o trabalhador da cml nº 152 - julho/agosto 2012

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Ano XXXII N.º 152 julho/agosto 2012 A uma ofensiva sem precedentes uma luta sem tréguas! Serviços municipais à beira de rutura? Págs. 5 a 9 As alterações à legislação laboral Págs. 10 e 11 o trabalhador o trabalhador da CML da CM L

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Editorial - A luta é a nossa armaA luta na DMAU desenvolvida em junho/julho. A lutar conseguimos e por isso continuamos!Na limpeza urbana da cidade poderemos assistir a uma privatização a conta gotas?Pretenderá o executivo extinguir as Garagens dos Olivais 1 e II?Uma política de recursos humanos desastrosa provoca carências graves no seio das auxiliares da ação educativa!Verifica-se agora pelas piores razões a justeza da contestação do STML ao despedimento de tratadores-apanhadores de animaisA luta pelo Direito ao Trabalho dos trabalhadores afetos ao DRMMBrigada de Coletores - Os problemas que a CML teima em não resolver!A prestação de Socorro à cidade de Lisboa está em causaAs alterações à Legislação Laboral para os Trabalhadores da Administração PúblicaQue estratégia para a Cultura na CML?6.ª Conferência distrital da Interjovem de LisboaPiquenique contra a precariedade e desempregoAcção de luta do Sector Empresarial do Estado promovida pelo STML/STALO Plenário Nacional da Frente Comum foi um acto de luta e determinação!Em defesa do Poder Local Democrático e dos serviços públicos municipaisEm 16 de Junho milhares de trabalhadores encheram as ruas de Lisboa!Marcha contra o desempregoEspaço do Aposentado - A nossa organizaçãoContra o empobrecimento lutamos pelo direito a viver com dignidadeMineiros Espanhóis em luta pelo Trabalho gerem solidariedade em Espanha e no MundoA política do piquenique em espaço públicoUm grande piquenique do STML em Mora!Protocolos do STML

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Page 1: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

Ano XXXII

��N.º 152

��julho/agosto 2012

A uma ofensiva

sem precedentes

uma luta sem tréguas!

Serviços municipais à beira de rutura?Págs. 5 a 9

As alterações à legislação laboralPágs. 10 e 11

o trabalhadoro trabalhadordd aa CCMMLLddaa CCMMLL

Page 2: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

O TRABALHADOR DA CML2

o trabalhadorDiretor: Vítor Reis � Corpo Redatorial: Luís Dias, Nuno Almeida, Mário Souto, Francisco Raposo, Frederico Bernardino � Propriedade:Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa � Administração e Redação: Rua de São Lázaro, 66 - 1º Dtº 1150-333 Lisboa - Telfs. 218885 430 / 5 / 8 - Fax 218 885 429 - Email: [email protected] � Internet:www.stml.pt �Produção eApoio Redatorial:AntónioAmaral � Impressão:MX3 Artes Gráficas, Lda � Periodicidade: Bimestral � NIF: 500850194 � Distribuição: Gratuita aos sócios do STML � Tiragem: 4.500 exs.� Depósito Legal: 17274/87 � Este jornal está escrito com as regras do novo Acordo Ortográfico �

ddaa CCMMLLhttp://www.stml.pt

Entrámos num período em que muitos terminam as suasférias e outros se preparam para as iniciar. Dentro dosconstran gimentos impostos pelo governo, há ainda todos

aqueles que, pura e simplesmente, não terão possibilidade deas fazer. Neste contexto, é preciso saber o que nos espera apartir de setembro, dentro das alterações à lei laboral impostaspor uma visão ultraliberal, de contornos extremistas e pro fun -damente negativa para todos os trabalhadores portugueses.

Do acordo iniciado em janeiro na "concertação social", pelogo verno, UGT e confederações patronais, saíram as premissasque conduziram Passos e Portas (com a "abstenção violenta" doPS) a nivelar por baixo a legislação do trabalho, primeiro do setorprivado e agora do setor público.

A redução dos feriados, as alterações ao estatuto de tra ba -lhador-estudante, a generalização do banco de horas, a dimi -nuição do valor do trabalho extraordinário além da extinção dodescanso compensatório, a mobilidade geográfica associada àlei da mobilidade especial, as rescisões "amigáveis", entre mui -tas outras matérias, simbolizam o maior ataque aos tra ba lha -dores da administração pública de que há memória. Simulta nea -mente atacam-se os serviços públicos, negando por esta via, di -rei tos constitucionais às populações de norte a sul do país.

De facto, o governo do PSD/CDS decidiu encetar uma guerrasem tréguas ao mundo do trabalho, trilhando e aprofundando ocaminho desastroso do anterior governo de José Sócrates.

Não é de estranhar portanto, que se verifiquem inúmeros pro -cessos de contestação e luta em inúmeros setores profis sionaisdo nosso país, o que demonstra inequivocamente, a von tadedos trabalhadores portugueses em combater uma política mi se -rá vel que sabem não ser inevitável ao contrário do que afirmamdia riamente os "politólogos" da nossa praça.

Podíamos referir muitos exemplos, mas ficamos com os casosmais recentes e paradigmáticos dos enfermeiros, dos médicos,dos professores, dos trabalhadores das indústrias têxteis, ouainda, dos trabalhadores da limpeza urbana da cidade de Lis boa.

Obviamente, é no contexto do município de Lisboa que oSTML centra as suas atenções!

A degradação sistemática das condições de trabalho, a políticade desinvestimento e esvaziamento a que muitos serviços têmes tado sujeitos, associado à falta de pessoal que os colocaobjetivamente em rutura eminente, têm sido as principais cons -tatações e consequências da ação do actual executivo. Umapolítica que, no essencial, em nada se distingue da política doPSD/CDS ou, simplificando, o mesmo conjunto de visões eideias que consubstanciam a política de direita, também ela bemenraizada no município de Lisboa.

É com grande preocupação que tivemos conhecimento dosprazos estabelecidos pela CML para a venda do Saneamento àEPAL (empresa que o governo quer privatizar!). Um negócio queserá ruinoso para a cidade e para os lisboetas e, claro está, paratodos os trabalhadores que hoje estão afetos ao serviço daautarquia.

Temos, ainda, o caso do Parque das Nações que passou des -de 1 de julho último para a tutela da CML. Quem passará de fac -to a tratar do espaço público, dos jardins e da sua manutenção,da limpeza urbana e demais serviços públicos? Será que An -tónio Costa tenciona privatizar tudo?

Um outro problema prende-se com a reorganização admi nis -trativa da cidade e a extinção de inúmeras freguesias. Sabemosque há a intenção de transferir algumas competências da autar -quia para as novas juntas de freguesia, nomeadamente, a var -re dura e lavagem ou a manutenção do espaço público nas suasvárias vertentes. Que implicações terá este projecto sobre os tra -balhadores do município que hoje desempenham estas tarefas?Qual será o seu futuro?

Deste modo, poderemos ter, a curto/médio prazo, um hori zon -te som brio na cidade de Lisboa para os trabalhadores da au tar -quia re sultado, único e exclusivo, da política concertada do PSe do PSD.

Também sabemos que, ao longo dos 35 anos de história doSTML, foi a luta dos trabalhadores que travou as intenções dees vaziamento, destruição e privatização que os vários executi -vos, sejam eles “laranja” ou “rosa”, tentaram impor.

A experiência das lutas travadas e os resultados obtidos sãoo tónico que nos permite afirmar: quem trabalha não desarma,a luta é a nossa arma! �

Editorial

A luta é a nossa arma

Page 3: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

3O TRABALHADOR DA CML

A luta na DMAU desenvolvida em junho/julho

A lutar conseguimos e por isso continuamos!

Adegradação das condições de tra -balho, com a contínua perda deren dimentos por parte dos tra ba -

lhadores e a retirada de direitos, que têmsido apanágio da política deste go ver noPSD/CDS, secundado pelo exe cutivo ca -ma rário do PS, conduziu a uma situa çãolimite que levou os sindicatos (STML eSTAL) a entregarem um pré-aviso de gre -ve de 2 horas diá rias, mais trabalho extra -or dinário, no período de 11 a 17 de ju nho,en glo ban do os conduto res de MPVE, mo -to ristas de pesados, con du to res de pas -sa geiros da garagem de re mo ção e doDRMM e cantoneiros de lim pe za. No pré-aviso de greve, en tre gue pelo STML,cons tavam as seguin tes reivin di ca ções:

1. Pagamento do subsídio noturno nato talidade - 25% sobre o vencimento - quenão estava a ser pago corre ta men te;

2. O pagamento dos retroativos do sub -sídio noturno atrás referido, desde marçodeste ano, altura em que houve al te ra -ções no pagamento do mesmo por mo ti -vos de alteração dos horários;

3. O pagamento do trabalho extra or di -ná rio realizado em 2011, em dívida aostra balhadores, por ocasião das Fes tas daCidade de Lisboa;

4. A reabertura do concurso para con du -tores de MPVE, que se encontrava sus -penso, através da admissão imediata de43 tra balhadores;

5. O pagamento do subsídio noturno(25%) sobre o trabalho extraordinário no -turno realizado;

6. O pagamento de ajudas de custo/apoio à refeição aos tra ba lhadores da re -co lha de resíduos sólidos e condutores doDRMM.

É necessário referir que todos estes as -suntos tinham sido enviados por escritoao presidente do município, que os reme -teu, um a um, para a vereadora respon sá -vel pelos Recursos Huma nos e Finanças,após o que o STML, solicitou à vereadorauma reunião de urgência, para a discus -são dos mesmos.

Perante a falta de diálogo, o STML, con -vocou e realizou dois plenários - de dia naPraça do Município e de noite no refeitóriodos Olivais no dia 29 de maio. No dia 30 emaio, fez uma inter venção na sessão decâmara, com o objectivo de denunciar afalta de resposta por parte do executivoàs reivindicações dos trabalhadores.

Estranhamente ou talvez não, fomoscon vocados pela senhora ve readora parareunir na manhã de dia 30. Reunião essaque re sul tou em nada, uma vez que a res -pon sável pelos Recursos Hu ma nos daedilidade, se mostrou insensível aos an -

seios dos tra ba lhadores. Contudo, foi comalguma surpresa que na sessão de câ ma -ra e após a intervenção do STML, a ve -readora admitiu pa gar o subsídio no turnona totalidade - 25% sobre o venci men to.

