o vinho em cantares

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As Escrituras vertem vinho. O único livro do antigo Testamento que não menciona o vinho é o livro de Jonas. E tem uma razão. O vinho é uma figura que quando usada com o Espírito de Deus evoca uma de suas qualidades de caráter. Assim como o óleo, quando

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Maravilhoso estudo de Cantares de Salomão https://www.facebook.com/estudodecantares Welington Corporation http://estudodecantares.blogspot.com [email protected]

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As Escrituras vertem vinho. O único livro do antigo Testamento que não menciona o vinho é o livro de Jonas. E tem uma razão. O vinho é uma figura que quando usada com o Espírito de Deus evoca uma de suas qualidades de caráter. Assim como o óleo, quando

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aplicado como representação do Espírito. O Vinho simboliza, em relação ao Espírito a sua presença NO INTERIOR, em especial sua Vida, sua Alegria. O óleo, igualmente, simboliza a unção, a MANIFESTAÇÃO EXTERNA, de modo mais amplo ao PODER do ESPÍRITO. Jonas foi um dos homens mais ungidos que já pisou este mundo. Tem algo a ver com o que ocorreu com ele lá no interior do peixe abissal que o engoliu. Para todos os efeitos, literal ou espiritualmente, Jonas é um MORTO que saiu das ÁGUAS e das profundezas para PREGAR aos mortos espirituais de Nínive. E sua pregação é tão poderosa que fazem 200.000 pessoas ou mais, chorarem, gritarem, clamarem a Deus sua graça, implorarem sua misericórdia e seu perdão. Três dias sem dormir, três dias sem para de falar. Três dias que transformaram pela primeira vez e última na história da humanidade, toda uma geração, toda uma nação. Impressionante.

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Mesmo assim, Jonas, o fez a base de óleo. Mas não de vinho. Ele ODIAVA aos ninivitas. Ele ansiava que eles o rejeitassem, para serem destruídos como Sodoma e Gomorra. Ao final da pregação fez um acampamento do lado de fora da cidade aguardando o fogo cair do céu e consumi-los pela sua descrença. Só que não aconteceu. Jonas possuía o chamado, a vocação, a unção e o poder. Mas não tinha a Alegria, o Amor espiritual ainda derramado em seu coração. Ele é um profeta do Velho Testamento que não possui ainda seu espírito REGENERADO. Mas não impedia que Deus através deles, operasse grandes sinais e maravilhas. Mas já mostra a profundidade do uso do Vinho nas Escrituras. A outra cena, antes de iniciar o assunto. Jesus recebe das mãos de um soldado, enquanto crucificado, uma esponja embebida em um tipo de vinagre misturado a especiarias, mirra e

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bálsamos. Uma bebida que amenizaria um pouco suas dores, um fortíssimo narcótico. Mas, ele a recusa, veementemente. Porque Jesus recusou beber o narcótico? Tem a ver com uma promessa, e com uma profunda representação. A promessa foi dada na ceia “nunca mais beberei vinho a não ser convosco, na casa de meu Pai” E Jesus SEMPRE cumpre suas promessas. Esse detalhe é belíssimo. Maravilhosíssimo. Aquilo era vinagre, um vinho decomposto, degradado, mas ainda era vinho. E em segundo lugar, porque Aquele que iniciou seu ministério com a geração sobrenatural de um vinho de excelente qualidade, não iria finalizá-lo tomando um vinho estragado. Um vinho inferior. Por oito vezes Cânticos evocará figura do vinho para evocar os sentimentos do amado pela amada:

Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho.

Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam.

Que belos são os teus amores, minha irmã, esposa minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho! E o aroma dos teus ungüentos do que o de todas as especiarias!

Já entrei no meu jardim, minha irmã, minha esposa; colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite; comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados.

E a tua boca como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e faz com que falem os lábios dos que dormem.

Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; eu te daria a beber do vinho aromático e do mosto das minhas romãs. E compreender o significados, o simbolismo e as representações relacionadas ao vinho nas Escrituras será essencial para compreender a profundidade espiritual, além da dimensão humana contida em Cantares. Importante frisar que a semelhança da festa de Assuero em Susã, quando apresenta à emissários das províncias persas de todo o mundo, a glória de seu reino, Cânticos é banhado em vinho. É época das festas de Benjamim, da festa das

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colheitas, da maturação da uva e em todo o oriente e além estão sendo realizados festivais movidos a dança, canções e vinho. Muito vinho. A cor de Cântico dos Cânticos é purpura.

No Egito festivais com um vinho preservado a base de uma química somente conhecida por sábios sacerdotes e de uso exclusivo de Faraó está sendo fartamente consumido. Os jônios, os aqueus, os eólios e os dórios festejam festas regadas a vinho. As primeiras famílias pastoris aryas, entraram na Índia aproximadamente no segundo milênio antes de Cristo, período em que os aqueus – com quem estavam, de certo modo, aparentados e cuja a língua pertence ao mesmo grupo linguístico do sânscrito – chegavam ao território que, posteriormente, formaria a Grécia. O Rig-Veda menciona um tipo de bebida (soma) que se assemelha ao vinho misturado com especiarias citado em Cantares. A Índia da época de Cânticos não possuía os preceitos de proibição ao vinho que vieram a posterior em sua coleção de livros religiosos, porém em todos os épicos os personagens míticos e divindades estão festejando suas vitórias com vinho. Os povos semitas estão celebrando aos seus deuses com sacrifícios e oferendas de vinho derramado, chamado de libação, e também bebendo muito. O vinho possuía um simbolismo relacionado a ressurreição, ao sangue derramado, ao sacrifício, em muitas culturas da antiguidade. E incondicionalmente conectado às histórias de amor dos deuses do mundo antigo. As festas religiosas em Cânticos evocam, nas terras estrangeiras, aos mitos de fertilidade, sempre envolvendo deusas, seus pares e a terra que recebia o efeito desse amor. Ou seja, o pano de fundo é um mundo literalmente embriagado durante a realização dessas festas.

