o relatório de desenvolvimento humano propõe reformas ... · os obstáculos à migração surgem...

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P-7-1 O Relatório de Desenvolvimento Humano propõe reformas cruciais para optimizar os benefícios da migração Banguecoque, 5 de Outubro de 2009 – Os governos devem empreender uma série de reformas políticas para maximizar os benefícios da migração e para melhor garantir os direitos dos migrantes, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano hoje lançado aqui. “A migração, tanto dentro como para fora de fronteiras, traz benefícios significativos de um modo geral, os quais poderão ser optimizados através de melhores políticas nacionais e internacionais”, argumenta principal autora do Relatório, Jeni Klugman. O Relatório Ultrapassar Barreiras: Mobilidade e desenvolvimento humanos propõe reformas às políticas de migração tanto para os países de destino como para os países de origem, que assegurariam um maior acesso e um melhor tratamento relativamente aos migrantes. Esta é a última publicação de uma série de Relatórios de Desenvolvimento Humano globais que visam enquadrar os debates sobre alguns dos problemas mais prementes que ameaçam a humanidade, desde as alterações climáticas até aos direitos humanos. Trata-se de um relatório independente elaborado sob o auspicio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Propostas políticas O Relatório Ultrapassar Barreiras traça um pacote principal de reformas assentes em seis “pilares” que apelam às seguintes medidas: Abertura dos canais de entrada existentes para mais trabalhadores, sobretudo aqueles pouco qualificados; Assegurar os direitos humanos básicos aos migrantes, particularmente o acesso à educação e aos serviços de assistência médica, e os sistemas de protecção a trabalhadores; Reduzir as despesas de transacção da migração; Encontrar soluções em parceria que beneficiem tanto as comunidades de destino como os migrantes, Reduzir as restrições à migração interna; Acrescentar a migração como uma componente das estratégias de desenvolvimento dos países de origem. Alargar oportunidades Em Ultrapassar Barreiras há um enfoque inicial nas populações dos países em desenvolvimento e em como as diferenças em oportunidades definem as escolhas que as pessoas fazem no sentido de procurarem melhorar as suas vidas. Os pobres são quem menos dispõe de oportunidades e recursos para se deslocar dentro dos limites do seu país, ou entre diferentes países. Não obstante, são eles quem tem o maior proveito a retirar da migração. Garantir um maior acesso a oportunidades e assegurar um tratamento justo relativamente aos migrantes são medidas fundamentais se quisermos maximizar o potencial da migração no sentido de beneficiar o desenvolvimento humano para todos aqueles envolvidos – desde as famílias migrantes até as comunidades de origem e de destino, de acordo com o Relatório. Estritamente embargado até 03:00 GMT (10:00 da manhã em Banguecoque) 5 de Outubro de 2009

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O Relatório de Desenvolvimento Humano propõe reformas cruciais para optimizar os benefícios da migração Banguecoque, 5 de Outubro de 2009 – Os governos devem empreender uma série de reformas políticas para maximizar os benefícios da migração e para melhor garantir os direitos dos migrantes, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano hoje lançado aqui.

“A migração, tanto dentro como para fora de fronteiras, traz benefícios significativos de um modo geral, os quais poderão ser optimizados através de melhores políticas nacionais e internacionais”, argumenta principal autora do Relatório, Jeni Klugman. O Relatório Ultrapassar Barreiras: Mobilidade e desenvolvimento humanos propõe reformas às políticas de migração tanto para os países de destino como para os países de origem, que assegurariam um maior acesso e um melhor tratamento relativamente aos migrantes. Esta é a última publicação de uma série de Relatórios de Desenvolvimento Humano globais que visam enquadrar os debates sobre alguns dos problemas mais prementes que ameaçam a humanidade, desde as alterações climáticas até aos direitos humanos.

