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OAC - OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO PDE – 2007 IDENTIFICAÇÃO Autora: Adriana Regina Feltrin Rauen Estabelecimento: CEEBJA – Rio Negro Ensino: Fundamental (5ª à 8ªsérie) Disciplina: Língua Portuguesa Conteúdo Estruturante: Discurso enquanto prática social Conteúdo Específico: Leitura e as múltiplas formas de explorá-la Professora Orientadora: Adriana Cabral dos Santos IES: UTFPR 1 – RECURSO DE EXPRESSÃO Problematização do Conteúdo *Chamada para recurso de expressão: A leitura, além de proporcionar cidadania, é uma fonte de lazer e de cultura imprescindível às pessoas. Incentive-a! *Título: Práticas Pedagógicas que estimulam a Leitura *Texto: É função primordial da escola, ensinar a ler. É função essencial da escola, ampliar o domínio dos níveis de leitura e escrita e orientar a escolha dos materiais de leitura. Cabe, formalmente, à escola desenvolver as relações entre leitura e indivíduo, em todas as suas interfaces. A escola pode e deve trabalhar, desde as séries iniciais, com textos de diversas naturezas; com textos que surjam do cruzamento de linguagens variadas e, evidentemente, com os textos da literatura que criam a possibilidade de o indivíduo explorar dimensões não usuais do imaginário coletivo e pessoal. No entanto, uma das manifestações de maior descontentamento entre professores é que os alunos “não sabem ler”, “não gostam de ler”, “não aprendem a ler”, “não entendem o

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OAC - OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVOPDE – 2007

IDENTIFICAÇÃO

Autora: Adriana Regina Feltrin RauenEstabelecimento: CEEBJA – Rio NegroEnsino: Fundamental (5ª à 8ªsérie)Disciplina: Língua PortuguesaConteúdo Estruturante: Discurso enquanto prática social Conteúdo Específico: Leitura e as múltiplas formas de explorá-laProfessora Orientadora: Adriana Cabral dos SantosIES: UTFPR

1 – RECURSO DE EXPRESSÃO

Problematização do Conteúdo*Chamada para recurso de expressão:

A leitura, além de proporcionar cidadania, é uma fonte de lazer e de cultura imprescindível às pessoas. Incentive-a!

*Título: Práticas Pedagógicas que estimulam a Leitura

*Texto: É função primordial da escola, ensinar a ler. É função

essencial da escola, ampliar o domínio dos níveis de leitura e escrita e orientar a escolha dos materiais de leitura. Cabe, formalmente, à escola desenvolver as relações entre leitura e indivíduo, em todas as suas interfaces.

A escola pode e deve trabalhar, desde as séries iniciais, com textos de diversas naturezas; com textos que surjam do cruzamento de linguagens variadas e, evidentemente, com os textos da literatura que criam a possibilidade de o indivíduo explorar dimensões não usuais do imaginário coletivo e pessoal.

No entanto, uma das manifestações de maior descontentamento entre professores é que os alunos “não sabem ler”, “não gostam de ler”, “não aprendem a ler”, “não entendem o

que o professor diz”. Portanto, o tema leitura está mais associado à idéia de fracasso que de sucesso.

Discute-se que o fracasso da escola, quanto à formação de leitores, passa pelos mais diversos aspectos, entre eles: pela posição dos livros na escala de valores da tradição cultural, pela falta de acesso ao material impresso, pelo papel que os livros desempenham no sistema educacional, ou ainda, pela própria formação precária de um grande número de profissionais da escrita que não são leitores, tendo, no entanto, que ensinar a ler e a gostar de ler.

Percebe-se que entre o que o educador espera do aluno enquanto leitor e o leitor real que tem sido formado pela escola há uma grande distância, um vazio, a queixa. Neste ponto crucial está a prática, o trabalho pedagógico, e a pergunta aqui é: o que acontece no tocante à leitura, que causa um distanciamento tão grande entre o que queremos, esperamos e o que temos, os resultados? Por que dizemos querer um leitor competente, bem formado e temos como resultado leitores funcionais?

É importante ressaltar que a leitura é a base do processo de alfabetização e da formação da cidadania. Nesta perspectiva, cada professor deve ter clareza de que educa e ensina para o desenvolvimento das potencialidades do ser, tanto individual como social. Para isto, é necessário que o professor apresente uma nova postura, buscando o aperfeiçoamento e atualização dos conhecimentos aplicados à leitura e, principalmente, fazendo reflexões sobre o significado do ato de ler.

É obrigação da escola valorizar o livro, não como objeto para ser guardado na estante, mas para ser manuseado e lido. É obrigação da escola indicar diretrizes, estimular e incentivar a prática da leitura. Segundo Ziraldo (1988, p.27), “... a tônica da escola deveria ser a leitura, num trabalho que fizesse do hábito de ler uma coisa tão importante como respirar”.

Este OAC foi elaborado para auxiliar os professores nesse trabalho, realizando reflexões acerca das concepções de leitura e relacionando práticas pedagógicas que favorecem a leitura e contribuem para a formação de efetivos leitores.

Essas práticas pedagógicas fornecerão subsídios para que ocorra a intervenção em sala de aula buscando a promoção de uma ação pedagógica de qualidade sobre a leitura, a todos os educandos.

*Referências:CHARMEUX, Eveline. Aprender a ler: vencendo o fracasso (Tradução de Maria José do Amaral Ferreira). São Paulo: Cortez, 1994.ZIRALDO. A escola não está preparada para a mágica da leitura. Nova Escola, São Paulo: Fundação Victor Civita. n. 25. p. 26-29. out. 1988.

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2 – RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO

2.1 Investigação Disciplinar*Título: Refletindo sobre as concepções de leitura

Texto: Durante Seminário internacional realizado na Colômbia, em

2006, “Lições Latino-americanas para promover a Educação para Todos”, concluiu-se que para melhorar a educação é necessário começar pela leitura. Gestores e educadores de países da América Latina, Caribe, África e Ásia, trocaram experiências de sucesso sobre a educação em seus países e os esforços para superar suas desigualdades e reconheceram que, no centro do desenvolvimento educacional dos alunos, está o esforço para desenvolver sua capacidade de leitura, como condição facilitadora de todas as demais aprendizagens.

Há necessidade de reflexão, então, sobre o que é leitura. O ato de ler corresponde ao processo de apreensão da

realidade que cerca o indivíduo. Essa realidade se revela ao leitor através de variadas linguagens. Portanto, o ato de ler não diz respeito à apreensão da realidade somente através da leitura do texto escrito: é a interpretação do pensamento expresso por símbolos da escrita com a vivência e a afetividade do leitor.

Ler o mundo é assumir-se como sujeito da própria história. É ter consciência dos processos que interferem na sua existência como ser social e político. O indivíduo só é capaz de fazer uma leitura permanente do mundo, quando consegue captar o que se apresenta através do dinamismo deste mundo para nele interferir e atuar, sentindo-se, então, motivado para a leitura da palavra. Nesse sentido, a leitura da palavra escrita só se realiza quando interage com o espaço em que o homem se sente sujeito, ou seja, quando existe uma estreita relação com o trabalho e o contexto de que participa.

Se consultarmos dicionários, podemos encontrar definições como: ler é ver o que está escrito; interpretar por meio da leitura; decifrar; descobrir; tomar conhecimento do conteúdo de um texto pela leitura.

Com uma concepção de interação, nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica do Estado do Paraná, “temos a leitura como um processo de produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas, que acontecem entre o texto e o leitor”(PARANÁ/SEED, 2006, p.25).

O ato de ler pode representar não apenas uma condição intelectual, mas também uma condição de libertação: a de poder ser um leitor mais autônomo e crítico de qualquer texto, de várias linguagens, do mundo que o rodeia, ou de mundos diferentes do seu.

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Cabe, formalmente, à escola desenvolver as relações entre leitura e indivíduo, em todas as suas interfaces. E tal trabalho só irá ocorrer, se houver participação e presença contínuas do professor, que deverá atuar também como um mediador.

E qual tem sido nossa prática pedagógica em relação à leitura? O que temos feito, além de atuar como mediadores, para que a leitura se desenvolva entre os alunos?

Buscando auxiliar na práxis pedagógica e nas reflexões acerca das concepções de leitura, sugiro o estudo do livro “Discurso e Leitura” de Eni Pulcinelli Orlandi, da Editora Cortez, o qual traz logo na apresentação os vários sentidos com que se toma a leitura e no decorrer dos artigos que compõem o livro, a perspectiva discursiva que direciona as reflexões sobre leitura.

Há necessidade de estudarmos procurando a teoria que venha respaldar a prática pedagógica, refletir e discutir criticamente sobre o que tem sido negativo e positivo em relação às práticas de trabalho com a leitura em sala de aula, e o estudo do livro “Discurso e Leitura” trará contribuições para isso.

