o regime constitucional do direito à educação básica
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O regime constitucional do direito à educação básica
Andréa Zacarias Vieira
Resumo: Este artigo consiste em analisar os principais aspectos do regime jurídico
atribuído pela Constituição Federal de 1988 ao direito à educação básica. Procura-se
demonstrar uma estrutura constitucional que engloba regras e princípios destinados a
conferir máxima proteção ao ensino básico, bem como a promover a universalização
desta etapa de educação.
Palavras chaves: Educação Básica; Direito Social; Princípios Constitucionais; Direito
Constitucional.
Abstract: This article is to analyze the main aspects of the legal system attributed by
the Federal Constitution of 1988 to the right to basic education. It seeks to demonstrate
a constitutional structure that encompasses rules and principles designed to give
maximum protection to basic education, and also to promote the universalization of this
stage of education.
Keywords: Basic Education; Social Law; Constitutional Principles; Constitutional Law.
Sumário: Introdução. I – Direito à Educação como Direito Fundamental Social. II–
Educação básica: direito público subjetivo. III – Direito à educação básica sob a luz dos
princípios constitucionais. IV – Conclusão. Referências Bibliográficas.
Introdução.
A educação configura um direito inseparável da natureza humana, e dele depende o
desenvolvimento das capacidades e potencialidades do ser humano. Os aspectos
envolvidos no processo educacional são diversos, mas devem sempre buscar a
construção da cidadania, viabilizando, assim, uma integração social cada vez mais
ampla do indivíduo. A sociedade que privilegia a educação está alicerçada numa base
muito mais sólida, consubstanciada num modelo centrado no respeito aos direitos
fundamentais.
A Constituição Federal de 1988, reconhecendo a importância da garanti do direito à
educação, consagrou-o no artigo 6º como um direito fundamental social. Da
configuração constitucional deste direito, decorre um regime jurídico que se caracteriza
pela incorporação de princípios e objetivos fundamentais que informam o Estado
Democrático brasileiro, de caráter social, declarados nos artigo 1º e 3º da Constituição.
Considerando o papel da educação para a formação da cidadania, reveste-se de especial
relevo a educação voltada aos primeiros anos de vida, à fase correspondente à infância e
adolescência. Em vista da necessidade de maior proteção do direito à educação cujos
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titulares se encontram nesta faixa de idade, a Constituição reuniu diversas normas
destinadas à garantir este direito. Neste artigo, será analisado o regime jurídico
delineado pela Constituição para reger o direito à educação básica, que se estende da
pré-escola ao ensino médio.
Embora a educação não se restrinja ao ensino, trataremos mais especificamente dos
dispositivos constitucionais disciplinadores da educação formal das crianças e
adolescentes. Inicialmente, serão apreciados elementos característicos do regime
jurídico dos direitos fundamentais sociais, que se estendem à educação básica.
Posteriormente, analisaremos o conteúdo de direito público subjetivo do direito ao
ensino básico. Por fim, será feita uma exposição sobre a leitura dos enunciados
constitucionais atinentes ao direito à educação básica em consonância com os princípios
constitucionais que devem orientar a interpretação e concretização deste direito.
I – Direito à Educação Básica como Direito Fundamental Social.
A educação concebida como um processo de transmissão de conhecimentos e valores de
relação humana reputa-se indispensável ao desenvolvimento intelectual, psicológico e à
construção da cidadania. A educação se desenvolve em diversos ambientes, não apenas
na escola, mas no seio familiar, entidades religiosas, dentre outros. REGINA MARIA
FONSECA MUNIZ (2002) afirma que a educação vai mais além do objetivo de instruir,
mas também o de aflorar a ideia de humanidade que já existe em cada um de nós.
Do significado de ministrar o necessário para o desenvolvimento da personalidade do
indivíduo, compreendendo um processo de desenvolvimento de suas capacidades para
sua melhor e efetiva integração individual e social. Reconhecendo a relevância social da
educação, aduz JEAN PIAGET (2008:29): “Falar de um direito à educação é, pois, em
primeiro lugar reconhecer o papel indispensável dos fatores sociais”.
O Direito à Educação é assegurado pela Constituição Federal como um direito
fundamental de matiz social, tendo sido contemplado pela Constituição no artigo 6 º,
localizado no capitulo intitulado “Direitos Sociais”, o qual, por sua vez, está inserido no
titulo “Dos Direitos e Garantis Fundamentais”. A qualificação atribuída pela
Constituição ao direito à educação corrobora o valor inestimável contido neste direito, e
proclama o lugar de destaque ocupado por ele na ordem constitucional brasileira.