Trata-se de um relatório independente elaborado sob o auspicio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Propostas políticas O Relatório Ultrapassar Barreiras traça um pacote principal de reformas assentes em seis “pilares” que apelam às seguintes medidas:

• Abertura dos canais de entrada existentes para mais trabalhadores, sobretudo aqueles pouco qualificados;

• Assegurar os direitos humanos básicos aos migrantes, particularmente o acesso à educação e aos serviços de assistência médica, e os sistemas de protecção a trabalhadores;

• Reduzir as despesas de transacção da migração; • Encontrar soluções em parceria que beneficiem tanto as comunidades de destino como os

migrantes, • Reduzir as restrições à migração interna; • Acrescentar a migração como uma componente das estratégias de desenvolvimento dos países

de origem. Alargar oportunidades Em Ultrapassar Barreiras há um enfoque inicial nas populações dos países em desenvolvimento e em como as diferenças em oportunidades definem as escolhas que as pessoas fazem no sentido de procurarem melhorar as suas vidas. Os pobres são quem menos dispõe de oportunidades e recursos para se deslocar dentro dos limites do seu país, ou entre diferentes países. Não obstante, são eles quem tem o maior proveito a retirar da migração. Garantir um maior acesso a oportunidades e assegurar um tratamento justo relativamente aos migrantes são medidas fundamentais se quisermos maximizar o potencial da migração no sentido de beneficiar o desenvolvimento humano para todos aqueles envolvidos – desde as famílias migrantes até as comunidades de origem e de destino, de acordo com o Relatório.

Estritamente embargado até 03:00 GMT (10:00 da manhã em Banguecoque) 5 de Outubro de 2009

P-7-2

Os obstáculos à migração surgem de variadas formas. A migração através de canais regulares ou legais encontra-se presentemente muito restringida. O Relatório Ultrapassar Barreiras vem propor que os governos alarguem o acesso às deslocações para todas as pessoas, mas sobretudo aos trabalhadores pouco qualificados, ainda que na condição de se adequarem à procura de mão-de-obra. Muitos países de destino ou não reconhecem qualificações, tais como graus universitários e formações profissionais, ou gastam imenso tempo em complicados processos de averiguação. Consequentemente, muitos migrantes altamente qualificados acabam por ter de trabalhar em ocupações que exigem uma menor qualificação, o que significa uma redução nos benefícios da migração, tanto para eles como para os países de destino. O Relatório apela aos governos que tomem medidas no sentido de facilitarem a equivalência de qualificações. O Relatório chegou à conclusão de que, em muitos casos, os custos financeiros acumulam-se mesmo antes de um migrante ter deixado o seu país. As despesas incorridas pelos trabalhadores pouco qualificados são geralmente as mais elevadas em relação aos vencimentos que irão auferir no estrangeiro. Por exemplo, são poucos os enfermeiros migrantes provenientes de países da Ásia que pagam taxas de recrutamento, mas o mesmo não acontece relativamente às empregadas domésticas, que normalmente têm de suportar essas despesas. O Relatório apela aos governos de origem e de destino para que simplifiquem e agilizem os procedimentos e reduzam os respectivos custos. O Relatório cita inúmeros casos em que as políticas recomendadas foram implementadas com sucesso. Acordos regionais – tais como na Europa e na América do Sul – permitiram uma liberalização significativa das deslocações das pessoas. A Suécia, por exemplo, implementou uma série de reformas na imigração de mão-de-obra que permitem que licenças de trabalho – para trabalhadores pouco qualificados provenientes de países não pertencentes à União Europeia – sejam transferíveis entre diferentes entidades empregadoras. E o Esquema Reconhecido de Empregadores Sazonais da Nova Zelândia, semelhante a um programa que existe no Canadá, e que foi mais recentemente também

adoptado na Austrália, criou oportunidades de trabalho sazonal. Uma pesquisa à opinião pública internacional demonstra que muitas pessoas estão dispostas a aceitar a imigração desde que existam vagas para emprego. Uma análise abrangente das evidências disponíveis nos países europeus, nos Estados Unidos e em outros países sugere que a mão-de-obra migrante não apresenta um efeito geral significativo na contratação de trabalhadores nativos. Por exemplo, os enormes fluxos de entrada na economia em crescimento do Reino Unido registados entre 2004 e 2008, despoletados pela adesão de alguns novos países à União Europeia, não levaram nem ao despedimento de trabalhadores nativos nem a um aumento no desemprego.

