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OS ALUNOS E AS FAMÍLIAS CONFIAM NA ESCOLA E NOS PROFESSORES A cada início de ano letivo, ao retornarmos das férias, estamos curiosos por saber qual é o número de alunos matriculados em nossa escola. Ficamos felizes ao saber que muitas crianças e adolescen- tes escolheram a nossa escola para estudar. Pode- se entender, com isso, que nossa escola é referên- cia e, consequentemente, que seu corpo docente é muito bom. Diante disso, avancemos nosso pensamento. Cada criança, cada adolescente, cada família, ao escolher nossa escola, confia em nós. A criança confia, em sua ingênua credulidade, que a escola será extensão da sua casa. O adolescente e o jovem, em meio ao lúdico, às companhias e bons momentos de convivência com colegas, confia que a escola lhe dará conheci- mentos variados e o preparará para a vida. Os pais, por sua vez, confiam que a escola edu- cará seu (sua) filho (o), de modo integral. Há quem possa pensar imediatamente: “Eu não tenho nada a ver com a educação dos meus alunos, afinal, a família é a responsável por educar seus filhos, eu trabalho com o ensino-aprendiza- gem”. É verdade que a família é responsável por educar seus filhos, porém a escola é parte integrante da educação integral do edu- cando. A ESCOLA PROPORCIONA TRANSFORMAÇÕES NA VIDA DAS PESSOAS A escola, pela sua natureza, conduz os alu- nos aos saberes que formam a pessoa humana em todas as suas dimensões: cognitiva, emocio- nal, espiritual. A escola tem as competências para despertar no aluno suas próprias competências e habilidades. A escola revela talentos e forma cida- dãos ilustres. Mas, lamentavelmente, em toda a história da humanidade, em nenhum outro tempo se viu tanta violência, marginalidade e incoerência como nos tempos atuais. Assuntos como corrupção nos meios políticos, sonegação nas atividades privadas, transferência de responsabilidade social dos meios governamen- tais para o privado, violência nas ruas, nas institui- ções e nos meios familiares, violação dos direitos da criança e do adolescente, entre tantos outros modos de agressão, passaram a ser fatos reais e costumeiros em nosso meio comunitário social. A escola, que já abarca o compromisso da educação das ciências e das artes, se vê ainda mais comprometida com o compromisso social e comunitário. Isto se aplica tanto aos ensinamentos em sala de aula, como também no âmbito da ex- tensão comunitária. A ESCOLA NÃO PODE FICAR ALHEIA AO PROCESSO SOCIAL É impossível a escola ficar alheia ao seu com- promisso social, não só pelo fato de trabalhar com a educação propriamente dita, mas, acima de tudo, por ser parte da comunidade. Ora, se a comunidade é violenta, consequen- temente a violência estará presente na escola, se a comunidade é pobre, a mesma pobreza será refletida na escola. Por outro lado, se a comuni- dade for atuante, comprometida e unida no bem estar dos seus moradores, também a escola sentirá esses reflexos. Dependendo da gestão, a escola poderá ser exemplar em projetos so- ciais abrangentes que envolvem os professores, os alunos, as famílias e a comunidade. A “ESCOLA DOS SONHOSO autor e poeta Rubem Alves é eterno propa- gador da “escola dos sonhos”. Em Portugal existe uma escola, já com 25 anos de existência, chamada “Escola da Ponte”, onde as crianças decidem o que e com quem estudar. Nela, em vez de classes, os alunos se reúnem por grupos de estudos. Independente da idade, o que as une é a vontade de estarem juntas e de juntas aprenderem. Novos grupos surgem a cada projeto ou tema de estudo. O poeta conheceu a Esco- la da Ponte, encantou-se com sua proposta e, através de uma maratona de palestras pelo Bra- sil, procura motivar os educadores a também “sonharem” com uma escola ideal e, logicamente, colocá-la em prática. A “escola dos sonhos” pode ser sonhada e exe- cutada por todos nós, de acordo com as nossas realidades e nossas emergências sociais. No caso do Brasil, diante da atual realidade social, sem dúvidas, a “escola dos sonhos” seria traduzida em “não violação dos direitos da criança e dos adolescentes”, “não-violência” e “fome-zero”. O (A) professor (a) de Ensino Religioso pode ser um importante agente motivador para a efetivação da “escola dos sonhos” com o jeito da sua comuni- dade e com a satisfação dos seus anseios. Que tal sonhar com atividades que amenizem os problemas sociais? PROJETOS SOCIAIS: ISTO É POSSÍVEL NA ESCOLA Vamos envolver nossas crianças, nossos profes- sores e nossas famílias na realização de um grande projeto que, muito mais que satisfazer as necessida- des básicas dos indivíduos, desperte em cada pes- soa e nos grupos, um verdadeiro sentido de vida. SUGESTÕES DE PROJETOS SOCIAIS ESCOLARES: “Educação no Trânsito”; “Convivendo com o Diferente”; “Minha Escola, minha Casa”; “Humanizando meu bairro”; “Conhecendo os idosos da minha comunidade”; “Drogas: matam as pessoas e seus sonhos!”; “Escola: espaço de lazer no fim de semana”; “Aprendendo com as diferenças”; “Viver com dignidade: direito de todos”. C aro (a) Professor (a): Vamos conversar e apro- fundar a reflexão sobre o compromisso social do professor de Ensino Religioso. Naturalmente que esse compromis- so é também dos professores de outras disciplinas, da escola, das famílias, dos órgãos governamentais, enfim, de todos os cidadãos e de todas as instituições, mas, a conversa agora é: de educadora para educador (a)! PAG E1.indd 1 17/7/2009 15:15:29