*Referências:ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e Leitura. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2001.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba, 2006.

2.2 Perspectiva Interdisciplinar*Título: Estimulando a leitura em todas as disciplinas

*Texto: Entende-se que as práticas da linguagem, como fenômeno de

uma interlocução viva, perpassam todas as áreas do agir humano, oportunizando, na escola, a perspectiva interdisciplinar.

Com a leitura temos variados objetivos: ler para aprender, ler para obter uma informação, ler para seguir instruções, ler por prazer, ler para comunicar um texto a outras pessoas, etc.

Segundo SMOLE e COUTO,

Em nossa vida como leitores, lemos por algum motivo, e isso nos auxilia a selecionar o que vamos ler e determina nosso modo de ler. Assim, segundo o tipo de informação de que precisamos, buscamos um livro, um dicionário, um jornal, um gibi ou outro portador de texto qualquer (SMOLE e COUTO, 2005, p.33).

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Nas mais diversas fases da escolaridade, é comum os professores acharem que as dificuldades que os alunos apresentam para interpretar e compreender um texto, exercício ou problema de sua disciplina estejam relacionadas à pouca competência que eles têm para leitura de textos em geral. Também é comum a idéia de que se o aluno tivesse mais fluência em leitura nas aulas de Língua Portuguesa, certamente, seria um melhor leitor nas aulas das outras disciplinas.

Embora estas crenças estejam em parte corretas, tendo em vista que ler é um dos principais caminhos para ampliarmos nossa aprendizagem nas áreas do conhecimento, temos visto que não podemos atribuir as dificuldades dos alunos com a leitura nas disciplinas, à sua pouca habilidade em ler nas aulas de Língua Portuguesa.

A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pelo uso que o leitor faz dos muitos conhecimentos adquiridos ao longo da sua vida e para chegar à compreensão do que leu e para aprender algo a partir de uma leitura, é preciso que ative conhecimentos anteriores, relacionando as idéias contidas no texto lido com aquilo que já sabe, que no decorrer da leitura ele questione, levante hipóteses, busque e identifique o que é relevante ou secundário naquilo que lê.

Para que um aluno desenvolva uma compreensão efetiva na leitura de textos, é necessário tempo e investimentos de natureza diversa, seja em termos de oportunidades de leitura, dos tipos de textos a ele oferecidos ou da diversidade de situações que exigem leitura e interpretação de textos. Acreditamos que a dificuldade que os alunos encontram para ler e compreender textos de uma determinada disciplina está entre outros fatores, ligada à ausência de um trabalho específico com a leitura nessas aulas.

*Referências:ALLIENDE, Felipe; CONDEMARÍN, Mabel. A leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. SMOLE, Kátia Stocco; COUTO, Regina. Uma roda de leitura nas aulas de matemática. Pátio, Porto Alegre, n.33, p.32-35, fev./abr. 2005.

2.3 Contextualização*Título: Leitura com autonomia intelectual

*Texto: No mundo do conhecimento em que vivemos, caracterizado

pela circulação na sociedade de um grande e diversificado volume de informações, a capacidade de ler e de interpretar textos em múltiplas linguagens é imprescindível, pois sem ela torna-se mais difícil ter acesso às informações e, principalmente, estabelecer relações entre aquelas que já estão ao nosso alcance.

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O desenvolvimento tecnológico exige também um leitor competente, isto é, o leitor que, diante de um texto escrito, tenha a autonomia suficiente para atuar desde a decodificação da mensagem no seu aspecto literal até o estabelecimento de um conjunto mínimo de relações estruturais, contextuais que ampliem a significação do texto a tal ponto que se possa considerar ter havido, efetivamente, apropriação da mensagem, do significado na multiplicidade de relações estabelecidas entre texto e leitor, entre textos, com o mundo.

Para facilitar a formação de leitores, é preciso que o professor se apresente como leitor, atualizado e participante. É fundamental que os alunos vejam seu professor envolvido com a leitura e com o que se conquista através dela. Observar um professor seduzido pela leitura pode despertar o desejo de fazer o mesmo. É preciso, pois, mostrar a importância da leitura no desenvolvimento intelectual, crítico e criativo do educando.

O hábito de ler não é um ato instintivo, mas um ato a ser gradativamente adquirido. A freqüência e a assiduidade são fatores que caracterizam a maturação, através da qual alguém se tornará leitor. Isto é evidenciado nas palavras de Freire:

...(porque há também uma espécie assim de sabedoria do fazer a leitura, que você obtém fazendo a leitura)... Isto é: você não ensina propriamente a ler, a não ser que o outro leia, mas o que você pode é testemunhar ao aluno como você lê e o seu testemunho é eminentemente pedagógico (FREIRE, 1982, p.8).

A escola, hoje, precisa assumir o seu papel de formadora, de construtora de leitores, não para explorar suas disciplinas através da leitura (isso acontecerá naturalmente depois), mas para abrir as portas do mundo através dela.

...ler é o único jeito de se comunicar de igual para igual com o restante da humanidade, seja no tempo – por meio de textos escritos por gente que já morreu, como Jean Piaget ou William Shakespeare -, seja no espaço – ao ver, em jornais, livros e revistas, o que japoneses ou alemães acham de eventos que estão ocorrendo neste exato momento. É nos escritos que desvendamos outras culturas, que hábitos e histórias diferentes se revelam para nós, que compreendemos, de fato, o sentido da expressão diversidade de idéias, vivências, sonhos, experiências (BENCINI, 2006, p.31).

A formação de um leitor deve valer-se de vivências sistemáticas de leitura carregadas de significado, de sentidos que contribuam para o ser/estar no mundo. Deve envolver práticas sociais, nas quais o indivíduo sinta a necessidade de ler. Deve, ainda, fazer do ato de ler um momento de apropriação de saberes, de conhecimento de si e do mundo, e, sempre que possível, também um momento de prazer.

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Não se pode esquecer que, para que o texto dialogue com o universo do leitor, é preciso que esse leitor mobilize conhecimentos prévios que possibilitam tornar o texto mais significativo. Para isso, o professor deve lançar mão de atividades motivadoras de antecipação de leitura, ou seja, que criem expectativas em relação ao que vai ser lido, que façam com que o leitor relacione com leituras e vivências anteriores tendo, portanto, significados para o mesmo.

Para que a interação sujeito-texto seja fonte de criação, elaboração de uma palavra pessoalizada, singular, é necessário que a leitura passe a fazer parte de nossos gestos diários: é preciso sentir necessidade de ler.

São desafios que criam necessidades: querer conhecer, apoderar-se de bens cul turais ainda guardados pela escrita, descobrir outros mundos, perceber e buscar outras leituras que “conversem” com sua leitura - a intertextualidade. São necessidades que podem gerar prazer, estimular repertórios – presentes ou adormecidos -, fazer sonhar, ajudar a ler/ver o mundo. No processo de leitura, não podemos deixar de trabalhar com as linguagens não-verbais. A leitura de imagens, cartazes, fotos, propagandas, figuras que aumentam em nosso universo cotidiano, devendo contemplar o multiletramento.

A convivência com a música, a pintura, a fotografia, o cinema, com outras formas de utilização do som e com a imagem, assim como a convivência com as linguagens artificiais poderiam nos apontar para uma inserção no universo simbólico que não é a que temos estabelecido na escola. Essas linguagens todas não são alternativas. Elas se articulam. E é essa articulação que deveria ser explorada no ensino da leitura, quando temos como objetivo trabalhar a capacidade de compreensão do aluno. (ORLANDI, 2001, p.40).

Trabalharemos buscando o desenvolvimento de nosso aluno para que ele se torne um leitor competente, autônomo e crítico, o que não significa apenas dar conta das necessidades da formação acadêmica, mas ter também condição de interagir criticamente numa sociedade em que grande parte das atividades se sustenta na leitura e na escrita.

*Referências:BENCINI, Roberta. Todas as leituras. Nova Escola, São Paulo. n.94. p. 31-37. ago. 2006.FREIRE, Paulo. Da leitura do mundo à leitura da palavra. Leitura: teoria e prática. Porto Alegre: Mercado Aberto, p.03-17, nov.1982.ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e Leitura. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

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3 – RECURSOS DIDÁTICOS

3.1 SítiosTítulo do Sítio: Amigos do LivroDisponível em : www.amigosdolivro.com.brAcessado em: janeiro/2008.Comentários: Este sítio oportuniza estudo, pesquisa, divulgação e promoção de livros e do hábito de leitura. Nele são encontrados autores, editoras, livrarias, bibliotecas, gráficas, prêmios e concursos, associações literárias e culturais, notícias e textos diversos sobre o mundo do livro e uma variedade de outros serviços. É um sítio abrangente e que possibilita o aprofundamento do conteúdo pesquisado em relação à leitura.

