o uso da terra na bacia hidrogrÁfica ... -...

102
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL DHISNEY GONÇALVES DE OLIVEIRA O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA CACHOEIRINHA INVERNADA E SEUS REFLEXOS NA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO CÓRREGO CACHOEIRINHA INVERNADA, GUARULHOS (SP) GUARULHOS - SP 2017

Upload: vohanh

Post on 13-May-2018

218 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL

DHISNEY GONÇALVES DE OLIVEIRA

O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA CACHOEIRINHA

INVERNADA E SEUS REFLEXOS NA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO

CÓRREGO CACHOEIRINHA INVERNADA, GUARULHOS (SP)

GUARULHOS - SP

2017

Page 2: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

i

DHISNEY GONÇALVES DE OLIVEIRA

O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA CACHOEIRINHA

INVERNADA E SEUS REFLEXOS NA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO

CÓRREGO CACHOEIRINHA INVERNADA, GUARULHOS (SP)

Dissertação apresentada no Centro de Pós-Graduação e Pesquisa

no Programa de Mestrado em Análise Geoambiental da

Universidade Guarulhos como requisito para obtenção do grau

de Mestre em Análise Geoambiental.

Orientador: Professor Dr. Reinaldo Romero Vargas;

Coorientador: Professor Dr. Antonio Roberto Saad.

GUARULHOS - SP

2017

Page 3: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

ii

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas Fernando Gay da Fonseca

O48u

Oliveira, Dhisney Gonçalves de

O uso da terra na bacia hidrográfica Cachoeirinha invernada e seus reflexos na qualidade das águas do córrego Cachoeirinha invernada, Guarulhos, (SP) / Dhisney Gonçalves de Oliveira. -- 2017.

89 f.; 31 cm.

Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Romero Vargas

Dissertação (Mestrado em Análise Geoambiental) – Centro de Pós Graduação e Pesquisa, Universidade Guarulhos, Guarulhos, SP, 2017.

1. Águas urbanas 2. Degradação ambiental 3. Eutrofização I. Título II.

Vargas, Reinaldo Romero, (Orientador). III. Universidade Guarulhos CDD. 551.4

Page 4: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

iii

A Comissão Julgadora dos Trabalhos de Defesa de Dissertação de

MESTRADO, intitulada “O uso da terra na Bacia Hidrográfica

Cachoeirinha Invernada , Guarulhos (SP)”, em sessão realizada em 29 de

Março de 2017, considerou o candidato Dhisney Gonçalves de Oliveira

aprovado.

A Banca Examinadora foi composta pelos eguintes pesquisadores:

Prof. Dr. Reinaldo Romero Vargas

Orientador

Universidade UNG

Prof. Dr. Fabrício Bau Dalmás

Universidade UNG

Profa. Dra. Fernanda Dall’Ara Azevedo

Autônoma

Guarulhos

2017

Page 5: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

iv

AGRADECCIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder saúde e determinação para vencer os

obstáculos da vida;

A minha esposa Renata e as minhas filhas Mariana e Kamilly, que foram o motivo principal

para a concretização de mais esta etapa na minha vida acadêmica, e por ter me compreendido

nos momentos em que necessitei ausentar-me dos momentos de lazer para dedicar aos

estudos;

A minha mãe Creuzeli, que sempre me deram bons exemplos demonstrando-me que devemos

ser persistente e nunca desistir de alcançar nossos objetivos;

Ao orientador deste trabalho, Professor Dr. Reinaldo Romero Vargas e o coorientador,

Professor Dr. Antonio Roberto Saad, que sempre se dispôs a sanar dúvidas que surgiram no

decorrer da pesquisa assim como repassar as orientações necessárias para a evolução do

trabalho;

A todo o corpo docente do curso Mestrado em Análise Geoambiental por ajudar-me e ceder

materiais necessários no desenvolvimento deste trabalho, em especial ao Professor Me.

William de Queiroz, que sempre se dispôs a contribuir para a concretização da pesquisa;

A fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo pelo fomento ao Projeto de

Auxílio à Pesquisa, Processo 2015/05069-4.

Em fim, agradeço a todos que direta e/ou indiretamente apoiaram na realização deste trabalho.

Page 6: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

v

“Deus nos fez perfeito e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não

fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança”.

Albert Einstein

Page 7: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

vi

O uso da terra na Bacia Hidrográfica Cachoeirinha Invernada e seus reflexos na

qualidade das águas do Córrego Cachoeirinha Invernada, Guarulhos (SP)

RESUMO

O processo de urbanização pelo que vem passando os grandes centros urbanos tem afetado de

forma bastante drástica a quantidade e principalmente a qualidade das águas. A Bacia

Hidrográfica Cachoeirinha Invernada, localizada no compartimento norte do município de

Guarulhos (SP) contempla áreas com diferentes classes de uso da terra. O compartimento

norte possui uma área mais preservada, de maiores declividades e onde se localizam várias

fontes produtoras de águas, o compartimento sul está inserido em áreas de planície, com

grandes áreas de ocupação urbana. Para avaliar a qualidade ambiental da Bacia Hidrográfica

Cachoeirinha Invernada, foram realizadas análises das águas do córrego Cachoeirinha

Invernada frente aos parâmetros físico-químicos de temperatura, pH, turbidez (TU), sólidos

totais (ST), condutividade elétrica (CE), fósforo total (PT), demanda bioquímica de oxigênio

(DBO), bem como a análise microbiológica (E. coli) num período de 12 meses, e em seis

pontos de coleta. A qualidade da água avaliada através de seus parâmetros, do Índice de

Qualidade de Água (IQA) e do Índice de Estado Trófico (IET) demonstraram que o ponto de

uma das nascentes foi de melhor qualidade. As áreas com ocupação urbana em seu entorno

apresentaram uma piora acentuada na qualidade da água, sendo o ponto próximo ao exutório o

mais impactado, com IQA classificado como Péssimo. Dos parâmetros avaliados, o que mais

contribuiu para a piora da qualidade da água do córrego Cachoeirinha Invernada foi a E. coli,

seguido de DBO, e PT, todos parâmetros relacionados com a presença de esgoto nos corpos

hídricos. A necessidade da construção de rede coletora e tratamento de esgoto, proteção e

recuperação das matas ripárias, educação ambiental quanto ao descarte de material úrbico, são

medidas necessárias para uma melhora significativa da qualidade ambiental da Bacia

Hidrográfica Cachoeirinha Invernada.

Palavras chave: Águas urbanas, degradação ambiental, eutrofização, IQA, Uso da terra.

Page 8: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

vii

The use of land in the Cachoeirinha Invernada Watershed and its reflections on the quality

of the Cachoeirinha Invernada Stream, Guarulhos (SP)

ABSTRACT

The process of urbanization that has been passing through the major urban centers has

affected drastically the quantity, and especially the quality of the water. The Cachoeirinha

Invernada Hydrographic Watershed, located in the northern compartment of the municipality

of Guarulhos (SP), includes areas with different land use classes. The northern compartment

has a more preserved area, with larger slopes and where several water sources are located, the

southern compartment is inserted in plain areas, with large areas of urban occupation. In order

to evaluate the environmental quality of the Cachoeirinha Invernada Hydrographic

Watershed, analyzes of the Cachoeirinha Invernada stream were carried out against the

physicochemical parameters of temperature, pH, turbidity (TU), total solids (TS), electrical

conductivity (EC), total phosphorus (TP), biochemical oxygen demand (BOD), as well as the

microbiological analysis (E. coli) in a period of 12 months, and at six collection points. The

water quality evaluated through its parameters, the Water Quality Index (WQI) and the

Trophic State Index (TSI) showed that the point of one of the springs was of better quality.

The areas with urban occupation in their surroundings presented a marked worsening in the

water quality, being the near point to the exutory one more impacted, with WQI classified as

Poor. From the evaluated parameters, what contributed most to the worsening of the water

quality of the Cachoeirinha Invernada stream was E. coli, followed by BOD, and PT, all

parameters related to the presence of sewage in the water bodies. The need for the

construction of sewage collection and treatment, protection and recovery of riparian forests,

and environmental education regarding the disposal of waste are necessary measures for a

significant improvement of the environmental quality of the Cachoeirinha Invernada

Hydrographic Watershed.

Keywords: Urban waters, environmental degradation, eutrophication, WQI, Land use

Page 9: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANA - Agência Nacional de Águas;

BHCI - Bacia Hidrográfica Cachoeirinha-Invernada;

CE - Condutividade;

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo;

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente;

DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio;

EMPLASA - Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano;

E. coli - Escherichia coli;

HCl - Ácido Clorídrico;

H2SO4 - Ácido Sulfúrico;

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;

INMET - Instituto de Meteorologia;

IPVS - Índice Paulista de Vulnerabilidade Social;

IQA - Índice de Qualidade da Água;

IQAM - Índice de Qualidade da Água Modificado;

IPVS - Índice Paulista de Vulnerabilidade Social;

IVS - Índice de Vulnerabilidade Social;

NaOH - Hidróxido de Sódio;

OD - Oxigênio Dissolvido;

pH - Potencial Hidrogeniônico;

PT - Fósforo Total;

RMSP - Região Metropolitana de São Paulo;

SEADE - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados;

SIG - Sistema de Informação Geográfica;

SNGRH - Sistema nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos;

ST - Sólidos Totais;

T - Temperatura;

TU - Turbidez;

UnG - Universidade de Guarulhos.

Page 10: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

ix

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Limite dos parâmetros analisados para a classe 03 do CONAMA 357. ............... 24

Quadro 2 - Características geofísicas da Bacia Hidrográfica Cachoeirinha Invernada. ......... 33

Quadro 3 - Relação dos equipamentos utilizados nas análises de campo. .............................. 37

Quadro 4 - Apresentação dos métodos adotados. ................................................................... 37

Quadro 5 - Categorias de Qualidade da água. ......................................................................... 39

Quadro 6 - Classe de estado trófico e suas características principais. .................................... 40

Quadro 7 - Sistema básico utilizado na classificação frente ao uso na bacia estudada........... 42

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Data da realização das coletas. ............................................................................... 34

Tabela 2 - Localização dos pontos de coleta. .......................................................................... 36

Tabela 3 - Pesos atribuídos aos parâmetros utilizados. ........................................................... 38

Tabela 4 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P1. ................................................ 48

Tabela 5 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P2. ................................................ 49

Tabela 6 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P3. ................................................ 50

Tabela 7 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P4. ................................................ 52

Tabela 8 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P5. ................................................ 54

Tabela 9 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P6. ................................................ 55

Tabela 10 - Contribuição de cada parâmetro na redução da qualidade da água. ..................... 58

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Localização da bacia hidrográfica de Cachoeirinha Invernada. .............................. 26

Figura 2 - Falha do Rio Jaguari a qual divide Guarulhos-SP em macro compartimentos Norte

e Sul .......................................................................................................................................... 26

Figura 3 - Mapa Litológico de Guarulhos. .............................................................................. 27

Figura 4 - Mapa do relevo de Guarulhos.. ............................................................................... 28

Figura 5 - Mapa do pedológico de Guarulhos. ........................................................................ 29

Figura 6 - Mapa Hidrográfico de Guarulhos. .......................................................................... 30

Figura 7 - Divisão da área da BHCI em duas regiões pela Falha dos Veigas.. ....................... 32

Page 11: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

x

Figura 8 - Malha hídrica da Bacia hidrográfica Cachoeirinha Invernada com os pontos de

coleta. ........................................................................................................................................ 35

Figura 9 - Diversidade de vegetação na BHCI. ....................................................................... 43

Figura 10 - Áreas com urbanização já consolidada ao longo da Bacia ................................... 44

Figura 11 - Áreas em processo inicial de urbanização. ........................................................... 44

Figura 12 - Instalação do trecho norte do Anel Viário Mário Covas. ..................................... 45

Figura 13 - Presença de áreas de chácaras na bacia. ............................................................... 45

Figura 14 - Mapa de cobertura e uso da terra na BHCI........................................................... 46

Figura 15 - Ponto de coleta P1 junto a estrada de terra em meio a vegetação ........................ 47

Figura 16 - Largo artificial (a esquerda) próximo a trecho do Rodoanel (direita). ................. 49

Figura 17 - Corpo hídrico com intenso processo de ocupação residencial. ............................ 50

Figura 18 - Localização do P4 próximo a Estrada Recreio São Jorge .................................... 52

Figura 19 - Córrego Cachoeirinha na Estrada Particular no bairro Mikail. ............................ 53

Figura 20 - Localização do ponto de coleta P6, no Bairro Jardim Marilena. .......................... 54

Figura 21 - Valores médios e desvio padrão dos parâmetros físico-químicos e microbiológico

das águas da Bacia Hidrográfica Cachoeirinha Invernada no período de Setembro de 2015 a

Agosto de 2016 e limites de padrão CONAMA 357/05 para classe 3 (quando aplicável). ..... 56

Figura 22 - Variação do índice de Qualidade da Água ao longo da BHCI de setembro de 2015

a agosto de 2016. ...................................................................................................................... 57

LISTA DE EQUAÇÃO

Equação 1 - Fórmula do Índice de Qualidade das Águas Modificado - IQAM. ...................... 39

Equação 2 - Equação somatória dos pesos atribuídos aos parâmetros. ................................... 39

Equação 3 - Fórmula para o cálculo do Índice do Estado Trófico - IET................................. 40

Page 12: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

xi

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................... vi

ABSTRACT ........................................................................................................................................... vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................................ viii

LISTA DE QUADROS ......................................................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................... ix

LISTA DE EQUAÇÃO. ......................................................................................................................ix

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 3

2.1. Objetivos Específicos............................................................................................................. 3

2.2. Justificativas .......................................................................................................................... 4

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................... 4

3.1. O uso da terra e o geoprocessamento em estudos ambientais ........................................... 4

3.2. Bacia Hidrográfica Como Unidade de Planejamento ........................................................ 6

3.3. Degradação Ambiental ......................................................................................................... 8

3.4. Qualidade da Água .............................................................................................................. 11

3.4.1. Poluição Hídrica (Águas Urbanas) ............................................................................ 12

3.4.2. Indicadores da Qualidade da Água ........................................................................... 14

3.4.3. Índice da Qualidade da Água - IQA .......................................................................... 19

3.4.4. Índice de Estado Trófico - IET ................................................................................... 21

3.4.5. Legislação ..................................................................................................................... 22

4. ÁREA DE ESTUDO.................................................................................................................... 25

4.1. Localização ........................................................................................................................... 25

4.2. Geologia de Guarulhos - SP ................................................................................................ 25

4.3. Geomorfologia ..................................................................................................................... 27

4.4. Pedologia .............................................................................................................................. 28

4.5. Hidrografia .......................................................................................................................... 29

4.6. Clima .................................................................................................................................... 30

4.7. Uso da terra ......................................................................................................................... 31

4.8. Síntese das características físicas e ocupação da BHCI ................................................... 31

5. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................................... 33

5.1. Banco de dados e referenciais teóricos .............................................................................. 33

Page 13: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

xii

5.2. Coleta e Análise da qualidade da água .............................................................................. 34

5.2.1. Procedimento analítico ............................................................................................... 36

5.2.2. Índice da qualidade da água modificado - IQAM ..................................................... 37

5.2.3. Índice de Estado Trófico - IET ................................................................................... 40

5.3. Elaboração do mapa de uso e cobertura da terra ............................................................ 41

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................ 43

6.1. Cobertura e uso da terra na BHCI .................................................................................... 43

6.2. Características dos pontos de amostragem e interferências na qualidade da água ...... 47

6.3. Índice da Qualidade da Água (IQA) e Índice de Estado Trófico (IET) ......................... 57

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 59

8. ARTIGO: LAND USE AND ITS REFLECTIONS ON THE WATER QUALITY OF THE

CACHOEIRINHA INVERNADA WATERSHED, GUARULHOS (SP) ...................................... 60

Abstract ................................................................................................................................................ 60

8.1. Introduction ......................................................................................................................... 60

8.2. Materials and Methods ....................................................................................................... 62

8.2.1. Location and characteristics of study area ............................................................... 62

8.2.2. Preparation of the land use and occupation map ..................................................... 63

8.2.3. Water sampling and analysis ..................................................................................... 64

8.3. Results and Discussion ........................................................................................................ 65

8.4. Conclusion ............................................................................................................................ 71

8.5. Acknowledgments................................................................................................................ 72

References ........................................................................................................................................ 72

REFERÊNCIAS GERAIS .................................................................................................................. 78

Page 14: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

1

1. INTRODUÇÃO

Em virtude do acelerado processo de urbanização que vem ocorrendo desde o final

do século XX, principalmente nos países em desenvolvimento, a população mundial se

concentra cada vez mais em áreas urbanas (MARTINE & MCGRANAHAN, 2010), sendo

que, no Brasil em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

aproximadamente 84% da população brasileira vivia em cidades, ocasionando uma série de

demandas por infraestrutura urbana, bem como gerando impactos socioambientais devido à

falta de planejamentos eficazes do território (IBGE, 2010).

O processo de urbanização é definido por Pizzato R. e Pizzato L. (2009) em

concentração de população em cidades e, consequentemente, mudança sociocultural dessas

populações, ou ainda, o aumento da população urbana em detrimento da população rural,

onde a aplicação dos conhecimentos e técnicas do planejamento urbano, migração de ideias e

modos de vida das cidades a uma determinada área rural, possibilita que esta obtenha modo

de vida urbano.

E devido a essa mudança de habitar, costumes e modo de vida, resultando em boa

parte da população brasileira vivendo em menos de 4% do território nacional, resultou na

crescente demanda por áreas urbanas, e mesmo com a existência de leis e programas de

gerenciamento de uso da terra, é cada vez mais ocorrente à ocupação desordenada de áreas

ambientalmente frágeis ou/e com importantes características em termos de preservação dos

recursos naturais pertencentes às cidades. Esse processo desordenado de ocupação é notório

nas áreas mais densamente ocupadas, porém, ocorre com maior relevância no entorno das

cidades (IBGE, 2010).

Segundo Santos (2011), na maioria das grandes cidades brasileiras, o rápido processo

de crescimento demográfico decorrente da crescente urbanização, associado as más

administrações públicas e privadas intensifica o desmatamento, ocasionando a transformação

do meio ambiente natural e comprometem a quantidade e qualidade dos recursos naturais.

Esse modelo de crescimento leva ao surgimento de problemas ambientais próprios dos

ambientes urbanos, como falta de saneamento, falta de moradias, congestionamento de

tráfego, poluição das águas, do ar, do solo, falta de permeabilidade do solo, deslizamentos,

enchentes, etc. (OTT, 2009).

De acordo com Maricato (1996), em torno de 50% da população brasileira viviam

em condições precárias referentes às condições ambientais e sanitárias. Onde segundo

Mueller (2007), uma grande parte dessa população viviam em locais frágeis como encostas,

Page 15: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

2

áreas de várzeas, terrenos próximos aos locais de poluição, áreas de riscos, etc.,

desrespeitando as legislações locais de uso e ocupação do solo, sendo, na maioria das vezes

ocupadas pela classe de população de menor poder econômico.

Diante dessas adversidades, Braga e Carvalho (2003) chamam a atenção para o

avanço significativo das metrópoles sobre o meio natural, ocasionando inúmeros impactos

negativos para a qualidade ambiental do meio urbano, principalmente no que se refere à

utilização dos recursos hídricos em virtude da perda de qualidade. Fundamento já salientado

por Mota (1988), sobre o argumento de que nas propostas de gestão dos recursos hídricos,

deve ser dada maior importância as ações que visem conservar a quantidade e qualidade do

corpo hídrico.

Nesse contexto, torna-se cada vem mais indispensável a aplicação de ações de

acompanhamento da saúde ambiental de um corpo hídrico, através da adoção de parâmetros

que demonstrem a qualidade da água e suas alterações frente aos diferentes usos antrópicos

em uma área. Conforme Saad et al (2013), a crescente demanda para todos os usos da água

possibilitou, nas últimas décadas, a elaboração de políticas e legislações específicas, ao

mesmo tempo em que consagraram a bacia hidrográfica como unidade de planejamento.

Segundo Botelho e Silva (2004), o uso das bacias hidrográficas como unidade de

planejamento tornam possível avaliar de forma integrada as ações humanas sobre o ambiente

e suas consequências sobre o equilíbrio hidrológico, geomorfológico, pedológico e

vegetacional. Nesse cenário, o estudo relacionado à degradação da qualidade da água em uma

bacia hidrográfica é de suma importância para o entendimento da relação sociedade-natureza,

constituindo em um instrumento que pode fornecer subsídios para um planejamento que tenha

por meta, por exemplo, a qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental.

Assim, verifica-se que a gestão dos recursos hídricos representa um grande desafio

ao poder público e, nesse sentido, nos últimos anos, pesquisadores tem se dedicado à gestão

das bacias hidrográficas. E para tal e necessário conhecer, mapear e verificar, em nível de

detalhe a sua qualidade em função do uso da terra, identificando os locais de maior redução na

qualidade da água, a fim de subsidiar o seu planejamento, com o intuito de diagnosticar os

danos ambientais presentes e os que eventualmente possam surgir.

Diante da enorme quantidade de dados necessários na gestão das bacias

hidrográficas, o uso do geoprocessamento torna-se um mecanismo viável para o levantamento

do banco de informações, tratamento desses dados, bem como também uma importante

ferramenta na elaboração das análises ambientais.

Page 16: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

3

O Município de Guarulhos, integrante da Região Metropolitana de São Paulo

(RMSP) é considerada a segunda maior cidade do Estado de São Paulo, com uma população

aproximada em 1,3 milhões de habitantes (IBGE, 2010), encontra-se em franca expansão

urbana e não foge à regra de ter problemas de planejamento e de degradação ambiental.

Possui uma grande concentração de drenagens, principalmente na sua porção norte, em áreas

de mananciais, que constituem diversas bacias hidrográficas, com problemas significativos

resultantes do estabelecimento de loteamentos em áreas que apresentam condições de

fragilidade natural a processos de degradação ambiental (ANDRADE; OLIVEIRA, 2008). A

região sul possui áreas mais planas e de fácil acesso, onde se deu o início do processo de

urbanização. Atualmente, essa região é densamente ocupada com residências, indústrias muito

bem instaladas às margens de grandes rodovias como a Presidente Dutra a Fernão Dias,

aeroporto internacional de São Paulo-Guarulhos, dentre outros tipos de uso da terra.

Para tanto, o presente trabalho norteado nessa temática desenvolveu o estudo

ambiental com os objetivos a seguir, visando contribuir para o entendimento dos processos de

degradação da qualidade da água em uma bacia hidrográfica decorrente da expansão urbana

mediante a utilização de indicadores da qualidade da água.

2. OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo principal realizar a análise geoambiental

integrada da Bacia Hidrográfica Cachoeirinha-Invernada frente à qualidade da água e o uso da

terra.

2.1. Objetivos Específicos

Elaborar o mapa de usos da terra da bacia hidrográfica estudada;

Avaliar a qualidade das águas através dos resultados analíticos por um período de 12

meses, com análises bimestrais dos parâmetros físico-químicos tais como: Demanda

Bioquímica de Oxigênio (DBO), Fósforo Total (PT), Temperatura (T), Condutividade

(CE), Oxigênio Dissolvido (OD) e pH, bem como o parâmetro microbiológico através

da Escherichia coli,;

Comparar os resultados obtidos com os dados referenciados Decreto Estadual de São

Paulo nº 10.755/1977 e pela Resolução CONAMA 357/2005;

Calcular e discutir o Índice de Qualidade da Água Modificado (IQAM), bem como

atribuir classificação ao corpo hídrico estudado através dos parâmetros analisados;

Page 17: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

4

Calcular o Índice de Estado Trófico e atribuir a classificação do corpo hídrico;

Correlacionar a qualidade das águas, através do IQAM da BHCI com o uso e cobertura

da terra;

2.2. Justificativas

Os seres humanos de uma forma geral vivem num período caracterizado por

problemas relacionados à quantidade e à qualidade dos recursos hídricos, onde boas partes das

cidades brasileiras sofrem com a escassez de água (ONU, 2015).

