o que são valores?

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O QUE SÃO VALORES? PROF. ÍTALO COLARES

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O QUE SÃO VALORES?PROF. ÍTALO COLARES

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Pra começo de conversa...

• O ser humano está sempre avaliando, mesmo quando não tem

muita consciência desse fato. Avaliar – identificar, reconhecer e

apreciar o valor – é importante para que possamos escolher

bem.

• Vejamos então os diversos sentidos do conceito de VALOR e os

campos em que se aplicam.

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I. Juízos de Valor

JUÍZOS DE REALIDADE:

A. Esta caneta é azul.

B. Aquele lápis é novo.

C. Maria acabou de sair.

D. Juliana foi comprar pão.

E. João está orando.

No entanto, sempre que formulamos juízos de realidade, éinevitável que façamos também JUÍZOS DE VALOR.

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Esta caneta é azul, mas não é tão bonita quanto a vermelha.

Aquele lápis é novo, porém, o velho escrevia melhor.

Maria acabou de sair, mas antes deveria ter terminado o trabalho.

• No primeiro exemplo, a avaliação é ESTÉTICA; no segundo, temos

um valor de UTILIDADE e no terceiro um valor MORAL.

• VALOR, tem a mesma raiz do verbo latino valere, que significa “ser

forte, vigoroso, eficaz” e também “ter saúde”, daí chamarmos o

enfermo irrecuperável para o trabalho de inválido.

• VALOR também pode ter o sentido psicológico de mérito.

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II. O que são Valores?

• VALORAR é uma experiência fundamentalmente humana que se

encontra no centro de toda escolha da vida.

• O objetivo de qualquer valoração é, sem dúvida, orientar a ação

prática.

• Portanto, diante daquilo que É, a valoração nos orienta para o que

DEVE SER.

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Mas o que é isso, o VALOR?

• Devemos entender que existe o mundo das coisas e o mundo dos

valores.

• Os valores existem na ordem da afetividade.

• Os filósofos definem o valor como: “o que deve ser objeto de

referência ou de escolha”, ou ainda, “um valor é o que vale; e

valer é ser desejável ou desejado”.

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II. De onde vêm os Valores?

• Os valores são em parte herdados da cultura, e nossa primeira

compreensão da realidade se funda no solo dos valores da

comunidade a que pertencemos.

• Não nascemos morais, mas devemos nos tornar SUJEITOS MORAIS. A

construção de nossa personalidade moral supõe uma descentração –

em que superamos nosso egoísmo, em direção ao reconhecimento

do outro como um outro-eu.

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• Os valores servem para que a sociedade se humanize, mantenha a

sua integridade e se desenvolva.

• Também não nascemos cidadãos, mas devemos ser educados para a

CIDADANIA ATIVA, comportamento fundamental para a democracia.

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A FILOSOFIA DOS VALORES

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1. AXIOLOGIA OU FILOSOFIA DOS VALORES.

O conceito “valores”, começou a ser utilizado comotermo técnico na economia política, no final doséculo XVIII e início do século XIX, ao se fazer adistinção entre valor de uso e valor de troca. Maistarde, foi incorporado à filosofia, nascendo então umnovo ramo: a axiologia ou filosofia dos valores.

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2. CONCEPÇÕES AXIOLÓGICAS.

Desde a filosofia antiga, os pensadores abordavam as questões do valorsob o aspecto do bem, do belo, do verdadeiro, mas sempre com relaçãoao ser.

PLATÃO se referia ao mundo das ideias, modelo no qual a realidadeconcreta se espelha. Nesse caso, haveria o bem em si, o belo em si e overdadeiro em si, a partir dos quais podemos reconhecer quando asações são boas, quando há beleza no que fabricamos/fazemos ou quandouma afirmação é verdadeira.

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Concepções axiológicas (cont.)

ARISTÓTELES concebia a natureza, inclusive a humana, como umprocesso em que todos os seres buscam atualizar aquilo em são em umapotência, visando à plena realização das virtualidade inerentes à suanatureza.

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Concepções axiológicas (cont.)

Uma vez que para os filósofos clássicos os valoresse fundamentam na metafísica, conclui-se quetambém são universais e absolutos, isto é,existem em si, independentemente do sujeitoque avalia.

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Concepções axiológicas (cont.)

No século XVIII, porém, KANT, principal representante doIluminismo alemão, ao afirmar que não podemos conhecer o serprofundo das coisas, concluiu pela incapacidade da razão de teracesso à metafísica. Como consequência, se o ser não é maisfundamento das nossas apreciações, cabe ao sujeito assumir opeso e a responsabilidade de seus valores.

KANT, não se referia a um sujeito individual, mas ao sujeitouniversal, que ele chamava de SUJEITO TRANSCENDENTAL, capazde AUTONOMIA, de julgar por si próprio ao fazer juízos estéticose morais.

Dessa maneira a filosofia kantiana preparou o campo para asdiscussões axiológicas contemporâneas.

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Concepções axiológicas (cont.)

A influência de NIETZSCHE foi marcante para a demolição de antigas crenças, aocolocar em questão a escala de valores aceita muitas vezes devido ao hábito, massobretudo imposta pela tradição cristã. Para ele, a humildade, a caridade, aresignação, a piedade são valores dos fracos e vencidos, próprios de uma “moralde escravos”, intimamente ligada às necessidades dos que vivem em rebanho.Diferentemente, a “moral dos senhores” é positiva, porque baseada no SIM àvida, e se configura sob o signo da plenitude, do acréscimo.

NIETZSCHE propõe a “transvaloração dos valores”. Ela se faz por meio de umprocedimento genealógico, que permite indagar sobre o “valor dos valores”, peloqual se descobre que eles não existiram desde sempre. Ao contrário, os valoressão “humanos, demasiado humanos” e, portanto, foram criados.

NIETZSCHE considera que a VIDA é o único critério de avaliação que seimpõem por si mesmo.

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Pra descontrair...

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3. RELATIVIDADE E SUBJETIVIDADE DOSVALORES?

Se os valores mudam com o tempo e o lugar, então seriam elesRELATIVOS, e não mais ABSOLUTOS?

E se eles nos afetam, não nos deixando indiferentes, mas, ao contráriomobilizam-nos em direção ao que desejamos, seriam eles SUBJETIVOS, enão OBJETIVOS e UNIVERSAIS?

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Relatividade e subjetividade dos valores?(Cont.)

A recusa dos valores dados como eternos e imutáveis não significacair no relativismo.

• Você já deve ter ouvido muitas vezes a expressão “gosto não sediscute”. De fato, se digo preferir peixe à carne de porco, nãohá como contestar. Mas se a opinião se refere, por exemplo, àarte, podemos discutir sim.

A questão do gosto não pode ser encarada como uma preferênciaarbitrária e imperiosa da nossa subjetividade, porque é possíveleducar a sensibilidade, aprimorando o gosto estético pelafrequentação das obras de arte.

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Relatividade e subjetividade dos valores?(Cont.)

• Outro argumento é o de que devemos respeitar as pessoas que têmopiniões diferentes da nossa.

Não significa, porém, impossibilidade de discordar delas.