Apesar da resposta positiva a este pon -to, a greve avançou, com os cantoneirosde limpeza a paralisarem as duas pri mei -ras horas e todos os condutores as duasúltimas horas da jornada de trabalho. Fa -ce a uma boa adesão, os resultados fo -ram visíveis um pouco por toda a cidade.

No dia 14 de junho os dois sindicatos fo -ram convocados para uma reunião com aDMAU e DMRH, onde nos foi apresen ta -do a satisfação de quatro das seis rei vin -dicações apresentadas, no meada men te:

1. A confirmação do pagamento do sub -sídio noturno na totalidade - 25% sobre ovencimento;

2. O pagamento dos retroativos do sub -sí dio noturno atrás referido, desde marçodeste ano;

3. O pagamento do trabalho extraordi -nário realizado em 2011, em dívida aostrabalhadores, por ocasião das Festas daCidade de Lisboa.

4. Seria finalmente concluído o concur-so para condutores de MPVE, que se en -contrava suspenso, através da admissãoime diata de 43 trabalhadores.

Apesar destas importantes conquistas,não foram satisfeitas todas as reivindica -ções apresentadas pelos trabalhadores,no meadamente:

� O pagamento do subsídio noturno so -bre o trabalho extraor di nário noturno rea -lizado;

� O pagamento de ajudas de custo/apoio à refeição aos tra ba lhadores da re -colha de resíduos sólidos e condutores doDRMM.

A reunião entre os juristas da DMRH, doSTML e do STAL, teve lugar no dia 18 dejunho e foi inconclusiva, uma vez que osju ris tas dos RH, se mostraram irredutíveisaos argumentos apresen ta dos pelos juris -tas dos sindicatos.

O STML propôs que fosse enviada umaata da reunião, com as respetivas posi -ções, para o Departamento Jurídico daCML, no sentido de se pronunciar sobre oas sunto.

Perante a falta de resposta, foi convo -cada pelos dois sindicatos para o dia 2 dejulho, uma concentração na Praça do Mu -ni cípio, com desfile até ao Largo do Inten -dente. Esta ação contou com a presençade centenas de traba lhadores, que apro -varam uma moção exigindo respostas eque entregaram posteriormente atravésdos seus representantes à chefe de ga bi -nete do presidente. Foi, ainda, reafirmadaa exigência de uma resposta por parte doDe partamento Jurídico da CML.

No dia 12 de julho chegou aos sindi ca -tos o parecer do Departamento Jurídicoda CML que, sem surpresa, corroborava apo sição dos juris tas da DMRH.

No dia 16 de julho decorreu uma reu -nião em que estiveram presentes a DM -RH, a DMAU, o STML e o STAL, para dis -cu tirem o parecer do Departamento Jurí -di co da CML, do qual, não se encontravaninguém presente!!

Nos tempos que correm, cada vez maisdifí ceis para os trabalhadores, devemosva lorizar o resultado obtido através da lutade senvolvida, sem contudo esquecer asrei vin di cações em falta e, nesse sentido,a unidade de todos os tra balhadores daDireção Municipal do Am biente Urbano éessencial! �

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4 O TRABALHADOR DA CML

Todos temos consciência que a intenção da pri -vatização do setor da Limpeza urbana recebeu umnovo impulso com a nova legislação que visa a pri -

vatização dos ser viços municipais de saneamento e am -biente. Mas agora, com a reestruturação das freguesias,aqui vem mais um apoio aos planos de transferir para os pri-vados a Limpeza Urbana em Lisboa.

O STML tem permanentemente alertado os trabalhadorese a população para este perigo. E dizemos perigo porqueestamos conscientes que o serviço público municipal de lim-peza urbana desmantelado e transferido para a atividade pri-vada, será lu crativo e muito para uns poucos, mas des truirápostos de tra balho e imporá às populações uma nova taxapor um serviço que deveria manter-se na esfera pública.

Vamos fazer um exercício de faz de conta.

Faz de conta que o executivo de António Costa, ar gu men -tado que a CML não dispões de equipamentos adequados àremo ção de resíduos no Parque das Nações abre um con -curso pú blico de aquisição de serviços. E faz de conta queuma grande multinacional do setor, que já anda com olho naprivatização das Águas de Portugal, vê nisso um negóciopotencial. Eles têm a estrutura e a capacidade de perderdinheiro um, dois ou três anos para garantir o negócio maistarde com a obtenção de cho rudos lucros.

O executivo até pode dizer que não, que é uma área queos serviços não intervêm, que não há privatização.

Aí, o governo resolve o imbróglio da reestruturação dasfre guesias. Passam a ser competências das Juntas funçõesque até agora estavam estritamente atribuídas aos Mu ni -cípios.

Vai daí, algumas Juntas irão pressionar para assegurar porexemplo, a varredura e a lavagem. Mas até nem precisarãode pessoal. Abrem de imediato concessão e …

São muitas as vias que a CML e o governo podem criarpara tentar desmantelar os serviços públicos.

Seja a experiência piloto no Parque das Nações ou a expe -riência-piloto com algumas Juntas, duas "experiências-pi -loto” são tentativas de privatização a conta-gotas.

Para o STML, existe apenas uma via para defender os ser -viços públicos municipais, a sua qualidade e a sua aces sibili -dade económica, o mesmo é dizer, a unidade dos traba lha -dores diretamente envolvidos e a luta que impreterivelmenteterão que travar além do apoio fundamental da populaçãoque, com a privatização dos serviços, sairá igual e grande -mente prejudica da.

A defesa dos serviços públicos é uma luta geral! �

Na limpeza urbana da cidade poderemos assistir a uma privatização

a conta gotas?

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Pretenderá o executivo extinguir as Garagens dos Olivais 1 e II?

Afalta de pessoal nas Garagens de Olivais 1 e 2 afectas aoDRMM, atinge contornos preocupantes! Coloca-se emrisco o futuro dos serviços desenvolvidos e dependentes

dos profissionais, cada vez menos, que ai se encontram.

A carência de condutores de MPVE na garagem de remoçãode Olivais 3, tem levado a uma sangria nas garagens acima refe-ridas dos condutores habilitados a conduzir as viaturas pe sadasda recolha de resíduos sólidos.

Deste modo, deixa-se de dar apoio, no caso de Olivais 2, aosserviços dependentes desta garagem, como é o caso da Bri -gada de Calceteiros. Neste serviço, há meses privada duma via-tura pesada e essencial para o seu desempenho, recorre-seagora a uma carrinha de 3,5 toneladas, o que implica um núme-ro exagerado de viagens para executar uma obra. Com a viatu-ra pesada que antes lhe estava atribuída, bastaria uma únicaviagem! Do ponto de vista de gestão vê-se como a CML, esban-ja recursos.

A somar a estas situações incompreensíveis verificamos que,quem conduz estas carrinhas, não são motoristas de ligeiros,mas sim calceteiros e o mesmo se passa na Limpeza Urbana,nos Jardins e outros serviços.

Graças à luta dos trabalhadores deste sector foi concluído oconcurso de condutores de MPVE, permitindo a entrada de 43trabalhadores para a garagem de remoção de Olivais 3 col ma -tando momentaneamente as falhas aqui existentes. Esperamosagora, que sejam preenchidos os lugares em falta na garagem

de Olivais 2, permitindo uma resposta efectiva aos serviços so -licitados a esta garagem.

No caso da garagem de Olivais 1, a situação é igualmentepreocupante quanto ao seu futuro correndo inclusive o risco defe char! Se é certo que quem tem a habilitação para conduzir via-turas pesadas o deve fazer, o problema coloca-se agora na faltagritante de motoristas de ligeiros.

Já referimos a falta que há destes profissionais, para a condu -ção das carrinhas de 3,5 T, atribuídas à generalidade dos ser -viços operacionais.

Esta “estratégia” tem provocado o desvio de outros pro -fissionais para estas funções. Por outro lado, há serviços comoo porta-a-porta, que a CML já há muito decidiu entregar às Jun -tas de Freguesia. Consta-se que as Juntas de Freguesia aguar -dam apenas a compra por parte da Câmara de viaturas novaspara assumirem este serviço.

Como vemos, trata-se de mais uma “boa” medida de gestão.

Por toda a câmara se ouvem lamentos da dificuldade dos ser -viços em requisitarem viaturas ligeiras para cumprirem as suasta refas, e neste contexto, é de facto necessário a entrada de mo -toristas de ligeiros para suprir as necessidades identificadas, anão ser que o executivo decida atribuir bicicletas a todos os tra -ba lhadores que dependem destes serviços. �

5O TRABALHADOR DA CML

Page 6: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

O TRABALHADOR DA CML6

Uma política de recursos humanos desastrosa provoca carências graves no seio das auxiliares

da ação educativa!

Chegado o período de férias desteano lectivo nos jardins-de-in fân -cia que funcionam com a im por -

tante colaboração das auxiliares de açãoeducativa da CML, importa fazer nestafase um balanço, sintético mas objetivo.

O trabalho desenvolvido pelas auxilia -res de ação educativa é, reconheci da -mente, de extrema importância para odesenvolvimento e acompanhamentodas crianças desta cidade. Neste sen ti -do, deveriam ser criadas as melhorescondições de trabalho para estas pro fis -sionais com o propósito de se preocu -parem unicamente com as crianças, masassim não acontece face à ausência debom senso, responsabilidade e sensibili -dade por parte da CML.

Como já anteriormente denunciamos,reiteramos algumas das reivindicaçõesdas trabalhadoras, nomeadamente:

1) Apesar de terem um trabalho deris co e penosidade, continuam sem re -ce ber o respetivo subsídio;

2) Sujeitas ao risco de transmissão depa rasitas humanos (ex. piolhos e lên -deas), continua a não ser-lhes fornecidoum desparasitante adequado, tendo aspróprias suportado até este momentosos custos com a sua compra, sempre

que são contagiadas.3) Continuam sem um fardamento

ade quado às suas funções que deve serfacilitado pela CML, como é sua obriga -ção. Verifica-se a mesma situação referi -da no ponto anterior, isto é, têm que su -por tar a compra destes EPIs, o que impli -ca não existir qualquer tipo de uniformi -dade no que diz respeito ao seu farda -mento.

Contudo, destacamos aquele que é omaior e mais grave problema, ou seja, afalta de auxiliares de ação educativa.

Quando a CML aceitou a compe tênciaem assumir a contratação e colocaçãonos jardins-de-infância deste grupo pro -fis sional, definiu, e bem, que em vez dorácio mínimo de uma auxiliar por qua -renta (40) crianças, deveria ser fixado orácio de uma auxiliar por sala. Todavia, oproblema não está em fixar rácios, massim em cumpri-los!