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Poderia citar que as vestes do Messias cheiram a um vinho cheio de especiarias. Porque o vinho da época de Cânticos era comumente misturado a diversas especiarias. Isaías mostrará a libertação trazida por parte do Messias por meio de força descomunal, onde suas vestes estarão manchadas de vinho, após seu árduo trabalho no lagar.

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A cena de Isaias é de um trabalhador do lagar com as vestes completamente cor de vinho em virtude dos respingos. A cena é dos inimigos de Deus sendo destruídos, esmagados debaixo de grande ira, mas o resultado é que o sangue salpica suas vestes. É a cena de uma batalha transformada na cena de uma “batalha” no lagar.

Para compreender a simbolismo do vinho nas Escrituras temos que estudar um pouco a história do vinho.

A Babilônia já tinha leis que tratavam da exportação de vinhos e A Epopéia de Gilgamesh, mais antigo texto literário conhecido, data do século XVIII antes de Cristo. Na Grécia e em Roma, o vinho tinha sua origem cercada de lendas. Já no Egito antigo inscreviam nas jarras informações sobre a safra, a vinha de proveniência e o nome do vinhateiro – eram os primeiros rótulos. A terra dos antigos faraós nos legou listas com seus vinhos Os egípcios também se dedicavam ao vinho, fato que fora comprovado em 1922 por estudiosos. Na tumba do jovem faraó Tutankamon (1371- 1352 a .C.) foram encontradas 36 ânforas de vinho. Algumas delas continham inscrições sobre a região onde fora produzido, a safra, nome do comerciante. Especialmente em uma havia até mesmo o seguinte comentário: "muito boa qualidade". Os médicos gregos foram os primeiros a prescreverem o vinho como medicamento, incluindo Hipócrates, considerado mais tarde o pai da medicina. Os gregos também aprenderam a adicionar ervas e especiarias ao vinho para disfarçar a deterioração.

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Se hoje os vinhos nos chegam engarrafado, e com o selo fiscal, no passado distante ele chegava em ânforas, fechadas com cera.

Séculos antes de Cristo, o transporte de vinho e de azeite e, eventualmente, de figos e nozes era realizado em ânforas. Os gregos e depois os romanos transportavam e exportavam seus vinhos e azeites nessas ânforas. Uma vez chegadas ao destino, o líquido era colocado em recipientes menores. Barricas e barris, uma invenção dos gauleses ou celtas, chegaram muitos séculos depois.

As ânforas eram feitas de terracota e revestidas por uma resina. Eram produzidas em massa e dentro de padrões de capacidade pré-estabelecidos. Às vezes traziam como garantia o carimbo do artesão numa das alças ou no gargalo da ânfora.

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Os egípcios foram os primeiros a saber como registar e celebrar os detalhes da

vinificação em suas pinturas que datam de 1.000 a 3.000 a.C. Nas tumbas dos faraós

são vistas cenas mostrando como os vinhos eram bebidos. O consumo de vinho

estava limitados aos ricos, nobres e sacerdotes. Os vinhedos e o vinho eram

oferecidos ao deuses, especialmente pelos faraós, como mostram os registos do

presente que Ramses III (1100 a.C.) fez ao deus Amun.

Na Ilíada Homero fala de vinhos e descreve com lirismo a colheita durante o

Outono.

Entre as muitas evidências da sabedoria grega para o uso do vinho, são os escritos

atribuídos a Eubulus por volta de 375 a.C. : “Eu preparo três taças para o

moderado: uma para a saúde, que ele sorverá primeiro, a segunda para o amor e o

prazer e a terceira para o sono. Quando essa taça acabou, os convidados sábios vão

para casa. A quarta taça é a menos demorada, mas é a da violência; a quinta é a do

tumulto, a sexta da orgia, a sétima a do olho roxo, a oitava é a do policial, a nona da

ranzinzice e a décima a da loucura e da quebradeira dos móveis.”

Columela, calculava que o cultivo de um hectare de cereal acarretava que uma só pessoa disponibilizasse quarenta e duas jornadas de trabalho ao longo do ano, enquanto uma mesma extensão de terreno ocupado por vinha, necessitaria de seis vezes mais jornadas, ou seja, duzentas e cinquenta e duas. Os egípcios criaram uma prensa tipo parafuso usando tiras vegetais e torção para extração do suco das uvas.

Existiram vários sistemas de prensas e também os lagares rupestres onde as uvas eram batidas ou pisadas.

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( Lagar de Cortegaça – da época do império Romano – em Portugal) A mais citada de todas as lendas sobre a descoberta do vinho é uma versão persa que fala sobre Jamshid , um rei persa semi-mitológico que parece estar relacionado a Noé, pois teria construído um grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas eram mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho sendo deixadas de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas possível veneno. Uma donzela do harém tentou se matar ingerindo o possível veneno. Ao invés da morte ela encontrou alegria e um repousante sono. Ela narrou o ocorrido ao rei que ordenou, então, que uma grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e sua corte beberam da nova bebida. A propósito, o código de Hammurabi e o código dos hititas são os dois primeiros livros sobre leis de que temos conhecimento e ambos fazem referência aos vinhos. No código de Hammurabi há três tópicos relacionados com as "casas de vinho". O primeiro diz que "a vendedora de vinhos que errar a conta será atirada à água"; o segundo afirma que "se a vendedora não prender marginais que estiverem tramando e os levar ao palácio seria punida com a morte"; a última diz que "uma sacerdotisa abrir uma casa de vinhos ou nela entrar para tomar um drinque, será queimada viva". Provavelmente havia predileção pelos vinhos doces (Homero descreve uvas secadas ao sol), mas haviam vários tipos diferentes de vinho. Laerte, o pai de Odisseu, cujos vinhedos eram seu orgulho e alegria, vangloriava-se de ter 50 tipos, cada um de um tipo diferente de uva. Com relação à prática de adicionar resina de pinheiro no vinho, utilizada na elaboração do moderno Retsina, parece que era rara na Grécia Antiga. No entanto, era comum fazer outras misturas com os vinhos e, na verdade, raramente eram bebidos puros. Era normal adicionar-se pelo menos água e, quanto mais formal a ocasião e mais sofisticada a comida, mais especiarias aromáticas eram adicionadas ao vinho.

