o projeto político pedagógico e a inclusão · mudanças nas propostas educacionais da maioria de...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
O Projeto Político Pedagógico e a Inclusão
POR: Jane Lobo da Silva Malheiros
Orientador: Profª. Maria Esther Araújo
Co-orientadora: Profª. Giselle Böger Brand
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
O Projeto Político Pedagógico e a Inclusão
POR: Jane Lobo da Silva Malheiros
Monografia apresentada como requisito
para conclusão do curso de pós-
graduação “LATO SENSU” em Educação
Especial e Inclusiva.
Rio de Janeiro
2014
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar forças, capacidade e
sabedoria, pois sem ele nada sou mas com
ele tudo posso.
A minha família, meu esposo Henrique pelo
carinho, amor e companheirismo e minha filha
Luiza pela inspiração e motivação para lutar e
conquistar.
Ao meu pai por seu exemplo de sabedoria e
dedicação, a minha mãe pelo exemplo de
força e perseverança.
As minhas irmãs, a minha avó, minhas tias,
tios e amigos que me amam, sustentam e
apoiam no decorrer da minha vida.
A família do meu marido que me recebeu e
apoiou em um momento em que eu precisava
não me sentir só.
À Comunidade da Igreja Assembleia de Deus
Ministério Hebrom do Rio do Ouro,
por sermos uma grande família em Cristo
Jesus.
As pessoas com deficiência com as quais
trabalho por trocarem comigo experiências e
aprendizados.
A todos que contribuíram diretamente ou
indiretamente na confecção desse trabalho.
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DEDICATÓRIA
Dedico a todas as pessoas que venham
procurar em meus escritos algo que some
com seu trabalho voltado a uma perspectiva,
semelhante a minha, de lutar pela garantia
real do direito a todos de inclusão, dignidade,
amor e respeito, aniquilando a utopia e
conformismo imposto de forma sutil pelo
sistema educacional que emerge nosso país.
Somos todos diferentes por isso somos
iguais!
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EPÍGRAFE
“A dor me ensinou que... Os melhores momentos da vida não são necessariamente os mais agradáveis. São os mais expressivos no coquetel vital dos sonhos e pesadelos; das luzes e sombras; dos risos e lágrimas; das presenças e ausências; das dores e amores vividos... Momentos ímpares que nos despertam do sono letárgico da indiferença e nos impelem à ação criativa, forçando-nos moldar um novo ser – sensível e amoroso - menos apegado às coisas triviais e mais comprometido com os valores essenciais desta preciosa dádiva chamada vida. Caminhar é preciso, mesmo que seja sobre brasas...”
“A invisibilidade social é uma
poderosa venda que usamos para não enxergarmos as misérias humanas escancaradas nas sarjetas da sociedade capitalista.”
Maria Aparecida Giacomini Dóro
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RESUMO
O presente trabalho discute sobre temas que podem influenciar
diretamente no sucesso ou insucesso da inclusão escolar, isto é, criar estratégias de
educação sobre o aparato da lei que venham a não só garantir a inclusão, mas a
permanência e formação dos alunos buscando dar-lhes condições de exercer ativamente
sua cidadania.
Do Estigma e invisibilidade social à Inclusão escolar, passando pelo
conhecimento das leis, discutindo sobre os projetos políticos pedagógicos e as políticas
afirmativas e compreendendo a educação inclusiva, como um instrumento da educação
especial, este trabalho vem propor uma reflexão sobre o quanto os temas citados estão
interligados e são de suma importância para a construção de histórias individuais de
superação e sucesso.
Este trabalho é fruto das reflexões de uma profissional que acredita na prática da
inclusão, seja ela onde for desde que seja feita com compromisso, pautada no
cumprimento das leis e alicerçada nos sentimentos que nos diferem dos demais animais
e nos faz autodenominarmos humanos.
Palavras-chave: Projeto Político Pedagógico, Estigma e invisibilidade social, Leis,
Políticas Afirmativas e Educação Inclusiva.
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METODOLOGIA
Este trabalho será desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica com os
principais autores relacionados aos temas apresentados.
De forma didática será envolvido diversos conceitos de autores, estudos, reflexões
e experiências para entender um pouco mais sobre a inclusão, leis e suas praticas.
A pesquisa será de forma qualitativa, tendo como base opiniões, pesquisas e
analises feita em trabalhos bibliográficos principalmente pelos seguintes autores:
Valdelúcia Alves da Costa, Rosita Edler Carvalho e Ilma passos Alencastro Veiga.
Também será embasado em documentos que são parâmetros oficiais que regem a
política da Educação Especial nacional e internacionalmente.
Ao longo deste estudo foram mencionados vários períodos históricos para pontuar
a trajetória espaço-temporal dos acontecimentos relacionados ao tema proposto.
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SUMÁRIO
Resumo...........................................................................................6
Metodologia......................................................................................7
Introdução........................................................................................9
Capitulo 1- Pessoa com Deficiência e a luta contra a invisibilidade social:
Rompendo paradigmas na educação.....................................13
Capitulo 2 - Leis, um caminho para garantir a igualdade social.
...............................................................................................24
Capitulo 3 - Educação Inclusiva e o Projeto Político Pedagógico.
................................................................................................35
Conclusão...........................................................................................46
Referências Bibliográficas.................................................................49
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INTRODUÇÃO
A escola hoje, apesar de se dizer democrática e abarcar todos os exemplos da
macrossociedade – etnias, religiões, preferências sexuais, culturas – ainda se baseia num
único tipo de aluno, fugindo de seu principal papel: o de oportunizar, viabilizar e
garantir um ensino para todos.
O professor por sua vez, pensa que sabe tudo e se põem em um papel de mero
transmissor de conhecimento, fugindo de sua principal competência que é a de
educador. Dentro dessa conjectura não rever o Seu Projeto Político Pedagógico exclui-
o, como também a escola, da tarefa de mudar de atitude, pois é mais difícil abrir mão de
um “poder do saber”, para humildemente trabalhá-lo como uma construção processual e
ininterrupta.
A sustentação de um projeto escolar inclusivo implica necessariamente
mudanças nas propostas educacionais da maioria de nossas escolas e em uma
organização curricular idealizada e executada pelos seus professores, diretor, pais,
alunos, e todos os que se interessam pela educação na comunidade em que a escola se
insere.
Ainda hoje o corpo discente não se libertou de paradigmas passados de uma
escola tradicional de ensino, e nem tão pouco as redes de ensino possuem em seus
respectivos PPP abordagens sobre inclusão, as que já estão buscando modificar essa
realidade e reformular este documento faz de uma maneira superficial e manipuladora,
já outras nem se mobilizaram para tal transformação de estrutura.
É necessário o quanto antes reverter o processo educacional excludente das
nossas escolas, de modo que a instituição passe a se dedicar essencialmente à formação
de sujeitos éticos, políticos, justos, cooperativos e autônomos. O PPP é um instrumento
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imprescindível onde mostra a organização e a pretensão do trabalho realizado e a se
realizar progressivamente nas escolas trazendo a singularidade de cada espaço. Planejar
é buscar um futuro diferente.
Dentro deste trabalho de pesquisa busca-se compreender melhor as barreiras e
possibilidades à inclusão educacional; busca-se um diálogo entre: o estigma, sofrido
pela pessoa com deficiência e as políticas públicas, que buscam minimizar o efeito das
ações preconceituosas; a estrutura de uma verdadeira educação inclusiva; A importância
do planejamento escolar e as ações que devem estar contidas no PPP; uma breve
comparação com o ideal buscado e a realidade praticada quanto à execução das políticas
inclusivas encontrada em algumas escolas do Rio de Janeiro.
