o sertão como patologia - nísia trindade lima

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Capítulo 4 do livro Um Sertão Chamado Brasil.Trindade, Nísia.Free download

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    TESEDE

    DOUTORADOPRMIO

    DEPUBLICAO

    1998IUPER]

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    -liiz.

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    OIUPERJ

    _UNxv|5Rs1D.\1>F.CAND|uuMr;NDEsUCAM

    EIOY1RV

    5111

    ff..->L;:z'

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    CAPr1ULO4

    OSERTAO

    CO

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    PATOLO

    GIA,ABAN

    DO

    NO

    EESSNCIA

    DA

    VIDA

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    NA

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    Opa/m

    orava

    no19:12ae

    umlugu

    Aqu;elacuna

    degente--

    ele1%/'ouSo

    quasetem

    bfclzoandorm

    me

    1vozeQuem

    peztaoboto

    doz:manhece1

    eoarqufMm

    a/1.1apa1eceup01Ia'um

    doulfuozm

    adochefe

    de.suspensofvos

    eazlem

    anesN":beua

    dos1:1e/osgawoescouuamcarzmguezos*

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    PllL.L,

    Odouto;apazeceu

    D/ssa--Prea/sam

    defam

    a:an]u1losro.f1wmPe;Io

    denos

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    aum

    aespeza

    de.eolfn/m

    sO

    dou!o1espzmouas10/u1lm.s

    ul.

    Manoelde

    Barros1996

    Asvnagenszeahzadaspelosc1ent1stasdoInsntuto

    Oswaldo

    C1uzdman

    teo

    13111110110peuodorepubhcano

    contubuuampam

    comporum

    xetxatodas

    dneas

    o1nteuo1

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    sso

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    ozmcaracten

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    bas1cada

    namonahdad

    Essee

    op11nc1pa1

    tema

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    ovunent1

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    entoun

    al,quealcanouglandev1s1b1l1dac1eno

    fmaldo

    anode

    1910A

    assoma

    oa.nt1e

    guo

    lsolagzzio,acentuadana

    obraclasslca

    dcEuchdes

    51

    'unwa,ecual1f1_c_ada

    ormexodenooescomo

    abandono,1nd1candoev1cleng_

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    1crncz

    a1sextesE0mcas

    4M,zcoam

    Y'Jcz.\...zz.-

    mm

    sunportante

    epelcebelcom

    oum

    apexspechva

    medlca

    deolha;

    pzuaOssertes

    brasllenos

    ansfoxma-se

    11`

    uma_q_;taoacultura

    edaQO

    ln-a_conlBa1t1lhadapord1f_e1entes1nte1ectua1seoutros

    atoresso,La1,g_O

    sultodas

    endemlas

    descnonos

    1eIato11osdevm

    gensesta

    tambem

    pzesenteemouhostextos,com

    oosch

    M1ssoRondoneem

    ex1ess1vas

    -

    IP

    P8

    nasdalxtelatura

    brasxlelraTestenm

    nhosdeuma

    1elaotensaentrehomem

    enatuleza,elesnosfalam

    comfrequenm

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  • ria,porexemplo,tem

    aconstante

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    gemde

    Gi'a1ia'esez't0:iferedis,deGuim

    aresRosa.Seusacessosfcbris

    asse-rnelliain-se

    am

    omentos

    detranse

    associados

    figurado

    demnio

    norede-

    moinho,expresso

    dasangstias

    dopersonagem

    diantedos

    desafiosrepre-

    sentadosporseus

    sentimentos

    epeloserto

    _-metfora

    dom

    undo.O

    registroliterrio

    sobreascrianas

    dointeriordo

    Brasileapresenado

    mdico

    nosfaz

    lembrarde

    outradoena

    aancilctoinose-,

    talcomo

    apare-ceno

    poema

    queserve

    deepgrafe

    aestecaptulo.O

    bjetode

    fortesrepresenta-

    essociais

    quea

    associamiapatiae

    pi-egiiia,aancilostoinose

    soma-se

    iim

    alriano

    composio

    dosretratos

    quecientistas

    clw

    irlensde

    letrasesboa-

    m_

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    ,Wram

    dasregies

    dointeriordo

    Brasil.__3

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    .V

    'Este

    capituloe

    dedicadoa

    analisar*como

    seconstroim

    aisum

    aim

    agema_inbivalente

    doserto,-_

    refcrid_a_a_g_ora_isnoesde

    doeia,_aljan_lonoe

    es;snciafla

    vidangionalCoiisideraiido

    Opapel.dasviagenscientficasdoinsti-

    tutoO

    swaldo

    Cruz

    nessaconstruo,procuro

    respondera

    duaspei-iintas

    bg_s_i__cas.Aprim

    eiraconsiste

    einsabercom

    oum

    _disc_urso_cientfico,uma

    tese_l1_igi_enis_ta,serve

    debase

    ielaboraode

    uin

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    1te

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    .Pgsegtiiida

    perguntadiz

    regyeitoasaberO

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    cientistasfac_ilm_enteiclei1t_i-_

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    tificareinO

    sertocom

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    nacionalidadebrasileira,-

    'Veio

    oscientistascom

    ointelectuais,no

    sentidodefinido

    porMannheim

    ,-Sciiills

    eCoser.Aproxiino-os,nessem

    ovimento,dos

    etngrafos,emseu

    conta-to

    eobservaodo

    outro,portadordeoutra

    culturaeidentificado

    comoutras

    civilizaes.Aodiscutirom

    ovimento

    dereform

    ada

    sadepblicadoprim

    ei-.ro

    perodorepublicano,naqueles

    aspectosmaispertinentes

    interpretaoda

    sociedadebrasileira,observo

    especialmente

    oigp_lom

    ovimento

    deconstru-

    {-o~

    do.hom

    emdos

    sertesedo

    intelectualquecom

    eletrava

    contato.M

    ,.

    z_

    Com

    oobserva

    Mai'iZiiPeirano

    (1931,p.25),foiEdward

    blnlsquein

    notou

    quea

    ambigidade,a

    renunciaa

    suastradies

    e0

    desconfortopsquico

    fazeinparte

    daidentidade

    dointelectual,Assiin_corro

    outrosintelectuais,os

    cientistaspai-ti_ipai'ianidedois

    mundos

    noiiecessai'iam

    ei1teexclucientes-

    ode

    seuspares,inclusivecom

    relaesna

    comunidade

    internacional,eO

    deci-

    dadosde

    seupas.Q

    jema

    daiclentidadenacionalseentrelaaria

    aodaiden-

    li ttia

    is.

    No

    poracaso,oscientistastam

    bmso

    lembrados,

    seinellianados

    in-tel:cli_iiiis,coin

    aexpresso

    consagradana

    obraeuclicliim

    aoreportar

    seaosertanejo

    ou"detei'1'ado

    naprpria

    terra,naspa-i.

    '_

    ,.

    lavrasdc

    SrgioBuarque

    del-Iolanda,emRazesdo

    Brasil.Voltain-se,assim,aum

    stem

    po,paraotem

    ac_ia_dentidalenaci_o_i_ial_ede

    si5_prpi'iaid_eiitilade.A

    Neste

    captulo,a_preseiito'asi`cl``iasquei1o1'teai'aiiiacam

    panhado

    sanea-_m

    entorural,eseu

    papelnaelaborao

    deum

    ainterpretaao

    sobreo

    pais,que

    nemhigiene

    como

    cinciasocialaplicada.Sem

    api'etensideiipim

    i-iilarestu-do

    comparativo,abordo

    essedebate

    emoutros

    contextosnacionais.l`i.iiii.iizi~-_

    pecialatribudareform

    ada

    sadepblicanosEstadosUnidos

    daAin'~i'iil.i

    do_l\lo1^te,tendoem

    Vistaa

    idiada

    doenacom

    oelem

    entodistintivo,

    i-iv.m

    ovimentos

    dereform

    ada

    sadepblica

    einreas

    rurais.Um

    asegundaseodedicadaaapresentarocontextoemqpeseorganizou

    Pm0Vf}i3949lZ;_sneamento

    i-ura1,lest'acandoasidiasbsicasqueOorienta-

    ramesua:mseraono

    debatesobreoscaminhosdo

    Estadoedanao,nm

    nm

    o-rnenlo

    einque

    aexperinciadig-qerra

    colocavaonacionalism

    ona

    ordemdo

    dia.A

    terceirasea0_$1fLlI.D..d1scursohigienjsta

    daslideranas

    doinovinieigto

    510Sa111'11101'U1'21l,1'1t1'G2ii'p_rincip_aiscgestes

    d_is_c_utidaspelopensam

    entoRiga

    enatiireza=sQ_ex>s_adotados

    paraacom

    panhartalde-bate.Idias

    como

    excesso,exubernciada

    natureza,fragilidadedo

    homem

    serodiscutidas

    paraum

    am

    aiorcompreenso

    doiderio

    higienista.Do

    pontode

    vistado

    discursocientfico,refiro-m

    eaopapelda

    bacteriologiana

    rediscussodas

    Clim

    a,yzgare

    doem;-_'

    ''

    ff-~--~---

    -z~

    Einseqtincixziniiiio

    aidiadosertocom

    oessnciadavidanacional,

    detendo-me

    einduas

    figurascentrais

    eexpressivas

    dodebate

    entotravado:

    1 D

    iscu

    to

    aindaaproposta

    apresen-N_'______W

    ___

    I_

    ./

    /

    1tada

    poresseultim

    ointelectual,de

    serealizarum

    a'etnografia

    sertaneja.__

    _

    4.]einterpretao

    dasociedade

    Pensaracinciacom

    oum

    ainstituio

    promotora

    decultura

    consisteem

    propostade

    autoresclssicos

    dascincias

    sociais.Inclusive,antecedes

    ten-dncias

    recentesque

    enfatizamas

    possibilidadesde

    examinaro

    contedodo

    coiiheciinentocientfico,enO

    apenasocontexto,a

    institucionalizaoeapr-

    ticados

    cientistas,luzde

    pressupostosque

    poderamos

    qualificarcomo

    socio-lgicos.Sem

    mepreocuparcom

    ointensodebateque,pelom

    enosdesdeadca-dade

    1960,divideposieseencontra

    expressoeinnomescom

    oosdeThomas

    Kuhn,BarryBarnese,m

    aisrecentem

    ente,BrunoLatour,refiro-m

    eaosestudos

    sociaisda

    cinciacom

    oobjetivoespecficode

    analisarasrelaesentre

    odis-

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    .N

    Qefflillllitflda

    cienciaenqpanto

    institi.i|t;ii_nrniotoi'a

    decultii-

    ra,p_i'e_te11d_o_9l__erva1'_coino__1i1nateoriacientificapode

    infucnciarasrepresen-

    iniluenciouseiisivclinente

    Opensamento

    social`l5i'asile1roeo

    imaginario

    sociatin

    sentidom

    aisamplo.

    *lnicialm

    enle,discutoO

    papeldosdiscursoshigienistasna

    elaboraode

    interpretaessobreaisocicclai,retomandooargum

    entodeautoresquecEfi-

    _vz

    ._

    .._...._

    taessociaiseainstitiicioiializaopolticaem

    Liinasociedade.Reio_-'niemais

    LS,p_eciicai.11ente

    produode

    valoressociais

    c,mesm

    o,iii'es`olLiodecbli-

    f1'(${__{Si1Spolt_ic_as

    combase

    numa

    arguinentiocientfica.

    Estaobserva-

    o

    particiilarnientevlida

    noque

    dizrespeito

    iiumconhecim

    entode

    natu-reza

    tonorm

    ativacom

    oahigiene.Assim

    como

    outrasreas

    docontieciinento

    mdico,pode-se

    dizerque,muitas

    vezes,higieneesade

    pblicanos

    dizemm,Li!`$:Pe'itoVdaordem

    culturalesocialmaisaiila'do

    quesobreseusobje-

    tosespeciticosde

    investigao.92

    p

    93I*

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    dbaNYWWIQ

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    WbcltUNo

    seculoXIX,entendia-seporhigieneoestudo

    dohom

    emedosanim

    ais`

    iem

    suasrelaes

    como

    meio,visando

    aoaperfeioam

    entodo

    individuoe

    daespcie

    (cf.Latour,'l.9t4,p.75).Alcanandonotaveldesenvolvim

    entona

    Fran-a

    antesmesino

    doilesenvolvim

    entoda

    bacteriologia)a

    tentativadeiiorm

    atizarf

    ^`

    _

    _avidasocialapartirde

    preceitosditadospela

    higienefoium

    tenomeno

    tao_nQ-,

    _ii

    z.,

    ,_

    ,tvelune

    levouPierre

    losaiivalon(19911)a

    falardeuin

    I:stadohir1enista".