Preservar as bacias hidrográficas é uma forma de aumentar a disponibilidade hídrica

local, uma vez que, qualquer alteração em um determinado ponto de uma bacia pode afetar

direta ou indiretamente a qualidade da água, destacando a importância de conhecer e

compreender como a ocupação e uso do solo interagem com a qualidade da água em uma

bacia hidrográfica.

A escolha da Bacia Hidrográfica Cachoeirinha Invernada justifica-se por possuir

áreas com características distintas, que divergem desde a área de vegetação natural a áreas de

ocupação antrópica. Sendo ainda que, essa bacia destaca-se por ser uma área com

significativas malhas hídrica, com presença de nascente e intenso processo de alteração

antrópica decorrente a implantação de moradias e edificação viária.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesse capítulo, apresentam-se os instrumentos teóricos e conceituais utilizados para

apoiar e elaborar o objeto de pesquisa, abordando temas que norteiam a compreensão da

importância da elaboração de estudos ambientais visando à preservação dos recursos naturais.

3.1. O uso da terra e o geoprocessamento em estudos ambientais

A cobertura da terra é o local onde mais se demostra os traços da relação da

sociedade com a natureza. Sendo um aspecto importante no entendimento da dinâmica

presente nesse espaço geográfico por expressar as marcas deixadas pela ação antrópica.

Sendo, portanto, necessário delimitar uma área com foco na análise do uso da terra com o

propósito de avaliar as questões ambientais como levantamento da potencialidade de um

local, necessidades de elaborar planos voltados à conservação, preservação ou recuperação

desta paisagem (SANTOS, 2013).

Page 18: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

5

Segundo IBGE (2013), a cobertura do uso da terra indica a distribuição geográfica

dos diferentes tipos de uso e ocupação, identificada por meio de padrões homogêneos da

cobertura terrestre. Observações sobre o uso e cobertura da terra contém grande quantidade de

diagnósticos e mapeamentos, sendo assim de grande utilidade para o conhecimento das

formas recentes de uso e ocupação do espaço, destacando ser um valioso instrumento para a

construção de indicadores ambientais, avaliação da capacidade de suporte ambiental,

compreensão dos padrões de organização do espaço e vários outros empregos nos estudos

ambientais.

Ainda nessa mesma temática, reforça Pancher et al. (2013) ao citar que dentre os

mapas temáticos resultantes das ferramentas do geoprocessamento, o mapa de uso e ocupação

do solo apresenta-se como objeto indispensável em estudos ambientais, na gestão de recursos

naturais e nas tomadas de decisão na estruturação e planejamento do território. Porém, uma

das principais dificuldades com que se tem defrontado para a elaboração de estudos

ambientais é a falta de uma fonte de dados com informações básicas autêntica da paisagem,

sendo estas informações de extrema relevância, seja na elaboração de projetos para a

restauração de uma área degradada, fornecer auxílio ao manejo e à conservação do solo, da

água ou outros recursos naturais em uma bacia hidrográfica ou na elaboração de mapa de uso

da terra (CAMPOS et al., 2016).

Assim, para contribuir no levantamento de dados básicos em estudos ambientais, o

uso do geoprocessamento torna-se mecanismo viável para as análises ambientais e base para

as tomadas de decisões presentes e futuras. Sendo utilizados por diversos pesquisadores em

diferentes trabalhos e temas, empregando múltiplas ferramentas do geoprocessamento

(PIROLI, 2013).

De acordo com Braz et al. (2015), dentre as inúmeras possiblidades de aplicação de

dados, ganham destaque os estudos relacionados à análise, detecção e monitoramento da

cobertura vegetal.

Para Campos et al. (2015), a aplicação de uma política agrícola adequada requer um

embasamento técnico e científico com informações confiáveis e atualizadas sobre o grau de

uso da terra, demandando de uma ampla análise com vários fatores necessário no

planejamento e manejo do solo, destacando que a utilização das ferramentas de

geoprocessamento viabiliza a elaboração com certa rapidez.

Trabalhos realizados por Gasparini et al. (2013) e Cunha et al. (2015), com o

objetivo de identificar as áreas em conflito com a legislação vigentes, o uso do

Page 19: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

6

geoprocessamento apresentou-se como uma importante ferramenta devido a agilidade no

ordenamento, na análise e modelagem dos dados espaciais tornando possível a elaboração do

mapa de uso da terra e cobertura vegetal em uma bacia hidrográfica com informações

fidedignas, auxiliando em um planejamento ambiental adequado sobre o uso e ocupação da

terra.

Já Sena et al. (2012), utilizou-se da geotecnologia do geoprocessamento pra

desenvolver os mapas hipsométrico e de declividade de uma bacia hidrográfica, expondo que

o uso dessa ferramenta garante eficiência e rapidez no processo de manipulação e tratamento

de dados, apresentando-se como uma importante ferramenta para análise em pequenas e

médias escalas de trabalho.

As geotecnologias do geoprocessamento têm sido amplamente utilizadas em distintos

estudos da terra, seja para monitorar os processos erosivos (SILVA et al., 2010), levantamento

da capacidade agrícola de uma região (CAMPOS et al., 2015), identificar áreas em uso que

estão em conflito com a legislação (GASPARINE et al., 2013; CUNHA et al., 2015;

TAVARES et al., 2015), subsídio ao planejamento territorial (PADILHA et al., 2013),

caracterização da fragilidade ambiental (PADILHA, 2008; RIBEIRO, 2016) ou levantamentos

de mapas temáticos (SENA, 2012; SILVEIRA et al., 2015). Havendo sempre uma

uniformidade de convicção entre eles. Ambos consentem que o geoprocessamento destaca-se

como uma excelente ferramenta para ser empregada em ciências ambientais. Corroborando

com a instigação na aplicação das ferramentas do geoprocessamento em análises da terra

3.2. Bacia Hidrográfica Como Unidade de Planejamento

Bacia hidrográfica é entendida como uma área fisiográfica de captação natural da

água de precipitação drenada por um curso d’agua, ou por um sistema de cursos d’águas

conectados e que convertem direta ou indiretamente até resultar em um único leito no seu

exutório (TUCCI, 1997).

Pires et al. (2002), define bacia hidrográfica em o conjunto de terras drenadas por um

curso d’água principal e seu efluentes, sendo cada vez mais utilizado como unidade de gestão

na área de planejamento ambiental por ser uma unidade apropriada para a realização de

estudos do fluxo de sedimentos e nutrientes e seus efeitos em um corpo hídrico, possibilitando

obter uma análise da qualidade da água.

Para Valente e Castro (1981), os cursos d’água formados de uma bacia servem como

indicadores resultantes das ações antrópicas, pois as bacias hidrográficas são unidades

Page 20: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

7

naturais do ecossistema e refletem na qualidade da água do corpo hídrico devido as suas

características próprias, como a geologia, tipo de solo, clima, cobertura vegetal bem como ao

nível e tipo de uso dado pelo homem. Sendo assim, as bacias hidrográficas podem ser

utilizadas para identificar os efeitos adversos a esses corpos decorrentes aos diferentes usos da

terra.

Ainda nesse mesmo conceito, salienta Gama (2003) que a bacia hidrográfica é um

ecossistema propício para o gerenciamento prático, e através de indicadores a partir dos

cursos d’água possibilita a medição e a avaliação de quanto às sociedades humanas interferem

nos sistemas naturais.

Naturalmente podem ocorrer mudanças no interior das bacias de drenagem,

entretanto, as alterações decorrentes das ações antrópicas são cada vez mais significativas

sobre o meio natural, com interferência em vários aspectos como na paisagem, cobertura

vegetal e fluxo energético. Sendo que, essas alterações ocorrem em um ritmo muito mais

intenso do que normalmente ocorreriam produzidos pela natureza.

Para Cunha e Guerra (2000), as alterações dos ambientes naturais em bacias

hidrográficas são resultantes em sua maior parte das atividades relacionadas à ocupação

desordenada do solo, podendo destacar o desmatamento, atividade agrícola, a mineração,

pastagem e a urbanização desenvolvidas as margens do corpo hídrico, resultando em

alterações de diferentes formas e intensidade no equilíbrio ambiental, podendo ainda ser

intensificadas com rápidas mudanças em virtude das políticas públicas e dos incentivos

governamentais, o que agrava seus desequilíbrios.

Diante do crescente aumento na demando de recursos naturais, a discussão da

sociedade sobre como utilizar de forma racional os recursos naturais, e mais especificamente

os recursos hídricos, tem sido cada vez mais difundida mundialmente entre pesquisadores,

cientistas e outros. E dada a grande importância ao recurso natural água, de usos

indispensáveis em diversas atividades, seja como via de circulação para transporte, como

fonte de abastecimento urbano, industrial e atividades agrícolas, geração de energia elétrica e

caminho para diluição de efluentes domésticos e industriais, as bacias hidrográficas tem-se

transformado em uma importante unidade básica para planejamento e gestão ambiental,

visando a manutenção desse recurso natural (ROSS; DEL PRETTE, 1998).

Ressalta Araújo Neto et al. (1995 apud CUNHA; GUERRA, 2000), que as bacias

hidrográficas já vêm sendo utilizadas pelas nações mais desenvolvidas como unidade de

gestão e planejamento, compatibilizando os diversos usos e interesses de forma a garantir e

Page 21: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

8

manter sua qualidade e quantidade. No Brasil, o reconhecimento da crescente complexidade

dos problemas relacionados ao uso da água levou ao estabelecimento de acordos para a

proteção dos corpos hídricos em 1976 entre o Ministério de minas e Energia e o Governo do

estado de São Paulo, expandido posteriormente para outros estados, sendo hoje geridas de

uma forma mais ampla pelos Comitês de Bacias Hidrográficas (PORTO M. & PORTO R.,

2008).

Ainda no mesmo caminho Souza et al. (2002) afirma que delimitar a bacia

hidrográfica como unidade de análise para estudos de planejamento e gestão não se justifica

apenas pelo reconhecimento da importância dada a água, mas também pela riqueza de outras

variáveis a serem contempladas, como o relevo, o solo, a vegetação, a flora, a fauna, as

atividades antrópicas, entre outras.

3.3. Degradação Ambiental

O conceito de degradação ambiental possui um amplo significado, pois envolve a

diminuição da disponibilidade dos recursos naturais através de uma combinação de processos,

sobretudo pela ação antrópica diretamente sobre a flora, fauna, recursos abióticos, ou

indiretamente através de agravamento dos fenômenos e mudanças climáticas resultando em

danos ao ambiente.

O surgimento do meio natural é muito anterior às ações humanas, pois teve início no

Pré-Cambriano e em todo esse período as alterações no ambiente ocorriam de causas naturais.

No decorrer da história, em um determinado momento do Pleistoceno o homem é inserido no

ambiente, e com a evolução das forças produtivas a natureza foi sendo apropriadas e

transformadas, e a partir desse período, além dos agentes naturais modificadores do ambiente,

as ações antrópicas também resultam em um agente modificador do ambiente. Dessa forma, o

grau de alteração de um espaço em relação a outro, é avaliado pelos seus diferentes modos de

uso, produção e/ou diferentes estágios de desenvolvimento tecnológico (CUNHA; GUERRA,

2000).

O Decreto Federal Nº 97.632 de 10 de Abril de 1989 em seu Artigo 2º apresenta a

seguinte definição para degradação:

“os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem

ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou

capacidade produtiva dos recursos ambientais.”

Page 22: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

9

Nesse mesmo conceito, a Lei Nº 6.938 de 31 de Agosto de 1981 que institui a

Política Nacional de Meio Ambiente, Artigo 3º, inciso II, apresenta o seguinte conceito ao

termo degradação ambiental:

“degradação da qualidade ambiental, é a alteração adversa das características

do meio ambiente.”

Para Sánchez (2008), essa lei apresenta um conceito muito amplo e não deixa claro

se a degradação é resultante de uma atividade antrópica ou se pode ser resultado de um

fenômeno natural. O que não deixa dúvida neste conceito é que a degradação ambiental

caracteriza-se como um impacto ambiental negativo.

No CONAMA 01 de 23 de Janeiro de 1986 em seu Artigo 1º apresenta uma

definição para impacto ambiental, sendo:

“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a

segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a

biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos

recursos ambientais.”

Já nesta definição coloca-se mais nitidamente as alterações do meio ambiente

resultantes de ações antrópicas, excluído as causas naturais.

Meneguzzo e Chacouski (2010) chama a atenção para o fato de que o termo impacto

ambiental empregado na definição acima se refere apenas aos impactos ambientais negativos

decorrentes de ações antrópicas. No entanto, um impacto também pode ocorrer na forma

positiva e trazer benefícios. Porém, a definição apresentado pelo CONAMA 01 não

contempla o impacto benéfico.

Para Willians et al (1990), a degradação de uma certa área ocorre quando há remoção

ou substituição da vegetação nativa, ocasionando perca e destruição da fauna nativa e flora;

quando há perda de camada fértil do solo, seja por remoção ou aterramento, com alteração das

características físicas, químicas e biológicas; e quando há diminuição na qualidade ou

alteração na vazão de um sistema hídrico.

Quando o homem desmata, planta, constrói, transforma o ambiente, os processos que

ocorreriam naturalmente como a formação dos solos, lixiviação, erosão, deslizamentos,

modificação do regime hidrológico e alteração na cobertura vegetal são intensificados em

Page 23: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

10

uma escala mais elevada, podendo resultar em consequências adversas para o homem e

também para as outras formas de vida, como por exemplo: poluição atmosférica, do solo, das

águas superficiais e do lençol freático, perca de biodiversidade, redução da qualidade de vida,

etc. (CUNHA; GUERRA, 2000).

Segundo Daniels e Hammer (1992), corroborado por Cunha e Guerra (2000), as

próprias condições naturais de uma área (como por exemplo, chuvas concentradas, encostas

desprotegidas de vegetação, contato solo-rocha abrupto, descontinuidades litológicas e

pedológicas, encostas íngremes) podem ser consideradas como forte agente modelador da

paisagem e, junto com o manejo inadequado, acelera o processo de degradação do ambiente,

sendo que, a principal causa da degradação ambiental está na forma imprópria a qual o solo e

utilizado, tanto em áreas rurais, como em áreas urbanas,

O desenvolvimento das cidades, principalmente em grandes metrópoles, podem-se

evidenciar as seguintes formas de degradação do ambiente: no solo com impermeabilização,

remoção de camadas protetoras, o que acelera os processos erosivos e movimentação de

massa e disposição de resíduos; na água através do esgoto domiciliar e industrial acarretando

em perca da qualidade da água e comunidade aquática; no ar através da poluição industrial,

dos veículos e incineração de resíduos; na flora e fauna através da eliminação de áreas de

preservação (MARQUES 2005).

Ainda nesse tema, segundo Cunha e Guerra (2000) os processos ambientais

degenerativos podem ser divididos em características de áreas rurais e de áreas urbanas. Nas

áreas rurais, sofrem danos como erosão laminar, ravinas e voçorocas, com perda de qualidade

e produtividade provenientes do mau uso da terra aliado à mecanização intensa e à prática de

monocultura, podendo ainda ser agravados devido às características físicas naturais como a

concentração das chuvas, os elevados teores de silte e areia fina, os baixos teores de matéria

orgânica e a elevada densidade aparente contribuindo para o aumento da taxa de degradação

nessas áreas.

Já nas áreas urbanas, de acordo ainda com os mesmos autores, fatores como a

impermeabilização do solo e o corte das encostas para a construção de casas, prédios e ruas

são uma das principais causas da degradação do ambiente, agravadas em sua maioria pela

ausência e ineficientes políticas com ocupação desordenada do solo em locais das bacias

hidrográficas com características sensíveis do ponto de vista ambiental.

Para Ramalho et al. (1999), é cada vez mais notório a presença de um cenário

urbano em expansão diretamente ameaçados por riscos e problemas ambientais, onde a forma

Page 24: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

11

acelerada com que se verifica a urbanização o poder executivo não consegue prover a

população dos grandes aglomerados urbanos os direitos e infraestruturas básicas, como a

moradia adequada, água potável, saneamento básico, coleta de lixo, escolas, hospitais e

centros de saúde e transportes. Traços esses, encontrados principalmente nas periferias das

grandes cidades.

Para exemplificar melhor essa realidade o autor supracitado propõe um modelo que

expresse os níveis acentuados de formas de vulnerabilidade que afetam a classe de baixa

renda na maioria dos centros urbanos. Parte dessa população, em função dos altos preços das

moradias e dos terrenos ocupam áreas frágeis, construindo moradias impróprias com ausência

de serviços básicos de infraestrutura, sendo obrigada a degradar o meio ambiente para

sobreviver, o que agrava a sua vulnerabilidade e cria uma situação propícia a desencadear um

processo que pode resultar em um desastre.

3.4. Qualidade da Água

Ao retratar o termo qualidade da água, é indispensável ter o entendimento que esta

possui a capacidade de transporte e dissolução, características marcantes do seu estado líquido

que condiciona a presença de outras substâncias no meio.

Para Brady e Humistom (1985), é praticamente impossível encontrar água pura

(H2O) na natureza, especialmente as do tipo doce. Pois, a água possui uma capacidade

universal de dissolver substâncias, fazendo com que ela, no meio ambiente, carregue consigo

muitas substâncias químicas, minerais e até nutrientes, tendo em vista ainda que, os ambientes

terrestres onde são encontradas correspondem aos locais com frequentemente presença

antrópica resultando no lançamento de uma variedade de substâncias e estas, e virtude da

capacidade de transporte da água são carreadas ou lixiviadas através das chuvas ou irrigações

para os corpos hídricos.

A resolução CONAMA 357 de 17 de Março de 2005, que Dispõe sobre a

classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e das outras providências, no

Artigo 2º, inciso XII, define condição de qualidade em:

“Qualidade apresentada por um segmento de corpo d'água, num determinado

momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada, frente às

Classes de Qualidade.”

Page 25: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

12

Definindo ainda, na mesma norma, mesmo Artigo e inciso IX:

“Classe de qualidade - conjunto de condições e padrões de qualidade de água

necessários ao atendimento dos usos preponderantes, atuais ou futuros.”

De acordo com Tucci e Mendes (2006), a qualidade da água de sistemas hídricos é

avaliada com base em indicadores que retratam o efeito de fontes de poluição, tipo de

contaminação, a sustentabilidade ambiental dos sistemas hídricos e os usos da água.

Ressaltando que, o sistema aquático não é formado unicamente pelo rio ou lago, mas

inclui, obrigatoriamente, a bacia de contribuição, exatamente onde ocorrem os fenômenos que

irão, de certa forma, conferir à água as suas características de qualidade. Pois, a capacidade de

dissolução e de transporte conduz ao fato de que a qualidade de uma água é resultante dos

processos que ocorrem diretamente na massa líquida, intensificados aos processos que

ocorrem externamente ao corpo hídrico, englobando toda a bacia de drenagem (BRASIL,

2014).

3.4.1. Poluição Hídrica (Águas Urbanas)

Poluição das águas pode ser descrita como a adição de substâncias ou de formas de

energia, modificações no meio que direta ou indiretamente alteram a natureza de um corpo

hídrico, e assim prejudicar os usos ao ser humano, à biota aquática, às atividades sociais e

econômicas em geral, aos recursos naturais e aos acervos históricos, culturais e paisagísticos

(SPERLING, 2005).

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), a poluição das águas pode

ocorrer de três formas:

“introdução de substâncias artificiais e estranhas ao meio, como, por

exemplo, o lançamento de agrotóxicos em rios ou a contaminação por

organismos patogênicos; introdução de substâncias naturais e estranhas ao

meio, como o aporte de sedimentos às águas de um lago, reduzindo seu

volume útil; alteração na proporção ou nas características dos elementos

constituintes do próprio meio, como, por exemplo, a diminuição do teor de

oxigênio dissolvido nas águas de um rio em decorrência da presença de

matéria orgânica”.

Segundo Tucci e Mendes (2005), o impacto a qual um corpo hídrico está sujeito é

determinado pelas fontes de poluição, estas são geralmente classificadas em fontes difusas ou

Page 26: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

13

pontuais. As fontes difusas são as que se distribuem no ambiente e não têm um local

delimitado de entrada ou contaminação no sistema. Já a contaminação pontual é aquela em

que é possível identificar a fonte e a massa poluidora bem como o local de entrada no sistema,

como por exemplo, o lançamento de efluente, seja de esgoto doméstico ou industrial em um

corpo hídrico.

Para Tundisi (1986) as fontes de poluição difusa são mais difíceis de visualizar e

quantificar, como o escoamento urbano, agrícola e precipitação atmosférica. Segundo ainda o

mesmo autor, as principais origens que iniciam a poluição de um corpo hídrico são os

despejos de efluentes domésticos e/ou industriais, sendo estas, consideradas fontes de

poluição pontual.

De forma mais abrangente, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) corrobora com o

conceito de principais fontes de poluição ao relatar que a origem poluição de um corpo

hídrico está fortemente vinculada ao uso que dele se faz, podendo ser associada a duas causas

primárias: primeiramente ao forte crescimento populacional, que conduz ao acréscimo na

geração de esgotos e a maior demanda de alimentos, o que por sua vez, resulta no aumento no

uso de agrotóxicos e fertilizantes, considerados agentes poluidores de grande potencial; e a

expansão das atividades industriais, também relacionadas ao crescimento populacional, que

propicia a transformação de matérias-primas em bens de consumo em escala cada vez maior,

gerando, como consequência, grande quantidade de rejeitos, cujo destino final frequentemente

é o ambiente aquático.

Segundo ainda o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), esses problemas ambientais

são típicos dos países mais pobres, onde essa explosão populacional não dispõe de

infraestrutura adequada no que se refere ao saneamento básico e controle da poluição, o que

conduz ao estabelecimento de condições negativas para o uso dos ambientes aquáticos.

Para Zakia (2001) a remoção da vegetação também contribui direta e indiretamente

para a poluição dos corpos hídricos deixando-os vulneráveis. Diretamente, a remoção da mata

ripária já causa uma desestabilização do ciclo natural no ambiente aquático, o que promove

ainda de forma mais acentuada o carreamento de sedimentos e contaminantes para os corpos

hídricos intensificando a desestabilização do ambiente aquático. De forma indireta, o

desmatamento é intensificado ainda pela ocupação humana das margens dos rios, onde

esgotos domésticos e industriais são lançados no corpo hídrico sem nenhum tipo de

tratamento, causando redução da heterogeneidade de habitats, aumento da temperatura,

desequilíbrio químico e poluição da água.

Page 27: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

14

Ainda nesse mesmo contexto, Primack e Rodrigues (2001) corroboram ao afirmar que

constantemente uma grande quantia de nutrientes como nitratos e fosfatos são lançados nos

sistemas aquáticos decorrentes de esgoto urbano, industriais e dos fertilizantes agrícolas que

são carreados para o corpo hídrico. Como resultado obtém-se um crescimento exagerado de

algas, conhecido como eutrofização de rios e lagos. Esse processo reduz a concentração de

oxigênio na água acarretando em redução na quantidade de espécies.

Essa poluição dos corpos hídricos propicia a perda de qualidade das águas

comprometendo o seu uso para o abastecimento público e para a manutenção da vida

aquática. De acordo com Meneguzzo (2006), os seres humanos de uma forma geral vivem

num período caracterizado por problemas relacionados à quantidade e à qualidade dos

recursos hídricos, onde boas partes das cidades brasileiras sofrem com a escassez de água.

Para Barros (2006), a desigualdade brasileira aliada com o desmatamento, o

lançamento de esgotos em rios e córregos, a expansão desordenada dos centros urbanos e a

gestão inadequada dos ecossistemas aquáticos, terminam por gerar problemas que conduzem

a escassez do recurso.

3.4.2. Indicadores da Qualidade da Água

De maneira mais abrangente, a poluição dos corpos hídricos provém da inclusão de

matéria ou formas de energia que, diretamente ou indiretamente altera as características

físicas, químicas e biológicas da água, modificando a sua qualidade, sendo avaliada com base

em indicadores (parâmetros) da qualidade da água, sendo os parâmetros físicos, químicos e

biológicos os mais representativos (TUCCI; MENDES, 2006).