A fundamentalidade do direito à educação é inquestionável, notadamente quando se
trata do nível básico da educação, o qual compreende desde a pré-escola até o ensino
médio. O efetivo exercício do direito à educação nos primeiros anos de vida é
primordial para o desenvolvimento do ser humano, considerando suas capacidades
intelectuais individuais, e sua vocação social. O efetivo acesso à educação básica
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constrói a estrutura necessária para que o indivíduo se integre à sociedade, na medida
em que propicia ao mesmo as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de suas
potencialidades e aptidões.
Por ser um direito fundamental, a educação está alicerçada no princípio da dignidade
humana, e almeja a proteção desta dignidade em todas as suas dimensões. Esta relação
umbilical se fortalece quando se trata da educação das crianças e adolescentes. Nesta
fase, são lançadas as sementes para a formação da cidadania. O aceso ao ensino básico
de qualidade é pressuposto para o exercício pleno pelo indivíduo, desde a infância até a
fase adulta, de outros direitos fundamentais, como o direito ao trabalho, saúde, moradia
digna, alimentação, o que revela a sua fundamentalidade para a consolidação da
cidadania.
Deste modo, ao se oferecer as condições necessárias para o pleno exercício do direito à
educação básica, respeita-se o direito fundamental à educação, bem como concede
proteção a outros direitos fundamentais. Como é cediço, a dignidade da pessoa humana
foi alçada a princípio fundamental do Estado Democrático Brasileiro, consagrada no
artigo 1º, inciso III da Constituição Federal. Com isto, infere-se que a efetividade direito
à educação básica deve ser orientada por este princípio supremo do ordenamento
constitucional brasileiro.
Não só a total ausência da prestação do direito à educação básica como também sua
oferta deficitária vulnera o princípio da dignidade humana, afronta a Constituição e
enfraquece a democracia. Neste aspecto, adverte CANOTILHO (2010:14) sobre o
comprometimento do Estado Social com o alcance deste princípio: “o desenvolvimento
da personalidade ancorado na dignidade da pessoa ainda é o fundamento mais
inquestionável das prestações sociais a cargo do Estado”.
Como um mecanismo de proteção do direito fundamental, a Constituição Federal de
1988 inseriu esta categoria de direito no chamado núcleo imutável, intangível. Isto é, o
poder constituinte reformador não poderá suprimir ou restringir o núcleo destes direitos,
pois estão insertos nas cláusulas pétreas constitucionais. O direito à educação, em razão
da sua natureza de direito fundamental social, também está protegido por este
mecanismo contramajoritário estabelecida pela Constituição brasileira.
Percebe-se, assim, que o respeito e efetividade do direito à educação, nele incluída a
educação básica, é condição de realização da democracia constitucional brasileira.
Reforçando a proteção constitucional conferida a estes direitos, especificamente, no
tocante à educação básica, INGO SARLET (2008:435) acrescenta: “no âmbito de um
direito à prestação do ensino público gratuito, verificou-se a possibilidade de se
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reconhecer um direito subjetivo individual ao ensino fundamental obrigatório gratuito
em estabelecimentos oficias de ensino, que, situando-se já num patamar mínimo em
termos de exigências sociais, certamente não poderá ser suprimido ou restringido, nem
por meio de uma emenda à Constituição”.
Por ser um direito social, a educação possui um núcleo que se identifica com o chamado
mínimo existencial ou mínimo vital, consistente nas prestações materiais necessárias
para usufruir de uma vida digna. Quando se refere ao direito à educação básica este
mínimo existencial salta aos olhos, pois ele representa a base de toda a arquitetura da
cidadania. Inobstante a dificuldade da delimitação definitiva deste mínimo, o
delineamento de seu conteúdo, no caso concreto, deve se pautar no princípio da
dignidade humana, basilar no nosso sistema jurídico brasileiro.
O direito à educação, em virtude de sua natureza de direito social, possui um conteúdo
prestacional, o que significa que a sua efetividade depende da atuação positiva do Poder
Público, consistente na elaboração e implementação de políticas públicas. Neste
sentido, o Estado é o agente principal, e possui o dever inafastável de oferecer os
serviços concretizadores do direito à educação, com prioridade para os cidadãos mais
carentes. No que tange à educação básica, a Constituição preceitua no artigo 208 incisos
I e IV, ser dever do Estado efetivar a educação básica, que abrange a educação infantil
(pré-escola), ensino fundamental e ensino médio (17 anos).
