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“O VALOR EDUCATIVO E A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, SUAS IMPLICAÇÕES NAS PRÁTICAS

CORPORAIS E NA FORMAÇÃO HUMANA”

Autor: Mary Stella Kovalhuk Cotrim da Silva¹Orientador: Carlos Eduardo da Costa Schneider²

RESUMO

O presente artigo possibilitou proporcionar aos professores da disciplina de Educa-ção Física do Colégio Estadual Paula Gomes - Ensino Fundamental e Médio do mu-nicípio de Curitiba, um aprofundamento teórico-metodológico, crítico e reflexivo par-tindo do pressuposto que os Jogos e Brincadeiras devem ser valorizados no contex-to educacional. Possibilitando o professor estreitar as relações com a teoria e a práti-ca pedagógica, inovando, experimentando diferentes estratégias, metodologias de ensino, conteúdos, onde a função da Educação Física se efetive e siga contribuindo para o desenvolvimento e formação integral do ser humano, numa perspectiva histó-rica, cultural, social, física, cognitiva e emocional, relacionando quais suas implica-ções nas práticas corporais, e para a apropriação crítica da cultura corporal do movi-mento, permitindo ao professor problematizar sua prática pedagógica, analisando, refletindo e criando novas possibilidades de atuação, percebendo que, o estudo e a incorporação dessas práticas promovam um melhor direcionamento do seu trabalho pedagógico.

Palavras-chave: Educação Física, Jogos e Brincadeiras, Aprendizagem, Formação Humana.

_______________¹ Professora de Educação Física da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná. Especialista em Educação.

² Professor de Educação Física. Especialista em Ensino Superior. Mestre em Recreação e Lazer. Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

1 INTRODUÇÃO

A disciplina de Educação Física enquanto componente curricular obrigatório

da Educação Básica, deve utilizar as diversas atividades físicas com a finalidade de

oportunizar o aluno o conhecimento, a sistematização, a reflexão crítica e a ressigni-

ficação da Cultura Corporal, sendo esse o objeto de estudo da Educação Física.

Conteúdos Estruturantes propostos nas Diretrizes Curriculares da Educação

Básica do Estado do Paraná (2008), são os seguintes: o esporte, a ginástica, os jo-

gos e brincadeiras, as lutas e a dança. Esses conteúdos estruturantes da educação

física para a educação básica de acordo com as Diretrizes Curriculares devem ser

abordados em complexidade crescente, porque em cada um dos níveis de ensino os

alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao conhecimento sistematiza-

do, que devem ser consideradas no processo de ensino e aprendizagem.

Partindo dessa posição que as Diretrizes apontam a Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da Educação Física, evidenciando a relação estreita en-tre a formação histórica do ser humano por meio do trabalho e as práticas corporais decorrentes. A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a re-flexão sobre o acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido, exterioriza-das pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes. Essas ex-pressões podem ser identificadas como formas de re-presentação simbólica de realidades vividas pelo ho-mem (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 34).

De acordo com as Diretrizes Curriculares (2008, p.53), compreender a Educa-

ção Física sob um contexto mais amplo significa entender que ela é composta por

interações que se estabelecem nas relações sociais, políticas, econômicas e cultu-

rais dos povos.

É interessante reconhecer as formas particulares jo-gos e as brincadeiras tomam em distintos contextos históricos, de modo que cabe à escola valorizar pe-dagogicamente as culturas locais e regionais que

identificam determinada sociedade. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 65).

O presente artigo fundamenta-se nas Diretrizes Curriculares de Educação Fí-

sica para a Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação do Paraná

(2008) e, trata a respeito do conteúdo estruturante Jogos e Brincadeiras, embora

pensados de maneira complementar, cada um apresenta suas especificidades e

contribuem para uma reflexão sobre a possibilidade de compor um conjunto de ativi-

dades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensifica-

rem a curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas diferentes

atividades.

Há que reinventar constantemente a educação, o en-sino, a aprendizagem, a escola, os alunos e os pro-fessores. Há que recriar o desporto, fabricando no-vas idéias, palavras e encorajando os homens a ser-vir-se delas. Como tentativa de descoberta renovada do sentido da vida e da modalidade do nosso com-prometimento com ele. (BENTO, 1999,p.06).

