarem a exercer tal direito, à vista das pessoas em geral e sem oposição ou violência de quem quer que seja, pelo que já o adquiriram a título originário por usucapião.

É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita.

Santa Cruz, sete de julho de dois mil e catorze.A Notária,

Carla Cristina de Jesus Alves

ze as nossas fontes de recei-tas próprias e até se boico-te algumas delas. Não é jus-to nem democrático. Refiro-me a todos os obstáculos que puseram no desenvolvimen-to do Centro Internacional de Negócios da Madeira. Tam-bém não concordo com os que, a viva força, tudo fazem para obscurecer esses erros, não tendo a humildade de confessar ao Povo regional que lamentam o seu cometi-mento, salvaguardando que quem não comete erros é quem nada faz. Isso é pôr-se a jeito de levar pancada dos integracionistas e de facilitar a propagação das suas ideias.

Mas, como digo atrás, as gerações que devem gover-nar agora e no futuro a nossa Região é que devem decidir o que pretendem, tendo em contas as lições do passado.

Entretanto, festejemos com os nossos conterrâne-os social-democratas ou não, mas autonomistas, a Autono-mia de que usufruímos pre-sentemente e que nos ajudou, comprovadamente, a inflec-tirmos o nosso caminho que era o de região mais pobre do país em 1976 para uma das mais desenvolvidas no ano presente, pese embora as ter-ríveis dificuldades em que, desde 2009 para cá, fomos obrigados a viver.

Não aceitemos também a grande mentira de se dizer que nos últimos anos o país podia gerir as suas capacida-des financeiras e económicas, pagando os juros da dívida e amortizando-a sem qualquer tipo de austeridade. Isso é pura demagogia e oportunis-mo político.

Divirtamo-nos na herdade do Chão da Lagoa e façamos toda a força necessária para que a nossa voz seja ouvi-da pelo Estado e na esperan-ça de que a Europa do euro e o Governo da República se convençam que têm de aban-donar a austeridade sádica e optar por um rigor humani-zado e que nos leve de volta ao progresso que alcançámos anteriormente.

www.tribunadamadeira.pt

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economia22 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

No 2º trimestre de 2014, as vendas de cimento na RAM ascenderam a 45,7 mil toneladas, refletindo um aumento de 11,4% face ao trimestre homólogo de 2013. 45,7

JUaN aNdRadE

[email protected]

Segundo os últimos núme-ros dados a conhecer pelo Ins-tituto de Emprego e Formação Profissional, no final do pas-sado mês de junho o núme-ro de desempregados regista-dos na Madeira era de 21780.

Uma descida de -2,8% quan-do comparado com o mês anterior quando existia 602 desempregados.

Já em comparação ao ano anterior e tendo como compa-ração o mesmo mês, verifica-se

que o número de desemprega-dos decresceu -6,7%, sendo que em junho de 2013 as estatísticas davam conta de 23345 (-1565).

No todo nacional, no final do mês de junho de 2014, esta-vam inscritos como desempre-

gados, nos Centros de Empre-go do Continente e Regiões Autónomas, 614 982 indiví-duos, número que representa 70,7% de um total de 870 448 pedidos de emprego.

O total de desemprega-

dos registados no País dimi-nuiu (-10,9%; -74 951), em comparação

com o mês homólogo de 2013. Em relação ao mês ante-rior, também se observou uma diminuição (-3,4%; -21 428). l

para viagens de ida e volta. os estudantes ainda terão mais benefí-cios.

O Presidente do Governo anun-ciou a conclu-são das nego-ciações com o

Governo da República sobre o novo modelo de Obriga-ções de Serviço Público nas ligações aéreas entre os Aço-res e o Continente e a Madei-ra, que prevê que os Açoria-nos paguem um valor máxi-mo de 134 euros pelas suas deslocações e a liberalização das rotas entre o Continente e Ponta Delgada e a Terceira.

O modelo apresentado por Vasco Cordeiro, em confe-rência de imprensa, inclui, assim, a liberalização das rotas Lisboa/Ponta Delgada; Lisboa/Terceira; Porto/Pon-ta Delgada e Porto/Tercei-ra, assim como a proteção diferenciada dos residentes e estudantes Açorianos.

Segundo o gabinete de apoio à comunicação Social açoriano, além disso, ficaram contempladas melhorias das condições das Obrigações de Serviço Público (OSP) nas rotas Lisboa/Santa Maria; Lisboa/Pico, dos encaminha-mentos no interior da Região para as gateways com ligação ao exterior, e do transporte de carga por via aérea entre os Açores e o Continente.

“A conclusão desta fase negocial é, sobretudo, a pro-va de que o Governo dos Aço-

res não baixa os braços, nem desiste. De que os Açoria-nos podem contar com o nos-so Governo para construir e ganhar soluções para o futu-ro da nossa terra”, adiantou o Presidente do Governo aos jornalistas, realçando os efei-tos positivos que este mode-lo poderá trazer para os vários setores da economia regional.

Segundo anunciou, as rotas Lisboa/Ponta Delgada; Lis-boa/Terceira; Porto/Pon-ta Delgada e Porto/Terceira passam, assim, a ficar total-mente abertas à entrada de qualquer companhia aérea, incluindo as chamadas “low-cost”.

“Também aqui, a concor-rência trará, seguramente, benefícios, quer ao nível do preço das passagens, quer ao nível da qualidade do ser-viço prestados”, disse Vas-co Cordeiro, ao garantir que a proteção diferenciada dos residentes e estudantes Aço-

rianos constituiu sempre um princípio inegociável para o Governo dos Açores neste processo.