Primeiro, verificou-se que a CML nãopreencheu as vagas no mapa de pessoalpara esta categoria.

Posteriormente, até se deu ao des -plante de, mesmo depois de alertadapelo STML além de ter desvalorizado aluta desenvolvida pelas trabalhadoras,não salvaguardou, por nítida ausência

de vontade política, a situação que pro -vo cou o termo de contrato de mais de 40auxiliares de ação educativa, impondoobjetivamente o seu despedimento.

Se por um lado é importante referirmoso que correu mal no ano passado, impor -ta também refletir sobre o que fazer paramelhorar no futuro, e não repetir os errosgrosseiros já identificados.

Neste sentido, é imperioso que a CMLde senvolva todas as diligências neces -sá rias para que o novo ano letivo se ini-cie sem restrições em termos de nú me rode auxiliares de ação educativa.

Esperamos que não se repita o proce -di mento, inaceitável e incompreensível,de despedir cerca de mais 20 traba lha -do ras que terminam o seu contrato noinício de 2013.

Se repetir-se a falta de vontade políticademonstrada há poucos meses atráspelos actuais responsáveis camarários,o STML tudo fará para evitar o aumentodo desemprego, neste caso, por in ter -mé dio de trabalhadores da CML, in dis -pensáveis ao funcionamento do serviçoonde estão colocadas e, como tal, semqualquer fundamento que possa justifi -car o seu despedimento. �

Page 7: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

7O TRABALHADOR DA CML

Em setembro do ano passado a CML des-pediu nove tratadores-apa nha dores deanimais que pres tavam serviço no Canil-

Gatil Municipal de Mon santo. O executivo camarário, depois de aler -

tado por esta estrutura sindical para oaproximar do fim dos contratos de tra ba -lho e para os constrangimentos que a fal -ta de nove trabalhadores neste serviço re -pre sentaria para o serviço público pres -tado naquele local de trabalho e por todaa cidade, decidiu desprezar as pro postasdo sindicato para manter aqueles tra ba -lha dores ao serviço de Lisboa e dos lis -boetas. Apesar da luta desenvolvida peloST ML e pelos trabalhadores, a CML nãore co nheceu o empenho e dedicação quede monstraram ao longo dos três anos emque serviram a autarquia, sempre comava liações positivas por parte das che -fias, e não demonstrou também qual quer

sensibilidade social, remetendo es tas no -ve pessoas para o extenso rol de de sem -pregados.

O Sr. António Costa afirmava naquelaal tura que seria possível colmatar estalacuna de pessoal afetando para aqueleserviço outros trabalhadores que nessesentido se voluntariassem. Passado estetempo o que verifi ca mos?

“Apenas se voluntariaram três traba lha -dores, vindos da limpeza urbana (can -toneiros de limpeza). “Destes três tra ba -lha dores dois fi ca ram classificados nocon curso para con dutores de máquinaspe sadas e veículos especiais, saindo as -sim do Canil-Gatil.

Verificado este falhanço nas intençõesdo Sr. António Costa, neste momento, aprincipal reivindicação que os trabalha -dores apresentam é a admissão de no vostrabalhadores para este serviço.

Na actual situação, os trabalhadoresque ainda hoje resistem, não sabem quan -to mais tempo conseguirão aguen tar, quercom desmesurada carga de tra balho, quercom os horários de trabalho em vigor.Neste sentido, fala-se clara men te na inca -pa cidade do Canil-Gatil funcio nar a mé dio/longo prazo. Será es ta a in ten ção do pre -sidente da CML? Se rá a in ten ção esvaziaro Canil-Gatil para pos teriormente justificara sua extinção?

Só nos resta questionar:Sr. presidente, para quando o pre en chi -

mento do número de vagas existente nomapa de pessoal de tratadores-apa nha -dores de animais?

Sr. presidente, usará alguma vez o ar gu -mento de haver escassez de pessoal noCa nil-Gatil para o privatizar/conces sio nar? �

Verifica-se agora pelas piores razões a justeza da contestação do STML ao despedimento

de tratadores-apanhadores de animais

A luta pelo Direito ao Trabalho dos trabalhadores afetos ao DRMMOs trabalhadores do Departa men to

de Reparação e Manutenção Me -cânica con tinuam a luta con tra o

de sinves ti men to, desperdício e pro gres -sivo es vazia men to do setor. No pas sadodia 26 de junho estiveram na As sembleiaMu nici pal para exigir uma to mada de po -si ção por parte deste órgão fiscalizadorda Câmara Municipal.

O presidente do STML, Vítor Reis, in -ter veio perante a Assembleia a expres saras preocupações e reivindicações dostra balhadores da DRMM e do STML. Vá -rios deputados municipais, do PCP, BE ePEV, expressaram ao STML a sua com -pre ensão e solidariedade, tendo a de pu -tada Rita Magrinho abordado o te ma du -rante os trabalhos da Assem bleia.

O DRMM dispõe de um coletivo de tra -balhadores altamente especializados eassegura a reparação e manutenção doparque automóvel da CML, desde as via -turas ligeiras às mais pesadas. Mas co -mo sem “ovos não se fazem ome le tas”,estes trabalhadores tem uma forte pr e o -cupação com o seu futuro. Na ver dade éque, sob a capa da crise fi nan ceira, da“racionalização” ou de qualquer outrades culpa, há longo tempo que os tra ba -lha dores sentem o definhamento pro -gres sivo do sector.Alguns exemplos:O caso das viaturas que são “re pa ra -

das” em outsourcing sem qualquer razãoplausível e, em muitas das ocasiões, re -gressando às oficinas dos Olivais II semestar devidamente reparadas o que im -plica a sua efetiva reparação pelos nos -sos trabalhadores (quando tal é pos sí -vel). Todavia, as empresas privadas querecebem as verbas=dinheiros públicospara produzir o serviço para o qual sãocontratadas, não andam muito preocu pa -das pela qualidade do seu trabalho. Bempodemos acrescentar que os res pon sá -veis da autarquia, também não!

Por outro lado, verifica-se a falta gritan -te de materiais básicos que forçam à pa -ralisação de setores dentro das oficinas,nomeadamente, no caso do setor de pin -tura, por exemplo, que parou por não ha -ver lixa - leu bem, lixa!, - para preparar asviaturas para a respetiva pintura.

Os mais de 100 trabalhadores das ofi ci -nas continuam à espera da formação ne -

cessária ao trabalho envolvendo a re pa -ra ção e manutenção das viaturas pe sa -das e novas de remoção. Enquanto estasituação se mantêm, quanto gastará aCML ao enviar estas viaturas para a res -petiva marca?

Acresce-se que os terrenos onde estãoins talados este Departamento - bemcomo o DIEM e o Serviço de Me trologia -são alvo do apetite da espe culação imo -biliária ou não estaríamos a falar da zonados Olivais/Parque das Nações...

A experiência demonstra-nos que sócom a luta é possível defender os nossosdireitos e os nossos interes ses. Nestesen tido, os trabalhadores da DRMM e oSTML continuarão mobilizados e decidi -dos a defender o serviço publico de qua -lidade que prestam ao Município e, in di -re ta mente, à cidade e popula ção de Lis -boa. �

Page 8: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

Há largos meses que o STML temchamado a atenção junto dos res -ponsáveis da autarquia para os inú-

meros problemas que se constatam naBrigada de Coletores, serviço afeto aoDepartamento de Saneamento da DireçãoMunicipal de Projetos e Obras.

Os trabalhadores que diariamentepres tam um serviço indispensável à ci -dade e à população de Lisboa, veem-seconfrontados com condições de trabalhomiseráveis que ofendem a sua dignidadeprofissional e humana.

Desde a ausência de um local ade -quado onde possam ter as suas refei-ções condignamente, às precárias con -dições sanitárias e de higiene ou aindana falta de balneários, tudo se soma auma incompetência e desprezo gritantepor parte dos responsáveis máximos daCML.

Não nos podemos esquecer das con -dições em que estes trabalhadores de -senvolvem as suas tarefas,muitas vezes, colocando emrisco a sua própria integri da -de física. A utilização de ferra -mentas ultrapassadas e alta -mente deterioradas, contri -buem igualmente para a de -gra dação deste serviço e da -queles que, apesar de tudo, oexecutam de forma exemplare profissional.

Esta política de desinves ti -mento e esvaziamento de -sen volvida pela CML, delibe -rada e profundamente criti -cável, compreende-se pelaintenção demonstrada porAntónio Costa em vender oDepartamento de Saneamen -to, e todo o serviço públicomu nicipal que lhe está as -sociado, à EPAL.

Este plano de intenções,que dura há cerca de 3 anos,prende-se com a intenção doactual executivo em sanearas contas da autarquia atra -vés deste negócio. Não ocon seguindo fazer até agora,resultado do conturbado pa -norama político nacional e daluta desenvolvida pelos tra ba -lhadores, principalmente daBrigada de Coletores, surgeagora com a notícia tornadapública no site da CML, emrealizar este negócio até ja -neiro de 2013.

O STML contesta veementementeesta intenção, principalmente, pelos ob -je tivos do governo já conhecidos em pri-vatizar a EPAL, criando deste modo ascondições para:

1. Destruição de centenas de postosde trabalho;

2. Privatização a médio prazo de umserviço essencial à cidade e populaçãode Lisboa;

3. Encarecimento dos custos com es -te serviço a serem suportados, principal -mente, pela população;

4. Degradação do serviço prestadoaos habitantes de Lisboa, face às ex pe ri -ências históricas envolvendo os proces -sos de privatização de importantes ser -viços públicos. É preciso relembrar que oprincipal objectivo das empresas priva -das é o lucro e não a satisfação do inte -res se público.

São estas algumas razões que nosme recem uma profunda contestação às

intenções do executivo chefiado por An -tónio Costa, também ela sintomática daonda neoliberal que assola este país eque não se limita, como verificamos, aospartidos que hoje (des)governam Portu -gal e que tantos sacrifícios impõem aosportugueses.

A degradação das condições de tra ba -lho dos cerca de 25 trabalhadores da Bri -gada de Coletores enquadra-se nestapo lítica destruidora levada a cabo porpo líticas que não servem, nem os in -teresses dos trabalhadores, nem da po -pulação da cidade de Lisboa.

O nosso compromisso, o do STML,materializa-se na nossa determinaçãoem combater este desastroso plano deintenções que unicamente serve os in -teresses de uma minoria e desvaloriza edespreza os interesses de todos! �

Brigada de Coletores

Os problemas que a CML teima em não resolver!