Assim sendo, como corolário de um direito de matiz social, o direito à educação
configura um direito subjetivo público. Ao dever do Estado em prestar a educação
básica, conforme prescreve o dispositivo constitucional mencionado corresponde um
direito de exigir o cumprimento do mesmo em face do Estado pelo cidadão titular deste
direito. A vulneração do direito subjetivo público à educação básica agride a dignidade
humana e atenta contra a cidadania, instalando-se um cenário de flagrante desrespeito a
princípios democráticos reconhecidos na Constituição, o que leva à prática de um ato
inconstitucional pelo Poder Público.
O perfil social do Estado Democrático brasileiro foi explicitamente declarado pela
Constituição Federal de 1988, conforme se observa no artigo 1º, inciso III, que alça a
dignidade humana a princípio fundamental do Estado. Além disto, no artigo 3º estão
consagrados os objetivos perseguidos por um Estado de caráter social, a saber, a busca
por uma sociedade livre, justa e solidária (inciso I) e a redução das desigualdades
sociais (inciso III).
O alcance destes objetivos democráticos depende da realização dos direitos
fundamentais, dentre eles, destaca-se o direito à educação. Neste sentido, leciona
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CLARICE SEIXAS DUARTE (2007:694) que não só o respeito aos direitos
individuais, mas também o respeito aos direitos sociais, de que são exemplos o direito à
educação, tem sua concretização como imposição para que sejam acolhidos os
princípios de um Estado Social e democrático de Direito.
Mister repisar inovação trazida pelo artigo 5º, § 1º da CF/88 que atribui aplicabilidade
imediata às normas definidoras de direitos e garantias fundamentais. Embora não haja
consenso quanto a isto aponta um tratamento diferenciado e reforçado a ser dispensado
a essa categoria de direitos, abalando a doutrina que atribuía o caráter de normas
programáticas aos direitos sociais, como se fossem desprovidos de caráter imperativo,
ou seja, como se não fossem capazes de vincular a atuação dos poderes públicos.
A efetividade do direito à educação é de suma importância para o exercício da
cidadania, visto que proporciona ao indivíduo condições de exercer em sua plenitude os
direitos individuais e fundamentais, tanto os individuais como os de índole social. A
educação, em especial a de nível básica, é pressuposto para a efetividade de outros
direitos fundamentais, visto ser estruturante na construção da cidadania. Neste diapasão,
aduz MOTAURI CIOCCHETTI DE SOUZA (2010:25) que a educação é a base da
construção da cidadania, atributo da dignidade humana, bem maior objeto da tutela dos
direitos fundamentais, como brota do próprio art. 1°, III, da Constituição Federal.
O regime jurídico constitucional do direito à educação foi bem delineado na
Constituição de 1988. Foram estatuídas normas constitucionais consagrando princípios
e objetivos informadores deste direito, bem como foram enumerados os deveres do
Estado voltados à educação, especialmente a de nível básico (artigo 206). Ademais
foram previstas normas definidores dos deveres de cada ente federativo, que deverá agir
em regime de colaboração (artigo 211 e parágrafos), e um sistema específico de
financiamento, com vinculação de receitas, que deverá priorizar o ensino obrigatório
(artigo 212 e parágrafos). Enfim, são inúmeros os dispositivos constitucionais que
compõem o regime jurídico do direito à educação, sendo que a maioria dos aspectos
relacionados à efetivação deste direito encontra-se nos artigos 205 a 214 da Constituição
Federal.
O direito fundamental à educação também é consagrado em diversos documentos
internacionais de proteção dos direitos humanos, que inclusive influenciaram a
Constituição de 1988. Destaca-se a Declaração Universal dos Direitos Humanos da
ONU, de1948, artigo 26. Outro importante documento internacional que merece citação
é o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, artigo 13.
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Alem destes, a Declaração Universal dos Direitos da Criança estabelece efetiva garantia
à educação básica, em seu artigo 7º, a saber:
“toda criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória, pelo
menos no grau primário. Ser-lhe-á propiciada educação capaz de promover a sua cultura
geral e capacitá-la, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões,
sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a
tornar-se membro útil da sociedade”.
Importante registrar que a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (Lei 9394/96)
constitui a lei de maior importância para o sistema educacional pátrio, e traça os
principais princípios e objetivos da educação nacional. A LDB possui natureza
estrutural e especifica as diretrizes constitucionais referentes à educação, reproduzindo,
em grande parte, as normas contidas nos artigos 205 e 206 da Constituição. No tocante à
educação de crianças e adolescentes, o Estatuto da Criança e Adolescente, juntamente
com a LDB, encerra as principais normas no plano infraconstitucional.