“Em cumprimento deste princípio, os residentes nos Açores passam a ter um valor máximo a pagar nas suas des-locações ao Continente que é de 134 euros, o que repre-senta o preço final da pas-sagem ida e volta, sem res-trições, e, por conseguinte, inclui a tarifa, todas as taxas aeroportuárias e de emissão de bilhete, e, ainda, a taxa de combustível”.

De acordo com Vasco Cor-deiro, este preço é garantido através do pagamento dire-to aos residentes do subsí-dio, nos casos em que o pre-ço praticado pelas compa-nhias aéreas ultrapasse os 134 euros, mediante a apre-sentação, após a viagem, dos comprovativos da mesma.

Relativamente aos estu-dantes Açorianos, passam a

ter um valor máximo a pagar nas suas deslocações ao Con-tinente para prosseguirem os seus estudos de 99 euros, o que é, também, o preço final da passagem de ida e volta, sem restrições.

No caso das ligações entre os Açores e a Madeira, o pro-cedimento de garantia de um preço máximo de passagem e de pagamento é o mesmo, sendo que o valor máximo para os residentes será de 119 euros e para os estudantes de 89 euros.

“Registe-se que os preços máximos referidos, que sig-nificam uma redução de cer-ca de 50% em relação aos valores atuais, são aplicáveis em todas as Gateways dos Açores, independentemen-te do regime das respetivas rotas. Ou seja, é um preço máximo garantido a todos os Açorianos de todas as ilhas nas ligações com o Continen-te, utilizem eles os voos a

partir de Santa Maria, de São Miguel, da Terceira, do Pico ou do Faial”, garantiu Vasco Cordeiro.

Na conferência de impren-sa, o Presidente do Governo adiantou, ainda, que o preço máximo a pagar pelos Aço-rianos nas suas deslocações para o Continente e para a Madeira poderá ainda ser inferior. No caso das rotas liberalizadas, pelo efeito da concorrência, no caso das rotas Obrigações de Serviço Público, pela consagração da existência de tarifas promo-cionais no respetivo regula-mento de rota OSP.

No que concerne à melho-ria das condições das Obriga-ções de Serviço Público nas rotas Lisboa/Santa Maria e Lisboa/Pico, Vasco Cordei-ro afirmou que ficou contem-plado o reforço destas liga-ções aéreas, estipulando-se o mínimo de duas ligações semanais. l

21780 desempregados na região

açorianos com tarifas máximas de 134 euros para o Continente e madeira

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A ACIF-CCIM convida os senho-res empresários a integrar o seu espa-ço no Salão Imobiliário de Portugal que decorrerá de 8 a 12 de outubro, na FIL, em Lisboa.

Esta participação acontece no âmbi-to do projeto Cooperação Empresa-rial, financiado pelo Intervir +, cuja comparticipação poderá chegar aos 85% das despesas elegíveis.

O SIL acompanha o setor imobili-ário em mercados promissores, par-ticipando em eventos internacionais ao longo do ano. Agora o SIL regres-sa a Lisboa - eleita a melhor cidade europeia para viagens de curta dura-ção nos WTA – World Travel Awar-ds 2013. Lisboa é cada vez mais um destino não só de turistas, mas de investidores. O SIL reforça a captação de investimento e Internacionaliza o setor imobiliário português.

Destaque SIL 2014

Dia de Portugal | China- Participação de investidores Chi-

neses – Visita ao SIL e B2B - Seminário: “1º Grande Encontro

de Investimento China – Portugal”Organização: Fundação AIP com a

colaboração de Entidades institucio-nais e oficiais Chinesas em Portugal

Dia de Portugal | França - Participação de investidores

Franceses – Visita ao SIL e B2B - Workshop “ Potencialidades do

Mercado Francês ”Organização: Fundação AIP com

a colaboração de Entidades institu-cionais e oficiais Francesas em Por-tugal

C.P.L.P | encontros empresariais- Representação do Brasil, Cabo

Verde, Moçambique, Angola, Gui-né Bissau e Macau proporcionando encontros entre Promotores e Inves-tidores.

Organização: Fundação AIP com a colaboração da CIMLOP

As manifestações de interesse deve-rão ser enviadas para a ACIF-CCIM até ao dia 28 de julho de 2014, para que possamos apurar o valor final por empresa participante.

Este é um evento organizado pela Fundação AIP, através da AIP – Fei-ras, Congressos e Eventos e FIL - Fei-ra Internacional de Lisboa.

Para qualquer informação adicio-nal, poderá contactar o Departamento de Eventos e Comunicação da ACIF-CCIM ([email protected]).

Salão Imobiliário de Portugal Ponto de encontro de investidores, empresários, técnicos, organismos públicos e consumidor final

Últimas inscriçõesA ACIF-CCIM, no âmbito do pro-

grama Intervir+, e em parceria com a Fundação AIP, através da AIP – Fei-ras, Congressos e Eventos, convida os senhores empresários a participar na FACIM – Feira Internacional de Maputo (espaço ACIF-CCIM), que se realizará em Marracuene de 25 de a 31 de agosto de 2014.

Interessado? Contacte o Depar-tamento de Eventos e Comunicação da ACIF-CCIM ([email protected]) até ao dia 28 de julho.

De 8 a 12 de outubro

25 a 31 de agosto

FACIM – Feira Internacional de Maputo

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opinião24 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2013

JOãO HENRIqUE GONçaLVES

advogado

Esta recentíssima ques-tão do acto de guerra contra população civil (passageiros e tripulação do avião MH17) que é o abatimento do avião malásio em Donetsk, não é um acto isolado. É sim mais um acto a juntar a muitos outros e que se estão a passar na Europa de leste, que se está a movimentar duma maneira nunca antes vista, nem pensá-vel neste início de século XXI e com o patrocínio da Federa-ção Russa e de Putin.