Diante desse contexto é indispensável que os profissionais da área de Edu-

cação Física revejam suas práticas pedagógicas no sentido da utilização dos Jogos

e Brincadeiras como importantes ferramentas pedagógicas que contribuem significa-

tivamente na formação e no desenvolvimento integral do ser humano, tanto na parte

motora, cognitiva, biológica, social e afetiva sendo que, esses recursos atuem como

facilitadores na construção do conhecimento e na aprendizagem escolar.

No contexto educacional, o aluno realiza as atividades lúdicas com esponta-

neidade buscando a alegria, a satisfação e o prazer. Partindo desse princípio, enten-

de-se que a função social do profissional de Educação Física é não esquecer as ri-

quezas das manifestações da nossa cultura, compartilhando os aspectos culturais

trazidos e vivenciados pelos alunos, conhecer suas necessidades e interesses, ori-

entando os educandos para o despertar lúdico por meio da utilização dos Jogos e

Brincadeiras durante as aulas de educação física, aproximando as diversas situa-

ções lúdicas dos conteúdos específicos a cada período educativo, buscando dessa

maneira o obtenção dos resultados e objetivos pretendidos.

Pela importância que a ludicidade apresenta na vida escolar dos alunos e no

contexto educacional, o estudo dessa temática foi direcionado no sentido de mostrar

o importante papel que os Jogos e Brincadeiras representam no desenvolvimento e

LÚDICO

BRINCADEIRAS

JOGOS

LAZER

BRINQUEDOSPRAZER

FANTASIA

IMAGINAÇÃO

CRIATIVIDADE

na formação integral do ser humano, visa também contribuir por meio de encaminha-

mentos teóricos e metodológicos na constante busca da melhoria da qualidade de

ensino das escolas estaduais do estado do Paraná.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Jogos e Brincadeiras na Educação Física Escolar: ferramentas pedagógicas fundamentais para a formação integral do ser humano

A palavra jogo aparece como uma simples atividade humana. Assim, essa

palavra está em constante movimento e crescimento, fazendo parte de nossas vi-

vências dos nossos pensamentos, o jogo em si é sinônimo de conduta humana. A

característica essencial do jogo refere-se ao jogar como uma experiência criativa.

Devemos entender que o movimento que a criança realiza num jogo, tem repercussões sobre todas as dimensões do seu comportamento e mais, que esta atividade veicula e faz a criança introjetar determina-dos valores e normas de comportamento. Portanto, aquela idéia de que atuando sobre o físico estamos automaticamente e magicamente atuando sobre ou-tras dimensões, precisa ser superada para que estas possam ser levadas efetivamente em consideração na ação pedagógica, através do estabelecimento de estratégias que objetivem conscientemente o desen-volvimento num determinado sentido, destes outros aspectos e dimensões dos educandos (BRACHT, 1992, p. 66).

É no jogar que o ser humano alcança sua liberdade de criação e sendo criati-

vo, utiliza fatores de sua formação pessoal contribuindo para a descoberta de seus

próprios interesses e necessidades, favorecendo para a descoberta do “eu”. O jogo

revela uma característica transformadora intrínseca, pois quanto melhor a capacida-

de do indivíduo para jogar, maior é sua capacidade de criar novas situações inespe-

radas, dessa maneira melhor será as formas de vencer os obstáculos superar os

desafios de forma cada vez mais criativa e espontânea.

Sobre o assunto, explana Kishimoto (1997, p.36)

Ao permitir a ação intencional (afetividade) à constru-ção de representações mentais (cognição) a manipu-lação de objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico) e as trocas de (social), o jogo con-templa várias formas de representações da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil.

O jogo é espontâneo e se expressa pela brincadeira. O brinquedo é o objeto,

real ou imaginário, que antecipa os dados da realidade. Normalmente vistos pelos

alunos como sinônimos de divertimento, de entretenimento, atividade de descarga

de energias, o brinquedo oferece ao ser humano algo, além disso, pois representa

uma fonte de conhecimento, de satisfação e uma fonte de acesso ao imaginário.