8 O TRABALHADOR DA CML

Page 9: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

STML denuncia a falta de Bombeiros e meiosmateriais no Regimento de SapadoresBombeiros por forma a poder assegurar umsocorro absoluto à cidade de Lisboa.

Desde o dia 5 de julho que estão indisponíveis três Veí -culos Urbanos de Combate a Incêndios para sair parasocorro, agravando assim a já débil prestação de so -

corro à cidade, começada a sentir desde que a CML em marçoúltimo iniciou uma reestruturação no seio do RSB.

Estas viaturas são os veículos de primeira intervenção emqualquer teatro de operações, estando estas avariadas e nãoexistindo outras para as substituir, os problemas tornam-se bas -tantes sérios. O socorro nas zonas de intervenção dos quartéisda Graça, Alvalade e Chelas, esteve claramente em causa,colocando também em risco os munícipes e os seus bens numaárea enorme da cidade de Lisboa, e só após a denúncia porparte do STML estas viaturas foram reparadas e colocadas asair para socorro.

Além desta situação existem outras que se têm vindo a agra -var, como é exemplo o facto de apenas existirem dois Auto Es -ca das (AE) para toda a cidade de Lisboa, tendo o Regimentomais dois (AE) que se encontram desativados há vários meses,por pequenas avarias que tardam em ser reparadas. Se ocor re -rem dois incêndios em simultâneo, o que é vulgar, estará criadauma situação de risco elevado, pois é frequente a necessidadede utilizar 2 auto escadas num só incêndio, o que fará com que,no segundo incêndio, não seja prestado um socorro cabal, po -den do resultar em perdas de vidas humanas e de bens ma -teriais.

O STML teve também conhecimento que, das quatro am bu -lân cias de socorro que o RSB detém, estão todas elas impe -didas de poderem prestar socorro por avarias ou impedimentosde vária ordem há várias semanas. Esta situação além de serperigosa para os munícipes, pois veem-se privados de um so -corro e um transporte imediato, ou no caso de num teatro deoperações, por acidente, necessitarem de ser transportadospara meio hospitalar. A ausência de ambulâncias contraria asor denanças estabelecidas (viaturas necessárias para umaocorrência tipo).

O STML aquando do início da reestruturação denunciou a es -tra tégia operacional que colocava um dos dois veículos de de -sen carceramento, de reserva. Após esta medida ocorreram vá -rios acidentes em que ficou patente a ineficaz prestação de so -cor ro, pela morosidade. Esta situação é resultado do facto do veí -culo de desencarceramento estar muito afastado da ocor rên cia.

Estes acidentes vieram dar razão ao STML, sendo reposta anormalidade, que passa por estarem as duas viaturas em pron-tidão para sair.

O STML vem denunciar novamente esta situação e exigir queseja reposta a prontidão das duas viaturas em causa, pois a via-tura de desencarceramento sediada no quartel de Monsanto,outra vez por questões de estratégia operacional, está à con di -ção com uma segunda viatura de socorro. O mesmo é dizerque, se a segunda viatura sair, a cidade de Lisboa ficará outravez apenas com um veículo de desencarceramento. Su jei -tando-nos aos constrangimentos já referidos.

Além do desinvestimento que se constata nos últimos anospor parte da CML na aquisição de viaturas de socorro para oRSB, com o propósito de substituir as viaturas que tem mais de

15 anos de existência (em média), verifica-se agora uma ten ta -tiva de sufocar financeiramente o ex-líbris do socorro na cidadede Lisboa, não disponibilizando o material necessário para a re -paração das mesmas em tempo útil.

Verificamos o retardar inaceitável de reparações de viaturasque, por vezes, chega a demorar vários meses, obrigando eminúmeras situações à utilização de veículos sem as condiçõesmínimas para poderem cumprir com o seu objetivo essencial,isto é, prestar o socorro na cidade de Lisboa.

A nível operacional continuam os responsáveis do RSB a darprio ridade a prevenções a casas de espetáculos dentro de Lis -boa e outros eventos organizados ou patrocinados pela au tar -quia, colocando por vezes viaturas únicas e essenciais para osocorro à população fora de serviço por falta de bombeiros paraacautelar as duas situações (socorro e prevenção).

Nunca o RSB passou por este tipo de restrições! Houve e sempre haverá como em todas as estruturas, mo -

men tos altos e baixos, mas nunca o socorro tinha sido posto emcausa a este nível.

Atualmente, devido à falta de operacionais, de equipamentos(viaturas, EPI, quartéis em condições mínimas de operacio na -lidade) e erradas opções de estratégia operacional, o STMLalerta para o facto de, se nada for feito em contrário, aumen -tarão seguramente os constrangimentos aquando da prestaçãodo socorro, e o mesmo será materializado num crescente riscopara a vida dos munícipes.

Com esta política, o STML não pactuará! Defender os Bom -beiros Sapadores é defender, simultaneamente, os interessesda população de Lisboa e a segurança dos seus bens. �

O TRABALHADOR DA CML 9

A prestação de Socorro à cidade de Lisboaestá em causa

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O TRABALHADOR DA CML10

Mobilidade Especial - Antecâmara do despedimento

É a situação em que podem ser colo ca -dos os trabalhadores, que forem con si de -rados a mais para o exercício das res pe -tivas funções, por força de reor gani za çãode serviços, racionalização de efe ti vos, fu -são e extinção de autarquias.

O que acontece aos trabalhadores di -tos a mais?

Ficam inativos e disponíveis para seremtransferidos para outro serviço ou autar -quia, assim que houver vaga. Podem serre colocados noutros serviços ou autar -quias. Podem ser considerados ex ce den -tários pelo que passam auto ma tica menteao regime de mobilidade es pecial se ti -verem vínculo público por tem po inde ter -minado. Para quem tem vínculo públicopor tempo determinado ou inde terminado,aplica-se as regras de cadu cidade de con -trato e cessação por mútuo acordo.

Qual o vencimento do trabalhador emregime de mobilidade especial?

Nos primeiros 60 dias - mantém-se a re -muneração base-mensal; após os 60 diase durante 10 meses - recebe 67% da remu -ne ração-base men sal; passados aqueles10 meses, recebe apenas metade da re -muneração-base men sal.

Quais os trabalhadores que podemser despedidos?

� Os que têm contratos de trabalho emfunções públicas a termo resolutivo certo eincerto;

� Os contratados por tempo indeter mi -nado, após 1 ano, no máximo, na situa çãode mobilidade especial, exceptuando osanteriormente vinculados sob o regime denomeação;

� Os que se encontram em regime decomissão de serviço;

� Os contratados a "recibo verde", porvia da não renovação desses contratos.

O que acontece aos dirigentes dasuni dades orgânicas que são extintas?

Desaparece o cargo de dirigente, cujostitulares regressam à categoria de origem,sendo avaliada a sua necessidade para oser viço, ficando sujeitos às mesmas re grasdos demais trabalhadores

Prevê-se que a gestão dos trabalha do -

res colocados em mobilidade especial sejaatribuída a uma entidade gestora da mo bi -lidade especial autarquia (EGMA), a cons -tituir no âmbito da cada área metro politanae comunidade inter mu ni ci pal.

Esta medida, articulada com a reduçãoobrigatória de 1 a 3% do número de tra ba -lha dores imposta pelo OE 2012, com a ex tin -ção de cerca de 1500 fre guesias e de um nú -mero avultado de em pre sas do Se tor Em -presarial local e, ain da, da extinção de car -gos dirigentes e dos respetivos ser viços, pre -tende cons tituir o meio locomotor para o des -pe di mento de milhares de tra ba lha do res.

Mobilidade geográfica - mobilidade interna forçada!

Quando é que a mobilidade geo grá -fica é obrigatória?

Sempre que:1. Se efetue para um novo local de tra ba -

lho distanciado até 60 Km do local de re si -dência, tratando-se de titulares de carreirasde grau de complexidade 2 e 3 (ex.: As -sistentes técnicos e Técnicos Su periores);

2. Se efetue para um novo local de tra ba -lho distanciado até 30 Km do local da re si -dência, tratando-se de titulares de car reirasde grau de complexidade 1 (ex.: As sis ten -tes Operacionais);

Para onde podem ser colocados ostra balhadores?

� Para unidade orgânica da área me tro -po litana (Lisboa e Porto) ou comu ni dadein termunicipal em que se integre a en ti da -de autárquica de origem;

� Para unidade orgânica de entidade au -tárquica integrante da área metro po litanaou comunidade in termu ni cipal da entidadeautárquica de origem;

� Para unidade orgânica de entidade au -tárquica integrante da área metropo litanaou comunidade intermu ni cipal de origem.

Quando é que o trabalhador pode re -cusar a mobilidade?

� Sempre que as deslocações sejam su -periores a 60 ou 30 Km, como atrás semen cionou, em função da carreira a queper tence.

Tratando-se de distâncias inferiores a60 ou 30 Km, como pode o traba lha dorrecusá-las?

Pode, por escrito, invocar e demonstrarpre juízo sério para a sua vida pessoal noprazo de 10 dias após lhe ter sido co mu ni -cada a decisão da mobilidade, no mea da -mente, através da comprovação da inexis -tência da transportes públicos ou da dura -ção da deslocação.

Há compensações previstas?� Não estão definidas, sendo esta com -

pe tência do membro do governo res pon sá -vel pelas finanças e admi nistra ção pública;

� A existirem, respeitam unicamente aen cargos adicionais com deslocações pelauti lização de transportes públicos coleti vos.

Há compensações previstas?� Não estão definidas, sendo esta com -

pe tência do membro do governo res pon sá -vel pelas finanças e admi nistra ção pública;

� A existirem, respeitam unicamente aen cargos adicionais com deslocações pelauti lização de transportes públicos coleti vos.

Adaptabilidade

Adaptabilidade individual� Definição do período normal de tra ba -

lho, de 35 horas semanais, em termos mé -dios;

� Aumento do período normal de tra ba -lho até 2 horas diárias e atingir o limite de45 horas semanais;

� Acordo entre trabalhador e em pre ga -dor, por escrito, mediante proposta do em -pre gador a que o trabalhador tem que darresposta nos 14 dias se guin tes, senão éaceite automaticamente;

� Posterior compensação, mediante are dução até 2 horas diárias, dos períodosnormais de traba lho de 35 horas.