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Edição Agosto/Setembro 2009

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Os alunOs e as famílias cOnfiam na escOla e nOs prOfessOres

A cada início de ano letivo, ao retornarmos das férias, estamos curiosos por saber qual é o número de alunos matriculados em nossa escola. Ficamos felizes ao saber que muitas crianças e adolescen-tes escolheram a nossa escola para estudar. Pode-se entender, com isso, que nossa escola é referên-cia e, consequentemente, que seu corpo docente é muito bom.

Diante disso, avancemos nosso pensamento. Cada criança, cada adolescente, cada família, ao escolher nossa escola, confia em nós.

A criança confia, em sua ingênua credulidade, que a escola será extensão da sua casa.

O adolescente e o jovem, em meio ao lúdico, às companhias e bons momentos de convivência com colegas, confia que a escola lhe dará conheci-mentos variados e o preparará para a vida.

Os pais, por sua vez, confiam que a escola edu-cará seu (sua) filho (o), de modo integral.

Há quem possa pensar imediatamente: “Eu não tenho nada a ver com a educação dos meus alunos, afinal, a família é a responsável por educar seus filhos, eu trabalho com o ensino-aprendiza-gem”.

É verdade que a família é responsável por educar seus filhos, porém a escola é parte integrante da educação integral do edu-cando.

a escOla prOpOrciOnatransfOrmações na

vida das pessOas

A escola, pela sua natureza, conduz os alu-nos aos saberes que formam a pessoa humana em todas as suas dimensões: cognitiva, emocio-nal, espiritual. A escola tem as competências para despertar no aluno suas próprias competências e habilidades. A escola revela talentos e forma cida-dãos ilustres.

Mas, lamentavelmente, em toda a história da humanidade, em nenhum outro tempo se viu tanta violência, marginalidade e incoerência como nos tempos atuais.

Assuntos como corrupção nos meios políticos, sonegação nas atividades privadas, transferência de responsabilidade social dos meios governamen-tais para o privado, violência nas ruas, nas institui-ções e nos meios familiares, violação dos direitos da criança e do adolescente, entre tantos outros modos de agressão, passaram a ser fatos reais e costumeiros em nosso meio comunitário social.

A escola, que já abarca o compromisso da educação das ciências e das artes, se vê ainda mais comprometida com o compromisso social e comunitário. Isto se aplica tanto aos ensinamentos em sala de aula, como também no âmbito da ex-tensão comunitária.

a escOla nãO pOde ficar alheia aO prOcessO sOcial

É impossível a escola ficar alheia ao seu com-promisso social, não só pelo fato de trabalhar com a educação propriamente dita, mas, acima de tudo, por ser parte da comunidade.