A seguir, será analisado o tratamento conferido pela Constituição Federal ao direito à
educação básica, enfatizando os aspectos que desenham o regime jurídico constitucional
deste direito, com destaque para o ensino básico.
II – Educação básica: direito público subjetivo.
Por ser um direito fundamental social, a educação não se circunscreve ao âmbito
individual, sendo-lhe conferida uma dimensão coletiva, visto que envolve interesses de
diversos grupos de pessoas, de diferentes regiões, inclusive de gerações futuras. A
proteção do bem jurídico como a educação envolve a consideração de interesses supra-
individuais, que confere dimensão coletiva e difusa a este direito.
Diante da importância patente da garantia do direito à educação para a formação do
indivíduo e o progresso de uma sociedade, a Constituição Federal, no artigo 205
estabelece de forma clara e explicita que a educação é um direito de todos e dever do
Estado. Portanto, titularidade do direito à educação é outorgada a todos os indivíduos,
crianças, jovens e adultos, o que representa característica da universalidade, inerente ao
direito à educação. A Constituição estatui, ainda, que a educação deve ser prestada não
apenas pelo Estado, mas também pela família, devendo ser promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade.
Da atribuição do dever de educação à família e da necessidade de colaboração da
sociedade sobressai o reconhecimento constitucional de que a educação não se resume
ao ensino (educação formal), mas implica também transmissão de valores, de novos
conhecimentos, de noções de cidadania que ultrapassam gerações. Ao abarcar diversos
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agentes educacionais no compromisso com o direito à educação, o objetivo do
Constituinte deu-se no sentido de conferir a este direito a máxima proteção, viabilizando
sua máxima efetividade. Porém, a prestação precípua dos serviços educacionais cabe ao
Estado, que possui o dever de fazê-lo.
Quando trata da universalidade da educação formal no artigo 205, a Constituição
declara os objetivos que devem nortear a sua prestação: pleno desenvolvimento da
pessoa, o seu preparo para o exercício da cidadania e à qualificação para o trabalho.
Portanto a universalidade no acesso à educação deve perseguir estes fins explicitados
pela Constituição, o que significa que a elaboração e execução das políticas
educacionais, tanto no âmbito normativo quanto administrativo, está vinculada a estes
objetivos constitucionais. Ademais, toda a interpretação das normas disciplinadores do
direito à educação deve se pautar neste preceito constitucional.
A Constituição arrola no artigo 208, os deveres voltados ao Poder Público em matéria
de educação, cuja observância é indispensável para que o direito à educação seja
assegurado. E neste dispositivo, a Constituição enuncia diversos deveres do Estado para
com o ensino básico e revela a especial atenção conferida pela Constituição à educação
formal nesta etapa. Como bem ressalta MOTAURI CIOCHETTI (2010: 48), o artigo
208 não traça qualquer hierarquia ao enumerar as diversas áreas de atuação do Estado
na seara educacional. Contudo, os deveres básicos da educação se encontram
devidamente arrolados neste dispositivo constitucional.
A educação formal básica abrange três níveis de ensino: infantil, fundamental e médio.
Com relação à educação infantil, a mesma consiste na devida oferta de creche e pré-
escola às crianças até cinco anos de idade, conforme redação do artigo 208, inciso IV da
CF. O ensino fundamental inicia-se a partir dos seis anos de idade, e tem duração de
nove anos, nos termos do artigo 32 da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional
(Lei Federal nº 9.394/96). A última etapa do denominado ensino básico reside no ensino
médio, cuja duração mínima deverá ser de três anos, nos moldes do artigo 35 da Lei
9393/96.
O Poder Público possui o dever constitucional de prestar educação básica e gratuita às
crianças e adolescente dos quatro anos aos dezessete anos (inciso I), bem como
disponibilizar serviços de educação infantil em creches e pré-escolas às crianças até
cinco anos (inciso IV). Ressalta-se que, embora o vocábulo obrigatório só conste no
inciso I, o oferecimento da educação infantil também é um dever impositivo do Poder
Público. O caput do artigo 208 da CF é explícito ao enunciar a prestação deste serviço
de natureza social como dever do Estado. Ademais, esta é interpretação que se encontra
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em consonância com o artigo 205 da Constituição Federal, e em harmonia com os
objetivos e princípios constitucionais aplicáveis ao direito à educação.
O atendimento de todas as regras insertas no artigo 208 da Constituição Federal é
imperativo imposto ao Poder Público, sendo certo que a respectiva obrigação já emana
do próprio dever de garantir previsto no caput do mencionado dispositivo. Portanto,
atendimento pelo Estado dos serviços públicos concretizadores dos direitos elencados
nos incisos do artigo 208 é imperativo, sendo suscetível de exigibilidade da prestação
positiva.