*Título do Sítio: PNLL*Disponível em : http://www.vivaleitura.com.brAcessado em: janeiro/2008.Comentários: O sítio apresenta o Plano Nacional do Livro e Leitura – PNLL e seus projetos, programas e atividades relacionados a livros, leitura e bibliotecas, em desenvolvimento por todo o país. Apresenta os quatro eixos estratégicos do PNLL que são: democratização do acesso, fomento à leitura e à formação de mediadores, valorização e comunicação da leitura e desenvolvimento da economia do livro. É um sítio muito interessante pois mostra a atuação do Estado e da Sociedade no desenvolvimento da leitura no Brasil.

*Título do Sítio: Projeto Memória de Leitura*Disponível em : http://www.unicamp.br/iel/memoriaAcessado em: janeiro/2008.Comentários: É o sítio de um projeto acadêmico da Unicamp onde são divulgadas pesquisas sobre a história da leitura e do livro no Brasil. Possibilita o acesso a bibliografias, dados e fontes primárias na área da Leitura e Linguagem a professores, pesquisadores e demais interessados na mesma.

*Título do Sítio: Projeto ReleiturasDisponível em : http://www.releituras.comAcessado em: janeiro/2008.Comentários: É um sítio muito interessante que possibilita leituras e releituras de textos dos melhores escritores nacionais e estrangeiros da literatura. A página traz biografias, textos ilustrados, novos escritores e até uma cinemateca com curtas-metragens brasileiros. Este sítio pode ser utilizado pelo professor como leitor, como também ser uma ferramenta pedagógica que possibilita explorar a leitura de várias formas.

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3.2 Sons e Vídeos-Vídeo*Título: Ler e escrever: compromisso da escola*Direção: TV Escola, Brasil Produtora: TVE Brasil Duração: 1h Local da Publicação: Brasília Ano: 2002 Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/*Sinopse: É uma série composta por cinco programas dedicados a refletir sobre a leitura e a escrita como aprendizagem a ser desenvolvida por todos os professores.*Comentários: O objetivo desta série de programas é dar ênfase à reflexão sobre a leitura e a escrita como responsabilidade de toda a escola. Esse compromisso de todos os professores da escola é de grande relevância, pois constitui condição indispensável à formação do aluno e ao exercício da cidadania.

*Título: Espaços de leitura*Direção: TV Escola, Brasil Produtora: TVE Brasil Duração: 1h Local da Publicação: Brasília Ano: 2004 Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/*Sinopse: A série é composta por cinco programas dedicados à discussão da importância dos espaços de leitura na formação de leitores, das relações entre escola, espaços de leitura, família e comunidade e apresenta práticas de leitura na biblioteca.*Comentários: A série trata de tema de grande relevância e pertinência no quadro da educação brasileira atual, pois aborda discussão de criação de instâncias de mediação de leitura que, além do acesso físico aos livros, promovam a apropriação de seus conteúdos. Mostra que é importante preparar espaços e tempos de leitura capazes não só de oferecer materiais para a leitura, mas de promover interesse pelos conteúdos que ela veicula.

3.3 Proposta de AtividadesAtividades prévias à leitura de textos Antes da leitura de qualquer texto, é necessário prevê-lo, analisá-lo e fazer o aluno perceber o que ele já domina em termos de conteúdo e vocabulário. Os objetivos do desenvolvimento de atividades prévias à leitura de textos são: mostrar ao aluno que título, subtítulos, figuras dentre outros aspectos do texto já nos possibilitam uma pré-leitura

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do mesmo; orientar formas do aluno se situar frente a um texto e proceder à compreensão do mesmo; introduzir idéias de previsão e dedução do texto lido; levantar questões que explorem e desenvolvam a leitura de mundo. Os recursos utilizados serão textos a escolha do professor e quadro. Qualquer um dos aspectos a seguir, ou uma combinação deles, pode ser usado cada vez que se introduz um novo texto para os alunos. Pode pedir-se para que façam em equipes ou trabalhar junto com toda a turma. Explore com o aluno os seguintes aspectos:- Observar o título e os subtítulos (se houver). “Do que você acha que o texto está tratando?”- Olhar as figuras. “A que elas se relacionam?” - Ler o primeiro e o último parágrafos. “Novamente, tente deduzir do que trata o texto.”- Ler o título. Depois, rapidamente, passar os olhos sobre o texto e circular todas as palavras que têm alguma ligação com ele (o título).- Após olhar o título, as figuras e o primeiro parágrafo, tentar elaborar, mentalmente, algumas perguntas, cujas respostas achar que o texto traz. -Selecionar algumas palavras do texto e escrevê-las no quadro. Pedir aos alunos que tentem localizá-las e circulá-las (dar preferência às palavras-chave do texto).- Levantar questões que explorem o contexto, discutindo a realidade do texto trabalhado como: data, de onde foi retirado, finalidade, especificidade do gênero, lugares preferenciais de circulação, autor do texto e o interlocutor do mesmo.- Dar alguma explicação geral sobre o que será lido, ou seja, indicar sua temática, para que o aluno possa relacioná-la a aspectos da sua experiência prévia. Informar sobre o tipo de texto que vai ler, também é uma forma de fornecer conhecimento útil à sua tarefa.- Orientar os alunos para que observem, no texto, aspectos como ilustrações, os títulos, subtítulos, enumerações, os sublinhados, as mudanças de letra, as introduções, os resumos, etc., que os ajudarão a saber do que trata o texto. -Finalmente, iniciar a leitura, relembrando aos alunos que não parem diante de uma palavra desconhecida, para não perder o ritmo. Aproveite para introduzir idéias, como previsão, dedução, inferência, etc. A avaliação ocorrerá durante o desenvolvimento das atividades, levando-se em conta a participação dos alunos e compreensão que demonstrarem sobre os itens trabalhados, possibilitando também a retomada dos aspectos necessários.

Lendo não apenas livros

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Nesta atividade propõe-se a observação, análise e discussão de outros materiais além de livros. Os objetivos da mesma são: ativar a observação e interpretação de vários materiais que podem ser lidos; estimular a análise de figuras, cores, formas, ações e emoções e, conseqüentemente, facilitar o entendimento de leituras posteriores; desenvolver o domínio da ordem alfabética e da procura de informações pela mesma. Para o desenvolvimento destas atividades são utilizados recursos como quadros, figuras, fotografias, lista telefônica, jornais, revistas e histórias em quadrinhos. O professor pode trabalhar as atividades em grupo ou individualmente. Os alunos serão atraídos a ler outros materiais além de livros. Algumas sugestões a seguir:- Discutir quadros interessantes. Usar palavras para descrever cores, formas, ações e emoções. Encontrar figuras, pinturas e fotografias relevantes que levem à discussão do conteúdo de um livro. Ações físicas e expressões faciais podem ser introduzidas e discutidas através de figuras. Os alunos podem ser estimulados a examinar figuras e encontrar exemplos dessas cores, formas, ações e emoções. Esse trabalho estará facilitando o entendimento de leituras posteriores.- Usar a lista telefônica para procurar endereços conforme temas de interesse atual. Isso desenvolverá o domínio do alfabeto e da procura de informações pela mesma.- Procurar artigos de jornais e revistas sobre assuntos de interesse e compartilhá-los com os colegas.- Usar livros de histórias em quadrinhos. Inúmeras atividades de vocabulário podem ser elaboradas a partir desses materiais. As histórias em quadrinhos também oferecem um meio excelente para discutir as diferenças entre fantasia e fato, certo e errado, heróis e vilões. A avaliação será feita durante o desenvolvimento das atividades, observando-se a participação e envolvimento dos alunos nas atividades propostas e o entendimento dos conteúdos trabalhados. Promover perguntas dos alunos sobre o texto Nesta atividade trabalha-se a reflexão e discussão sobre os conhecimentos que se tem sobre o texto escolhido para a leitura. Os objetivos da mesma são: possibilitar ao aluno uma reflexão sobre o que sabe e o que não sabe sobre o assunto e levantar desafios de interpretação do texto a serem resolvidos com o estudo e a compreensão do mesmo. O recurso necessário ao desenvolvimento da atividade é um texto escolhido previamente pelo professor. A atividade pode ser implementada com os alunos, individualmente ou em grupos. Iniciar a atividade motivando e efetuando a leitura do texto escolhido.

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Possibilitar espaço para que os alunos formulem perguntas sobre o texto, pois os mesmos estarão não somente utilizando o seu conhecimento prévio sobre o tema, mas também conscientizando-se do que sabem e do que não sabem sobre o assunto. É importante que os alunos possam formulá-las, que elas sejam ouvidas e, caso necessário, que sejam reelaboradas para que possam servir de desafios a serem enfrentados com o estudo e a compreensão. A participação e envolvimento dos alunos no decorrer das atividades e a adequação das respostas dadas aos questionamentos elaborados, irá constituir a avaliação de todo o processo.