Ora, se a comunidade é violenta, consequen-temente a violência estará presente na escola, se a comunidade é pobre, a mesma pobreza será

refletida na escola. Por outro lado, se a comuni-dade for atuante, comprometida e unida no

bem estar dos seus moradores, também a escola sentirá esses reflexos.

Dependendo da gestão, a escola poderá ser exemplar em projetos so-ciais abrangentes que envolvem os

professores, os alunos, as famílias e a comunidade.

a “escOla dOs sOnhOs”O autor e poeta Rubem Alves é eterno propa-

gador da “escola dos sonhos”. Em Portugal existe uma escola, já com 25 anos de existência, chamada “Escola da Ponte”, onde as crianças decidem o que e com quem estudar. Nela, em vez de classes, os

alunos se reúnem por grupos de estudos. Independente da idade, o que as une é a vontade de estarem juntas e de juntas aprenderem. Novos grupos surgem a cada projeto ou tema de estudo.

O poeta conheceu a Esco-la da Ponte, encantou-se com sua proposta e, através de uma maratona de palestras pelo Bra-sil, procura motivar os educadores a também “sonharem” com uma escola ideal e, logicamente, colocá-la em prática.

A “escola dos sonhos” pode ser sonhada e exe-cutada por todos nós, de acordo com as nossas realidades e nossas emergências sociais.

No caso do Brasil, diante da atual realidade social, sem dúvidas, a “escola dos sonhos” seria traduzida em “não violação dos direitos da criança e dos adolescentes”, “não-violência” e “fome-zero”.

O (A) professor (a) de Ensino Religioso pode ser um importante agente motivador para a efetivação da “escola dos sonhos” com o jeito da sua comuni-dade e com a satisfação dos seus anseios.

Que tal sonhar com atividades que amenizem os problemas sociais?

prOjetOs sOciais:istO é pOssível na escOla

Vamos envolver nossas crianças, nossos profes-sores e nossas famílias na realização de um grande projeto que, muito mais que satisfazer as necessida-des básicas dos indivíduos, desperte em cada pes-soa e nos grupos, um verdadeiro sentido de vida.

SugeStõeS de ProjetoSSociaiS eScolareS:

“Educação no Trânsito”; “Convivendo com o Diferente”; “Minha Escola, minha Casa”; “Humanizando meu bairro”; “Conhecendo os idosos da minha comunidade”; “Drogas: matam as pessoas e seus sonhos!”; “Escola: espaço de lazer no fim de semana”;“Aprendendo com as diferenças”;“Viver com dignidade: direito de todos”.

C aro (a) Professor (a):Vamos conversar e apro-

fundar a reflexão sobre o compromisso social do professor de

Ensino Religioso. Naturalmente que esse compromis-

so é também dos professores de outras disciplinas, da escola, das famílias, dos órgãos governamentais, enfim, de todos os cidadãos e de todas as instituições, mas, a conversa agora é: de educadora para educador (a)!

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Sufganiot vem do grego “sufgan”, que significa “crescido e frito”.

Em Israel, por ocasião de Chanuká – Festa das Luzes que dura oito dias –, esses bolinhos são preparados com recheio de geléia de damasco ou frutas vermelhas silvestres.

No Brasil, existem os mais varia-

dos recheios que podem ser usados no Sufganiot.

Ingredientes para a massa:2 colheres de sopa de fermento seco4 colheres de sopa de açúcar3/4 xícaras de leite morno2 1/2 xícaras de farinha de trigo2 gemas de ovos

Muitas crianças, desde bebês, vivenciam junto às suas fa-mílias os primeiros contatos

com O Transcendente. Na cultura reli-giosa ocidental o nome dado ao Trans-

cendente é Deus, nome este carinhosamente traduzido pelas mamães como “Papai do Céu”.

As crianças aprendem com os adultos a rezar para o Papai do Céu e a pedir proteção ao Anjo da Guarda, desenvolvendo, assim, mesmo sem saber conscientemente, seus primeiros ensaios de fé e devoção.