De acordo com ANA (BRASIL, 2012), o monitoramento é o grupo de práticas que

tem como objetivo o acompanhamento de determinadas características de um corpo hídrico,

onde envolve a coleta de dados e amostras de água em locais específicos em intervalos

regulares de tempo, de maneira a gerar informações que possam ser utilizadas para a definição

das condições presentes de qualidade da água, com acompanhamento das alterações nas

características físicas, químicas e biológicas, decorrentes de atividades antrópicas e/ou de

fenômenos naturais.

Nesse contexto, pesquisadores e legisladores estabeleceram uma serie de parâmetros

divididos entre as variáveis físicas, químicas e microbiológicas para avaliar a qualidade da

água de um corpo hídrico, que juntos, retratam o tipo de contaminação bem como o grau de

poluição e os seus efeitos seja para o uso doméstico ou na comunidade aquática.

Page 28: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

15

Em cada variável (física química e microbiológica) existe uma enorme variedade de

indicadores que expõem aspectos parciais da qualidade das águas. No entanto, não existe um

indicador único que abrevie todas as variáveis de qualidade da água devendo, portanto, ser

utilizados conjunto de indicadores específicos para os diferentes usos (BRASIL, 2014).

Dentre os vários indicadores utilizados pelos órgãos ambientais, companhia de

saneamento e outros pesquisadores, são apresentados a seguir apenas os utilizados no

desenvolvimento desse trabalho. Sendo eles:

3.4.2.1. Parâmetros Físicos

Os parâmetros físicos da água são responsáveis pelas propriedades organolépticas da

água. Normalmente são facilmente verificadas e embora possuam importância relativamente

pequena no que referem ao abastecimento público, essas variáveis podem ser determinantes

na escolha da tecnologia de tratamento (DI BERNARDO et al., 2002).

A seguir são apresentados os parâmetros físicos utilizados nessa pesquisa.

Temperatura - T

Para Branco (1986) a temperatura é a medição da intensidade de calor e sua variação

em um corpo hídrico pode ocorrem de forma natural, porém, as ações antrópicas podem

elevam a temperatura de um corpo hídrico, geralmente provocada por despejos industriais

(BRANCO, 1986).

Segundo Von Sperling (2005) essas variações aumentam as taxas de reações físicas,

químicas, biológicas e provocam a diminuição na solubilidade do oxigênio dissolvido,

desempenhando um papel fundamental no controle do meio aquático. Tucci e Mendes (2006)

também reforça essa relação entre os processos biológicos com a temperatura ao afirmar que a

proporção na qual a matéria orgânica se decompõe e na qual os microrganismos morrem

aumenta pela elevação da temperatura, existindo uma faixa ideal de temperatura para o

crescimento e morte de cada microrganismo.

Turbidez - TU

Grau de Interferência com a passagem da luz através da água. Naturalmente tem

origem de partículas de rocha, argila, silte, algas e outros microrganismos, como fontes

antrópicas se destacam os despejos industriais e domésticos. Não traz inconvenientes

Page 29: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

16

sanitários diretos, porém os sólidos em suspensão podem servir de abrigos para

microrganismos patogênicos (VON SPERLING, 2005).

Em geral, a turbidez da água em um corpo hídrico apresenta variações sazonais

significativas entre períodos de chuva e estiagem. As erosões das margens dos rios e lagos em

virtude da ausência de vegetação protetora intensificada pelo mau uso do solo propicia o

carreamento de sedimentos para o corpo hídrico receptor, ocasionando uma elevação na

turbidez da água (CETESB, 2005).

Sólidos Totais - ST

Correspondem a toda matéria que permanece como resíduo após evaporação,

secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo

fixado (ABNT, 1989).

A entrada de sólidos no corpo hídrico pode ocorrer por processos naturais e/ou por

processos antrópicos. As causa naturais se dá por processos erosivos, presença de organismos

e detritos orgânicos. As causas antropogênica ocorrem por processos erosivos devido ao mau

uso do solo, lançamento de lixo e lançamentos de efluentes domésticos e industriais

(BRASIL, 2014).

Em se tratando da qualidade do corpo hídrico, os sólidos podem sedimentar no leito

dos rios destruindo organismos que fornecem alimentos ou, também, danificar os leitos de

desova de peixes (TRENTIN; BOSTELMANN 2010).

Condutividade - CE

A condutividade é a expressão numérica da capacidade da uma água em conduzir a

corrente elétrica, intrinsecamente relacionadas a presença de íons dissolvidos na água. A

condutividade da água aumenta à medida que mais sólidos dissolvidos são adicionados,

fornecendo uma boa indicação das modificações na composição da água, principalmente nas

concentrações de sais minerais. Em águas continentais, entre os íons responsáveis pela

condutividade da água destaca-se o cálcio, magnésio, potássio, sódio, carbonatos, sulfatos e

cloretos (CETESB, 2005).

A condutividade das águas de ambientes dulcícolas são muito influenciadas por

condições locais como a litologia, a cobertura vegetal, taxa de erosão, uso do solo, dentre

outras, favorecendo uma enorme variação tanto na concentração como na composição de sais

dissolvidos (MEYBECK et al., 1992).

Page 30: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

17

Em águas continentais, a condutividade tende-se a diminuir nos períodos de maior

pluviosidade, de modo que seus valores em represas e lagos pode, sazonalmente, apresentar

diferenças marcantes (VON SPERLING, 2005).

Em relação ao íon cloreto, o processo de tratamento da água para o abastecimento,

seguido do uso e descarte dessa água podem contribuir para sua alta concentração em rios

urbanos, agravado ainda pelo lançamento de esgotos sanitários onde ocorre a liberação de

cloreto de sódio pela urina (CAMPAGNA, 2005).

3.4.2.2. Parâmetros Químicos

Os parâmetros químicos decorrem de ciclos e processos que ocorrem na água e

podem estar associados aos compostos orgânicos ou inorgânicos que descrevem as

modificações químicas da água, atribuídos a processos naturais ou antropogênicos (TUCCI;

MENDES, 2006). Os parâmetros químicos analisados nessa pesquisa são:

Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO

A DBO é a quantidade necessária de oxigênio para degradar a matéria orgânica por

decomposição aeróbia. De forma indireta, retratam o teor de matéria orgânica em um corpo

hídrico sendo, portanto, uma indicação do potencial do consumo de oxigênio dissolvido. É um

dos parâmetros mais importantes na caracterização do grau de poluição de um corpo d’água e

esta diretamente relacionada ao oxigênio dissolvido na água (VON SPERLING, 2005).

O aumento da DBO em um corpo hídrico são, na maioria das vezes, decorrentes de

lançamento de efluentes doméstico e/ou industriais com alto teor matéria orgânica, o que pode

induzir a diminuição ou até mesmo ao completo esgotamento do oxigênio na água,

interferindo no equilíbrio da vida aquática provocando o desaparecimento de peixes e outras

formas de vida aquática (CETESB 2009).

Fósforo Totais - PT

Importante nutriente para produtores primários em ambientes aquáticos, sendo

elemento essencial à vida aquática e também um dos principais limitantes da produtividade

primária em um curso d’água, podendo ser encontrado tanto na forma orgânica quanto na

forma mineral (PEREIRA, 2003).

De forma natural, a ocorrência do fósforo no sistema hídrico se dá pela

decomposição de animais mortos pelas bactérias diretamente no meio aquático ou carregados

Page 31: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

18

para os rios e lagos pela ação da chuva (RESENDE, 2003). De maneira antrópica, algumas de

suas origens são os detergentes e outros produtos de limpezas lançados através dos esgotos

domésticos, efluentes não tratados das indústrias de fertilizantes e no meio rural através do

carreamento de fertilizante por ação da água de chuva (PEREIRA, 2003).

Apesar de não apresentar problemas de ordem sanitárias nas águas de abastecimento,

sua elevada concentração no corpo hídrico pode conduzir a um crescimento exagerado de

algas, sendo, junto com o nitrogênio um indicador de eutrofização de rios e lagos (VON

SPERLING, 2005).

Oxigênio Dissolvido - OD

Oxigênio dissolvido é a quantidade de oxigênio disponível para serem utilizados,

sendo um elemento de essencial importância para organismos aeróbicos. É um dos principais

parâmetros para o controle dos níveis de poluição (VON SPERLING, 2005). A ocorrência de

oxigênio no corpo hídrico ocorre através dos produtores primários via fotossíntese, aeração

através da superfície e pelas reações químicas da própria água (PEREIRA, 2003).

Altas concentrações de oxigênio dissolvido indicam a presença de vegetais

fotossintéticos e baixos valores indicam a presença de matéria orgânica resultando em elevada

concentração de bactérias aeróbicas decompositoras. Isso ocorre porque durante a degradação

da matéria orgânica, os microrganismos decompositores aeróbicos usam o oxigênio no

processo de estabilização da matéria orgânica, reduzindo sua concentração no meio, e

dependendo da redução, diversos organismos aquáticos aeróbicos podem vir a morrer

(PEREIRA, 2003).

Potencial Hidrogeniônico - pH

O potencial hidrogeniônico representa a concentração de íons hidrogênio H+ na água,

dando uma indicação sobre a condição de: acidez, pH entre 0 a menor que 7; neutralidade, pH

igual a 7; ou alcalinidade, pH maior que 7 a 14 (VON SPERLING, 2005).

Variações do potencial hidrogeniônico no meio aquático ocorrem por consequências

naturais ou antrópicas e podem estar relacionadas com a dissolução de rochas, absorção de

gases da atmosfera, precipitação, oxidação da matéria orgânica e fotossíntese (PEREIRA,

2003). Segundo Von Sperling (2005), a proliferação de vegetais no meio aquático reduz o

ácido carbônico na água devido ao consumo de gás carbônico, tornando o ambiente alcalino.

Page 32: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

19

Valores afastados da neutralidade podem perturbar a vida aquática. Valores muito

baixo de pH podem solubilizar os metais do sedimento e torna-los biodisponíveis no meio

(PEREIRA, 2003).

3.4.2.3. Parâmetro Biológico

Incluem os habitantes aquáticos como peixe, plâncton, bactérias, etc. No grupo de

indicador bacteriológico, inclui o grupo coliforme, sendo este o único parâmetro biológico

utilizado nessa pesquisa.

Segundo Branco (1986), a grande importância sanitária nas bactérias coliformes está

na sua presença obrigatória em toda fonte de contaminação por dejeto animal, sendo esse

grupo o principal indicador de contaminação fecal. Dentre as bactérias que compõem esse

grupo, inclui o gênero Escherichia, apresentando, portanto, como um bom parâmetro para

indicar a qualidade da água, utilizado nesse trabalho.

Escherichia coli - E. coli

Bactéria do grupo que constituem parte da microbiota intestinal do homem e outros

animais de sangue quente. Representam percentuais em torno de 96 a 99% dos coliformes

termotolerantes presentes nas fezes humanas e de animais homeotérmicos (MASCARENHAS

et al., 2002).

Estes microrganismos quando detectados em uma amostra de água fornecem

evidência direta de contaminação fecal recente (VON SPERLING, 1996). Tem sido

amplamente utilizada nos monitoramentos da qualidade das águas, sendo considerados

indicadores específicos de qualidade de água destinados a potabilidade e balneabilidade

(LEBARON et al., 2005).

3.4.3. Índice da Qualidade da Água - IQA

Os índices e indicadores ambientais surgiram como resultado da crescente

preocupação social frente à temática ambiental, tornando-se fundamental no processo

decisório das políticas públicas e no acompanhamento da qualidade ambiental.

Desenvolvido em 1970 pela National Sanitation Foundation e adaptado pela

CETESB em 1975, o IQA atualmente é o índice de qualidade da água mais utilizado pelas

Unidades da Federação (BRASIL, 2012).

Page 33: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

20

Nessa temática, o Índice da Qualidade da Água (IQA) tem sido utilizado desde 1975

pela Companhia Ambiental do estado de São Paulo (CETESB) no gerenciamento dos recursos

hídricos do Estado de São Paulo, sendo também adotado para transparecer informações

básicas de forma simplificada da qualidade de água para o público em geral.

As adaptações da CETESB baseou-se numa pesquisa de opinião junto a especialistas

em qualidade das águas, cujo resultado, das 35 variáveis propostas, 9 foram selecionadas,

sendo elas o: oxigênio dissolvido; coliformes termotolerantes; pH; demanda bioquímica de

oxigênio, temperatura, nitrogênio total, fósforo total, turbidez e sólidos totais. Além dos

parâmetros determinados, foi ainda dado um peso relativo e a condição com que se apresenta

cada parâmetro, segundo uma escala de valores, e em seguida, foram estabelecidas curvas de

variação, sintetizadas em um conjunto de curvas médias para cada parâmetro, bem como seu

peso relativo correspondente (BRASIL, 2012).

O IQA é obtido pelo produtório ponderado das qualidades de água correspondentes

às variáveis que integram o índice, aplicando-se a seguinte fórmula:

[Eq. 1]

Sendo:

qi = quantidade de i-ésimo parâmetros, um número de 0 - 100, obtido da respectiva

curva de variação de qualidade em função da concentração ou medida;

wi = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em

função da sua importância para a conformação global de qualidade, sendo:

∑ 𝑤𝑖 = 1

𝑛

𝑖=1

[Eq. 2]

n - número de variáveis que entram no cálculo do IQA.

A partir do cálculo efetuado, pode-se determinar a qualidade das águas brutas, que é

indicada pelo IQA, variando numa escala de 0 a 100.

O método do IQA possui a vantagem de fácil comunicação com o público e a síntese

das interpretações de diversas variáveis em um único dado. No entanto, possui também

algumas desvantagens, e dentre elas, a perda da informação das variáveis, bem como, da

interação entre elas, e ainda, o fato da sua interpretação limitar-se à contaminação dos cursos

Page 34: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

21

hídricos ocasionada por esgotos domésticos, sendo as variáveis empregadas no cálculo, em

sua maioria, indicadoras de contaminação causada pelo lançamento de esgotos domésticos,

desconsiderando outros tipos de contaminações (BRASIL, 2012).

Nesse mesmo argumento, Porto (1991), descreve que o IQA deixa de considerar

outras importantes variáveis ao abastecimento público, tais como: metais pesados, pesticidas,

compostos orgânicos, protozoários patogênicos e outras. Sendo ainda que, a utilização de

índices de qualidade da água pelo fato de englobar num só número valores de diversos

parâmetros de qualidade dificulta a identificação imediata de qual é o problema de qualidade

que um determinado corpo hídrico possui, ou a avaliação de tendências na melhoria ou não da

qualidade, principalmente quando alterações são significativas em apenas alguns parâmetros.

3.4.4. Índice de Estado Trófico - IET

O lançamento de grandes quantidades de nutrientes, em especial nitrogênio e o

fósforo, associados às boas condições de luminosidades favorecem a eutrofização do corpo

hídrico em decorrência do crescimento excessivo de algas e macrófitas aquáticas, levando a

redução da qualidade da água com redução de oxigênio dissolvido, provocando a mortalidade

de peixes e outras espécies aquáticas, além de alterar o sabor, o odor, a turbidez, e outros

parâmetros de qualidade da água (MOTTA, 2006).

Frente a essas características, o Índice de Estado Trófico - IET tem por finalidade

avaliar a qualidade da água em relação ao seu enriquecimento por nutrientes, classificando-as

em diferentes níveis de estado trófico (CETESB, 2004).

Dessa forma, para a classificação de um corpo hídrico mediante ao seu grau de

eutrofização, diferentes índices têm sido adotados, sendo os mais utilizados o de Carlson

(1977), modificado por Toledo Jr. et al (1983) e o de Lamparelli (2004).

Desenvolvidas para regiões temperadas, o método de Carlson (1977) obtém o IET

usando uma transformação linear da transparência pelo disco de Secci, avaliando a

concentração de biomassa alga, podendo ainda ser expresso em função das concentrações de

fósforo e clorofila-a medidas em amostras coletada próximo a superfície da água. Toledo Jr.

et al (1983) realizaram algumas modificações do índice de Carlson afim de adaptar as

condições de regiões tropicais, comprovando através de testes em reservatórios de São Paulo

que esta nova versão é mais adequado para a determinação do estado trófico do que as formas

originais. Contudo, em virtude das diferenças entre os ambientes lênticos e lóticos, Lamparelli

Page 35: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

22

(2004) propôs novas modificações nos IET anteriormente adotados, com equações específicas

para cada ambiente, baseado em dados coletados em corpos hídricos do Estado de São Paulo.

Em síntese, três variáveis podem ser adotadas na análise do estado trófico através dos

procedimentos descritos, a transparência da água, a clorofila-a e a concentração de fósforo. Os

resultados correspondentes ao fósforo apresentam a medida do potencial de eutrofização de

um corpo hídrico, já que esse nutriente atua como um agente causado do processo, enquanto

os resultados correspondentes à clorofila e a transparência demostram uma medida de

resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando o nível de crescimento de algas e/ou

macrófitas nas águas (CETESB, 2004).

A importância da classificação do estado trófico de ambientes aquáticos fundamenta-

se no fato de que a implantação de parâmetros numéricos ou normativos auxilia no

estabelecimento de políticas de gestão dos corpos hídricos, e em virtude do arranjo abreviado

e simplificado, os Índices de Estado Trófico são usualmente preferidos em estratégias de

manejo, pois são usados para simplificar fenômenos complexos (LAMPARELLI, 2004).

3.4.5. Legislação

Até 1920 o Brasil não apresentou problemas ou insuficiências referentes à

disponibilidade hídrica, com exceções para as regiões mais secas do Nordeste, onde mesmo

em períodos anteriores já apresentavam problemas de carência de água em períodos de secas

(CAMPOS et al., 2001). Porém, ao longo da década de 70 e mais acentuadamente na de 80 a

instabilidade dos recursos hídricos despertou a sociedade para as ameaças que estaria sujeita

frente ao comportamento quanto ao método de uso praticado. Nessa mesma década várias

comissões interministeriais foram instituídas para encontrar soluções, criar e aprimorar os

mecanismos de uso e otimização dos recursos hídricos, bem como minimizar os riscos de

comprometimento da qualidade e disponibilidade, principalmente no que concerne às futuras

gerações (BARTH, 1997).

Decorrente ao início do processo de desenvolvimento industrial e sua consequente

urbanização em andamento no país, o consumo de águas e energia aumentou

consideradamente, surgindo, portanto, um diversificado número de decretos, legislações e

conselhos reguladores, como o Código das Águas (apresentada ao Governo Federal em 1907

e aprovada em 1934) e posteriormente o Conselho Nacional das Águas (pelo Decreto-Lei nº

1.285, de 18 de março de 1939), o Ministério das Minas e Energia (Lei nº 3.782, de 22 de

Page 36: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

23

julho de 1960), Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SNGRH (pela Lei

nº 9.433 de 8 de Janeiro de 1997) e vários outros.

O Estado de São Paulo foi pioneiro no Brasil sob o aspecto do controle da poluição

das águas e também dos demais compartimentos como o ar e o solo. A partir do Decreto

8.468/1976 (que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do Meio Ambiente e de

das suas alterações) obtendo-se importantes avanços em termos de qualidade ambiental, pois,

além de definir e proibir o lançamento de poluentes no ar, nas águas ou no solo, classificou as

águas, estabeleceu padrões de qualidade e fixou padrões de emissão de efluentes líquidos

gerados por qualquer fonte poluidora.

Nesse contexto, o decreto nº 10.755/1977 (que dispõe sobre o enquadramento dos

corpos de água receptores na classificação prevista no Decreto n.º 8.468/1976) estabeleceu a

classe a todos os corpos hídricos do Estado de São Paulo, atribuindo classe III ao Rio

Baquirivu-Guaçu em Guarulhos - SP e todos os seus efluentes (foz do corpo hídrico objeto de

estudos dessa pesquisa).

Em esfera Federal, o órgão responsável pela classificação e legalização ambiental

para os corpos d’água é o Conselho Nacional do Meio Ambiente - (CONAMA), a qual

apresenta a classificações e diretrizes ambientais para enquadrar os corpos de águas

superficiais, estabelecendo condições e padrões de lançamento de efluentes através da

Resolução CONAMA nº 357 de 17 de Março de 2005.

A RESOLUÇÂO CONAMA 357/2005 além de classificar as águas no Brasil em

doce (teor de sal ≤ 0,5%), salobras (teor de sal de 0,5% - 30%) e salinas (teor de sal > 30%),

bem como as suas classes (5 classes para água doce e 4 para as demais), apresenta também,

em seu Artigo 4º (BRASIL, 2005) os tipos de uso destinados classe a cada classe, sendo:

I - classe especial: águas destinadas: ao abastecimento para consumo

humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das

comunidades aquáticas; e à preservação dos ambientes aquáticos em

unidades de conservação de proteção integral;

II - classe 1: águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para

consumo humano, após tratamento simplificado; à proteção das

comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como natação,

esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de

2000; à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se

desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de

película; e à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas;

Page 37: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

24

III - classe 2: águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para

consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das

comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como natação,

esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de

2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins,

campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato

direto; e à aquicultura e à atividade de pesca.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para

consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; à irrigação de

culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora; à recreação de

contato secundário; e à dessedentação de animais;

V - classe 4: águas que podem ser destinadas: à navegação; e à harmonia

paisagística.

Em destaque nessa pesquisa a classe 3 por ser a classificação estabelecida pelo

Decreto 10.755/1997 ao Rio Baquirivu-Guaçu e a todos os seus efluentes, na qual, o corpo

hídrico objeto de estudo dessa pesquisa.

Com a seleção de vários parâmetros, a Resolução CONAMA 357 apresenta em seu

Artigo 16º, inciso I os limites de concentrações para cada classe de água. No quadro 1, a

seguir, são apresentados os limites máximos ou mínimo (OD) de concentração para corpos

hídricos de água doce para a classe 3, demostrando apenas os parâmetros utilizados nessa

pesquisa.

Quadro 1 - Limite dos parâmetros analisados para a classe 03 do CONAMA 357.

Parâmetro Limite CONAMA

OD ≥ 4 mg/L

DBO5,20 ≤ 10 mgO2/L

PT ≤ 0,05 mg/L

pH De 6,0 a 9,0

ST ≤ 500 mg/L

TU ≤ 100 UNT

Coliformes termotolerantes ≤ 4000 UFC /100mililitros

Fonte: CONAMA 357/2005

Page 38: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

25

Salienta ainda no Artigo 16º, inciso I da Resolução CONAMA 357 (BRASIL, 2005), que a

condição da qualidade da água doce classe 3, além de estão dentro dos padrões supracitados

(quadro 1), deverão ainda ser observados as seguintes condições:

“materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais - virtualmente

ausentes; óleos e graxas - virtualmente ausentes; substâncias que

comuniquem gosto ou odor - virtualmente ausentes; não será permitida a

presença de corantes provenientes de fontes antrópicas que não sejam

removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração

convencionais.”

4. ÁREA DE ESTUDO

Visando uma melhor descrição das características da área de estudo, as mesmas serão

descritas em tópicos pertinentes aos temas como: geologia, geomorfologia, pedologia e

hidrografia, bem como a peculiaridade referente ao uso e cobertura da terra, com ênfase a

BHCI, área de estudo dessa pesquisa.

4.1. Localização

A Bacia Hidrográfica Cachoeirinha Invernada (BHCI) insere-se no Município de

Guarulhos (Figura 1), localizado na porção norte da RMSP, sendo considerada de acordo com

o IBGE (2011) a segunda maior cidade do estado, com uma população de aproximadamente

1,3 milhões de habitantes distribuídos em uma área de 320 km².

4.2. Geologia de Guarulhos - SP

Segundo Graça (2007), a paisagem Guarulhense depara-se com duas regiões bastante

distintas, divididas em macro compartimentos Norte e Sul, tendo como balizador a Falha do

Rio Jaguari (Figura 2), sendo que, a BHCI objeto de estudo dessa pesquisa, está inserida em

maior parte na região norte.

