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O que faz do brasil, Brasil? A questão da identidade nacional

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Slides sobre o conteúdo da terceira apostila.

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O que faz do brasil, Brasil?

A questão da identidade nacional

Semana da Pátria?

Pode-se dizer que o pensamento sociológico brasileiro tenha começado por volta do século XIX e, de lá pra cá alguns temas são sempre recorrentes:

O Brasil é ou não é um país moderno?Como ocorreu o processo de modernização do país?O Brasil é de fato e de direito um país independente?Como ocorreu o processo que torna o Brasil independente?Quem é o povo brasileiro?

Essas questões não são simples, as respostas ainda não foram dadas, ao longo dessa unidade vamos tentar entender melhor.

Vídeos:

Após o vídeo responder:

O que faz do brasil, Brasil?

Definir um país, ou inventar um país é também se reconhecer como membro de uma cultura:

A cultura brasileira.

Para o Sociólogo Francês Félix Guattari, existem 3 formas de pensar ou dividir a cultura:

a) Cultura Valor:b) Cultura Alma-coletiva:c) Cultura Mercadoria:

A) Cultura Valor é uma forma de classificar ou selecionar o indivíduo que tem cultura r aquele que não tem. Exemplo:

B) Cultura Alma-coletiva está ligada a ideia de pertencer a um grupo maior, se reconhecer como membro de alguma coisa, estar ligado, enfim, identidade.

Exemplo:

C) Cultura Mercadoria é todo objeto de identidade com um grupo transformado em mercadoria. Exemplo:

Reformulando a questão:Qual é a Alma-coletiva do povo

brasileiro?

Intenso Processo de transformaçãoPrimeiros dados confiáveis sobre o Brasil:1872 = 9 930 478 habitantes;

2010 = 190 milhões ( ou mais);

Até 1960, a maior parte da população (55%) vivia no campo;

Hoje, 84% da população vive em áreas urbanas do país;

Apenas 9% da população adulta possui formação de nível superior;

Cerca de 20% dos brasileiros ainda são Analfabetos;

Cerca de 52% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos estão fora da escola;

A análise e a interpretação desses dados é responsabilidade dos sociólogos e cientistas sociais brasileiros na busca da construção de um conhecimento sobre nosso país;

Identidade Nacional:

Um dos maiores debates sobre o Brasil aconteceu em torno do tema: Quem é o brasileiro de verdade?

A esse debate chamamos de identidade nacional.

Grande parte dele foi moldada por questões de fundo racial, ou de imagens romantizadas sobre o nosso país.

Visão Paradisíaca: Essa imagem sobre o Brasil é construída de forma lenta e gradual na Europa, através de relatos orais e cartas de viajantes sobre as belezas naturais do Brasil. Esses relatos são fortes na carta de Pero Vaz de Caminha e nos poemas de Camões. Criam uma imagem do Brasil como um novo jardim do Edem.

Democracia Racial: Essa imagem a cerca da identidade nacional também é uma construção histórica e enfatiza a ideia de que o Brasil é um país maravilhoso, onde as mais diferentes raças convivem sem nenhum tipo de preconceito ou exploração. Brancos, Negros, Indígenas todos vivendo uma espécie de democracia racial.

O Homem Cordial: vários intelectuais ao analisarem as consequências da mistura das raças no país concluíram que o brasileiro é um homem cordial, no sentido de agir demais utilizando o coração e não a razão.

Outro tema que marca a sociologia e o

pensamento brasileiro são as dicotomias que existem em nosso país,

temas como:Cidade X InteriorBranco X Negro

Rico X PobreCivilização X Barbárie

Influenciaram uma centena de livros, filmes

e novelas;

Trecho da Carta

"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo."

A sociologia da Modernização

O que é modernização?

“Processo de mudança econômica, política, social e cultural que ocorreu em países da periférica do sistema capitalista, ou subdesenvolvidos, à medida que esses países se direcionam para padrões mais complexos de organização”.