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Tudo que se queira saber sobre a vitivinicultura romana da época está no manual "De Re Rústica" (Sobre Temas do Campo), de aproximadamente 65 d.C, de autoria de um espanhol de Gades (hoje Cádiz), Lucius Columella. O manual chega a detalhes como: a produção por área plantada (que, surpreendentemente, é a mesma dos melhores vinhedos da França de hoje), a técnica de plantio em estacas com distância de dois passos entre elas (mais ou menos a mesma técnica usada hoje em vários vinhedos europeus), tipo de terreno, drenagem, colheita, prensagem, fermentação, etc. Galeno (131-201 d.C.), o famoso grego médico dos gladiadores e, posteriormente médico particular do imperador Marco Aurélio, escreveu um tratado denominado "De antídotos" sobre o uso de preparações à base de vinho e ervas, usadas como antídotos de venenos. Nesse tratado existem considerações perfeitas sobre os vinhos, tanto italianos como gregos, bebidos em Roma nessa época: como deveriam ser analisados, guardados e envelhecidos A maneira de Galeno escolher o melhor era começar com vinhos de 20 anos, que se esperava serem amargos, e, então, provar as safras mais novas até chegar-se ao vinho mais velho sem amargor. Segundo Galeno, o vinho "Falerniano" era ainda nessa época o melhor (tão famoso que era falsificado com freqüência) e o "Surrentino" o igualava em qualidade, embora mais duro e mais austero. A palavra "austero" é usada inúmeras vezes nas descrições de Galeno para a escolha dos vinhos e indica que o gosto de Roma estava se afastando dos vinhos espessos e doces que faziam da Campania a mais prestigiada região. Os vinhedos próximos a Roma, que anteriormente eram desprestigiados por causa de seus vinhos ásperos e ácidos, estavam entre os preferidos de Galeno. Ele descreveu os "grands crus" romanos, todos brancos, como fluídos, mas fortes e levemente adstringentes, variando entre encorpados e leves. Parece que o vinho tinto era a bebida do dia a dia nas tavernas. Após a queda do Império Romano seguiu-se uma época de obscuridade em praticamente todas as áreas da criatividade humana e os vinhedos parecem ter permanecido em latência até que alguém os fizesse renascer. Chegamos à Idade Média, época em que a Igreja Católica passa a ser a detentora das verdades humanas e divinas. Felizmente, o simbolismo do vinho na liturgia católica faz com que a Igreja desempenhe, nessa época, o papel mais importante do renascimento, desenvolvimentoe aprimoramento dos vinhedos e do vinho. Assim, nos séculos que se seguiram, a Igreja foi proprietária de inúmeros vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da época, como os franciscanos, beneditinos e cistercienses (ordem de São Bernardo), que se espalharam por toda Europa, levando consigo a sabedoria da elaboração do vinho. Dessa época são importantes três mosteiros franceses. Dois situam-se na Borgonha: um beneditino em Cluny, próximo de Mâcon (fundado em 529) e um cisterciense em Citeaux, próximo de Beaunne (fundado em 1098). O terceiro, cisterciense, está em Clairvaux na região de Champagne. Também famoso é o mosteiro cisterciense de Eberbach, na região do Rheingau, na Alemanha. Esse mosteiro, construido em 1136 por 12 monges de Clairvaux, enviados por São Bernardo, foi o maior estabelecimento vinícola do mundo durante os séculos XII e XIII e hoje abriga um excelente vinhedo estatal. Os hospitais também foram centros de produção e distribuição de vinhos e, à época, cuidavam não apenas dos doentes, mas também recebiam pobres, viajantes, estudantes e peregrinos. Um dos mais famosos é o Hôtel-Dieu ou Hospice de Beaune, fundado em 1443, até hoje mantido pelas vendas de vinho.

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Também as universidades tiveram seu papel na divulgação e no consumo do vinho durante a Idade Média. Numa forma primitiva de turismo, iniciada pela Universidade de Paris e propagada pela Europa, os estudantes recebiam salvo conduto e ajuda de custo para viagens de intercâmbio cultural com outras universidades. Curiosamente, os estudantes andarilhos gastavam mais tempo em tavernas do que em salas de aulas e, embora cultos, estavam mais interessados em mulheres, músicas e vinhos. Eles se denominavam a "Ordem dos Goliardos" e, conheciam mais do que ninguém, os vinhos de toda a Europa.

Hypocraz

VINHO DE ESPECIARIAS (hipocraz)

O Hipocraz é uma bebida medieval inventada por um médico grego do século 5 aC. Esta bebida é produzida a partir de vinho vermelho, mel e especiarias. Este vinho doce é criado com as especiarias reias como a canela, o cardamomo (tipo de gengibre), o cravo e o gengibre. É interessante observar que é da idade média, por volta do ano de 1.300, o primeiro livro impresso sobre o vinho: "Liber de Vinis". Escrito pelo espanhol ou catalão Arnaldus de Villanova, médico e professor da Universidade de Montpellier, o livro continha uma visão médica do vinho, provavelmente a primeira desde a escrita por Galeno. O livro cita as propriedades curativas de vinhos aromatizados com ervas em uma infinidade de doenças. Entre eles, o vinho aromatizado com arlequim teria "qualidades maravilhosas" tais como: "restabelecer o apetite e as energias, exaltar a alma, embelezar a face, promover o crescimento dos cabelos, limpar os dentes e manter a pessoa jovem". O autor também descreve aspectos interessantes como o costume fraudulento dos comerciantes oferecerem aos fregueses alcaçuz, nozes ou queijos salgados, antes que eles provassem seus vinhos, de modo a não perceberem o seu amargor e a acidez. Recomendava que os degustadores "poderiam safar-se de tal engodo degustando os vinhos pela manhã, após terem lavado a boca e comido algumas nacos de pão umedecido em água, pois com o estômago totalmente vazio ou muito cheio estraga o paladar ". Arnaldus Villanova, falecido em 1311, era uma figura polêmica e acreditava na segunda vinda do Messias no ano de 1378, o que lhe valeu uma longa rixa com os monges dominicanos que acabaram por queimar seu livro.