Adaptabilidade grupal� Se 75% dos trabalhadores duma de -

terminada equipa, secção ou unidade or -gânica estiverem sob o regime de adap ta -bilidade individual, a entidade emprega -dora pode aplicá-la aos res tantes traba lha -do res dessa estrutura, mes mo que es tesnão o quei ram;

� Se 60% dos tra ba lha dores de uma de -ter mi nada equipa, secção ou unidade or -gânica estive rem sob o regime de ada p -tabilidade individual, esta pode-se apli caraos res tantes tra balhadores des sa estru -tura, através de Acordo Co letivo de Enti da -de Em pre gadora Públi ca - ACEEP.

Banco de Horas

� Se instituído por ACE EP;� O horário de tra balho po de ser au men -

As alterações à Legislação Laboral para osTrabalhadores daAdministração PúblicaAs medidas impostas pelo governo para a administração pública e concretamentepara os trabalhadores que desempenham funções ao abrigo do Contrato de Trabalhoem Funções Públicas, seja na administração central, local ou regional, revestem-sede uma gravidade sem pre cedentes no nosso país. Sintetizamos algumas destasmedidas que nos devem merecer uma forte contestação e combate.

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O TRABALHADOR DA CML 11

ta do em 3 horas por dia, 50 ho ras se manaise 200 anuais;

� Têm que estar re gu la das as formas de

com pen sação do trabalho pres tado emacréscimo que po de ser por redução equi -va lente do tempo de tra balho, alarga men tode período de férias, pa ga mento em di -nhei ro, sem exceder os li mi tes pre vistospara o paga mento do trabalho extraor -dinário;

Banco de Horas individual� O período normal de tra balho pode ser

au menta do até 2 horas diárias, no limite de45 horas semanais e 150 anuais;

� Carece de acordo entre trabalhador eem pre gador, por escrito, mediante pro -posta do em pre ga dor a que o tra ba lhadortem que dar res posta nos 14 dias se guin -tes, se não é aceite au to matica mente;

� No acordo deve constar a forma decompen sação dos acréscimos de tra ba lho.

Banco de horas grupal� Se 75% dos traba lha do res de uma de -

ter mi nada equi pa, secção ou unidade or -gânica esti ve rem sob o regime de bancode horas in di vidual, a en ti da de em pre ga -dora pode aplicá-lo aos restantes tra ba lha -dores des sa estrutura, mesmo que estes onão quei ram;

� Se 60% dos trabalha do res de uma de -ter mi na da equi pa, secção ou orgânica es -tiverem sob o re gi me de banco de horas in -dividual, es te pode-se apli car aos res tan testrabalhadores dessa estrutura, atra vés deACEEP.

Cessação por acordos - Requisitos e com pen sações

Os requisitos para a ces sação porpar te da en ti dade em pre gadora pú blicasão, entre outros:

1. Comprovação da ob tenção de ganhosde efi ciência e redução perma nen te decus tos, assim como demonstração do queo trabalhador não carece de substituição;

2. Demonstração de dis ponibilidade or -çamental, no ano de cessação, para su por -tar a despesa inerente à compensação aatribuir.

Compensações

Fixa-se, no máximo, em 20 dias de re -mu nerações base por cada ano com -pleto de antiguidade, obedecendo àsseguintes regras:

1. O valor calculado não pode ser su -perior a 100 vezes o RMMG (€485 x 100=€48.500) e,

2. O valor global calculado não pode sersuperior ao que receberia até à idade legalde reforma ou aposentação.

Caducidade dos contratos a termo - compensação

Redução substancial do montante dacom pensação devida por caducidade decontratos a termo.Fixa-se em 20 dias de remuneração

ba se por cada ano completo de anti gui -dade, obedecendo às seguintes regras:

1. O valor calculado não pode ser su pe -rior a 20 vezes o RMMG (€485x20=€9.700), e,

2. O valor calculado não pode ser su -perior a 12 vezes a remuneração base.

Cessação por acordo do tra ba lha do r - em situação de mobilidade es pe cial

� Os requisitos e o cálculo das com pen -sações são os mesmos que se apli cam àcessação por acordo;

� O valor da remuneração base é igualao último auferido antes da coloca ção emmobilidade especial; mas depende de dis -po nibilidade orça men tal do órgão ou ser vi -ço no ano da ces sa ção.

Suspensão do contrato de trabalho - por motivo de doença prolongada

� Aplica-se a todos os trabalhadores doregime de proteção social convergente -beneficiários da ADSE e CGA.

� Tem efeitos nas férias;� Mantém o direito ao subsídio de férias.O que acontece a um trabalhador que

adoeça em determinado ano, por umpe ríodo superior a 30 dias, e que seapre sente apenas ao serviço no ano se -guinte?

Terá o mesmo número de dias de fériasprevistos para o ano de contratação, ven -cidas após 6 meses de serviço prestado,tendo direito a:

� 2 dias por cada mês de trabalho pres -tado;

� Um máximo de 20 dias de férias a go -zar nesse ano.

Trabalho extraordinário e descanso compensatório

� Agrava e torna definitiva a regra previs -ta na Lei do OE/2012;

� Redução para metade dos acréscimosdevidos pela realização do trabalho ex tra -ordinário;

� Redução do descanso compensatóriopara metade do número de horas pres ta -das ou pagamento de 50% da remune ra -ção pelo trabalho prestado nesse dia (cabea escolha à entidade empregadora), nas si -tuações de trabalho realizado em feriadosobrigatórios em que as entidades estejamdispensadas de suspender o trabalho.

Estatuto de trabalhador-estudante

Acaba com a dispensa de 6 horas se ma -nais e passa a aplicar-se o que está ou viera estar no Código do Trabalho.

Feriados

Previsão da redução de 4 feriados, emconformidade com o que for fixado no Có -digo do Trabalho. �

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O TRABALHADOR DA CML12

Que estratégia para a Cultura na CML?Haverá da parte deste executivocamarário uma estratégia verdadeira-mente consequente para a Cultura na cidade de Lisboa? A pergunta faz sentido quando, a pouco mais de um ano do fim do mandato, paira sobre a políticacultural municipal um profundo des-norte. Tal como nas mais diversas áreas de atividade do Município de Lisboa…

Enquanto trabalhadores, mas tam -bém enquanto munícipes deLisboa, analisando a política cultu-

ral do PS na CML, só é possível concluirque não basta acenar com a crise paradesculpar a confusão e a ine ficácia insta-lada nesta área. Até porque o desastreremonta aos tempos da anterior vereado-ra que, sem saber muito bem como lidarcom as “coisas” da cultura, se limitou apouco mais que inaugurar um museu (odo Design e da Moda) e a en comendarum estudo milionário ao ISCTE para quepunhado de académicos apontasse assoluções que todos sa be mos serem asdo costume (apesar do estudo parecercaído no esquecimento da atual detento-ra do pelouro, continua disponível on-line

em http://cultura.cm-lisboa.pt).Já neste mandato, e com uma re es -

truturação de serviços em marcha, sobrea Cultura caiu uma bomba que serve decartão de visita para a “política cultural”do PS na CML:

Os museus e galerias municipais se -riam transferidos para a pouco eficiente eigualmente des norteada EGEAC. É certoque o tal es tudo académico de 2009 in -dicava já esse desfecho, mesmo quandose verificava que jamais fora aferidapelos autores a capacidade logística efinanceira da em presa municipal paraassumir tama nha responsabilidade. Masa ordem era colo car todos os museus egalerias sob ges tão da empresa muni -cipal e, desde que foi tornado público oplano de reorga nização dos serviços, atransferência da gestão direta da CMLpara a EGEAC devia ser feita com amaior brevidade.

Quase dois anos depois, e após co -locar à beira de um ataque de nervosmais de uma centena de trabalhadores,os museus e galerias municipais trans -feríveis continuam no limbo das incer te -zas. Certo que os trabalhadores se mo -bilizaram para defender o serviço públicoe os seus postos de trabalho, e que issoterá travado as acelerações imprudentesque esta medida anunciava. Mas tam -

bém é certo que, perante a confusão ins-talada, se foram avolumando os es tudose os pareceres, e que agora até se con-tratou o iluminado António Mega Ferreira(por meros 19 mil euros) para dei tar luzsobre que desfecho dar ao es tranho casodos museus municipais.

Aparte o lado anedótico, os custos paraa Cultura e para a cidade de Lisboa detodo este processo estão longe de estarcalculados e anunciam-se trágicos. Háuma forte inoperância dos serviços vi -sados (que perderam meios e trabalha -dores), há a degradação patrimonial dosequipamentos e, quem sabe, de algumasobras de arte.

Enquanto isto se passa com museus egalerias, as outras áreas de ação da Cul -tura na CML vão-se de batendo com o im -proviso para que seja dado algum sinalde vida à cidade por parte do município.

Enquanto o executivo procura (ou não)uma estratégia cultural ou engendra ape-nas a acelerada degradação do papel daCML na Cultura da cidade para, quemsabe, ir externalizando ou extinguindoserviços, vão sendo os trabalhadoresque, cada vez com menos meios e re -cursos, vão evitando que o desastre sejaainda maior. �

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O TRABALHADOR DA CML 13

Realizou-se, no dia 14 de julho, noMiradouro de São Pedro de Al -cântara, em Lisboa, o Piqueni -

que promovido pela Interjovem/CGTP-IN e pela ABIC (Associação dos Bol -seiros de Inves tigação Cientifica).

Estiveram presentes jovens de todo opaís, dirigentes e delegados sindicais,trabalhadores desempregados, de di -versas organizações juvenis que, co -locando um pano nas grades do Mira -douro, virado para a cidade de Lisboa,com o Lema "O desemprego e a preca -riedade não são para aceitar, são paracombater", deixando a mensagem da

ação que se desenvolve e que se con -tinuará a desenvolver na luta contra apolítica de direita que promove a preca -riedade, o desemprego e a generaliza -ção dos baixos salários.

Foi realizado, durante o PIC NIC, umdebate com as intervenções dos jovenspresentes, onde foram dados exemplosque provam que este combate é pos sí -vel e eficaz, quando é organizado e con -sequente.

Reafirmou-se ainda, que os jovenspela sua capacidade, criatividade, for -mação e experiência de trabalho sãoes senciais ao desenvolvimento do país

e são a garantia de um Portugal comfuturo e de progresso social.

A iniciativa acabou na Rua do Carmo,após um desfile participado, combativoe determinado. O término desta ação foidado pelas intervenções dos represen -tantes da ABIC e da Interjovem/CGTP-IN, afirmando a continuação da luta dosjo vens trabalhadores, dos jovens bol sei -ros e de todos os jovens deste país queso frem as agruras de uma política quenão serve os seus interesses e, muitome nos, os interesses do país. �

Realizou-se, no passado dia 12 de julho, a 6ª Con -ferência da Interjovem/Lisboa que, sob o lema “com aforça da juventude lutar pelos nossos direitos!”, con-

tou com a participação de cerca de 100 delegados entre diri-gentes, delegados e ativistas sindicais do distrito de Lis boa.