Senão vejamos: três antigas repúblicas soviéticas, Geór-gia, Moldávia e Ucrania assi-naram acordos de associação com a União Europeia ape-sar das tentativas por vezes violentas de obstrução deste processo.

Este é um passo importante para o desenvolvimento des-tes países, os quais lutaram para muito para conseguirem estabilidade desde a dissolu-ção da União Soviética.

Mas não é credível que a Federação Russa abra mão do domínio sobre estes paí-ses como no tempo da União Soviética.

Como a actual e decorren-te crise na Ucrania demons-tra todos os dias, as antigas republicas soviéticas que ten-tam tomar decisões geopolí-ticas sem o assentimento do Kremlin não ficam intactas e integras no sentido geográfi-co, durante muito tempo. Na Geórgia as regiões dissidentes da Abkhazia e Ossétia do Sul tiveram de facto independên-cia desde que receberam que o reconhecimento indispen-sável da Rússia em 2008.

Hoje o seu retrocesso pare-ce mais distante do que nun-ca. Por seu lado a Moldávia tem vindo a lutar, por mais de duas décadas a reivindicar o

seu controlo da separação da região da Transnístria. Ainda mais que no inicio deste ano a pequeníssima região autó-noma da Gagaúzia, com a sua população indígena de ori-gem e língua e de ascendên-cia turca, anunciou num refe-rendo respaldado e a cober-to da Rússia que tem o direito de secessão ou separação da Moldávia se esta perder a sua qualidade de Estado.

O perigo agora deste movi-mento de secessão, é que os lideres pró secessão podem distorcer a perda de sobera-nia supostamente inerente ao contrato de associação com a União Europeia, (por trans-ferência de alguma soberania partilhada como integração na EU) precisamente como base para a perda dessa soberania (partilhada) para a reivindi-cação da secessão e constante dessa sua reivindicação.

Para além do desencoraja-mento das antigas repúblicas soviéticas de prosseguirem e aprofundarem os seus laços com a União Europeia, a Rús-sia, criou, ela própria, uma espécie de união europeia a saber a “União Económica Eurasiana” (UEE). Em Maio passado os líderes da Rús-sia, Bielorrússia, e Cazaquis-tão estabeleceram esta orga-nização assinando um trata-do que a concretiza a par-tir do próximo ano, portan-to em 2015, pressupondo que os parlamentos dos três paí-ses a ratifiquem. ( o que a rús-sia já certificou que isso vai acontecer).

O Presidente russo Vladi-mir Putin insistiu que a UEE não constitui uma tentativa de ressuscitar a antiga União Soviética, mas qualquer anti-ga republica das republicas soviéticas tem a possibilida-de de se juntar a esta organi-zação e algumas estão mui-to ansiosas para fazê-lo. Uma sondagem recente indica que 80% dos cidadãos do Caza-quistão apoiam Putin e cer-ca de 70% apoiam a adesão à UEE.

Apesar de alguns países

terem preservado, em rela-ção às ameaças da Rússia de fomentarem e mesmo criarem conflitos de origem separatis-ta ( como é o caso da Ucra-nia no caso dos separatistas de Donetsk e da ocupação ile-gal da Crimeia) e de outros problemas para dentro das suas fronteiras se escolherem integrar a União Europeia, alguns aceitaram esta inad-missível pressão. Em Setem-bro do ano passado a Armé-nia, que tem estado envol-vida num conflito que dura mais de duas décadas com o seu vizinho Azerbaijão por via da separação do enclave de Nagorno-Karabakh, subita-mente suspendeu as suas con-versações para a integração na União Europeia, e anun-ciou a intenção de integrar esta organização liderada pela Rússia (UEE).

O Quirguistão, um dos mais pobres países da Asia Central e da era pós soviética, não tem problemas de separatismo, mas luta com tensões étnicas no sul do país onde o choque entre Uzbeques e cidadãos do Quirguistão em 2010 e que provocou mais de quatro cen-tenas de mortos. Este mês este país fechou um centro militar americano que lá exis-tia, perto de Bichkek, imedia-tamente antes de declarar a intenção de fazer uma união aduaneira antes de integrar a UEE russa no final deste ano.

O Kremlin está a usar outros mecanismos para exercer pressões adicionais sobre as antigas repúblicas soviéticas com fins que exce-dem a cooperação internacio-nal e que o ocidente nome-adamente a União Europeia teima em não ver e entender ou não quer entender, mas isso veremos numa próxima oportunidade.

(continua na próxima semana)

O xadrez da Europa oriental e a união Europeia (1)

Á deriva é como nos encontramos.

Não, não vou falar-lhes do desenvolvimento dos debates no seio do PS, nem tão pouco no PSD Madeira. Se é verdade que o “filme” que assistimos é, eventualmente, digno de tra-duzir, de uma forma livre, a palavra deriva.

A semântica encobre mui-tas coisas, mas a deriva mais preocupante, nos nossos dias, prende-se com o conceito da responsabilidade e da culpa.

De uma forma, aparente-mente, inesperada, eis que o sistema financeiro voltou a falhar.

O “dono de tudo isto” e sua família, afinal estava a viver acima das suas possibilida-des. O seu Grupo GES encon-tra-se numa situação de insol-vência, com imparidades, com credores inquietos aguardan-do “cortes-de-cabelo” e, quiçá, atingindo e ameaçando as suas empresas de uma forma que as coloca num, ainda maior, suplicio naquela sua luta do dia a dia pela sobrevivência.

Arrastará, este “incomodo”, previsivelmente, a economia para níveis que, segundo nos afirmaram os actuais deciso-res políticos, não voltaríamos a revisitar.

Mesmo as afirmações de que o BES se encontra “prote-gido”, têm sido pouco claras e insuficientes para tranquilizar os chamados mercados e, diria eu, os cidadãos.

