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O Regime Jurídico das SPEs, Sócios Estatais e Privados, Financiamento do setor. São Paulo 30 de outubro de 2014

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Page 1: O Regime Jurídico das SPEs, Sócios Estatais e Privados ... · negócios de uma empresa, segregando custos, receitas e riscos do projeto através de uma sociedade de propósito específico

O Regime Jurídico das SPEs, Sócios Estatais e Privados,

Financiamento do setor.

São Paulo

30 de outubro de 2014

Page 2: O Regime Jurídico das SPEs, Sócios Estatais e Privados ... · negócios de uma empresa, segregando custos, receitas e riscos do projeto através de uma sociedade de propósito específico

• Lei 8.666/93 (Lei de Licitações) :

“Art. 24. É dispensável a licitação:(...)VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens

Sociedade de Propósito EspecíficoLegislação – Antes 2004

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bensproduzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre aAdministração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em dataanterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com opraticado no mercado;(...)XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso daadministração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviçosde informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidadesque integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;”

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Sociedade de Propósito EspecíficoLegislação – Antes 2004

Lei 8.666/93 (Lei de Licitações):

“Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio,observar-se-ão as seguintes normas:

I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição deconsórcio, subscrito pelos consorciados;

II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender àscondições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;(...)”

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Sociedade de Propósito EspecíficoLegislação – Antes 2004

Lei 9.074/95 (Concessão e Permissão de Serviços Públicos):

“Art. 18. É autorizada a constituição de consórcios, com o objetivo de geraçãode energia elétrica para fins de serviços públicos, para uso exclusivo dosconsorciados, para produção independente ou para essas atividades associadas,consorciados, para produção independente ou para essas atividades associadas,conservado o regime legal próprio de cada uma, aplicando-se, no que couber, odisposto no art. 23 da Lei nº 8.987, de 1995.

Parágrafo único. Os consórcios empresariais de que trata o disposto noparágrafo único do art. 21, podem manifestar ao poder concedente, até seis mesesantes do funcionamento da central geradora de energia elétrica, opção por um dosregimes legais previstos neste artigo, ratificando ou alterando o adotado norespectivo ato de constituição. “

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Sociedade de Propósito EspecíficoLegislação – Após 2004

A Sociedade Propósito Específico (SPE) - Lei de Parceria Pública Privada:

Lei n. 11.079/2004

“Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de“Art. 9 Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade depropósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.”

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SPE v. ConsórcioCaracterísticas da SPE

SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO (SPE)

Conceito Sociedade com personalidade jurídica formadapara a execução de determinado empreendimentoe em prazo limitado.

Legislação Artigo 981 do Código Civil

Personalidade Jurídica Possui personalidade jurídica, adquirida após oregistro do contrato na Junta Comercial.

Constituição Contrato social ou Estatuto

Registro Na Junta Comercial.

Capital Será previsto no respectivo contrato social ouestatuto e passa a compor patrimônio da SPE.

Responsabilidade Determinada pelo tipo societário adotado (porexemplo, se sociedade limitada, aresponsabilidade será limitada ao capitalintegralizado).

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SPE v. ConsórcioCaracterísticas do consórcio

CONSÓRCIO

Conceito Negócio contratual realizado entre quaisquersociedades para execução de determinadoempreendimento previamente identificado e por prazodeterminado.

Legislação Artigos 278 e 279 da Lei das S.A.

Personalidade Jurídica Não possui personalidade jurídica, mesmo após oPersonalidade Jurídica Não possui personalidade jurídica, mesmo após oregistro do contrato na Junta Comercial

Constituição Contrato específico

Registro Na Junta Comercial após aprovação pelo órgão dasociedade competente para autorizar a alienação debens do ativo permanente.

Capital A contribuição de cada consorciado deve constar dorespectivo contrato específico. Não tem capital socialpróprio

Responsabilidade Definida no contrato. Não há presunção desolidariedade. Contudo, em situações específicas,como no Código de Defesa do Consumidor, háprevisão de responsabilidade solidária.

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Sociedade de Propósito EspecíficoVantagens e Desvantagens de uma SPE

• Isolamento de outras atividades;

•Acesso direto aos ativos e recebíveis do empreendimento;

• Facilidade de proteção a minoritários;

• Importante veículo para os processos licitatórios de outorga de concessão naárea de energia;

• Maior facilidade para financiamento.

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“2.2 Poderão participar deste LEILÃO, como VENDEDORAS, desde que satisfaçam plenamente todasas disposições do Edital e da legislação em vigor, e seu(s) empreendimento(s) possua(m)Cadastramento e Habilitação Técnica pela EPE, conforme Portaria MME nº 236/2014 e suasalterações:

2.2.1 Pessoas Jurídicas de Direito Privado nacionais ou estrangeiras, isoladamente oureunidas em consórcio.

Leilão de Energia de Reserva – Leilão nº 08/2014Sociedade de Propósito Específico

reunidas em consórcio.

2.2.1.1 As Pessoas Jurídicas de Direito Privado estrangeiras devem ter conhecimento de que:

2.2.1.1.1 Quando concorrerem isoladamente, deverão criar uma Sociedade de PropósitoEspecífico (SPE), constituída sob as leis brasileiras, para fins de outorga de Autorização;

2.2.1.1.2 Quando concorrerem consorciadas com Pessoa Jurídica de Direito Privadobrasileira, a liderança do consórcio caberá, sempre, à Pessoa Jurídica de Direito Privadobrasileira, sendo também obrigatória a constituição de SPE para fins de outorga deAutorização;

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Project Finance - Financiamento de um projeto específico e não de todos osnegócios de uma empresa, segregando custos, receitas e riscos do projetoatravés de uma sociedade de propósito específico (SPE).