As primeiras teorias ensinavam que existem dois tipos de sociedades: as sociedades tradicionais (rurais e atrasadas) e as sociedades modernas (industrial e urbana).

Segundo eles, todas as sociedades modernas, já

foram tradicionais, sendo a evolução uma etapa natural

dessas sociedades.

Dessa forma, as sociedades desenvolvidas não precisam

ajudar as sociedades atrasadas.

Esse pensamento recebe muitas criticas pois, esquece de dizer que grande parte do desenvolvimento das

sociedades modernas, é devido a exploração das sociedades tidas como

atrasadas.

Modernização conservadora.

O processo de modernização foi diferente em cada país. Por isso não existe uma receita mágica para se modernizar.

Nos E.U.A, caracterizada pela luta entre as duas colônias, norte e sul;

Na França foi através da revolução que promoveu uma ruptura total com o antigo regime;

Na Inglaterra foi através da revolução industrial;

Já em países com a Alemanha e Brasil o processo de modernização foi diferente, não implicou em uma

completa transformação, mas sim, num processo de modernização conservadora onde as características do país

muda, mas o poder continua com a mesma classe.

Em outras palavras.

Enquanto outros países foram modernizados por meio da revolução, revoltas, levantes populares e guerras.

O Brasil foi modernizado pela força das elites econômicas. Ou seja, modernizado de cima pra baixo.

Como consequência, nunca aconteceu uma revolução brasileira, o poder continua na mão das mesmas elites.

Isso explica muitas coisas::

Quem são os principais políticos brasileiros? Os de maior tradição?

Quem são os grandes industriais, donos de redes de comunicação no país?

Quem ocupa as vagas nos melhores cursos das maiores universidade públicas do país?

Quem ocupa os melhores cargos no funcionalismo público (maiores salários) do país?

Capitão ou Presidente de

província.

Senhor do Engenho

Senhor de escravos

Barão do Café

Criador de Gados.

Primeiros B

acharéis do

País. (Médicos e

Advogados).Prim

eiras grandes

industrias n

acionais.Políticos origem milita

r

ou democrática.

Donos da Grande

Mídia.

Ruptura, revolução popular. Modernização que atenda as m

aiorias.

Vamos Fazer?Em poucas palavras, descreva como foi o processo de modernização brasileira e compare com o processo de modernização da Alemanha;

Descreva o papel e a importância da estrada de ferro no processo de modernização do Brasil;

Quais as consequências do trabalho escravo no Brasil? Ele ainda existe? Como ocorre hoje em dia?

Transição para modernidade nas grandes interpretações do Brasil

Um olhar sobre o Brasil a partir dos clássicos:Euclides da Cunha

Oliveira VienaSergio BuarqueGilberto Freyre.

Primeiros sociólogos brasileiros.

A sociologia demorou pra chegar no Brasil como disciplina acadêmica nos cursos superiores e nas escolas de educação básica.

Contudo, podemos dizer que a partir dos anos de 1870 a elite cultural (intelectual) do país passa a reconhecer usa importância como disciplina capaz de explicar as transformações ocorridas na sociedade.

Nesse período muitos intelectuais de outras áreas se dedicam a fazer sociologia, entre eles destacamos médicos (saúde), advogados (direito), engenheiros (vida urbana) entre outras conexões possíveis com outras disciplinas.

Os primeiros sociólogos de formação começaram a surgir a partir da década de 1930, principalmente com a criação do curso de ciências sociais da USP – São Paulo.

Nesse momento existe uma grande esperança em relação ao progresso do país, e a melhoria

nas desigualdades sociais.1930

Nesse momento se percebe que os desequilíbrios e desigualdades que caracterizam a sociedade brasileira tem origens mais profundas, e, que solucionar esses problemas requer maior estudos.