    '(fls

    mdicos

    quese

    dedicavuiiia.~zu'ilepblica

    participaramativaniente

    dodebateso.l:i.i.i_'1'eeiiei'zig[igz

    |*`iila\,'.i-sedareiierieraodohomem

    ,enfatizando-*

    ..

    A.

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    V-__-se

    oaprim

    orainento

    dam

    oraledasolidariedade

    social.Os

    higienistaspartici-

    pavamdessapi'eocLipi:ii,colocando~secom

    ointerpretesdosentidoaserdadoapretendida

    rc_f,eneraioda

    sociedade.Identifica-se,elltao,como

    obstaculoa

    _

  • Hznf

    4z_z,iltl

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    _p_l.c_o1ier_deloztl,otrabalho

    queaboidou

    comm

    aiorenfaseo

    ternada

    AG

    uerraLivilcontribuiu

    parao

    aumento

    daconsciencia

    social.iu-11.1de_l=l.l.lll.9Calcomofatorrelevantfzmii-z-...,;.,ia.,iM,___

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    z\J1P

    rarclim

    aou

    moralidade.aos

    maus

    hbitos,entreeles

    oalcoolism

    o,iinputaclosSignifica

    que0

    Estado,inclusivecom

    ACOHSUOde

    agnciasfoflofooflenha

    pelosm

    dicosespecialm

    entea

    populaoescrava.

    deixaclode

    1.ep.eSem.m.P.PL,.uL,\.m,_.nahSt1a

    daSade

    pubhcano,-te-

    ggove1'eiuosidiant;g,_p_zii'iomovim

    entoSanitaristadoariiiieirosngsam@1i1.`.:!.1.'1..1_Cfl1lflzPGYCYCTSLQI-mm

    _pas

    fortemente

    apoiadana

    idiadas

    doenasdizim

    adorasda

    nacionalidade,on_fis_;i__i_govern_oslocaleestadualem

    detijiileiitodo

    fo1-ralecimentode

    aesdo5Cm.SD

    higienistaParticipou

    (10debatesobre

    raae

    natureza,doistem

    ascen-

    ol1".?ffdeml'Qblevo

    P`CPa1df35

    1de1'5do

    moVm

    1'\t05|1"\1`SfP0

    _trais

    nopeiisiainento

    socialbrasileiro,ena

    discussoe

    propostasi'eferidas

    asBrasil.Isso

    nosignifica

    queaes

    coordenadasem

    nivelfederalestivessemau-

    CondigCieSadedo

    pas.Trouxetam

    bmum

    !`t0\'0-lj=3`1"f1*3'loParaaidem

    QQsentes.lronicam

    ente,como

    observaIolin

    Duffy

    (1990,p.163),osestados

    sulistas,Sff,-Sitriando-o

    claramente

    como

    uma

    perspectivados

    homens

    deletras

    edefluo

    loE`1`Vm35Po5ot`~*f\\'oY\'@

    SE105Cl1`05dos

    esloo-5"/P95l`

  • 1J-.

    .1

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    i

    Emtodo

    opas,ocorreram

    manifestaes

    emtorno

    dessetem

    a.No

    entanto,aideiade_a_tii'maodanacio_na_lidadeem

    basesinilimresesbarravaem

    obstculos b

    ei'ta

    deum

    Brasilabandonado,comuiiiapgpulao

    Consta,inclusive,quea

    clebrefrase

    "OBrasil

    umim

    ensolios|il'al,proferida

    pelom

    dicoM

    iguelPereira,em1916,representou

    urnareiio

    adiscursos

    queafirm

    avamafora

    dosertanejo

    que,seconvocado,

    farantiria.iintegridade

    territorialepoliticado

    pas(Lim

    aeH

    ocliman,1996).

    (;`onsidei'iloinn

    inarcodo

    movim

    entoSanitarista

    daPrim

    eiraR

    epbli-ca,o

    cliscui~soreportav.i-se

    aoBrasildescrito

    pelosrelatrios

    dasexpedies

    cientifirrasdo

    InstitutoO

    swaldo

    Cruz,especialm

    entea

    dirigidaporBelisrio

    PennaeArthurNeiva.M

    osiravaum

    aim

    agemdas

    regiesdo

    interiorquese

    Qpiiiil1ajL_exalt'aiida

    natui'ezalhoii'iein

    sertaneio,encontradanos

    textosufanistas

    iromnticos.lritensa

    polmica

    seseguiu

    publicao

    naim

    prensaPereira.Q

    sai'guin_e_1itosfavorveis

    assinalavama

    pre-sena

    dasendem

    ias,oabandono

    doserteseanecessidade

    deabordarra

    'real-Os

    criticosargum

    entavamque

    posiescom

    oasdefendidas

    porBelisrioPenna,A

    rthurNeiva

    eMiguelPereira

    contribuampara

    formarum

    agerao

    decticos

    epessim

    istas.D

    oisanos

    antes,0ainda

    poucoconhecido

    escritorpaulistaM

    onteiroLo-

    (1957e,pp.269~92)publicaraem

    OEstado

    deSoPaulodois,artigosem

    ipe_pretendeu,apartirde

    sua_ex2erinciacom

    ofazendeiro

    noiiitggm

    i'deg_J

    ..

    .-

    f'

    ''

    ao

    sacu

    oao

    progiessodo

    Brasil.Os

    artigosVe//iap1a;a

    el/1upcs,reuni-

    dosno

    seuprim

    eirolivro

    decontos

    em1918,suscitar-am

    intensapolm

    icae

    colocarainein

    cenaum

    dospersonagens

    mais

    conhecidosda

    ficonacional,o

    umcaipira

    ou"_piraquaradoValedoParaba,segim

    doexplicaodeLobato.

    lCom

    ooutros

    estudosJaobservaram,oIeca

    seriaposteriorm

    enteolha-

    docom

    mais

    indulgnciaporseu

    criador,medida

    queseintensificava

    odebatesobre

    asprecriascondies

    desade

    como

    explicaopara

    aapatiado

    homem

    dointerior(Skidm

    ore,1976;CastroSantos,1987;Lim

    aeHochm

    an,1996).cam

    panhapela

    reforma

    dasade

    pblicaepelo

    saneamento

    dossertesrlcanou

    repercussonzicional'_cc'aJaL`il5l'icao

    deurna

    seriede

    artigosde,

    Belisaiio.l

    al

    Co'1_'eoda[lJanhem

    1917,reruiidosposteriorm

    ente-

    Ti_oTiVi'o5:mament~odoB1-asi!(1918).Tratava-sese5u1;ido_egpressodeMiguel

    Co_uto(1917,p.13-7,apud

    Britto,1995,p.23),presidenteda

    Academia

    Nacionald&'/Iedicirna,de

    lanaruma

    cruzadada

    medicina

    pelaptria;aom

    dicocabia

    sulistitriii'iiautoridadegovernam

    ental,ausentena

    n_i_a_i_gparte__doterrit_riona-cional.Nessa

    cruzada,fazia-sesentira

    c_;r`itligarqriiza___oRepblica,

    eipccialmente

    aoprincipio

    daautonom

    iaestadualem

    unicipalqueiiiipdia

    uma

    =iSegiiiidolZd;ard

    Cavallieiro(1955,p.19).essaspolinicas

    tlescinpeiiliaramim

    portantepapelna

    consagraole

    Mont

    Lb

    terro

    oato.Destaca

    oautor'o

    discursode

    RuiBarbosano

    TeatroLrico

    doRio

    dejaneiro,em

    queo

    intelectualbaianoperguntou

    se0pas"conheciaaquele

    tipoderaaque,entre

    asformadoras

    denossanaciom-

    1.

    lilfl.SB|>fi'|:\elLiaaveizctarrlu

    cocoras,incapaz.deevoluo

    einipeiictrvelaoprogresso.

    ltli

    lvz flziitjtt. L

    ._',\...

    i1:1'1,)

    II:

    zzL11.z-`_-_c.A..z-\

    _J*^l1aulo,ietiatara

    verdadeird?ace'docaboclo

    5l"T51Tzeiro-~

    adietivaglgporele

    `_:oino

    "aiollioda

    terral,"parasita",quantidade1iegatH'a";emsum

    a,oringi;

    `P

    ~

    ~-._,(Si*r.sf

    nocoordemda

    emnivelfede

    capazdePromoverocoiiil1aue_S,P-LemlsL

    C1

    _'

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    _.

    fr

    ral,.'

    eendemiaseinelliorarascondiesdesauded

    'r"

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    ~-`

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    'ssivosdas

    eli-A

    campanha

    sensibilizouprogressivam

    entenom

    esexpie

    tes

    intelectuaisepolticas

    dopas

    eteve

    como

    umdos

    marcos

    mais

    significati-"

    `.L

    `z

    _

    ,..

    .-''

    1918em

    se~vos

    acriaao

    daLiga

    Pio-ban.anientodo

    Biasilemfexeieiio

    def

    b0

    l-licana

    SociedcleN

    acionaldeA

    gricultura.Aleitura

    daata

    dafunda-

    a

    _

    _.S'

    emonstra

    ointeresse

    einreunirnom

    esexpressivos

    nosm

    eiosm

    ilitares,sw

    '

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    ,Y

    'hmentaies

    edo

    io-entre

    osengenheiros,m

    r-.dicose

    advogados,'ilcmde

    paizC

    irO

    defeqin

    priopresidente`da

    Republica,W

    enceslauBialaqu0L(1:lPC)10Ci;1rq

    hiamr

    z-

    i

    'ar

    .z.

    dentehonor-ano.Nom

    escom

    oos

    del\/ligue

    oAu022=t-l

    M

    oreiraR

    odriguesAlves,C

    lovisBevilacqua,EPIEICIO

    PS50zPf=`d1Lessaf

    AlysidcleCast-ro23

    eMiguelCalm

    onconstituam

    oConselhoSUP1`em0da

    as'.

    -'

    L-

    --

    'dle

    wesreiom

    issociaao_

    Um

    dadointeressante

    consistena

    f_oimaao17`%

    (=)ROn&0D

    im,

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    zem

    variosestados

    ena

    designaaodo

    G11f210.C010n-al

    z-

    presidiradelegao

    deM

    atoC-}ross0

    (57Ud'-911918'n'115-P-l

    ._

    ._

    _

    -entando-se

    cornoAinda

    queconie

    ass.esdeexpressao,llfe

    11._dh

    W;

    .'_

    .-.

    .-V-

    -ium

    isino.

    -*=

    z~:_um

    movim

    entode

    carateramplo,orientado

    poiL1mHC

  • lll sz.:-===s=.

    i3

    l

    Daro

    sol,enao

    daracincia,

    darappnasm

    eiosol,ou

    umsolm

    alo-grado,o

    solcoma

    doena,aesterilidade

    eo

    luto.Deusnos

    liaviadado

    osbenefcios

    dosoltropical.C

    oinO

    swaldo

    Cruz

    nosdeu

    osda

    cinciaque

    ocorrige

    (p.3111).

    Entreos

    mdicos

    higienistas,mesm

    oaps

    oadvento

    dabacteriologia,o

    debatesobre

    ainfluncia

    doclim

    ana

    nosologiabrasileira

    continuouintenso.