O que fica deste caso e, que nos toca de uma forma mais profunda, é a consciencializa-ção de que afinal, quem vivia acima das suas possibilidades era e é o sistema financeiro. Quem deveria ter sido objecto de austeridade e reforma era o sistema financeiro.

O que fica deste caso é que a troika e o governo português, estiveram estes anos todos a aproveitar as circunstancias para “revolucionar” o sistema

social público e responsabili-zou e culpou o cidadão comum dos dislates, ganâncias e outras acções que violaram todos as boas praticas éticas e morais, que deveriam constituir os ali-cerces das gentes que desem-penham o negocio da banca e do sistema financeiro.

A supervisão e a regulação do sistema financeiro, não foi feito ou, no mínimo, foi mal feito.

O Governo Português, ao não garantir, nem mesmo rei-vindicar, de uma forma célere, junto dos parceiros europeus, os mecanismos de suporte ao euro e a construção de garan-tias que não penalizassem a divida soberana, como seria a falada união bancária, per-mite-nos ficar à mercê das circunstancias.

Percebemos, agora de uma forma mais nítida que nes-te momento e ao longo des-ta crise, estivemos a ser utili-zados para proteger gente que se alimenta de um sistema que não se reforma, que perma-nece voraz e que é gerador de pobreza e iniquidade.

Estamos a ser governados por gente que pensa e escreve da direita para a esquerda.

A razão e o bom senso estão ausentes da sua política, pois esta não tem raízes no bem comum.

O desvario que é viver-mos num mundo de embus-tes, leva-me a duvidar que as ondas de indignação possam, rapidamente, promover as correcções que se impõem há muito.

A informação é uma arma nas mãos dos muito poucos, que continuam a controlar e a exercer o poder. Mas, por vezes, o desvario é tal que as coisas terão de mudar.

Estou farto de “revoluções liberais”. Estou farto de gente que pensa e escreve da direi-ta para a esquerda. Nós pensa-mos e escrevemos da esquerda para a direita.

Escrever da direita para a esquerda

RICaRdO FREITaS

dirigente sindical

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 desporto 25

As crianças de hoje não são diferentes das de outro-ra, pelo menos não fisica-mente. Acontece que nas nos-sas sociedades modernas em que muitas vezes pai e mãe têm os seus próprios traba-lhos, muito pouco tempo (e energia) resta para intervi-rem directamente na cons-trução de valores como dis-ciplina, respeito, auto-con-fiança e companheirismo nos seus filhos que por sua vez voltam fatigados da excessiva carga horária escolar.

Neste vazio as novas tec-nologias assumem-se qua-se como substitutos para estas crianças que acabam por adquirir comportamen-tos sedentários e consequen-temente prejudiciais para a sua saúde.

Para além da aquisição de competências motoras e fortalecimento muscular, a prática do Karaté estimula a capacidade de raciocínio e velocidade de reacção atra-vés de exercícios e técnicas que trabalham força, velo-

Desde 1952 perto do mar e dos madeirenseswww.clubenavaldofunchal.com

Élvio Barradas foi um dos primeiros atletas do Naval na vela adaptada, há mais de 12 anos. De certa forma, foi ele que abriu caminho para que outros companheiros com necessidades especiais o acom-panhassem e também ajudou os monitores do nosso clube a compreender e a saber tra-balhar numa área muito dife-rente do desporto. Ao longo de todos estes anos, tanto o Élvio como o Naval evoluíram na vela adpatada, com resulta-dos que podem ser constata-dos com uma simples conver-sa com qualquer um dos vele-jadores. “Sinto uma liberdade imensa! A vela ajuda-nos, dá-nos força nos braços, concen-tração e coragem.” Palavras de Élvio há meia dúzia de meses dando conta de que o nosso trabalho pelo desenvolvimen-to das capacidades motoras e cognitivas está a dar frutos.

Precisamente o Élvio Bar-radas foi contemplado pela Associação Salvador, no âmbi-to da Ação Qualidade de Vida, com um apoio de 90% do valor para a aquisição de um nova

cadeira de rodas. Um instru-mento que lhe dará maior autonomia no acesso ao mar, nos transportes diários, na sua vida desportiva. Aos 24 anos, mais de uma década depois de ter içado a vela, o Élvio pode-rá ter um novo incentivo na sua vida e nós podemos ajudar a completar a verba que falta. Para tal, bastará juntar-se hoje à noite à Malta do Calhau Soli-dário, o encontro mensal entre adeptos de tudo quanto envol-ve o mar, que promete muito

convívio e boa disposição. Será um churrasco com

muita animação a cargo do Ginásio AquaGym, que inclui-rá um Bingo Solidário.

Caso não possa estar pre-sente, poderá contribuir com um depósito na conta do Naval (001000004525265000121) destinada à compra da cadei-ra de rodas. O Élvio e o Naval agradecem!

Bom fim de semanaMAFAlDA FrEITAS

presidente

Atualidade

Vamos ajudar o élvio

CrónicaO Karaté e a Criança

quanto atletas do Clube naval do Funchal já participaram em Jogos olímpicos e quais os seus nomes?

Mande a sua resposta para [email protected] resposta deve ser enviada até 27 de Julho de 2014

GAnHE uM VOuCHEr nAVAl

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cidade, técnica, estratégia e controle.

Mas não são só benefícios físicos e cognitivos que esta arte marcial proporciona à criança. A disciplina e rigor inerente à prática do Kara-té cria as condições propí-cias para que esta aprenda a respeitar, prestar atenção e a relacionar-se saudavelmente com os outros.

É neste sentido que pode-mos dizer que a prática do Karaté contribui enorme-mente para a educação, for-mação e desenvolvimento da criança em toda a sua plenitude.