PENSADORES:

EUCLIDES DA CUNHA – o BRASIL DO LITORAL AO SERTÃO;

OLIVEIRA VIANA – A MODERNIZAÇÃO AUTORITÁRIA;

SERGIO BUARQUE DE HOLANDA – AS RAÍZES RURAIS DO BRASIL;

GILBERTO FREYRE – RAÍZES IBERICAS DA CULTURA BRASILEIRA;

Vamos Fazer?Formar duplas de duas pessoas, com no máximo 2 alunos em cada dupla;

Cada dupla escolhe um dos autores propostos na apostila capitulo final;

Elaborar um pequeno texto contento:a) Dados biográficos do autor (aspectos sobre sua vida e formação);

b) Principais obras (livros, textos, entre outras);c) Principais teses do autor sobre o Brasil;

d) Conclusão: Opinião da dupla sobre o trabalho do autor;

Pensamento Social Brasileiro

Contexto: “predominava no Brasil e no mundo as teorias de caráter eugenista, ou seja, a crença na existência de uma raça pura e superior, enquanto as outras raças precisavam evoluir”.

Essas teorias correspondem a influencia do pensamento de Darwin nas ciências humanas:Darwinismo social

Darwinismo Social.As ideias de Darwin

sobre a evolução das espécies foi utilizada

para explicar as diferenças sociais e

culturais entre os seres humanos.

Dessa forma, o pobre e o rico são resultados da evolução natural. Os milionários são resultado direto da seleção natural.

Como os milionários na época eram brancos, a crença na superioridade da raça branca como “mais” evoluída predominava.

Um país para ser considerado “evoluído”, deve ter a maior parte

de sua população de cor branca.

Euclides da CunhaEm seu livro os Sertões, o autor análise um Brasil de contrastes.

1 Brasil Urbano, Burguês e Moderno;2 Brasil Rural, sertanejo e atrasado;

Povo brasileiro:Europeu + Negro Africano + Indígena =

O mestiço ou Sertanejo

Segundo o autor, o sertanejo não representa uma raça degenerada como pensavam muitos, mas sim, um atraso na evolução, uma raça RETROGRADA, por isso deveria ser modernizada.

• A existência de vários povos compõem o que chamamos de Brasil:

Europeu

• Cada um deles está em um estágio diferente da evolução,

Negro Africano

• Sendo que o alto grau de miscigenação que aqui acontece forma uma novo tipo de homem, o mestiço, que é o sertanejo de suas análises.

Indígena

Oliveira VianaExiste um divorcio entre 2 brasis:

O Brasil Legal VS O Brasil Real.

O Brasil legal: corresponde ao brasil pensado pelo governo, pelas leis existentes (não cumpridas), pelo Brasil que está no papel.O Brasil Real: Corresponde ao Brasil que existe de fato, repleto de desigualdades, marcado pela mistura de raças atrasadas.

Solução: Modernizar a força, o governo deve impor as transformações necessárias, pois como nossa cultura é atrasada, as mudanças não viram das camadas populares.

Uma das soluções defendidas por Oliveira Viana era o branqueamento da população, que poderia acontecer de duas formas:a) Aumentar o número de casamentos entre raças;b) Incentivar a vinda de imigrantes europeus, em

especial italianos e alemães;

Sergio Buarque de HolandaProcura identificar na história do Brasil e no processo de colonização as origens de nossa cultura:

Percebe que: Em nossa cultura, existe pouco valor aos sentimentos democráticos e a ideia de participação popular.

Isso se explica pelas raízes de nossa colonização, que sempre valorizou o patriarcalismo, ou seja, a ideia de ver nos lideres a figura de um pai que deve ser adorado e seguido. Dessa forma o brasileiro valoriza o autoritarismo como forma de representação.Dito de outra forma: O Coronel.

“No Brasil, a democracia sempre foi um mal entendido”. (Serio Buarque de Holanda).

O Homem Cordial: A mistura das raças no Brasil, criou um tipo diferente de homem, uma nova cultura que pensadores como Sergio Buarque e Antônio Candido chamam de homem cordial, ou seja, um homem que se orienta muito mais pelo coração do que pela razão. Movidos por sentimentos, e não pela racionalidade e pela relação de planejamento. Causa e Efeito.