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É importante mencionar um fato importantíssimo e trágico na história da vitivinicultura, ocorrido da segunda metade do século passado, em especial na década de 1870, até o início deste século. Trata-se de uma doença parasitária das vinhas, provocada pelo inseto Phylloxera vastatrix, cuja larva ataca as raízes. A Phylloxera, trazida à Europa em vinhas americanas contaminadas, destruiu praticamente todas as videiras européias. A salvação para o grande mal foi a descoberta de que as raízes das videiras americanas eram resistentes ao inseto e passaram a ser usadas como porta-enxerto para vinhas européias. Desse modo, as videiras americanas foram o remédio para a desgraça que elas próprias causaram às vitis européias.

Extraído em sua maior parte da obra de Hugh Johnson "The Story of Wine" da editora Mitchell-Beazley, Londres, 1989 CICLO DA VIDEIRA

Tal como todas as plantas de folha caduca, a videira depende da temperatura ambiente para suportar toda a actividade enzimática que está na base do seu ciclo vegetativo. Após a vindima, com o avançar do Outono e o consequente abaixamento das temperaturas, a videira vai deixando de ter condições que suportem a sua actividade, as folhas amarelecem e acabam por cair. Entre fim do Outono e o princípio do Inverno a videira entra em repouso vegetativo e só dele sairá quando as temperaturas médias do solo ultrapassarem os 12°C. É durante este período de repouso vegetativo que se realiza a já referida poda.

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CHORO Dá-se nos últimos dias do Inverno ou início da Primavera e representa o fim do repouso vegetativo e o início de um novo ciclo vegetativo da videira, manifestando-se através da perda de seiva pelos cortes da poda. Tal só acontece porque as condições de temperatura começam a permitir a actividade enzimática da planta.

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ABROLHAMENTO Inicialmente os gomos dos nós deixados pela poda começam a intumescer, parecendo como que cobertos de algodão. Em seguida aparece uma ponta verde, ficando posteriormente as pequenas folhas perfeitamente visíveis e separadas

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PERIODO DE ANTERIOR À FLORAÇÃO Depois das pequenas folhas estarem visíveis, segue-se um período de expansão vegetativa durante o qual os factos mais importantes, por ordem cronológica, são: o aparecimento dos cachos, a separação dos cachos e a separação dos botões florais.

FLORAÇÃO Decorre durante cerca de uma semana e meia, normalmente na metade final da Primavera. É um período crucial para a definição de uma colheita. Se a floração decorrer debaixo de chuva, o pólen é lavado dos estames e das flores, não se dá a polinização e a consequente fecundação. A flor não “vinga” em fruto (desavinho) e a colheita será bastante afectada

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CRESCIMENTO DOS BAGOS É um período de grande expansão vegetativa coincidente com uma época de temperaturas mais elevadas. Os bagos passam pelo tamanho de "grãos de chumbo" e "bago de ervilha", até atingirem um certo tamanho que faz com que os cachos fiquem completamente fechados. Até esta fase os bagos das castas brancas e tintas mantêm a coloração verde opaca.

MATURAÇÃO

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Podemos definir o início da maturação com o aparecimento do "pintor", que representa a fase do ciclo vegetativo da videira que coincide com o aparecimento da cor tinta nas películas dos bagos tintos e da película translúcida nas castas brancas. O "pintor" poderá durar de uma a duas semanas, mas um bago muda de cor em 24 horas. A partir do "pintor" inicia-se uma fase de 35 a 55 dias durante a qual a uva acumula açúcares livres (glucose e frutose), potássio, aminoácidos e compostos fenólicos e vai perdendo ácido tartárico e ácido málico (dois ácidos que representam 90% dos ácidos presentes nos bagos de uva). Este período termina com a vindima, que poderá ocorrer no final do Verão ou no princípio do Outono.

A partir daqui o ciclo repete-se e o viticultor passa a aguardar ansiosamente a nova colheita!

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A Adubação

Ao solo

Fazem-se normalmente no Inverno para que a água da chuva faça a incorporação dos nutrientes no perfil do solo:

1. Com matéria orgânica 2. Com adubos minerais

A PODA

A poda é a operação realizada durante o período de repouso vegetativo da videira, que ocorre normalmente no Inverno. É o processo através do qual se contraria a tendência natural da videira para crescer, trepar, ocupar território e competir pela luz e que tem como objetivo obrigá-la a produzir equilibradamente e com qualidade. A poda consiste no corte das varas que se desenvolveram no ano anterior, deixando gomos na sua base que darão origem a novas varas carregadas de frutos. O número de gomos que se deixam durante a poda é função do sistema de condução, da densidade de plantação, da fertilidade do solo, da disponibilidade de água e do estado de vigor da videira.

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Detalhe da poda seca Os galhos mais frágeis são retirados de modo a permitir a circulação da seiva apenas nos galhos frondosos, diminuindo a produtividade e aumentando a qualidade das uvas em formação.

EMPA

Utilizado em sistemas de condução do tipo Guyot, a empa consiste em dobrar e amarrar a vara ao arame de forma a distribuir a vegetação que se vai desenvolver, contrariando a tendência natural que a videira tem para fazer abrolhar os gomos mais distantes, um fenómeno denominado "dominância apical". Ao dobrar a vara, dificulta-se a passagem da seiva, obrigando ao desenvolvimento dos gomos da base que, de outra forma, não frutificariam.

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REPLANTAÇÕES Caso haja plantas mortas há que substituí-las por plantas novas, normalmente sob a forma de enxertos prontos, que deverão ser plantados no início da Primavera.

Quinta de Azevedo – Vinhal – videiras verdes PRAGAS

1. Pragas: 1. Ácaros 2. Coleópteros 3. Cochonilha 4. Cicadela 5. Traça da vinha 6. Moluscos

1. Lesmas 2. Caracóis

7. Nemátodos 8. Filoxera

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2. Doenças: 1. Provocadas por Fungos

1. Escoriose (Phomopsis vitícola) 2. Míldio (Plasmopara vitícola) 3. Oídio (Uncinula necator, Oidium tuckeri 4. Podridão cinzenta (Botrytis cinérea) 5. Doenças do lenho

1. Eutipiose (Eutypa lata) 2. Esca (Stereum hirsutum)

2. Provocadas por bactérias Normalmente tendo insectos como vectores.

3. Provocadas por vírus Normalmente tendo nemátodos como vectores, são doenças facilmente transmissíveis de planta para planta através das tesouras de poda ou outro material de corte.