    Nasprim

    eirasdcadas

    dosculo

    XX,quandoganha

    foraaidia

    daraa

    edoclim

    acom

    om

    oinhosde

    ventoaocultareinasverdadeiras

    razesparaasdoen-

    asqueassolavam

    opas(Peixoto,1918),explicaes

    climticascontinuamaser

    apontadas,como

    noexem

    ploanteriorm

    entecitado

    dasobservaes

    deCarlos

    ChagasnaAm

    aznia.Comovim

    os,paraocientista,aquelaregioapresentava-

    secheiade

    surpresas,comum

    apatologia

    queescapava

    aoconhecim

    entoconso-

    lidadosobre

    vriasdoenas,devido

    influnciadas

    condiesclii'rih`cas.

    l\li.iniafase

    anterior,atraduo

    dosprincpioshigienistas

    parao

    contex-to

    brasileiro,atravs

    daSociedade

    deM

    edicinado

    Riode

    Ianeiro,originouuina

    espciede

    "invenodos

    problemas

    mdico-sanitrios

    dopais

    combase

    naavaliao

    dasrelaes

    entresociedade,natureza

    edoenas

    brasileiras(Ferreira,`l996,p.52).De

    todaform

    a,interessantepensarque

    oBrasil,espe-

    cialmente

    ascidades

    porturias,visto

    nofim

    dosculo

    XIXcom

    oum

    pasm

    arcadopordoenas

    epidinicas,viveuboa

    partedaquele

    seculona

    expecta-tiva

    deque

    chegassema

    febream

    arela,ocleraeapeste.A

    primeira

    epidemia

    defebre

    amarela

    ocorreriaem

    1849.Ataquela

    data,muitos

    mdicos

    eintelec-tuais

    discorriamsobre

    ascondies

    sanitriasfavorveis

    dopas

    (Hochm

    an,op.cit.;Ferreira,idem

    ).Q

    adventoda

    bacteriologiareform

    ulouos

    termos

    dodebate

    soln;___g_Q_r'_izgem

    dasdoenas,deslocandoa

    inipoitiiciaatribuda,por

    tantotenlpo,ao_

    _l_1_na,,_namcleterijninaodeinm

    er_a__l\losepode

    falar,contudo,deum

    aruptura

    radicalcomrespeito

    asexplicaes

    denatureza

    climtica,pois

    essasno

    apenascontinuavam

    aorientardeterm

    inadascontrovrsias,com

    oassu-

    miram

    acondio

    defatores

    intervenientes.@

    i;ep'_e_n_taesnegativas

    danatureza

    nose

    resumem

    aotem

    adas

    doenas.Anatureza

    tropicalestpresente

    nodebate

    sobrea

    viabilidadedo

    pascorno

    naode

    vriasform

    as,entreelas

    aque

    associaexuberncia

    da11a_tiire_za

    eiinprevidncia

    dohom

    embra;il';-riro.D

    entreos

    mais

    expressivos,destaca-se

    otexto

    deR

    uiBarbosa(1917),em

    passagemalusiva

    aserm

    odo

    padreAntnio

    Vieira:

    Dois

    sculosemeio

    vopassados,senhores;m

    asonaturaldescuido

    nossono

    passou,nopassarain

    "ospecados

    doBrasil,no

    seLhe

    mudou

    oclim

    a.Eternamente

    descuidad5`l.@lm

    itesiii-dosatodos

    osavisos...

    Desleixo,imprevidncia,volubilidade.Noaprendem

    osdopassado,no

    Y"Aiinportiicia

    daobservaodo

    clim.1fic.ievidente.entreoutrostextos,nosrelatriosdas

    viagenscientificas.Souza

    Ara|.'io,porexem

    plo,atribui);r.iiiiieiinpoiincia

    aoesluplodacliiriatoltigiiindica.

    .q

    Ill..

    '

    /Y

    `\.

    __

    Oseiindo,m

    oinhode

    vento_

    L.I.a--foiteiiia

    demUiiQs.tPxLQ.S_d.e_

    nosincomodam

    oscom

    opresente,no

    cogitainosdofuturo.Assim

    vu-m

    osvivendo

    emedrando,com

    ovive

    em

    edraznossa

    natureza,despre-ocupada

    nainconscincia

    dascoisas

    tp.319).

    Tambmpiifa,_os_i11dicoshigienistasecientistas

    dedicadossade

    pblicano

    Brasil,nasprim

    eirasdcadas

    dosculo

    XX,odebate

    sobreanatureza

    nose

    resume

    iqL_iest_'i_clo_eii_a_s.Urnaforte

    _a_queidentifica

    uma

    espciede

    faseinterm

    ediriaentrego

    selvagmE

    ol-civilizadg.Oprim

    eiro,mais

    prximo

    natureza,teria

    uma

    vidam

    aissaudvelelarm

    oniosa;osegundo,queidentificam

    comfreqnciaaocaboclo,revelaum

    arelaopuram

    entepredatriacom

    anatu-reza,

    almde

    artefatosculturais

    ecom

    portamentos

    sociaisque

    indicariamim

    previdncia.Issonaturalmente

    trariaumim

    pactosobreasadedessehomem

    quedeixaraavida

    selvagemmasnopoderia

    serconsideradoumcivilizado.En-

    treoutros

    textos,orelatrioda

    viagemde

    BelisrioPenna

    eArthurN

    eiva(p.123)

    refere-seem

    mais

    deurna

    passagema

    doenasque

    apareceriam

    medida

    que"u1na

    civilizaoatrasada

    iriasubstituindoum

    acondiosocialprim

    itiva.

    nafundamentawoliigieiiista.Toi-na-senecessriodiscernirduasquestesrelacio-

    t.,J/Lc;,fz

    /"1.4.'.,

    v1..-I.

    ._-_';t

    (-.

  • dadoena

    muito

    proxima

    quelade

    seuscolegas

    norte-americanos

    sobrea

    transmisz`i

    di

    iet

    vir'l

    ti_

    .so

    eaoec

    nn

    oicincios

    tmose.

    No

    casodesta

    ltima

    doena,ain

    iasorigens

    raciaisnoprocesso

    detransm

    issoeadoecim

    entofoiproposta

    duranteosculoXD(;contudo,noseesta-

    beleceramilaes

    tofortes

    como

    ocorreucom

    afebre

    amarela.O

    conhecimento

    mdico

    dapoca

    noapresentava

    graum

    nimo

    deconsensosobre

    suascausaseficava

    dificilestabeleceratemesmo

    odiagnstico.M

    uitasvezes,identificava-se

    adoena

    porumdosseussintom

    asmaiscaracterstico-

    ageofagia,ouseja,ohbito

    decom

    erterra.Paraaquelesque

    propuseramaexistncia

    derun

    agentepatognicoespecifico,refutando

    explicaesclim

    ticas,raciolgicasou

    comportam

    entais,adem

    onstraoda

    existnciade

    umparasito

    intestinalcomo

    causada

    doenaspo-dia

    serfeita,napoca,valendo-se

    deautpsias,que

    geralmente

    seram

    admitidas

    sefossemutilizados

    cadveresdeescravosou

    deindigentes.

    (_)_s_mdicos

    higienistasque

    aderiram

    campanha

    dosaneam

    entoru-

    ralemfins

    doano

    de1910

    reftitaraniwas'relaes'entreas

    doenascujo

    com-

    batepriorizavam

    -m

    alria,ancilostomose

    edoena

    deChagas

    -e

    a__Q_rj-irem

    racialdapopulao.Enfaticam

    enteargum

    entavamque

    todospoderi-

    aicontrair

    adoena,que

    norespeitava

    limites

    deraa

    oucondio

    soci-al.Um

    deseus

    mais

    ativosm

    ilitantesafirm

    avaque

    oestrangeiro

    noBrasil

    eranacionalizado

    porforada

    doenae,se

    otrabalhadornacionalseguisse

    ospreceitos

    dehigiene,

    apresentariaa

    mesm

    avitalidade

    falsamente

    atri-buida

    aoestrangeiro

    como

    uma

    condionatural

    (Penna,1918).

    Estardoente

    ousersaudvelno

    eradom

    danatureza.

    liteiatiira

    sobreo

    tema

    indicaque

    dificilmente

    sepoderia

    falarde_

    pensamento

    social'brisileii'oe

    dapresena

    dodisursoliigienistagsetl-_

    terncia

    noode

    raana

    elaboraode

    interpretaesSQbJeo_l?u:asil,.3

    liasde

    iiifei*iorida_de-racialconipem'um

    quadroexplicativo

    sobreo

    pas.T,specialm

    entena

    segundam

    etadedo

    sculoXIX,v-se

    aexpressiva

    influ-ncia,

    entreas

    elitespoliticas

    eintelectuais,

    dasteorias

    europiassobre

    inferioridaderacial.Para

    algunsintelectuais,os

    obstculosrepresentados

    pelabase

    racialeram

    insuperveis.Sob

    ainfluncia

    detericos

    como

    Gobineau,Ag.:-issiz

    eLeBon,apontavam

    umprogram

    aintenso

    deim

    igra-o

    como

    nicasaida

    favorvel.Dentre

    asdiversas

    correntes,destacavam-

    seosque

    afirmavam

    uma

    sadam

    aisotim

    ista,encontrando-anum

    proces-so

    p_i1Qgi'essivodebranqueam

    entodo

    Bm,i]_,Emquaisquerdessasverses,

    possivelidentificarcom

    odiagnstico

    comum

    aqueleque

    viao

    principal

    Istono

    sigiiiticadizerque

    estivessemausentesdiscusses

    sobreabaseracialde

    algumas

    doenasem

    esmo

    preriiiiceiiosraciais

    nndiscusso

    sobreos

    focosde

    origemdas

    epidemias.Durantenepidem

    iade

    gripeespa-

    nhola.porexviiiplo.l.P.Fontenelle

    (1919,p.46)discutiaa

    verdadeiraorigem

    geogrficada

    doenae,ao

    atribui-IiiaAsia,chegavaaairni:ii^'"l\`ada

    debom

    nosvein

    duOriente."

    'ICoiifcrirnalivro

    organizadopor.\/larciis

    Choi'Maio

    eRicardoVenturaSantos(1996)viso

    abrangente,apartirde

    diiereiitesperspectivas

    sobre:icentralidade

    daquesto

    racialnoperisainentrisocialbrasileiro.A

    respeitodas

    i-el.i;(vi:~entrequesto

    incialuiiistiluies

    cientficas,de18'/'U

    a1930,vero

    traballiode

    LiliaM

    .Scliwarcz

    (1993).

    1l~l

    `/

    Y"

    HF

    "`L

    .`_V^\

    ~\.

    za'

    "*f._if`

    problema

    danacionalidade

    nopovo,que,no

    liinite,deveriasubstitudo

    (Skidmore,1976;C

    arvalho,1994;Lim

    ae

    Hochm

    an,1996).l.ntre

    osintelectuais

    queaderem

    cam

    panhapelo

    saneamento

    dosser-

    tesno

    fii1al__de_1910,adespeito

    depersistirem

    esteretipose

    afirmaes

    emque

    apiifeceinidias

    associadasa

    diferenasraciais,pode_-_se_z_ifirmaro

    clarop1'edom

    iniodeum

    discursoquereftava_aatribuio

    deinferioridadetnica

    *polpiilao

    brasileira.Oprprio

    recursonoo

    deraa

    revelam

    uitaim

    preci-so,em

    uitasvezes

    oterm

    oparece

    indicaroconjunto

    dopovo

    brasileiro,ob-

    do_litoral,pormeio

    depolticas

    desadeeeducao,representaria

    uma

    alter-nati_v_a____para0

    pais.Ogrande

    problema

    encontrava-senas

    doenase

    asoluo

    era_p9S,X21.co1iiosi-eiirsoslldlacincia.

    _"OitQ__tgrn3_o__in_Liito_prestmteno

    debatesobre_aquesto

    racialdesdeo

    fimde

    1910_e_odaeugenia,ent_en_dicl1com

    ooapriinoi'a1ne1ito

    dasnovasgeraes.O.

    -----r

    ..

    .1-

    Y*

    `-'

    J-,1--'~""debate

    sobredeterm

    inismo

    racialconfunde-se,noseculo

    XX,comate

    ma

    da

    '4

    eugenia,aindaque

    taisideias

    apresentemdiferenas.N

    ancyStepan

    (1991)ob-_

    -1'i`

    _`

    ,.