Atenta à importância da educação básica para a observância da dignidade humana e a
efetividade de outros direitos fundamentais, a Constituição preceitua no artigo 208, § 1º
que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. O
reconhecimento do direito à educação básica como um direito subjetivo já derivaria da
inclusão da educação no artigo 6º da Constituição Federal, assim como do conteúdo
caput do artigo 208.
Contudo a Constituição quis reforçar a proteção do direito à educação básica ao criar
um inciso que enuncia o direito público subjetivo à educação básica. Tanto que, em
seguida, estabelece, no artigo 208 §2 º, que o administrador público terá
responsabilidade pessoal pelo não oferecimento do ensino obrigatório ou por sua oferta
irregular.
Portanto, a prestação de todas as modalidades de ensino básico – infantil, fundamental e
médio – afigura-se um imperativo constitucional dirigido ao Poder Público, constituindo
direito público subjetivo. O Estado deve fornecer o serviço público que concretiza este
direito de forma universal e com qualidade, em condições de igualdade. Portanto, o
infante ou adolescente que tiver o seu direito fundamental ao ensino básico de qualidade
violado, poderá, através de seus representantes, exigir do Estado sua prestação.
Importante constar que a previsão de progressiva universalização do ensino médio
gratuito inscrita no artigo 208, inciso II da Constituição Federal não deve ser
interpretada de modo que leve a um esvaziamento do direito público subjetivo ao ensino
médio fornecido pelo Poder Público. O sentido que deve ser atribuído a este dispositivo
deve estar em consonância como toda a estrutura constitucional, em especial, com o
regime jurídico constitucional que rege o direito à educação.
Assim sendo, o objetivo deste preceito foi de reforçar o dever constitucional do Poder
Público em implementar políticas públicas que efetivem o acesso gratuito ao ensino
médio, especialmente para os mais carentes, criando melhores condições de estrutura e
de qualidade nesta etapa da educação básica.
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Reafirmando a obrigatoriedade do Estado no ensino médio, a Lei de Diretrizes e Base
da Educação Nacional, no artigo 4º, inciso II, passou a apregoar a efetiva
universalização do ensino médio, suprimindo o vocábulo “progressivo”, afastando, com
isso, qualquer dúvida remanescente. Como bem acentua Clarice Seixas Duarte, a noção
de progressividade dos direitos sociais não pode ser confundida com a possibilidade de
sua não aplicação.
Sendo a educação um direito de todos, conforme preceitua o artigo 205 da Constituição
Federal, deve ser orientada pelo critério de universalidade. Entretanto, esta
universalidade deve ser entendida sob o prisma dos princípios constitucionais, tanto os
princípios que informam o caráter social do Estado Democrático, quanto os princípios
direcionados especificamente ao ensino básico.
III – O direito à educação básica sob a luz dos princípios constitucionais.
O princípio da igualdade insculpido no artigo 5º da Constituição Federal deve permear a
interpretação e concretização de todos os direitos fundamentais sociais, dentre eles, o
direito à educação. Por ser um direito social, tende a realizar a equalização de situações
sociais desiguais, ligando-se, assim, ao direito à igualdade material, o que, por sua vez
proporciona condição mais compatível com o exercício efetivo da liberdade (JOSÉ
AFONSO DA SILVA, 2010: 285-286).
Por conta disto, a Constituição contempla, no artigo 206, inciso I, o princípio da
igualdade como vetor que orienta a prestação do ensino no país, dentre eles, o de nível
básico A efetividade do acesso à educação básica só se verifica quando as condições de
acesso e permanência se derem em condições de igualdade. Para a concretização deste
princípio, não basta que a vaga esteja disponibilizada ao aluno se o mesmo não tiver
condições de permanecer na escola, em razão, por exemplo, da distância da unidade
escolar de sua residência.
O artigo 206 da Constituição Federal enuncia os princípios que devem servir de
parâmetro de interpretação das normas constitucionais relativas ao direito à educação.
Tais princípios constituem também diretriz para o Poder Público na formulação e
implementação das políticas públicas voltadas à educação formal. Portanto, estes
princípios incorporados no artigo 208 juntamente com os princípios e valores que se
propagam na Constituição devem nortear a interpretação e concretização do direito à
educação, dentre eles a de nível básico.
A efetividade do direito à educação básica se avalia não apenas com base por um
princípio do regime constitucional da educação inserido no artigo 206, mas pela
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combinação de mais de um princípio, pois eles se correlacionam de modo a revelar o
verdadeiro delineamento do regime constitucional do direito à educação.