Ácaro vermelho europeu Panonychus ulmi

Efeito do ácaro nas folhas da vide

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Traça da vinha

Doença – oido

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Doença - mildio

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Doença Mildio nas folhas

Eutipiose.

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Antigo lagar de Vinho em Cafarnaum no mar da Galiléia

No Jardim do local onde é considerada a tumba que guardou momentaneamente a Cristo Há significativamente um Lagar

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Bet Sames, escola infantil

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Em todo o Antigo Testamento bíblico, apenas o Livro de Jonas não tem referência à videira. As mulheres romanas foram proibidas de beber vinho, e um marido que encontrasse a sua esposa bebendo tinha liberdade para matá-la. Um divórcio com os mesmos fundamentos foi último gravado em Roma em 194 BCG O vinho muitas vezes cria uma "sinergia" interessante com alimentos Quando o vinho e comida são colocados juntos, eles têm "sinergia" ou geram um terceiro sabor além do que a comida ou bebida oferece sozinha. Nem todos os vinhos melhoram com o tempo. Na verdade, a grande maioria dos vinhos produzidos estão prontos para beber e não tem muito potencial para o envelhecimento. Apenas alguns raros vai durar mais tempo do que um decada. O vinho tem um efeito mais concentrado em mulheres do que em homens As mulheres estão mais susceptíveis aos efeitos de vinho do que nos homens, em parte, porque elas têm menos de uma enzima no revestimento do estômago, que é necessária para metabolizar o álcool eficientemente. No centro da vida social e intelectual grego existiu o Simpósio, que significa, literalmente, "beber juntos." De fato, o simpósio reflete carinho grego para a mistura de vinho e discussão intelectual. A combinação do tipo de solo, clima, grau de inclinação e exposição ao sol constitui o terroir de uma vinha eo que faz cada vinhedo e de cada vinho, unicos Os Odres eram uma forma comum para o transporte de vinho no mundo antigo. Peles de animais (geralmente cabras) eram limpas e cozinhadas e virando-se do avesso para que o lado peludo já tratado ficasse em contato com o vinho. Com a idade, os vinhos tintos tendem a perder a cor e eventualmente, acabar por uma cor de tijolo vermelho. Por outro lado, os vinhos brancos ganham cor, tornando-se de dourados, eventualmente, marrom-amararelados.

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Na lingua Inglesa a palavra "vinho" pode ser enraizada em “yayin” semita (significando lamentação e choro). Em árabe, a palavra para vinho é carroça. Em grego, é oinos. Nas línguas românicas é vin, vino, vina, vinho. No antigo Egito, a capacidade de armazenar o vinho até o vencimento era considerado alquimia ou magia e era privilégio apenas dos faraós. A viinificação é um tema importante em uma das mais antigas obras literárias conhecidas, a Epopéia de Gilgamesh. A divindade responsável pelo vinho era a deusa Siduri, cuja representação sugere uma associação simbólica entre o vinho ea fertilitilidade. A festa do amor entre Baal e Anat, irmãos e noivos, era regada pelo vinho produzido graças às chuvas que caíram durante o inverno. A gratidão era dirigida principalmente à Deusa, grande heroína, cujo amor era representado pelo vinho. Borra do vinho

O Padrão de Ur é a mais antiga imagem do mundo representando o consumo do vinho. Possui cerca de 5000 anos de idade.

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Quarenta ânforas encontradas na parte interna de uma adega de um palácio israelense, contém resíduos de um dos mais antigos vinhos do mundo:

Detalhes das ânforas encontradas. Fonte: scienze.fanpage.it Os arqueólogos, há muito tempo sabiam que se tivéssemos tido a oportunidade de provar o vinho como era feito antigamente, sentiríamos uma quantidade de aromas e especiarias que sem dúvida, o tornavam peculiar. Esses arqueólogos agora terão mais informações, devido ao que foi descoberto recentemente na adega de um palácio de uma cidade cananéia, em Israel setentrional, no sítio arqueológico de Tel Kabri: foi encontrada uma “reserva de garrafas” de 1.700 a.C! Arqueólogos israelenses e americanos foram os autores dessa descoberta, divulgada há alguns dias, em Baltimore, no encontro anual da . Sempre se soube que os vinhos da antiguidade era uma bebida da qual nos aproximaríamos com muita dificuldade: eram muitos os ingredientes colocados nele – um pouco por causas