Nesse sentido, afirma Jacquin (1963, p.718).

O jogo é para a criança a coisa mais importante da vida. O jogo é nas mãos do educador, um excelente meio de formar a criança. Por essas duas razões, todo educador – pai ou mãe, professor, dirigente de movimento educativo – deve não só fazer jogar como utilizar a força educativa do jogo. E, para isso, é pre-ciso certa habilidade, senão dificilmente consentirá algum êxito junto às crianças.

Os jogos e as brincadeiras são as formas mais adequadas para lidar com a

realidade e para ser compreendida, onde requer do ser humano despertar a imagi-

nação, a criatividade para vivenciar diversas situações apresentadas. A aproxima-

ção gradativa entre o lúdico e a realidade vivida traz contribuições e progressos na

aprendizagem escolar. A capacidade de brincar está diretamente ligada à capacida-

de que o ser humano tem de criar novas situações. A criatividade é natural e neces-

sária para uma melhor qualidade de vida e deve ser facilitada às crianças para que

possam desenvolvê-la e vivenciá-la. A liberdade que ocorre quando se brinca, é

uma forma de expressão criativa. As situações problemas contidas nos jogos e brin-

cadeiras, desafiam e estimulam o pensamento criativo.

A Educação Física deve, progressiva e cuidadosa-mente, conduzir o aluno a uma reflexão crítica que o leve à autonomia no usufruto da cultura corporal do movimento. (BETTI, 1994, p.25).

De acordo com as Diretrizes Curriculares (2008, p. 59), a disciplina de Educa-

ção Física tem, entre outros, o objeto de promover experiências significativas no

tempo e no espaço, de modo que o lazer se torne um dos elementos articuladores

do trabalho pedagógico. Ainda segundo as Diretrizes Curriculares (2008, p. 65), é

possível garantir o papel da Educação Física no processo de escolarização, a qual

tem, entre outras, a finalidade de intervir na reflexão do aluno, realizando uma crítica

aos modelos dominantes. Intervenção esta que requer um exercício crítico por parte

do professor diante das práticas que reforçam tais modelos. Exige, também, a busca

de alternativas que permitam a participação de todos os alunos nas aulas de Educa-

ção Física.

Diante disso, deve-se pensar na Educação Física como uma disciplina que

busca contribuir para uma reflexão crítica e construtiva dos alunos, visando a forma-

ção de cidadãos criativos, críticos, emancipados e participantes da sociedade.

Dessa maneira, portanto, ressalta-se o grande valor educativo dos jogos e

brincadeiras como ricos conteúdos a serem trabalhados nas escolas pelos professo-

res de educação física, atuando de forma comprometida com a cultura corporal, in-

telectual, moral e social dos alunos. Sabendo que esses conteúdos são fundamen-

tais para a comunicação do ser humano com o mundo.

Quando se vivencia aspectos lúdicos os quais afloram por meio dos jogos e

brincadeiras, o ser humano torna-se capaz de estabelecer conexões entre o imagi-

nário e o real, o verdadeiro e o simbólico, levando-o a refletir sobre papel em rela-

ção ao grupo que pertence.

Diante disso nas Diretrizes Curriculares (2008, p.55) aborda o seguinte:

Assim, o lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se constitui

nas interações sociais, sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice.

O lúdico não se situa numa determinada dimensão do nosso ser, mas constitui-se numa síntese integradora. Ele se materializa no todo, no integral da existência humana. Dessa forma que não existe uma essência humana divorciada da existência, também não existe um lúdico descolado das relações sócias. (ACORDI, FALCÃO e SILVA, 2005, p. 35)

Corroborando a respeito dessa temática Cunha (2007, p. 37) complementa:

Brincando, a criança exercita suas potencialidades e se desenvolve. O desafio contido nas situações lúdi-cas provoca o pensamento e leva a criança a alcan-çar níveis de desempenho que só as ações por moti-vação intrínseca conseguem. (CUNHA, 2007, p. 37).