O princípio que declara a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola
está intrinsecamente relacionado com o princípio de garantia do padrão de qualidade
(inciso VII). Afigura-se irrefutável o fato de que não se assegura a igualdade no acesso à
educação básica se a qualidade em sua prestação for completamente desnivelada. Nas
escolas onde não há infra-estrutura para o professor e o aluno, ou quando as aulas são
ministradas por professores despreparados não se tem um padrão mínimo de qualidade.
A todo o momento, nos sobressaltamos com notícias de escolas onde o ambiente é até
insalubre para as crianças, tendo as mesmas que estudar em lugares improvisados,
muitas vezes ao ar livre.
Ciente da garantia de qualidade na prestação do ensino básico como fator indispensável
à consecução dos objetivos atribuídos à educação pela Constituição Federal, REGINA
MARIA FONSECA MUNIZ (2002:224) assevera que:
“O Estado não pode fugir de sua função educadora e muito menos pode deixar que as
suas escolas privadas o suplantem no cumprimento deste dever. Deverá estar presente
na formação de seus cidadãos, em parceria com a sociedade, preocupado,
precipuamente, com a formação da personalidade infantil, implantando programas
educacionais de qualidade e não apenas abrindo novas escolas. É preciso estar atento ao
conteúdo das mesmas, procurando proporcionar à criança as condições de vida mais
próximas de um lar, formando hábitos sadios, ensinando-lhes e estimulando sua
capacidade gradativa no meio social com treinamentos e seleção criteriosa de pessoal e
de voluntários”.
O atendimento ao princípio da qualidade na prestação do ensino perpassa
obrigatoriamente pela valorização do professor, com salários dignos e incentivos para
capacitação, atualização e aprimoramento profissional. A situação dos professores do
ensino fundamental e médio no nosso país é muito desprivilegiada, que vem gerando
uma verdadeira fuga destes profissionais das salas de aulas escolares.
Preocupado com a situação dos profissionais de educação, a Constituição conferiu
maior proteção ao consagrar como princípio constitucional norteador do ensino a
valorização dos profissionais da educação escolar, garantindo-lhes planos de carreira, e
ingresso exclusivamente por concurso público aos da rede público (inciso V).
Avançando ainda mais no intuito protetivo do direito à educação básica, a Emenda
Constitucional nº 53/2006 introduziu como princípio (inciso VIII) o piso salarial
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profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, fixado por lei
federal.
A gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais também foi consagrado
como princípio constitucional do ensino, nos termos do artigo 206, inciso IV da
Constituição Federal. O princípio da gratuidade do ensino público está intimamente
ligado ao problema da democratização do acesso à educação e constitui um direito, “não
uma concessão ou favorecimento”, no dizer de CLARICE SEIXAS DUARTE
(2007:705).
O reconhecimento constitucional do princípio da gratuidade do ensino repercute a
essência do direito social, natureza jurídica do direito à educação, especialmente, no
caso do ensino básico. Os economicamente desfavorecidos são os principais
destinatários dos direitos sociais, e a gratuidade do ensino almeja atender esta parcela da
população. Deste modo, privilegiando a igualdade material, atende ao objetivo de
universalização do ensino básico.
Em atendimento ao princípio da igualdade, vetor da interpretação e efetivação do direito
à educação, a Constituição Federal elenca como dever do Estado, no inciso III do artigo
208, o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino. Denota-se o compromisso constitucional
em assegurar o direito à educação dos grupos socialmente marginalizados, e promove
sua inclusão social. A previsão da escola inclusiva atente o princípio da igualdade, no
sentido de adotar critérios discriminatórios para alcançar a igualdade no acesso à
educação básica.
O poder Público deve disponibilizar nas escolas públicas recursos necessários para o
atendimento dos alunos portadores de necessidades especiais. Revela-se, assim, mais
uma norma constitucional que se curva aos objetivos da educação instituídos no artigo
205 da Constituição.
A proteção especial conferida pela Constituição à educação básica é mais uma vez
consolidada no enunciado correspondente à parte final do inciso I do artigo 208. Este
dispositivo assegura a oferta gratuita do ensino fundamental e médio para aquelas
pessoas que, por algum motivo, não tiveram acesso na idade própria. Ressalta-se que
esta previsão contem um direito público subjetivo do cidadão, que pode exigir do
Estado o seu cumprimento.