Acredita-se que através de analise, questionamentos e reflexões poça alcançar
uma melhor compreensão da relação entre o sucesso e insucesso da vida social e
profissional de pessoas com deficiência.
No capítulo I – será conceituada a invisibilidade social, a partir principalmente
dos conceitos de Ligia Assumpção Amaral, comparando com a trajetória de lutas contra
a discriminação das pessoas com necessidades especiais ao longo dos anos de nossa
história até os dias atuais.
A necessidade de diminuir o estigma e aumentar a possibilidade de equidade no
acesso aos direitos e serviços, comumente gera políticas publicas para as minorias.
Assunto que será abordado no seguinte capítulo.
No capitulo II está apresentado algumas das políticas públicas realizadas em prol
da pessoa com deficiência, trata-se de uma reflexão de sua eficácia no âmbito escolar.
Saber que instrumentos legais são oferecidos é fundamental para se estruturar
argumentos iniciais que levem a inclusão da pessoa com deficiência, porem sua eficácia
perpassa ao mero conhecimento, sendo necessário também sua adesão à ideologia
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social. O projeto de pesquisa coordenado pela Profª Doutora em Educação da UFF
Valderlúcia Alves da Costa (Rio de Janeiro 2005-2007) é uma das principais fontes de
pesquisa para estruturar os conteúdos deste capitulo.
O capitulo III fala da importância do Projeto Político Pedagógico como
estimulador de comportamentos, aquisição de valores, atitudes e habilidades de
pensamento frente ao dinamismo das mudanças sociais possibilitando uma pratica
inclusiva de sucesso na educação escolar.
A Pretensão final deste trabalho monográfico é que as reflexões contidas possam
contribuir para alcançar-se uma melhor compreensão da relação entre o sucesso e
insucesso da inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação no cotidiano das escolas de ensino
regular, a luz do Projeto Político Pedagógico (PPP).
Com o decorrer dos capítulos espera-se que seja possível analisar sobre a prática
da educação inclusiva e refletir respostas para a pergunta corrente nas escolas: De que
forma a educação pode colaborar mais para a inclusão social? Por que ainda hoje é
difícil encontrar abordagens sobre inclusão nos PPP das escolas? Por que há rejeições
pelo corpo docente de deixar de lado o formato das escolas tradicionais? Por que assusta
falar e colocar em pratica temas como avaliação diferenciada, currículo adaptado e
executar projetos que incluam todo o alunado? Por que não há um plano veemente de
capacitações para vencer os tabus que impedem uma escola transformada e
transformadora dos seus alunos em cidadãos ativos na sociedade? Tais questionamentos
devem nos levar a uma reflexão e busca de respostas, para que possamos contribuir de
alguma forma no rompimento das amarras ao avanço da educação em nosso quadro
escolar.
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Devemos nos inquietar ao analisarmos os conceitos da educação inclusiva e a
legislação posta em cheque frente à realidade das relações existentes entre a construção
democrática do projeto político-pedagógico e a inclusão de fato dos alunos com
deficiência na escola comum. E pensarmos em como através da conscientização de
humanidade é possível mudar essa realidade cruel e excludente educacional.
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CAPITULO I
Pessoas com Deficiência e luta contra a invisibilidade social:
Rompendo paradigmas na educação.
Ao longo dos anos vimos vários episódios de como a sociedade
culturalmente rejeita, nega e aniquila “o diferente”, Historicamente podemos citar
diversas atitudes discriminatórias, preconceituosas, xenófobas tomadas em relação aos
que não se enquadravam ao modelo de normalidade e aceitação imposta por um grupo
que detinha em um dado tempo o domínio ideológico de um povo.
Na Grécia a valorização do corpo, a idolatria do belo corpo físico
simétrico e perfeito sempre foi o referencias sobre o que é ser uma pessoa normal, onde
a perfeição só podia ser alcançada com a união da beleza e da virtude. A mitologia
Grega cita formas de castigo, como a cegueira, considerada fruto da ira divina, assim
segue: “O ferreiro divino Hefaísto nasceu manco e tão feio que sua mãe, Hera, atirou-o
no rio Oceano. Salvo pelas ninfas, tornou-se um artesão famoso.”.
No Estado Espartano, devido à necessidade de estarem constantemente
em guerras, adotaram a medida de criar apenas os bebês mais fortes, banalizando a
destruição dos bebês “disformes”, pois havia a ideia de que estes bebês iriam prejudicar,
futuramente, o desenvolvimento de expansão e dominação social e territorial adotado na
época. Nessa sociedade o estado era possuidor da vida de todos os Espartanos, então o
pai de um recém-nascido era obrigado a levar o bebê a uma espécie de comissão oficial,
formada somente por anciãos de reconhecida autoridade na sociedade, esta comissão
decidiria o direito de vida do recém-nascido: se a criança lhes parecesse feia, disforme e
franzina, em nome do Estado e da chamada “linhagem”, esta comissão ficasse com a
criança e a levaria a um lugar chamado “Apothetai”, que significa “depósitos”, um
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abismo situado em uma cadeia de montanhas, para de lá arremessá-la. No entanto, se o
bebê fosse considerado “normal”, o pai tinha a responsabilidade de criá-lo até os 6 a 7
anos de idade e, depois, o Estado se responsabilizaria por sua criação, encaminhando-o
à preparação na arte de guerrear.
Em Roma antiga, tanto os nobres como os plebeus tinham permissão
para sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência, na Lei das XII
Tábuas havia determinações específicas onde se reconhecia o direito de um recém-
nascido de viver ou não; dentre as condições para a negação do direito de vida eram: a
ausência da chamada "vitalidade" e distorções da forma humana, ou seja, que
apresentavam sinais daquilo que os romanos chamavam de "monstruosidade", estes não
tinham condições básicas de capacidade de ter direitos naquela sociedade. Os recém-
nascidos com deformidades físicas eram mortos no próprio momento do parto, por
afogamento ou exposição às margens do rio Tibre. Muitas vezes o infanticídio legal não
era praticado, sendo a crianças recolhida por um escravo ou alguma família plebeia
pobre que a usaria mais tarde como meio de pedir esmolas, até mesmo da família que a
abandonou as margens do rio.
Para os Hebreus, segundo relatos bíblicos os deficientes como também
as viúvas eram desprezados e ficavam as margens da sociedade, vistos como
improdutivos e indignos; no caso dos deficientes, adiciona ainda o fato pejorativo de
serem indicadores de impureza (fruto do pecado ou interferência de maus espíritos),
tinham que esmolar para sobreviverem, ficando expostos nas ruas e praças. Tolerados
pela sociedade eram proibidos ate mesmo de entrarem no Templo para Adorar a Deus.
Tomando trechos Bíblicos para aludir a afirmativa acima quanto o
lugar do deficiente dentro dessa sociedade, bem como das demais existentes no mesmo
período histórico e ainda tendo como base registros do Livro Bíblico de LEVÍTICO,
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que vem a ser dentro do Pentateuco, onde se relata a partida do povo de Israel do Êxodo
do Egito mostrando como eles deveriam em seu comportamento se relacionar com Deus
e uns com os outros em sociedade, vê-se no capítulo 21 versículo de 16 a 21, o
impedimento de todos os doentes e deficientes, na participação nos rituais, por serem
considerados impuros para o culto a Deus:
“Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:
Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua descendência, nas suas gerações, em que
houver algum defeito, se chegará a oferecer o pão do seu Deus.
Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará; como
homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente
compridos, Ou homem que tiver quebrado o pé, ou a mão quebrada, Ou
corcunda, ou anão, ou que tiver defeito no olho, ou sarna, ou impigem, ou que
tiver testículo mutilado.
Nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em quem houver
alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor;
defeito nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus.”.
(SBB, 2004, p. 165)
Na bíblia também há referência à deficiência física ou mental como
castigo, que, no caso, com o descumprimento dos mandamentos, o indivíduo receberia
uma punição divina. Vimos em DEUTERONÔMIO capítulo 28, versículo 15, 28 e 29:
“Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, para não
cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te
ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão.”.
(SBB, 2004, p. 164)
“O Senhor te ferirá com loucura, e com cegueira, e com pasmo de coração;
E apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás
nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias, e
não haverá quem te salve.”.
(SBB, 2004, p. 265)
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Na passagem da escolha de Davi como Reis também vemos preconceito
com os diferentes, Davi o mais novo dos irmãos, sempre estava fazendo o trabalho para
a família, diferentemente de seus irmãos, era ruivo e franzino. Lemos esta passagem em
I Samuel capítulo 16, versículo 7:
“Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para
a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê
como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o
Senhor olha para o coração.”.
(SBB, 2004, p. 391)
Existem também situações na Bíblia Sagrada em favor do dever de
respeitar a pessoa com deficiência, conforme trecho que segue em LEVÍTICO capítulo
19, versículo 14, como aponta SBB (2004) “Não amaldiçoarás o surdo, nem porás
tropeços diante do cego, mas temerás o Senhor teu Deus, porque eu sou o Senhor.”(p.
163).
Com o inicio do Cristianismo, tendo como principio os ensinamentos de
Jesus Cristo como amar ao próximo como a nós mesmo e o ideal da igualdade para
todos, os males sofridos pelas pessoas antes marginalizadas na sociedade são
amenizados.
Já na época da Inquisição os deficientes são severamente perseguidos
novamente, vistos como obra demoníaca, de bruxaria e como loucos muitos foram
levados à fogueira. A atitude principal da sociedade com relação ao deficiente era a de
intolerância e de punição, representada por ações de aprisionamento, tortura, açoite e
outros castigos.
Com o fim do sistema Feudal, o enfraquecimento de pensamentos
voltados somente para o misticismo religioso e a valorização do pensamento humanista,
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bem como os avanços da ciência e experimentação, os deficientes tornam-se um
problema de saúde publica.
Tomando os Ideais de “Igualdade, Liberdade e Fraternidade” que
centralizaram as ideologias presentes no século XVIII, surgem os famosos hospitais
gerais que se tornaram uma combinação de asilo, para a exclusão, e de hospitais para
cura e estudos, criando um local para encobrir os mal vistos da nova sociedade
revolucionária do velho continente. Neste mesmo período ocorre a implantação dos
manicômios e afirmava-se que não havia diferenças entre doenças físicas e doenças
mentais.
Com a Revolução Industrial a seleção de indivíduos é inicialmente cruel,
mas conforme o mercado começa a exigir uma maior produção, ocorre à primeira
manifestação de inclusão dos deficientes, principalmente dos deficientes físicos.
A Segunda Guerra Mundial e seu período foram marcados por exclusão e
extermínio de pessoas com deficiência. A ascensão dos regimes totalitários em todo
mundo acentuou a intolerância nos mais diversos níveis sociais.
Os mutilados na guerra foram considerados heróis nos Estados Unidos,
já na Alemanha de Hitler eram usados como experiência científica, e este mesmo
governante promoveu o holocausto de milhões de judeus através de um programa
sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo estado Nazista fundamentado, entre
outros, na busca de uma raça pura, para ele a raça Ariana, para ele os Judeus eram
considerado como uma raça deformada, e não só os judeus foram perseguidos, mas todo
aquele que supostamente seriam obstáculos à "pureza racial", como os ciganos, os
deficientes físicos e os homossexuais, também assassinados em grande número nos
campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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Após a Segunda Guerra Mundial surgiu à necessidade de reincluir na
sociedade os mutilados de guerra, e assim os deficiente também começaram a ser
integrados. Em 1948, a comunidade internacional se reúne na sede da ONU, em Nova
York e documenta a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que preconiza em seu
artigo 1º: “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas
de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de
fraternidade.” No artigo 25 há menção à pessoa com deficiência, designada de
“inválida”:
“1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a
sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em
caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda
dos meios de subsistência fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância
têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas, dentro
ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.”.(ONU, 1948)
A Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência,
aprovada pela Organização das Nações Unidas, ONU, em nove de dezembro de 1975,
garantiu aos portadores de deficiência os direitos inerentes à dignidade humana, bem
como previu que as necessidades especiais seriam consideradas no planejamento
econômico e social.
Sob o prisma desses movimentos mundiais em 1988 é feita no Brasil A
constituição brasileira, a primeira carta magna que enfatiza em seu corpo a tutela da
pessoa portadora de deficiência como visto no Art. 227 do §1°; II:
“criação de programas de prevenção e atendimento especializado para
os portadores de Deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente. Portador de deficiência, mediante o
treinamento para o trabalho e a convivência, e a. Facilitação do acesso
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aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e.
Obstáculos arquitetônicos.”. (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988).
Em 1990, o governo federal desenvolveu o “Estatuto da criança e do
adolescente”, que em seu Art.11§ 1º “A criança e o adolescente portadores de
deficiência receberão atendimento especializado (...) Art.54 III - atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino.”. (Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990, p. 9-42)
Em julho de 1994, à cidade espanhola de Salamanca recebeu a
conferência internacional sobre necessidades educativas especiais, organizada pelo
governo espanhol em cooperação com a UNESCO, onde os principais assuntos foram
os princípios, as políticas e as práticas na área das necessidades especiais e a definição
de um quadro de atuação. A declaração de Salamanca, como ficou conhecida, teve seu
pilar de apoio na ideia de “escola para todos”.
“[...] sabe-se que as pessoas desviantes/diferentes/deficientes tinham,
conforme o momento histórico e os valores vigentes, seu destino selado
de forma inexorável: ora eram mortas, assim que percebidas como deficientes,
ora eram simplesmente abandonadas à “sua sorte”, numa prática então
eufemisticamente chamada de “exposição”. (AMARAL, 1995, p. 43)
Podemos afirmar frente a esses exemplos que o significado de perfeição é
relativo e transitório e que está ligado aos sentimentos e a identidade cultural; à maneira
pela qual uma determinada sociedade enxerga as pessoas; aos interesses políticos e
econômicos de um determinado grupo que detém o domino ideológico de um povo;
varia também de um país para outro e é determinado dentro de um período temporal
histórico. Logo ele é uma construção variável regional, temporal política e social.
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Refletindo um pouco sobre o conceito de identidade de um povo como
construção social, como determinação de um padrão determinado e imposto como
perfeito, e único modelo a ser seguido, quando este é escolhido se exclui tudo e todos
que fogem ao modelo eleito, ou seja, o termo identidade se torna assim difuso e como
um clichê, encorajando, assim, um crescente uso mais relaxado e irresponsável do
mesmo quando somamos a ele adjetivos pessoais, sociais, étnicos, de gênero, de
profissional, entre outros.
De acordo com o antropólogo Kabengele Munanga:
“A identidade é uma realidade sempre presente em todas as sociedades
humanas. Qualquer grupo humano, através do seu sistema axiológico sempre
selecionou alguns aspectos pertinentes de sua cultura para definir-se em
contraposição ao alheio. A definição de si (autodefinição) e a definição dos
outros ( identidade atribuída) têm funções conhecidas: a defesa da unidade do
grupo, a proteção do território contra inimigos externos, as manipulações
ideológicas por interesses econômicos, políticos, psicológicos, etc.