Através de desenhos ou orações espontâneas, os pequeninos revelam uma forte intimidade com O Transcendente capaz de surpreender os adul-tos: conversam com Ele, contam suas histórias de vida, confessam suas necessidades e pedem saúde e proteção para o papai, para a mamãe, para

o irmãozinho, para a vovó e o vovô e, até mesmo, para o cachorrinho de estimação.

Eis aí os primeiros sinais do fenômeno religioso sendo gestados na criança. O acompanhamento dos adultos, nesse processo, é primordial para o cultivo da religiosidade da criança, porém, ninguém poderá tirar dela seu jeito natural de ser e de buscar o Transcendente.

Daí a importância de, nas aulas de Ensino Religioso para as crianças, a conversa sobre o fenômeno religioso ser muito franca e esclarecedora. Em casa a criança aprende sobre o Deus da sua fé. Na escola, este co-nhecimento será mais amplo.

Ela conhecerá outras expressões religiosas e as diversas maneiras de cultivar a fé manifestada por outras pessoas. Este conhecimento, transformado em convívio natural e harmonioso, fará da criança um adul-to consciente e respeitoso com a pluralidade religiosa.

Atividade I: Cerimônia do Bar MitzvahEste é Halel. Ele é judeu.Vamos aprender com Halel alguns ensinamentos, usos e cos-

tumes da religião judaica.Halel, aos treze anos de idade, foi à sinagoga com seu pai. Ele participou de uma cerimônia tradicional

chamada de Bar Mitzvah, que significa “Filho do Mandamento”.

Na sinagoga, Halel leu partes do Torá e re-cebeu a bênção do seu pai. Esta leitura foi

cantarolada por Halel com o auxílio de um marcador especial de prata, chamado “yad” –

com formato de mão. Anne, irmã de Halel, assim que completou

doze anos, também passou por uma cerimônia semelhante para meninas chamada Bat Mitzvah.

Halel, assim como todos os judeus, tem um lindo “xale de oração” denominado “talit”. Ele é branco com listas azuis – que é a cor de Israel – possui franjas e é usado durante as preces da manhã. O “talit” também é usado pelo judeu no dia do seu casamento.

Durante as orações, os judeus usam sobre a testa um objeto chamado “tefilin”, que é uma cai-xinha de couro preta contendo pedaços de perga-

minho com as palavras de Deus. Este hábito tem o sentido de levar o judeu à reflexão sobre a fé.

Alguns usam esta caixinha no braço esquerdo, como um relógio, demonstrando que seu “agir” também será com fé.

Atividade I: Palavras bonitasAs virtudes da fé e da oração são vivenciadas

em todas as religiões. Escreva uma bonita frase usando essas duas palavras.

Atividade II: O alimento fazparte dos rituais judaicos

Os alimentos também são muito usados nas celebrações religiosas judaicas.

Que tal prepararmos uma receita especial da culinária judaica e fazermos uma gostosa co-memoração com as crianças para festejar esse aprendizado? Mãos na massa!

COMPEtênCIAs E HABIlIDADEs:Construir um conhecimento centrado na experiência da convivência harmoniosa e natural com as várias formas simbólicas de manifestar a religiosidade.

COMPEtênCIAs E HABIlIDADEs:Relacionar os acontecimentos do dia a dia dentro da diversidade religiosa com conhecimento e cultura.

1 pitada de sal1 colher de chá de canela em pó1 1/2 colher sopa de manteiga

(temperatura ambiente)

Óleo para fritar - geléia a gosto - açúcar de confeiteiro para polvi-lhar.

Atividade II: O Kippa é umsinal de respeito a Deus

Quando está rezando, estudando textos sagrados, em casa ou mesmo quando está passeando Halel usa um pequeno solidéu ou gorro, chamado kippa.

Você conhece outra religião em que se usa um chapéu especial?

Em que situações as pessoas cobrem suas cabeças com cha-péus, lenços ou gorros?

Desenhe pessoas usando chapéus, nas religiões ou fora delas.

Na sua religião, qual a cerimônia que você mais aprecia? Es-creva e faça um desenho sobre ela.

IDéIA CHAVE: Perceber que conhecemos outros tipos de chapéus ou formas de cobrir a cabeça, nas religiões ou fora delas e que fazem parte de um costume ou de uma tradição.