Na região Norte predomina predominam substrato rochoso constituído por rochas

metamórficas e vulcânicas de idade pré-cambriana, relacionadas aos Domínios São Roque e

Embu. Já na região Sul predominam os terrenos sedimentares Terciários e Quaternários,

associados à Bacia Sedimentar de São Paulo (SAAD, 2013).

Page 39: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

26

Figura 1- Localização da bacia hidrográfica de Cachoeirinha Invernada. Fonte: Autor.

Figura 2 - Falha do Rio Jaguari a qual divide Guarulhos-SP em macro compartimentos Norte

e Sul. Fonte: Graça (2007).

Page 40: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

27

Os terrenos sedimentares Terciários, relacionados à Bacia Sedimentar de São Paulo,

presentes principalmente na região sul é composta, predominantemente por: sedimentos

clásticos grossos, como conglomerados, arenitos conglomeráticos e grossos; e finos, como

siltitos e argilitos (BEDANI 2008). Já os terrenos Quaternários, segundo Mesquita (2011),

correspondem às aluviões encontradas nos fundos dos vales do rio Tietê, Cabuçu de Cima e

Baquirivu-Guaçu, que ocorrem de forma expressiva e estão em formação até os dias de hoje.

A litologia do Município de Guarulhos esta apresentada na figura 3.

Figura 3 - Mapa Litológico de Guarulhos. Fonte: Oliveira et al. (2009).

4.3. Geomorfologia

Da mesma forma que as litologias, a falha do Jaguari divide o Município de

Guarulhos em formas de relevo distintas: ao norte predominam as unidades de maiores

Page 41: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

28

amplitudes e declivosas; enquanto que ao sul ocorrem as formas mais suaves com declividade

menores.

Na porção sul predominam as formas de relevo classificadas em planícies restritas,

planícies amplas, colinas pequenas e colinas grandes. Enquanto na região norte prepondera

classes de morros baixos, morrotes, morros médios e montanhas (ANDRADE et al., 2008). A

figura 4 a seguir apresenta as formas de relevo do Município de Guarulhos.

Figura 4 - Mapa do relevo de Guarulhos. Fonte: Oliveira et. al. (2009).

4.4. Pedologia

Segundo Andrade et al (2008) os solos predominantes no Município de Guarulhos

são os latossolos, variedade vermelho-amarelo, e secundariamente os argissolos, ambos em

geral muitos argilosos. Cambissolos e neossolos podem ser encontrados em relevos

acidentados e gleissolos orgânicos e argilosos encontrados em fundos de vale (Figura 5).

Page 42: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

29

Figura 5 - Mapa do pedológico de Guarulhos. Fonte: Oliveira et. al. (2009).

4.5. Hidrografia

Guarulhos encontra-se inserido em duas grandes bacias hidrográficas (BI), a do

Paraíba do Sul e a do Alto Tietê e estas, são divididas em várias outras sub-bacias

contribuintes, das quais, a sub-bacia Baquirivu-Guaçu (tributária da Bacia do Alto Tietê) e a

maior delas, ocupando 46,6 % do território municipal com uma área de 149 km² (Figura 6).

Por sua vez, é dividida ainda em outras sub-bacias, sendo que, na margem direita do Rio

Baquirivu-Guaçu são conhecidas 7 bacias contribuintes, sendo uma delas a BHCI (SAAD et

al., 2007; ANDRADE et al, 2008; e CAMPOS, 2011). As bacias localizadas a margem direita

do rio Baquirivu – Guaçu possuem cabeceiras originadas em áreas de relevo mais acidentado,

declivoso, com canais fluviais caracterizados por uma grande quantidade de afluentes e

subafluentes que, ao atingir a região de bacia sedimentar cenozoica sofre uma alteração nos

padrões de drenagem em função da topografia ser menos acidentada.

Page 43: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

30

Figura 6 - Mapa Hidrográfico de Guarulhos. Fonte: Oliveira et al. (2009).

4.6. Clima

O clima da região de Guarulhos pode ser classificado em dos tipos de climas, as

áreas menos elevada, que variam de 700 e 800 metros de altitude correspondentes ao Tropical

Úmido de Altitude do Planalto Atlântico e as áreas mais elevadas que variam entre 800 a

1.400 metros de altitude, correspondentes ao Clima Tropical Úmido Serrano da Cantareira

(EMBRAPA; MIRANDA et al, 2009; TARIFA, 2000). A temperatura média pode atingir 15

ºC no inverno com clima frio e seco, enquanto que, nos meses de verão a média pode variar

entre 23°C e 24°C. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a precipitação

anual e de aproximadamente 1450 mm ao ano. Durante o inverno, período mais seco, com

influência de frentes frias antárticas a umidade do ar pode atingir valores inferiores a 20%.

Nos períodos chuvosos (verão) e comuns a ocorrência de pancadas superiores a 50 mm

Page 44: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

31

acumulados em uma hora favorecendo a ocorrência de enchentes em algumas regiões

(ANDRADE et. al, 2008).

4.7. Uso da terra

Em relação ao uso e ocupação do solo, a maior porção urbana e mais homogênea

encontra-se nos bairros próximos ao centro de Guarulhos (porção sul), onde predominam os

usos habitacionais, comerciais e de serviços. Nos bairros que estão localizados a oeste do

aeroporto encontram-se as áreas industriais com presença de fábrica e galpões (MESQUITA,

2011).

No entanto, pode-se verificar um avanço de áreas urbanas para a região norte

representadas pelos bairros Cabuçu, Invernada, Fortaleza e Água Azul, para nordeste e leste

do aeroporto pelos bairros São João, Bonsucesso e Presidente Dutra, ao sul pelos bairros dos

Pimentas e Itaim junto aos bairros da zona leste do município de São Paulo (MESQUITA,

2011).

Salienta ainda o mesmo autor que, todos esses bairros possuem crescimento

desordenado, muitas vezes com predomínio de uma população de baixa renda e deficiência de

infraestrutura urbana, com ocupação de terrenos ilegais em locais frágeis, sendo em encostas,

várzeas, topos de morros, margem dos corpos hídricos e em terrenos próximos a focos de

poluição.

4.8. Síntese das características físicas e ocupação da BHCI

Localizada na região norte de Guarulhos-SP, a BHCI por sua vez, é dividida em duas

regiões pela Falha Geológica dos Veigas (Figura 7), sendo, porção norte e porção sul com

características ambientais distintas.

As características geofísicas da porção norte da BHCI apresentam-se com

predomínio das formas de relevo com classes de morros altos, morros baixos, morrotes e

planície fluviais restritas, com padrão de drenagem dendrítico a subparalelo. Ainda referente a

essa região, a litologia distribui-se em metapelitos, metabásicas e granitos, com distribuição

dos solos classificados como cambissolo háplicos, latossolos vermelho-amarelados e

gleissolos (OLIVEIRA et al., 2009).

Já a porção sul (Região menos elevada da BHCI), predominam colina e planície

fluviais amplas como forma de relevo, apresentando drenagem urbana (retificada). A litologia

destaca em sedimentos paleógenos e aluvionares, com classes de solo latossolos e gleissolos

Page 45: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

32

(OLIVEIRA et al., 2009). No quadro 2 estão apresentadas as características geofísicas

específicas para a BHCI.

Figura 7 - Divisão da área da BHCI em duas regiões pela Falha dos Veigas. Fonte:

Modificado de Oliveira et al. (2009).

Page 46: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

33

Quadro 2 - Características geofísicas da Bacia Hidrográfica Cachoeirinha Invernada.

Geofísicas Porção norte Porção sul

Litologias Metapelitos, metabásicas e granitos. Sedimentos paleógenos e

aluvionares.

Formas de

relevo

Morros altos, morros baixos, morrotes e

planícies fluviais restritas. Declividades

altas.

Colinas e planícies fluviais

amplas. Declividades

baixas.

Solos Cambissolos háplicos, latossolos

vermelho-amarelados e gleissolos. Latossolos e gleissolos.

Drenagens Padrão de drenagens dendrítico a

subparalelo.

Drenagem urbana

(retificada)

Uso da terra Classe rural e urbana. Predomínio de região urbana

Fonte: Modificado de Oliveira et al. (2009).

5. MATERIAIS E MÉTODOS

Com vista aos objetivos apresentados, o presente trabalho adotou-se a bacia

hidrográfica como unidade de estudo realizando uma abordagem sistemática composta por

cinco etapas principais. A primeira etapa consistiu em busca de informações em bibliografias

especializadas aos temas relacionados ao ambiente geoambiental urbano, seguida pela análise

da qualidade da água em segunda etapa. A terceira etapa foi composta pela elaboração do

mapa de uso da terra. A quarta referiu-se na realização da correlação do uso da terra com a

qualidade da água, seguida pela última etapa, que consistiu na discussão dos resultados, a qual

também foi apresentada na forma de artigo.

Todos os materiais utilizados na pesquisa foram disponibilizados pelos laboratórios

de sedimentologia, de geoprocessamento, de microbiologia e de analise de águas pertencentes

ao curso de Mestrado em Analise Geoambiental e pelo laboratório de Química pertencente ao

curso de graduação de Química da Universidade de Guarulhos (UnG).

5.1. Banco de dados e referenciais teóricos

Essa etapa consistiu na pesquisa de materiais bibliográficos como dissertações, teses,

livros, artigos científicos, relatórios técnicos e outras fontes de informações técnicas e

científicas que nortearam na elaboração da fundamentação teórica do trabalho. Sendo

realizada de forma contínua, não somente na parte inicial da pesquisa, mas, durante o decorrer

do trabalho, abordando questões geoambientais pertinentes ao tema da pesquisa que

auxiliaram no conhecimento necessário para a compreensão e desenvolvimento do trabalho.

Page 47: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

34

O banco de dados espaciais foi composto por: base cartográfica, fotos aéreas e um

plano de informações do mapeamento da RMSP produzido por Oliveira et al (2009), escala

1;10.000, em formato vetorial (shp) disponíveis no laboratório de geoprocessamento da UnG;

mapa geológico, pedológico, declividade e geomorfológico desenvolvido por Oliveira et al

(200) em escala 1:25.000; e imagens do satélite Landsat-8.

O desenvolvido dos formatos digitais foi realizado através de técnicas de

geoprocessamento que envolvem a integração e compatibilização de dados disponíveis de

diferentes naturezas, fontes, escalas, datas e formatos sintetizados nos ambientes de

informações geográficas Quantun Gis - versão 2.8.1 (SHERMAN et al., 2015) padrão de

licença livre, ArcGis (ESRI, 2011) e pelo ambiente disponível na web Google Earth.

5.2. Coleta e Análise da qualidade da água

Para realização das análises laboratoriais foram selecionados 6 pontos de

amostragem ao longo da BHCI. As coletas forma realizadas a cada dois meses por um período

de um ano, com início em Setembro de 2015 e término em Agosto de 2016 (Tabela 1).

Tabela 1 - Data da realização das coletas.

Coletas Data

1ª coleta 14/09/2015

2ª coleta 24/11/2015

3ª coleta 29/01/2016

4ª coleta 23/03/2016

5ª coleta 16/06/2016

6ª coleta 09/08/2016

Fonte: Autor.

A localização dos pontos de coleta foi dada após visualização da área por imagem de

satélite seguida de visita de reconhecimento. Estes foram selecionados de modo a contemplar

diferentes tipos de cobertura da terra e características geofísicas da região, a fim de obter

resultados que permita realizar uma correlação geoambiental entre a qualidade da água é o

uso e cobertura da terra.

O início dos pontos de coleta dá-se pela montante da bacia, região mais elevada e

preservada da bacia. A tabela 2 apresenta as coordenadas geográficas de cada ponto, bem

como a altitude. A figura 8 a presenta a localização de cada ponto na malha hídrica da bacia.

Page 48: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

35

Figura 8 - Malha hídrica da Bacia hidrográfica Cachoeirinha Invernada com os pontos de

amostragem. Fonte: Autor.

P1

P2

P3

P4

P5

P6

Page 49: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

36

Tabela 2 - Localização dos pontos de coleta.

Ponto Coordenadas

Altitude (m) Sul Oeste

P1 23º23’31,55’’ 46º29’48,22’’ 875

P2 23º23’56,94’’ 46º30’07,53’’ 780

P3 23º24’10,96’’ 46º30’31,27’’ 765

P4 23º24’29,48’’ 46º30’42,993’’ 765

P5 23º24’42,58’’ 46º30’09,87’’ 745

P6 23º25’32,23’’ 46º29’51,42’’ 740

Fonte: Autor.

5.2.1. Procedimento analítico

O tipo de coleta empregado neste estudo foi o da amostragem simples, com retirada

de amostra da água em cada ponto para as análises em campo (“in situ”) ou laboratoriais para

os parâmetros que demandam dessa ação. O procedimento de coleta, preservação das

amostras e tempo máximo entre a coleta e análise foram adotados de acordo com as

metodologias específicas do roteiro da APHA (1998), de maneira a assegurar o

acondicionamento e o armazenamento das amostras visando não comprometer a integridade

dos resultados.

As coletas das amostras foram feitas com o uso de um balde de aço inox (próprio

para essa finalidade) preso a uma corda, sendo em seguida, transferidas as amostras de água

para um frasco onde realizavam as leituras (“in situ”). Já para as análises que demandavam de

equipamentos laboratoriais, as amostras foram condicionadas adequadamente em frascos

esterilizados (através de autoclave) obedecendo ao roteiro APHA (1998) para posteriores

análises em laboratórios.

As análises realizadas em campo foram: condutividade elétrica (CE), temperatura

(T), Oxigênio Dissolvido (OD), Turbidez (TU) e potencial hidrogeniônico (pH) através de

equipamentos eletrônicos apropriados, apresentados no quadro 3. Para todos os parâmetros

foram adotados os resultados através da média aritmética simples de três (3) leituras em

espaços de tempo entre 5 minutos.

Page 50: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

37

Quadro 3 - Relação dos equipamentos utilizados nas análises de campo.

Parâmetro Equipamento utilizado

Condutividade elétrica - CE Condutivímetro Digimed DM 3

Temperatura - TE Termômetro integrado ao Condutivímetro

Digimed DM-3

Oxigênio dissolvido - OD Oxímetro Digimed DM 4

Turbidez - TU Turbidímetro Quimis Q279P

Potencial hidrogeniônico - pH pHmetro Digimed DM 2

Fonte: Autor

As análises laboratoriais: Fósforo Total (PT) Demanda Bioquímica de Oxigênio

(DBO) e Sólidos Totais (ST) se deram através da utilização de aparelhagem, vidrarias e

reagentes disponibilizados pelo Laboratório de Águas da UnG. Já a análise do parâmetro

microbiológico coliforme termotolerante (CT), adotado nessa pesquisa, a Escherichia coli (E.

coli) se deu através da utilização dos equipamentos e laboratório de microbiologia da UnG.

As metodologias usadas para cada uma das análises foram adotadas das

metodologias de Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20th Ed

APHA (1998), estando apresentadas no quadro 4.

Quadro 4 - Apresentação dos métodos adotados.

Parâmetro Método Aplicado

DBO Método 2540 - B, através de analisadores de DBO via método

manométrico (VELP, 2016)

Escherichia coli Método 9222, consistindo na contagem de colônias depois de 24

horas em meio de cultura a 37 ºC

Fósforos Totais Método 4500 - PE. Método de ácido ascórbico

Sólidos Totais Método 2540 - B. Método gravimétrico

Fonte: Autor.

5.2.2. Índice da qualidade da água modificado - IQAM

A metodologia utilizada para determinar o IQAM na presente pesquisa partiu-se do

indicador IQA CETESB, desenvolvido pela National Sanitation Foundation de 1970 e

adaptado pela CETESB em 1975. Porém, em virtude da não utilização de alguns parâmetros

utilizados na metodologia utilizada pela CETESB (sendo esses a temperatura, o nitrogênio e o

Page 51: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

38

coliforme fecais), fez-se necessário a realização de adaptações nos pesos de cada um dos 7

parâmetros utilizados em equiparação a não utilização dos parâmetros temperatura e

nitrogênio, bem como ainda a utilização da Escherichia coli na composição do parâmetro

coliformes fecais, como indicador microbiológico conforme previsto pela RESOLUÇÂO

CONAMA 357 (BRASIL, 2005).

O parâmetro temperatura não foi utilizado devido às características da área de estudo

não apresentar variações significantes, o que pode não intervir no resultado final da qualidade

da água, justificado ainda pelo modelo praticado pela CETESB, onde sempre é adotado zero

de variação entre os pontos de coleta, não tendo, portanto, ação no resultado final. Já o

parâmetro Nitrogênio não foi adotado em decorrência da ausência de equipamentos

necessários a realização de sua análise no laboratório utilizado, impossibilitando a sua adoção.

A confecção do parâmetro coliforme fecais foi obtida através da multiplicação da Escherichia

coli por 1,2 conforme metodologia proposto pela CETESB (2014) para a adoção deste como

indicador biológico da qualidade da água em substituição do indicador coliforme

termotolerantes.

A adoção dos pesos em todos os parâmetros foi realizada após estudos prévios

conduzidos na UnG, onde Ribeiro (2016) em estudos ambientais sobre a qualidade da água

em um corpo hídrico realizou a comparação entre os pesos atribuídos aos parâmetros na

metodologia original utilizada pela CETESB do (IQA) com os pesos da metodologia do IQAM

proposto, não evidenciado diferenças relevantes nos valores finais de classificação da

qualidade da água. Destacando, dessa forma, a confiabilidade do método e dos pesos

atribuídos a cada parâmetro nessa pesquisa. A tabela 3 apresenta os pesos atribuídos a cada

parâmetro analisado.

Tabela 3 - Pesos atribuídos aos parâmetros utilizados.

Parâmetros Pesos (wi)

Oxigênio dissolvido 0,20

Coliformes termotolerantes 0,17

DBO 0,15

Fósforo Total 0,15

pH 0,13

Turbidez 0,10

Sólidos totais 0,10

Fonte: Ribeiro (2016).

Page 52: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

39

O cálculo final foi dado através da fórmula original do IQA, obtido pelo produtório

ponderado das qualidades de água correspondentes às variáveis que integram o índice,

aplicando-se a seguinte fórmula apresentadas na equação 1 e equação 2.

Equação 1 - Fórmula do Índice de Qualidade das Águas Modificado - IQAM.

Sendo:

qi = quantidade de i-ésimo parâmetros, um número de 0 - 100, obtido da respectiva

curva de variação de qualidade em função da concentração ou medida;

wi = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em

função da sua importância para a conformação global de qualidade, representado na

equação 2 a seguir:

∑ 𝑤𝑖 = 1

𝑛

𝑖=1

Equação 2 - Equação somatória dos pesos atribuídos aos parâmetros.

Sendo:

n = número de variáveis que entram no cálculo do IQA.

A partir do cálculo final, foi atribuída a classificação da qualidade da água da bacia

estudada, fundamentada em categorias de qualidade que varia de péssima a ótima, onde

quanto maior for o valor obtido para IQA, melhor a qualidade da água analisada. Assim como

nas fórmulas de cálculo do IQA anteriores apresentadas, a categorização da qualidade é uma

metodologia original da CETESB (Quadro 5).

Quadro 5 - Categorias de Qualidade da água.

Categoria Ponderação

ÓTIMA 79 < IQA ≤ 100

BOA 51 < IQA ≤ 79

REGULAR 36 < IQA ≤ 51

RUIM 19 < IQA ≤ 36

PÉSSIMA IQA ≤ 19

Fonte: (CETESB, 2005).

Page 53: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

40

5.2.3. Índice de Estado Trófico - IET

Para determinar o IET foi adotado o índice de Lamparelli (2004), considerando a

concentração de fósforo total sob a forma proposta pela CETESB (2009), com a utilização da

equação desenvolvida para ambientes lóticos (equação 3). Os valores do IET forma

classificados segundo classes de estado trófico de acordo com o proposto pelo referido autor.

O quadro 6 apresenta as categorias do estrado trófico, a ponderação bem como os respectivos

significados ambientais para cada classe.

IET = 10 𝑥 [6 −0,42 − 0,36 𝑥 ln(𝑃)

𝑙𝑛2] − 20

Equação 3 - Fórmula para o cálculo do Índice do Estado Trófico - IET.

Onde:

P = concentração de fósforo em µg L-1.

Quadro 6 - Classe de estado trófico e suas características principais.

Categoria

(Estado Trófico) Ponderação Características

Ultraoligotrófico IET ≤ 47

Corpos d’água limpos, de produtividade muito baixa e

concentrações insignificantes de nutrientes que não

acarretam em prejuízos aos usos da água.

Oligotrófico 47 < IET ≤ 52

Corpos d’água limpos, de baixa produtividade, em que não

ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água,

decorrentes da presença de nutrientes.

Mesotrófico 52 < IET ≤ 59

Corpos d’água com produtividade intermediária, com

possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em

níveis aceitáveis, na maioria dos casos.

Eutrófico 59 < IET ≤ 63

Corpos d’água com alta produtividade em relação às

condições naturais, com redução da transparência, em geral

afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem

alterações indesejáveis na qualidade da água decorrentes do

aumento da concentração de nutrientes e interferências nos

seus múltiplos usos.

Supereutrófico 63 < IET ≤ 67

Corpos d’água com alta produtividade em relação às

condições naturais, de baixa transparência, em geral afetados

por atividades antrópicas, nos quais ocorrem com frequência

Page 54: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

41

Categoria

(Estado Trófico) Ponderação Características

alterações indesejáveis na qualidade da água, como a

ocorrência de episódios florações de algas, e interferências

nos seus múltiplos usos.

Hipereutrófico > 67

Corpos d’água afetados significativamente pelas elevadas

concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com

comprometimento acentuado nos seus usos, associado a

episódios florações de algas ou mortandades de peixes, com

consequências indesejáveis para seus múltiplos usos,

inclusive sobre as atividades pecuárias nas regiões

ribeirinhas.

Fonte: Modificado de CETESB (2004) e Lamparelli (2004).

5.3. Elaboração do mapa de uso e cobertura da terra

Consistiu em primeira etapa na elaboração de um banco de dados espaciais da bacia

objeto de estudo, composto por cartas topográficas e carta do uso da terra, obtidos através de

bases cartográficas digitais e imagens de satélites estruturados com ferramentas de

geoprocessamento do aplicativo ArcGIS na projeção UTM (Fuso 23 sul) sobre o Datum

SIRGAS 2000.

A delimitação da área da bacia foi feita através do método de demarcação das linhas

de cumieira, fundamentada na interpretação das curvas de nível da base cartográfica da

EMPLASA na escala de 1:10.000 e Oliveira et al (2009).

Na segunda etapa, já na composição do mapa de uso da terra, foi adotada técnica de

aspecto qualitativo fotointerpretação, considerando elementos como tonalidade, forma,

tamanho, padrão, textura, e outros que juntos assistem no processo de reconhecimento do tipo

de cobertura e uso da terra, seguida por visitas técnicas a área.

Após a identificação dos diferentes tipos de objetos, foram atribuídas classes de usos

da BHCI norteada no sistema básico de classificação da cobertura e do uso da terra do Manual

Técnico de Uso da Terra (IBGE, 2013), aderindo classificação hierárquica de segundo nível

(subclasse), exceto a atribuição solo exposto, que não é comtemplada na classificação dessa

ordem (Quadro 7).

Page 55: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

42

Quadro 7 - Sistema básico utilizado na classificação frente ao uso na bacia estudada.

Subclasses Cobertura e/ou uso

Área Florestal - área de

vegetação natural

Formações arbóreas com porte superior a 5 m, incluído as

fisionomias da floresta densa, aberta, estacional,

ombrófila mista e mangue. Abrange as áreas

remanescentes primárias e estágio evoluídos de

recomposição florestal.

Pastagem - áreas antrópicas

agrícolas

Área campestre - área de

vegetação natural

Área destinada ao pastoreio de gado, onde o solo e

coberto por gramíneas e/ou leguminosas, cuja altura pode

variar de alguns centímetros a alguns metros. Em áreas

campestres, caracteriza-se por um estrato

predominantemente arbustivo, esparsamente distribuído

sobre um tapete gramíneo lenhoso.