    .c

    Yserva

    que,nos

    paiseslatino-am

    ericanos,verificou-se

    aadoao

    deteses

    .i_`l__l

    eaW.'

    x..1

    -ci.

    Il

    ti

    neolamarkistas,com

    nfaseem

    variveisam

    bientais,eomenorpeso

    atribuidoao

    determinism

    oracial

    Afrase

    quem

    elhorsintetizaessa

    visoado

    mdico

    peruanoEnrique

    PazSoldn:"Eugenizarsanear(1919,pp.95-6).Ele

    referia-se

    necessidadede

    povoaraAmerica

    comsuasprprias

    raas,selecionando-asporm

    eioda

    salubridadeeda

    lutacontra

    asendemias

    eosvcios.-1*

    servadode

    umponto

    devista

    biolgico.Aintegrao

    dossertes

    civilizao,tou-`.i'{,,,zz

    Nagecada

    de1920

    e,principalmente,na

    de1930,percebe-se

    apresenado

    'V_,

    _.

    `

    `i~J./|.'J-'\-

    quetem

    sidodenom

    inadoeugeiiia

    negativa,centradano

    controlesobre

    casa;1_i_entosena

    propostade

    esterilizaaodos

    "de_@nerados".,\l,Q-sobrasileiro,0

    .\,;i;c.prgiriicipallpoi-ta-vozdessaposioom

    dicoRenatoKehljpublicistaincansvel

    z-

    ..,

    ..

    -.

    1'2~^/""das

    tesesde

    casamentos

    mdeseiaveis

    eda

    necessidadedo

    estabelecimento

    de'-'

    .cotas

    raciaisde

    imigrao.Noano

    de1930,fez-se

    sentirainflunciado

    pensa-ingiito

    eugenistagerm

    nicoenorte-am

    ericano.Aadoo

    deum

    aleirestritiva

    im

    igrao,combase

    emcritrios

    raciais,em1924,nos

    EstadosUnidos,provo-

    couintenso

    debatenosmeiosintelectuaisepolticoslatino-am

    ericanos.[H

    OestudodeNancyStepan(op.cit.),um

    adasprincipaisfontessobreotema,

    estabelececorrelao

    positivaentre

    aadoode

    teoriasneolamarkistas

    eapriori-dade

    atribuidaafatores

    ainbientais.No

    entanto,cornodem

    onstraotrabalho

    des-sa

    autora,nopossvelestabelecerrelao

    direaentre

    aaceitao

    dateoria

    mendeliam

    deliereditariedadeeadefesadeteseseugenistasradicais,comoasde

    outroscientistasbrasileiros,RoquettePintoeO

    ctavioDomingues

    'JManoelBonfim

    eAlberto'I'orresforamdoisautoresque,noinciodosculoXX,representaram

    posiodissoniiitfrz

    _.

    ._

    ,,.

    .

    .-

    -i

    dessetom

    fatzilistae

    decondennao

    danacionalidade

    pelascaracteristicas

    etriicasdo

    povobrasileiro.Am

    bosenfatizaram

    dimensesciiltiirriisepoliticasdopassadonacionaledeorganizaoda

    sociedade.'Tambmaponta-

    ramalteiruitivzisparaopais:nocasoiieAlberto

    'torres(1982,1933),nrevisodopiincpiofedci-alista

    eoincentivopequena

    propriedadem

    rril,edeM

    anuelBonfim(1993),um

    amplo

    projetoeducacional.

    "Tambm

    noM

    xico,acriticaiinoo

    dainferioridiide

    racialdosm

    exicanosencontrouexpressoporinterm

    -dio

    deintelectuais

    deformao

    mdica,com

    oocaso

    deJosVasconcelosesua

    defesade

    uma

    raacsmica

    edo

    idealdam

    e-stiagem.

    115

  • opuseram--seenfaticam

    enteaelas,aom

    esmo

    tempo

    emque

    defendiamedivul-

    gavama

    concepom

    endeiianasobre

    hereditariedade.Dom

    ingues,profes-sordo

    InstitutoAgrcola

    dePiracicaba,apelava

    para0

    conceitom

    endelianode

    hibridizaonorm

    alesaudvel,eRoquettePinto

    (1927)afirmava

    quetodas

    asraaspoderiam

    desenvolverpadreseugnicos

    eque,cientificamente,no

    havianenhum

    fundamento

    emrestringiram

    iscigenaoracial.

    Asposies

    nodebate

    sobreraa

    nopodem

    serexplicadasapenas

    comreferncia

    steoriasde

    hereditariedade.Toma-se

    importante

    perceberasvriasleituras

    queessasteorias

    tiveramno

    Brasilesuasrelaescomim

    portantesobras

    clopensam

    entosocialbrasileiro.Assim

    ,nocaso

    deRoquette

    Pinto,adefesa

    deum

    aseparao

    entreeugenia

    ehigieneno

    levavaa

    posiessem

    elhantessde

    RenatoKhel.Para

    oautorde

    ltozidma,ascontribuies

    deEuclides

    d_aCunha

    eespecialm

    ente,dAlbei'toTorres,desem

    penliai-ampapelrelevante

    nasua

    ela-zl55ii'1'io`a'respeito

    doscam

    inhospara

    anacionaliladebrasileira.

    Os

    debatesno

    Primeiro

    CongressoBrasileiro

    deEugenia,realizado

    em1929,so

    indicativosdas

    posiesque

    dividiamos

    intelectuaisbrasileiros.A

    maiorpolm

    icagirou

    emtorno

    doestabelecim

    entode

    cotasde

    imigrao

    parapovos

    no~europeus,resultando

    emvotao

    emduas

    etapas.N

    aprim

    eira,decidiu-se

    sobrea

    entradade

    no-europeuse,na

    segunda,especificaiiiite,sobre

    avinda

    denegros.l\lessa

    segundavotao,uniram

    -secontra

    aimigrao

    /vzevedoAm

    aral,OscarFontenellee

    opresidenteda

    Academia

    NacionaldeM

    edicina,MiguelCouto.Q

    pondo-seacritrios

    restritivos

    imigrao

    basea-dosgern

    ritriosraciais,estavain

    RoquettePinto,presidente

    docongresso,

    ernandodeM

    agalhes,oa3_tr_o_p_l_ogo_FresdaFonseca,Belisrio

    Pennaeo

    fisiologistaM

    iguelOsrio.C

    omo

    enfaticamente

    argumentou

    Fresda

    Fonse-ca,eles

    noacreditavam

    queeugenizaro

    povobrasileiro

    fosseum

    aquesto

    racial(Stepan,op.cit.,p.162).N

    ohavia

    nosm

    eiosintelectuais

    enocirculo

    mais

    restritoda

    elitem

    di-ca

    doperiodo

    consensoarespeito

    questoracial.Percebe-se,no

    entanto,des-de

    finsda

    dcadade

    `i'91(l,maiornfase

    atribudaaspossibilidades

    deconstru-

    oda

    nacionalidadeno

    lflmsil,contando

    comsua

    basetnica,e

    aspolticas

    paraasareas

    deeducao

    esade(Sl

  • /z/

    J;, \_.

    nistaBelisrio

    Penna,oindico

    eantropAlogo_l2_oq11e_tteP_into,oeducadorCar-

    nei_r9___l__._edeoescrit'r'l\zionteroLobato.Ostrsprimeirosintelectuaispublica-

    ramartigos

    eparticiparam

    intensamente

    doperidico

    oficialdaLiga

    Pr-Sa-neam

    entodo

    Brasil,arevista

    5azo'e.Monteiro

    Lobatono

    erapresena

    tofreqente

    narevista,m

    aspublicarana

    mesmapocaProblem

    aVita./reunindo

    osartigos

    escritospara

    OEstado

    deSoPaulo

    emtorno

    datem

    ticado

    sane-am

    entorural.Neste

    captulo,preocupei-me

    centralmente

    coma

    participaodeBel'

    '__ennaeRoquettePinto,considerandoseupapelna

    divulgaodg

    41.=1ar1oP_-__

    ______

    -,

    t_1_maimagem

    dossertes

    bastanteinfluenciada

    pelom

    ovimento*sanitarista

    da

    --r'^~V

    tz,Prim

    eiraRe

    blica.'

    Oeditorialde

    Sade(vil,n.2,1918,p.82)enuncia

    oprogram

    anaciona-

    listaque

    orientavao

    movim

    ento,assimcom

    oacentua

    aidiade

    serumperi-

    dicode

    higieneeassuntos

    econmicos

    esociais.nessa

    moldura

    quedeve

    serentendida

    areferncia

    freqenteaos

    sertesbrasileiros:

    No

    osaneam

    entoruralo

    nicoponto

    denosso

    programa.Crem

    osque

    seest

    abrindoum

    anova

    etapade

    organizaogenuinam

    entena-

    cionalpara

    nossaptria,ao

    mesm

    otem

    poque

    seest

    definindoseu

    va-lordentro

    docontexto

    internacional,trabalhamos

    pararevelara

    consci-ncia

    doque

    somos,os

    males

    curveisque

    temos

    enossas

    virtudesj

    consolidadase

    fecundas.

    Asteseshigienistas

    participavamde

    umdebate

    sobreos

    rumos

    aseremseguidos

    pelopas./\`referncias

    constantesa

    Euclidesda

    Cunhae,especial-

    mente,a

    AlbertoTorres,tm

    umsentido

    quem

    ereceserexam

    inado.Ainda

    quenem

    sempre

    deform

    aexplcita,em

    artigosdem

    portantespublicistasdo

    saneamento,as

    idiasdos

    doisintelectuais

    soacentuadas

    como

    alternativapara

    sepensaranacionalidade

    eadotarprojetosde

    organizaosocial.Ostex-

    'fosde

    BelisrioPenna,C

    arneiroLeo

    eRoquettePinto

    contminm

    erasevi-

    dnciassobre

    aim

    portnciade

    talcontribuio.As

    alusesobra

    deEuclides

    daCunha

    dizemrespeito

    auma

    tomada

    deconscincia

    diantedos

    desafiosrepresentados

    pelaacentuada

    distnciaque

    sj5a_i-tivaosbrasileirosdasdiferentesregiesgeogrficas.Qualificando

    otema

    euclidizfnodo

    isolamento

    dosertanejocom

    oalild_cn_opretendia-secham

    araateno

    paraa

    responsabilidadepolitica

    deintegrao

    dohom

    emdo

    interior.Ao

    mesm

    otem

    po,aidia

    deque

    nossertes

    encontrava-sea

    rochaviva

    danacionalidade"

    (Cunha,1966),eque

    osertanejo

    tambm

    tinhaalgo

    aensinar

    aspopulaesdo

    litoral,influenciouostextos

    elaboradosem

    tornoda

    campa-

    nhado

    saneamento.

    [zeA

    lbertoTorres

    retm-se

    particularmente

    acrtica

    idia

    dainferioridade

    tnicado

    povobrasileiro

    eaindicaode

    causasfsicas,sociaise

    "'U

    mestudo

    tlesseperidico

    foirealizadoem

    artigoelaborado

    emcolaborao

    comN

    araBrito.

    VerLim

    aE

    Brito.111%

    l`l.H

    _L-_-;-.z

    .z;~.~~'.z.u.=-.z.\...zM

    ..e.z.z..-_z...-.......,-.-.\..._.,.-,.__.-..._..._.....,.____._

    /.Jj. v1_/1

    _/\Q.

    ^fz

    1.3."_".,__

    `...>~I-_

    n"

    f..t-fIi\. V... 1'.JirU

    _quanto

    aabordagemda

    questaoracial,espe..

    cialmcnte

    comanfasenosproblem

    asdegenerativosqueam

    estiagempode-

    nacausar,Tog(1933,pp.58-65)

    tendea

    valorizarasinfluncias

    dom

    eioe

    doanibieiitesocial,aspossibilidades

    dasraas

    autctones,eaquestionaroproprio

    estatutocientfico

    doconceito

    deraa.