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ligadas ao paladar da época, mas sobretudo porque alguns ingredientes tinham função bactericida. Mas é interessante lembrar que, para favorecer a conservação dos alimentos, a culinária dos nossos antepassados, muitas vezes, era rica de sal (sabemos, por exemplo, do molho que os romanos usavam na maioria dos seus pratos, o garum, que era obtido através da parte interna dos peixes e do peixe salgado), o que exigia que os pratos fossem acompanhados por uma bebida de sabor bem marcante. Foram encontrados restos de 40 ânforas, que foram conservadas na sala onde os antigos proprietários faziam as suas refeições ou festejavam juntos com seus hóspedes. Considerando a quantidade e a dimensão dos recipientes encontrados, feitos em terracotta (argila), na adega cabiam 3.000 garrafas de vinho, brancos e tintos. Infelizmente a maior parte desses recipientes estava quebrada por causa de um desabamento que, cerca de 3.600 anos atrás, sepultou esse tesouro alcoólico. De acordo com os estudiosos, é muito provável que tenha sido um terremoto, a causa desse desabamento. Apesar do líquido das ânforas ter desaparecido com o tempo, traços desse liquido se revelaram extremamente interessantes. Os pesquisadores tiveram que trabalhar muito rapidamente nos resíduos encontrados, antes que eles fossem contaminados pela exposição ocorrida, após séculos dormindo secretamente. Assim, a pesquisa que tinha como objetivo encontrar um dos vinhos mais antigos da história, foi apresentado com orgulho pelos arqueólogos da George Washington University e da University of Haifa, que trabalharam juntos nessa grande descoberta. As análises químicas dos resíduos que resistiram ao tempo, restituíram o “sabor” do líquido que continha nas ânforas, ou pelo menos deram uma ideia aproximada de como o vinho da Antiguidade era diferente do nosso vinho: menta, mel, canela, zimbro e resinas estavam entre os ingredientes principais e eram utilizados principalmente para evitar a deterioração desses vinhos. Uma “receita” que pra nós parece insólita, não era para os contemporâneos desses senhores que viveram nessa terra israelense de 3.700 anos atrás, e também não era para aqueles que vieram logo depois deles, mesmo após muitos séculos. Basta pensar ao vinho que os romanos bebiam, cujos vestígios foram encontrados no fundo de algumas ânforas, também analisadas quimicamente. Traços de um vinho que devia ser muito parecido com os traços dos vinhos dos romanos, foram encontrados em odres (recipientes feitos de pele de cabra), provenientes também, da Palestina, na tumba do Rei Escorpião I, soberano que governou o Egito e morreu em torno de 3.150 a.C.. O uso de especiarias, aromas e resinas, além de servir para melhorar a conservação dos vinhos, deve ser visto do ponto de vista medicinal, que era atribuído à bebida “descoberta” por Noé: era utilizado normalmente como medicamento, e continha ingredientes que ajudavam a potencializar seus efeitos benéficos no organismo. Em resumo, usado nas festas e rituais da antiguidade, como meio de união de estudantes para debate, misturado como libações a divindades, usado como remédio e para despertar a paixão, para conquista feminina, como sinal de status e poder, como reminiscência das histórias de amor do mundo mítico da antiguidade, como referência direta a pessoa do Messias, como moeda para compra de bens, produzido por vinhais exclusivos, e cuja qualidade dependia do clima, do terreno e dos cuidados. O vinho de qualidade era um produto precioso na antiguidade, presença continua nos banquetes reais e nas grandes solenidades cívicas e religiosas. Os nobres e soberanos possuíam acesso a uma qualidade especial de vinho, que na antiguidade era misturado com mel e preservado em ânforas de terracota, transportados em odres de peles de animais tratadas, que não sofriam deterioração com o tempo de uso, por isso Jesus afirma que não se guarda vinho novo em

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odres velhos, porque senão se rompem os odres velhos e se desperdiçaria o vinho novo. A generosidade das famílias era relacionada a quantidade do vinho oferecido nas festas e a estima dos convidados relacionados à qualidade do vinho oferecido. O vinho novo era sempre o melhor, recém-colhido, recém fabricado. O melhor vinho de todos pertencia a adega real. O vinho percorre as Escrituras ligando a época dos pais – Noé, passando por Abraão, testemunhando os grandes eventos da história de Israel. Votos especiais eram feitos à Deus em busca de bênçãos com a abstinência de vinho, o chamado voto de nazireado. O mais fabuloso nazireu das Escrituras foi, divertidamente, um grande beberrão. Sansão. O vinho estava presente como testemunho da cura dos leprosos, derramado no chão, estava presente na morte dos sacrifícios pelo pecado, incluindo a grande oferta do dia da expiação. Quando a bezerra vermelha ou o cordeiro foi oferecido na hora nona, a segundo sacrifício da sexta-feira de páscoa, o vinho também era derramado. Jesus faz a sua última oração no Getsemani, um lagar de azeite. Mas que também poderia ser usado para esmagar uvas. Pouco antes Jesus levantava um cálice com vinho cheio de especiarias e dizia “este é o meu sangue, vertido por amor a vós” na última ceia. No mesmo Getsemani Jesus intercede tão intensamente que de seus poros brotam sangue. E suas roupas ficam salpicadas dele. É a cena profetizada em Isaias. Jesus é a “videira verdadeira”, ele se compara a uma vinha, e usa as comparações com vinicultura, manutenção das vides, para nos ensinar sobre frutificação. A videira é um símbolo então para Cristo, assim como o foi para Israel e assim como o será para a Igreja de Cristo. A igreja é videira, é vide, é vinha. O processo de crescimento e o trabalho com uma vinha é repleto de símiles com o crescimento espiritual da Igreja. Como um dos símbolos mais profundos do vinho é também o Espírito de Deus, e o vinho se identifica com o sangue que é símbolo de vida, temos uma bela representação da

E os processos de cuidado com a Vinha, todos possuem paralelos com o crescimento espiritual. Tanto o individual como o do grupo, da congregação. E numa visão mais ampla, de todo a Igreja. E sendo mais abrangente a dimensão humana, sua história, suas conquistas e derrotas podem ser representadas pela videira. As pragas e as doenças refletem as questões que destroem a vinha. A doença é mais atroz, deixa marcas visíveis, se alastra com maior dificuldade em seu combate. Ministérios espirituais doentes são como casas assombradas. A parábola porém não se limita a Igreja. A sabedoria de Deus é extraordinária. E ilimitada. A aplicação dos paralelos se estendem a toda forma de relacionamento humano. Gerentes doentes pelo autoritarismo fruto do poder que sua organização lhes concede, políticos embriagados pelo poder usufruindo de bens que não lhe pertencem, astros que adoeceram em virtude da fama e por não terem raízes mais profundas na terra chamada vida, murcharam pela ausência de alimento espiritual para suas vidas. O Estado, vinha contaminada e doente se assenhorou do trabalho de muitos e em nome de preservar a si mesmo, matou a milhões. Políticos assenhorados pela praga da ganancia, não deram fruto, antes os comeram sozinhos. A religiosidade é uma vinha apodrecida, repleta de pragas e de doenças espirituais profundas, e hoje milhões são atraídos por filosofias inúteis, rituais vazios, ou mesmo práticas espirituais que os aprisionam a falsos profetas ou a espíritos malignos. Na Índia, procissões de pessoas se flagelam em nome de suas divindades, no Brasil milhões se escravizam a poderes que deles exigem oferendas, sacrifícios, rituais de feitiçaria e todo tipo de enfermidade espiritual. Famílias como videiras adoentadas, destruídas pela violência contra a mulher, contra os filhos, problemas de drogas, embriagues, brigas e dor. A videira da política absolutamente contaminada por interesses