Tarefas de leitura compartilhada Essa atividade envolve a análise do texto lido, a discussão sobre os questionamentos levantados e a prática de encaminhamento do processo de compreensão da própria leitura. O professor ao desenvolvê-la tem os seguintes objetivos: auxiliar o aluno no processo de interpretação de textos lidos e possibilitar a ele assumir a responsabilidade e o controle do seu processo de leitura e interpretação. O professor e os alunos assumem a responsabilidade de organizar a tarefa de leitura e de envolver os outros na mesma. Os alunos assumem, progressivamente, responsabilidades em torno de estratégias para uma leitura eficaz. Professor e alunos devem ler um texto ou trecho de um texto, em silêncio (também pode ser feita leitura em voz alta). Após a leitura, o professor conduz os alunos a analisarem, em grupo, um resumo do que foi lido e solicita sua concordância. Depois pode solicitar explicações ou esclarecimentos sobre dúvidas do texto. Posteriormente, formula algumas perguntas aos alunos, cuja resposta exige a leitura do texto. Depois, estabelece suas previsões sobre o que ainda não foi interpretado. A previsão consiste em estabelecer hipóteses razoáveis sobre o que será encontrado no texto, baseando-se na interpretação construída sobre o que já se leu e sobre os conhecimentos e experiências do leitor. Quando os alunos estiverem acostumados a trabalhar assim, podem ser organizadas situações de pequenos grupos ou duplas, nos quais cada participante se reveza para assumir o papel de coordenador. Desta forma, o aluno vai assumindo, progressivamente, a responsabilidade e o controle do seu processo de leitura e interpretação. Também podem ser feitas variações na seqüência das tarefas alterando sua ordem (perguntar, esclarecer, recapitular, prever). Não é recomendável seguir uma seqüência fixa, mas adaptá-la às diferentes situações de leitura, aos alunos e seus objetivos.

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A avaliação ocorrerá, durante todo o processo da atividade, através da observação da participação, envolvimento e capacidade do aluno de controlar o seu processo de leitura e interpretação.

Atividades de leitura oral Nessa atividade trabalha-se com a leitura, observação, previsão e análise de informações dos textos. As atividades descritas possibilitam o alcance dos seguintes objetivos: estimular a curiosidade e imaginação dos alunos através da leitura; desenvolver nos alunos a capacidade de fazer previsões e análises sobre textos lidos; estimular a leitura e expressão oral dos alunos. No desenvolvimento dessas atividades os recursos usados serão livros e outros materiais que contenham textos impressos. Algumas das atividades serão realizadas individualmente e outras necessitam que os alunos estejam organizados em grupos. Um trabalho produtivo com leitura de textos deverá ser, sempre, associado a atividades ligadas à linguagem oral. Debater determinado assunto que se relacione com o conflito vivido por um personagem, pedir aos alunos que contem aos demais algo que leram, fazer a leitura dramatizada de um poema, entre outras, podem ser estratégias pedagógicas para motivar os alunos a se aproximarem dos textos, além de tornar mais articulada a aprendizagem da língua. O professor deve ler para os alunos, preferencialmente, todos os dias. Importante estabelecer uma hora de leitura oral regularmente programada e apresentar livros que estimulem a curiosidade e a imaginação. Há muitas formas de variar as atividades de leitura oral, entre elas:-Ler em voz alta, deixando de lado uma parte crucial da história, e pedir aos alunos que façam previsões sobre o que acontecerá. Então, os alunos lêem para si mesmos e comparam com suas previsões. - Os alunos trazem textos que leram anteriormente e gostaram para lerem aos colegas.- Organizar pequenos grupos para fazer atividades de jogral. Os alunos escolhem um poema ou uma narrativa curta, ensaiam e apresentam para os colegas. A avaliação será feita através da observação da participação, envolvimento, atenção e desempenho dos alunos nas atividades propostas.

Ler e desenhar A leitura de texto, a prática de ilustrar e a observação de desenhos levam à implementação dessa atividade. Os objetivos da

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mesma são: possibilitar ao aluno expressar através de um desenho o que entendeu sobre o texto lido; desenvolver a observação de elementos-chaves presentes na história e expressos no desenho. Para a realização da atividade os recursos necessários são o texto escolhido, folhas de papel e lápis de cor. Os alunos deverão estar reunidos em grupos. A atividade deverá ocorrer da seguinte forma: - Dividir a sala em grupos de cinco ou seis alunos.- Pedir aos grupos que leiam todo o texto, e desenhem sobre o que leram.- Após o término dos desenhos, recolher e conversar com toda a turma sobre o que foi desenhado, discutindo sobre o que lhes proporcionou identificar os elementos da história que estão presentes no mesmo, os elementos-chaves, as idéias em comum, etc. A avaliação ocorrerá através da observação da participação e envolvimento dos alunos nas atividades e da coerência do que foi ilustrado em relação ao texto lido.

Um título diferente Leitura, análise e discussão são os aspectos centrais dessa atividade. Os objetivos propostos com o desenvolvimento da mesma são: incentivar os alunos para a leitura; possibilitar aos alunos que interpretem e reflitam sobre o texto lido através da análise de títulos propostos ao mesmo; oportunizar espaço para a discussão dos alunos em relação às opiniões apresentadas. Os recursos utilizados para efetuar essa atividade são o texto escolhido para leitura e um quadro. O desenvolvimento da atividade se dará da seguinte forma: - Escolher, previamente, um texto. Antes da leitura do mesmo, entregue ou escreva no quadro oito títulos diferentes para ele, sendo seis parecidos com o original (em idéia ou estrutura) e dois bem diferentes.- Solicitar a leitura pelos alunos (em duplas) e pedir para que julguem cada um dos títulos sugeridos, numerando-os em ordem de preferência de 1 a 8.-Discutir as opiniões com a turma. A avaliação se dará através da observação da atenção, do envolvimento e participação dos alunos na atividade proposta.

Leitura e computadores A leitura, observação e análise do espaço de leitura da Web será a atividade desse item. Os objetivos da mesma são: explorar formas de aproximar alunos e computadores; capacitar os alunos a compreenderem uma nova concepção de texto, não linear, que associa palavras, imagens e sons presentes na Web; explorar a

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leitura e interpretação de textos e outros recursos presentes nos computadores. Essa atividade pode ser desenvolvida individualmente ou em grupo, pois o recurso necessário à mesma é o computador, portanto, depende de quantos o professor dispõe para o desenvolvimento de sua prática pedagógica. O trabalho pode ser realizado através da exploração dos mais variados recursos presentes na tecnologia do computador como:- Web: explicar aos alunos, usando o computador, como são apresentados textos, imagens, sons, gráficos e vídeos. Através da utilização do mouse e de palavras-chaves mostrar como pode-se ter acesso a vários tipos de informação sobre assuntos específicos, instituições, indivíduos ou grupos.- hipertexto: mostrar ao aluno como funciona o hipertexto que, na tela do computador, é um sistema para a visualização de informação cujos documentos contêm referências internas para outros. O mesmo permite saltos de um assunto para outro ou de uma página para a outra. É um modelo não-linear, diferente do texto de um livro.- correio eletrônico: explicar como funciona o e-mail. Verificar se todos os alunos possuem e-mail. Se não, criar um endereço eletrônico para cada um. A partir daí, professor e alunos podem manter contato através dessa ferramenta.- o professor pode orientar tarefas específicas de pesquisa na Web de diversas maneiras como pedir ao aluno que faça pesquisas sobre determinados tópicos de um conteúdo e, posteriormente, fazer uma discussão sobre o que os alunos pesquisaram. Pode também pedir que o aluno faça um resumo de cada página que achou interessante.- orientar o aluno para saber selecionar as leituras evitando o excesso informacional, ou seja, diferenciar o essencial, o relevante, manter o foco e conseguir a informação precisa. A avaliação ocorrerá durante o desenvolvimento das atividades observando-se o envolvimento e participação dos alunos e o alcance dos objetivos propostos.

*Referências:BENCINI, Roberta. Todas as leituras. Nova Escola, São Paulo, n.194, p.31-37. ago. 2006.LERNER, Delia. É preciso dar sentido à leitura. Nova Escola, São Paulo, n. 0195, set.2006. Entrevista.SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

3.4 Imagens

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Descrição da Imagem: Existem vídeos, livros que dão suporte aos usos das mídias como vídeos, dvd, cds, que podem enriquecer a sala de aula. Um bom educador precisa estar atento a todas as possibilidades de recursos.