    'Opttiosvteniasim

    portantes,retomadosporBelisrio

    Pennaem

    Saneamento

    dOBHIS,consistem

    nacrtica

    iniitauodem

    odelospoltico-administrativos

    C0n_1Q~_ofederalismo

    daCarta

    Constitucionalde1891

    ena

    ausnciade

    urnapolitica

    agrcolaque

    favorecesseo

    pequenoproprietrio

    rural.l\loque

    dizres-

    peitoaosensaios

    interpretativossobre

    oBrasil,ainda

    quesem

    revelaramesm

    aelaborao,ostextos

    deBelisrio

    Pennaede

    outrosintelectuais

    reportavam-se

    aargum

    entosem

    elhantea

    doautorde

    Ovzp_131ema11ac1'ona1b1'as1`1e1`'o.Viam-

    ros,dessa

    forma,

    como

    resultadode

    apropriaoacritica

    depostulados

    mferidos

    davida

    edaevoluo

    depovos

    deexistncia

    multisseculare

    deseu

    progressivodesenvolvim

    entoem

    regiesdensamente

    povoadas,sobaodos

    fatoresordinrios

    daform

    aoe

    desenvolvimento

    dasvelhas

    sociedadeseci-

    vilizaes(p.40).A

    procurade

    umprincpio

    deorganizao

    esolidariedadepara

    asocie-

    dadebrasileirafezcom

    queBelisrio

    Penna(1918)eCarneiro

    Leo(1918)reto-

    1nass'ei_nVoargum

    entode

    AlbertoTorres

    sobreo

    papeldaescravido

    nahist-

    riabrasileira.Trata-se

    doelogio

    propriedaderuraleao

    tipode

    solidariedadeporela

    fundada,`a`lgoque

    guardacerta

    semelhana

    comaidia

    desolidarieda-

    declnica

    propostaporO

    liveiraVianna

    (1987).ParaA_lbe_rtoTorres

    (op.cit.,p.67l:Socialeeconom

    icamente,aescravido

    deu:iTs:porlongos

    anos,todoo

    esforoetoda

    aordemque

    entopossuam

    os,efundoutoda

    aproduosocial

    queainda

    temos.

    Aesse

    argumento,som

    ava-seo

    fatode

    seatribuiraos

    contatosda

    vidaurbana

    como

    campo,"

    interpenetraoda

    civilizao(idem

    ,p.67)ares-

    ponsabilidadepela

    dissoluosocial.C

    ompararo

    textode

    Alberto

    Torrescom

    Ode

    BelisrioPenna

    podeserinteressante

    como

    evidnciada

    tradiointelectuala

    quese

    filiavaa

    campanha

    dosaneam

    ento.ParaA

    lbertoTorres

    (ibidem),

    Aspraias,os

    portos,asfronteiras,as

    cidades

    beira-mar

    ecosm

    opoli-tas,os

    povoadosa

    margem

    dasgrandes

    viasde

    comunicao

    --poiso

    dem

    arujos,deaventureiros

    edeviajantes

    emjornadas

    deam

    bio,eem

    frias,pelom

    enos,dadisciplina

    socia

    l-so,emtoda

    parte,zonasm

    is-tas

    dedifuso

    edesagregaosocial,areas

    deinvaso

    decostum

    esfceis

    edeperverso

    doscaracteres.(p.68).

    Dam

    esma

    forma,para

    BelisrioPenna

    (1919,p.225):

    17''

    _

    '.

    ..

    .Am

    am''ff>

    (1933P~53)fum

    quea

    raae,detodososelementosda

    nacionalidade,talvezumenosruivo.

    119

  • 1fiiijl4;"'*i"'"'ll

    Nossasindstrias,salvo

    rarasexcees,so

    fbricasde

    extenuaodos

    campos;deendem

    iasurbanas(tuberculose,sfilis)do

    perigosocongesti-onam

    entodascidades;dasenferm

    idadesprpriasdaaglom

    erao,don-de

    oarest

    viciado,oasseio

    clescuidado,aalim

    entao

    deficienteou

    inaclequada....;de

    vciosderivados

    destascircunstncias

    (alcoolismo,

    prostituioe

    imoralidade).

    Tendoo

    mesm

    otom

    dominante

    emvrias

    publicaesdo

    movim

    entoSanitarista,

    o_r_t_u;a_l_i:;_ii1c'

    deAlberto

    Torrese

    BelisrioPenna

    nopode

    servistq,ent1'etaiito,com

    oponto

    consensualentreos

    intelectuaisque

    participa-ram

    dacanipaiiliafTrata\'a-s_A_l_Npepsarziincorporao

    dasreas

    ruraisa

    ump_roje'to_c_ivilif1.atiiiifqiialificado

    como

    autnticopornossos

    intelectuais."l`al`v''z,4'm

    aisim

    portantea

    retersejaa

    contestaoao

    quese

    viacom

    ocivi-

    lizaoartificial,que

    levouo

    socilogoG

    uerreiroRam

    os,porexemplo,em

    suacrtica

    dasociologia

    brasileira,adestacaro

    papelpositivodo

    quecha-

    mou

    deespirito

    euciidano,cujas

    origensrem

    ontariama

    SlvioR

    omero,e

    estariapresente

    emintelectuais

    como

    Alberto

    TorreseO

    liveiraVianna.Para

    osocilogo

    baiano.tratava-sede

    proporuma

    forma

    autnoma

    depensam

    entosocial,que

    lessecriticam

    enteas

    contribuiesdas

    teoriasestrangeiras.Em

    oposioa

    essatendncia

    teriamos

    oque

    Guerreiro

    Ramos

    (1995)chamou

    "sociologiaconsular.

    Nose

    tratade

    pensarosintelectuaisque

    participaramda

    campanha

    dosaneam

    entocom

    om

    erosdivulgadores

    deteses

    comraizes

    mais

    profundasno

    pensamento

    socialbrasileiro.Creio

    queisso

    tenhaficado

    clarona

    refernciaque

    Gilberto

    Freyrefaz

    sobrea

    importncia

    danoo

    dadoena

    generalizadana

    imagem

    sobreos

    cafuzosem

    ulatosbrasileiros.As

    idiasque

    mobilizaram

    ,do

    sertoenquanto

    patologia,abandonoeessncia

    danacionalidade

    nopo-

    demtam

    bmserexplicadas

    porumm

    odelom

    onocausal.Vimos,assim,ain-

    flunciadas

    teseshigienistas

    nareinterpretao

    danatureza

    edo

    homem

    ,ea

    influnciade

    autoresim

    portantesna

    tradiodo

    pensamento

    socialbrasileiro.Porfim

    ,gostariade

    ressaltarqueintelectuais

    como

    BelisrioPenna

    eRoquettePinto

    sempre

    fizeramquesto

    deassinalarqueno

    eraminform

    antesde

    oitivae

    quetravaram

    contatodireto

    coma1'`-:ali:l,1_cig_ti'ieja.

    Edifcil

    avaliarat

    queponto

    asviagens

    influenciarama

    composio

    dessaim

    agemsobre

    ossertes.De

    todaform

    a,ofato

    deserem

    mencionadas

    como

    aspectoim

    portante,pornossosintelectuais,no

    deveserdesprezada

    ouvista

    como

    mera

    figurade

    retrica.com

    ose

    elessecolocassemna

    posiode

    etnoinafos,capazes

    deobservara

    vidados

    sertes,comum

    ainterferncia,no

    mnim

    o,atenuada,desuas

    leiturase

    deseus

    valorese

    sentimentos

    prvios.Vejam

    oscomo

    cadaum

    refletiusobre

    essaexperinciade

    contatocom

    areali-dade

    nacional,comossertesbrasileiros.

    Sobre

    oi'ur.1lisiuunu|1vn~.nm

    -iilu-ncialluuisileiro,verntesede

    EduardoGom

    es(1980)

    4.4.1.Om

    dicocom

    oetngrafo:Belisrio

    Pennaeaconstrucao

    da:imagem

    doserto

    como

    patologiaeessnciada

    vidanacional

    Ostextosde

    relatrios,osartigospublicados

    naim

    prensae

    asimagens

    fotogrficasque

    registraramasviagens

    cientificasdo

    InstitutoO

    swaldo

    Cruz

    nosfalamda

    experinciade

    "contatocom

    aspopulaesdointerior.Falam

    -nos

    deposies

    queoscilam

    eiitrdistnciafsica

    esociale

    proximidade

    el\7[inha

    observaolilireesses

    cientistasos

    aproxima

    deetngrafos,no

    senticloatribudo

    porIames

    Clifford

    (1988,p.9).Evidente-

    mente,nosetrata

    daprtica

    acadmicaconsagrada

    pelosantroplogos,mas

    deum

    aconcepo

    abrangentede

    etnografia,quea

    entendecom

    opossibili-

    dadede

    pensareescreversobre

    cultura(s)apartirdeobservao

    participan-te.

    SegundoC

    lifford,o

    processode

    construodo

    objetode

    estudodo

    etngrafo,ao

    mesm

    otem

    po,oprocessode

    construode

    suaprpria

    iden-tidade,de

    seuself.R

    eportando-se

    experinciade

    l\/lalinowski.c

    estabele-cendo

    comparaes

    entreesse

    antroplogoeo

    escritorJosephC

    onrad,oau-

    torchama

    aateno

    paraas

    ambivalncias

    darelao

    entreo

    etngrafoe

    associedades

    queestuda,m

    uitasvezes

    ocultadaspelos

    textoscientficos

    jfi-

    nalizados,emque

    taistenses

    aparecemcom

    freqnciaestilizadas

    eapenasaparentem

    enteresolvidas,porm

    eiode

    umprocesso

    narrativoaltam

    entese-

    letivo.Adescoberta

    dodirio

    decam

    pode

    Malinow

    skipermite

    uma

    outraleitura

    daexperincia

    docontato

    entreoantroplogo

    eostrobriandesesque,

    seno

    oposta,

    abrepossibilidades

    distintasda

    que

    oferecidaem

    .-irgonazrms.As

    ambivalncias

    naviso

    sobrea

    sociedadepesquisada

    ea

    irritaodiante

    dosinfonnantes

    queno

    queriamcooperarcom

    apesquisaaparecem

    deform

    am

    uitom

    aisclara.C

    lifford(p.10)observa

    quea

    identida-de,considerada

    deum

    aperspectiva

    etnogrfica,sem

    prerelacionale

    in-ventiva.

    Talobservao,

    trazidapara

    aanlise

    dopapeldo

    mdico

    como

    etngrafo,permite

    uma

    visom

    aisprocessuale,am

    euver,m

    aisrica,sobre

    zzim

    portnciadas

    viagense

    docontato

    comas

    populaesdo

    interiornaela-

    boraode

    uma

    interpretaodo

    Brasil.U

    ma

    hiptesepossvele

    coerentecom

    todaum

    atradio

    deestudos

    sociolgicossobre

    intelectuais,paraexplicaranfase

    decientistas

    emdicos

    higienistasnas

    populaesdo

    interior,consisteemwassoci-la

    aos_interessesd_e__Qp_stit'Lii1'_u1ncam

    poespecifico

    deinvesti_da`cesfavorecido

    pelosinstitu-

    tosde

    pesquisa,eqiiedizr_e_sp_eito

    schamadas

    doenastropicais.C

    ertamen-

    te,'pesquisasnessaai'a'pe1n1itii'an'iaafirmao

    dem

    dicosbrasileiros,almdo

    que,adescoberta

    depatologias

    especficascom

    oa

    dpipde

    Chagasfoi

    consideradam

    arcode

    consagraoda

    medicina

    nacional,durante

    0trans-

    cursode

    1910.Um

    crticocontem

    porneodos

    cientistasdo

    InstitutoO

    swaldo

    Cruzafirm

    ava,inclusive,que"as

    viagensao

    interiorapenasserviam

    paraestreis

    exercciosde

    taxinomia

    epara

    satisfazera

    vaidadee

    asam

    biespessoais

    dos'sbiosde

    Manguinhos(Peixoto,1938).Ainda

    emfavordessa

    tese,poderiaserdito

    queo

    vnculoainstitutos

    diepesquisaera

    muitas-Vvezes

    ..z

    `121

  • J_\1"

    i.