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de grandes empreiteiras. A videira do ensino contaminada pelo orgulho de muitos profissionais que confiaram mais em seus méritos que na cooperação com seus alunos. Milhares de alunos são destratados nas faculdades pela praga do orgulho acadêmico. O mundo humano parece viver embriagado, políticos e banqueiros agem como se estivessem bêbados, sem considerar a dor de seus atos e os males às gerações futuras Mas de modo inigualável a vinha e o vinho nos traduz coisas espirituais. Realidades espirituais. Há um momento nas Escrituras que a escola de profetas se corrompe. Nas religiões da antiguidade era comum o uso de drogas alucinógenas para que alguns sacerdotes invocassem ou recebessem visões. Os profetas corrompidos usando de seus cargos como profissão, em dado momento na cidade de Jerusalém, embriagavam-se diariamente. Em Isaias capitulo 28 o Espírito concede um texto que lembra o andar de um bêbado, uma poesia que trata de profetas bêbados

Também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham: Os sacerdotes e os profetas erram por causa de bebida forte, e são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se (se envolve com coisas erradas) por causa da bebida forte (mas o início, se começa com bebida fraca), andam errados na visão (deixaram a visão de Deus), e tropeçam no juízo. Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. Isaias 28. 7

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A: Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, B: e com a bebida forte se desencaminham; C: até o sacerdote C: e o profeta B: erram por causa da bebida forte; A: são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam

errados na visão

e tropeçam no juízo.

Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. Isaias 28. 7, 8 Eles erravam, significava que AINDA que estivessem recebendo algo da parte de Deus ou ainda exercessem o ofício profético e o sacerdotal, erravam por causa da bebida, o profeta não entendia o que estava vendo, de tão alucinado e o sacerdote não dizia coisa com coisa. As funções do sacerdote do Velho Testamento era a de ensinar as Escrituras, interceder, julgar causas em alguns momentos. Imagine um professor, um padre e um juiz bêbados e você terá ideia da tragédia. A visão é pior ainda, quando passavam mal de tanto beber e o efeito era devastador. Porque as vezes eles faziam isso em grupo, centenas e até milhares.

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Em dado momento, num estado ainda mais degradante os profetas desacreditados e já dependentes da bebida começavam a “trocar” profecias por bebida. O que as Escrituras denominam “bebida forte” eram vinhos e misturas com forte teor alcoólico. A “embriagues espiritual” significa para o teólogo a mistura de doutrinas espúrias e filosofias meramente humanas a interpretação das Escrituras. Para os que exercem ministérios proféticos, significa outra coisa muito mais grave. Num sentido restrito o vinho é símbolo do espírito. E sabemos que há pelos menos quatro qualidades de seres espirituais distintos. Deus – O espírito de Deus Anjos – espíritos ministradores Homens – espírito humano Demônios. – espíritos imundos. Quatro tipos de bebidas. Quatro tipos de vinho. Quando uma igreja corrompe seus ministérios mistura o vinho do Espírito com o vinho de demônios. Significa que parte das garrafas na mesa da comunhão, uma parábola, é de bom vinho. Porém, outras estão envenenadas. Imagine um lugar onde profecias verdadeiras se misturam a falsas profecias. Onde o entendimento profundo das Escrituras se mistura a doutrinas malignas. Imagine um lugar em que há a unção, e em algum instante, uma falsificação humana. Uma mentira. Uma videira enferma simboliza uma igreja que possui doutrinas que a impedem de crescer, ou operações espirituais falsificadas. Em alguns casos o ministério de uma nação pode ser impactado com uma doutrina que contamine diversos ministérios, com alguma coisa espúria que impede o crescimento e o fortalecimento da verdadeira vinha. Cada vinha representa uma igreja ou determinado ministério. Cada vinha é única, nasce e cresce sobre certas condições. O que define a qualidade do vinho de uma vinha é o clima, o solo, os nutrientes, a umidade, as chuvas. Não há como existir uma única vinha com um tipo de vinho. Não existe uma doutrina, uma única revelação, um tipo de visão ou um grupo que se assenhore a vinha da terra. A igreja não possui dono que não seja CRISTO. Todos os pastores são trabalhadores e responsáveis pela sua vinha. Só dela. Assim como cada um de nós de sua videira particular, nossas vidas espirituais. A qualidade do vinho é dada pela pureza da água, pela nutrição adequada. Uma obra espiritual é marcada pelo grau de pureza e exatidão de seu evangelho, pela sinceridade e exatidão na interpretação e aplicação das realidades espirituais que fluem dos céus. A Igreja é um organismo cujo crescimento está ligado a uma outra dimensão. Ela é necessariamente sobrenatural e dependente do Espírito de Deus que a VIVIFICA. Plinio, o Velho ( História Natural XIV,22,2) ATRIBUI AOS VINHOS DO Líbano “um aroma de incenso”, informa-nos que estes eram oferecidos aos deuses. O vinho de Israel produzido pelas vinhas de Salomão eram tão apreciados que Hirão o rei de Tiro o exigia em seus acordos, ainda que Tiro na antiguidade fosse exportadora de vinho e de azeite. Nas ruínas de Tiro foram descobertas ânforas palestinas, contendo restos de vinho.

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Sidon exportava seu vinho para o Egito na época do Império Persa. O vinho é revestido de profundo simbolismo nas Escrituras. Ele está presente na profissão de Noé, na cena de sua embriagues e nudez, é presente nas ofertas sacerdotais onde era derramado na terra junto com as libações, está atrelado a uma profecia que aponta para Cristo em Genesis.

Gênesis 27:28

Ele amarrará seu jumento a uma videira; e o seu jumentinho, ao ramo mais seleto; lavará no vinho as suas roupas; no sangue das uvas, as suas vestimentas.

