obra da construtora caparaó
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMOMATERIAIS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
PROFESSOR EDUARDO CABALEIRO
RELATÓRIO DE VISITA À OBRA
CONSTRUTORA CAPARAÓ
LUDMILA SOUZA
OUTUBRO DE 2010
RELATÓRIO DA VISITA À OBRA DA CAPARAÓ
1. Introdução
2. Objetivos
3. Desenvolvimento
4. Conclusão
1. Introdução:
No dia 30 de Setembro de 2010 foi realizada pelos alunos da Disciplina de
Técnicas e Materiais, uma visita técnica à obra da construtora Caparaó. Ela se localiza
na Rua Paraíba, próximo à Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, e sob
orientação do Professor Eduardo Cabaleiro tivemos orientação a respeito das técnicas
utilizadas no processo construtivo.
Com a visita conseguimos ver a sistemática de funcionamento de uma obra bem
como os requisitos principais para o melhor desempenho da execução do projeto além
de fixar os conteúdos expostos em sala de aula vendo, através de exemplos práticos e
concretos, as ferramentas utilizadas no processo da construção civil bem como as
técnicas desenvolvidas durante as etapas de uma obra.
2. Objetivos
Conhecer diversos procedimentos adotados nas diversas etapas de construção;
Reconhecer a importância do processo de fiscalização de uma obra bem como
ressaltar a importância da organização e criteriosidade da execução do projeto;
Analisar a relevância do detalhamento do projeto para a execução de uma
intervenção de qualidade.
3. Desenvolvimento:
Trata-se de um empreendimento que terá 28 pavimentos destinados a fins
comerciais e, pela concepção de andares livres, o proprietário que adquirir o imóvel não
precisará se preocupar com a presença de vigas caso tenha a intenção de futura
modificação das paredes internas do ambiente.
O projeto possui sistema convencional de estrutura com pilares, vigas e laje
nervurada. A escolha por esse tipo de estrutura nervurada foi pensada tendo em vista a
possibilidade de aumento dos vãos satisfazendo o tipo de público que procura esse
padrão de edifício. Além disso, os altos custos das fôrmas tornaram as lajes maciças
desfavoráveis economicamente, na maioria dos projetos. Neste sistema, com o uso das
fôrmas de polipropileno a estrutura além de ficarem bem mais leve as “bacias” podem
ser mais vezes reaproveitadas sendo desmoldadas utilizando um desmoldante e depois
de limpas adequadamente estarão prontas para serem utilizadas em outra área. O
resultado é uma laje com menos materiais e rápida de fazer. Como todas as etapas de
execução da laje são realizadas "in loco" é necessário o uso de fôrmas e de
escoramentos, além do material de enchimento, no caso, o concreto que é geralmente
bombeado. A armadura de aço é colocada entre duas fôrmas e pode ser armada em uma
ou duas direções dependendo do projeto do calculista.
Em regiões de apoio, como nos nós entre vigas e pilares, tem-se uma concentração
de tensões transversais, podendo ocorrer ruína por punção ou por cisalhamento. Por
serem mais frágeis, esses tipos de ruína devem ser evitados, garantindo-se que a ruína,
caso ocorra, seja por flexão. Além disso, de acordo com o esquema estático adotado,
pode ser que apareçam esforços solicitantes elevados, que necessitem de uma estrutura
mais robusta. Desta forma, vigas-faixa ou capitéis às vezes são utilizados.
Os escoramentos são colocados na vertical para sustentar os painéis de lajes e de
vigas e são passíveis de nivelamento. Os utilizados atualmente são metálicos e
tubulares, com chapas soldadas na base para servir como calço, extensíveis e com
ajustes através de alças que é muito mais prático que os escoramentos de madeira, pois
podem ser facilmente ajustáveis de acordo com o pé direito de cada ambiente.
Além dos escoramentos, outra peça fundamental para concepção da estrutura são
as fôrmas. As fôrmas de polipropileno, como já vimos, são utilizadas para molde das
lajes e as de madeirite, com resina para facilitar a desfôrma, são usadas para pilares e
lajes maciças como no caso das rampas de garagem que dão acesso a outros
pavimentos. Essas peças que são dispostas para receber o concreto são presas com um
parafuso de rosca sem fim de modo a garantir que a fôrma não abra e comprometa a
dimensão da seção. Já para garantir que o aço mantenha sua posição adequada
principalmente durante a concretagem, são usados estribos que também tem por
finalidade garantir a absorção do esforço de cisalhamento.
Para a escada também é utilizada fôrmas de madeirite e a armação é feita
engastada na parede e nos patamares. Prende-se essa armação, posteriormente coloca-se
a fôrma dos degraus e em seguida lança-se o concreto. Pelo princípio de vasos
comunicantes o concreto vai preenchendo todos os degraus até atingir o nível superior.
A presença do tubo de concreto na obra é responsável por levar o concreto aos
pavimentos superiores e como ele é instalado para que haja melhor desempenho no seu
bombeamento. Tanto para grandes quanto para pequenas obras, ela imprime mais
velocidade à concretagem, diminui a quantidade de mão de obra e equipamentos,
facilita a aplicação permitindo um melhor acabamento, devido à maior plasticidade do
concreto. Como esse concreto apresenta características mais fluidas apresentando-se sob
forma de argamassa lubrificante, não se faz o “Slump test” que é um dos métodos mais
utilizados para determinar a consistência e o ensaio de abatimento do concreto.
Para passar as várias tubulações como, por exemplo, a de água, incêndio e
telefone foi projetado o “shaft” que, na verdade, é uma espécie de compartimento/poço
que se comunica com os demais andares a fim de facilitar a manutenção dos sistemas
sem que haja necessidade de quebrar a parede. Seu fechamento pode ser em gesso,
madeira ou até em alvenaria.
4. Conclusão
Com a visita técnica vimos em detalhes as etapas e os processos de execução do projeto
e também as técnicas utilizadas para conceber uma estrutura. Desta forma, conseguimos
entender a importância do papel do arquiteto ao designar a função de determinados
espaços na fase elaboração do projeto, já que essa escolha irá atuar diretamente na
execução da obra e no desempenho dos materiais empregados no processo construtivo.