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Em média, entre os homens com idades dos 18 aos 39 anos (per! l que caracteriza a vasta maioria da população prisional), a taxa de detenções dos nativos em 2000 era de 3,5%, cinco vezes superior à taxa de 0,7 % referente àqueles nascidos no estrangeiro. 134 Estudos anteriores para os Estados Unidos produziram os mesmos dados.

135 Todavia, o cenário na Europa é mais variado. Os da-dos do C onselho da Europa em 25 países mostram que, em média, existem na prisão ma is do dobro de pessoas nascidas no estrangeiro do que nativas. Um estudo so-bre seis países Europeus revelou que na Áustria, na Ale-manha, no Luxemburgo, na Noruega e na Espanha, as taxas de ofensa são mais elevadas para os estrangeiros, embora este não seja o caso da Grécia, por exemplo. 136

Os receios de que os migrantes minem o estatuto socioeconómico dos nativos foram testados empirica-mente. Tal como já foi indicado, os efeitos podem ser positivos para alguns indivíduos e grupos e negativos para outros, mas raramente serão signi! cativos. Todavia, a recessão económica de 2008/09 representa um choque acentuado para muitos trabalhadores nos países de des-tino (e noutros), possivelmente o pior desde a Grande Depressão da década de 1930. Embora não haja uma sé-ria sugestão de que este choque tenha sido causado pelos migrantes, tem-se assistido a um atiçar da retórica anti-imigrante enquanto os trabalhadores nativos procuram encontrar formas de assegurar os seus postos de trabalho. Os governos encontram-se sob uma enorme pressão – e muitas vezes não conseguem resistir-lhe. As opiniões estão a mudar, mesmo em casos onde a migração foi amplamente bem acolhida pelo público até agora – por exemplo, no Reino Unido, existe um sentimento contra os europeus de leste, apesar da experiência bem sucedida dos " uxos de entrada em larga escala durante o grande boom. 137

As opiniões das pessoas sobre a migração são condi-cionadas pela disponibilidade de empregos. Na maioria dos 52 países abrangidos no último Inquérito Mundial de Valores, a maior parte dos inquiridos aprovou as res-trições à imigração, mas muitos salientaram que essas restrições devem estar claramente associadas à dispo-nibilidade de empregos (! gura 4.3). 138 As projecções demográ! cas e económicas apresentadas no capítulo 2 sugerem que, passada a actual recessão, as características estruturais levarão ao ressurgimento de vagas de empre-go e, por isso, a novas oportunidades para migrantes.

Mesmo em tempos normais, muitos sentem que se deveria dar preferência aos nativos (! gura 4.4). A nossa análise de regressão concluiu que esta opinião prevalecia mais entre pessoas que eram mais velhas, tinham rendi-mentos mais baixos, viviam em pequenas cidades e não

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Atitudes em relação à imigração e existência de vagas de emprego, 2005/2006

Deixar entrar quem quiser Deixar as pessoas entrar desde que existam vagas de emprego Limitar/proibir a imigração

Fonte: Kleemans and Klugman (2009).

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Percentagem das respostas

Ruanda

Burkina Faso

Mali

Vietname

Andorra

Ucrânia

Suíça

Peru

Suécia

China

Morrocos

Etiópia

Bulgária

Roménia

República da Moldávia

Eslovénia

República da Coreia

Austrália

Argentina

México

Gana

Chile

Itália

Brasil

Espanha

Hong Kong (China)

Chipre

Turquia

Alemanha

Finlândia

Polónia

Nova Zelândia

Japão

Índia

Estados Unidos

Zâmbia

Sérvia

Trindade e Tobago

Taiwan (Província da China)

Jordânia

Egipto

África do Sul

Irão (Repúb. Islâmica do)

Tailândia

Indonésia

Malásia

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Garantir um melhor tratamento Em Ultrapassar Barreiras apela-se a que todas as partes assegurem um tratamento justo aos migrantes, incluindo disponibilizar o ensino da língua, permitir o acesso a serviços básicos, garantir os direitos dos trabalhadores e combater a xenofobia, através de campanhas educativas, por exemplo.