Era proibido aos sacerdotes entrarem embriagados na tenda da congregação. Haviam votos específicos de não bebe-lo, como o voto do nazireado do qual Sansão, que por sinal bebia muito, é um dos personagens mais conhecidos. Leremos em Jeremias a respeito de uma família que promete a seu patriarca jamais beber do fruto da videira e que quatro gerações depois os homens do clã ainda guardavam aquele preceito. O que gerou uma “enciumada” resposta profética. Deus usa o exemplo de uma única ordem emitida por um homem humilde, uma única vez, cumprida rigorosamente, à custa de certo sacrifício, por mais de quatro gerações! E suas centenas de ordens, dele, o Criador, Senhor, Todo-poderoso, Altíssimo, que foram repetidas milhares de vezes, anos seguidos, por meio de inúmeros ministérios, incluindo o profético, serem ignoradas desrespeitosamente. O sangue simbolizava alegria, vida e ao mesmo tempo o sangue. Era sinal de prosperidade, de festa e também alimento básico. Era usado para festejar o nascimento, para a oferta, para lamentar a morte. Presente do nascimento ao enterro, presentes em todas as festas judaicas, incluindo a páscoa. O bom nome era como o bom vinho. A angustia, a amargura, o fel, como o vinho estragado, como o vinagre. O vinho derramado como desperdício. O vinho novo indicava a prosperidade, a boa-colheita, sua venda era a base da economia de milhares de vinhateiros. Um casamento era medido em importância pela quantidade do vinho distribuído. Se o vinho não fosse o suficiente para que os convidados brindassem até o final da festa, simbolizava que o casamento estava sendo oferecido por uma família humilde. Se o vinho acabasse no meio da festa de casamento, que em Israel duraria por muitos dias, significava vergonha para os pais da noiva. Se terminasse no início, quase uma tragédia familiar. Nas bodas de Cana, após a água ser transformada em vinho, um dos convidados se espantará, não com a quantidade do mesmo. Mas com a qualidade, com sua excelência, porque de modo generoso e fabuloso quem os convidou para a festa guardou o melhor para o final e para os convidados! Não para si próprios. Sentia-se honrado pela generosidade do casal, sem saber que aquilo era generosidade do Espírito de Deus. Os sacrifícios e os holocaustos eram acompanhados pelo derramamento do vinho! Quando às três horas da tarde Jesus morrer no calvário, neste instante o segundo cordeiro do dia estava sendo morto. Num sacrifício único, o de Yom Kipur, o que representava toda a nação, que teria seu sangue derramado sobre a arca do concerto, se ela ainda existisse na época de Cristo. O Sumo sacerdote degolaria o cordeiro, ou o bezerro de cor avermelhada, e entraria no santo dos santos. Porém, antes derramaria um litro de vinho no chão.

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Jesus o denominara na instituição da ceia de “meu sangue”. 7,10 – “O céu da tua boca é como vinho bom” (wehikeké kéeyyn hatôv). O poema semelhante aos wasfs árabes, da Sulamita (7,3a) trata de um tipo de vinho chamado maseg. Ao citar a palavra “taça” (‘agan), indicará um ambiente refinado. É um vinho excelente. Um vinho que era usado pelos reis. Um vinho da adega real, usado em ocasiões especiais. No Livro de Ester o rei Assuero prepara uma festa de longa duração e quando o vinho está acabando, solicita aos seus oficiais que abram e distribuam a vontade o vinho especial, da maior adaga da história que poderia sustentar por anos o consumo de vinho dos palácios persas. Em Apocalipse oito vezes a figura do vinho será invocado. Denominado do “vinho da ira”. O vinho é inebriante e potencializa emoções. Ele “altera” os sentidos e se uma pessoa for dominada pela raiva enquanto estiver alcoolizada perde a capacidade de raciocinar. Milhares de lares brasileiros provaram do “vinho da ira” que é a tragédia causada por maridos bêbados que batem em seus filhos, filhas e esposas. Muitas foram mortas pelos seus esposos embriagados que só deram conta do que fizeram após siar do estado de embriaguez. Em Apocalipse é utilizada a sua figura no juízo, onde a repreensão e o juízo, agem sem repressão, sem interferência, sem poderem ser contidos. Em Cantares veremos toda essa multiformidade do vinho. Basicamente os dois vão passar grande parte de Cantares, embriagados. Ela chora ruidosamente quando ele não chega, ele tece um milhão de elogios à amada, os guardas bêbados a espancam, ele bebe pra ter coragem pra dar-lhe um beijão, ela bebe pra ter coragem pra roubar o grupo de cabritos e ir em direção a um grupo de desconhecidos, ele está meio embriagado na festa em que a moça irá dançar e depois eles que eles se casam há uma festança, regada, logicamente, a vinho da melhor qualidade. E dependendo do contexto o vinho adotará uma das muitas figuras que o referenciam na linguagem das Escrituras. Vida, Ira, Alegria, Amor, sangue derramado, comunhão. Incluindo o Espírito de Deus: E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, Paulo ordena que se alguém tiver que ficar bêbado, que fique embriagado do Espírito de Deus.

Vinho

“E o vinho que alegra o coração do homem, e faz reluzir o seu rosto como o azeite, e o pão que fortalece o seu coração” (Sl 104.15).

Este texto une o símbolo do Vinho ao do Azeite. O vinho nos fala de uma das características da presença do Espírito de Deus em nós. A ALEGRIA.

Vinhal ou Vinha em Israel

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Mapa dos vinhas atuais em Israel

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Vinho (7 times in 7 verses - Song 1:2; 1:4; 4:10; 5:1; 7:2; 7:9; 8:2)

O vinho é parecido com o ser humano ser for de baixa qualidade, quando envelhece vira vinagre, de boa qualidade, ao envelhecer, enobrece. Ê condição básica, que as variedades destinadas ao preparo do suco de uva possuam a particularidade de conservar os seus cachos por longo tempo na planta, sem sofrerem estragos ou apodrecimento, a fim de que atinjam sua perfeita maturação e adquiram todas as características necessárias à obtenção de um produto de alta qualidade.