(MUNANGA, 1994, p.177-178).
Vimos então que a Identidade é necessária para a criação de um “Nós”
coletivo, e segundo a antropóloga Silvia Novaes (1993), esse nós se refere a uma
identidade, no sentido de uma igualdade, que, na realidade, não pode ser verificada de
maneira muito efetiva, mas torna-se um recurso indispensável ao sistema de
representações de um grupo social qualquer que terá condições de reivindicar para si um
espaço social e político de atuação em uma situação de confronto, sendo assim, a
historia social ao longo dos anos vem privilegiando um grupo eleito, como estando
dentro desses padrões normais estabelecidos ao longo da construção do conceito de
identidade de um determinado povo e excluindo e tirando os direitos da minoria que não
se enquadra nos mesmos.
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Trazendo essa conjectura para a história das pessoas com limitações
físicas, sensoriais ou cognitivas dentro da sociedade ao longo dos anos podemos
entender o quanto foi e tem sido difícil para estes se fazer serem aceitos e incluídos, há
uma tendência cultural errônea de não se aceitar o que não é igual, enquanto é certo que
a relação com as diferenças, só nos propiciam trocas e crescimento. Por isso se torna
imprescindível à quebra de todo e qualquer paradigma preconceituoso e excludente.
A luta pela sobrevivência, cidadania e visibilidade social dos deficientes
sempre esteve presente na historia do homem, porem em muitos minorizada, ou até
mesmo restrita, a histórias isoladas de uma trajetória individual. Apenas há poucos anos
atrás é que o homem tomou sobre si a responsabilidade humana de garantir e lutar pelos
direitos de igualdade social.
O princípio da igualdade está previsto no rol dos direitos e garantias
fundamentais da Constituição da República, precisamente no caput art. 5º, o qual
preceitua que “todos são iguais perante a lei, não havendo qualquer distinção,
garantindo a todos a inviolabilidade do direito a igualdade (...)”. (CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988).
A paridade ou uniformidade perante o Direito de que todos são iguais
perante a lei, não se limita ao sentido meramente formal, porque essa declaração
encobre as disparidades entre as pessoas. É necessário que o próprio direito forneça
meios eficazes para impedir as desigualdades e para promover a igualdade real e
concreta.
Acerca da importância do princípio da igualdade explica Paulo Bonavides:
“O centro medular do Estado social e de todos os direitos de sua ordem jurídica
é indubitavelmente o princípio da igualdade. Com efeito, materializa ele a
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concepção estrutural do Estado democrático contemporâneo. De todos
os direitos fundamentais a igualdade é aquele que mais tem subido de
importância no Direito Constitucional de nossos dias, sendo, como não poderia
deixar de ser, o direito-chave, o direito-guardião do Estado social” (Bonavides,
2001, p. 340-341).
A desconstrução do preconceito é menos simples do que se imagina no
senso comum. O desconhecimento faz com que alguns indivíduos pratiquem atos
benevolentes, oferecendo aos deficientes oportunidades ilusórias, que não são
encontradas com facilidades, estes podem estar repletos de preconceito que irão
promover um estigma ainda maior para determinado sujeito atendido desta forma.
Negar ou abandonar o deficiente, ou seja, promover sua invisibilidade
social pode ter assim um caráter sutil de compensação ou simulação de inclusão, como
por exemplo, a inserção de uma pessoa com deficiência em salas de aulas regulares que
não tem recursos necessários e nem profissionais preparados e dispostos a desenvolver
atividades que concretizem a inclusão. Assim diz-se incluído aquele que só está
depositado, dando uma justificativa irreal do cumprimento da Lei, sem de fato executá-
la.
Ou também quando o profissional acolhe o deficiente colocando sob ele a caricatura de
“o bonzinho”, “coitadinho”, “o ajudante da tia”, como se ele servisse só para isto, sem
de fato se preocupar em educá-lo e prepará-lo para descobrir e desabrochar suas
próprias potencialidades.
A Escola tem um papel importante na formação da Identidade de uma
Sociedade. E deve se perguntar que Identidade Social está ajudando a manter? E qual
Identidade quer formar? Não podemos mais inocentar as praticas docentes frente ao
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aumento de ações pontuais de preconceitos e discriminações. Os (as) professores (as) ao
silenciar-se, compactuam com a proliferação de nossa miséria cultural e política; não
cumprindo com sua função de educador e eximindo-se de construir práticas pedagógicas
e estratégias de promoção da igualdade no cotidiano da sala de aula, aprofunda cada vez
mais o hiato existente em superar e romper de fato com o mito da democracia e inclusão
para todos.
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CAPITULO II Leis,
Um caminho para garantir a igualdade social.
O simples sancionar de uma lei não muda a forma comum de agir de uma
sociedade. É preciso trabalhar em prol da mudança dos hábitos que constitui aquilo que
é normal para aquela cultura.
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo,
torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente,
ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se
a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda."
(Freire, 2000, p.67)
Ao longo da historia, a deficiência foi tratada em ambientes hospitalares
e assistenciais, O grau de desconhecimento sobre as deficiências e suas potencialidades,
fez com que um número considerável de pessoas com deficiência mental, e outras
deficiências, fossem tratadas como doentes mentais, internadas em instituições e
completamente apartadas do convívio social ou levadas para serem estudadas em
hospitais-escolas possibilitando ou não sua reabilitação a sociedade.
Na época do Brasil Império se deu a criação de dois Institutos para
atendimento ao deficiente: – Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje o Instituto
Benjamim Constant, IBC; 1857 – O Instituto dos Surdos Mudos, hoje atual Instituto
Nacional da Educação dos Surdos, INES; com estes feitos começa a ser levado para
estes deficientes a oportunidade do ensino sob-responsabilidade do governo, mas logo
depois essa responsabilidade passaria as instituições particulares e associações de pais.
No inicio do século XX, a escolarização estava associada à razão
e ao progresso, por isso a importância de educar um grande contingente de pessoas
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(educação das massas), no entanto, este tipo de escolarização não conseguiu escolarizar
a todos de forma igual e com a qualidade que tanto se esperava. Nessa época houve a
criação do Instituto Pestalozzi (1926) para o atendimento aos portadores de deficiência
mental, em 1954 a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, APAE e
em 1945 é criado por Helena Antipoff o primeiro centro para tratar de pessoas com
superdotação.
Em 20 dezembro de 1961, é visto pela primeira vez o termo “educação Especial”
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 4.024
“Art. 88. A educação de excepcionais deve, no que for possível,
enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na
comunidade. Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente
pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de
excepcionais, receberá dos poderes públicos tratamento especial
mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções."
(Brasil, LDB, 1961)
Neste contexto a educação das pessoas com deficiência no Brasil, passa
da responsabilidade apenas familiar e instituições particulares, para novamente
responsabilidade também do governo; nesse período alem das instituições acima
citadas, são criadas também as escolas especiais, em 1961 com a Lei 5.692/71, que dá o
direito dos alunos portadores de necessidades especiais a uma educação provida pelo
governo porem, esta não é incluída no sistema geral de ensino, não se faz nenhuma
política publica efetiva. As pessoas com deficiência eram silenciadas em uma cruel
segregação social, as políticas assistencialistas não visavam o desenvolvimento dos
potenciais individuais e sim a ajuda -no sentido de pena, a diferença sendo vista como
incapacidade- para aqueles que eram vistos como: “diferentes” da forma eleita pela
classe capitalista produtora como perfeita e aceita socialmente; vistos como “incapazes”
26
e “coitados”, sentenciados a um lugar a margem do exercício de cidadania, excluídos do
convívio dos ditos “normais”. A educação como forma geradora de mão de obra
homogenia para o mercado de trabalho descartava qualquer um que não apresentasse os
padrões para obterem aquela formação bancaria proposta naquele momento social.