Este Relatório reflecte os apelos realizados em vários relatórios anteriores sobre a migração por parte das Nações Unidas e de organizações não governamentais, bem como do Fórum Mundial sobre Migrações e Desenvolvimento do ano passado, no sentido dos governos assegurarem os direitos humanos básicos aos migrantes. Do mesmo modo, as políticas de aplicação deveriam considerar questões humanitárias e respeitarem o Estado de Direito. O Relatório conclui que o tratamento dos migrantes é muitas vezes pior no que respeita aos que se encontram numa situação irregular – ou seja, àqueles que não dispõem dos documentos requeridos para poderem permanecer num país, ou que chegaram através de meios que não os oficiais – e discute directamente esta controversa questão. Faz uma análise a uma série de abordagens que têm sido adoptadas em todo o mundo por parte de vários intervenientes, incluindo os governos, o sector privado e a sociedade civil, e encoraja as opções políticas que se afiguram mais equitativas e sustentáveis. Em Ultrapassar Barreiras conclui-se que os esforços que se têm desenvolvido no sentido de se abordar as questões da mobilidade, especialmente aquelas associadas ao acesso e ao tratamento, poderão trazer benefícios significativos para o desenvolvimento humano aos níveis do indivíduo, da comunidade, das nações e do mundo

* * *

Para aceder ao Relatório de Desenvolvimento Humano e a todo o Dossier de Imprensa, visite, por favor: www.hdr.undp.org. SOBRE ESTE RELATÓRIO: O Relatório de Desenvolvimento Humano continua a enquadrar debates sobre alguns dos problemas mais prementes que a humanidade enfrenta. Trata-se de um relatório independente elaborado sob a responsabilidade e coordenação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Jeni Klugman é a principal autora do Relatório de 2009. O Relatório está traduzido em mais de 12 línguas e é lançado em mais de 100 países anualmente. O Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 é publicado em português pela Edições Almedina, SA. SOBRE O DESENVOLVIMENTO HUMANO: O desenvolvimento humano é o alargamento da liberdade das pessoas viverem as suas vidas da forma que escolherem. Este conceito – inspirado pelo trabalho precursor de Amartya Sen, laureado com o prémio Nobel, e pela liderança de Mahbub ul Haq (1934-1998), sendo também conhecido como a abordagem das capacidades devido à sua ênfase na liberdade de se conseguir ser e fazer algo vital – tem estado no centro do nosso pensamento desde o primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano, em 1990, e é agora tão relevante como nunca para a concepção de políticas eficientes para combater a pobreza e a privação. A abordagem das capacidades provou ser poderosa na redefinição do pensamento sobre tópicos tão diversos como os do género, da segurança humana e das alterações climáticas. !"

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gramas estipulam regras para o tempo de admissão, a estadia e o emprego de trabalhadores estrangeiros. Os vistos H1B dos Estados Unidos, por exemplo, garan-tem a admissão temporária de trabalhadores altamente quali! cados de até seis anos, enquanto os vistos H2B estão ao alcance dos trabalhadores sazonais pouco qua-li! cados durante até três anos. Do mesmo modo, as po-líticas de imigração de Singapura disponibilizam Passes de Emprego – para pro! ssionais quali! cados – e uma Licença de Trabalho ou um Pass-R para trabalhadores não quali! cados ou semi-quali! cados.73 Entre os países contemplados na nossa avaliação de políticas, os países em desenvolvimento dispunham mais frequentemen-te de regimes temporários para trabalhadores pouco quali! cados.