Autor: Clair Lima VasconcelosProprietário: Clair Lima VasconcelosFonte Bibliográfica: PrópriaData inclusão da imagem: 12/06/2006

Categoria/SubCategoria: Práticas pedagógicas/LiteraturaPráticas pedagógicas/Comunicação

Palavras-chaves: mídias , interação , educação , possibilidades

Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

*Comentário: Podemos pensar em um olhar sobre as possibilidades da leitura, sobre o universo que ela nos apresenta, sobre as ferramentas que ela nos dispõe. A relevância e abrangência que a leitura tem, justificam o nosso objeto de estudo.

4 – RECURSO DE INFORMAÇÃO

4.1 Sugestão de Leitura• Revista Científica

*Título do Artigo: A Leitura na Sociedade do Conhecimento*Referência:CARVALHO, Lafaiete da Silva; BLATTMANN, Ursula; BERNARDES, Lúcia de Lourdes Rutkowsky et al. A Leitura na Sociedade do Conhecimento. ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina. Florianópolis. 11 v. p.19-27, jan./jul., 2006.Disponível em : http://www.acbsc. *Comentários: O objetivo deste artigo é apontar algumas questões sobre leituras, o leitor e circunstâncias do contexto na Era do Conhecimento. Faz reflexões sobre as leituras, para a compreensão das diversidades cognitivas, educacionais e culturais que envolvem o ser humano. É um texto muito abrangente e relevante para pensarmos a leitura na Sociedade do Conhecimento em que vivemos.

• Periódico:*Título do Artigo: A leitura e seus sentidos*Referência: FUENTES, Lígia Ferrari. A leitura e seus sentidos. Linha Mestra Revista Virtual. Campinas. 1v. mar./abr., 2007.Disponível em : http://www.alb.com.br

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*Comentários: O artigo traz reflexões sobre os sentidos da palavra leitura, sobre as concepções reducionistas e a concepção construtivista da dinâmica da leitura, os quais são caminhos delineados para escolha do professor, que indicarão seu discurso pedagógico.

• Livro*Título do Livro: Estratégias de Leitura*Referência:SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

*Comentários: O livro aborda diversas formas de trabalhar com o ensino da leitura. O objetivo principal da obra é difundir estratégias que contribuem para a formação de alunos que interpretem e compreendam de maneira mais autônoma os textos que lêem. O ato de ler é um processo complexo e essa obra, certamente, contribuirá para o desempenho docente através das reflexões que traz sobre as concepções de leitura e das práticas para o ensino da leitura e de estratégias de compreensão leitora.

*Título do Livro: Incentivando o amor pela leitura*Referência:CRAMER, Eugene H.; CASTLE, Marrietta (orgs.). Incentivando o amor pela leitura. Porto Alegre: Artmed, 2001.

*Comentários: Uma obra importante na orientação de como criar e estimular uma cultura escolar que desperte os alunos para o valor e o prazer da leitura. Nesta obra estão reunidos artigos sobre questões relacionadas à motivação pela leitura que, certamente, contribuirão para o sucesso do processo ensino aprendizagem.

*Título do livro: Leitor formado, leitor em formação: a leitura literária em questão*Referência:TURCHI, Maria Zaira; SILVA, Vera Maria Tietzmann (orgs.). Leitor formado, leitor em formação: a leitura literária em questão. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2006.

*Comentários: Esta obra é uma coletânea de artigos de pesquisadores do Grupo de Trabalho de Literatura Infantil e Leitura da ANPOLL. Os artigos são frutos de pesquisas sobre teorias da leitura e formação do leitor; história da leitura e histórias de leitura; teoria, história e crítica da literatura infantil e juvenil. É um livro abrangente e relevante para quem trabalha com a formação de leitores.

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• Internet *Título: Ler é uma atividade neuróbica*Disponível em : http://www.amigosdolivro.com.brAcesso em: janeiro/2008

*Comentários: Além de toda a importância intelectual que reveste o ato de ler, a leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios, tendo, portanto, mais um ponto positivo. Nesse texto, explica-se que neuróbica é a aeróbica dos neurônios e a leitura é uma atividade neuróbica. Então, ler é benéfico também à saúde mental.

4.2 Notícias• Jornal

*Título da Notícia: Alunos da região Sul têm melhor desempenho no Pisa*Referência:Sobrenome: JARDONNome: CarolinaNome do jornal: Globo.comData de publicação: 04/12/07Coluna: Vestibular e EducaçãoDisponível em: www.g1.com.br

*TextoAlunos da região Sul têm melhor desempenho no PisaAvaliação foi feita pela OCDE e divulgada pelo Ministério da Educação.Região Nordeste, em especial o Estado do Maranhão, apresentou piores índices.

A Região Sul do país foi a que apresentou melhor desempenho nos resultados das provas de ciências, leitura e matemática do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa ) de 2006, elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e aplicado a cada três anos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4) pelo Ministério da Educação (MEC).

O Pisa de 2006 avaliou alunos de 15 anos de 57 países e tem como objetivo produzir indicadores dos sistemas educacionais. No Brasil, o exame foi aplicado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC. Esta é a primeira vez que o ministério divulga os resultados do Brasil divididos por estado.

Os estados da Região Centro-Oeste do Brasil ficaram em segundo lugar em

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matemática e ciências e a Região Sudeste ocupou a segunda posição em leitura. A Região Nordeste apresentou os índices mais baixos nas três áreas avaliadas. A avaliação no Brasil foi feita em 2006 com 9.295 alunos na faixa etária de 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica. Veja a tabela do desempenho completa:

Em ciências, por exemplo, cuja média nacional é de 390, apresentaram melhor desempenho o Distrito Federal (447) e os estados de Santa Catarina (427), Rio Grande do Sul (424), Paraná (422), Rio de Janeiro (411), Minas Gerais (406), Espírito Santo (403), Sergipe (402), Goiás (398) e Rondônia (396). A pior média foi do Maranhão, com 317.

Em leitura, a média nacional é de 393 e o melhor desempenho foi de Santa Catarina (431). Em seguida está o Distrito Federal (429), Rio de Janeiro (427) e Rondônia (415). O pior desempenho em leitura é novamente do Maranhão (272). Segundo o ministro da Educação, Fernanda Haddad, a grande vantagem da divulgação por estado é identificar os problemas de

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cada um. "Pela primeira vez poderemos observar o que vai bem e aonde se inspira cuidados. Agora, por exemplo, sabemos que Santa Catarina tem um bom desempenho", disse Haddad.

Já em matemática com média nacional de 370, o melhor desempenho mais uma vez é do Distrito Federal que apresentou resultado de 431, seguido de Santa Catarina (413), Rio Grande do Sul (405) e Paraná (400). O Maranhão mais uma vez aparece com o pior resultado - 270.

Entre todas as unidades da Federação, o desempenho de São Paulo, estado mais rico do país, chama atenção. Em leitura e ciências, o estado aparece abaixo da média nacional e, em matemática, se iguala à média do país. Na opinião do ministro da Educação, Fernando Haddad, a situação de São Paulo requer atenção. "É claro que havia uma expectativa de que São Paulo puxasse a média nacional para cima, mas não aconteceu", observou.

O ministro destacou ainda dois estados do Nordeste - Sergipe e Paraíba, que apresentaram bons resultados apesar de estarem localizados na região mais pobre do país. Sergipe apresentou, por exemplo, o resultado de 408 em uma média de 393 em leitura. Já a Paraíba, também em leitura, apresentou índice maior que a media nacional (393) que foi de 395.

Avaliação

A avaliação do Pisa de 2006 foi feita em 57 países, o Brasil melhorou em matemática, mas piorou em leitura. No ano passado, o país conseguiu média de 370 pontos em matemática, contra os 356 obtidos em 2003. Já no ranking de leitura, a queda em 2006 foi dez pontos: em 2003, o Brasil tinha 403 pontos e passou a ter 393.

A situação é crítica para o país na avaliação da leitura: o Brasil se encontra no grupo de países que têm mais de 50% dos estudantes com dificuldades para usar a leitura como ferramenta para obter conhecimentos em outras áreas. Nessa escala, o Brasil fica lado a lado de países como Qatar, Quirguistão, Azerbaijão, Argentina, Tunísia, Indonésia, Montenegro, Colômbia, Romênia, Sérvia e Bulgária.

Posições

Em 2003, 41 países foram avaliados. Já em 2006, esse número passou para 57. Com isso, a posição do Brasil no ranking flutuou. Mesmo assim, seja com melhora ou com piora, o país ocupa as últimas posições da listagem: na avaliação de leitura é o 8º pior, só à frente de Montenegro, Colômbia, Tunísia, Argentina, Azerbaijão, Qatar e Quirguistão. Em matemática, é o 4º pior, superando somente a Tunísia o Qatar e o Quirguistão.