    L

    i

    zAt\i.z

    utilizadocom

    ocredencialnos

    annciosde

    diversosservios

    oferecidospelos

    cientistas,especialmente

    peloshigienistas.Dessa

    forma,os

    peridicosm

    di-cos

    ejornais

    dagrande

    imprensa

    traziamanncios

    delaboratrios

    dirigidosporparticipantes

    dacainpanlia

    dosaneam

    ento,novosm

    edicamentos

    reco-inendados

    ep_rojet__os

    desaneam

    entopara

    fazendas.Na

    verdade,oque

    istoatesta

    ea

    progi'essivaconstituio

    deum

    mercado

    paraos

    conhecimentos

    eprticas

    relativasiisade

    pblica.N

    oentanto,essa

    perspectiva

    pordemais

    simplificadora

    ese,emparte,

    podeexplicaro

    interessepelas

    regiesdo

    interior,poucoesclarece

    sobreacons-

    truode

    uma

    interpretaoda

    sociedadebrasileiraque,com

    ovim

    os,tem_r_azesnum

    atradio

    dopensam

    entosocialvoltada

    paraa

    idiade

    autenticidadeda

    experincianacional,da

    representaodo

    Brasilcomo

    sociedadenova,distin-

    tada

    matriz

    europia,enocontato

    comaspopulaes

    dointeriorporm

    eiodas

    viagensaque

    me

    referinosegundo

    capitulo.Com

    ooutros

    estudosjobserva-

    ram,o

    tema

    daidentidade

    dosintelectuaisnopode

    serresumido

    aseusinte-resses

    enquantocategoria

    socialespecficae,m

    esmo

    esses,nopodem

    serde-finidos

    comclareza

    aprioristicamente,sendo

    tambm

    passveisde

    invenosocial(Pcault,1990;Resende

    deC

    arvalho,1991;Santos,1978).Desnecesszirio

    tambm

    dizerque,entreos

    intelectuaism

    obilizadosem

    tornoda

    campanha

    dosaneam

    ento,hntidas

    diferenasquanto

    imagem

    doho`1in`do"in'te1'iore

    defesa

    dosaneam

    entodos

    sertes.Alguns,com

    oe

    ocaso

    deC

    arlosChagas

    ede

    Monteiro

    Lobato(1957d),afirm

    aram,j

    nofinaldo

    anode

    1910,especialmente

    sobo

    impacto

    dareform

    asanitria

    deSo

    Paulo,empreendida

    porArthurNeiva,quetalvez

    fosseum

    aquim

    erasanearos

    longnquossertes,m

    asm

    uitoera

    possvelfazernaperiferia

    dascidades.

    Dadasua

    importncia

    nadivulgao

    dasidiasda

    campanha

    dosanea-

    mento,tanto

    empublicaes

    mais

    elaboradas,como

    empropaganda

    entrepro-

    prietriosrurais

    eem

    atividadesde

    educaosanitria

    realizadasnos

    postosde

    pr_o_filz_i35iarural,aatuao

    deBelisrio

    Pennam

    erecealguns

    comentrios,

    aidaque

    suciiitois.Como

    observouLuiz

    Antniode

    CastroSantos

    (1985),ohigienista

    eraum

    afigura

    mpar

    ea

    campanha

    dosaneam

    entono

    possuam

    uitosbelisrios.Talvez,elesejaafigura

    maisexpressivadafasecarismticado

    movim

    ento,antesquefossem

    criadasasprimeirasagnciasestatais,influen-

    ciadaspelo

    ideriom

    obilizadopela

    campanha.

    Conta-secom

    pouqussimas

    fontesbiogrficas

    sobreo

    higienista.Emgeral,acentuam

    oam

    bientearistocrtico

    dacasa

    deseu

    pai,ovisconde

    deC

    aranda,em

    Barbacena."Aps

    osprim

    eirosestudos

    eo

    cursosecundrio,

    realizadosemSoIoo

    DelReieBarbacena,ingressounaFaculdadedeM

    edi-

    "'Nolia

    uma

    bonbiogi-afia

    deBelisrio

    Penna.Aelaborada

    porAlbertoDiniz

    apresentam

    uitaslaciuias

    eescrita

    notradicionaltom

    Iaudaiorio.Recorritambm

    aode

    oiinentode

    suafilha

    Maria

    Penim,restado

    aP

    ziniin

    riaoutro-icsuisadorus,em

    1990,eafontes

    doArtuivo

    BelisrioPenna,naCasa

    deOswaldo

    Cruz.i

    1'"'O

    viscondede

    Carandaiocupouucargo

    deprefeito

    deBarbacenaem

    maisde

    umperodo.O

    ambiente

    aristo-r."itii'o

    ~iiluxoem

    quevivia

    nfamilia

    acentuadoporseu

    primo

    ebigrafoAlberto

    Diniz(1948).

    Yi

    i._..

    ,.

    '

  • z..jvlli's1l.

    tzI-\.~_.\

    Emcarta

    aMonteiro

    Lobato,provavelmente

    escritaein

    1928,BelisrioPenna

    reiterasua

    crticaaspossibilidades

    derealizarum

    trabalhorelevantena

    principalagnciade

    sadedo

    Estado,oDepartam

    entoNacionalde

    SadePblica

    eleque

    foraum

    dosprincipais

    militantes

    dosaneam

    entoe

    defensor1

    dacentralizaao

    dasaoes

    sanitrias:

    I-lseis

    anosabandoneioservio

    pblicoe

    traballioparticularm

    entecom

    resultadoscentuplicados

    aosque

    obtinhaoficialm

    ente,despendendo

    menor

    esforo.Ainda

    agora,diretamente

    comprefeitos,

    fazendeirose

    industriasde

    Pernambuco,conseguia

    realizaode

    serviosde

    sanea-m

    entode

    cidades,fazendasefbricas,quea

    repartiode

    higieneoficial

    noobtivera.O

    mesm

    oj

    conseguirano

    Parane

    emM

    inas.

    Sigoagora,cham

    adopelo

    governodo

    Rio

    Grande

    doSul,onde

    voucom

    ampla

    autonomia,organizaroservio

    dehigiene

    doestado

    ecriaraEsco-

    lade

    ProJa

    andae

    Educao

    Sanitariana

    Escolaeno

    Larseum

    dolano

    lV

    .

    .z

    .que

    apresenteia1"Confernciade

    EducaoN

    acional...(ArquivoBelisario

    Penna,Casade

    Osw

    aldoCruz).

    Oobjetivo

    principaldacarta

    consistianum

    pedidoa

    Monteiro

    Lobatopara

    queeste

    intermediasse

    aindicaode

    seunom

    eaH

    enryFord,com

    quemo

    governodo

    Parhavia

    assinadocontrato

    visanclocultivar

    aseringueira

    eexploraraborracha,para

    quedirigisse

    ostrabalhosde

    saneamento

    naregio

    aserexplorada.O

    utrodado

    significativoconsiste

    napresidncia

    doRio

    Grande

    doSulserocupada

    naquelem

    omento

    porGetulio

    Vargas.A

    cartacontm

    aindaum

    asntese

    datrajetria

    profissionaldeBelisrio

    Penna,quecom

    eacom

    oconcurso

    paraa

    Diretoria

    Geralde

    SadePblica,

    ressaltasua

    atuaona

    erradicaoda

    febream

    arelano

    Riode

    Janeiroe

    emBelm

    ,a

    participaonas

    misses

    cientficasdo

    InstitutoO

    swaldo

    Cruz

    ea

    intensaatividade

    depublicista

    daeducao

    sanitria.Ohigienista

    destacaain-

    dao

    papeldeM

    onteiroLobato,com

    apublicao

    dosartigos

    deProblem

    aVital,na

    ampla

    repercussodeseuSaneam

    entodo

    5'ras1'1.Um

    fatosignificativo

    aqueacarta,porm

    otivoscom

    precnsveis,nose

    refere,eiaade_sic_l_\B_elis1'ioPennaap

    mpvim

    entot_ep_entista

    esuapriso,em

    1924,duranteo

    governotu::nia1:es,_fa`p's'aftigoel-cgioso

    aatuao

    delsidoro

    Lopes.Emagosto

    daqueleano,eleseria

    exoneradodo

    serviopblico,

    situaoque

    permaneceria

    semsoluo

    at,pelom

    enos,1926.Suaadesoao

    movim

    entorevolpion_riole_1_93_Q_foi_Mt_a_ml_9_mim

    ediata,comoatestam

    ascar~tasabertas

    diriidassForasArm

    adas,aosmineiros

    eaLuiz.CarlosPrestes.Pos_sivelmente,seufortenacionalism

    oeastendnciasautoritriastomarcantesentre

    oshigienistasfizeram

    comqueele,senielliiia

    detaiitosoutrosintelec-

    tuais,aderisseao

    integralismo,ltim

    om

    ovimento

    polticodo

    qualparticipou.A

    fastadoda

    cenapblica,comprouumafazendana

    regiodoValedoParaba,

    noEstado

    doRio

    deJaneiro,ondemorreu

    em1939.

    124

    Uma

    dasfrasesque

    considereimais

    opoitunaspara

    sintetizaratrajetriade

    BelisrioPenna

    constada

    correspondnciaentre

    eleeOsw

    aldoAranha.Em

    cartade1929,apropsito

    doltim

    otraballio

    doliigienista,O

    swaldoAranha

    observateraim

    pressode

    umapstolo

    quese

    transformara

    emcaudilho,Diz:

    aindaterdescoberto

    0hom

    emsob

    ohigienista,apesarde

    seassustarum

    pou-co

    comavigorosa

    retricaporele

    utilizada(ZO

    mar.1929,Arquivo

    BelisrioPenna,Casa

    deO

    swaldo

    Cruz).

    'Entre

    suasm

    emiias,Pedro

    Nava

    registraaspalestras

    dohigienista

    enzcinem

    asde

    BeloH

    orizonte.Aim

    agemdo

    pregadortambm

    sedestaca

    nanai-~

    rativado

    mdico

    eescritormineiro.Afinal,Belisrio

    Pennarecorria

    fortemenz

    team

    etforasreligiosas,chegando

    aapresentarOsw

    aldoC

    ruzcom

    oo

    Cristc

    dareligio

    dosaneam

    ento,dequem

    naturalmente

    secolocavacom

    oapstolc

    (Penna,'l9l8a,s.p).Emque

    essaposiopode

    sercomparada

    adeum

    etngrafo?N

    uma

    primeira

    apreciao,pareceextrem

    amente

    dificilfaz-lo,dadatoda

    uma

    trajetriaem

    quearelaocomaspopulaes

    locais,nasvriascidadesepovoados

    porquepassou

    emsua

    atuao,emviagens

    cientficasou

    emm

    is-Ses

    desaneam

    ento,pareceto

    distanteem

    ediadaporpreconceitos

    toagu~

    dos.Afinal,eleafirm

    ano

    relatrioda

    suaprincipalviagem

    cientfica:opovo

    erapobrissim

    oem

    folclore"0

    vivia

    margem

    dacivilizao;o

    sertoera

    falsarnenteapresentado

    como

    Cana.Mas

    aleiturado

    prpriorelatrio,com

    oade

    outrostextos,revela

    aimportncia

    docontato

    como

    'outro',representado

    pelohom

    emdos

    sertes,dointeriordo

    Brasil.Imagens

    mais

    nuanadassobre

    aorganizao

    social,oshbitosealinguagem

    localfazemparte

    dodiscurso

    queseconstridesseencontro

    propicadopelasm

    issesaointerior.A

    leiturade

    Satde,ondea

    lideranade

    BelisrioPenna

    eraincontest-

    vel,contribuiparaa

    conclusodesse

    argumento

    epara

    melhor

    qualificara

    idiade

    encontroentre

    litoral_esertoque

    serevelavaem

    muitos

    textos.Umdos

    artigospublicados

    'p'articula1'1nenteexpressivo:trata-se

    dedescrio

    devisita

    empresa

    agroindustrialcriadaporD

    elmiro

    Gouveia

    noserto

    deA

    la'goas.Aps

    relataroaproveitamento

    dopotencialhidreltrico

    dacachoeira

    dePaulo

    Afonso,descrevearea

    decultivo

    dealgodo,as

    instalaesda

    fbricade

    linhase

    davila

    operria,oautor

    chama

    a`atenopara

    oque

    viacom

    oprincipalcaracterstica

    doproprieta

    rio:serum

    "caboclogenuno,

    emque

    haviamse

    reunidoas

    qualidadesdo

    sertanejosocializao

    econhecim

    entopropiciados

    pelacivilizao

    dolitoral(Cavalcanti,1918).Tratava-se,assim

    ,deaproveitaras"virtudesnacionaisrepresentadaspelo

    sertanejo.Afigura

    mo-

    dernade

    empresrio

    nacionalemblem

    atizadaporD

    elmiro

    Gouveia

    podiaser

    comparada

    aopapelatribudoaoscientistas,vistos

    como

    uma

    espciede

    no-vosbandeirantes,quedeveriam

    resgatarointerioreredescobriroBrasil(Lima

    eBritto,op.cit.,p.157).