Foi uma importante jornada de luta dos jovens do dis tritoque puderam debater problemas de trabalhadores, jovens emenos jovens dos diversos setores de ativi dade. Existiu tam-bém uma troca de experiências entre aqueles que aban -donam as funções de direção e os que assumem agora adireção da luta dos jovens traba lha do res do distrito.

Ficou ainda patente que este é um espaço de cresci mentoe aprendizagem para estes jovens dirigentes que natural -mente ficarão mais mobilizados e preparados para assu -mirem responsabilidades futuras nos seus sin dicatos e nomovimento sindical unitário, garantindo as sim, o re juve nes -ci mento necessário e a continuidade que a luta dos traba -lhadores não dispensa.

O STML congratula-se com a eleição da nova direção que,dos 21 membros que a compõem, integra dois delegadossindicais do nosso sindicato. A continuidade da repre sen -tação do STML nesta importante estrutura é um reconhe -cimento do empenho que este sindicato tem colo cado aoserviço da luta dos trabalhadores, e no caso con creto da lutados jovens.

Esta conferência aprovou ainda como principais orien -tações para a ação sin dical:

“Promover a dis cus -são sobre os proble masespe cífi cos dos jovenstraba lha dores no seiodos sindicatos do dis -trito de Lisboa;

“Em articulação comos sindicatos promo verações de luta que res -pondam aos pro ble mase rei vindica ções da ju -ventude.

“Criação de comis -sões de jovens e acom -pa nhamento das já exis -tentes através da suadi namização e desen -

volvi mento.“Dinamizar a par ti cipação e presença das comissões de

jovens nas ações mais gerais do MSU que, trazendo as rei -vin dicações da juventude à cabeça, reforçam im pre te ri -velmente o papel e a participação da Interjovem.

Este reforço da participação dá mais força à luta da ju ven -tude e afirma a CGTP-IN, como a única força capaz de res -ponder aos anseios e aspirações dos jovens tra balha dores.

À nova direção desejamos um bom trabalho e sucesso nasua intervenção. �

6.ª Conferência distrital da Interjovem de Lisboa

Piqueniquecontra aprecariedadee desempre-go

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Nelson Bento

Page 14: O Trabalhador da CML Nº 152 - Julho/Agosto 2012

OPlenário Nacional da Frente Co -mum dos Sindicatos da Admi nis -tração Pública (FCSAP), contou

com a presença de mais de um milhar dedirigentes e ati vistas sindicais, que secon centraram no Cais do Sodré, às15H00, partindo pos teriormente rumo aoMinistério das Fi nanças.

Este plenário serviu para denunciar erefutar o pretenso processo negocial emcurso que pretende sobrepor-se ao direi-to constitucional da negociação co letiva,tentando transpor directamente para ostrabalhadores em funções públi cas, oacordo de concertação social, ce le bradopor este governo do PSD / CDS, patrona-to e UGT, que teve em conta to das asmedidas anti-tra ba lha dores e os seusdireitos, ordenados pela troica es -trangeira UE, BCE e FMI.

Mobilidade geográfica contra a vontadedo trabalhador, a adaptabilidade dos ho -rá rios com a criação dos bancos de horasin dividuais e grupais, a supressão dequa tro feriados, cinco se contarmos oCar naval, a eliminação da redução deho rário para os trabalhadores-estu dan -

tes, a consolidação da redução para me -tade do pagamento do trabalho extra -ordinário, são algumas das medidas queo governo pretende aplicar aos traba lha -dores da AP, ignorando total mente aspropostas da FCSAP.

O governo apresentou inicialmente umconjunto de propostas péssimas, com ointuito de, alterando um pormenor aqui eali, as transformar “apenas” em muito máse, assim, “justificar” a afirmação de quehou ve um “manifesto benefício” para ostra balhadores da Administração Pú blica.

Trata-se de um puro exercício de ma -nipulação e hipocrisia para esconder overdadeiro objectivo e resultado: a re -tirada de direitos aos trabalhadores daAP, conquistados ao longo de décadasde luta e que constituíam reais avançossociais e civilizacionais.

Ao mesmo tempo, com o pretensorecuo (insignificante) nalgumas medidas,visavam criar as condições para os par -ceiros do costume - FESAP e STE (am -bos da UGT) - assinarem este “pa cote”ruinoso para os trabalhadores.

A FCSAP deixa desde já, a garantia

que jamais assinará qualquer acordo quevise a retirada de direitos e rendimentosaos trabalhadores da AP.

No plano da acção desenvolvida, os âni -mos exaltaram-se aquando da chegadados trabalhadores à porta do Mi nis té rio,tendo estes avançado até junto do cor dãopolicial que ali se encontrava. En tre pa la -vras de ordem contra o governo, a troica ea política de desastre em curso, os tra ba -lhadores tiveram ocasião de di ze rem àsforças policiais que os ter roris tas se en -con tram dentro das portas da quele Mi -nistério e não na rua, pois ali es tavam asvitimas dos roubos de salários e sub sí diose da redução inqualificável de direi tos.

Uma delegação da FCSAP, dirigiu-seao interior do Ministério, para entregar amoção aprovada no plenário, mais umavez a delegação teve de deixar a reso lu -ção à funcionária que os recebeu, pois osecretário de Estado da AdministraçãoPública encontrava-se em reunião e nãopodia interromper para receber os re pre -sentantes dos trabalhadores. Reveladorda consideração que estes “seres” têmpor quem mantém o país a funcionar. �

O Plenário Nacional da Frente Comum foi um acto de luta e determinação!

14 O TRABALHADOR DA CML

Acção de luta do Sector Empresarial do Estadopromovida pelo STML/STAL

Cerca de duas centenas de diri gen -tes e activistas sindicais, do STMLe do STAL, assim como trabalha -

do res de Empresas Municipais (EGEAC),manifestaram-se na manhã do dia 25 demaio, em frente à As sembleia da Repú bli -ca, contra a pro posta do Regime Jurídicodas Actividades Em presariais do SetorLocal que o go verno PSD/CDS entregounesta As sem bleia, apelando aos gruposparla men ta res que chumbassem aqueledocu mento sob pe na de estarem a con tri -buir para a des truição (privatização) desteimportante setor público, pondo em causapos tos de trabalho e acesso a estes ser -viços es senciais.

Se esta proposta se transformar em lei,mais de metade das empresas que fazemparte do setor público local, fecham por -tas no dia a seguir. As condições de fi -nanciamento, que estão previstas destes

serviços tornam inviáveis a maior partedestes. Esta lei foi concebida de forma aproporcionar à gula do capital privado apossibilidade de se apoderar de serviçostão importantes para as populações comoo abastecimento de água, a habitação, arecolha de resíduos sólidos, equipa men -tos culturais, entre outros.

Para os 16000 trabalhadores destesser viços está em causa o posto de tra -balho. Tendo ou não vínculo aos mu ni -cípios o caminho é a mobilidade espe cialou o desemprego, pois apesar de estarprevisto em caso de remunici pa lização atransição para os municípios, dos tra ba -lhadores com vínculo a estes, tal é umamiragem visto que estão sujeitos porimposição da lei do orçamento à reduçãode 2% / ano de pessoal, inviabilizandodesta forma a entrada de pessoal.

Os participantes no plenário rejeitaram

liminarmente esta proposta de lei e afir -maram que o STAL e o STML tudo farãopara a combater, procurando sensibilizargrupos parlamentares, Poder Local De -mo crático, seus eleitos e estruturas re -presentativas e populações em geral paraque se unam nesta batalha es sen cial nadefesa dos serviços públicos locais.

No final representantes dos dois sin -dicatos entregaram a resolução aprovadana Assembleia da República, tendo sidorecebidos pelo deputado Ramos Preto,em representação da sua Presidente e naqualidade de presidente da Comissão doPoder Local, e pelos grupos parla men -tares do PCP, do PSD e do CDS/PP. Tam -bém uma delegação do grupo parlamen -tar do Partido Ecologista "Os Verdes",ma nifestou de viva voz, no plenário, a suasolidariedade com esta luta dos traba -lhadores. �

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15O TRABALHADOR DA CML

Em defesa do Poder Local Democrático e dos serviços públicos municipais

Milhares de trabalhadores das Autar -quias Locais participaram, no dia 6 dejunho, numa manifestação organizadapelo STML e o STAL, entre a Presidência do Conselho de Ministrose o Parlamento.

Acrescente degradação das con di -ções de vida e trabalho, os cada vezmais bru tais e profundos ataques

aos direitos labo rais e sociais desenca dea -dos pelo Gover no, por si só, são motivosmais que sufici en tes para a luta: cortes econ gelamentos salariais, roubo de subsí -dios de Férias e de Natal, desvalorizaçãobrutal do valor hora, alterações gravosasda legislação laboral do sector público, no -meadamente as “mo bilidades “especial” e “geográfica”, a pre ten sa cessação de con -trato de trabalho individual em funções pú -blicas por “mutuo acordo”, a adaptabilidadehorária e bancos de horas.

Mas a acrescentar a todos estes ataques aos trabalhadores,o governo, a mando da troika, ataca agora também o sectorempresarial publico e o Poder Local Demo crático.

Numa clara ingerência das competências especificas dadasao Poder Local pela Constituição da República, o Governo quercondicionar as autarquias, ingerindo-se nos seus poderes denegociarem Acordos Coletivos de Entidade Publica, impondoreorganizações de serviços para servir a bipolarização políticanas Autarquias e a supressão da Oposição na Câmaras, aextinção de centenas de freguesias e concelhos, a destruiçãoou e privatização de serviços públicos municipais, nomea -damente nas áreas do saneamento, resíduos sólidos e água.

No início da manifestação Nuno Almeida, coordenador daAção Reivindicativa do STML, referiu a necessidade dos tra ba -lhadores reforçarem a luta e a ação sindical. Vítor Reis, coor de -nador do STML interveio no final da Manifestação denunciandoas pressões da troika e reafirmando as propostas da nossa cen-

tral, a CGTP-IN para dar uma resposta dos trabalhadores àcrise.