BrunO MEnEzEStreinador karaté do cnf

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desporto26 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

ATL’s do Naval movimentam cerca de meio milhar de jovens

Diversão que ajuda a formarO primeiro mês das Ativi-

dades de Ocupação dos Tem-pos Livres promovidas pelo Naval foram marcadas por atividade intensa, diversi-ficada, divertida e também educativa! Os três pólos dife-rentes movimentaram, no total, cerca de 500 jovens: o maior grupo esteve no Com-plexo Desportivo da Naza-ré e ali dividiu-se não ape-nas pela natação, judo e fute-bol, mas também teve expe-riências de surf, canoagem, mergulho, visitas de estudo, idas à praia e outras surpre-sas. Umas ricas férias que terão continuidade até 12 de setembro e onde cabe sem-pre mais um amigo.

A Quinta Calaça foi palco da vela e do windsurf, duran-te as manhãs, e do padd-le board à tarde. No Pos-to Náutico de São Lázaro, a canoagem não deu tréguas à boa disposição e ainda hou-ve surf para uma dezena de jovens. À exceção da canoa-gem, todas estas atividades terão mais períodos de ati-vidade, pelo que os interes-sados terão apenas de infor-mar-se junto da secretaria do Naval. E gozar bem o resto das férias!

CIrIlO BOrGES

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 sociedade 27

A direção da Aca-demia Madei-rense das Car-nes/Confraria Gastronómica

da Madeira recebeu, na sua sede, o Secretario de Estado

para as Comunidades Portu-guesas, José Almeida Cesário.

O encontro decorreu duran-te a sua recente deslocação a Região Autónoma da Madei-ra. l

Fotos: DR

academia das Carnes recebe secretário de estado paraas Comunidades portuguesas

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desporto28 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

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3ª Prova Motos TT 2014 na Fajã da Ovelha

«Flash Mob» a 24 de julho

Henrique Baptista brilhante em Espanha no europeu de karting

www.diariocidade.pt

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Disputou-se nos dias 14 a 20 de Julho, em Zuera, Espanha, no kar-tódromo Inter-

nacional de Zuera, a terceira prova do Europeu de Karting.

Presente esteve o piloto madeirense Henrique Bap-tista, integrado na categoria DD2. Baptista teve uma pres-tação brilhante, que se esten-deu ao longo da semana que se disputou a prova.

Desde os primeiros dias de treinos, na quarta e quin-ta- feira, que o piloto madei-rense demonstrou um anda-mento muito forte rodando

sempre no grupo dos mais rápidos. Na sexta-feira, dia de treinos cronometrados, Bap-tista no warm up voltou a estar no grupo dos mais rápi-dos obtendo nos treinos cro-nometrados um décimo lugar a 2,8 décimas da pole osi-tion obtida pelo atual cam-peão europeu em título, sen-do que o piloto Madeirense poderia até ter conseguido um feito maior, não fora o fac-to de na volta em que conse-guiu o seu melhor tempo ter apanhado um piloto mais len-to tendo de travar atrás dele fazendo-o perder importantes décimas.

No sábado, dia das qualifi-cações, Baptista voltou a estar muito forte, obtendo o quin-to melhor tempo no warm up e nas corridas de qualificação, arrancando de décimo obte-ve um nono, e dois décimos lugares o que lhe determinou a oitava posição para a grelha de partida da pré-final.

No domingo para a pré-final Baptista perdeu alguns lugares na partida, pois arrancava do lado de fora da pista, contu-do com uma excelente corri-da conseguiu recuperar várias posições e terminar num bom sétimo lugar, o que lhe deter-minava tal posição para a gre-

lha de partida da final.Na corrida final Henri-

que Baptista, perdeu alguns lugares na volta inicial, mas depois iniciou uma excelen-te recuperação, com excelen-tes ultrapassagens, levando-o até estar no quarto lugar, e depois de voltar para a quinta posição, numa opção de ten-tar alcançar os três primeiros, não tentou nova ultrapassa-gem, até para não perder tem-po para os primeiros, contu-do, acabaria por concluir a corrida num excelente quin-to lugar, perante uma grelha composta por trinta e qua-tro pilotos, entre eles vários

campeões do mundo e cam-peões europeus e bem assim pilotos com grande rodagem nesta categoria e que correm praticamente todos os fins de semana, logrando-se numa excelente prestação, culmina-da com essa excelente quin-ta posição que permitiu que ao referir-se a Henrique, tam-bém o nome de Portugal e da Madeira fosse repetido por inúmeras vezes ao lon-go da semana pelos micro-fones da pista e da televisão da RGMMC vista em mais de sessenta países. l

Fotos: D.R.

Estão abertas as inscri-ções para a participação na 3ª Prova do Campeonato Regio-nal de Raid TT/Cross Coun-try 2014, denominada “Circui-to TT/ Fajã da Ovelha”, até ao

dia 5 de Agosto. A Prova será organizada no

dia 9 de Agosto, Sábado e terá a Partida junto à Junta de Fre-guesia da Fajã da Ovelha (Bar Formiga) na 1ª e 3ª PECS e

Chegada na Maloeira (Solar da Maloeira). Na 2ª e 4ª PECS será a Partida junto ao Solar da Maloeira e Chegada ao Bar Formiga, com passagens pelo Concelho da Calheta. l

Realiza-se, no próximo dia 24, pelas 12:30 horas, um «Flash Mob», na placa Cen-tral da Avenida Arriaga ( fren-te ao Golden Gate). O evento,

promovido pela Associação Garouta do Calhau, irá reu-nir 250 crianças e jovens que integram o Projeto “Férias Divertidas”. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 opinião 29

precisamente, esses valor/sig-nificado/sentido intrínsecos.