    li_125

  • '.~l.2Roquette-Pintoeaproposta

    deum

    aetnografia

    sertaneja

    Certamente,o

    mdico,antroplogo

    eeducadorRoquette-Pinto

    umdos

    intelectuaisque

    mais

    sedestacou

    entreosque

    participaramda

    campanha

    pelosaneam

    entodo

    Brasil.Etngrafoe

    antroplogodo

    Museu

    Nacionalno

    perio-doein

    queseorganizaaquelem

    ovimento,reiteradam

    entedefendeu

    atesequeat1~ibLiai`i`.._cE_e-il_asniuitosrd

    osmales

    tr_adicionalmente

    mputados

    composi-

    oracialElo

    povobrasileiro.Foitam

    bmativo

    colaboradordeSaide,partici-

    pandodo

    C.`onselhoRedatordo

    peridico,publicandoartigos

    erespondendo

    cartasna

    seodedicada

    aagricultura.

    Asfontes

    biogrficassobre

    oantroplogo

    som

    aisnum

    erosase

    ricasdo

    queas

    quese

    referema

    BelisrioPenna.Destacam

    ,emsua

    educaoe

    formao

    profissional,opapeldo

    avm

    aterno,advogado,ex-fazendeiroe

    proprietriode

    umcartrio

    noR

    iode

    Janeiro.Seucurso

    dem

    edicina,se-gundo

    essasfontes,foicusteado

    comos

    recursosdo

    cartriodo

    TabelioR

    oquette.Na

    Faculdadede

    Medicina

    doR

    iode

    _`|`aneiro,teria,possivelmen-

    tepor

    intermdio

    doprofessor

    Henrique

    Batista,se

    aproximado

    dopositivism

    oe

    realizadoas

    primeiras

    leiturasda

    obrade

    AugustoC

    omte,

    uma

    influnciasignificativa

    emsua

    formao

    intelectual.Sua

    adesoao

    positivismo,com

    oorientao

    moralinclusive,

    reiteradaem

    discursolido

    no(iflube

    deC

    ulturaM

    oderna,em1935,portanto,num

    afase

    emque

    jse

    cmsigi*.-naprofissionalm

    enteeatingira

    amaturidade.A

    firmando

    serahoradas

    definies,declarou

    quetodos

    osque

    assumiram

    comprom

    issocom

    seuspares

    ediscpulos

    nom

    aispoderiam

    "engrossaro

    bandodas

    almas

    flutuantesde

    quefala

    Augusto

    Com

    te(1935,pp.

    19~7).Desua

    profissode

    fe.valea

    penadestacarum

    pequenotrecho:C

    reionas

    leisda

    sociologiaposiii\'.ie

    porissocreio

    noadvento

    doproletariado,conform

    efoidefinido

    iiori\u_i1usto

    Com

    te...(freio,porisso,que

    anobre

    misso

    dosintelectuais

    iiioi~iii.'i'iteprofessores

    _

    oensino

    ea

    culturados

    proletarios,prepa-r.1iiIo-os

    paraquando

    chegarasua

    hora.Na

    lfaculdadede

    Medicina

    doRio

    delaneiro

    iniciouainda

    algumas

    ami-

    /.ili-sque

    semantiveram

    edesempenharam

    importante

    papelnosanosposte-

    iiiires.esjieeialinentecom

    osirm

    osM

    iguelelvaro

    Osrio

    (cf.Barbosa,1996;l\'il.i:,

    1990).t`iiiiiparativam

    ente

    trajetriade

    BelisrioPenna,a

    deRoquette

    Pintoi.irm

    lei'i/.zi-sepelo

    sucessoprofissionaldesdeum

    aidade

    maisjovem

    .Em1905,

    .io-.viiiii'edoisanos,ingressanuma

    dasprincipaisinstituiesdepesquisado

    |i.ii-\,ol\luseu

    Nacional.D

    urantealgum

    tempo,acum

    ulariaasatividades

    nes-mii|istiliiiiiicom

    adem

    edicolegista,alm

    deexerceratividades

    tradicionaisiii'iiieiliviiiiiclinica.

    Ni-w

    ipi-~i'i'ioinicialda

    carreira,participou

    decongressos

    internacio-iiiii

    iiii|o||.intesnas

    areasde

    medicina

    eetnografia,destacando-se

    suapre-

    nenaioiiiiiiilelegiiilo

    lirasileiro,juntode

    BatistaLacerda,diretordo

    Museu

    Nrliinal,rio(`iiiij;i'esso

    Mundialdas

    Raas,realizadoem

    Londresem

    1911.

    llfi

    Nesseevento,BatistaLacerda

    defendeuteserelativa

    aoqueidentificava

    como

    progressivobranqueam

    entodapopulaobrasileira.

    Paraospropsitos

    dem

    eutrabalho,opteipordestacaralgum

    asquestoes*

    referentesvida

    ctrajetria

    profissionaldoantroplogo.A

    primeira,de

    natu-reza

    mais

    geral,refere-seao

    corte,estabelecidopor

    algunsanalistas,entre

    operodo

    emque

    aatividade

    como

    antroplogofoipredom

    inantee

    aquele,apartirde

    1930,emque

    ointelectualpassa

    asededicara

    variadasatividades

    nocam

    poeducacional,particularm

    enteiradiodifuso

    e,apartirde

    1937,aoci-

    nema

    educativo(C

    astroFaria,1959).Sugiro

    queessas

    duasfases

    noindi-

    camum

    corteto

    radical,percebendo-seam

    esma

    temtica

    central--apreo-cupao

    comaidentilgidee

    amintegraonacionais.E

    significativo0

    fatode

    Roquetteitom

    dvdicai'-se_

    ealitersidopioneiro

    -a

    umcam

    poda

    educa-o

    emque

    aquestodo

    analfabetismo

    erairrelevante.Poderatingirum

    n-m

    erom

    aiordepessoas,de

    diferentesregies

    nacionais,desenvolverlingua-gens

    inovadoras,pareceterconsistido

    noobjetivo

    principaldesua

    obracom

    oeducador.

    Dam

    esma

    forma,um

    aavaliao

    dosfilm

    esproduzidos

    poca

    doInstituto

    doC

    inema

    Educativo,soba

    consagradadireo

    deH

    umberto

    Mauro,

    revelavao

    traodo

    antroplogo:a

    preocupaocom

    oregistro

    defolguedos,registros

    sobrecidades

    eatividadesprofissionais

    tradicionaiscom

    oa

    dafiadeira,o

    aboiardovaqueiro,entre

    outras,ea

    reconstituiode

    fatose

    _personagensliistoricos.

    Asegunda

    questodiz

    respeito

    participaode

    RoquettePinto

    node-

    batesobre

    raaeeugenia.]

    me

    referisuaatuao

    noPrim

    eiroCongresso

    de.,

    Eugenia,mas

    me

    pareceim

    portantedestacara

    posiodo

    autornessedebate.

    'A

    indaque

    portandoam

    bigiiidades,como

    oestabelecim

    entode

    uma

    relaaode

    causalidadeentre

    certosatributos

    culturaisou

    psicossociaisetipos

    raciais,r~.

    ..

    ..

    ,_

    _-

    J_

    U';Roquette

    Pinto,emseusprincipais

    trabalhos,enfatizouaausencia

    dequalquer

    fundamento

    paraque

    seestabelecesse

    urnahierarquia

    entreraas

    equalquer

    ffpolitica

    eugnicafundada

    einidias

    como

    inferioridaderacial.Alguns

    autoresressaltam

    quetalposio

    decorreriado

    contatocom

    FranzBoas

    edaadeso

    aum

    fazerantropolgicom

    aisprxim

    oda

    antropologiacultural(Stepan,1991;

    Ribas,idem).Se

    explorarmos

    mais

    talargumento,poderam

    osver

    RoquettePinto

    como

    umprecursorda

    posiodefendida

    posteriornienteporG

    ilbertoFreyreflz

    RicardoSantos

    (1996)chama

    aateno

    paraa

    originalidadeda

    posiodo

    autorque,a

    despeitode

    continuarligado

    aoparadigm

    ada

    antropologia^

    fsica,revelaum

    aposiocritica

    diantedosdefensoresdo

    determinism

    oracial.

    Santosrelativiza

    ainflunciade

    Boasnatrajetria

    intelectualdeRoquette

    Pinto,destacando

    outrasinfluncias,com

    oado

    movim

    entosanitarista

    daPrim

    eiraR

    epblica.Exemplo

    dissoso

    ostrabalhos

    deM

    anoelBonfimeAlberto

    Torres,

    41Como

    deinonsiraRicardo

    lleiizaquende

    Arajo(1994),ainfluncia

    deBoasna

    obrade

    Gilberto

    Freyredeve

    sermelhoravaliada,um

    avez

    queo

    autorbrasileirono

    teriaabandoriadn

    oconceito

    deraa

    emsua

    elaborao.Freyre

    trab-alli.ir|.icomum

    adefinio

    iieoiimarckiaiin,atribuindo

    grandeim

    portncia

    interaodos

    homens

    como

    meio

    fsico,particularmeiite

    como

    clima.

    127 _f

  • especialmente

    desteltim

    o,repetidasvezes

    citadoc

    elogiado,inclusivepor

    teravanadom

    aisna

    compreenso

    dasrelaes

    entreraa

    enacionalidadedo

    queEuclides

    daC

    unha.Os

    trabalhosem

    queesse

    tema

    mais

    exploradoesto

    reunidosnas

    cole-tneas

    .Z-n.;a1`osdeanrmpr/zg1'a

    lmisaiia

    (1933)e$e1lr'.sro/.idos

    (1927).Em

    Ensaiosde

    tmtm

    po/9g1`ab1'as1`1ana,raa

    o

    ternam

    aispresente.

    RoquettePinto

    apresentaum

    adefesa

    daeugenia,definindo-a

    como

    oaprim

    o-ram

    entoda

    heranaedistinguindo-a

    deracism

    oearianism

    o.Outro

    tema

    pre-sente

    aimigrao,inclusive

    comaposio

    doCongresso

    deEugenia

    de1929,

    e11Tj'ic-`';`T:I``fi'iEle1'a1iicotasde

    imigrao.Em

    mais

    deum

    artigo,enfatizadaa

    contribuiode

    AlbertoTorres.

    tambm

    acentuadaa

    crtica

    dade-

    gene1^a_t__dom

    estiobrasileiro,

    inclusivecom

    ore`cu'r'so

    aindices

    Oartigo

    mais

    importante

    em

    aisconhecido

    o

    quetraz

    adescrio

    detalhadados

    tiposantropolgicos

    doBrasil.Para

    alguns,esses'-fria

    om

    aisim

    portantetrabalho

    cientficodo

    autor.Publicado

    em1927,5'e`z\osrolar/os

    reneos

    seguintesartigos:'U

    ma

    in-form

    antcdo

    imperadord.Pedro

    lI','Um

    manto

    realdeH

    awai'(am

    bossobre

    peasdo

    acervodo

    Museu

    Nacional),'A

    histrianaturaldos

    pequeninos','OBrasileaant1'opogeog1'apliia','O

    segredodas

    uiaras'(discursode

    recepono

    ll-IGB),'Aborgenes

    eetn;rafos','As

    leisda

    eugenia','Ovalordas

    figuras,']aponeses','Cinzas

    deum

    afogueira','A

    poesiadas

    estradas/,'VonM

    artius','Euclides

    daC

    unhanaturalista','Vicente

    deC

    arvalho,om

    eupoeta'e

    'No

    diada

    grandesaudade'.