Assim, percebe-se que quando se esforça no agir, concentra-se, avança com

ousadia, descobre que ao realizar com alegria as atividades, conquista uma liberda-

de de expressão que ocorre durante o brincar, e essa sem dúvida é uma forma cria-

tiva de expressão.

Durante a transição da infância para a fase adulta, percebe-se o quanto os jo-

gos são importantes e como contribuem possibilitando que essa mudança não se

torne traumática para a formação do ser humano.

Os jogos, eles têm o potencial de ajudar a diminuir a lacuna que existe entre as atitudes declaradas dos adultos e o seu comportamento efetivo, entre o que as crianças dizem querer e o que recebem agora. (...) Portanto, é viável que introduzir comportamentos e valores por meio de brincadeiras e jogos, com o tem-po poderão afetar a sociedade como um todo (OR-LICK, 1989, p. 121).

Sem dúvida, o jogo é um recurso pedagógico muito rico para o desenvolvi-

mento humano e contribui significativamente para a aprendizagem escolar. O jogo

está presente na vida das pessoas, no convívio com o grupo, a emoção do inespera-

do, pelo aprendizado do movimento, pois no jogo é permitido errar, é possível criar é

possível brincar. A ludicidade corresponde à necessidade de crescer, significa res-

taurar, vivificar, recrear contribuindo na preparação da criança, dos jovens em todos

os sentidos, possibilitando desta forma o desenvolvimento de todas as suas apti-

dões. As atividades lúdicas podem influenciar na construção do conhecimento de

quem pratica, assim vemos os jogos e as brincadeiras como fonte de prazer e des-

coberta. Nessa perspectiva essas práticas têm muito a contribuir com as atividades

durante o processo ensino e aprendizagem.

A experiência lúdica constitui-se numa referência sig-nificativa que pode contribuir para a construção de possibilidades emancipatórias justamente pela sua ca-racterística fundamental de resistência à produção de algo que remete para além de si mesma, ou seja, o lú-dico não satisfaz nada que não ele próprio, é com-preendido não como meio, mas, necessariamente, como um fim (ACORDI, FALCÃO e SILVA, 2005, p. 35).

Pode-se dizer que os jogos e as brincadeiras trazem em si um espaço para a

aprendizagem, portanto, nesse processo, o ideal é vivenciar para depois compreen-

der, pois jogando estamos simulando diversas situações. É pela importância ato do

brincar que se conquistam espaços e abrem-se horizontes, percebe-se a influência

no comportamento e no processo de aprendizagem, por meio da constante troca de

experiências em que o conhecimento sempre é reelaborado e enriquecido, valori-

zando a riqueza do prazer de usar o corpo em movimento.

Assim sugere as Diretrizes Curriculares (2008, p.55), os aspectos lúdicos re-

presentam uma ação espontânea, de fruição, que interfere sobre a construção da

autonomia, a qual é uma das finalidades da escolarização.

As atividades motoras associadas ao brincar, possibilitam aos alunos desen-

volver suas funções biológicas, cognitivas e sócio afetivas, destacando-se como indi-

víduos que estabelecem o convívio social, tomando iniciativas próprias e estimulam

a criatividade.

Identifica-se o lúdico em diferentes esferas da vida so-cial, considerando-o, fundamentalmente, como o jogo, uma atividade não séria, mas absorvente para o joga-dor, desligada de interesses materiais e praticada de acordo com regras de ordem (organização), tempo e espaço, e cuja essência repousa no divertimento. Sendo parte integrante da vida em geral, possui um caráter desinteressado, gratuito e provoca evasão do real (HUIZINGA, in: FENSTERSEIFER, P.E. e G.; Fer-nando J. 2005, p.270).

Quando a criança brinca compreende o mundo a partir de suas representa-

ções, estando em constante processo de construção de significados. O aluno quan-

do vivencia o lúdico nas brincadeiras, torna-se capaz de estabelecer relações entre

o imaginário e o real, adquire experiências na elaboração das vivências da realidade

na construção do ser, pois através da brincadeira, da ludicidade o aluno está se co-

municando como mundo e expressando-se de alguma maneira.