As normas relativamente às mudanças de vistos e reuni! cação familiar diferem grandemente entre dife-rentes países.74 Alguns esquemas temporários abrem um caminho para a residência a longo-prazo ou até a residên-

cia permanente e permitem que os trabalhadores estran-geiros tragam os seus agregados familiares. Um exemplo é os vistos H2B dos Estados Unidos, embora o seu núme-ro anual se faça registar a um nível baixo e os membros do agregado familiar não tenham direito ao trabalho. Outros governos proíbem explicitamente a mudança do tipo de visto e a reuni! cação familiar, ou, então, aplicam fortes restrições quanto a esses aspectos.

Os programas de trabalhadores temporários, ou ka-fala (literalmente signi! cando “garantindo e tomando conta de” em árabe75), dos países do CCG constituem um caso especial. De acordo com estes programas, o trabalhador migrante estrangeiro recebe um visto de entrada e autorização de residência apenas se um cida-dão do país de acolhimento o apadrinhar. O khafeel, ou seja, o empregador responsável pelo apadrinhamento, é ! nanceira e legalmente responsável pelo trabalhador, as-sinando um documento do Ministério do Trabalho para esse efeito.76 Se se descobrir que o trabalhador violou o contrato, terá de deixar o país imediatamente às suas próprias custas. Os programas kafala são restritivos em diversos aspectos, incluindo o da reuni! cação familiar. Os abusos dos direitos humanos – incluindo o não paga-mento dos salários e a exploração sexual de empregadas domésticas – estão bem documentados, especialmente entre um crescente número de migrantes oriundos do subcontinente indiano.77

Nos últimos anos, alguns países na região deram pas-sos moderados no sentido de reformarem os seus regimes de imigração. A Arábia Saudita decretou recentemente uma série de regulamentos facilitando a transferência de trabalhadores empregados por empresas que fornecem serviços (por exemplo, de manutenção) a departamentos do governo.78 Outras iniciativas foram também imple-mentadas para monitorizar as condições de vida e de tra-balho dos migrantes estrangeiros. Nos Emirados Árabes Unidos, o Ministério do Trabalho introduziu uma linha de atendimento para receber queixas do público geral. Em 2007, as autoridades inspeccionaram 122.000 esta-belecimentos, o que resultou em contra-ordenações por quase 9.000 violações dos direitos dos trabalhadores e da legislação sobre as condições de trabalho. Contudo, pro-postas mais ambiciosas no sentido da reforma, tal como a do Barém, no início de 2009, reivindicando a abolição do sistema kafala, não têm conseguido vingar, alegadamente devido a uma oposição política intensa com base em in-teresses comerciais.79

Em alguns países desenvolvidos – incluindo a Aus-trália, o Canadá e a Nova Zelândia –, a preferência por trabalhadores altamente quali! cados é implementada através de um sistema de pontos. As fórmulas têm em

Figura 2.8 $ $%&'$&($)*&(+,-./&($&*($&01&23.13$45&0-!$6&/*(7$&013'.&'

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$ Abertura à imigração legal em países desenvolvidos versus países em desenvolvimento, 2009

Desenvolvidos

Em desenvolvimento

Desenvolvidos

Em desenvolvimento

Desenvolvidos

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Desenvolvidos

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Abertos Parcialmente fechados Totalmente fechados

Painel A: Imigração permanente

Painel B: Imigração temporária

Fonte: Klugman and Pereira (2009).

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SOBRE O PNUD: O PNUD é a rede de desenvolvimento global das Nações Unidas, defendendo a mudança e ligando os países ao conhecimento, experiência e recursos no sentido de ajudar as pessoas a construírem uma vida melhor. Estamos no terreno em 166 países, trabalhando junto dos mesmos para encontrar as suas próprias soluções para os problemas de desenvolvimento globais e nacionais. No desenvolvimento das suas capacidades locais, inspiram-se na equipa do PNUD e no nosso amplo leque de parceiros. Por favor visite www.undp.org