Com vistas a garantir o acesso à educação básica em condições equânime, a
Constituição prescreve no inciso VII do artigo 208 que é dever do Estado atender o
educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares
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de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. Esta previsão
constitucional declara um direito público subjetivo do aluno em ser atendido pelo Poder
Público na prestação destes serviços, e prestigia o princípio da igualdade aplicado ao
acesso universal ao ensino consagrado no artigo 206, inciso I da Constituição.
Este preceito constitucional confirma a preocupação especial protetiva do constituinte
com relação ao ensino básico, bem como revela incontestável interseção entre os
direitos fundamentais. Uma criança desnutrida, com a saúde debilitada terá dificuldades
no aprendizado, e muitas vezes, não consegue sequer frequentar a escola. O direito à
alimentação, a assistência à saúde também devem ser garantidas pelo Poder Público,
pois além de serem direitos fundamentais, da sua garantia depende a concretização do
direito à educação básica.
No prisma da igualdade no acesso e permanência universal à educação, um aspecto que
deve ser levado em conta são as desigualdades decorrentes do efetivo acesso à escola,
nas diversas regiões do país. Como se sabe nas áreas rurais e até nas regiões periféricas
das cidades grandes, há dificuldades para os alunos chegarem até a escola, por
insuficiência dos meios de transporte ou pela impossibilidade de custeio deste serviço
pelas famílias de baixa renda. Por isto, deve-se tratar este grupo vulnerável e
desfavorecido com prioridade na implementação das políticas públicas.
Consciente desta realidade, o poder constituinte, no artigo 209, inciso VII, assegurou o
direito ao transporte às crianças e adolescentes que se encontram na situação aludida
acima Vale acrescentar que o Estatuto da Criança e Adolescente, em sintonia com a
Constituição, assegurou o oferecimento pelo Poder Público do serviço de transporte a
estes alunos para a escola mais próxima, caso haja insuficiência ou ausência de vagas
numa escola pública próxima a residência do aluno ou na ausência de escola nas
proximidades (artigo 53).
Percebe-se que o preceito constitucional em comento tem como principal destinatário
parcela as crianças e jovens oriundos de parcela mais carente da sociedade, os quais,
muitas vezes, não têm acesso pleno e efetivo aos direitos fundamentais
consubstanciados no inciso VII do artigo 208. Na essência deste dispositivo
constitucional está o principio da igualdade consagrado no artigo 5º caput e no artigo
206, inciso I da Constituição. Ao assegurar os direitos elencados no inciso VII, o Poder
Público amplia as condições de igualdade no acesso ao ensino básico com qualidade,
perseguindo, assim, a universalização ínsita ao direito à educação e reconhecida no
artigo 205 caput da Constituição Federal.
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A relevância na proteção constitucional do ensino fundamental é evidenciada no artigo
208 § 3º da Constituição, ao estabelecer o dever do Estado em realizar recenseamento
dos educandos nesta etapa do ensino básico, a fim de identificar os infantes que
permanecem à margem do sistema de ensino fundamental. O Poder Público deve
intervir junto aos núcleos familiares para que a falta constatada se converta na inserção
da criança ou adolescente na rede publica. A finalidade desta intervenção não é
meramente estatística, devendo ser utilizada para a efetiva universalização no ensino
fundamental.
Portanto, o Poder Público tem o dever de atuação junto ao núcleo familiar caso seja
verificada a recusa dos pais ou responsáveis em permitir que seus filhos frequentem a
escola. Esta imposição constitucional afigura-se como um desdobramento do dever
constitucional da família em garantir o direito à educação, consagrado no artigo 205
caput da Constituição.
Percebe-se, ainda, que no tocante ao ensino fundamental, a obrigação tem natureza
dúplice, vez que imposto ao Estado o dever de atendimento universal, assim como aos
pais a obrigação de matricularem seus filhos. Se o pais não adotarem as providências
necessárias para que seus filhos cursem o nível fundamental poderão incorre em crime
de abandono intelectual tipificado pelo artigo 246 do Código Penal.
A família ocupa, ao lado do Estado, a função de agente educacional. Com bem acentua
ANDRÉ TRINDADE (2010 ,44), “o Estado e a família são os principais ícones da
moderna educação”. Importante consignar que a Constituição estabelece no artigo 227 a
prioridade no atendimento das crianças e adolescente do seu direito à educação. O dever
da família em zelar pela educação formal das suas crianças também é prevista no
Estatuto da Criança e Adolescente (artigo 22), e na Lei de Diretrizes e Base da
Educação (artigo 6° e 87, § 3°, inciso I).