Por meio do brincar alcançamos significativas formas de aprendizagem, pois

a criança não tem medo de errar e se arrisca mais dentro de um clima de alegria e

descontração, dessa maneira realiza as atividades prazerosamente através das

quais está sendo capaz e predisposta a aprender, contribuindo para a construção de

seu conhecimento favorecendo na busca de um sentido para sua vida. O brincar não

tem regras embora possa ser organizado com o tempo e a experiência. A brincadeira

leva a criança a exercitar suas potencialidades que irão desenvolver-se na vida adul-

ta.

Deve-se destacar que o contato com a variedade de brinquedos, brincadeiras

e jogos estimulam a curiosidade, a criatividade, a ação por meio da representação e

da imaginação do ser humano, auxiliando a superar barreiras proporcionando-lhes

novas descobertas a cada momento, refletindo diretamente no contexto social onde

está inserido.

Os jogos lúdicos se encontram na gênese da constru-ção do conhecimento, da apropriação da cultura e da

constituição da criança como sujeito humano, como aspecto fundamental do processo de formação. Os jo-gos aumentam a capacidade de fruição e criação das alegrias culturais e para poder recriar cotidianamente a realidade da escola. (FRIEDMAN, 2000, p.76).

A grande força educativa do jogo está no fato de que ele é prazeroso. O jogo

proporciona ao ser humano um interesse pelo conhecimento, uma atitude ativa, po-

sitiva e crítica, que lhe permite se integrar de maneira gradual na família, na escola e

na vida.

As Diretrizes Curriculares (2008, p.55) sugere que: Os aspectos lúdicos re-

presentam uma ação espontânea, de fruição, que interfere sobre e na construção da

autonomia, a qual é uma das finalidades da escolarização.

As diferentes habilidades psicomotoras podem ser in-tegradas através dos jogos e brincadeiras; isto estimu-lará o processo maturacional e o desenvolvimento glo-bal da criança. Para que as aprendizagens sejam du-radouras, deve haver oportunidade para experiências ativas e diretas, que envolvam os sentidos e a motrici-dade, facilitando uma compreensão mais profunda que subsidiará outras formas de aprender menos dire-tas, quando ela já tiver alcançado maior maturidade. (CUNHA, 2007, p.25).

A formação integral do ser humano abrange tanto a saúde emocional como in-

telectual, é necessário que o educador busque atingir os objetivos propostos a fim

de contribuir para que os alunos reflitam a respeito da cultura corporal de maneira a

expressar-se conscientemente, reconhecendo os limites de seu corpo levando-os a

refletir criticamente sobre as práticas corporais.

Jogos e Brincadeiras, enquanto Conteúdo Estruturante conforme as Di-retrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná

(2008), os Jogos e Brincadeiras são pensados de maneira complementar, mesmo

cada um apresente suas especificidades. Enquanto Conteúdo Estruturante, ambos

compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação

da realidade.

Segundo com o Livro Didático Público do Paraná (2ª ed. 2006) descreve a im-

portância dos Jogos e Brincadeiras enquanto Conteúdo Estruturante da disciplina de

Educação Física, está na representação das raízes históricas e culturais dos diver-

sos povos, bem como as transformações ocorridas ao longo do tempo que possam

ter causado modificações no modo como se joga determinado jogo em várias partes

do mundo.

Dessa maneira, como Conteúdo Estruturante da disci-plina de Educação Física, os jogos e brincadeiras compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem a curiosidade, o interesse e a interven-ção dos alunos envolvidos nas diferentes atividades. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 67).

É importante considerar que o jogo em todo seu processo de criação, recria-

ção reinvenção, sofreu influências políticas, econômicas e sociais, configurando em

nova compreensão crítica e reflexiva sobre essa temática. Apesar dessas interferên-

cias, os jogos e brincadeiras que ainda são praticados, apresentam na atividade lúdi-

ca uma forma de expressar a espontaneidade, liberdade e a criatividade.