Nas primeiras colocações do ranking de matemática estão Taipei (549 pontos), Finlândia (548) e Hong Kong (547). Já na lista dos melhores na avaliação de leitura aparecem a Coréia do Sul (556 pontos), a Finlândia (547) e Hong Kong (536).

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Em ciências, de acordo com relatório parcial divulgado na última quinta-feira (29), o Brasil conseguiu 390 pontos à frente apenas da Colômbia, Tunísia, Azerbaijão, Qatar e Quirguistão.

O que é o exame

O Pisa avalia conhecimentos e habilidades que capacitam os alunos para uma participação efetiva na sociedade. A avaliação em leitura busca saber qual é a compreensão, o uso e a reflexão dos estudantes sobre textos escritos para alcançar objetivos. Já na matemática a intenção é medir a capacidade de atender suas necessidades no mundo para, por exemplo, expressar idéias bem fundamentadas.

Sua principal finalidade é produzir indicadores dos sistemas educacionais. São avaliados alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.

As avaliações acontecem a cada três anos, com ênfases distintas em três áreas: leitura, matemática e ciências. Em cada edição, o foco recai principalmente sobre uma dessas áreas. Em 2000, o foco era na leitura; em 2003, a área principal foi a matemática; em 2006, a avaliação teve ênfase em ciências.

Amostra Segundo o Inep, responsável pela aplicação do exame, as provas da última edição do Pisa foram aplicadas em agosto de 2006 a 9.345 alunos de 15 anos (nascidos entre 1º de maio de 1990 e 30 de abril de 1991) matriculados na 7ª ou na 8ª série do ensino fundamental ou em qualquer série do ensino médio de 630 escolas brasileiras de todas as unidades.

*Comentários: O texto traz os resultados obtidos por Estado na avaliação do PISA 2006 e algumas análises em relação aos mesmos. A situação é crítica para o Brasil na avaliação da leitura; 50% dos estudantes brasileiros têm dificuldades para usar a leitura como ferramenta para obter conhecimento em outras áreas, o que indica a necessidade urgente de melhoria educacional nessa área.

• Revista de circulação*Título da Notícia: Projeto Vem Ler na Praça*Fonte: Revista Construir Notícias *Referência: Nome da Revista: Construir NotíciasFascículo: n.15Disponível em: http://www.construirnoticias.com.brData de publicação (mês, ano): março/ abril 2004.*Texto Formação do Leitor

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Projeto VEM LER NA PRAÇA

LER POR PRAZER, LER PARA APRENDER, LER... SIMPLESMENTE LER!!!

Despertar o gosto pela leitura, valorizando a literatura em suas diferentes formas de expressão e promovendo a cidadania. Esse é o objetivo principal do projeto Vem Ler na Praça, criado em 1999 por um grupo de educadoras, artistas locais, escritores de livros infantis e empresários da cidade de Olinda-PE. Articulando leitura, cultura e lazer, o Vem Ler na Praça surgiu do desejo de organizar um projeto que resgatasse o prazer de ler e ouvir histórias, uma vez que esse tipo de iniciativa não vinha acontecendo na cidade de Olinda ou apenas ocorria de forma tímida e restrita aos interiores das salas de aula de algumas escolas. Somado a isso, pensava-se em mobilizar a comunidade em prol de uma maior integração escola e comunidade, já que ambas se encontram inseridas num mesmo lugar. Assim, o grupo reuniu-se em torno dessa idéia de promover uma atividade cultural que colocasse as crianças em contato com os livros e que possibilitasse também desmitificar a figura do autor de livro, concebida muitas vezes, de forma errônea, como algo do passado, que não existe mais.

Surgiu então o projeto Vem Ler na Praça, tendo à sua frente a Escola Gostar de Aprender, representada pelas educadoras Celeste Santos, Katiana Ribeiro e Horasa Andrade; e os autores de livros infantis José Airton e Socorro Miranda. Na ocasião, essas lideranças buscaram o apoio de pessoas e empresas que viessem a viabilizar o projeto e conseguiram a adesão e o incentivo de importantes setores de comunicação do Estado, como os jornais Folha de Pernambuco, Jornal do Commercio e a Pretexto Comunicação. Receberam o apoio, também, das editoras Bagaço, Ática e Scipione, das livrarias Modelo e da Prazer de Ler, além da colaboração dos comerciantes locais, sempre empolgados em apoiar o projeto.

Como forma de resgatar a cidadania e promover a inclusão social, pensou-se que o projeto, promovido por uma escola particular, no caso a Gostar de Aprender, deveria extrapolar os muros da instituição, ir além da sala de aula e integrar-se à comunidade. Para concretizar essa intenção, favoreceram-se atividades de leitura, através de uma vivência lúdica e participativa, nas quais as crianças da Gostar de Aprender (particular) puderam, numa praça, considerada espaço comum de convivência, partilhar momentos de leitura de histórias e de atividades culturais e recreativas com outras crianças, de escolas públicas.

Participaram também desses momentos outras crianças da comunidade, algumas delas, inclusive, não-freqüentadoras de escolas. As escolas públicas que já participaram desse projeto foram a Escola Dom João Costa, a Professor Paulo Freire e a Lions Dirceu Veloso. Como o Vem Ler na Praça está se firmando em seus propósitos, além de obter o reconhecimento da população local, o respaldo dos meios de comunicação e o incentivo de algumas empresas, a organização do projeto é procurada freqüentemente para que amplie a participação para outras escolas. Neste ano, haverá a inclusão da escola pública Dom João Crisóstomo.

Horasa Andrade faz questão de ressaltar que o projeto Vem Ler na Praça

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acontece todos os anos e, desde que foi criado, realiza diversas atividades, dentro e fora do ambiente escolar, nos meses de agosto a outubro, tendo como culminância, no último mês, um evento na Praça Norma Coelho, em Bairro Novo, Olinda. “A cada ano se elege um tema que norteia as propostas de atividades que serão realizadas com os participantes, partindo do princípio de que a literatura é um instrumento que possibilita ao homem alimentar um sonho e formar uma nova visão de mundo”, explicou. E foi assim que já se investigou o ambiente por meio da literatura e da poesia do pernambucano Ascenso Ferreira. Neste ano, a temática será A Paz do Mundo, havendo, inclusive, a divulgação de uma coletânea de textos produzidos pelas crianças participantes do projeto.

Nos seus cinco anos de realização, o Vem Ler na Praça proporciona o saudável contato das crianças com livros e autores, além de promover atividades que incentivam o hábito de uma boa leitura, seja dentro ou fora da sala de aula. Ouvir e ler histórias na praça; conversar com autores e autoras infantis como Lenice Gomes, Socorro Miranda e Edmilson Lima; organizar campanhas de doação de livros para as bibliotecas públicas; apreciar a declamação de poesias de Ascenso Ferreira; dançar ao som das músicas e da poesia dos autores José Airton e Myriam Brindeiro; assistir à apresentação de grupos de dança e de teatro; participar de oficinas artístico-literárias são exemplos de algumas das atividades que foram proporcionadas pelo projeto e bastante apreciadas pelos participantes. Dessa forma, a realização do Vem Ler na Praça realmente proporciona cultura, integração, conhecimento e lazer a crianças e adultos das escolas envolvidas e da comunidade, favorecendo, indiscutivelmente, a cidadania e a inclusão social.

Comentários: A notícia divulga o projeto Vem Ler na Praça, criado em 1999, na cidade de Olinda – PE, o qual proporciona o contato das crianças com livros e autores e promove atividades que incentivam o hábito da leitura. Traz também sugestões de práticas pedagógicas para se trabalhar com a leitura.