Silvicultura - áreas antrópicas

agrícolas

Área destinada ao plantio ou formação de maciços com

espécies florestais destinadas a indústria madeireira, de

celulose e outros usos, bem como destinadas a

recomposição de unidades de proteção do solo, da fauna,

da flora, etc.

Culturas temporárias - áreas

antrópicas agrícolas

Cultivo de plantas de curta ou média duração que após a

produção deixa o terreno disponível para novo plantio.

Áreas urbanizadas - área

antrópica não agrícola

Estão incluídas as metrópoles, cidades, vilas, terrenos,

infraestrutura de transporte, de energia, comunicação, e

saneamento básicos, bem como as áreas ocupadas por

indústrias, comércio e outros.

Solo exposto

Essa classificação não é diretamente englobada no

sistema de classificação do IBGE, mas sim como área

descoberta em primeiro nível, área descoberta em

segundo nível, que por sua vez divide-se em outros usos

já em terceiro nível. No entanto, é aqui adotada por ser

adotada nessa pesquisa como uma característica distinta

das demais, e além do mais, considerada um importante

desencadeador dos processos degenerativos, não

podendo, portando, ser ignorado na elaboração do mapa

de uso e cobertura da terra.

Corpo d’água continental -

Águas

Corpos d’água naturais e artificiais que não são de origem

marinha, tais como rios, canais, lagos e lagoas de água

doce, represa, açudes, etc.

Fonte: Adaptado de IBGE (2013).

Page 56: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

43

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Cobertura e uso da terra na BHCI

Através da elaboração do mapa de uso da terra estabelecendo divisões de subclasses

propostas no manual IBGE (2013) foi possível obteve-se 7 classificações. Sendo ainda que, a

área da BHCI foi dividida em duas regiões (região norte e região sul), tendo como balizador

Falha Geológica dos Veigas. Na região sul tem-se um predomínio de uso urbano consolidado

com poucos fragmentos de vegetação. Na região norte encontra-se a maior parte de vegetação

da BHCI, portanto, evidencia ainda nessa última região a presença também de usos antrópicos

residenciais já consolidados e ainda locais onde ocorre intenso processo de alteração do meio

natural com remoção da vegetação.

Dentre os diferentes tipos de uso e ocupação na região norte da BHCI pode destacar

a predominância de áreas de:

Vegetações naturais e/ou antrópicas, como matas densas com presença de vegetação

de grande porte principalmente nos pontos mais elevados e de difícil acesso da bacia,

áreas de campos e pastagem, de reflorestamento com o uso de eucaliptos e outras

coberturas de vegetação (figura 9);

Figura 9 - Diversidade de vegetação na BHCI. Data da imagem: 15/03/2017. Fonte: Autor.

Áreas com ocupações residenciais já consolidadas, com serviços de infraestrutura

urbana como rede elétrica, ruas pavimentadas e outros serviços característicos de

áreas urbanizadas (figura 10);

Page 57: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

44

Figura 10 - Áreas com urbanização já consolidada ao longo da Bacia. Data da imagem:

15/03/2017. Fonte: Autor.

Fragmentos ao longo da bacia de processo inicial de ocupação residencial com

remoção da vegetação natural (figura 11), sendo esses locais, em sua maioria, topos

de morros e margem do corpo hídrico, com adoção das práticas de autoconstrução;

Figura 11 - Áreas em processo inicial de urbanização. Data da imagem: 15/03/2017. Fonte:

Autor.

Áreas com intenso processo de alteração decorrente da instalação do trecho norte do

anel viário Mario Cova, resultando em modificação física com corte e aterro de

terrenos, canalização de corpos hídricos, bem como na remoção de vegetação e

canalização de corpos hídricos (figura 12).

Page 58: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

45

Figura 12 - Instalação do trecho norte do Anel Viário Mário Covas. Data da foto:

15/03/2017. Fonte: Autor.

Já a porção sul da BHCI, em sua maior totalidade apresenta uso urbano residencial

com desenvolvimento já consolidado, porém, possuem também alguns fragmentos de

vegetação, onde em sua maioria, situam-se as margens do corpo hídrico e em fragmentos de

áreas com características rurais onde evidencia a presença de sítios e chácara com plantações

de hortaliças (figura 13).

Figura 13 - Presença de áreas de chácaras na bacia. Data da imagem: 15/03/2017. Fonte:

Autor.

A Bacia Hidrográfica do Córrego Cachoeirinha Invernada possui uma área de 7,6 km2 e

contempla áreas naturais e antrópicas. As áreas antrópicas apresentam tanto características

rurais quanto urbanas, conforme pode-se observar no mapa de uso e ocupação da terra (Figura

14), onde apresentam as 7 subclasses de uso na BHCI.

Page 59: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

46

Figura 14 - Mapa de cobertura e uso da terra na BHCI. Fonte: Autor.

Page 60: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

47

A classe com maior representatividade foi às áreas cobertas por vegetação,

representando 54,12% da área total da BHCI. Desta classe de vegetação representam às

subclasses de: áreas florestais (31,25%), sendo essas áreas matas de vegetação natural

presente em maior proporção ao norte e noroeste da bacia; Silvicultura (12,9%) onde a maior

parte dá-se com o uso de eucaliptos para o reflorestamento, distribuindo principalmente a

oeste da bacia; Pastagem/área campestre (9,31% ) encontradas em fragmentos isolados por

toda área da bacia; e subclasse de culturas temporárias (0,66%), localizadas em zonas de

chácaras e/ou sítios. As áreas urbanizadas já consolidadas da bacia, ocupando quase que

totalidade da zona sul representam 40,69% da área total da BHCI, seguida pela subclasse

representativa dos solos expostos (5,19%), sendo que, este contempla as áreas utilizadas pelo

trecho norte do anel viário Mario Covas.

6.2. Características dos pontos de amostragem e interferências na qualidade da água

Localizado na região Norte da BHCI, o ponto P1 (Figura 14) destaca-se por ser o

local de coleta mais a montante no córrego Invernada, próximo ao limite da bacia na porção

nordeste e área de maior presença de vegetação (mata). Contém em suas proximidades uma

estrada de terra (figura 15) e apresenta sinais de ações antrópicas onde é notável a presença de

algumas formas de resíduos.

Situado em uma região de maior presença de vegetação natural, este foi o ponto que

apresentou os melhores valores para os parâmetros analisados (Tabela 4). Resultados

similares foram observados por diversos autores em que as áreas mais preservadas fornecem

uma água de boa qualidade (DE FREITAS PEREIRA et al., 2016; DE PAULA CARVALHO

et al., 2016; VARGAS et al., 2015).

Figura 15 - Ponto de coleta P1 junto a estrada de terra em meio a vegetação. Data da imagem:

14/09/2015. Fonte: Autor.

Page 61: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

48

Tabela 4 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P1.

Parâmetro Média Desvio padrão Limite CONAMA

Temperatura (ºC) 16,8 4,2 -

Potencial Hidrogeniônico (UpH) 7,0 0,6 6,0 - 9,0

Condutividade (µS/cm) 54 7 -

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 10,1 3,0 ≥ 4,0

Turbidez (UNT) 20 46 ≤ 100

Escherichia coli 1,0E+04 1,2E+04 -

DBO (mgO2/L) 4 3 ≤ 10

Fósforo Totais (mg/L) 0,02 0,04 ≤ 0,05

Sólidos Totais 100 105 ≤ 500

Fonte: Autor

O resultado de boa qualidade da água no ponto P1 corroborando com o mapeamento

de uso da terra, que caracteriza a porção da bacia onde a cobertura arbórea representa a maior

proporção. No entanto, apesar de mesmo esta área ser mais preservada, a análise de qualidade

da água nesse ponto registrou grandes concentrações de Escherichia coli, favorecendo que o

parâmetro coliformes termotolerantes excedesse o valor máximo permitido no CONAMA

357/05 para a classe 3 (Tabela 4). Essa elevação pode ser explicada pela circulação de

animais de sangue quente atraídos para a região pela presença de resíduos lançados no local e

por essa região ser um local de fácil acesso à população.

O segundo ponto de amostragem, o ponto de coleta P2 (Figura 14) também se

localiza na região norte da BHCI no córrego Invernada (tributário do Córrego Cachoeirinha)

em um pequeno lago represado artificialmente e embora esteja em uma área com intensa

presença de vegetação, pode-se observar uma maior interferência antrópica comparado ao

local do ponto P1, pois ao longo de seu percurso o corpo hídrico passa por áreas com de sítios

e/ou chácaras. Em uma das margens de onde e coletada amostra de água para análise localiza-

se uma residência com características rurais, com presença de animais domésticos como

cachorros, cavalos, galinhas e outros. Na outra margem contempla parte das instalações do

trecho norte do anel viário Mário Covas com modificação física do terreno com remoção da

vegetação, cortes, aterros, canalização de tributário do Córrego Invernada e tráfegos de

veículos por rua não pavimentada, tanto dos moradores da região quanto veículos utilizados

na obra (Figura 16).

Page 62: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

49

Figura 16 - Largo artificial (a esquerda) próximo a trecho do Rodoanel (direita). Data da

imagem: 29/01/2016; Fonte: Autor.

Nota-se no P2 uma elevação na concentração Escherichia coli comparado ao ponto

anterior, evidenciando intensificação na contaminação fecal (VON SPERLING, 1996). Sendo

ainda que, além da concentração de Escherichia coli, o parâmetro DBO também excede o

limite máximo estabelecido pelo CONAMA 357/05 para a classe 3 (Tabela 5).

Tabela 5 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P2.

Parâmetro Média Desvio padrão Limite CONAMA

Temperatura (ºC) 18,2 4,6 -

Potencial Hidrogeniônico (UpH) 6,8 0,8 6,0 - 9,0

Condutividade (µS/cm) 117 13 -

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 9,7 3,6 ≥ 4,0

Turbidez (UNT) 56 91 ≤ 100

Escherichia coli 6,6E+05 1,6E+06 -

DBO (mgO2/L) 10 5 ≤ 10

Fósforo Totais (mg/L) 0,02 0,02 ≤ 0,05

Sólidos Totais 170 145 ≤ 500

Fonte: Autor.

O ponto P3 (Figura 14), também na região norte, destaca-se por ser o ponto de

amostragem a evidenciar interferências de uso antrópico em maior intensidade comparado aos

outros pontos dessa região. Este posiciona-se em um tributário do córrego Invernada próximo

a Rua Santana Montes no Bairro Novo Recreio, e apesar de situar-se em uma região com

presença de vegetação, sofre com intenso processo de transformação com remoção da

vegetação e movimentação do solo para propiciar o uso destinado a ocupação residencial sem

Page 63: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

50

infraestrutura urbana com lançamento de esgoto no corpo hídrico, ruas de solo exposto e

modificação das margens dos corpos hídricos (Figura 17).

Figura 17 - Corpo hídrico com intenso processo de ocupação residencial. Data da imagem:

15/03/2017. Fonte: Autor.

Estas características propiciaram significativas alterações nos parâmetros, tais como

redução no OD (mesmo estando dentro dos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA

357/05, nota-se uma drástica redução), elevação na concentração de Escherichia coli, PT,

DBO e Condutividade elétrica (Tabela 6), sendo este ponto entre os três primeiros (Córrego

Invernada) o que se apresenta como pior qualidade da água.

Tabela 6 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P3.

Parâmetro Média Desvio padrão Limite CONAMA

Temperatura (ºC) 19,5 3,2 -

Potencial Hidrogeniônico (UpH) 7,0 0,6 6,0 - 9,0

Condutividade (µS/cm) 476 35 -

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 5,5 2,4 ≥ 4,0

Turbidez (UNT) 71 51 ≤ 100

Escherichia coli 1,9E+06 1,3E+06 -

DBO (mgO2/L) 62 15 ≤ 10

Fósforo Totais (mg/L) 1,05 1,11 ≤ 0,05

Sólidos Totais 409 348 ≤ 500

Fonte: Autor.

O parâmetro Condutividade Elétrica não é utilizada pela Resolução CONAMA

357/05 como um indicador de qualidade da água, no entanto, esse parâmetro expressa a

Page 64: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

51

capacidade da água em conduzir corrente elétrica e essa capacidade somente ocorre em

virtude das concentrações de íons dissolvidos na massa líquida, podendo a sua elevada

concentração em rios urbanos estar vinculado ao lançamento de esgotos domésticos

(CAMPAGNA, 2005). Nessa temática, inúmeros trabalhos têm relatado o uso da

condutividade elétrica nos estudos de impacto de poluentes no ambiente aquático, tanto em

rios (THOMPSON et al., 2012; UWIDIA, UKULU, 2013; VARGAS et al., 2015) quanto em

lagos (DAS et al., 2006; COSTA, HENRY, 2010).

Ao observar os valores de condutividade elétrica ao longo da BHCI, percebe-se que

além de ser uma medida rápida e eficiente, ela fornece um indicativo de contaminação por

efluentes domésticos. Vargas et al. (2015) avaliaram a qualidade da água da bacia

hidrográfica do Córrego Taquara do Reino, uma sub-bacia da BHCI utilizando diversos

parâmetros físico-químicos e microbiológico. Os autores constataram que na nascente a

qualidade da água era de excelente qualidade, no entanto, ao longo de seu percurso, ao

receber esgoto in natura, as águas apresentaram uma grande queda na qualidade de suas

águas. Resultados similares foram obtidos para o ponto P3 da Figura 9, impactado pela ação

antrópica, que é o mesmo ponto do exutório da bacia hidrográfica do Córrego Taquara do

Reino, com elevados valores de DBO, diminuição de OD, elevados valores de PT e

Escherichia coli, parâmetros característicos de fonte de esgoto (SPERLING, 2005). Os

elevados valores de turbidez e sólidos totais neste ponto P3 apresentam duas razões, a

presença de esgoto devido à falta de saneamento básico na região, e por se tratar de uma

região com grandes declividades e com áreas de risco sujeitas a escorregamentos, onde os

processos erosivos e de degradação ambiental contribuem para o aporte de sólidos ao corpo

hídrico (MESQUITA, 2011; SATO et al., 2011).

O ponto P4 (Figura 14) localiza-se já em um tributário contribuinte do córrego

Cachoeirinha, a montante da junção com o córrego Invernada na Estrada Recreio São Jorge,

sendo, o último ponto de amostragem da região norte da BHCI. Ao contrário do ponto P3, o

ponto P4 se localiza em um sítio com menor interferência de ocupação residencial e maior

predominância de vegetação rasteira (Figura 18), comparado aos demais pontos, onde a

presença de vegetação e predominante o tipo arbustiva. Até esse ponto de amostragem (P4) o

córrego Cachoeirinha percorre por área com predominância de vegetação antrópica, seja

pastagem/campestre e/ou silvicultura e próximo ao trecho norte do anel viário (Figura 14).

Page 65: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

52

Figura 18 - Localização do P4 próximo a Estrada Recreio São Jorge. Data da imagem:

23/03/2016. Fonte: Autor.

As águas no ponto P4 também apresenta-se com valores elevados de Escherichia coli

e PT para a classe 3, no entanto, em intensidade inferior ao ponto P3 (Tabela 7). Sendo que,

estes são os únicos parâmetros a apresentarem concentrações superiores aos limites

estabelecidos na Resolução CONAMA 357/05, demostrando uma melhor qualidade em

relação ao ponto anterior, onde sofre interferência de uso antrópico residencial.

Tabela 7 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P4.

Parâmetro Média Desvio padrão Limite CONAMA

Temperatura (ºC) 18,4 4,1 -

Potencial Hidrogeniônico (UpH) 6,6 0,6 6,0 - 9,0

Condutividade (µS/cm) 241 34 -

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 7,2 2,6 ≥ 4,0

Turbidez (UNT) 35 28 ≤ 100

Escherichia coli 2,0E+05 2,1E+05 -

DBO (mgO2/L) 8 5 ≤ 10

Fósforo Totais (mg/L) 0,38 0,47 ≤ 0,05

Sólidos Totais 202 138 ≤ 500

Fonte: Autor.

Nesse ponto de amostragem os valores de oxigênio dissolvido e DBO apresentaram

valores dentro dos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05, assim como no

parâmetro condutividade elétrica, demostrando menor incidência de lançamento de esgoto

doméstico. Localizada em uma área com presença de mata e áreas de reflorestamento, sua

Page 66: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

53

drenagem sofre influência das obras do Rodoanel. No entanto, os valores de sólidos totais e

turbidez também estão dentro dos limites estabelecidos em legislação.

O ponto P5 (Figura 14) situa-se no córrego Cachoeirinha a jusante do encontro desse

com o córrego Invernada na Estrada Particular do Bairro Parque Mikail, sendo esse ponto de

amostragem o primeiro da região sul da BHCI. Nesse ponto, prevalece o uso residencial já

consolidado, porém, destaca-se por conter em uma de sua margem moradias de baixo padrão

com esgotos lançados diretamente no corpo hídrico, e rua de solo exposto na outra margem. A

figura 19 apresenta as características desse local.

Figura 19 - Córrego Cachoeirinha na Estrada Particular no bairro Mikail. Data da imagem:

29/01/2016. Fonte: Autor.

Os parâmetros relacionados à elevação da concentração e virtude do lançamento de

esgotos domésticos apresentam-se valores elevados, onde os coliformes termotolerantes, a

DBO e os fósforos totais apresentam concentrações superiores aos limites estabelecidos pela

Resolução CONAMA 357/05 para os corpos hídricos de classe 3. A vinculação a elevação das

concentrações decorrente ao lançamento de esgoto doméstico também é corroborada pela

comprovação do aumento da condutividade elétrica. Justifica-se ainda a redução da qualidade

da água a esse ponto as interferências antrópicas, pois a impermeabilização do solo, resultado

da urbanização, contribui em grande parcela para a degradação dos corpos hídricos através do

arraste de nutrientes e matéria orgânica, além de contaminantes de ordem difusa, através do

escoamento superficial (TUCCI, 2008; CAMPOS, 2011).

Os resultados das análises no ponto de amostragem P5 estão apresentados na tabela 8

a seguir.

Page 67: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

54

Tabela 8 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P5.

Parâmetro Média Desvio padrão Limite CONAMA

Temperatura (ºC) 18,7 3,8 -

Potencial Hidrogeniônico (UpH) 6,8 0,6 6,0 - 9,0

Condutividade (µS/cm) 310 26 -

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 6,2 1,8 ≥ 4,0

Turbidez (UNT) 55 55 ≤ 100

Escherichia coli 1,2E+06 8,6E+05 -

DBO (mgO2/L) 35 14 ≤ 10

Fósforo Totais (mg/L) 0,34 0,57 ≤ 0,05

Sólidos Totais 461 342 ≤ 500

Fonte: Autor.

O último ponto de amostragem da BHCI é o P6 (Figura 14), e este localiza-se na Rua

São Mateus do Sul no bairro Jardim Marilena, situado a aproximadamente 470 metros a

montante do Rio Baquirivu Guaçu. Nas proximidades desse ponto prepondera a forma de uso

residencial (Figura 20), sendo que, até o ponto P5, o corpo hídrico contempla ainda sítios de

diferentes usos, como o uso agrícola, solo expostos e vegetação arbustiva e rasteira (campo)

na outra margem.

Figura 20 - Localização do ponto de coleta P6, no Bairro Jardim Marilena. Data da imagem:

09/08/2016. Fonte: Autor.

Excetuando a temperatura, potencial hidrogeniônico e a turbidez, todos os outros

parâmetros analisados apresentam em concentrações elevadas, estando superior aos índices

Page 68: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

55

estabelecidos na Resolução CONAMA 357/05. Destaque ao OD e sólidos totais, sendo o

único ponto de amostragem a apresentar concentração inferior ao mínimo para a classe 3.

O ponto de amostragem P6 apresentou os maiores valores de condutividade elétrica,

cujas águas percorrem uma área urbanizada e também área de cultivo agrícola que contribui

para o aporte de espécies iônicas utilizadas nos fertilizantes. Moura et al. (2010), explica que

altas concentrações de íons encontradas são devido às características da bacia, e ao

carreamento de produtos utilizados como insumo por setores industriais, agrícolas e pelo

esgoto doméstico.

Tabela 9 - Resultado dos parâmetros analisados no ponto P6.

Parâmetro Média Desvio padrão Limite CONAMA

Temperatura (ºC) 20,9 4,1 -

Potencial Hidrogeniônico (UpH) 7,0 0,7 6,0 - 9,0

Condutividade (µS/cm) 532 46 -

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 3,0 1,9 ≥ 4,0

Turbidez (UNT) 88 54 ≤ 100

Escherichia coli 2,5E+07 3,0E+07 -

DBO (mgO2/L) 104 45 ≤ 10

Fósforo Totais (mg/L) 2,85 2,19 ≤ 0,05

Sólidos Totais 1.104 1.236 ≤ 500

Fonte: Autor.

Nos pontos de amostragem P5 e P6 as análises microbiológicas evidenciaram uma

alta concentração de Escherichia coli, sendo que na análise de pareto para o ponto P6, a

concentração desse parâmetro foi superior ao limite máximo da legislação em 1,21 x 106 %.

Assim como os resultados das análises microbiológicas, os outros parâmetros indicadores de

lançamento de esgoto doméstico registraram um aumento na concentração ao longo da BHCI

(montante para jusante), sendo que, o mesmo ocorreu também para as outras variáveis

analisadas que não estão diretamente relacionadas ao lançamento de esgotos domésticos, mas

de outras atividades antrópicas como remoção da vegetação.

O mapa de uso e cobertura da terra (Figura 14) corrobora para a análise das causas da

redução na qualidade da água ao longo da BHCI, pois nota-se que os indicadores da qualidade

da água utilizados são alterados adversamente à medida que o corpo hídrico adentra as zonas

mais urbanizadas (Figura 21).

Page 69: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

56

Figura 21 - Valores médios e desvio padrão dos parâmetros físico-químicos e microbiológico

das águas da Bacia Hidrográfica Cachoeirinha Invernada no período de Setembro de 2015 a

Agosto de 2016 e limites de padrão CONAMA 357/05 para classe 3 (quando aplicável).

Abreviações: pH = potencial Hidrogeniônico, CE= condutividade elétrica, OD= oxigênio

dissolvido TU= turbidez, E.c= Escherichia coli, DBO= demanda bioquímica de oxigênio,

PT= Fósforo Total, ST= Sólidos Totais; N.E.= Não Estabelecido. Fonte: Autor.

Page 70: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

57

6.3. Índice da Qualidade da Água (IQA) e Índice de Estado Trófico (IET)

Devido à falta de condições de saneamento básico nos bairros da região, o aporte de

poluentes é evidente ao se analisar a qualidade da água em termos do índice de qualidade de

água. O cálculo do Índice de Qualidade da Água modificado (IQAM) ao longo da bacia,

ilustrado na figura 22, demonstrou que para o período estudado, a qualidade média da água é

BOA somente no ponto P1. No ponto P2, ainda em uma região mais preservada, apresentou

uma classificação média Regular, sendo que o IQAM oscilou de BOA a RUIM, indicando o

início de uma degradação ambiental. A presença de uma mata no entorno do ponto P4, não

minimiza os impactos da ocupação antrópica na região, pois o IQAM apresentou classificação

média Ruim, variando de Regular a Ruim. Os pontos P3 e P5 apresentaram uma classificação

média Ruim, mas oscilaram de Ruim a Péssima. O ponto P6, no exutório da bacia contribui

com suas águas para o Rio Baquirivu-Guaçu com uma qualidade Péssima, indicando os

reflexos da ocupação urbana desordenada e a falta de saneamento básico na região.

Figura 22 - Variação do índice de Qualidade da Água ao longo da BHCI de setembro de 2015

a agosto de 2016. Fonte: Autor.

Pela a análise de pareto o coliforme termotolerante foi o parâmetro que mais

contribuiu para a redução do índice de qualidade da água na BHCI, sendo que, nos pontos P1,

P2 e P4 essa contribuição foi superior a 50%. Em seguida temos a DBO como o segundo

parâmetros que mais contribuiu na redução do IQA, excetuando apenas no ponto de análise

P4, onde o segundo maior contribuinte foi o fósforo, que apresenta nos pontos P3, P5 e P6 o

terceiro índice mais contribuinte. A turbidez, assim como o OD também apresenta resultados

significativos na redução na qualidade da água (Tabela 10).