Se se quer unir a Arte à Vida, para que a Arte seja viva, e para que a Vida seja amada como Arte, não se pode evi-tar que a Arte se comprometa transversalmente com o quo-tidiano da Vida. A Arte não pode “pairar” acima dos carac-teres profundos da Vida, dos seus movimentos e fazeres. A Arte não pode ficar fechada sobre si, como Nada da Vida, presa dos parasitas não criati-vos que a pretendem estratifi-car e catalogar, no diletantis-mo académico e museológico da subjectividade ‘metafísica’ do Homem-Conceito.

Uma Arte viva deve quali-ficar todos os movimentos e fazeres do quotidiano do ser humano vivo; deve ir para a rua e para o seio da Natureza natural, deve habitar a cidade e o campo, assumir-se como Arte Urbana de rua e Arte Ambiental da Terra livres e abertas a todos. O necessário não é profanizar a Arte, mas sim sacralizar a Vida.

Singularizar artisticamen-te cada objecto do quotidiano: (‘ornamentar’: ‘kosmein’, cós-metico, no sentido primevo grego, era inserir algo numa Ordem Intrínseca mais ampla e original: ‘dar Mundo’), é torná-lo caracteristicamen-te um ser natural, retirando-lhe determinação exclusi-va para a instrumentalização utilitária convencional antro-pocêntrica, e impossibilitan-do, assim, a absolutização do valor de troca, pois cessa de ter, como identidade definido-ra, a estandardização, a com-parabilidade industrial, que visa somente a mercadoriza-ção predadora e antinatural.

A missão do esteta e do artista biocêntricos é, como vimos, substancialmente éti-ca, mas, também, política e económica, além de cientifi-ca e tecnológica; consiste em ‘seguir’ o sentido intrínseco da Vida e da Natureza univer-sais, a sua harmonia orgânica, para que a sociedade huma-na, a todos os níveis estrutu-rais, seja cada vez mais intrín-

MIGUEL SaNTOS

Filiado do PaN-Madeira

Director:Edgar R. de Aguiar

Redacção: Fabíola Sousa, Juan Andrade Ricardo Soares e Sara Silvino

Fotografia: Fábio Marques (Madeira),Diana Sousa Aguiar (Lisboa)

Economia:Juan Andrade

Secretariado de Redacção:Dulce Sá

Colunistas: António Cruz, Celso Neto, Constantino Palma, Ferreira Neto, Francisco OliveiraGregório Gouveia,Helena Rebelo, Humberto Silva,Idalina Perestrelo, Joana Homem Costa, José Carvalho, José Mascarenhas, Luísa Antunes, Pinto Baptista, Raquel Coelho,Ricardo Freitas, Teresa Brazãoe Rui Almeida

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Registo no ICS N.º 123416Empresa jornalística N.º 220639Depósito legal N.º 142679/99INPI N.º 4354 N 9909Tiragem: 11.000 exemplares

O Biocentrismo (de’bios’, vida em grego) é a designação geral que se dá à afirmação de que todos os seres vivos concretos, seja qual for a sua espécie, são, e devem ser, o centro de consideração ética e moral. Na sua essência, o Bio-centrismo implica o reconhe-cimento de um estatuto moral directo para todos os seres vivos individuais. O que signi-fica que estes são, directamen-te, individualmente, conside-rados pelo seu valor intrínse-co (por serem o que são em si mesmos), e não pelo pos-sível valor extrínseco instru-mental, secundário e indirec-to que possam ter para a nos-sa espécie particular.

Sob o ponto de vista da Ética Biocentrista, a missão essencial de um esteta, e de um artista, com uma visão biocentrista do Mundo, é unir Arte e Vida, Beleza e Quo-tidiano, num mesmo movi-mento coerente de adequa-ção à Ordem Intrínseca Natu-ral Cósmica.

Uma Estética Biocentris-ta é Guiada pela Ética. Um artista biocentrista ama tanto a Natureza natural, conside-ra-a tão perfeita, bela e abso-luta, que não deseja copiá-la, num sentido estrito. Isto, por-que não quer ‘de-gradar’ sub-jectivamente, antropocentri-camente, o valor/significado/sentido intrínsecos dos seus aconteceres naturais espon-tâneos. Em vez disso, deseja

criar, com ela, de dentro para fora, novos seres em movi-mento orgânico, completa-mente singulares, e ‘transcen-dentes’ em relação à experi-ência humana convencional, mas completamente naturais, no sentido cósmico em que a Natureza natural é a derradei-ra inovadora e singularizado-ra formal.

POSTULADO BÁSICO DE UMA ARTE VIVA BIOCEN-TRISTA: Existe absoluta con-tinuidade Homem/Natureza quando o primeiro cria algo sem significado exterior a si mesmo (que não pretende em si ‘re-presentar’, tirar ‘presen-ça’ intrínseca, algo em si exte-rior); só assim esse algo iden-tificar-se-á absolutamente aos aconteceres em si da Nature-za natural cósmica, que têm como característica radical,

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seca, natural e universal.Na velha mitologia grega,

Orfeu foi o ‘Artista arquétipo, o ‘Poeta’ absoluto, que procu-rou inspirar os humanos, com a sensibilidade aberta para tais dimensões, ao poder pací-fico e extraordinário da Arte ligada à ética. Para os órfi-cos, só através de uma pro-funda ligação à Ética é que a humanidade poderia extrair todas as amplas potenciali-dades criativas da Estética. É por isso que nos guiaram para assumirmos uma profundíssi-ma compaixão por toda a vida e seus seres, promovendo a dieta vegetariana e a imersão na Natureza, e elevando as artes ao patamar de discipli-

na espiritual, capaz de guiar a humanidade , e o planeta, a novos e mais amplos esta-dos e níveis de consciência transformadora.