Exercitando no Jogo e no Esporte a reflexão criativa, a comunicação sincera, a tomada de decisão por con-senso e a abertura para experimentar o novo, todos podem descobrir que são capazes de intervir positiva-mente na construção, transformação e emancipação de si mesmos, do grupo e da comunidade onde convi-vem. (BROTTO, 2001, p. 63)

Conforme as Diretrizes Curriculares (2008, p.35), além do seu aspecto lúdico,

o jogo pode servir de conteúdo para que o professor debata as possibilidades de fle-

xibilização das regras e da organização coletiva. Essas ações permitirão que juntos,

professores (as) e alunos (as) discutam e elaborem os objetivos e regras das ativida-

des, dentro de um processo criativo e de maneira que estas escolhas e decisões se-

jam conscientes.

Os Jogos e Brincadeiras enquanto Conteúdo Estruturante tornam-se um re-

curso pedagógico enriquecedor e poderoso que contribui para a construção do co-

nhecimento escolar do aluno, pois se torna uma maneira inconsciente de aprender,

de forma prazerosa e eficaz que o brincar oferece. Por meio dos jogos e brincadei-

ras os alunos poderão aprender novos conceitos, vivenciar experiências, adquirir

mais informações, superando obstáculos e as dificuldades facilitando assim, o pro-

cesso de ensino e aprendizagem. A ludicidade, apresentada como elemento articula-

dor, oferece uma possibilidade de reflexão crítica e vivência das práticas corporais

em todos os Conteúdos Estruturantes.

Segundo as Diretrizes Curriculares (2008, p. 66), através do brincar (jogar) o

aluno estabelece conexões entre o imaginário e o simbólico.

[...] as brincadeiras são expressões miméticas privile-giadas na infância, momentos organizados nos quais o mundo, tal qual as crianças compreendem, é relem-brado, contestado, dramatizado, experienciado. Nelas as crianças podem viver, com menos riscos, interpre-tando e atuando de diferentes formas as situações que lhes envolvem o cotidiano. Desempenham um pa-pel e logo depois outro, seguindo, mas também recon-figurando regras. São momentos de representação e apresentação, de apropriação do mundo. (VAZ et. AL., 2002, p. 72).

Por meio do jogo o professor pode estabelecer a conexão com o conteúdo

propriamente estabelecido, além do aspecto lúdico, o jogo serve para que o educa-

dor discuta juntamente com os alunos as possibilidades de flexibilização das regras

já existentes, organizando e criando novas maneiras de se jogar, onde os alunos

possam compartilhar suas idéias, superar suas dificuldades, permitindo comporta-

mentos espontâneos e improvisados, sendo que as normas e padrões de desempe-

nhos podem ser criados pelos próprios participantes, deixando espaço para a auto-

nomia, conforme os interesses dos participantes de forma a ampliar as possibilida-

des das ações humanas.

Almeja-se organizar e estruturar a ação pedagógica da Educação Física, de maneira que o jogo seja en-tendido, apreendido, refletido e reconstruído como um conhecimento que constitui um acervo cultural, o qual os alunos devem ter acesso na escola. (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Pensando assim, as Diretrizes Curriculares (2008, p. 65) sugere que: As aulas

de Educação Física podem contemplar variadas estratégias de jogo, sem subordina-

ção de um sujeito a outros.

Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares (2008, p. 62) os Conteúdos

Estruturantes foram definidos como os conhecimentos de grande amplitude, concei-

tos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina

escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino.

Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais.

De acordo com as Diretrizes Curriculares (2008, p. 66). Os trabalhos com os

jogos e a brincadeiras são de relevância para o desenvolvimento do ser humano,

pois atuam como maneiras de representação do real através de situações

imaginárias.

Assim, tanto os jogos quanto as brincadeiras são conteúdos que podem ser

abordados das mais diversas maneiras conforme a realidade regional e cultural do

grupo cabe ao profissional de Educação Física saber articular essas práticas durante

as aulas, perceber e valorizar as manifestações corporais e culturais que fazem

parte da vivência dos alunos.

No processo pedagógico, o senso de investigação e de pesquisa pode transformar as aula de Educação Física e ampliar o conjunto de conhecimentos que não se esgotam nos conteúdos, nas metodologias, nas

práticas e nas reflexões. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p.72).