58

47

19

34

23

13

0

10

20

30

40

50

60

70

80

P1 P2 P3 P4 P5 P6

IQA

M

Pontos de coleta

Mediana Média

Page 71: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

58

Tabela 10 - Contribuição de cada parâmetro na redução da qualidade da água.

Variável P1 P2 P3 P4 P5 P6

Oxigênio Dissolvido 3,4% 1,8% 5,1% 2,7% 3,6% 13,3%

Coliformes Termotolerantes 69,6% 60,5% 32,1% 53,1% 35,8% 26,3%

pH 0,1% 0,8% 0,1% 1,8% 0,4% 0,0%

DBO 15,3% 21,1% 31,8% 15,8% 35,4% 26,0%

Fósforo Total 1,5% 0,5% 17,6% 16,1% 10,3% 20,2%

Turbidez 10,2% 14,0% 9,0% 8,7% 8,2% 8,7%

Sólidos Totais 0,0% 1,2% 4,5% 1,8% 6,3% 5,5%

Fonte: Autor.

Os coliformes termotolerantes, a DBO e o fósforo total, parâmetros que se destacam

por elevação na concentração nas águas urbanas em virtude do lançamento de esgotos

domésticos são os parâmetros que mais contribuíram para a redução do IQA, demostrando

que o lançamento de esgoto nos corpos hídricos da BHCI e o principal causador da

degradação de suas águas.

O fósforo total, além de ter-se destacado como agente contribuinte para a redução

IQA também é um causador a eutrofização das águas da BHCI. Pois a presença do fósforo em

quantidades elevadas leva ao processo de eutrofização dos corpos hídricos (ESTEVES, 2011).

Suas principais fontes para o ambiente aquático são as rochas, esgotos domésticos e fontes

agrícolas de origens dispersas (POMPÊO; MOSCHINI-CARLOS, 2003). Para ambientes

lóticos são encontradas maiores concentrações de fósforo e pequenas concentrações de

clorofila a, ou até mesmo a não quantificação, devido à grande relação entre o volume de água

e a região das margens, bem como a grande velocidade de suas águas (FARAGE et al., 2010;

SAAD et al., 2013). Desta forma, o índice de estado trófico (IET) para as águas da BHCI,

devido às suas altas declividades dos terrenos e velocidades altas de suas águas, foi calculado

a partir da concentração de fósforo total.

As águas dos rios pertencentes à BHCI podem ser caracterizadas como oligotróficas

para os pontos P1 e P2 ao longo do período analisado, indicando condições ambientais mais

favoráveis, com corpos d’água limpos em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre

os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes. O ponto P3 apresentou um estado

supereutrófico, assim como obtido por Vargas et al. (2015) indicando a atividade antrópica

com alterações indesejáveis na qualidade de água. O ponto P4 indicou nível eutrófico, já

dando indícios de ações antrópicas no seu entorno, mas ainda em boas condições ambientais.

Page 72: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

59

O ponto P5 mostrou-se favorável quanto ao seu nível de trofia, pois apesar de localizar-se em

uma região mais urbanizada, apresentou nível mesotrófico. A presença de grande número de

nascentes em sua margem esquerda, fez com que a presença de nutrientes ficasse em níveis

aceitáveis, onde inclusive foram observados pequenos peixes em suas águas. No entanto, o

ponto P6 apresentou nível hipereutrófico, pois as águas da bacia hidrográfica percorreram

grandes extensões em área urbana consolidada, contribuindo com uma água afetada por

elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes para o rio Baquirivu-Guaçu.

7. CONCLUSÃO

Diante da crise hídrica que ocorreu na região Sudeste do Brasil entre 2014 e 2016, o

município de Guarulhos dispõe de uma significativa disponibilidade hídrica, a qual poderia

ser adicionada ao sistema de abastecimento e contribuir de maneira mais efetiva na produção

de uma água de qualidade para a Região Metropolitana de São Paulo. No entanto, o presente

estudo ao avaliar a qualidade da água da BHCI, observou uma diminuição de qualidade à

medida que o sistema hídrico natural sofre interferência antrópicas.

Neste trabalho ficou evidente através das altas concentrações de Escherichia coli,

DBO e PT que a ausência de coleta de esgoto e seu descarte no solo ou diretamente no corpo

hídrico é o fator predominante na perda de qualidade da água da BHCI. Sendo que, de acordo

com os limites estabelecidos pelo CONAMA 357/05 (BRASIL, 2005), mesmo para corpos

hídricos de classe 3, vários foram os parâmetros físico-químicos e microbiológico que ficaram

acima do limite estabelecido, com destaque negativo para o parâmetro microbiológico, sendo

ainda que, essa alteração adversa e intensificada a medida que o corpo entra em áreas

desprovida de vegetação.

Medidas preventivas, tais como proteção e recuperação das matas ripárias, a coleta e

tratamento do esgoto nas áreas urbanas ao longo da bacia através da implantação de uma

Estação de Tratamento de Esgoto e educação ambiental quanto ao descarte de material úrbico,

certamente auxiliarão em uma melhora significativa da qualidade ambiental da BHCI. Tendo

em vista que, os parâmetros que mais contribuíram para a redução na qualidade da água na

BHCI são os relacionados ao lançamento de esgoto doméstico. Corroborado ainda pelo mapa

de uso e cobertura da terra, onde na correlação deste com a qualidade da água ficou notório

que a perca de qualidade ocorre proporcionalmente a medida que a área vai ficando mais

urbanizada.

Page 73: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

60

8. ARTIGO: LAND USE AND ITS REFLECTIONS ON THE WATER QUALITY OF

THE CACHOEIRINHA INVERNADA WATERSHED, GUARULHOS (SP)

Abstract

The urbanization process through which large urban centers have been passing has

affected drastically the availability and especially the quality of water. The Cachoeirinha

Invernada Watershed (CIW), located in the municipality of Guarulhos (State of São Paulo,

Brazil), includes areas with different land use classes. This paper aims to correlate the spatial

and temporal effects of land use and land cover on the water quality of the Cachoeirinha

Invernada Watershed. In a period of 12 months and at six sampling points along the

watershed, the physicochemical parameters temperature (T), pH, turbidity (TU), total solids

(TS), electrical conductivity (EC), total phosphorus (TP), biochemical oxygen demand

(BOD), as well as microbiological analysis (E. coli), were measured. Water quality was

assessed using a modified version (WQIM) of the Water Quality Index (WQI) and the

Trophic State Index (TSI). The areas with urban occupation in their surroundings presented a

marked worsening in the water quality, being the downstream point the most impacted and

ranked as ‘POOR’. From the evaluated parameters, what contributed most to the water quality

degradation of the Cachoeirinha Invernada Watershed (CIW) was E. coli, followed by BOD,

and TP, all parameters related to the presence of sewage in the water. The need for the

construction of a sewerage and waste treatment, protection and recovery of riparian forests,

and environmental education regarding waste disposal are necessary measures for a

significant improvement of the environmental quality of the Cachoeirinha Invernada

Watershed.

Keywords: Environmental degradation, Eutrophication, Urban waters, Water pollution.

8.1. Introduction

The fast growing of urban centers in the last decades has promoted a disordered land

occupation and use, resulting in adverse environmental transformations, in particular in

Brazilian great cities (SANTOS, 2011). According to Ott (2004), this urbanization model,

characterized by bad public and private administrations, causes a variety of negative impacts

to the environment, among them the lack of sanitation and consequently pollution of water

bodies, which are impacts associated with urban environments. The search for a place to live,

Page 74: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

61

especially when it comes to the lower-income class, leads to the occupation of fragile areas

and consequently to a decrease in environmental quality (MUELLER, 2007). The significant

advances of the metropolis towards the natural environment have caused countless negative

impacts on the quality of the urban environment, highlighting the impacts concerning the use

of water resources (BRAGA; CARVALHO, 2003).

The hydrographic basins have been used as units of analysis in environmental studies,

because interactions between the characteristics of the physical and biotic systems in these

units and a variety of land use classes are observed, which reflect in the water body quality

(BOTELHO; SILVA, 2004). Therefore, the use of water as a geoindicator of the

environmental quality is possible for a hydrographic basin. The hydrographic basin is a

favorable ecosystem for practical management and by means of indicators obtained from its

water courses, the quantification and the estimate of how much human activity interferes in

natural systems is possible (GAMA, 2003).

Water quality plays a fundamental role in human life and in the ecosystem health. By

means of physico-chemical and microbiological parameters, it is possible to estimate the

environmental quality of a certain region, for instance, a hydrographic basin. To analyze

water quality several indicators are used, as the Water Quality Index (WQI) and the Trophic

State Index (TSI). WQI, one of the most used indices in Brazil to estimate the water quality of

a water body, was developed by the National Sanitation Foundation in 1970 in the USA, and

was later adapted by CETESB (Environmental Company of the State of São Paulo). It is an

index composed of nine parameters particularly sensitive to contamination by domestic

sewage, which explains its use, once sewage is the main source of contaminants in Brazil

(ANA, 2013). TSI classifies the water bodies with respect to the trophic grade, that is, the

nutrient availability in water (ESTEVES, 2011). The main nutrient that causes eutrophication

is phosphorus, which can be found in natural environments, in phosphate rocks, in the inflow

of untreated domestic sewage, and associated with the use of fertilizers in agriculture

(PANTANO et al., 2016). TSI classifies a water body in six trophic classes, according to the

total phosphorus concentrations in the water. The conditions favorable to eutrophication are

those of a lentic environment, characterized by the presence of nutrients, high temperatures,

high radiation levels, low turbidity and high residence time of water. Water bodies of lotic

environments classified as eutrophic, supereutrophic or hypereutrophic rarely show

eutrophication. However, it is by means of rivers and brooks that a great part of nutrients

reach lakes and reservoirs (ANA, 2013; VARGAS et al., 2015).

Page 75: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

62

The Municipality of Guarulhos is in full urban expansion and it is not an exception

when it comes to problems related to planning resulting in degradation of natural

environments, induced by industrial, road, airport, real estate development, services and

significant constructions, such as the installation of the northern segment of the Mário Covas

Ring Highway, now in conclusion (ANDRADE et al., 2008; MESQUITA, 2011; DERSA,

2016).

In face of this urban expansion scenario, the Cachoeirinha Invernada Watershed (CIW),

which is part of the Baquirivu Guaçu River Watershed (BGRW), was selected, aiming to

correlate the spatial-temporal effects of the land use and cover on water quality by means of

physico-chemical and microbiological parameters.

8.2. Materials and Methods

8.2.1. Location and characteristics of study area

The Municipality of Guarulhos is located in the northern portion of the São Paulo

Metropolitan Region (SPMR), being, according to the Brazilian Institute of Geography and

Statistics (IBGE, 2011), the second major city of the State of São Paulo, with a population of

approximately 1.3 million inhabitants distributed in an area of 320 km².

The study area is located in the northern portion of Guarulhos (GRAÇA, 2007; Figure

1). The relief in this region is very steep, with expressive elevations represented by the

Itaberaba and Bananal ridges. Metamorphic and igneous rocks predominate and the drainage

shows a dendritic pattern, constituting watershed zones. Regarding land occupation, there is a

predominance of rural classes, and intensive transformation resulting from the implantation of

the northern segment of the Mario Covas Ring Highway and of new neighborhoods (SAAD et

al., 2013), characterized by a low-income population and deficiency in urban infrastructure

(MESQUITA, 2011).

Page 76: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

63

Figure 1. Location of Cachoeirinha Invernada Watershed, Guarulhos (SP).

8.2.2. Preparation of the land use and occupation map

The land use and occupation map was prepared in two phases. In the first, remote

sensing techniques were applied, including photointerpretation and recognition of

homogeneous land cover. The second phase involved mapping by means of digitalization of

layers on the orbital image.

An image taken by Pleiades on August 3rd, 2014 was used for photointerpretation, with

a spatial resolution of 50 cm. The Object-Oriented Combination technique, which is an

important tool for the effective classification and mapping of land use classes, was adopted in

this study (DUVEILLER et al., 2008). This phase focused on the characterization of visual

aspects of the observed objects, which allows their recognition and identification. Therefore,

the following parameters of the objects present in the Pleiades scene were considered: color,

texture, geometry (shape), size, orientation and spatial distribution.

The objects were analyzed regarding the occupation pattern by means of parameters

related to occupation density (number of lots per area unit), ordering (street, block and lot

layouts), and stage of occupation (consolidation level), according to criteria established by

Tominaga et al. (2004).

Digitalization was performed after the vectorialization of the objects classified by the

Page 77: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

64

Object-Oriented Combination technique. Considering the scale of the project (1:10,000), the

minimum polygon size was defined adopting the IBGE (2013) criterion of 50 x 50 m2 (5 x 5

mm2). All the procedures were developed using ArcGIS, version 10 (ESRI, 2013).

8.2.3. Water sampling and analysis

For the analysis of the CIW water quality six points were selected for sampling (P1 to

P6), which took place bimonthly from September 2015 to August 2016 (12-month period),

resulting in six sample collecting campaigns. The selection of sampling points (Figure 2) was

based on the coverage (size of the drainage surface) and of regions distinguished by types of

land use. In the northern part, a more preserved and natural areas predominate, whereas in the

southern part, mostly urbanization predominates. Point P1 (23º23’31.55’’S and

46º29’48.22’’W), with an altitude of 935 m, is located upstream along the Invernada brook,

close to the basin limit in the northeastern portion, which is also a forested area. Point P2

(23º23’56.94’’S and 46º30’07.53’’W), with an altitude of 791 m, is located in the margin of a

small, artificial lake. Point P3 (23º24’10.96’’S and 46º30’31.27’’W), with an altitude of 782

m, is located in the Taquara do Reino brook (a tributary of the Invernada brook) and is

influenced by intensive residential occupation. Point P4 (23º24’29.48’’S and

46º30’42.93’’W), with an altitude of 778 m, is located in a tributary of the Cachoeirinha

brook, upstream from the intersection with the Invernada brook, on the Recreio São Jorge

road, in an area with more preserved vegetation. Point P5 (23º24’42.58’’S and

46º30’09.87’’W), with an altitude of 753 m, is located in the Cachoeirinha brook, downstream

from the intersection with the Invernada brook, with predominance of urban occupation and

exposed soil. Point P6 (23º25’32.23’’S and 46º29’51.42’’W), with altitude of 742 m, is

located in the urban area, close to the CIW outlet, approximately 470 m downstream the

Baquirivu Guaçu River.

The samples were collected following the instructions of the National Guide for

Collecting and Preservation of Samples (ANA, 2011) and analyzed in the field and in the

laboratory. Field determinations included: hydrogen potential (pH) (portable Digimed DM-2

pHmeter), dissolved oxygen (DO) (Digimed DM-4 oximeter), turbidity (TU) (Quimis Q 279P

turbidity meter), electrical conductivity (EC) and temperature (T) (Digimed DM-3

conductivity meter coupled to a digital thermometer). In the laboratory, total phosphorus (TP),

total solids (TS) and Escherichia coli (E. coli) were analyzed according to the Standard

Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). The biochemical

Page 78: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

65

oxygen demand (BOD) was determined using BOD electronic analyzers and the manometric

method (VELP, 2016). The results of the analyses made in the field and in the laboratory were

checked by comparing them with standards established by CONAMA Resolution 357/2005

(BRASIL, 2005) and with class 3 water bodies, according to the classification in State Decree

10755 (SÃO PAULO, 1977). The data were treated applying descriptive statistics (Box-plot,

mean and standard deviation, Pareto analysis and linear regression).

8.2.3.1. The Modified Water Quality Index - WQIM

Besides the water quality index WQI, a modified WQI (WQIM), as proposed by

RIBEIRO (2016), was obtained. No substantial differences were observed in water quality

classification by WQIM and WQI (CETESB, 2013). According to CETESB (2013), WQI is a

number that varies from 0 to 100, classifying water quality in the following categories:

EXCELLENT (79< IQA ≤100); GOOD (51< IQA ≤79); AVERAGE (36< IQA ≤51); BAD

(19< IQA ≤36) and POOR (IQA ≤19).

8.2.3.2. Trophic State Index - TSI

To calculate the Trophic State Index (TSI), a method adapted by Lamparelli (2004)

was used, in which only total phosphorus values are used for rivers. IET values are classified

according to trophic state classes established by Lamparelli (2004): Ultraoligotrophic (47);

Oligotrophic (47< IET = 52); Mesotrophic (52< IET = 59); Eutrophic (59< IET = 63);

Supereutrophic (63< IET = 67); and Hypereutrophic (>67).

8.3. Results and Discussion

The Cachoeirinha Invernada Watershed encompasses an area of 7.6 km2 and includes

zones with both rural and urban characteristics, as can be seen in the land use and occupation

map (Figure 2). The most representative class is the forested area, reaching 40.61% of the

total area. In decreasing order, the classification is as follows: residential urban use – 38.92%;

reforesting – 13.02%; exposed soil – 1.27%; sheds and yards (parking of equipment) – 0.88%;

grassland – 0.63%; small farms – 0.54%; and unconsolidated residential urban use – 0.88%.

Page 79: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

66

Figure 2. Map of land use and occupation classes in the Cachoeirinha Invernada Watershed,

together with the water sampling points.

Point P1 of Figure 2 is located further upstream along the Invernada brook, close to the

CIW limit in the northeastern most portion, which is mostly covered by forest. There is a dirty

road close to P1 and signs of anthropic influence are attested by the noticeable presence of

certain forms of residues. P1 yielded the best values for the parameters analyzed in this study,

and represents a region covered by natural vegetation. Similar results were obtained by

Page 80: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

67

several authors, who also attested that the most well preserved areas supply water of good

quality (DE FREITAS PEREIRA et al., 2016; DE PAULA CARVALHO et al., 2016;

VARGAS et al., 2015). These results indicate good water quality in P1, corroborating with

the land use map, which classified this portion of the basin as a forested area. Despite being in

a better preserved area, high E. coli concentrations were recorded in P1, which can be

explained by the circulation of warm-blooded animals and the easy access of people.

In point P2, which is also located in a vegetated area, the anthropic interference is more

intense when compared to point P1, due to the proximity to the Mário Covas Ring Highway

and to small agricultural farms. E. coli and DBO values were higher than those obtained for

point P1, indicating fecal contamination.

Point P3 characterized a sampling site affected by significant anthropic activity. It is

located in the Taquara do Reino brook (tributary of the Invernada brook) in the Novo Recreio

neighborhood, where residential occupation is intensive, with no proper urban infrastructure

and predominance of dirty roads (MESQUITA, 2011; SATO et al., 2011). These

characteristics led to significant variations in the parameters, such as decrease in DO and high

E. coli, TP and BOD concentrations. Out the first three points (Invernada brook), P3 is the

one that yielded the worst water quality.

Electrical conductivity expresses the capacity of water to conduct electrical current, and

is dependent on the concentrations of the ions present in it. Several authors have reported the

use of electrical conductivity in the assessment of the impact caused by pollutants in aquatic

environments, such as rivers (THOMPSON et al., 2012; UWIDIA, UKULU, 2013; VARGAS

et al., 2015) and lakes (DAS et al., 2006; COSTA, HENRY, 2010). When measuring the

electrical conductivity values along CIW, it is observed that, besides being a fast and efficient

method, it is an efficient indicator of contamination caused by domestic effluents (Figure 3).

Vargas et al. (2015) assessed the water quality of the Taquara do Reino hydrographic basin,

which is a CIW sub-basin, using various physico-chemical and microbiological parameters.

The authors found out that in the watershed the water quality was excellent, whereas along its

course the water quality worsened with the discharge of in natura sewage. Similar results

were obtained for point P3 (Figure 3), significantly affected by anthropic action. It coincides

with the outlet of the Taquara do Reino Watershed, yielding high BOD values, decrease in

DO, high TP and E. coli values, which are parameters characteristic of sewage contamination

(SPERLING, 2005). The high turbidity and total solids values obtained for point P3 are

explained by the discharge of untreated sewage and the fact that it is a steep region with

Page 81: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

68

landslide-prone areas, where erosion and environmental degradation contribute to the inflow

of solids to water bodies (MESQUITA, 2011; SATO et al., 2011).

Figure 3. Physical-chemical and microbiological parameters of the Cachoeirinha Invernada

Watershed waters from September 2015 to August 2016 and CONAMA 357/05 standard limits for

class 3. Legend: a. pH = Hydrogenionic potential, b. EC = electrical conductivity, c. DO = dissolved

oxygen, d. BOD = biochemical oxygen demand, e. log(E.coli) = log(Escherichia coli), f. TP = Total

Phosphorus, g. TS = Total Solids, h. TU = turbidity.

Page 82: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

69

Point P4 (Figure 3) is located in a tributary of the Cachoeirinha brook, upstream from

the intersection with the Invernada brook in the Recreio São Jorge road. Differently from

point P3, point P4 is located in a more preserved area, where vegetation (pasture/riparian

forest) and reforestation (silviculture) predominate, but it is under anthropic influence. It

yielded high E. coli and PT values for a class 3 water body, but they are lower than those

obtained for point P3. DO and BOD values are below the limits established by CONAMA

Resolution 357/05. Located in an area of both natural riparian forest and reforestation,

drainage is influenced by the ring highway works. However, total solids and turbidity values

are also below the limits established by the legislation in force. The Pareto analysis for point

P4 indicates that fecal contamination contributes with 53% and both TP and BOD with 16%

each to the deterioration of the water quality.

Points P5 and P6 (Figure 3), inserted in the most urbanized areas of CIW and

downstream from the intersection between the Invernada and Cachoeirinha brooks, are the

sites that underwent major transformations, in particular point P6. Soil imperviousness caused

by urbanization greatly contributes to the degradation of the water bodies by the discharge of

nutrient and organic matter, as well as diffuse contaminants contained in the surface runoff

(TUCCI, 2008; CAMPOS, 2011).

Point P6 is the only sampling point of the southern portion of CIW, where urbanization

and anthropic activities predominate. It is located close to the CIW outlet, approximately 470

m upstream from the Baquirivu Guaçu River. From points P5 to P6, the land use classes

change, prevailing the residential on one of the margins of the water body and other classes,

such as agriculture, exposed soil and vegetation (countryside) on the other margin. Point P6

yielded the highest electrical conductivity values, as water percolates both urbanized and

cultivation areas, the latter contributing to the inflow of ionic species via fertilizers. Moura et

al. (2010) explain that high concentrations of ion are related to the characteristics of the basin

and to the inflow of products used as inputs by industrial and agricultural sectors and

domestic sewage.

The microbiological analyses revealed high E. coli concentrations at points P5 and P6.

The Pareto analysis showed that at point P6 the E.coli concentrations exceeded the maximum

limit of 1.21 x 106 % established by the legislation in force. The results of the microbiological

analyses recorded an increase in the E. coli concentration along the basin, similarly to the

other parameters (Figure 3), confirming that the deterioration of the water quality is a function

of the different land use classes.

Page 83: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

70

Regarding the analysis of water quality in terms of the water quality index, it is evident

the inflow of pollutants due to the lack of basic sanitation. The modified water quality index

(WQIM) along the basin, calculated as shown in Figure 4, points out that the mean water

quality during the 12-month sampling period was GOOD only at point P1. At point P2, also

located in a well preserved region, the mean water quality was AVERAGE, and WQIM

oscillated from GOOD to BAD, indicating the beginning of the environmental degradation

process. The presence of a natural riparian forest close to point P4 does not lessen the impacts

caused by anthropic activity, as the mean water quality given by WQIM was BAD, varying

from AVERAGE to BAD. For points P3 and P5 the mean classification was BAD, oscillating

between BAD to POOR. Point P6, which is the CIW outlet to the Baquirivu-Guaçu River,

contributes with water classified as POOR, reflecting the disordered urban occupation and

lack of basic sanitation in CIW.

Figure 4. Variation of the WQI over the Cachoeirinha Invernada Watershed from September

2015 to August 2016.