“[...] a sociedade brasileira criou as instituições de educação especial, que
cumprem um papel ambíguo. Criadas para ‘integrar e normalizar’, elas
legitimavam a retirada dos alunos com deficiência das classes comuns,
afastando-os do contexto geral da educação e da sociedade, explicando, dessa
maneira, a não inclusão social das pessoas com deficiência. Nesses termos, as
instituições destinadas ao atendimento escolar de indivíduos com deficiência
cumprem um único papel: os excluem de maneira violenta.” (Costa, 2005, p.26)
Assim sendo como aconteceu em outros lugares ao longo da historia, no
Brasil a trajetória de conquistas a visibilidade e participação social do deficiente passa
primeiro pela eliminação e exclusão, depois para uma integração parcial, o
assistencialismo, tempo marcado de um preconceito velado, de desconhecimentos e
despreparo profissional, de rótulos e olhares sociais de inferioridade e ajuda, para um
maior êxito e um caminhar para a inclusão com um avanço da legislação nacional e
internacional sobre o tema.
Historicamente o combate à segregação e exclusão escolar, a abertura
para um pensar em propostas educacionais democráticas começa a surgir com o advento
da Constituição Federal da Republica (Brasil, 1988) que cita o compromisso liberal do
Estado brasileiro de educar a todos, sem qualquer discriminação ou exclusão social:
“(...)1988- Constituição da República Federativa do Brasil.
[Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.]
27
[Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.]
[Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola]” (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL DE 1988).
Seguindo a mesma linha de integração da Constituição Federal de 1988,
o ECA (1990) vem seu artigo 55 reforça os dispositivos legais supracitados ao
determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino”; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei nº. 9.394 de 1996) no Capítulo V possui três artigos (58, 59, 60) e um parágrafo
único, onde podemos encontrar assuntos referentes ao currículo, terminalidade
especifica, formação de professores, qualificação para o trabalho, programas
suplementares e caracterização das instituições especializadas. Tomando como
exemplo, cito o artigo 58 (Brasil, LDB, 1996): “Entende-se por educação especial, para
os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.”; Este
artigo mostra claramente a Educação Especial, como modalidade de educação escolar,
que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para os educandos
portadores de necessidades especiais. Comparada às outras leis anteriores, esta dá uma
ênfase maior a Educação Especial, pois a tornando uma modalidade de ensino, o poder
público terá que gerar um investimento maior específico para a inclusão.
Já O Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89 (1999), que
dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,
define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e
28
modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao
ensino regular. A Resolução CNE/ CP nº 1/202, Estabelece as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define que as
instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formação
docente voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as
especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais, possibilitando que
esse professor saia mais capacitados e propensos a experiências educacionais
objetivando a inclusão. O Plano Nacional de Educação e Direitos Humanos (2006) traz
as políticas afirmativas; E por fim ressalto O Plano Nacional de Educação (PNE, 2011)-
Projeto de lei que define a “Meta 4” pretende: “Universalizar, para a população de 4 a
17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.”; Dentre
as estratégias para este fim, está garantir repasses duplos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) a estudantes incluídos; implantar mais salas de recursos multifuncionais;
fomentar a formação de professores de AEE; ampliar a oferta do AEE; manter e
aprofundar o programa nacional de acessibilidade nas escolas públicas; promover a
articulação entre o ensino regular e o AEE; acompanhar e monitorar o acesso à escola
de quem recebe o benefício de prestação continuada.
Outros documentos que explicitaram este ideal de democracia e educação
para todos, e que modificaram paradigmas mundiais foram também, a Declaração
Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), os quais
orientam que as escolas se ajustem às necessidades de todos os alunos: “As escolas
devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (UNESCO, 1994); bem como A
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Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2009), aprovada pela ONU
e da qual o Brasil é signatário, onde em seu Artigo 24 estabelece que os Estados Parte
devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino,
determinando que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema
educacional geral e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino
fundamental gratuito e compulsório; e que elas tenham acesso ao ensino fundamental
inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na
comunidade em que vivem.
Há também outras leis importantes de serem mencionadas como política
publica adotada pelo Estado a fim de garantir a Inclusão das pessoas com deficiência em
todas as esferas sociais que são: a Lei 7853/89 (1989)- Legislação Infraconstitucional-
que Garante o exercício dos direitos básicos, ressaltando e descriminando o que
significa o direito: à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao
amparo à infância e à maternidade. Dentre as postulações destinadas ao trabalho ressalto
a obrigatoriedade do apoio a: formação profissional e ao ingresso nos cursos
profissionalizantes. A lei também abrange sobre: à: promoção de ações que facilitem a
inclusão laboral; adoção da legislação que discipline a reserva de vagas no mercado de
trabalho; empenho do Poder Publico para o surgimento e manutenção de vagas,
inclusive àquelas que exijam maior grau maior de customização.
O art. 8° da referida lei é de suma importância para o conhecimento de
empregadores e pessoas com deficiência, pois decreta ser crime sob pena de reclusão,
recusar emprego ou trabalho à pessoa, por causa da sua deficiência.
A Lei n° 8.213 (1991) Na subseção II que trata sobre a habilitação e
reabilitação do profissional com deficiência, explicando o que isto significa e
esclarecendo o que deverá ser proporcionado através dessas ações; esta lei é a famosa
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“lei de cotas”, o art.° 93 da mesma estipula o percentual de reservas de vagas
obrigatório para a contratação de funcionários.
O Decreto 3.298 (1999) que Regulamenta a lei 7.853/89. Os princípios
deste celebram que as ações para assegurar a plena integração devem ser desenvolvidas
pelo Estado e pela sociedade civil, ressalto: “respeito às pessoas portadoras de
deficiência, que devem receber igualdade de oportunidades na sociedade por
reconhecimento dos direitos que lhe são assegurados, sem privilégios ou paternalismo”.
Em 2001 - Convenção Interamericana para eliminação de as formas de
Discriminação Contra as Pessoas com Deficiência. Esta convenção passa a fazer parte
da legislação Brasileira através do decreto 3.956/01. Nela vimos os termos deficiência e
discriminação sendo detalhados e ficando claro que a diferenciação não é discriminação,
desde que estruturada quando necessária, e apropriada para o bem estar da pessoa com
deficiência; Entretanto, aceitação de processos diferenciados é facultativo à pessoa com
deficiência.
E em 2006 – Convenção Internacional de Direitos da Pessoa com
Deficiência, um documento da ONU que visa ao atendimento às necessidades
especificas da pessoa com deficiência. A principal preocupação, que levou a elaboração
deste, foi o comum desrespeito dos direitos sociais no novo quadro do mercado global.
Ao postular sobre o trabalho o documento reafirma a importância das políticas
afirmativas para a inclusão, com dignidade, da pessoa com deficiência no mercado de
trabalho.
Ainda menciono como um avanço nacional a Lei Nº 4.169, de 4 de
dezembro de 1962 - Oficializa as convenções Braille para uso na escrita e leitura dos
cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas Braille e a Lei de oficialização da
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Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) em abril de 2002 (Lei n. 10.436, de 24 de abril de
2002).