O modelo básico do Project Finance tem por base:

Sociedade de Propósito Específico no Project Finance

O modelo básico do Project Finance tem por base:

• Criação de uma sociedade de propósito específico (SPE);

• Constituição diferenciada de garantias durante a fase de implantação eoperação;

• Receitas futuras vinculadas ou cedidas aos financiadores;

• Fluxo de caixa suficiente para saldar financiamento ;

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Sociedade de Propósito Específico no Project Finance

• Project Finance

•adequado para projetos de longo prazo

•fluxo de caixa passível de avaliação quanto à sua previsibilidade e consistência;•fluxo de caixa passível de avaliação quanto à sua previsibilidade e consistência;

• Não provoca repercussão imediata no balanço dos acionistas da SPE;

• Normalmente é utilizada em projetos novos;

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Sociedade de Propósito Específico no Project Finance

→ O fluxo de caixa gerado pelo projeto financiado garante o pagamento dodébito;

→ Projeto tem existência finita;

→ Caso haja desvios, há a possibilidade dos financiadores avocarem aexecução do projeto (step-in right).

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Balanceamento de riscos

Sociedade de Propósito Específico no Project Finance

Repartição dos riscos no project finance

Principais riscos

Término do projeto

FornecimentoOperaçãoFinanceiro

Jurídico

Meio ambiente Político

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Sociedade de Propósito Específico no Project FinanceRepartição dos riscos no project finance

Risco pelo término do projeto

→ Aumento dos custos em razão de atrasos no cronograma, problemascom equipamentos, defeitos ocultos, etc.

→ O risco é alocado entre o Epecista e a SPE/Financiador.

→ Risco de performance, erro operacional, tecnológico, engenharia,gerenciamento, problemas trabalhistas,etc.

→ O risco é alocado entre o Epecista e a SPE/Financiador.

Risco Operacional

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Sociedade de Propósito Específico no Project FinanceRepartição dos riscos no project finance

Risco pelo fornecimento

→ Aumento dos custos de equipamentos e insumos, por exemplo.

→ O risco é alocado entre o fornecedor e a SPE/Financiador.

→ Envolve alteração de políticas públicas, regulatórias, tributos, etc.

→ O risco é alocado entre o SPE/Financiador e seguradora.

Risco político

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Sociedade de Propósito Específico no Project FinanceRepartição dos riscos no project finance

Riscos jurídicos

→Possibilidade de mudanças legislativas, jurisprudenciais, falhas na elaboração de minutas de contratos, etc.

→ O risco é alocado para a SPE/Financiador.

→ Refere-se à possibilidade de desvalorização em médio e longo prazos, inflação, flutuação dos juros, etc.

→ O risco é alocado para o SPE/Financiador.

Risco financeiro

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Destinação Prazo máximo de amortização

Geração

Hídrica (UHEs) com capacidadeinstalada igual ou superior a 1000 MW

20 anos

Incentivos Financiamento do BNDES para energia renovável - Prazo

Prazo Máximo de Amortização

instalada igual ou superior a 1000 MW

Hídrica (UHEs) com capacidadeinstalada superior a 30 MW e inferior a1000 MW

20 anos

Energia eólica 16 anos

A partir da biomassa, energia solar,pequenas centrais hidrelétricas eoutras energias alternativas

20 anos

Fonte: BNDES

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Segmento Participação máxima (%)

Hidrelétricas 70

Incentivos Financiamento do BNDES para energia renovável

Participação máxima do BNDES

A partir de biomassa, energia eólica,energia solar, pequenas centraishidrelétricas e outras energiasalternativas

80

Projetos de cogeração de energia queutilizem caldeira de biomassa compressão maior ou igual a 60 (sessenta)bar

90

Fonte: BNDES

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• A ser realizado em 28 de novembro de 2014 (Portaria MME n°458);

• Objeto: Central de geração de energia elétrica a partir de fontesolar, fotovoltaica ou heliotérmica, com potência igual ou superior a 5 MW, queofertará energia elétrica no Produto Disponibilidade Eólica e Solar.

Sociedade de Propósito Específico no Ambiente de

Contratação Regulada: Leilão A-5 (2014)

• Início de suprimento em 1º de janeiro de 2019 e prazo de suprimentode 20 (vinte) anos para energia de fonte solar;

• Preço inicial Eólica e Solar: R$ 137,00/MWh;

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• Novidade: Linha de Financiamento e Metodologia de Credenciamento paraEnergia Solar:

→ Não considera a apuração do índice de nacionalização, tradicionalmentecalculado com base no peso e no valor do equipamento, como critério decredenciamento;

Incentivos Financiamento inédito do BNDES para o Leilão A-5 (2014)

credenciamento;

→ Exige-se a nacionalização progressiva de componentes e processosespecíficos ao longo do período de implementação do plano;

→ Financiamentos apoiados, direta ou indiretamente, pelas linhas BNDESFinem (taxa de longo prazo de, atualmente, 5% ao ano) e Fundo Clima (0,1%ao ano);

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Guilherme Schmidt

São Paulo Rio de Janeiro

www.lob-svmfa.com.br

Avenida Paulista,1294

8º andar

Tel. +55 11 3147 0800

Rua da Assembléia, 66

17º andar

Tel. +55 21 2114 1700