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ROSH HASHANÁO Ano Novo Judaico

Esta festa marca o começo do ano. Para o povo judeu este é

um momento para um grande exame de consciência, com dez dias de arre-pendimento, seguido de dias

de perdão pelos pecados do ano, sobretudo os que foram cometidos con-tra o próximo. Este momento sinaliza a oportunidade de deixar os pecados do ano anterior e seguir em frente.

O Shofar, um dos prin-cipais símbolos do Rosh Hashaná, é um instrumento de sopro, feito de chifre de carneiro,

que é tocado, de modo especial, duran-te as orações.

Durante o Rosh Hashaná, come-se vários ti-pos de comidas doces. O chalá é um pão redondo que simboliza a coroa do reinado de Deus sobre os homens, sobre ele é pincelado mel. Costuma-se também mergulhar maçãs no mel. Isto significa o desejo de um “ano novo doce”.

YOM KIPPUR

O Dia do perdão

A celebração de Yom Kippur aconte-ce em dia de sábado, marcando o fim da pe-

nitência iniciada no Rosh Hashaná. É o dia da purificação. Nesse dia os judeus vestem roupas brancas, fazem jejum e vão à Sinagoga.

Na véspera desse dia é comum os judeus re-zarem diante do muro das lamentações e deixar entre as fendas das pedras um papelzinho de papel com preces. O Muro das Lamentações é

o lugar mais sagrado e venerado pelo povo judeu por tratar-se da única re-líquia do último templo, construído no ano 20 a.C.

SUKKOTHA festa dos Tabernáculos

Também chamada de Festa das Tendas ou Festa da Colhei-ta. Esta comemoração lembra a prote-ção de Deus quando o povo israelita andava pelo deserto e marca o final da colheita das frutas – uva e maçã.

É uma festa que dura sete dias. Nos dias atu-ais, alguns judeus erguem uma pequena cabana no jardim ou sacada de casa, como símbolo do Sukkoth. É nessa cabana que as famílias almoçam durante os dias da festa. Também na Sinagoga é erguida uma cabana.

A palavra sukkot significa tenda ou uma cons-trução frágil e temporária; seu teto é feito de ramos, palha, arbustos ou ripas de madeiras soltas, para que as estrelas sejam vistas. Por ela infiltram chu-va, vento e a luz do sol.

PESSAH – A PÁScOAA Festa da Libertação

A Páscoa é a festa que comemo-ra um dos episódios fundadores da fé judaica: a passagem do anjo exterminador que matou os primogênitos dos egípcios e poupou os hebreus. É a re-cordação da saída do Egito, onde o povo hebreu era escravo do faraó. Deus ouve o clamor do seu povo e o liberta. A Festa do Pessah é celebrada durante sete dias.

SHAVUOTFesta que lembra a entrega dos

10 mandamentos e as primícias da colheita.

A Shavuot corresponde a Pente-costes, pois é celebrada cinqüenta dias após a Páscoa judaica. É uma festa

muito importante, pois celebra a revelação da Torá ao povo de Israel por volta de 1300 a.C. A Torá é o livro sagrado dos judeus.

Atualmente essa cele-bração se tornou uma festa caseira com grande fartu-ra de alimentos com o ob-jetivo de comemorar bikurim - uma boa colheita.

Amigo (a) Professor (a):Existem religiões muito antigas, como as orientais, por

exemplo, com mais de quatro mil anos. Outras ultrapassam os dois mil anos, como as ocidentais. E, mais recentemente, dentro do século XX, vimos a propagação de muitas religiões cristãs, chamadas de pentecostais. Isto comprova que o homem, em qualquer tempo, sente profunda necessidade de se “religar” a Deus através de uma religião.

Nosso tema, nessa edição, é a religião judaica, a religião do povo de Israel que, a exemplo de outras grandes religiões, também se faz presente no mundo inteiro.

As cinco grandes Festas Judaicas são comemorações que visam recordar acontecimentos passados da história do povo de Israel e as intervenções de Deus em seu favor. Elas acontecem durante o ano, seguindo um calendário organizado e são comemoradas como muita fé e devoção.