The main sources of phosphorus to the aquatic environment are rocks, domestic sewage

and nonpoint agricultural sources (POMPÊO and MOSCHINI-CARLOS, 2003). The

presence of phosphorus in high quantities leads to the eutrophication of water bodies

(ESTEVES, 2011). In lotic environments high phosphorus and low chlorophyll concentrations

can be found, but chlorophyll may not even be detected, due to the great relation between the

water volume and the region of the margins, as well as the high water flow (FARAGE et al.,

2010; SAAD et al., 2013). Therefore, the Trophic State Index (TSI), because of the steep

Page 84: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

71

relief and high water flow in CIW, was calculated using the total phosphorus concentration

only.

The conditions of the CIW brooks can be characterized as oligotrophic at points P1 and

P2 during the 12-month sampling period, which correspond to the most favorable

environmental conditions in CIW, with clean water bodies and with no undesirable

interferences (presence of nutrients) when it comes to the use of the water. Point P3 is

characterized by a supereutrophic condition, as obtained by Vargas et al. (2015), indicating

anthropic activity with undesirable interferences in water quality. A eutrophic state class was

obtained for point P4, with traces of anthropic interferences in the vicinity, but still preserving

good environmental conditions. The trophic index at point P5 was favorable, because, even if

located in an urbanized region, a mesotrophic state class was indicated. The great number of

springs on the left margin helped maintain nutrient concentrations at acceptable levels,

enabling the development of small fish species. Point P6 was classified as hypereutrophic,

because the CIW waters cross large areas of the consolidated urban region, contributing with

water contaminated by high concentrations of organic matter and nutrients to the Baquirivu

Guaçu River.

8.4. Conclusion

In face of the water crisis that occurred in Southeastern Brazil from 2014 to 2016, the

Municipality of Guarulhos, because of its significant volumes of water for consumption,

could contribute in a more effective way to the production and supply of water of quality for

the São Paulo Metropolitan Region. However, when assessing the quality of the CIW waters,

the present study detected a considerable decrease, as the natural water system undergoes

anthropic interferences.

It became evident in this study that the high E. coli, BOD and TP concentrations,

resulting from the lack of sewerage and sewage disposal either on soil or directly in water

bodies, are predominant factors leading to the loss of water quality. Regarding the limits

established by CONAMA 357/05 (BRASIL, 2005), even for class 3 water bodies, several

physico-chemical and microbiological parameters exceeded such limits, in particular the

microbiological parameter.

Preventive measures, such as protection and recovery of natural riparian forests,

sewage collecting and treatment in the CIW urban areas by means of wastewater treatment

plants, and environmental education focusing on disposal of urban waste, will certainly

Page 85: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

72

contribute to a significant improvement of the CIW environmental quality.

8.5. Acknowledgments

To FAPESP (São Paulo Research Foundation) for the financial support to Project

2015/05069-4.

References

ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Guia nacional de coleta e preservação de

amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos / Companhia

Ambiental dos Estado de São Paulo; Organizadores: Carlos Jesus Brandão, et al. – São

Paulo: CETESB; Brasília: ANA, 2011;

_____ Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: 2013. Brasília: ANA, 2013;

ANDRADE, M. R. M; OLIVEIRA, A.M.S. Expansão Urbana e Problemas Geoambientais do

Uso do Solo em Guarulhos. ALEIXO, A. A.; PREZIA, A. B.; OLIVEIRA, A. M. S. O.;

HANSSEN, B. A.; JULIANE, C.; BARROS, E. J.; OLIVEIRA, E. S.; BAGATTINI, G.

G. C. G.; PINHEIROS, J. E. M.; ANDRADE, M. R. M.; FERNANDES, M. C. V.;

SATO, S. E.; MORAES, S. P.; PORTO, V. C.; QUEIROZ, W. Guarulhos tem História:

Questão sobre História Natural, Social e Cultural. 1ª Edição. Guarulhos – SP. Anada

Gráfica e Editora. V3. Capítulo 6. 47 – 55; 2008.

APHA, American Public Health Association. Standard methods for the examination of

water and wastewater. 21st Ed. Washington, DC, 2012.

BRAGA, R.; CARVALHO, P. F. C. Recursos Hídricos e Planejamento Urbano e

Regional. Rio Claro: Laboratório de Planejamento Municipal – IGCE-UNESP, p. 113-

127; 2003.

BRANCO JR, A. C.; ANDRADE, C.; IZEQUE, F. N.; LAUER, R.; MOREIRA, W. T..

Avaliação das Condições Sanitárias e ambientais da sub Bacia do Córrego Barbosa no

Município de Marília/ SP. Revista Instituto Adolfo Luiz, 67 (3), p. 183-189, 2008.

BRASIL, 2005. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente -

CONAMA. Resolução nº 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos

corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece

as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário

Oficial da União, Brasília, DF, 18 de março de 2005.

BOTELHO, R. G. M; SILVA, A. S. Bacia hidrográfica e qualidade ambiental. In: VITTE,

Page 86: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

73

A. C.; GUERRA, A. J. T. Reflexões sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, p. 153-192; 2004.

CAMPOS, D. C. Inundações: problemas ou fenômenos naturais? A ocupação das várzeas

dos principais rios no Alto Tietê e a reprodução deste modelo urbano na Bacia do

Rio BaquirivuGuacu. Dissertação (Mestrado em Análise Geoambiental) – Universidade

Guarulhos, Guarulhos - SP, 2011;

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Relatório de Qualidade das

Águas Superficiais do Estado de São Paulo – Apêndice C: Índice da Qualidade da

Água. Disponível

em:<http://aguasinteriores.cetesb.sp.gov.br/wpcontent/uploads/sites/32/2013/11/Ap%C3

%AAndice-C-%C3%8Dndices-de-Qualidade-das-%C3%81guas-.pdf>. Acesso:

25/02/2017;

COSTA, M.L.R. & HENRY, R. 2010. Phosphorus, nitrogen, and carbon contents of

macrophytes in lakes lateral to a tropical river (Paranapanema River, São Paulo, Brazil).

Acta Limnologica Brasiliensia, Rio Claro - SP, 22(2): 122-132;

DAS, R,; SAMAL, N.R., ROY, P.K.; MITRA, D. Role of Electrical Conductivity as an

Indicator of Pollution in Shallow Lakes. Asian Journal of Water, Environment and

Pollution, vol 3, no 1, p. 143-146, 2006;

DERSA, Desenvolvimento Rodoviário S/A. Disponível em:

<http://www.dersa.sp.gov.br/empreendimentos/GrupoEmpreendimento.aspx?idGrupo=2

>Acesso em 02 de julho de 2016;

DE FREITAS PEREIRA, B. W., MACIEL, M. D. N. M., DE ASSIS OLIVEIRA, F., DA

SILVA ALVES, M. A. M., RIBEIRO, A. M., FERREIRA, B. M., & RIBEIRO, E. G. P.

Uso da terra e degradação na qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Peixe-Boi,

PA, Brasil/Land use and water quality degradation in the Peixe-Boi River watershed.

Ambiente & Água, v. 11, n. 2, p. 472, 2016.

DE PAULA CARVALHO, A., BALDUINO, Â. R., MACIEL, G. F., & PICANÇO, A. P.

Avaliação da poluição em rios utilizando índices de qualidade da água: um estudo de

caso no Ribeirão São João em Porto Nacional–TO. Geociências, São Paulo, v. 35, n. 3,

p. 472-484, 2016;

DUVEILLER, G.; DEFOURNY, P.; DESCLÉE, B.; MAYAUX, P. Deforestation in Central

Africa: estimates at regional, national and landscape levels by advanced processing of

systematically distributed Landsat extracts. Remote Sensing of Environment, v112,

Page 87: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

74

p.1969-1981, 2008;

ESRI - ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCH INSTITUTE. ArcGIS Professional

GIS for the desktop, version 10.0. Redlands; Software, 2013;

DUVEILLER, G.; DEFOURNY, P.; DESCLÉE, B.; MAYAUX, P. Deforestation in Central

Africa: estimates at regional, national and landscape levels by advanced processing of

systematically distributed Landsat extracts. Remote Sensing of Environment, v112,

p.1969-1981, 2008;

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Pesquisa - Clima. Disponível em:

< http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/clima.htm>. Acesso: 20/01/2017;

ESTEVES, F. A et al: Fundamentos de Limnologia. 3. edição. Rio de Janeiro: Interciência,

2011;

FARAGE, J.A.P.; MATOS, A.T.; SILVA, D.D.; BORGES, A.C. Determinação do índice de

estado trófico para fósforo em pontos do rio Pomba. Revista Engenharia na

Agricultura, Viçosa - MG, v.18, no 4, p. 322-329, 2010.

GAMA, A. M. C. de F. Avaliação da Agenda 21 da Bacia Hidrográfica do Rio Pirapama.

172p. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais) –

Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

GRAÇA, B. A. Condicionantes geoambientais no processo histórico da ocupação

territorial do município de Guarulhos, Estado de São Paulo. 2007. 147f. Dissertação

(Mestrado em Análise Geoambiental) – Universidade Guarulhos, Guarulhos, 2007;

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual Técnico de uso da Terra. 3.

ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. 171 p. (Manuais técnicos em Geociências, n. 7);

LAMPARELLI , M. C. Grau de trofia em corpos d’água do estado de São Paulo:

avaliação dos métodos de monitoramento. 2004. 235 f. Tese (Doutorado em Ecologia)

- Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

MANAHAN, S. E. Química Ambiental. Porto Alegre: Bookman, 9.ed , 2013.

MESQUITA, M. V. Degradação do meio físico em loteamento nos bairros Invernada,

Fortaleza e Água Azul, como estudos de casos da expansão urbana do município de

Guarulhos (SP). Tese de Doutorado, Instituto de Geociências e Ciências Exatas (Rio

Claro), Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, UNESP, 2011;

MIRANDA, M. J.; PINTO, H. S.; JUNIOR, J. Z.; FAGUNDES, R. M.; FONSECHI, D. B.;

CALVE, L.; PELLEGRINO, G. Q. A classificação climática de Koeppen para o

estado de São Paulo. CEPAGRI - Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas

Page 88: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

75

Aplicadas à Agricultura. CPA - UNICAMP. Campinas - SP. 2009. Disponível em:

<http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima-dos-municipios-paulistas.html>.

Acesso: 20/01/2017.

MOURA, L. H. A.; BOAVENTURA, G. R.; PINELLI, M. P. A Qualidade da água como

indicador de uso e ocupação do solo: Bacia do Gama-distrito Federal. Química Nova,

33(1), p. 97-103, 2010.

MUELLER, C. H. Os economistas e as relações entre o sistema econômico e o meio

ambiente. Brasília: Ed. UnB, 2007;

OLIVEIRA, A. M. S. et al. Bases Geoambientais para um sistema de informações

Ambientais do Município de Guarulhos. Guarulhos: Laboratório de Geoprocessamento

da Universidade Guarulhos, 2009. 178 p. 4 v. Mapas (Relatório FAPESP – Processo

05/57965-1);

OTT, C. Gestão pública e políticas urbanas para cidades sustentáveis: a ética da

legislação no meio urbano aplicada às cidades com até 50.000 habitantes. Florianópolis,

2004. 198 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal

de Santa Catarina, Florianópolis, 2004;

PANTANO G.; GROSSELI, G.M.; MOZETO A.A.; FADINI P.S. Sustentabilidade no uso do

fósforo: uma questão de segurança hídrica e alimentar Química Nova 39 (6), p.732-740

2016;

POMPÊO, M. L. M.; MOSCHINI-CARLOS, V. Macrófitas aquáticos e perifíton, aspectos

ecológicos e metodológicos. São Carlos. Rima, 2003;

RIBEIRO, T. F. B. Reflexos do Uso da terra na Avaliação da Poluição Hídrica da Bacia

Hidrográfica do Ribeirão das Lavras, Guarulhos – SP. Dissertação (Mestrado em

Análise Geoambiental) - Universidade Guarulhos. 2016.

SAAD, A.R.; SEMENSATTO J., D.L.; AYRES, F.M.; OLIVEIRA, P.E. Índice de

Qualidade da Água – IQA do Reservatório do Tanque Grande, Município de

Guarulhos, Estado de São Paulo, Brasil: 1990 - 2006. Revista UnG – Geociências, v.6,

n.1, p.118-133, 2007;

SAAD, A.R.; VARGAS, R.R.; LOPES, J.C.; ARRUDA, R.de O.M.; De QUEIROZ, W.

Índice de estado trófico da bacia hidrográfica do ribeirão Tanque Grande, Guarulhos

(SP): análise comparativa entre as zonas rural e urbana. Geociências, São Paulo, v. 32, n.

4, p.611-624, 2013.

SANTOS, M. C. J. Os Impactos Socioambientais Gerados Na Ocupação Urbana do

Page 89: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

76

Bairro Jardins- Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-Sergipe, 2011.

SÃO PAULO. Decreto n° 10.755, de 22 de novembro de 1977. Dispõe sobre o

enquadramento dos corpos de água receptores na classificação prevista no Decreto n°

8.468, de 8 de setembro de 1976, e da providências correlatas. Diário Oficial do Estado

de São Paulo, 1977.

SATO, S. E., DOS SANTOS OLIVEIRA, A. M., SAYAWA, S. B., HERLING, T. B. R., DE

SOUSA MORETTI, R., DA COSTA, G. L., GOMES, C. Estudo de Urbanização em

Áreas de Risco a Escorregamentos nos Loteamentos do Recreio São Jorge e Novo

Recreio, Região do Cabuçu, Guarulhos (SP), Brasil. Paisagem e Ambiente, (29), 57-

82, 2011.

SPERLING, M. Von. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos:

princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Belo Horizonte: DESA/UFMG,

2005;

TARIFA, José Roberto. Unidades Climáticas Urbanas da Cidade de São Paulo. Atlas

Ambiental do Município de São Paulo. Secretaria do Verde e do Meio Ambiente –

SVMA/PMSP. Secretaria de Planejamento – SEMPLA/PMSP. São Paulo, 2000.

Disponível em:

<http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/As%20Unidades%20Clim%E1ticas%

20Urbanas.pdf>. Acesso: 20/01/2017;

THOMPSON, M.Y.; BRANDES, D.; KNEY, A.D. Using electronic conductivity and

hardness data for rapid assessment of stream water quality. Journal of Environmental

Management, 104, p. 152-157, 2012;

TOMINAGA, L. K., FERREIRA, C. J., VEDOVELLO, R., TAVARES, R., SANTORO, J.

e SOUZA, C. R. G. Cartas de perigo a escorregamentos e de risco a pessoas e bens do

litoral norte de São Paulo: Conceitos e técnicas In: Simpósio Brasileiro de Cartografia

Geotécnica e Geoambiental, 5, São Carlos, SP. Anais. São Carlos, SP: SUPREMA, 12p.

v. 1, 2004;

TUCCI, Carlos E. M. Águas urbanas. Estudos Avançados, São Paulo, v. 22, n. 63, p. 97-

112, jan. 2008. ISSN 1806-9592. Disponível em:

<http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10295>. Acesso em: 11 mar. 2017.

doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142008000200007;

UWIDIA, I. E; UKULU, H.S. Studies on electrical conductivity and total dissolved solids

concentration in raw domestic wastewater obtained from an estate in Warri, Nigeria.

Page 90: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

77

Greener Journal of Physical Sciences. vol. 3 (3), pp. 110-114, April 2013.

VAN DEN BRANDELER, F., HORDIJK, M., VON SCHÖNFELD, K., &

SYDENSTRICKER-NETO, J. Decentralization, participation and deliberation in water

governance: a case study of the implications for Guarulhos, Brazil. Environment and

Urbanization, 26(2): 489-504, 2014.

VARGAS R.R.; SAAD A.R.; DALMAS F.B.; ROSA A.; ARRUDA R.O.M.; MESQUITA

M.V.; ANDRADE M.R.M. Water Quality Assessment in the Córrego Taquara do Reino

Hydrographic Basin, Guarulhos Municipality (São Paulo State - Brazil): Effects of

Environmental Degradation. Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ, Vol. 38 (2):

137-144, 2015.

VARGAS R.R., GONÇALVES J.J.S., DALMASF.D., SAADA.R., ARRUDAR.O.M.,

FERREIRA A.T.S. The contribution of the Guarulhos Municipality (São Paulo State) to

the water quality of the Alto Tietê System. Pesquisas em Geociências 44 (1), p.109-121,

2017;

VELP CIENTIFICA. BOD Analysis. Disponível em:

<http://www.velp.com/en/products/lines/2/family/31/bod_analysis>. Acesso em:

14/04/2016;

Page 91: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

78

REFERÊNCIAS GERAIS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10664. Águas.

Determinação de resíduos (sólidos). Método gravimétrico. Rio de Janeiro, 1989;

ALVES S. T.; OLIVEIRA, P. T. S.; RODRIGUES, D. B. B.; AYRES, F. M. Delimitação

automática de bacias hidrográficas utilizando dados SRTM. Eng. Agríc., Jaboticabal,

30 (1): 46-57, 2010;

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil:

2013 Brasília: ANA, 2013;

ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Guia nacional de coleta e preservação de

amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos / Companhia

Ambiental dos Estado de São Paulo; Organizadores: Carlos Jesus Brandão, et al. – São

Paulo: CE-TESB; Brasília: ANA, 2012. Disponível em

<http://laboratorios.cetesb.sp.gov.br/wp-content/uploads/sites/47/2013/11/guia-nacional-

coleta-2012.pdf>. Acesso em 22 abril 2016;

ANDRADE, M. R. M; OLIVEIRA, A.M.S. Expansão Urbana e Problemas

Geoambientais do Uso do Solo em Guarulhos. ALEIXO, A. A.; PREZIA, A. B.;

OLIVEIRA, A. M. S. O.; HANSSEN, B. A.; JULIANE, C.; BARROS, E. J.; OLIVEIRA,

E. S.; BAGATTINI, G. G. C. G.; PINHEIROS, J. E. M.; ANDRADE, M. R. M.;

FERNANDES, M. C. V.; SATO, S. E.; MORAES, S. P.; PORTO, V. C.; QUEIROZ, W.

Guarulhos tem História: Questão sobre História Natural, Social e Cultural. 1ª Edição.

Guarulhos – SP. Anada Gráfica e Editora. 2008. V3. Capítulo 6. 47 – 55;

ANDRADE, M. R. M.; OLIVEIRA, A.M.S.; QUEIROZ, W.; SATO, S.E.; BARROS,

E.J.; BRAGATTINI, G.; ALEIXO, A.A. Aspectos Fisiográficos da Paisagem

Guarulhense. In: OMAR, E. E. H. (org.). Guarulhos tem História: questões sobre a

história natural, social e cultural. São Paulo: Ananda, 2008;

APHA, American Public Health Association. Standard methods for the examination of

water and wastewater. 21st Ed. Washington, DC, 2012;

APHA-AWWA-WPCF; Standard Methods for Examination of Water and

Wastewater, 20th ed.; Washington, 1998;

BARROS, Fernanda. G. Nunes. A Bacia Amazônica Brasileira no Contexto

Geopolítico da Escassez Mundial de Água. Artigo: Água: um bem econômico de valor

para o Brasil e o mundo. 2006. 108 folhas. Dissertação de Mestrado. Universidade da

Amazônia – UNAMA. Belém-PA. Defendia em abril de 2006;

Page 92: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

79

BARTH, F. T. Modelos para Gerenciamento de Recursos Hídricos. São Paulo: Nobel,

1997;

BEDANI, E. F. Paisagem Natural Paleógena da Bacia Sedimentar de São Paulo, no

Município de Guarulhos, Estado de São Paulo. 2008. 101f. Dissertação (Mestrado em

Análise Geoambiental) – Universidade Guarulhos, Guarulhos, 2008;

BOTELHO, R. G. M; SILVA, A. S. Bacia hidrográfica e qualidade ambiental. In:

VITTE, A. C.; GUERRA, A. J. T. Reflexões sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de

Janeiro: Bertrand Brasil,p. 153-192. 2004;

BRADY, J.E.; HUMISTON, G.E. Química Geral. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e

Científicos, 1985;

BRAGA, R.; CARVALHO, P. F. C. Recursos Hídricos e Planejamento Urbano e

Regional. Rio Claro: Laboratório de Planejamento Municipal – IGCE-UNESP, p. 113-

127; 2003;

BRANCO JR, A. C.; ANDRADE, C.; IZEQUE, F. N.; LAUER, R.; MOREIRA, W. T.

Avaliação das Condições Sanitárias e ambientais da sub Bacia do Córrego Barbosa

no Município de Marília/ SP. Revista Instituto Adolfo Luiz, 67 (3), p. 183-189, 2008;

BRANCO, S. M. Hidrologia aplicada à engenharia sanitária. 3ª ed. São Paulo.

CETESB/ACATESB. 1986. 640p.;

BRASIL. Decreto federal Nº 97.632 de 10 de Abril de 1989. Dispõe sobre a

regulamentação do Artigo 2°, inciso VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá

outras providências. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-

1989/D97632.htm>. Acesso: 15/11/2016;

_____ Lei Federal. 6938/81 31 de Agosto de 1981. Política Nacional de Meio Ambiente,

1981.

_____ Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Resolução nº. 001, de 23 de

Janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de

impacto ambiental;

_____ Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução

CONAMA n.357, de 17 de Março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos

d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as

condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências;

Page 93: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

80

_____ Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da

qualidade da água para consumo humano/ Ministério da Saúde, Secretaria de

Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, 2006.

_____ Agência Nacional de Águas - ANA. Atlas Brasil, volume 1. Abastecimento

Urbano de Água. Brasília, 2010;

_____ Agência Nacional de Águas - ANA Panorama da qualidade das águas

superficiais do Brasil: 2012. Brasília, 2012.

_____ Ministério da Saúde - MS. Manual de controle da qualidade da água para

técnicos que trabalham em ETAS. Fundação Nacional de Saúde – FUNASA. Brasília,

2014;

BRAZ, A. M.; ANDRADE A. T.; GARCIA, P. H. M. Análise de Índices de Vegetação

NDVI e SAVI e Índice de Área Folear (IAF) para a Comparação da Cobertura

Vegetal na Bacia Hidrográfica do Córrego Ribeirãozinho, Município de Selvíria–

MS. Revista Percurso, v. 7, n. 2, p. 5-22, 2015;

CAMPOS, José Nilson Beserra; STUDART, Ticiana Marinho de Carvalho. Secas no

Nordeste do Brasil: origens, causas e soluções. Universidade Federal do Ceará.

Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental. Fortaleza - CE 2001;

CAMPOS, D. C. Inundações: Problemas ou Fenômenos Naturais? A Ocupação das

Várzeas dos Principais Rios no Alto Tietê e a Reprodução deste Modelo Urbano na Bacia

do Rio Baquirivu Guaçu, Guarulhos - SP. 224 p. Dissertação (Mestrado em Análise

Geoambiental) Universidade Guarulhos, 2011;

CAMPOS, S.; FELIPE, A. C.; CAMPOS, M.; RECHE, A. M. Geoprocessamento

aplicado na caracterização morfométrica da microbacia do ribeirão descalvado–

Botucatu - SP. Irriga, Brazilian Journal of Irrigation and Drainage. v. 1, n. 1, p. 52.

Botucatu - SP, 2015. Disponível em:

<http://actaarborea.fca.unesp.br/index.php/irriga/article/view/930>. Acesso: 03/01/2017;

CAMPOS, S., CAMPOS, M., NARDINI, R. C., RODRIGUES, B. T., RODRIGUES, M.

T., TAGLIARINI, F. S. N., & TRAFICANTE, D. P. Geotecnologia Aplicada na

Obtenção das Subclasses de Capacidade de Uso das Terras de uma Microbacia,

Visando a Conservação dos Recursos Naturais. Revista Brasileira de Engenharia de

Biossistemas, 10(3), 339-348 Poço de Caldas - MG, 2016;

CARLSON, R. E. A trophic state index for lakes. Limnology and Oceanography, v. 22, n.