As políticas de educação e os movimentos de Inclusão dos alunos com
deficiência, nas escolas publicas, possibilitam um direito individual, legalmente
adquirido por todos, de se ter uma educação democrática, humana e justa, levando as
instituições de ensino, tal como os professores, a organização de práticas pedagógicas
que considerem as diferenças de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo, físico e
sensorial; que contemplem em seu Projeto Pedagógico atendimento a diversidade dos
alunos, objetivando o ensinar como promissor de garantir sua cidadania e inclusão no
mercado de trabalho.
A escola como um espaço sócio-democrático deve acolher toda a
diversidade humana se adequando as demandas especificas; os professores devem ter a
consciência da importância de encontrarem alternativas que possibilitem, a cada aluno,
sua formação emancipatória, criativa e apta à formação de seu conhecimento.
“ Dessa maneira, o processo de inclusão de alunos com deficiência, deve
ocorrer no interior da escola como espaço sócio-democrático, no qual o acesso
ao conhecimento contribui para o reconhecimento da diferença como essência
da humanidade, a solidariedade, a manifestação da criatividade, originalidade e
autoria, como também para a vivência solidária de experiências, considerando
que a escola como espaço para todos deve promover a remoção das barreiras à
aprendizagem, deixando de enfatizar as deficiências dos alunos como obstáculo,
destacando, sobretudo, sua humanidade e, consequentemente, seu direito à
educação escolar e o acesso ao conhecimento em espaços educativos
democráticos.” (Costa, 2002, p.79)
Tomando como referencia o projeto de pesquisa CNPQ coordenado pela
Profª Doutora em Educação da UFF Valderlúcia Alves da Costa (Rio de Janeiro 2002 e
2005 - 2007), evidencia que o movimento em prol da inclusão tem sido discutido e
32
ampliado, porem na realidade temos ainda professores resistentes e se sentindo
despreparados para atuarem em classes inclusivas; outros favoráveis a inclusão, culpam
sua pratica tradicional como sendo resultado de uma escola que não disponibiliza
espaços inclusivos ou por não terem visto questões relativas a práticas inclusivas e nem
aos deficientes em sua formação inicial.
“Assim, conseqüentemente, os professores revelam-se desmotivados,
desencorajados, responsabilizando o Estado e eximindo-se de responsabilidade,
em sua maioria. E, mais, mantêm-se atrelados a práticas pedagógicas
tradicionais, conservadoras, excludentes e discriminatórias, impossibilitando a
si próprios pensar sobre a diversidade humana no âmbito escolar.
(...)Conforme afirmado anteriormente, os professores não se percebem
pertencentes ao sistema público de ensino, não se sentem responsáveis pela
educação de seus alunos; culpabilizam o Estado e se sentem vítimas do sistema
político vigente, não considerando a autonomia docente como capaz de fazer
frente ao que consideram "Não terem sido preparados para a inclusão". Dessa
maneira, adaptam-se e se submetem ao que as "Leis" prevêem para o próprio
fracasso produzido por suas práticas conservadoras e homogeneizadoras.”
(Costa, 2002, p.67)
Seguindo a mesma fonte de pesquisa, verifica-se um grande hiato entre
“a escoa que temos e a escola que queremos”, evidenciando praticas pedagógicas atuais
como antagônicas as Leis que respaldam a Inclusão em nosso País.
A escola contemporânea, em sua grande maioria, ainda reproduz praticas
segregadoras não atendendo a diversidade humana; buscando alunos padronizados,
aptos a exigência do mercado de trabalho capitalista, como outrora.
“Admitir a educação inclusiva na atualidade brasileira requer refletir sobre a
escola que temos e na escola que queremos. Sobre a escola que temos, faz-se
necessário algumas constatações históricas: é segregadora, pois não atende à
diversidade humana; educa para a homogeneização; a adaptação; e a reprodução
social; desconsidera as diferenças humanas e de aprendizagem; reproduz a
33
lógica da produção capitalista dominante; hierarquiza os alunos pela avaliação e
reprovação, dentre outras.” (Costa, 2002, p.67)
Tomando o significado atribuído a Inclusão, como um processo contínuo
que visa preparar a escola e seus profissionais para que, todos os alunos, encontrem
respostas pedagógicas para as suas necessidades educacionais específicas, por meio de
ações que busquem a qualidade e a equidade na educação; Os educadores precisam
despertar novos métodos de ensino em sua prática cotidiana, o professor deve se pensar
como ser autônomo capaz de recriar suas técnicas de ensino, lançando-se na experiência
do fazer pedagógico junto com o aluno levando em conta a subjetividade e diferença
constante em cada aluno. Assim ambos, professor e aluno, são praticantes de um eterno
aprender a aprender. O professor deixa de ser, nessa lógica o único detentor do saber,
aquele que transmite conhecimento; para ser de forma democrática e cooparticipativa
em sua relação aluno-professor, aquele que através das experiências vividas cria e recria
seus saberes, se aperfeiçoando a cada nova etapa de seu trabalho.
É importante que este docente se veja como agente mobilizador social,
aquele que desperta nos alunos um senso critico social, importantíssimo para nossa
contemporaneidade; esse profissional não pode mais querer se eximir da culpa pelo
comodismo que o leva a reprodução e/ou consentimento das desigualdades sociais que
proliferam ao longo de nossa historia favorecendo determinas classes dominantes que
hoje estão no poder, perpetuando as estruturas sociais vigentes que massacram de forma
silenciosa, porem muito violenta, a grande massa ainda desfavorecida de nosso país
pelo preconceito ideológico e social.
Enquanto propiciarmos as desigualdades dentro daquele que deveria ser
um espaço de praticas democráticas e inclusivas, não estaremos de fato educando;
34
mostrando que é possível conviver e trocar com as diferenças, sem causar diferenças
nem perdas de nossa humanidade.
Somente dando aos alunos a oportunidade de se relacionarem em meio às
diferenças é que vamos lhes proporcionar o crescimento humanitário, o
desenvolvimento da sensibilidade e da identificação com os indivíduos, vivenciando a
diversidade humana e cultural e assim combatendo a violência.
É importante levarmos em consideração que alunos com deficiência e
sem deficiência podem aprender juntos a se valorizarem, percebendo que cada um tem
uma experiência a ser compartilhada e construída, rompendo com o pensamento de uma
educação meramente conteudista, que não prepara ninguém a aprender a aprender frente
às constantes mudanças de nossa era globalizada e digital que exigem a todo o momento
ao homem uma maior capacidade de flexibilização e mudança; onde as verdades não
são absolutas e sim transitórias dependendo sempre de cada descoberta feita pela
humanidade.
“A lei através da repressão, busca principalmente negar,
desqualificar,obstruir a via de acesso do indesejável. A norma, embora
possa incluir em sua tática o momento repressivo, visa,
prioritariamente prevenir o virtual, produzindo fatos novos. A
regulação e o mecanismo de controle que estimula, incentiva,
diversifica, extrai, majora ou exalta comportamentos e sentimentos até
então inexistentes ou imperceptíveis. Pela regulação os indivíduos são
adaptados à ordem do poder não apenas pela abolição das condutas
inaceitáveis, mas, sobretudo, pela produção de novas características
corporais,sentimentos e sociais.” ( FREIRE, 1989, p.50)
Sendo assim, concluímos que norma é aquilo que as pessoas fazem no
dia a dia, sem necessariamente ser legalizado, o que não quer dizer que é ilegal, e lei é
uma forma de impor barreiras para manter a ordem.