Nessa perspectiva o Coletivo de Autores afirma que: Almeja-se organizar e

estruturar a ação pedagógica da Educação Física, de maneira que o jogo seja

entendido, apreendido, refletido e reconstruído como um conhecimento que constitui

um acervo cultural, o qual os alunos devem ter acesso na escola. (Coletivo de

Autores, 1992, p. 61).

Ainda de acordo com o Coletivo de Autores:

A Educação Física é a parte do projeto geral de escolarização e, como tal, deve estar articulada ao projeto político pedagógico, pois tem seu objeto de estudo e ensino próprios, e trata de conhecimentos relevantes na escola. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 61)

Diante deste contexto em que a Educação Física se apresenta formação

integral do ser humano abrange tanto a saúde emocional como intelectual, é

necessário que o educador busque atingir os objetivos propostos a fim de contribuir

para que os alunos reflitam a respeito da cultura corporal de maneira a expressar-se

conscientemente, reconhecendo os limites de seu corpo levando-os a refletir

criticamente sobre as práticas corporais.

Conforme preconiza as Diretrizes Curriculares (2008, p. 63) Garantir aos

alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas esportivas, além de

adaptá-las à realidade escolar, devem ser ações cotidianas na rede pública de

ensino.

Ao trabalhar o conteúdo Jogos e Brincadeiras durante as aulas de educação

física, os professores devem considerar o contexto histórico-social que abrange essa

temática ao longo dos anos, levando os alunos a reflexão com possibilidades de

organizar novas maneiras de práticas corporais e vivenciá-las nas aulas.

3 IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Participantes

Participaram deste estudo 06 (seis) professores da disciplina de educação

física do ensino fundamental e médio do Colégio Estadual Paula Gomes – Ensino

Fundamental e Médio do município de Curitiba – PR.

Procedimentos

Por meio desses pressupostos, implementamos essa proposta didático-

pedagógica, a fim de possibilitar além de um estudo teórico e reflexivo juntamente

com os professores de Educação Física da rede estadual de ensino, a compreensão

do valor educativo, da importância e as contribuições que a inserção dos Jogos e

Brincadeiras na prática pedagógica oferece para a formação e desenvolvimento

integral dos alunos, no processo de construção do conhecimento, para a

aprendizagem escolar e quais suas implicações nas práticas corporais, bem como

levar os profissionais da área problematizar sua prática pedagógica, analisando,

refletindo e criando novas possibilidades de atuação, no sentido de estreitar as

relações entre a teoria e a prática permitindo aprimorar o direcionamento do seu

trabalho pedagógico, na perspectiva de enfrentamento dos problemas que envolvem

o contexto escolar.

As atividades implementadas, foram desenvolvidas e realizadas juntamente

com os professores de Educação Física do Colégio Estadual Paula Gomes - Ensino

Fundamental e Médio, contou com 5 (cinco) encontros totalizando 10 (dez) aulas,

realizado do mês de setembro ao mês de novembro de 2011. Por meio da utilização

do material didático, realizou-se uma rica discussão no Grupo de Trabalho em Rede

– GTR, contando com a participação de 15 (quinze) profissionais da área de

educação física de diversas Instituições de Ensino dos municípios do estado do

Paraná, os quais contribuíram significativamente para os resultados obtidos no

estudo dessa temática e na elaboração desse artigo.

Atividades Desenvolvidas durante a Implementação Pedagógica:

1º Encontro:

• Apresentação do trabalho em questão à Direção, Equipe Pedagógica,

Professores e Funcionários do Estabelecimento de Ensino;

• Debate e reflexão a respeito da relevância do presente estudo para a

escola – neste debate os professores participantes recomendam que os

jogos e brincadeiras ocupem um lugar de destaque no currículo escolar

desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

• Dinâmica de grupo – Apresentação dos participantes e suas expectativas

com relação à temática apresentada;

2º Encontro:

• Leitura de texto: O Valor e o Papel dos Jogos e Brincadeiras na

Educação Física Escolar;

• Debate e reflexão crítica e construtiva sobre o texto apresentado – os

professores participantes indicam e aprovam a incorporação dos jogos e

brincadeiras na prática pedagógica, considerando que, por meio de

diferentes atividades, auxiliam a desenvolver a construção do

conhecimento, contribuindo para aprendizagens significativas na vida

escolar dos alunos.