• Revista on-line*Título da Notícia: O papel da avaliação / Toda força à leitura *Referência: Autores: Didonê, Débora; Paulina, Iracy; Gentile, Paola et al.Nome da Revista: Nova Escola On-line.Disponível em : http://revistaescola.abril.com.brAcessado em (mês/ano): janeiro/2008.*Texto

Toda força à leitura

"Senão temos biblioteca, vamos à biblioteca municipal." Foi assim, com determinação, que uma escola paulista garantiu um dos principais direitos da infância: aprender a ler

Até o fim do ano passado, o telefone não parava de tocar na EMEF Professora Helena Borsetti, em Matão, a 300 quilômetros de São Paulo."Como vocês conseguiram chegar tão longe? foi a pergunta que mais ouvi", lembra a diretora,Milena Prandi Vieira Ribeiro

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Ferreira, há dois anos no cargo. Do outro lado da linha, professores, diretores e secretários de Educação de cidades vizinhas interessados em saber como obter a terceira melhor média em Matemática e a quarta melhor em Língua Portuguesa na Prova Brasil. A resposta: "Não tem segredo. O que fazemos aqui todo mundo pode fazer. Mas venha nos visitar." A professora Mara Silvia Vieira Ferreira - que acompanhou a turma testada da 2ª à 4ª série, mas foi transferida para outra unidade em 2006 -, acredita que a familiaridade dos alunos com avaliações de múltipla escolha ajudou bastante no resultado satisfatório. Ela retirava questões da Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo para trabalhar os conteúdos. Mas não foi só isso: "As competências em Língua Portuguesa ajudam a ir bem em Matemática, pois as crianças são capazes de ler e interpretar corretamente as questões." Em sala de aula, o grupo recebeu a notícia acompanhada de um presente. A Secretaria Municipal de Educação ofereceu uma viagem a um parque de diversões. Sem biblioteca na escola, Mara tinha tudo para lamentar a falta do espaço para leitura. Uma simples ação, como levar os alunos à biblioteca municipal, foi decisiva para que os livros se incorporassem ao dia-a-dia das crianças, já que em casa eles são quase artigos de luxo - a maioria vive em zona rural. O interesse e a iniciativa da professora contaminaram a equipe e essa prática virou rotina em todas as turmas, da 1ª à 8ª série (leia mais sobre a importância da leitura no quadro abaixo). Os exemplares da escola são guardados em caixas de papelão, que os professores levam para as classes - e logo são atacados pelas crianças. O material é utilizado em atividades e seqüências didáticas que privilegiam estratégias e procedimentos de leitura eficientes para ensinar comportamentos variados: ler por prazer, para estudar, para se informar e para seguir uma instrução. Brincadeiras, concursos de leitura em voz alta e jogos fazem parte da rotina. Nenhuma ação pedagógica é aleatória. A interpretação dos textos e a escrita também estão entre as prioridades. "Não há satisfação maior do que chegar à escola e encontrar um estudante, encostado na mochila, lendo", diz Mara.

De olho nas dificuldades

Para Mariana Criscolim, atual professora da 4ª série, o mesmo prazer está em recuperar um aluno defasado. "Não é fácil dar conta de todos, mas não posso permitir que um aluno seja retido ou chegue à 5ª série sem ler e escrever corretamente", explica. Mara lembra que, no início de 2005, chegaram sete crianças sem dominar essas competências básicas. A saída? Atividades diversificadas e aulas de apoio duas vezes por semana. Olhar atentamente para os que precisam de mais ajuda é regra na Helena Borsetti.No fim do ano, esse pequeno grupo conseguiu acompanhar os colegas e fechar a 4ª série junto com os demais. "Não temos a fileira dos atrasados e a dos avançados. Já

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superamos essa concepção equivocada", analisa. Em 2007, alunos, pais e equipe pedagógica têm mais um motivo para comemorar: duas salas de aula, um laboratório de Ciências e a tão sonhada biblioteca serão inaugurados num espaço amplo e arborizado. O acesso à biblioteca será independente da entrada da escola. "Queremos retribuir à comunidade o serviço e o atendimento que recebemos até hoje. Nossos livros também precisam ser compartilhados", afirma Milena.

O PROFESSOR COMO MEDIADOR

Segundo a ensaísta americana Susan Sontag, a vontade de escrever nasce com a leitura: você se encanta com o que lê e tem o desejo de também produzir um texto. A leitura amplia nossas referências de mundo, nos coloca em contato com a linguagem escrita - que é diferente da falada - e amplia o vocabulário. E tudo isso ajuda na hora de escrever. Por isso, é fundamental que a escola proporcione às crianças experiências diversificadas nessa área. Ao ler notícias, verbetes de enciclopédia e poemas, ela compreende o jogo do texto e como ele funciona (só se aprende a ler notícias lendo jornal). Não adianta, no entanto, apenas garantir o acesso aos livros. Para ler bem, o aluno precisa ser capaz de estabelecer relações entre elementos do próprio texto e entre este e a realidade social a que a obra faz referência, deduzir coisas que não estão escritas e ler nas entrelinhas - capacidades em que nossas crianças demonstraram muita fragilidade na Prova Brasil. Para conseguir desenvolvê-las, além de ter contato com uma diversidade de gêneros e autores, elas precisam contar com a mediação de um adulto: você, professor. Quando lê sozinho, o estudante ganha fluência, confiança e autonomia. Mas precisa também enfrentar os livros mais difíceis para ampliar essas habilidades. Nesse momento, o papel do professor é fundamental. Para intervir corretamente, é preciso apresentar textos que tenham novas dificuldades em cada estágio de desenvolvimento. Tradicionalmente, acredita-se que a tarefa de ensinar a ler e escrever é um feudo exclusivo da disciplina de Língua Portuguesa, o que não combina com a idéia contemporânea de que a leitura e a escrita são ferramentas essenciais para o aprendizado em qualquer área. Assim, a pessoa mais indicada a ajudar o aluno a ler um texto de Matemática, Geografia ou História é o professor dessas matérias porque cada área de conhecimento tem uma lógica e um jeito próprios de lidar com a escrita.

*Comentários: Traz a notícia de uma escola paulista que obteve a terceira melhor média em Matemática e a quarta melhor, em Língua Portuguesa, na Prova Brasil. No texto, são descritas ações pedagógicas de estímulo à leitura que viabilizaram os resultados positivos da escola. Destaca também que para ler bem é necessário que o aluno seja colocado em contato com uma

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diversidade de gêneros e autores e que conte com a mediação do professor, cujo papel é fundamental.

• Jornal on-line*Título da Notícia: Brasil é reprovado, de novo, em matemática e leitura*Referência: Autores: Góis, Antônio; Pinho, Ângela.Nome do Jornal: Folha On LineDisponível em : http://www1.folha.uol.com.brAcessado em (mês/ano): janeiro/2008.

*Texto

Brasil é reprovado, de novo, em matemática e leitura

ANTÔNIO GOISda Folha de S.Paulo, no RioANGELA PINHOda Folha de S.Paulo, em Brasília

A péssima posição do Brasil no ranking de aprendizado em ciências se repetiu nas provas de matemática e leitura. Os resultados do Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), divulgados ontem pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), mostram que os alunos brasileiros obtiveram em 2006 médias que os colocam na 53ª posição em matemática (entre 57 países) e na 48ª em leitura (entre 56).

O objetivo do Pisa é comparar o desempenho dos países na educação. Para isso, são aplicados de três em três anos testes a alunos de 15 anos em nações que participam do programa. O ranking de ciências, divulgado na semana passada, colocava o Brasil na 52ª posição.

Além de estarem entre os piores nas três provas nessa lista de países, a maioria dos estudantes brasileiros atinge, no máximo, o menor nível de aprendizado nas disciplinas.

O pior resultado aparece em matemática. Numa escala que vai até seis, 73% dos brasileiros estão situados no nível um ou abaixo disso. Significa, por exemplo, que só conseguem responder questões com contextos familiares e perguntas definidas de forma clara.

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Em leitura, 56% dos jovens estão apenas no nível um ou abaixo dele. Na escala, que vai até cinco nessa prova, significa que são capazes apenas de localizar informações explícitas no texto e fazer conexões simples.

Em ciências, 61% tiveram desempenho que os colocam abaixo ou somente no nível um de uma escala que vai até seis. Isso significa que seu conhecimento científico é limitado e aplicado somente a poucas situações familiares.

Nos três casos, a proporção de alunos nos níveis mais baixos é muito maior do que a média da OCDE, que congrega, em sua maioria, países ricos.

Comparando o desempenho do Brasil no exame 2003 (que já era ruim) com o de 2006, as notas pioraram em leitura, ficaram estáveis em ciências e melhoraram em matemática.

Uma melhoria insuficiente, porém, para tirar o país das últimas posições, já que foi em matemática que o país se saiu pior em 2006, com médias superiores apenas às de Quirguistão, Qatar e Tunísia e semelhantes às da Colômbia.

Como há uma margem de erro para cada país, a colocação brasileira pode variar da 53ª, no melhor cenário, para a 55ª, no pior. O mesmo ocorre para as provas de leitura e ciências. No de leitura, varia da 46ª à 51ª. Em ciência, da 50ª à 54ª.

A secretária de Educação do governo José Serra (PSDB-SP), Maria Helena de Castro, diz que o resultado em leitura é lamentável. "Essa é uma macrocompetência, básica para que os alunos desenvolvam as outras, como matemática, raciocínio crítico." Nos exames, São Paulo ficou abaixo da média nacional nas três áreas avaliadas.

Suely Druck, da Sociedade Brasileira de Matemática, diz que, em geral, os alunos de outros países, assim como os do Brasil, tiveram desempenho pior em matemática na comparação com as outras disciplinas.

"A matemática se distingue das outras porque desde cedo a criança já tem que ter conhecimento teórico e é um aprendizado seqüencial, ou seja, antes de aprender a multiplicar, tem que saber somar." Por isso, defende que se exija um conteúdo mínimo em matemática para o professor dos primeiros anos do ensino fundamental, quando todas as matérias são ainda ensinadas pela mesma pessoa.