    Detive-m

    eem

    algunsartigos,que

    passoa

    comentar.

    Em'O

    Brasilea

    antropogeografia',oautorapresenta,com

    baseem

    principiosde

    classificaoelaborados

    porRatzel,uma

    novadiviso

    territorialparao

    pais,representadaporzonas.l-lavei^ia`_Zona

    doCaboclo,form

    adaporM

    atoG

    rosso,Amazonas,

    Pai:=T"ho1'tede

    Goias.O

    sestados

    doN

    ordesteat

    asvizinhanas

    dafoz

    doSo

    Franciscoconstituam

    aZona

    daInfluncia

    Africana:Pernambuco,A

    la-goas,Sergipe,Bahia,M

    inas,suldeG

    ois,EspritoSanto,Rio

    de]'aneiro,norte

    deSo

    Paulo.AZona

    deInfluncia

    Europiacom

    punhaa

    fitalitornea

    eos

    estadosdo

    Sul.Pormais

    criticzivelqueseja

    taldiviso,inclusivepela

    suadifi-

    culdadede

    situarafortem

    iscigenao,significativoque

    RoquettePinto

    (1927,p.62)reitc-re

    suaposio

    crticaem

    relao

    tesedo

    branqueamento:"O

    pro-blem

    anacionalno

    transform

    ar-osm

    estiosdo

    Brasilemgente

    branca.Onosso`p_ro~_blem

    afeareducaodos

    quealise

    acham,claros

    ouescuros.

    Nom

    efoartigo,afirm

    aque,no

    centrocia

    Zonado

    Caboclo,quecoin-

    preenderiaaAm

    azniaeo

    GrandeSerto,teria

    segeradoo

    "tipotnico

    mais

    representativodo

    Brasiltfidem,p.66).

    aZonado

    Sertanejointerm

    edirioforado

    entreosantigos

    eosfuturoscolonizadores

    dointerior.Destacam-se

    aindaacritica

    aocosm

    opolitismo,identificado

    comaZona

    deInfluncia

    Euro-pia,na

    faixalitornea,

    oproblem

    ada

    heterogeneidadeda

    colonizaoe

    a

    "-*Paraaa||.ili.~cda

    ||\tt~i'pru|.iIidaobra

    i:u:licIi.inafeita

    porRoquettePinto

    vertambm

    Santos(1998)

    128

    .zn=~z.....\u_

    --._-

    l-.-.z,~.---..llir.liil

    i

    ..-J.

    poucaintdgrao

    dosimigrantes.Esteltim

    otema

    retonzadoem

    'Osegredo

    dasuiaras':"...preciso

    queessesangue

    entreno

    organismo

    como

    uma

    transfu-soesem

    istureaoque

    existe.Scassimno

    for,corpoestranho;tem

    afunoda

    'embolia'

    (p.89).A

    propostacentralapresentada

    a

    "nacionalizaodefinitiva

    doBrasil

    (p.87),oque

    requeria,emsua

    perspectiva,amiscigenao

    comos

    imigrantes

    europeuseaes

    queevitassem

    aconstituiode

    grupossegregados

    einde-

    pendentes.Osertanejo

    deveriatersido

    chamado

    paraligaresses

    grupos(....)

    promovendo

    oequilibrio;no

    futuroseria

    om

    ediadorsalutar(p.91).

    interessanteque

    adefiniodesertanejo

    noapresente

    baseracialou

    geo-grfica

    mais

    precisa,poisainda

    quetnica

    eculturalm

    enteheterogneos,seria

    possvel,naviso

    doantroplogo,recorrerquela

    identidadepara

    situartipos

    comoosdo

    gachoedojagiuio,pois,noque

    asuapsiqu

    temdenacionaleles

    sotodos

    osmesm

    os(p.92).Defendendoum

    papelpolticopara

    aetnografia,RoquettePinto

    afirma

    queessadisciplina

    nopoderiam

    aisseprenderaoaborge-ne,devendo

    passartambm

    aabrangeroestudo

    dosertanejo

    (p.92).Em

    'Asleis

    daeugenia',o

    autordiscutea

    leidahere

    naancestrale

    daregresso

    filialoutendncia

    mediocridade.Defende

    ospostuladosde

    Galton,

    in_c_lpsivecomrestries

    aocasam

    entodos

    menoscapazes,procurando,entre-

    tanto,desvinculartaispostuladosde

    qualquerclassificaoracial.O

    problema

    da`"`i"e`i`s`e`i'iacondicionar(positivam

    ente)a

    heranahum

    ana.Na

    mesm

    alinha

    deoutrosm

    dicoseantroplogos

    latino-americanos

    queseopuseram

    linha

    mais

    radicaldaassim

    chamada

    eugenianegativa,defendeu

    uma

    aopositiva

    sobreasade

    eascondiesde

    vida,ressaltandoque:Ao

    ladoda

    eugeniafatalista

    queprega:fora

    daherana

    noh

    salva;o,constitui-se

    aeugenia,preocupada

    emfavorecer

    aaquisio

    dosm

    elhorescaracteres

    somticosporparte

    dosque

    estovivendo(p.203).Em

    outroartigo,'japone-

    ses',afirma

    queabiologia

    aplicadahigiene

    daraa

    devepedirapenas

    queos

    homenssejam

    hereditariamente

    sos.Identificandoainfluncia

    decam

    panhaam

    ericanacontrria

    aosjaponeses,defendeaim

    igraojaponesa

    porsuaca-

    pacidadede

    trabalhoe

    elevadosenso

    moral.Posio

    semelhante

    defendida

    porseuam

    igoO

    lympic

    daFonseca

    Filhoque,com

    oobservei,participou

    dem

    issodo

    InstitutoOswaldo

    Cruzao

    Japo,coma

    finalidadede

    avaliarapertinncia

    davinda

    decorrentes

    migratrias

    dessepais.

    Umdosartigosm

    aisinstigantesdacoletnea'Euclidesda

    Cunhanatu-

    ralista',noqualoautorde

    Ossertesapresentado

    como

    umtipo

    especialdenaturalista

    -um

    ecologista.SegundoRoquette-Pinto,era

    possvelaplicarachave

    taxonmica

    "ordem

    dosnaturalistas,

    classificando-osem

    morfologistas,fisiologistas,biologistas,taxonom

    istase

    ecologistas.EuclidesdaCunha

    pertenceriaaesseltim

    ogrupo,poissuapreocupao

    concentrava-senos

    "entrelaamentos,nasinteraesdesereseam

    biente;jamaisnosdeta-

    lhesouno

    isolamento

    detipos

    ecaractersticas.No

    mesm

    oartigo,0antroplogoobserva

    quetalposio

    deveriaservis-

    taluz

    dasuperao

    deumdarwinism

    oestreito,suportado

    pelaidia

    deluta

    entreseresvivos,edo

    surgimento

    deum

    neolamarkism

    o,queresgatava

    ain-

    129

  • flunciado

    meio,ede

    uinneodarwinism

    oque

    destacavaoconceito

    dem

    uta-o.

    Essasseriam

    ascondies

    paraa

    aceitaoda

    ecologiacom

    ohistria

    integraldanatureza(p.276).

    Aterceira

    questoque

    ressalteiaom

    evoltar

    paraa

    contril-ui;ode

    Roquette-Pinto

    dizrespeito

    asuaatividade

    como

    etngrafoe,nesse

    caso,avia-

    gemjunto

    aM

    issoRondon,em

    1912,cujorelato

    apresentado

    emRondnia,

    consistenareferncia

    maisim

    portante.No

    prefcioda

    segundaedio,publicada

    em1938,ele

    (1938,p.14)afirma

    queseu

    objetono

    eraapenaso

    "homem

    primi~

    tivo",ondio

    pareciounliam

    biquara,mas

    tambm

    osresultados

    daobra

    fe-~cunda

    dossertanejosdoBrasil,dirigidos

    peloidealfeito

    homem

    .Dessa

    forma,

    almda

    descriodos

    hbitos,da

    caracterizaoantropom

    etrica,dacultura

    material,da

    lngua,dam

    sica,dotrabalho

    edas

    condioesde

    vidaesade

    dosndiosda

    Serrado

    Norte,olivroretrata

    apreo-cupao

    como

    que,em

    umartigo

    posterior,o

    antroplogoviria

    acham

    aretnografia

    sertaneja.Ressalta,entreoutros

    pontos,oarcasm

    oda

    linguagein,'tem

    aalis

    bastanteenfatizado

    nasviagens

    cientficasdo

    InstitutoO

    swaldo

    Cruz,especialm

    entena

    deBelisrio

    Pennae

    ArthurN

    eiva.Ernpregarapala-

    vraassistir

    ncrlugardem

    orar,curiosidadeque

    fazo

    antroplogolem

    brar-sede

    uinpoem

    ade

    Tomas

    Antnio

    Gonzaga,

    um

    dosexem

    plosdo

    tradicionalisinorevelados

    naliiiguagein.

    Emum

    trechodo

    livro,Roquette-Pinto

    observaque

    paradocum

    entaravida

    sertaneja,nadam

    elhordoque

    surpreenderpalestrasde

    tropeiros,noite,no

    pouso,aoredordo

    fogo,pitandosossegadam

    entepara

    queimaro

    tdio(p.151).Algum

    aspginas

    sodedicadas

    adescries

    menos

    prosaicas:otrabalho

    nosseringais,o

    sistema

    debarraco,asprecrias

    condiesde

    vidaesade.O

    autorclietgaa

    reproduzirarelaodos

    itensde

    alimentao,vesturio

    ehigie-ne

    fornecii_'los_,attulode

    emprstim

    o,acadaseringueiro.Era

    o"preo

    decada

    homem

    tp.155).

    Comessanfase,no

    pretendoignorarariqueza

    dotrabalho

    paraoconhe-

    cimento

    dastribos

    indgenasda

    regio.Talregistro,inclusivecom

    fonogramas

    traduzidosein

    partituram

    usicalporVilla~Lobos,foifundamentalpara

    aconsa-grao

    doantroplogo.A

    experinciaparece

    terrepresentadopapelrelevante

    naconsti'uo

    dosel

    daidentidade

    profissionalepessoalde

    Roquette-Pinto.Em

    mais

    dum

    relatobiogrfico

    sobre0

    autor,hreferncia

    isuaidentificao,

    emvrios

    mom

    entos,como

    ndiofazendo

    partede

    suaexperincia

    familiar,a

    di'ainatizaoderitoseda

    organizaosocialde

    tribosindgenas.

    l\les.~.ecaso,note-se

    aindaque

    ossertes

    soos

    sertesdo

    Norte

    edo

    (lenti'o~Ocste,ossertesdeRondon,dom

    inadospeloindgena

    epelom

    ameluco.

    L)queparece

    seroaspecto

    mais

    valorizadodo

    sertanejoarelao

    comanatu-

    reza.Assim,apesardo

    registrode

    doenasedo

    depauperamento

    dosertanejo

    emprejrado

    nosseringais,alguns

    conseguiamdriblaros

    inimigos

    invisveis.Roquette

    Pintonarra

    avidade

    umseriiigueiro

    doVale

    dojuruena,em

    Mato

    trtisso,oqual,entre

    outrascaractersticas,apresentava

    uma

    queconsiderava

    fundamental:sabia

    tirarpartidodas

    riquezasda

    inata.Nuncateve

    sezes(idein,ihi;lem

    ,p.158).

    130

    m-L-

    Aetiior'"ifi._>~~

    .'-.

    .

    ._

    _.

    5.z'iseilaneja

    paieceiefeiii-se,assim

    ,aessaespecialrelaoentre

    lioinemei'nt1ire2"ie

    ```

    ..

    .`

    A.z

    j,.

    adificuldadedo

    obseixadoideoutra

    culturade

    capt-1,