Queridos alunos, essa sequência histórico-religiosa merece um aprendizado especial. Ao estudar essas festas, traduzidas em

ritos religiosos, você ampliará sua visão e o seu conhecimento sobre o Judaísmo.

Sugiro que, com este aprendizado, você e sua turma, orien-tados pelo (a) seu (sua) professor (a), elaborem um projeto que resulte em uma rica exposição a ser apresentada para toda a comunidade escolar.

1. Pesquisem mais sobre estes temas na internet, na biblio-teca (livros, revistas), no Jornal ou no site O TRANSCEN-DENTE e aprofundem este estudo.

2. Elaborem, com o auxílio do (a) professor (a), perguntas sobre o que mais gostariam de saber sobre o Judaísmo e levem o assunto à plenário.

3. Elaborem cartazes com figuras de símbolos religiosos, dando destaque aos símbolos do Judaísmo – tema do nosso aprendizado atual.

4. Façam exposição de alimentos que representam as refeições judaicas. Podem ser através de recortes de revistas, desenhos ou

até mesmo alimentos “de verdade”, o que poderá resultar numa bonita partilha entre amigos.

5. Registrem os momentos de pesquisa e exposição e criem um portifólio (veja esquema de portifólio no site www.otrans-cendente.com.br). Se sua escola possuir uma página na inter-net – veiculem, através dela, os trabalhos criados. Não se esqueçam de enviar fotos para nós – equipe

do Jornal – para que possamos divulgar este valioso tra-balho.

Naturalmente, não se pode compreender o Judaísmo sem conhecer seus conteúdos, sua origem, que remonta mais de 2000 anos antes de Cris-to, sem se juntar a História e a Geografia.

A designação “israelita” se deve ao nome de um de seus patriarcas, Jacó, cognominado Israel, que significa “forte diante de Deus”.

Querido(a) Professor (a), ao iniciar sua aula sobre o Judaísmo, situe no mapa, para os seus alunos, a região da Palestina e de Israel, de modo que eles possam visualizar e melhor compreender a peregrinação deste povo pelo mundo.

SIgNIFIcANDO: Religião = Re-ligare. Palavra que vem do latim e signi-fica “ligar com”, “ligar novamente”, restabelecer a ligação perdida com o mundo que nos cerca - com Deus.

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O rei Artabon mandou ao rabino Jehuda uma pedra muito pre-ciosa, pedindo em troca um presente de valor.

O rabino então lhe enviou uma mezuzá, um pedaço da Sagrada Escritura em pergaminho, colocado dentro de um estojo, que é afi-

xado no batente da porta como sinal de fé e para proteger a casa. O rei ficou enraivecido, pois isso lhe parecia insignificante. Disse o rei:

Caros alunos, Nesta edição de OT, em meio aos ensinamentos apre-

sentados sobre a religião e a cultura judaica, destaca-mos, para um aprofundamento mais sério, os temas: Holocausto e Bullying.

De certa forma, esses assuntos se entrelaçam, pois se trata de “Intolerân-cia” - um grande mal que vem crescendo em nosso tempo.

O Holocausto, matéria da página 8, ocorrido durante a segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), teve como princípio a intolerância.

Este fato histórico deixou uma forte chaga no coração da humanidade e, especialmente, no povo judeu. Adolf Hitler foi o ditador que provocou o horrível genocídio. Para ele, nenhuma raça era superior à raça ariana – ger-mânica.

Por esta razão, o exército alemão foi induzido a um gravíssimo erro hu-manitário, exterminou pessoas e povos que Hitler considerava indesejados: testemunhas de Jeová, ciganos, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais e, sobretudo, os judeus. Seis milhões de judeus foram assassina-dos pelas maneiras mais cruéis possíveis.

ArcA: Para a comunidade judaica, a sinagoga é o principal local de encontro. Dentro da sinagoga não há imagens nem objetos no altar.

A atenção especial dentro da sinagoga é a Arca – um tipo de armário que fica na parede

oriental, na direção de Jerusalém e serve para guardar os rolos de pergaminhos da Torá. Os judeus mantêm uma lâmpada acesa diante da Arca.