A manifestação aprovou uma moção que, na sua partedeliberativa, afirma:

“Num quadro de agravamento das condições de vida dos tra -ba lhadores e da população em geral, de recessão continuada ede ataque sistemático aos direitos dos trabalhadores, provocamredobrada revolta as recentes afirmações de Passos Coelho deque os portugueses «já não estão à beira do abismo», afir ma -ções que se tornam tão mais insólitas quanto são conhecidosos níveis crescentes do desemprego, da precariedade e da po -breza. Pelo que os participantes na Manifestação Nacional doSTAL e do STML, em 6 de junho de 2012, decidem:

“Condenar as alterações laborais para a Administração Pú -blica e para a Admi nis tração Local, particularmente a mo bi -

lidade es pecial e territorial, o banco de ho -ras, a ada p tabilidade dos horários de tra -balho, a cessação do contrato por mútuoacordo e a redução de cargos dirigentes daAdmi nis tração Local;

“Condenar o projeto de reforma do Se torEmpresarial Local, exigindo que seja acau -telada a remunicipalização dos serviçosem oposição a qualquer lógica de priva tiza -ção e que sejam salvaguardados direitosdos trabalhadores, particularmente o localde trabalho;

“Afirmar a determinação de continuar ocombate em defesa do Poder local Demo -crático, contra a extinção de freguesias,pelos direitos e postos de trabalho, por ser -viços públicos de qualidade e acessíveis àspopulações;

“Considerar que a intensificação da lutados trabalhadores e das populações cons -titui um fator indispensável para o combateàs inevitabilidades e a exigência de umamu dança efetiva no rumo do País (…)” �

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O TRABALHADOR DA CML 16

Após uma grandiosa manifestaçãono Porto, uma semana antes, aCGTP-IN realizou no dia 16 de ju -

nho em Lisboa uma importante e partici -pada ação de protesto contra as medidasque o governo tem vindo a desenvolver eque tem um impacto cada vez mais ne -gativo junto dos trabalhadores, quer dosector privado, quer do sector público.

Concentrados no Marquês de Pombal,milhares de trabalhadores desfilaram atéaos Restauradores gritando ao longo detodo o percurso palavras de ordem contraa política extremista de um governo ultra -liberal, unicamente preocupado com osinteresses da banca e desprezando si -mul taneamente os interesses do povo edos trabalhadores portugueses.

Uma acção de luta que manifestou umgrande espírito combativo, com origem naforça da razão e na profunda convicçãoque, mais cedo do que tarde, a política dedi reita será derrotada. Um sentimento que

cimentou, obrigatória e consequen te -mente, o compromisso generalizado decontinuar a luta!

Para os trabalhadores da administraçãopública e em particular do município deLisboa, as razões para lutar não são di -ferentes de todos os outros trabalha do -res, o mesmo é dizer, um forte repúdio auma nova (velha e retrógrada aspi ra ção)re visão das leis laborais que mais não si -gni ficam do que a degradação insus ten tá -vel das condições de trabalho, a dimi nui -ção dos salários e dos diversos com ple -mentos remuneratórios além da fa ci lita -ção dos despedimentos e na redu ção donú mero dos postos de trabalho, con tri -buin do deste modo, para a diminui ção eextin ção de importantes serviços pú bli -cos.

Associadas às reivindicações mais ge -rais, nomeadamente, pelo trabalho comDireitos, por salários dignos, pelo Direito àsaúde, à educação, à segurança social,

isto é, pelo respeito, reforço e cum pri -mento pelo Estado, através do go verno,das suas funções sociais, con ju gou-se asreivindicações próprias dos trabalhadoresda administração local: pela defesa dosserviços públicos mu nicipais e dos postosde trabalho; pelo pagamento em atrasode todas as pres tações remuneratóriasem dívida aos trabalhadores, seja em ho -ras extraordiná rias ou outros comple men -tos; pelo in vestimento e reforço na melho -ria das con dições de trabalho, defen den -do simulta nea mente, o Direito das popu -la ções a serviços públicos de qualidade ea preços acessíveis.

São estes os objectivos que nos nor -teiam para todas as acções de luta maisgerais que se continuarão a realizar en -quanto a política de direita e os partidosque a sustentam, não forem derrotados.

Por isso afirmamos: A LUTA CON TI NUA NOS SERVIÇOS E

NA RUA! �

Um dia de luta e protesto

Em 16 de Junho milhares de trabalhadoresencheram as ruas de Lisboa!

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O TRABALHADOR DA CML 17

ACGTP-IN vai promover uma Mar -cha contra o desemprego entre osdias 5 e 13 de outubro. Esta ini -

ciativa de âmbito nacional terá o seu inícioem Braga e ter minará em Lisboa.

Sendo uma acção aberta a todos osque nela queiram participar, a CGTP-INirá estabelecer no plano regional um con -junto de contactos com diversas en tida -des no sentido de apoiarem e se soli da -rizarem com esta marcha que tambémtem como objectivo que o direito ao tra ba -lho e ao trabalho com direitos seja as se -gurado a todos quantos trabalham e vi -vem em Portugal.

O desemprego inibe a criação de riqueza e fomenta a pobreza O memorando da troica e a política do

Governo do PSD-CDS estão a trucidar oemprego, a banalizar os despedimentos ea precariedade, a fomentar o desem pre -go, a reduzir os salários e a proteção so -cial, a aumentar as desigualdades e a ge -ne ralizar a pobreza. Em 2012 serão des -truídos mais de 200 mil postos de tra ba lho,situação que deve continuar em 2013 ca -so não se invertam as políticas em cur so.

A taxa de desemprego deverá atingir os15,5% no conjunto do ano de 2012 e os15,9% em 2013. Isto significa que o nú -mero oficial de desempregados pas saráde 706 mil em 2011 para 881 mil em 2013.De acordo com estas previsões, em 2017,a taxa de desemprego (de 13,7%) não te -rá ainda descido sequer para o nível de2009 (9,5%).

A taxa real de desemprego (consideran -do os inactivos e os que estão em sub -emprego) ultrapassa os 20% abrangendomais de 1,2 milhões trabalhadores de -sem pregados. O desemprego de longadu ração está a aumentar, assim como45% dos desempregados são menoresde 35 anos.

Em consequência, muitos trabalhado -res, particularmente os mais jovens, estãoa emigrar. Só no 1º trimestre de 2012 te -rão saído do país cerca de 40 mil jovensen tre os 25 e os 34 anos. Esta é uma polí -ti ca que está a pôr em causa o presente e

a comprometer o futuro.

Mudar de política para criar mais e melhor emprego A criação de emprego depende fun -

damentalmente do crescimento econó -mico, sendo necessário em primeiro lugardar resposta a este problema. Não bastaanunciar programas pontuais e avulsosdirigidos à criação de emprego. São fun -damentais políticas macroeconómicasque fomentem o crescimento e o desen -vol vimento económico, assegurem o au -mento do PIB, o fomento do emprego e ocom bate à precariedade, bem como oapoio às pequenas e médias empresas.

Daqui decorre a exigência da renego -cia ção da dívida (prazos, juros e mon tan -tes) para assegurar o crescimento econó -mico como condição para a diminuição dodéfice público. O prazo para a redução dodéfice público deve ser alargado, paraque se implemente outra política de cres -cimento e coesão social de forma a ga -rantir a consolidação orçamental.

Para CGTP-IN é ainda necessário as se -gurar que não se alienem instru men tos depolítica económica, aumentando e refor -çando o Sector Empresarial do Es ta do.

MEDIDAS PARA COMBATER O DESEMPREGO Neste sentido a CGTP-IN apresenta as

seguintes medidas urgentes: � Aplicar um Programa de Desen vol -

vimento dirigido à Revitalização do Te cidoPro dutivo, com o envolvimento e mo bili -za ção da sociedade e dos traba lha doresem particular, tendo como ob jetivos cen -trais o reforço das exporta ções e a subs ti -tui ção das importações por pro dução na -cio nal, de forma a equilibrar a ba lança co -mercial e diminuir a depen dência externa.O plano deverá incidir nos setores pri má -rio (agricultura, pescas, diversos subse to -res do mar, setor mi neiro…), na indústria,com a reindus tria lização do país.

� Dinamizar a procura interna atravésdo consumo o que passa pela melhoriade salários, incluindo o salário mínimo na -cional, e das prestações sociais

� Implementar políticas que assegu -rem o cumprimento do princípio constitu -cio nal do direito ao trabalho e ao trabalhocom direitos, promovam o pleno empregoe combatam o desemprego. Para o efeitoo horário de trabalho deve ser reduzidopro gressivamente para as 35 horas se -ma nais, sem adaptabilidade e sem redu -ção de salário.

� Revogar, na legislação do trabalho,a discriminação relativa à contratação dejovens (e desempregados de longa du ra -ção), ao permitir a sua contratação a ter-mo em qualquer situação, incluindo parapre enchimento de postos de trabalho per -manentes

� Reforçar a fiscalização e limitar oscon tratos de trabalho de duração de ter mi -nada a necessidades temporárias de tra -ba lho (tanto no sector privado como nose tor público); passar a efectivos de todosos trabalhadores que exercem funções decaráter permanente; regularizar os falsosrecibos verdes, o que implica fiscalizaçãoreforçada das situações de falsos recibosverdes, tendo em conta a presunção doart.º 12.º do Código do Trabalho.

� Abandonar a intenção de reduzir onú mero de trabalhadores na Administra -ção Pública e desbloqueamento das con -tratações de pessoal, garantindo que onúmero de trabalhadores é o adequadoface às necessidades e ao bom funciona -mento dos serviços públicos

� Prolongar o subsídio social de de -sem prego a todos os desempregadossem protecção social enquanto durar acrise e revogação de todas as medidas naárea da protecção social que têm comoobjetivo o abaixamento de salários.

� Reforçar o papel dos centros de em -pre go na captação de ofertas de empre -go, assegurando ao mesmo tempo a qua -lidade e o respeito pelas normas legais econtratuais, incluindo salários.

� Criar um imposto extraordinário quedesincentive a distribuição de dividendospor parte das empresas e a transferênciade mais-valias para o exterior, incen ti van -do a recapitalização das empresas e acria ção de emprego permanente. �

Marcha contra o desemprego

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Assim como os Sindicatos são a for -ça dos trabalhadores, são estesque lhe transmitem a força de que

ne ces sitam. Todas as conquistas alcan -ça das depois do 25 de Abril, foram-nomer cê de muitas lutas e de muita per sis -tência nas suas reivindicações. Um dosdireitos alcan çados, e pouco lem brado,foi a possibili dade da quota ser descon ta -da direta mente no venci men to de cadatra balha dor, pois Maldona do Gonelha -ministro do Trabalho no go verno de MárioSoares - não con seguiu “quebrar a es -pinha à Intersindical” como proclamava.