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O Pisa permite também comparar meninos e meninas. Em matemática e ciências, no Brasil, eles se saíram melhor. Em leitura, elas foram melhor.

*Comentários: O texto mostra o insuficiente aproveitamento dos alunos brasileiros na avaliação do PISA 2006. Em relação à leitura, os resultados mostram que 56% dos jovens localizam apenas informações explícitas no texto e fazem conexões simples. Isso traz indicadores da necessidade de mudança no processo educacional.

4.3 Destaques*Título: Um país que não lê*Referências:Fonte: Publicado pelo Aprendiz – 04/04/2006 – Revista Época*Texto

Um país que não lê

Publicado pelo Aprendiz 04/04/2006

Na última década, praticamente todas as crianças brasileiras em idade escolar foram matriculadas. A taxa nacional de analfabetismo também recuou. Hoje, cerca de 98% dos jovens brasileiros conseguem escrever o próprio nome ou ler um letreiro de ônibus. Mas o país ainda está alguns capítulos atrás do aceitável em termos educacionais. Dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) mostram que, em média, cada brasileiro lê o equivalente a 1,8 livro por ano. Longe do que se vê em países como França e Estados Unidos, onde cada pessoa lê de cinco a sete livros por ano. Em rankings internacionais de leitura de países ricos ou em desenvolvimento, o Brasil é lanterninha, atrás de outros latinos como Argentina e México. Um terço dos alunos brasileiros de 1ª a 4ª série nunca pegou espontaneamente um livro para ler. Um dos argumentos mais usados para justificar isso é o preço do livro. Não é uma explicação convincente. Cerca de 45 milhões de lares no país têm TV em cores. A mais barata sai por R$ 300, o que equivale a um pacote de livros. Além disso, as bibliotecas públicas e das escolas - quando existem - são pouco usadas. Os motivos populares para a aversão nacional ao livro são revelados por um levantamento da CBL. As justificativas mais citadas pelos entrevistados são a falta de tempo, o desinteresse e a pura

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preguiça. O quarto motivo: eles preferem outras formas de entretenimento. A razão menos citada é falta de dinheiro. Essa vergonha assumida tem origem na escola. "Os brasileiros não lêem simplesmente porque não sabem ler", afirma Ilona Becskeházy, diretora da Fundação Lemann, um instituto de pesquisa educacional. Segundo o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, apenas 2,5% dos alunos do ensino médio da Região Norte têm nível adequado de leitura. No Sudeste, os resultados também são ruins. Apenas 7,6% dos alunos têm nível adequado de leitura. Um dos problemas é a falta de biblioteca na escola. Segundo o Ministério da Educação, metade dos alunos que estudam no ensino fundamental tem acesso a elas. No Nordeste, esse índice é ainda mais baixo. As bibliotecas estão disponíveis para somente 35,2% das crianças e dos adolescentes. Mas não basta rechear as estantes. É preciso também desenvolver o hábito de ler. Essa é a chave de um projeto simples, criado por três garotas de São Paulo, a Expedição Vaga-Lume. Além de montar bibliotecas comunitárias em regiões distantes da Amazônia, elas investem na formação de professores, pais e alunos, para incutir neles o prazer de ler e contar histórias. "O brasileiro adora novelas. Elas nada mais são que histórias, que também estão contidas nos livros. É isso que mostramos às pessoas e que as faz mudar de comportamento", diz Sylvia Guimarães, da Vaga-Lume.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=60d1d66e0af470100140984bd4030d64

*Comentário: O texto mostra que os brasileiros lêem muito pouco e que a origem desse problema está na escola. Argumentos como “o preço do livro” não justificam a aversão à leitura. Como educadores temos a obrigação de tentar mudar esse quadro, assumindo a responsabilidade na parte pedagógica.

4.4 Paraná*Título: Resultado de pesquisa internacional reflete avanços na política estadual de educação

*Texto

Os estudantes paranaenses na faixa dos 15 anos de idade

obtiveram a quarta melhor avaliação do Brasil no ranking do

Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede

os conhecimentos de matemática, ciências e leitura de alunos de

57 países na mesma faixa etária. O comparativo entre os alunos

brasileiros foi divulgado nesta terça-feira (4) pelo ministro da

Educação, Fernando Haddad. O Paraná ficou em quarto lugar nas

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três áreas avaliadas, sempre com notas superiores às médias

nacionais.

“Em relação aos alunos da rede pública, esse resultado reflete a

nova política educacional adotada pelo Governo Roberto Requião,

que é a de priorizar os investimentos na escola pública de

qualidade, através de programas de valorização e capacitação dos

professores, produção de novos materiais didáticos e

investimentos na infra-estrutura e em novas tecnologias

educacionais”, afirmou o secretário da Educação, Maurício

Requião.

As avaliações do Pisa acontecem a cada três anos, com ênfases em

três áreas: Leitura, Matemática e Ciências. Em cada edição, o foco

recai principalmente sobre uma dessas áreas. Em 2000, o foco era

na Leitura; em 2003, a área principal foi a Matemática e, em 2006,

a avaliação teve ênfase em Ciências.

O resultado do Pisa confirma outras avaliações nacionais, que

atestam a boa qualidade da escola pública paranaense, como a

Prova Brasil, cujos resultados foram divulgados em julho de 2006,

na qual os alunos do Paraná do ensino fundamental obtiveram a

primeira colocação em Matemática e a segunda melhor colocação

em Língua Portuguesa. No resultados do Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Básica, divulgado em fevereiro de 2007, os

alunos da quarta série das escolas estaduais paranaenses

obtiveram o melhor desempenho em Português e o segundo

melhor em Matemática.

O Governo do Paraná elegeu a educação como área prioritária de

ação. Essa prioridade se traduz na contratação de mais de 36 mil

professores e 11.800 servidores, por meio de quatro concursos

públicos já realizados, produção de Livros Didáticos Públicos para

todas as disciplinas do ensino médio, aquisição e instalação de 44

mil computadores e 22 mil televisores multimídia, além de

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reformas e construção de novas escolas e capacitação permanente

dos professores.

O aumento nos investimentos do setor da educação foi de 108%

nos últimos cinco anos. O orçamento da Secretaria da Educação

saltou de R$ 1,221 bilhão para R$ 2,547 bilhões em 2007. O

Paraná é um dos poucos Estados da Federação que destina 30% do

orçamento estadual para a educação. A emenda constitucional que

estabelece essa obrigatoriedade foi proposta pelo atual governo.

*Referências: Publicado no Dia-a-dia Educação. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diaadia Acessado em: janeiro/2008.

*Título: Crianças têm Gincana da leitura na Biblioteca pública durante as férias

*Texto

A criançada pode aproveitar o período de férias escolares para

participar da Gincana da Leitura na Biblioteca Pública do Paraná.

A atividade cultural será realizada sempre às segundas, quartas e

sextas-feiras, durante este mês, e a entrega dos prêmios está

marcada para 16 de fevereiro. As inscrições serão abertas nesta

segunda-feira (7), na Seção Infantil da Biblioteca Pública e podem

ser feitas das 8h30 às 19h.

Neide Camargo Muti, chefe da Divisão de Coleções Especiais,

explica que a idéia do projeto é motivar as crianças para a prática

da leitura como lazer. “Crianças de 5 a 12 anos serão agrupadas

por faixa etária e cada grupo terá listagem com 10 títulos de

livros. O participante da gincana escolhe cinco obras para ler até o

dia 16 do mês que vem. A leitura poderá acontecer na Seção

Infantil ou mediante empréstimo do livro para leitura em casa. De

cada título sugerido, um exemplar ficará reservado na seção”.

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Durante o período da gincana, todas as segundas, quartas e

sextas-feiras, das 10h às 12h e das 16h às 18h, a criança vai à

Seção Infantil para responder a três perguntas de cada livro lido.

“As perguntas serão sorteadas de um total de 10 para cada título e

cada resposta certa vale 5 pontos. Com a leitura de cinco livros e

acerto de todas as perguntas, a criança poderá alcançar até 75

pontos”, diz Neide.

Segundo Neide, para completar a pontuação (máximo de 100

pontos), a criança deverá fazer um trabalho em artes plásticas na

Seção Infantil (desenho, dobradura, pintura ou colagem), conforme

sua escolha, representando algo relacionado ao livro lido. Os

materiais serão fornecidos pela Biblioteca Pública do Paraná

(sucata, tinta, papel e lápis de cor).

Todos os participantes que alcançarem no mínimo 50 pontos,

receberão certificado. Troféus serão entregues aos três primeiros

colocados de cada faixa etária, no dia 21 do mês que vem, a partir

das 15h.

Referências: Fonte Agência Estadual de Notícias.Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.brAcessado em: janeiro/2008.

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