Sobre este ponto de vista biocentrista: Estética é a Ética aplicada como Grande Políti-ca de renaturalização, reinte-gração e ‘re-evolução’ civiliza-cionais. Porque é vivo tudo o que em si mesmo possibilita relacionalmente o livre acon-tecer da Vida.

(Nota: a gravura que ilus-tra este artigo é da autoria seu do autor, intitula-se «Meta-Buddha», é de 2012, e procu-ra pôr em prática alguns dos ‘insights’ desenvolvidos neste artigo.) l

éTICA BIOCEnTrISTA E ESTéTICAPor uma Arte Viva numa civilização órfica:

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frases30 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

“O avião foi abatido”Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos

– TVI24

“Eu, de acordo com a informação que tenho do próprio Banco de

Portugal, considero que a actuação do banco e do governador tem sido muito, muito correcta”Cavaco Silva, Presidente da República – Diário Económico

“Guterres é altamente estimulante para direita”Santana Lopes, ex-primeiro

ministro – Expresso

“É prematuro falar do título”

Fredy Montero, futebolista (Sporting) – A Bola

“Isso significa que muitas vezes perco votos porque há muita

gente que acha que a política é a arte de enganar, de dizer hoje uma coisa e amanhã outra completamente diferente. Eu não faço isso e os portugueses já se habituaram a fazer a separação entre o trigo e o joio, entre os políticos que prometem uma coisa e fazem outra”António José Seguro, secretário-geral do Partido Socialista – Jornal de Notícias

“A relutância por parte de muitos países europeus em enfrentar as

implicações do que está a acontecer no Leste da Ucrânia arrasta-se há tempo de mais. Chegou a hora de fazer valer o nosso poder, a nossa influência e os nossos recursos”David Cameron, primeiro-ministro britânico – Público

“António Costa veio criar uma grande

convergência de aflitos”João Galamba, deputado na Assembleia da República pelo PS – Jornal Sol

“PPSD e CDS não aprenderam a lição de há um ano”

Marques Mendes, ex-líder do PSD – Expresso

“Portugal dever ter fazer lóbi, juntamente com os outros

países devedores”Alberto João Jardim, Presidente do Governo Regional – Diário Económico

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 opinião 31

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Pagar para não pagarSociedade de Advogados, RL

dRa. MaRIa CUNHa E CaRMO

advogada Estagiáriadepartamento: Laborale-mail: [email protected]

de instauração. Por certo já aconteceu tam-

bém ver indeferido pela Segu-rança Social o referido pedi-do de apoio judiciário, tendo mesmo em alguns caso che-gado a recorrer administrati-vamente dessa decisão.

Ora a Segurança Social entende que para recorrer de decisões administrativas que indeferem este tipo de pedidos, é obrigatoriamente imposto o pagamento prévio de taxas de justiça, com fun-damento no disposto nos Arti-gos 12.º n.º 1 alínea a), e 6.º, n.º 1, 1ª parte, do Regulamen-to das Custas Processuais.

No nosso entender, a impo-sição do pagamento de taxas de justiça para recorrer judi-cialmente de uma decisão administrativa, é no mínimo caricata, uma vez que recor-rendo o cidadão àquele meca-nismo de acesso ao direito, pressupõe-se que não dis-ponha de meios económicos suficientes para o fazer. Esta imposição negar-lhe-á não só,

o acesso aos tribunais como forma de recurso da decisão da Segurança social que inde-feriu o seu pedido de apoio judiciário — seja qual for a modalidade solicitada — mas também para, em última aná-lise, fazer valer em juízo as suas pretensões iniciais que o levaram a requerer o dito benefício.

Assim, constituindo o apoio judiciário uma modali-dade de concessão de prote-ção jurídica, legalmente con-sagrada no sistema de aces-so ao direito e aos tribunais, que tem como fim último evi-tar a denegação da justiça em virtude da insuficiência de meios económicos dos cida-dãos, ou seja, onde se procu-ra impedir que nenhum cida-dão deixe de exercer os direi-tos que lhe são naturalmente reconhecidos pela ordem jurí-dica, só e apenas em virtude da sua débil condição econó-mica para suportar os custos desse exercício, não consegui-mos conceber que seja soli-

citado o pagamento de qual-quer taxa de justiça neste tipo de acções, onde um cidadão apenas procura fazer prova da sua insuficiência económica, e em que o condicionamento ao pagamento de taxas mais não é que um verdadeiro ini-bidor ao exercício do direito de impugnação dos cidadãos.

Também neste senti-do decidiu o Tribunal Cons-titucional nos Acórdãos n.º 273/2012 e 182/2014 e nas Decisões Sumárias n.º 169/2014 e 170/2014, onde veio considerar inconstitucio-nal, a sujeição da apreciação de uma impugnação judicial das decisões administrativas que neguem a concessão de apoio judiciário ao pagamen-to prévio de taxas de justiça.

Não obstante, só o Acórdão n.º 538/2014 há dias proferi-do, veio declarar, com força obrigatória geral, a inconstitu-cionalidade, da imposição no pagamento de taxas de justiça aos cidadãos que viram nega-do o acesso a qualquer das

modalidades de apoio judici-ário existentes, pela Seguran-ça Social, e que pretendiam impugnar a referida decisão junto dos Tribunais.

A partir de agora, não vol-tará então a ser necessário “Pagar para não pagar”, uma vez que já não será possível condicionar o acesso aos Tri-bunais por parte de qualquer Requerente de apoio judici-ário, mediante a imposição do pagamento prévio de uma taxa de justiça, sempre que esteja em causa a verificação judicial da sua situação de insuficiência económica para suportar os custos do exercí-cio dos seus direitos, uma vez que tal exigência foi, como acima referimos, considera-da inconstitucional por cons-tituir um verdadeiro impe-dimento à finalidade consti-tucionalmente visada com a criação do sistema de apoio judiciário, ou seja “(…) o aces-so ao direito daqueles que se encontrem numa situação de carência económica.”