35
CAPITULO III
Educação Inclusiva e o Projeto Político Pedagógico.
“(...) A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os
níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado,
disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo
de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.
(...) Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a integrar a
proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento às
necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos
globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos,
a educação especial atua de forma articulada com o ensino comum,
orientando para o atendimento às necessidades educacionais especiais desses
alunos.” (MEC, 2008.)
É comum no discurso sobre educação social, democracia social e
inclusão, colocarmos a escola com uma autonomia absoluta sobre as modificações da
sociedade, como se fosse à única instituição capaz de forma milagrosa ou mágica a
salvar o mundo das desigualdades sociais. A escola tem sua importância de atuação, de
produtora e reprodutora de praticas e ideologias sociais, porem não pode carregar sobre
si este fardo de redenção, pois não é única instituição responsável por possíveis
transformações. A escola é uma instituição social criada e recriada pela sociedade, que
influência nesta e por esta é influenciada. Ou seja, a escola de qualidade é um desafio
constante e para todos.
Para falarmos da educação inclusiva precisamos diferenciar Inclusão de
Integração. O movimento da integração permitiu o acesso às escolas, mas não a
permanência, pois na integração a pessoa deve estar preparada para o ambiente, sem que
esse passe por mudanças substanciais.
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“A educação especial, em todo o mundo, a partir da integração teve
que ser reestruturada. Apesar da criação de sala com recursos para
atender ao aluno com necessidades especiais, ele continuava sendo
considerado especial e tendo um atendimento segregado. O conceito
de integração começou então a ser revisto, por ser considerado
ultrapassado e a escola inclusiva foi, gradativamente, implantada em
vários países (Estados Unidos, Canadá, Espanha, Portugal, Itália,
Nova Zelândia) e o movimento se fez na direção da inclusão total”
(Glat, 1998, p.53)
Ao definir a Educação Especial como uma modalidade de educação escolar, que
perpassa transversalmente todos os níveis de ensino, A atual Lei de Diretrizes e Bases
para a Educação Nacional, Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no Capítulo V,
coloca a Educação Especial como integrante da rede regular de ensino, para pessoas
com necessidades educacionais especiais atendendo as demandas de todos os níveis de
ensino, desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. Esta modalidade de educação é
considerada como um conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio que
estejam à disposição de todos os alunos, oferecendo diferentes alternativas de
atendimento.
É importante ressaltar que uma escola com orientação inclusiva é aquela
que se preocupa com a modificação da estrutura, do funcionamento e da resposta
educativa que se deve dar a todas as diferenças, e isto deve ser feito de forma
harmoniosa entre todos os profissionais e em todos os espaços escolares.
A Declaração de Salamanca indica de forma enfática a escola inclusiva e
reconhece que a mesma só se efetivará com o aprimoramento dos sistemas de ensino,
mas ainda existem fortes razões que impedem a inclusão de crianças e jovens com
necessidades educacionais especiais no ensino regular, travestindo modernas posturas
educacionais retrógradas.
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Sendo assim, é importante que exista um projeto de educação que esteja
em consonância com a realidade do respeito aos direitos e deveres de todos numa
sociedade, independente delas possuírem determinadas especificidades que as tornam
diferentes por variadas causas. Como afirma Freire (2005): “A realidade social,
objetiva, que não existe por acaso, mas como produto da ação dos homens, também não
se transforma por acaso.” (,p.41)
A escola pode ser um espaço inclusivo quando deixa de focar na
presença apenas do alunado ou na educação embasada no rendimento e sim quando o
conteúdo curricular e as atividades de aprendizagem consideram as diferenças
individuais sem assumirem uma abordagem homogeneizadora. O trabalho na
diversidade começa pelo reconhecimento da diferença e da pariedade de direitos;
quando as diferenças tem oportunidade de se integrarem a uma unidade que não as
anulam, mas que ative o potencial criativo entre cada sujeito em um dado contexto de
experiência educacional vivido.
O Projeto Político Pedagógico apresenta e propõe reflexões da realidade
nos ajudando a analisar, organizar e registrar de que maneira que nos leva a alcançar
nossos objetivos, metas e sonhos dentro de um determinado tempo preestabelecido.
Exibe propostas de ações concretas a serem executadas; considera a escola como um
espaço de formação democrático de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos que
atuarão individualmente e coletivamente na sociedade que pertencem; e define e
organiza as atividades e os processos educativos necessários a dinâmica de ensino e
aprendizagem.
Nele deve constar comprometimento com múltiplas questões e
necessidades sociais e culturais da população para garantir condições de acesso e de
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permanência de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, deficientes, enfim que
contemplem a todos e em todos os níveis educacionais.
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro.
Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se,
atravessar um período de instabilidade em função da promessa que cada
projeto contém de estar melhor do que o presente. um projeto educativo
pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As
promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo
seus atores e autores.” (Gadotti, 1994, p.579)
Podemos ver então que o PPP é uma modificação do presente visando o
futuro, porem em cima de analises do cotidiano passado, por isso encontra-se associado
da historia e da cultura de uma sociedade, de que forma a concebemos e produzimos.
Ele esta vinculado ao desenvolvimento humano, de como será feito essa formação de
valores sociais tendo no espaço escolar a oportunidade de promover a formação
integral: homem, cidadoa e trabalhador. É fato de que os fracassados na escola, e
aqueles que dela não tem acesso, são muitas vezes os mesmos excluídos do trabalho, da
participação política e da cidadania.
O projeto pedagógico é político, vivo e dinâmico e sempre dialoga com
as referencias ideológicas e estruturais da sociedade.
Os desafios de se formular uma proposta pedagógica para a educação que
induzam ações de mudança social é uma tarefa de todos envolvidos no processo
educativo que tenha a consciência da grave crise de exclusão social que sofrem parcelas
da população brasileira que ainda não tiveram condições eficazes de se organizar e
reivindicar uma escola democrática. Fazem parte deste grupo a minoria étnica, cultural e
social, que frequentam escolas publicar, porque esta escrito na Lei, porem as mesmas
não contemplam em seu currículo sua cultura, seus saberes e interesses e nem tão pouco
39
dão conta de suas necessidades diferenciadas de recursos para aprender, fazendo com
isto uma força educacional.
“É na dinâmica do currículo em desenvolvimento que se expressam os
entendimentos acerca da realidade e da participação efetiva dos sujeitos
individuais, dos grupos organizados e das instituições na construção e/ou
transformação social. Daí por que a busca de alternativas curriculares para a
inclusão cidadã e para a participação política no mundo contemporâneo,
dominado pela globalização cultural, econômica, tecnológica e midiática, exige
da escola não só a matricula obrigatória, a consideração das demandas sociais,
a busca de atualidades nas informações e o respeito às diferenças.” (Anna Rosa
Fontella Santiago, 2012, p.45)
Por isso os conteúdos curriculares não podem ficar presos a praticas tradicionais
de informações dos conhecimentos; eles devem ser contextualizados de forma critica e
de interesse relevante na vida do aluno. Um Projeto Político Pedagógico comprometido
deve levar em conta os fatores de formação humana com estratégias metodológicas e
currículos coerentes frente à realidade cultural, a especificação, a individualidade e a
subjetividade de saberes, respeitando as diversidades e priorizando a potencialização de
cada ser possibilitando assim sua integração de forma plena nas relações e práticas
sociais. Dessa forma as metas e finalidades do PPP não podem ser homogenias e nem
fixas limitando o saber, legitimando o fracasso escolar e agravando a exclusão social.