2, p. 261-269, 1977;

Page 94: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

81

CAMPAGNA, A. F. Toxicidade dos sedimentos da Bacia Hidrográfica do Rio

Monjolinho (São Carlos – SP): ênfase nas substâncias cobre, aldrin e heptacloro. Tese de

Doutorado. Universidade de São Paulo - USP. Pirassununga – SP, 2005;

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório de

Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo (Relatório). Secretaria do

Meio Ambiente, São Paulo - SP, 2005. Disponível em:

http://aguasinteriores.cetesb.sp.gov.br/publicacoes-e-relatorios/ Acesso: 5/07/2016;

_____ Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Relatório de Qualidade das

Águas Interiores do Estado de São Paulo. São Paulo: CETESB, 2009;

_____ Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Relatório de Qualidade das

Águas Superficiais do Estado de São Paulo – Apêndice C: Índice da Qualidade da

Água. Disponível em: <http://aguasinteriores.cetesb.sp.gov.br/wp-

content/uploads/sites/32/2013/11/Ap%C3%AAndice-C-%C3%8Dndices-de-Qualidade-

das-%C3%81guas-.pdf>. Acesso: 25/02/2017;

_____ Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Relatório de Qualidade das

Águas Superficiais do Estado de São Paulo – Apêndice D: Significado Ambiental e

Sanitário das Variáveis de Qualidade das Águas. São Paulo, 2015. Disponível em:

http://aguasinteriores.cetesb.sp.gov.br/publicacoes-e-relatorios/ Acesso: 31/08/2016;

COSTA, M.L.R. & HENRY, R. 2010. Phosphorus, nitrogen, and carbon contents of

macrophytes in lakes lateral to a tropical river (Paranapanema River, São Paulo,

Brazil). Acta Limnologica Brasiliensia, Rio Claro - SP, 22(2): 122-132;

CUNHA, S. B. da, GUERRA, A. J. T.. Degradação Ambiental. In: Guerra, Antônio T. &

Cunha, Sandra B.da (1996). Geomorfologia e Meio Ambiente. RJ, Bertrand Brasil, 2000;

CUNHA, E. R.; BACANI, V. M. Geoprocessamento e SIG aplicado na identificação

dos conflitos de uso da terra e legislação ambiental na bacia hidrográfica do córrego

Indaiá, Aquidauana-MS. Anais XVII Simpósio Brasileiro de Sensoreamento Remoto -

SBSR, João Pessoa - PB. INPE. Universidade Federal do Mato Grosso do SUL -

UFMS/CPTL. Três Lagoas - MS, 2015;

DANIELS, Raymond B.; HAMMER, Richard D. Soil geomorphology. John Wiley &

Sons, 1992;

DAS, R,; SAMAL, N.R., ROY, P.K.; MITRA, D. Role of Electrical Conductivity as an

Indicator of Pollution in Shallow Lakes. Asian Journal of Water, Environment and

Pollution, vol 3, no 1, p. 143-146, 2006;

Page 95: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

82

DERSA, Desenvolvimento Rodoviário S/A. Disponível em:

<http://www.dersa.sp.gov.br/empreendimentos/GrupoEmpreendimento.aspx?idGrupo=2>

Acesso em 02 de julho de 2016;

DE FREITAS PEREIRA, B. W., MACIEL, M. D. N. M., DE ASSIS OLIVEIRA, F., DA

SILVA ALVES, M. A. M., RIBEIRO, A. M., FERREIRA, B. M., & RIBEIRO, E. G. P.

Uso da terra e degradação na qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Peixe-

Boi, PA, Brasil/Land use and water quality degradation in the Peixe-Boi River watershed.

Revista Ambiente & Água, v. 11, n. 2, p. 472, 2016.

DE PAULA CARVALHO, A., BALDUINO, Â. R., MACIEL, G. F., & PICANÇO, A. P.

Avaliação da poluição em rios utilizando índices de qualidade da água: um estudo de

caso no Ribeirão São João em Porto Nacional–TO. Geociências (São Paulo), v. 35, n. 3, p.

472-484, 2016;

DI BERNARDO, L., DI BERNARDO, A., CENTURIONE F., P. L. Ensaios de

Tratabilidade de Água e dos Resíduos Gerados em Estações de Tratamento de Água.

Ed. RIMA, São Carlos. SP, 2002.

DUVEILLER, G.; DEFOURNY, P.; DESCLÉE, B.; MAYAUX, P. Deforestation in

Central Africa: estimates at regional, national and landscape levels by advanced

processing of systematically distributed Landsat extracts. Remote Sensing of

Environment, v112, p.1969-1981, 2008;

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Pesquisa- Clima. Disponível

em: < http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/clima.htm>. Acesso: 20/01/2017;

ESRI - ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCH INSTITUTE. ArcGIS

Professional GIS for the desktop, version 10.0. Redlands; Software, 2013;

ESTEVES, F. A et al: Fundamentos de Limnologia. 3. edição. Rio de Janeiro:

Interciência, 2011;

FARAGE, J.A.P.; MATOS, A.T.; SILVA, D.D.; BORGES, A.C. Determinação do índice

de estado trófico para fósforo em pontos do rio Pomba. Revista Engenharia na

Agricultura, Viçosa - MG, v.18, no 4, p. 322-329, 2010.

GAMA, A. M. C. de F. Avaliação da Agenda 21 da Bacia Hidrográfica do Rio

Pirapama. 172p. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais)

– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003;

GASPARINI, K. A. C.; LYRA, G. B.; FRANCELINO, M. R.; DELGADO, R. C.;

JUNIOR, J. F. O.; FACCO, A. G. Técnicas de geoprocessamento e sensoriamento

Page 96: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

83

remoto aplicadas na identificação de conflitos do uso da terra em Seropédica–RJ.

Floresta e Ambiente, v. 20, n. 3, p. 296-306, 2013;

GRAÇA, B. A. Condicionantes Geoambientais no Processo Histórico da Ocupação

Territorial do Município de Guarulhos, Estado de São Paulo. 147f. Dissertação

(Mestrado em Análise Geoambiental) – Universidade Guarulhos, Guarulhos, 2007;

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de 2010,

mostra as características territoriais dos aglomerados subnormais e suas diferenças das

demais áreas da cidade. Disponível em:

<http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8> . Acesso: 01/02/2016;

_____. Manual Técnico de uso da Terra. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. 171 p.

(Manuais técnicos em Geociências, n. 7);

Lamparelli, M. C. Grau de trofia em corpos d’ água do Estado de São Paulo: avaliação

dos métodos de monitoramento. São Paulo: Tese de Doutorado em Ecologia Aplicada.

Universidade de São Paulo, 2004;

Lebaron, P., HENRY, A., LEPEUPLE, A. S., PENA, G., SERVAIS, P. An operational

method for the real-time monitoring of E. coli numbers in bathing waters. Marine

Pollution Bulletin. v.50, p. 652-659, 2005;

LIMA, W. P. & ZAKIA M. J. Hidrologia de Matas ciliares, pp. 33-44. In Rodrigues R.

R. & H. de F.L. Filho (eds.). Matas ciliares: conservação e recuperação. EDUSP &

FAPESP. 2001;

MANAHAN, S. E. Química Ambiental. Porto Alegre: Bookman, 9.ed , 2013.

MASCARENHAS, A.; MARTINS, J.; NEVES, M. Avaliação de tratamento de águas

superficiais efetuado na ETA de Alcantarilha com base na análise de indicadores de

poluição fecal. Universidade do Algarve. Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente.

Faro - Portugal, 2002;

MARICATO, E. Metrópole na periferia do capitalismo. São Paulo, Hucitec, 1996;

MARTINE, G.; MCGRANAHAN, G. A transição urbana brasileira: trajetória,

dificuldades e lições aprendidas. População e Cidades: subsídios para o planejamento e

para as políticas sociais. Brasília: UNFPA, p. 11-24, 2010;

MENEGUZZO, Isonel Sandino. Análise da degradação ambiental na área urbana da

bacia do Aroio Gertrudes, Ponta Grossa, PR: uma contribuição ao planejamento

ambiental. 2006;

Page 97: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

84

MENEGUZZO, Isonel Sandino; CHAICOUSKI, Adeline. Reflexões acerca dos

conceitos de degradação ambiental, impacto ambiental e conservação da natureza.

GEOGRAFIA (Londrina), v. 19, n. 1, p. 181-185, 2010;

MESQUITA, M. V. Degradação do meio físico em loteamento dos bairros Invernada,

Fortaleza e Água Azul, como estudo de caso da expansão urbana do Município de

Guarulhos - SP. Tese (Doutorado em Geociências e Meio Ambiente). Inst. de

Geociências e Ciências Exatas, Unesp, Rio Claro-SP, 2011;

Meybeck, M., Friedrich, G., Thomas, R., Chapman, D., 1992. An introduction to water

quality. In: Water quality assessments: A guide to use of biota, sediments and water in

environmental monitoring; D. Chapman (Ed.). Chapman & Hall, London, p. 241-320.

MIRANDA, M. J.; PINTO, H. S.; JUNIOR, J. Z.; FAGUNDES, R. M.; FONSECHI, D.

B.; CALVE, L.; PELLEGRINO, G. Q. A classificação climática de Koeppen para o

estado de São Paulo. CEPAGRI - Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas

Aplicadas à Agricultura. CPA - UNICAMP. Campinas - SP. 2009. Disponível em: <

http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima-dos-municipios-paulistas.html>.

Acesso: 20/01/2017;

MOTA, S. Preservação de Recursos Hídricos. Rio de Janeiro: ABES, 1988;

MOURA, L. H. A.; BOAVENTURA, G. R.; PINELLI, M. P. A Qualidade da água

como indicador de uso e ocupação do solo: Bacia do Gama-distrito Federal. Química

nova, 33(1), p. 97-103, 2010.

MUELLER, C. H. Os economistas e as relações entre o sistema econômico e o meio

ambiente. Brasília: Ed. UnB, 2007;

MYINT, S. W., GOBER, P., BRAZEL, A., GROSSMAN-CLARKE, S., & WENG, Q.

Per-pixel vs. object-based classification of urban land cover extraction using high

spatial resolution imagery. Remote sensing of environment, 115(5): 1145-1161, 2011;

OLIVEIRA, A. M. S. et al. Bases Geoambientais para um sistema de informações

Ambientais do Município de Guarulhos. Guarulhos: Laboratório de Geoprocessamento

da Universidade Guarulhos, 2009. 178 p. 4 v. Mapas (Relatório FAPESP – Processo

05/57965-1);

ONU BRASIL. Quase 750 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável

adequada, alerta UNICEF. Disponível em: < http://nacoesunidas.org/quase-750-milhoes-

depessoas-ainda-nao-tem-acesso-a-agua-potavel-adequada-alerta-unicef/>. Acesso em:

14/11/2016;

Page 98: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

85

_____ Mais de 2 bilhões de pessoas não têm saneamento básico, afirma novo relatório

da ONU. Disponível em: <http://nacoesunidas.org/mais-de-2-bilhoes-de-pessoas-no-

planetacarecem-de-saneamento-basico-onu/>. Acesso em: 14/11/2016;

_____ 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico em todo o mundo,

alerta ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/25-bilhoes-de-pessoas-nao-

temacesso-a-saneamento-basico-em-todo-o-mundo-alerta-onu/>. Acesso em: 14/11/2016;

OTT, C. Gestão pública e políticas urbanas para cidades sustentáveis: a ética da

legislação no meio urbano aplicada às cidades com até 50.000 habitantes. Florianópolis,

2004. 198 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal

de Santa Catarina, Florianópolis, 2004;

PADILHA, D. G. Geoprocessamento aplicado na caracterização da fragilidade

ambiental da Bacia Hidrográfica do Arroio Grande-RS [dissertation] Santa Maria:

Universidade Federal de Santa Maria/UFSM; 2008.87 p;

PADILHA, D. G.; TREVISAN, M. L.; CRUZ, J. C. Caracterização da fragilidade

ambiental da bacia hidrográfica do Arroio Grande (RS) como subsídio ao

planejamento territorial. Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto -

SBSR. Foz do Iguaçu - RS. 2013;

PANCHER, A. M.; ROSSETT, L. A. F. G. O Potencial da Classificação Digital de

Imagens para Mapeamento da Cobertura do Solo Urbano. In.: anais do XV Simpósio

Brasileiro de Geografia Física Aplicada: Uso e Ocupação da Terra e as Mudanças das

Paisagens. Vitória (ES), 8 a 12 de julho de 2013. Departamento de Geografia.

CCHN.UFES. (Pág. 197-205).

PANTANO G.; GROSSELI, G.M.; MOZETO A.A.; FADINI P.S. Sustentabilidade no

uso do fósforo: uma questão de segurança hídrica e alimentar Química Nova 39 (6),

p.732-740 2016;

PEREIRA, R. S. Identificação das fontes de poluição em sistemas hídricos. Revista

eletrônica de recursos hídricos. IPH-UFRGS. v. 1, n. 1. P. 20-36. 2003;

PIRES, J. S. R. et al. A utilização do Conceito de bacia hidrográfica para a

conservação dos recursos naturais. In SHIAVETTI, A.; CAMARGO A. F. M. Conceito

de bacia Hidrográfica: Teoria e Aplicações. Ilhéus: Editus. 2002;

PIROLI, E. L. Geoprocessamento aplicado ao estudo do uso da terra das áreas de

preservação permanente dos corpos d’água da bacia hidrográfica do rio pardo.

Ourinhos - SP, 2013, 150p. Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Page 99: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

86

Mesquita Filho” como parte dos requisitos para obtenção do título de Livre Docente no

conjunto de disciplinas Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento;

PIZZATO, L. e PIZZATO, R. Dicionário socioambiental brasileiro. Curitiba: Tecnodata

Educacional, 2009;

POMPÊO, M. L. M.; MOSCHINI-CARLOS, V. Macrófitas aquáticos e perifíton,

aspectos ecológicos e metodológicos. São Carlos. Rima, 2003;

PORTO, M. F. A.; PORTO, R. L. Gestão de bacias hidrográficas. Estudos avançados, v.

22, n. 63, p. 43-60, 2008;

PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Londrina-PR, 2001;

REZENDE, M. O., ROSA, R. S., MESSIAS, R. A., & AMBROZINE, B.. Importância

da Compreensão dos ciclos Biogeoquímicos para o desenvolvimento sustentável.

Instituto de química de São Carlos, Universidade de São Paulo - USP. São Carlos - SP,

2003;

RIBEIRO, T. F. B. Reflexos do Uso da Terra na Avaliação da Poluição Hídrica da

Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Lavras, Guarulhos – Sp. Dissertação (Mestrado

em Análise Geoambiental) - Universidade de Guarulhos - UnG. Guarulhos - Sp, 2016;

ROSS, J. L. S. & DEL PRETTE, Marcos E. Recursos Hídricos e as Bacias

Hidrográficas: Âncoras do Planejamento e Gestão Ambiental. Revista do

Departamento de Geografia, n. 12, USP, p.88-121, 1988;

_____ Análise Empírica da Fragilidade Empírica dos Ambientes Naturais e

Antropizados. Revista do Depto de Geografia da USP. São Paulo. n.8, 1994.;

SAAD, A.R.; VARGAS, R.R.; LOPES, J.C.; ARRUDA, R.de O.M. & De QUEIROZ, W.

Índice de estado trófico da bacia hidrográfica do Ribeirão Tanque Grande,

Guarulhos (SP): análise comparativa entre as zonas rural e urbana. Geociências, UNESP,

32 (4): 611-624. São Paulo - SP, 2013;

SAAD, A.R.; SEMENSATTO J., D.L.; AYRES, F.M.; OLIVEIRA, P.E. Índice de

Qualidade da Água – IQA do Reservatório do Tanque Grande, Município de

Guarulhos, Estado de São Paulo, Brasil: 1990 - 2006. Revista UnG – Geociências, v.6,

n.1, p.118-133, 2007;

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo:

Oficina de Textos, 2008;

SANTOS, M. C. J. Os Impactos Socioambientais Gerados Na Ocupação Urbana do

Bairro Jardins- Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-Sergipe, 2011;

Page 100: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

87

SANTOS, J. de O. Fragilidade e Riscos Socioambientais em Fortaleza - CE:

Contribuições ao ordenamento territorial. São Paulo, 2011. Tese (Doutorado em

Geografia Física) - FFLCH - USP;

_____ ROSS, J. L. S. Fragilidade ambiental urbana. Revista da ANPEGE, v. 8, n. 10,

p. 127-144, 2012;

SANTOS, E. P. dos. Mudanças no uso e cobertura da terra na bacia hidrográfica do

ribeirão do rebojo entre 1971/1972 e 2007/2008 UGRHI Pontal do Paranapanema-

SP. Presidente Prudente: [s,n], 2013. 396f. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Geografia da FCT/UNESP campus de Presidente Prudente como requisito

para a obtenção do título de Mestre em Geografia;

SÃO PAULO. Decreto n° 10.755, de 22 de novembro de 1977. Dispõe sobre o

enquadramento dos corpos de água receptores na classificação prevista no Decreto n°

8.468, de 8 de setembro de 1976, e da providências correlatas. Diário Oficial do Estado de

São Paulo, 1977;

SATO, S. E., DOS SANTOS OLIVEIRA, A. M., SAYAWA, S. B., HERLING, T. B. R.,

DE SOUSA MORETTI, R., DA COSTA, G. L., GOMES, C. Estudo de Urbanização em

Áreas de Risco a Escorregamentos nos Loteamentos do Recreio São Jorge e Novo

Recreio, Região do Cabuçu, Guarulhos (SP), Brasil. Paisagem e Ambiente, (29), 57-82,

2011;

SENA, F. T. N de S.; NETO, B. J. S.; LEEITE, A. C. de S. Uso do geoprocessamento

como subsídio à análise ambiental: imagem SRMT na geração dos mapas

hipsómétrico e de declividade das bacias difusas da barragem Boa Esperança no

estado do Piauí. IV Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da

Geoinformação. Recife - PE, 2012;

SILVA, F. das G. B. da; MINOTTI, R. T.; NETO, F. L.; PRIMAVESI, O.; CRESTANA,

S. Previsão da perda de solo na Fazenda Canchim-SP (EMBRAPA) utilizando

geoprocessamento e o USLE 2D. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de janeiro, v.

15, n. 2, p. 141-148, 2010. Itajubá - MG, 2010;

SILVEIRA, G.L.; CRUZ, J.C. (eds.) Seleção Ambiental de Barragens: análise de

favorabilidades ambientais em escala de bacia hidrográfica. Santa Maria: ED.

UFSM/ABRH, 2005. 388 p;

SILVEIRA, G. R. P.; CAMPOS, S.; GONÇALVES, A. K.; BARROS, Z. X.; POLLO, R.

A. Geoprocessamento aplicado na espacialização da capacidade de uso do solo em

Page 101: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

88

uma área de importância agrícola. Revista Energia na Agricultura, v. 30, n. 4, p. 363-

371, 2015. Botucatu - SP. 2015;

SOUZA, George Taylor; BRICALLI, Luiza Leonardi; MORETO, Marcelo Almeida;

LIMA, Silma; CALENTE, Sueli. Água: Geopolítica Internacional e Propostas para

um Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas. Geografares, Vitória, nº 3, p.69-77,

2002;

SPERLING, M. Von. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos:

princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Belo Horizonte: DESA/UFMG,

2005;

TARIFA, José Roberto. Unidades Climáticas Urbanas da Cidade de São Paulo. Atlas

Ambiental do Município de São Paulo. Secretaria do Verde e do Meio Ambiente –

SVMA/PMSP. Secretaria de Planejamento – SEMPLA/PMSP. São Paulo, 2000.

Disponível em: < http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br/arquivos

/As%20Unidades%20Clim%E1ticas%20Urbanas.pdf>. Acesso: 20/01/2017;

TAVARES, K. A. da S.; ALMEIDA, A. J. P.; ANDRADE, E. de L.; JUNIOR, S. A. M.

G. Geoprocessamento aplicado à análise do uso e ocupação da Terra em áreas de

preservação permanente na APA de Murici, Alagoas. Anais XVII Simpósio Brasileiro

de Sensoreamento Remoto - SBSR. INPE. João Pessoa - PB, 2015;

THOMPSON, M.Y.; BRANDES, D.; KNEY, A.D. Using electronic conductivity and

hardness data for rapid assessment of stream water quality. Journal of Environmental

Management, 104, p. 152-157, 2012;

TOLEDO, J.A.P.; TALARICO, M.; CHINEZ, S.J.; AGUDO, E.G. A aplicação de

modelos simplificados para a avaliação do processo da eutrofização em lagos e

reservatórios tropicais. Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.

Balneário Camboriú , Santa Catarina, 1983;

TOMINAGA, L. K., FERREIRA, C. J., VEDOVELLO, R., TAVARES, R., SANTORO,

J. e SOUZA, C. R. G. Cartas de perigo a escorregamentos e de risco a pessoas e bens

do litoral norte de São Paulo: Conceitos e técnicas In: Simpósio Brasileiro de

Cartografia Geotécnica e Geoambiental, 5, São Carlos, SP. Anais. São Carlos, SP:

SUPREMA, 12p. v. 1, 2004;

TRENTIN, P. S; BOSTELMANN, E. Programa Inter laboratorial - para sólidos totais,

dissolvidos e em suspensão em amostras de água. Dez, 2010. Disponível em:

Page 102: O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA ... - tede.ung…tede.ung.br/bitstream/123456789/677/1/DHISNEY+GON%EF%BF%BD… · TU - Turbidez; UnG - Universidade de Guarulhos. ix LISTA DE

89

http://banasmetrologia.com.br/wp-content/uploads/2012/01/Programa-

Interlaboratorial.pdf Acesso em: 24/06/206;

TUCCI, C. E. M. 1997. Hidrologia: ciência e aplicação. 2.ed. Porto Alegre:

ABRH/Editora da UFRGS, 1997. (Col. ABRH de Recursos Hídricos, v.4);

TUCCI, Carlos E. M. & MENDES, Carlos André. Avaliação Ambiental Integrada de

Bacia Hidrográfica. Ministério do Meio Ambiente / SQA. – Brasília: MMA/SQA, 2006;

TUCCI, Carlos E. M.. Águas urbanas. Estudos Avançados, São Paulo, v. 22, n. 63, p. 97-

112, jan. 2008. ISSN 1806-9592. Disponível em:

<http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10295>. Acesso em: 11 mar. 2017.

doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142008000200007;

UWIDIA, I. E; UKULU, H.S. Studies on electrical conductivity and total dissolved

solids concentration in raw domestic wastewater obtained from an estate in Warri,

Nigeria. Greener Journal of Physical Sciences. vol. 3 (3), pp. 110-114, April 2013;

VALENTE, O. F.; CASTRO, P. S. Manejo de Bacias Hidrográficas. Informe

Agropecuário, Belo Horizonte, v. 7, n. 80, p. 40 – 45. 1981;

VAN DEN BRANDELER, F., HORDIJK, M., VON SCHÖNFELD, K., &

SYDENSTRICKER-NETO, J. Decentralization, participation and deliberation in

water governance: a case study of the implications for Guarulhos, Brazil. Environment

and Urbanization, 26(2): 489-504, 2014;

VARGAS R.R.; SAAD A.R.; DALMAS F.B.; ROSA A.; ARRUDA R.O.M.;

MESQUITA M.V.; ANDRADE M.R.M. Water Quality Assessment in the Córrego

Taquara do Reino Hydrographic Basin, Guarulhos Municipality (São Paulo State -

Brazil): Effects of Environmental Degradation.Anuário do Instituto de Geociências –

UFRJ, Vol. 38 (2): 137-144, 2015;

VARGAS R.R., GONÇALVES J.J.S., DALMASF.D., SAADA.R., ARRUDAR.O.M.,

FERREIRA A.T.S. The contribution of the Guarulhos Municipality (São Paulo State)

to the water quality of the Alto Tietê System. Pesquisas em Geociências 44 (1), p.109-

121, 2017;

VELP CIENTIFICA. BOD Analysis. Disponível em:

<http://www.velp.com/en/products/lines/2/family/31/bod_analysis>. Acesso em:

14/04/2016;