• Explanação ao grupo sobre os questionamentos apresentados, análise

crítica sobre o tema em questão;

• Sugestões de possíveis encaminhamentos metodológicos na prática

pedagógica;

• Dinâmica: Relações Pessoais – Personalidade. Nessa dinâmica cada

participante analisa, reflete, aponta percebendo traços de personalidade,

de seu comportamento tanto individual como em grupo.

3º Encontro:

• Leitura e estudo de texto baseando-se nas Diretrizes Curriculares da

Educação Básica do Estado do Paraná – Disciplina de Educação Física;

• Texto: Conteúdo Estruturante: Jogos e Brincadeiras;

• Texto: Cultura Corporal e Ludicidade;

• Debate e reflexão sobre a relevância dos textos apresentados e qual sua

relação com a prática educativa – neste debate e reflexão destacamos o

importante papel da escola como reprodutora ou transformadora da

sociedade, e do professor, atuando como mediador no auxílio à

aprendizagem e desenvolvimento dos alunos;

• Realizou-se junto aos professores uma rica troca de experiências,

compartilhando idéias de inserção do Conteúdo Estruturante Jogos e

Brincadeiras durante as aulas de educação física, estabelecendo uma

articulação entre a teoria e a prática educativa.

• Dinâmica de grupo – análise de artigos de jornais e revistas sobre o tema

estudado.

4º Encontro:

• Utilização do laboratório de informática para explorar a temática em

questão;

• Acesso aos sites que abordam o assunto, realizando leituras importantes

e pesquisas sobre o conteúdo estudado;

• Pesquisou-se com os professores com sugestões de atividades

utilizando os jogos e brincadeiras durante as aulas de educação física -

para auxiliar no trabalho do professor, relacionamos diversas atividades,

artigos e entrevistas sobre o tema, além de uma série de sites que

apresentam um precioso inventário de jogos e brincadeiras tradicionais

do Brasil.

• Confecção e elaboração de cartazes, murais relacionando o tema

abordado, a fim de utilizá-los junto aos alunos;

• Exposição dos trabalhos realizados na escola;

5º Encontro:

• Realização junto aos professores de uma rica troca de experiências,

compartilhando idéias, sugestões de atividades, a serem utilizadas nas

práticas corporais, relatos de vivências de práticas educativas;

• Elaboração de exemplos de práticas pedagógicas;

• Análise, conclusão e parecer junto aos professores a respeito da

implementação das atividades na Instituição de Ensino;

• Avaliação do material proposto, abrindo caminhos para novas

investigações a respeito dessa temática;

• Dinâmica de grupo – avaliação dos encontros, momento importante para

suscitar formas diferentes de realizar as atividades;

• Encerramento.

4 CONCLUSÃO

Por meio desse artigo científico, espera-se ter contribuído com o professor a

desenvolver um trabalho efetivo junto aos alunos durante as aulas de Educação Físi-

ca, cujo objeto de ensino e de estudo é a cultura corporal do movimento e sua fun-

ção social é de contribuir para que ampliação da consciência corporal possibilitando

alcançar novos horizontes, atuando como sujeitos conscientes e capazes de refletir

criticamente sobre as práticas corporais.

Pode-se considerar que o presente estudo teve a pretensão de contribuir com

outras pesquisas e investigações a respeito do conteúdo estruturante Jogos e Brin-

cadeiras, possibilitando novas reflexões acerca dessa temática, permitindo dessa

maneira, uma reflexão quanto ao valor educativo, de sua real importância e contri -

buições para a aprendizagem escolar, onde o professor deve atuar como um media-

dor das vivências corporais, as quais possibilitam a problematização de questões im-

portantes para despertar nos educandos a curiosidade, na formação de sujeitos

mais criativos, críticos, atuantes e participativos no contexto histórico que perten-

cem, assim, consequentemente contribuir na melhoria da qualidade do ensino na es-

cola pública paranaense.

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