Cumpre consignar que a Constituição também positivou o direito à educação através de
garantias institucionais (VIDAL SERRA NUNES JUNIOR, 2009:77). É o que se
verifica no artigo 212 e incisos da Constituição Federal, o qual prevê a vinculação de
receita resultante dos impostos – mínimo de 18% para a União e de 25 % para os
Estados, o Distrito Federal e Municípios – na manutenção e desenvolvimento do ensino,
excepcionando o princípio da não afetação (ou não vinculação) da receita, nos termos
do artigo 167, inciso IV da Constituição Federal.
Esta previsão constitucional constitui um dos mais importantes mecanismos de
efetividade do direito à educação, e confere tratamento prioritário à educação básica e
obrigatória na destinação destes recursos orçamentários, atendendo a universalização,
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garantia de padrão de qualidade e equidade, conforme preceituado no parágrafo 3 º do
artigo 212 da Constituição Federal.
Os diversos entes federativos atuam no que diz respeito aos seus sistemas de ensino em
regime de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. O
artigo 211, caput e § 4° da Constituição determina à União, Estados, Distrito Federal e
Municípios a organização em regime de colaboração. Nos termos do artigo 211, § 1°, a
Constituição Federal estabelece que compete à União, em matéria educacional, a função
redistributiva e supletiva. No que concerne aos Municípios, estes atuarão
prioritariamente na educação infantil e no ensino fundamental e médio (artigo 211, §
3°da Constituição Federal).
De modo a atender as prioridades traçadas no texto constitucional, registra-se a
instituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), com a nova redação dada ao
artigo 60 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias pela Emenda n.53 de
2006. De natureza contábil, o Fundo reúne recursos destinados à manutenção e
desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, objetivando a
universalização do ensino básico de qualidade em todos os seus níveis e a melhoria na
remuneração dos profissionais de educação, em especial, dos professores. Estes
objetivos deverão ser perseguidos em atendimento ao Plano Nacional de Educação, nos
termos do artigo 212, § 3° da Constituição Federal.
Daí o relevante papel atribuído ao Plano Nacional de Educação, que, de acordo com o
artigo 214 da Constituição, tem por objetivo primordial, dentre outras metas, a
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e
modalidades, por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas, que conduzam à erradicação do analfabetismo. Os entes federativos devem
também, além de atender ao Plano Nacional de Educação, elaborar seus respectivos
Planos de Educação locais, que leve em consideração as peculiaridades locais em
termos de infra-estrutura, demanda escolar. (ver estatística).
IV- Conclusão.
Após esta exposição sobre os principais aspectos constitucionais do regime jurídico que
rege o direito à educação básica, evidencia-se a atenção especial conferida pela
Constituição Federal de 1988 ao ensino dirigido às crianças e adolescentes. A previsão
explícita na Constituição do direito à educação básica como um direito público
subjetivo representou um notável avanço na proteção do direito à educação. A ausência
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ou a deficiência na prestação do serviço público concretizador deste direito enseja a
exigibilidade judicial em face do Poder Público.
Ao enunciar os princípios que devem informar a prestação do direito à educação, a
Constituição privilegia o princípio da igualdade inscrito no artigo 5º, caput. A estrutura
principiológica consubstanciada no artigo 206 da Constituição foi desenhada com vistas
a universalizar o ensino básico observando a garantia de seu acesso em condições de
igualdade. Ao preocupar-se na consagração de princípios específicos da educação, a
Constituição constrói um regime jurídico destinado a alcançar os objetivos primordiais
da educação, enunciados no artigo 205.
Assim, a concretização do direito à educação básica deve se pautar nestes princípios,
juntamente com aqueles sob os quais se funda o Estado Social Democrático brasileiro.
Ao ser orientado por estes princípios, o acesso ao ensino básico afigura-se em sua
plenitude e se aproxima dos objetivos que a Constituição Federal traçou para a
educação.
Neste sentido, o conteúdo do direito à educação não pode estar restrito ao oferecimento
de vagas nas unidades escolares pelo Estado. O núcleo mínimo deste direito vincula-se a
outros aspectos como oferecimento do ensino básico com qualidade, ou promoção da
inclusão social de grupos que estão à margem do sistema de ensino básico.
A universalização da educação básica deve ter como parâmetro a igualdade de acesso e
permanência das crianças e adolescentes nas unidades de ensino. Esta é a essência do
acesso efetivo à educação básica que a Constituição buscou proteger.
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Informações Sobre o Autor
Andréa Zacarias Vieira
Mestranda em Direito Constitucional pela PUC/SP. Especialista e Direito Internacional
pela COGEAE/PUCSP. Graduação em Direito pela UERJ. Professora de Direito
Internacional
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