Por certo já aconteceu ao leitor ter de recorrer a pedi-dos de apoio judiciário, seja por que modalidade for, por forma a fazer valer os seus direitos em determinada cau-sa pendente ou dependente

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A Festa Popular, marcada para domingo, na Her-dade do Chão da Lagoa, atrai mili-

tantes, curiosos e fãs do artis-ta convidado.

A que é considerada «a maior festa da Madeira» será aproveitada para assinalar os 40 anos do partido social democrata.

Todos os caminhos vão dar ao Chão da Lagoa. Desde cedo, e para quem não quer levar o seu carro, os auto-carros transportam as pesso-as até à Herdade do Chão da Lagoa.

A maioria são militantes do partido, outros apenas curio-sos, e ainda os que têm de por lá passar para serem vistos. Dita assim as regras.

Mas há ainda quem apa-reça por uma simples e úni-ca razão, neste caso, segun-do apurámos junto de algu-mas pessoas que garantiram ir a esta festa, para ver e ouvir o Mickael Carreira, o artista convidado.

Mas antes, certamente, vão ouvir o discurso de Alberto João Jardim, que não deve diferenciar muito dos dos últi-mos anos.

A festa disponibiliza bar-racas de comes e bebes de todas as freguesias da Região. Para além do artista convida-do, a animação musical esta-rá a cargo de vários artistas

madeirenses. O Presidente da Comissão

Política do PPD/PSD-Madei-ra, afirmou que “é necessário olhar a Festa da Autonomia e da Liberdade, na Herdade do Chão da Lagoa, apenas como uma grande festa popular, a maior não religiosa na Madei-

ra”. Realçando que “a Fes-ta do Chão da Lagoa é mais do que isso”. No diário men-sal « Madeira Livre», Jardim clarifica sobre o que é o Chão da Lagoa: “É autonomista e simultaneamente patrióti-ca. É contra o separatismo e contra o colonialismo em que

aquele assenta. É de todos os que têm ideias para Portugal e para a Madeira autónoma. É de todos os democratas que não têm preconceitos de dife-renças de classes e que lutam uma vida inteira pela Igualda-de democrática. É de todos os que não têm medo”.

Madeira versus Açores

A liberalização da linha aérea para o continente, sem a definição de um conjun-to de regras que proteges-se os residentes, em especial os estudantes e os doentes, revelou-se um grande entra-ve à mobilidade dos residen-tes, pois o subsídio de mobi-lidade atribuído aos cidadãos residentes na Região, de ape-nas 30 euros por trajeto, é claramente insuficiente para fazer face aos preços proibi-

tivos da TAP e EasyJet em determinadas épocas do ano.

Assistimos a uma gran-de desresponsabilização por parte do Estado naquele que é um direito previsto na Constituição Portuguesa, que é o princípio da solidariedade e da continuidade territorial.

Em 2007, antes da libera-lização, o Estado pagou 23 milhões de euros às compa-nhias aéreas para estas trans-portarem 232 mil passagei-ros residentes, em 2009, após a liberalização, despen-deu apenas 7,5 milhões de euros, ou seja, economizou

15,5 milhões de euros. Aqui verificamos que a liberaliza-ção trouxe vantagens, sobre-tudo às companhias aéreas e ao Estado Português, com claro prejuízo para a popu-lação da Madeira e do Por-to-Santo, que em períodos de época alta só podem sair da Região para o território conti-nental se dispuserem de valo-res que rondam os 300 a 500 euros por bilhete de ida e volta.

Ao contrário da Madeira, o Governo dos Açores conse-guiu uma liberação de trans-portes aéreos equilibrada,

com regras que protegem os residentes, colocando um tec-to máximo de 134 euros para os residentes no arquipéla-go e de 99 euros para os estu-dantes, estando em clara van-tagem em relação à RAM.

Deste modo, torna-se importantíssimo rever a atual política de transportes aéreos e é de lamentar que o nos-so Governo não tenha con-seguido negociar o processo de liberalização nos mesmos termos. Se os Açores foram bem-sucedidos neste proces-so, porquê que nós não o fomos!?

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 25 de Julho de 2014

Períodos de céu muito nublado com abertas.

Vento em geral fraco.

Previsão para hoje

RaqUEL COELHO

deputada do PTP

24º19º

A Festa do Chão da lagoa“é de todos os que não têm medo”PSD-M celebra os 40 anos na Herdade

Contratos-programa para melhorar operações de Socorro na rAM

No âmbito da reunião do Conselho de Governo, reali-zada ontem, na Quinta Vigia, destaca-se:

«considerando a importân-cia de implementar as medi-das preconizadas no Estu-do de Avaliação do Risco de Aluviões da Ilha da Madeira, designadamente as adequa-das para mitigar a vulnerabi-lidade das áreas mais expos-tas aos riscos de aluviões; Considerando que no âmbito da Lei de Meios, encontra-se prevista uma intervenção nas Ribeiras Fajã das Éguas, da Pereira e da Eirinha – Serra d’Água, que inclui trabalhos de regularização e de canali-zação das mesmas; Conside-rando que no âmbito do Pla-no e Programa de Investi-mentos e Despesas de Desen-volvimento da Região Autó-noma da Madeira, para 2014 através da Vice-Presidência do Governo Regional, e no âmbito do conjunto de inter-venções associadas às obras de reconstrução do Tem-poral de 20 de fevereiro de 2010, foi prevista uma inter-venção de carácter preventi-vo e corretivo nas referidas ribeiras;».

«O conselho de Governo resolveu autorizar a

celebração de sete contra-tos-programa, no valor de 936.956,00 euros, tendo em vista a melhoria das opera-ções de Socorro na RAM”.