Quando nos aposentamos essa “fa ci -lidade” deixa de ser possível, mas talfacto não deve ser motivo para deixar deser sindicalizado. O valor da quotização ésimbólico, continuamos a usufruir de to -dos os direitos (e deveres) que o STMLpro porciona e custa muito pouco a deslo -ca ção à Rua de S. Lázaro

É natural que as ações levadas a cabopelo STML tenham maior incidência nosproblemas que os trabalhadores enfren -tam no seu local de trabalho, mas quan -do o STML luta por melhores condiçõesde vida, acesso à saúde, à segurançasocial, aos transportes, etc., está a lutarpor todos: trabalhadores no ativo e apo -sentados.

O STML não deve contar apenas coma força reivindicativa de todos os que tra -balham no município de Lisboa, tem de

continuar a contar também com aquelesque se aposentaram mas ainda têm dis -po nibilidade para engrossar as suas fi lei -ras.

No STML existe uma Comissão de Re -formados que reúne regularmente na ter -ceira 4ª feira de cada mês, o que permitemantermo-nos informados da situaçãopo lítico-sindical, trocar experiências e in -formações, discutir os problemas quemais afectam os aposentados e pro gra -mar actividades lúdicas. �

O TRABALHADOR DA CML18

A nossaorganização

Espaço dos Aposentados

Como membros da Inter-Reformadosde Lisboa / USL / CGTP-IN, participámosa 21 de junho no seu 6.º Encontro, comcinco delegados. Na assembleia, muitoparticipativa, as numerosas intervençõesdemonstraram bem que os reformados,ao invés de serem um peso social comoalguns pretendem encará-los, são umaforça experiente e dinâmica que deve sercompreendida e valorizada, nomeada -mente em sede da Concertação Social.

Aprovado por unanimidade o Plano deAção Reivindicativa está consubstan -ciado em 3 vertentes: 1. Defesa da Segurança Social Pú -

bli ca e melhoria real das Pensões eou tras prestações sociais;2. Melhoria dos Cuidados de Saú -

de;3. Estímulo à Mobilidade e Com -

bate ao Isolamento e Insegurança.Dos 35 membros eleitos para a Direção

Distrital fazem parte dois elementos daComissão de Reformados do STML.

22001122 AANNOO EEUURROOPPEEUU DDOO EENNVVEELLHHEECCIIMMEENNTTOO AACCTTIIVVOO

A 27 de junho visitámos o Templo Ra -dha Krishna, em Lisboa, onde Sona Ma -nilal nos deu a conhecer um pouco mais

da Comunidade Hindu. Assistimos aocerimonial de um casamento e al moçá -mos na sua cantina.

Na próxima iniciativa, contamos con -tigo! �

Contra o empobrecimento lutamos pelo direito a viver com dignidade

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19O TRABALHADOR DA CML

OGoverno conservador deEspanha, de conluio coma troika, que começa tam -

bém ali a reforçar os ataques aquem trabalha, prepara-se pararasgar o Plano Plurianual do Car -vão e com isto coloca em causamais de 25.000 postos de tra ba -lho além de por em perigo cen te -nas de povoações cuja ativi dadeessencial é a atividade mi neira.

Com forte peso nas Astúrias,mas presente em outras das re -giões au tonómicas, a comuni da -de mineira responde com uni da -de, luta e de terminação aos cons -tantes ataques das forças de re -pres são do Estado Espanhol.

Usando todas as formas de luta,desde ocupações de minas, ma -ni festações, cortes de estrada, osmineiros em Espanha - no qual étradicional a presença de mineirospor tugueses, organizam-se e de -fendem-se das ações militares daGuardia Civil e, conscientes da ne cessidade de solidariedade,or ga nizaram uma Marcha Negra (do carvão) que, partindo devários pontos confluiu para Madrid onde chegou a 10 de julho.Esta ação de luta contou com uma delegação de solidariedadeda FIEQUIMETAL/CGTP-IN (Federação Intersindical das In dús -trias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Elétrica, Energia eMinas).

Esta luta titânica está a gerar a solidariedade de trabalhadorese organizações laborais de todo o mundo. A Direção setorial dosServiços Públicos de Segurança Social do Setor de Pensões doPublic and Comercial Services Union (PCS), o maior sin dicatoda administração publica da Grã-Bretanha, e que re presenta80.000 funcionários públicos britânicos, em mensagem enviadaaos mineiros e às suas organizações afirma: “A vossa luta é uma inspiração para o nosso Sindicato e que -

remos dar-vos todo o apoio na vossa batalha contra a austeri -dade. Sabemos muito bem a importância do trabalho mineiropara as comunidades pois os nossos associados ainda tentamapoiar desempregados das zonas mineiras destruídas porTatcher nos anos de 1980 (...). Isso também mostra que osgovernos reconhecem a oposição dos trabalhadores organi -zados e o potencial que temos para os derrotar.”

Por seu turno a CGTP-IN emitiu uma nota à comunicaçãosocial sobre o assunto, que, obviamente, a nossa imprensa “de -mocrática” não referiu. Transcrevemos parte da mensagem danossa central sindical: “A CGTP-IN expressa a sua profunda solidariedade com os

mi neiros de Espanha que há vinte dias desenvolvem uma cora -josa luta e greve em defesa do futuro de um setor que está a sercondenado ao encerramento pelos brutais cortes orça mentaisde 64% do apoio às minas de carvão, decretados pelo governoespanhol (...). Mais de 200 mineiros iniciaram, no dia 22 de ju -nho, a chamada “Marcha Negra” que percorreu a pé cerca de

500 km desde as Astúrias, Leão e Aragão até Madrid, em defe-sa do seu emprego, do futuro das suas famílias e da vida dassuas terras.No dia 10 de julho, à marcha que entrou em Madrid, juntaram-

se dezenas de milhares de pessoas que organizaram uma gi -gantesca manifestação de apoio. A manifestação foi fortementereprimida pela polícia, causando vários feridos e muitas deten -ções. A CGTP-IN condena a repressão promovida pelas auto ri -dades espanholas e solidariza--se com os mineiros, os mani -festantes e as organizações sindicais de Espanha."

Com o agravar da crise económica a nível internacional é cadavez mais necessário a cooperação e solidariedade internacionalentre trabalhadores e as suas organizações representativas. �

Mineiros Espanhóis em luta pelo Trabalho geremsolidariedade em Espanha e no Mundo

Um exemplo para TODOS!

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20 � O TRABALHADOR DA CML

Protocolos do STML

Breves

� ISEC – Instituto Superior de Educação e CiênciasPara os nossos associados, cônjuges e descendentes em 1.ºgrau:- 10% de desconto nas propinas;- 12% de desconto na propina da licenciatura em Ges tãoAutárquica.

� ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração� ISG – Instituto Superior de Gestão� IPES – Instituto Português de Estudos Superiores� IESC – Instituto de Estudos Superiores de Contabilidade� Escola Superior de Educação João de Deus� ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas� COFAC – Universidade Lusófona Lisboa/Porto

- Instituto Superior de Humanidade e Tecnologias de Lisboa- Instituto Superior Politécnico do Oeste

- Instituto Superior D. Dinis- Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes- Escola Superior de Educação Almeida Garrett

� Lancaster College� Universidade Lusíada� Universidade Autónoma� Mundi Travel� Teatro da Cornucópia� Viaggiatore – Companhia de Lazer e Turismo� Campiférias – Centro de Férias e Turismo� Millenium BCP� ENAL – Escola Nacional de Automobilismo� Mind – Project – Psicologia, Psicoterapia e Medicina� Sagres – Companhia de Seguros� Aldeamento Turístico de Palmela �

PELO TERCEIRO ANO consecutivo aCâ mara Municipal de Lisboa estendeu apassadeira vermelha a uma grande ca -deia de supermercados para que se fi -zesse um denominado “mega piqueni -que”. Apesar da popularidade da inicia -tiva, veiculada pelo “folclore” montadopelo marketing aclamando a “produçãonacional”, as iniciativas têm permitido àdita cadeia ter um dia inteiro de exaus ti -va publicidade, quer no local quer na te -le visão.

Ao ceder espaços de enorme rele vâ -ncia - Parque da Bela Vista, Avenida daLiberdade e, este ano, o Terreiro do Paço

-, a CML pactua com a voracidade pu bli -citária de uma empresa privada semacau telar os reais interesse da cidade.

As contrapartidas do último “megapiquenique” demonstram que, por “tro -cos” (para a dimensão publicitária doevento), uma marca açambarca comenor me facilidade a principal praça dacidade, que, esclareça-se, a CML ar ren -dou despudoradamente mesmo quando,à excepção dos vereadores do PS e do“independente“ Sá Fernandes, todos osvereadores se indignaram.

De facto, a política do “piquenique” pa -rece encantar José Sá Fernandes e o

co nivente António Costa. O sinal dadopelo “piquenique” é que qualquer marcase pode apropriar do espaço público eor ganizar uma mega campanha publi -citária. Basta travesti-la com um supostoin teresse público (aqui, fala-se à bocacheia da “produção agrícola nacional”),para justificar os estandartes e a omni -pre sença dos logotipos. Ou não, já quenem sempre são precisos eventos destadimensão para que a publicidade do mi -ne o espaço público de Lisboa.

Lisboa é mesmo uma cidade sem re -gras neste aspeto. Não é, Sr. pre si de n -te? �

A política do piquenique em espaço público

NO ÂMBITO DAS COMEMORAÇÕES do 35.º aniversário donosso sindicato realizou-se, no dia 17 de junho, o piqueniqueanual do STML.

Este convívio teve lugar no parque ecológico do Gameiro,em Mora, junto ao Fluviário desta localidade, que os parti ci -pantes (aqueles que quiseram) tiveram a oportunidade de vi -sitar.

A direção do STML congratula-se com o aumento do númerode associados, familiares e amigos que participaram nesta ini -

ciativa (cerca de 500) que, para além do convívio saudável eboa disposição criada, proporcionou ainda um dia mergulhosna praia fluvial e momentos de jogos para aqueles que assimpreferiram.

Lamentamos, ainda, alguma desorganização que possa terexistido, mas como entenderão, esta não é a especialidade dequem com muito esforço e dedicação levou a cabo a tarefa deorganizar este evento, prometendo que para o ano tentaremosmelhorar em tudo aquilo que tenha corrido menos bem. �

Um grande piquenique do STML em Mora!