PergAminhO: Era uma pele de cabra ou ovelha especial-mente tratada para que nela se pudesse escrever. Depois de escritos, enrolavam os pergaminhos, formando rolos.

menOrÁ: É um tipo de candelabro, geralmente de ouro, com sete bra-

-Eu mandei a você uma preciosíssima pedra e você me retribui com algo sem valor algum?!

O rabino respondeu:- É verdade, os dois presentes têm valores muito diferentes. O seu

presente - a pedra preciosa - sou eu quem deve protegê-lo. No entan-to, o meu presente - o mezuzá - será ele que lhe protegerá!

Em turma ou, em casa, com os pais, fazer uma pesquisa na Torá (pode ser usada a bíblia dos cristãos), buscando, nos textos sugeridos a seguir, expressões do contexto que chamam a atenção como ensinamento para a vida.

O Judaísmo é rico em símbolos que norteiam a fé dos seus fiéis. Eles estão inseridos na vida dos judeus, que os utilizam em seu cotidiano nas celebrações festivas, nas orações e em memória à história do seu povo. Outros símbolos relevantes são:

ços, cheios de óleo de oliva ou com velas. O menorá é mantido aceso no Templo de Jerusalém. Ele simboliza a sabedoria divina. mezuzÁ: É um estojo pequeno que é fixado no batente direito da

porta da casa de um judeu. Dentro do mezuzá é colocado um pequeno rolo de pergaminho com versículos da Torá. Em geral, é colocado o mandamento de servir fielmente a Deus e ensinar as leis aos filhos, dentro e fora de casa.

estrelA De DAvi: É conhecida também por escudo de Davi (Rei Davi). A estrela de Davi se encontra no centro da bandeira de Israel. Ela tem seis pontas e é formada por dois triângulos

entrelaçados. Ela foi usada como distintivo de identificação, aplicado pelos nazistas, nas roupas dos judeus prisioneiros na Segunda Guerra.

A Torá é o livro sagrado dos judeus que compreende os cinco primeiros livros da bíblia dos cristãos – o chamado Pentateuco. Todos os ritos, as celebrações e o fundamento da fé judaica estão fundamentados na Torá, que orienta o “sentido do viver do povo judeu”.

Após ler os textos do jornal, a turma poderá aprofundar pesquisas sobre os temas Holocausto e Bullying e realizar atividades sobre os mesmos:

Sob a orientação do (a) professor (a), discutir em grupos sobre essa problemática nos dias atuais.

Observar o cotidiano escolar e perceber sinais de “bullying” entre os alunos.

Convidar os alunos para falarem o que refletiram sobre os assuntos abordados – Holocausto e Bullying.

Em plenário, discutir sobre possíveis focos de “bullying” na turma.Elaborar cartazes sobre o tema bullying e expô-los no mural da es-

cola.

O Bullying, conforme apresentado na página 10, é uma atitude de violência física ou psicológica, frequente e sistematizada, portanto, per-meada de intencionalidade, ou seja, de maldade.

O Bullying é um mal que aparece com grande ênfase em nossa atuali-dade. Por essa razão, merece uma ampla reflexão por parte de educadores, alunos e suas famílias. A discussão tem que ser clara e aberta, expondo toda a gravidade contida nesse ato e suas conseqüências, inclusive criminal.

Como sonhar com um mundo melhor, mais justo e mais humano se des-prezarmos o princípio do relacionamento harmonioso e respeitoso?

“Durante a vida, nenhum ato, nenhuma palavra, são indiferentes.Tudo deixa um rasto, transforma-se em semente: é como uma pedra que atiras na água; de círculo em círculo, o movimento atingirá a margem distante”. (Ivone Tual)

PÁscOA juDAicA: ritual e compromisso para a libertação. Êx 12, 43-50

A libertAçãO: projeto de vida - libertação do povo de Israel Abrãao, o homem da fé. Gn 12, 1-9.

Através da fábula, refletir sobre o sentido dos símbolos na vida das pessoas de fé:

Qual diferença você percebe entre os valores dos dois presentes da fábula?

Você reconhece a importância dos símbolos em sua vida?Quais símbolos marcam a sua religiosidade e fé?

reflitA cOm seu gruPO:Qual o sentido desta frase e de que forma ela relaciona

nossas atitudes e ações com as consequências de vida?

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