Cada um ao chegar à escola já traz uma bagagem contendo experiências,
vivencias e conhecimento do mundo, o que deve ser ampliado é o desenvolvimento de
suas habilidades que incorpore o conhecimento a ação, bem como ampliados seus
conceitos prévios que foram construídos pelo senso comum, ressignificando saberes já
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existentes em um permanente processo de construção e reconstrução tal qual é a
dinâmica social.
O projeto político pedagógico na pratica deve ser aquele tem contido e si
as orientações e os caminhos a se trilhar para a concretização na praticas sistemáticas de
uma realidade que se deseja atingir.
Dentro de uma perspectiva inclusiva o ensino deverá ser gradual, e em
classes apropriadas de acordo com a faixa etária, desenvolvimento de interesses,
diversidade e necessidades especiais de cada aluno, respeitando a etapa do
desenvolvimento cognitivo em que se encontram, ou seja, o processo de aquisição de
conhecimento (cognição), envolvendo fatores diversos como o pensamento, a
linguagem, a percepção, a memória, o raciocínio etc., que fazem parte do seu
desenvolvimento intelectual, de como assimilam e compreendem cada informação
passada.
Os conteúdos didáticos deveram ser atualizados, contextualizados e
sempre aperfeiçoados e os recursos didáticos devem ser os mais variados possíveis.
Se formos procurar no dicionário de português o significado da palavra
ensinar terá: s.m. Ação, arte de ensinar, de transmitir conhecimentos. / Orientação no
sentido de modificar o comportamento da pessoa humana. / Instrução. / Orientação. /
Educação. /Atividade de magistério.
Já A etimologia da palavra ensino deriva de ensinar, que vem do
latimin+signare e significa pôr marcas ou sinais, designar e mostrar coisas.
Em ambos os conceitos vemos que ensinar não é uma mera transferência
e sim uma atitude modificadora, por isso sua importância, pois podemos ajudar a
construir ou destruir sujeitos.
41
Ensinar não é apenas transmitir algo de um para o outro, não é algo que
esteja pronto; ensinar é fazer pensar, é estimular o raciocínio levando-o ao entendimento
e a ação.
Segundo a teoria dos Quatro Pilares da Educação, ou seja, uma educação
direcionada para os quatro tipos fundamentais de educação, assunto publicado no artigo
do relatório para a Unesco (1996) com o tema, Educação: um tesouro a descobrir,
trazendo o discurso da pós-modernidade de Lyotard: aprender a conhecer, aprender a
fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser, preocupando-se com a edificação
geral do individuo: bons costumes, exercício da cidadania, formação de caráter visando
o respeito a individualidade e diferença que cada um possui possibilita um PPP que vise
a inclusão de todos na sociedade.
Aprender a Conhecer refere-se à aquisição do conhecimento, ao próprio
processo cognitivo: o raciocínio lógico, compreensão, dedução, memória. Mas esse
processo não pode se encerrar apenas na transmissão de conhecimento é necessário que
se desperte nos alunos o desejo de querer aprender a aprender, o professor deve mostrar-
lhe mecanismos para que ele mesmo construa seus conhecimentos (autoaprendizagem).
É necessário construir sujeitos que tenham sede de querer saber cada vez mais. Assim o
aprendizado torna-se um processo inesgotável.
Aprender a Fazer Indissociável do aprender a conhecer, que lhe confere
as bases teóricas, o aprender a fazer refere-se essencialmente em aplicar, na prática, os
seus conhecimentos teóricos.
Aprender a viver com os outros atua no campo das atitudes e valores, é
aprender a se respeitarem como sujeitos únicos porem iguais no cumprimento do
propósito de Deus. Cai neste campo o combate ao conflito, ao preconceito, às
42
rivalidades milenares ou diárias; a discriminação seja ela qual for e se aposta na
educação como veículo de paz, tolerância e compreensão.
Aprender a ser Este tipo de aprendizagem está totalmente entrelaçado
com os outros três. Considera-se que a Educação deve ter como finalidade o
desenvolvimento total do indivíduo “espírito e corpo, sensibilidade, sentido estético,
responsabilidade pessoal, espiritualidade”.
O aluno só aprende realmente pela pratica, cabe ao professor direcionar a
mente do aluno para que ele mesmo ache suas respostas respeitando o tempo e a
capacidade cognitiva de cada um.
O uso de recursos didáticos diversos se torna imprescindível para o
aprendizado. O professor precisa evitar o excesso de verbalismo em uma época onde
vivemos impregnados de informações visuais por todos os lados: na televisão, nos
celulares, computadores, tablets, nos outdoor das ruas, etc... Vivemos na era digital, da
internet, impregnados por jogos eletrônicos interativos; os brinquedos falam com as
crianças, somos a todos os momentos atraídos pelo movimento, pelas cores, pelo brilho,
não podemos disputar a atenção e interesse do aluno com métodos ultrapassados
(somente pela exposição oral), devemos levar nosso aluno a ter sede de conhecimento,
devemos instigá-lo a uma busca insaciável por saber; às vezes ao ligarmos um
retroprojetor, levarmos um cartaz, fazer uma dramatização do tema, já vivifica de
maneira diferente nossas aulas e com isso oportunizamos o aprendizado deforma a
abranger necessidades especificas de um aluno com deficiência. Quando o professor se
mostra disposto a quebrar barreiras do formalismo educacional sua pratica pedagógica
enriquecedora beneficia a todos os educandos envolvidos no processo e não somente os
portadores de alguma necessidade educacional especial presente no grupo.
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Podemos utilizar métodos como debates, discussão em grupo, gincanas,
júri simulado, painéis, simpósios, dinâmica de grupos, dramatização, músicas, filmes,
gravuras, pequenos vídeos, jogos, desenhos, fotografias, slides, transparências, quadro
de giz, mapas, recortes de revistas, produção de texto, pesquisa bibliográfica na
biblioteca, seminário, simulado, pesquisa interativa de informática, trabalhos em grupo,
aula de campo, viagens de estudo, exposição, palestras, movimentos, oficinas-mostras,
aulas expositivas, enfim tudo que dinamize e faça aluno participar e praticar o conteúdo.
Há uma gama de escolhas de métodos atraentes de ensino que levam uma maior eficácia
da inclusão do cotidiano didático-pedagogico escolar. A tecnologia Assistiva em muito
tem contribuído para a difusão de praticas pedagógica inclusiva e dinâmica, utilizando
recursos digitais.
Outro fato a se relevado é que os estímulos chegam à mente através de
nossos órgãos do sentido: visão, audição, paladar, olfato e tato. A todo instante estamos
sentindo sensações e enviando estímulos e informações diversas ao cérebro por isso é
tão importante à diversidade de recursos pedagógicos na aprendizagem, ou seja, visuais
(figuras, filmes, etc...), pela experimentação (teatro feito pelos alunos após um estudo);
pela audição (musicas relacionada ao tema proposto); etc...
Para se ter uma ideia segundo William Glasser (William Glasserin, Seven
Ways of Knowing, 1967), aprendemos: 10% do que lemos; 20% do que ouvimos; 30%
do que vemos; 40% do que vemos e ouvimos; 70% do que discutimos com outros;
80% do que experimentamos pessoalmente e 95% do que ensinamos a alguém., por isso
a mudança de métodos de ensinos ultrapassados é um ganho para todos.
“O que o professor faz só é relevante em função do que leva seus alunos a fazerem. Em
outras palavras, o autentico educador não é o que apenas aponta o caminho do
conhecimento, mas o que conduz seus alunos diligentemente ao longo desse caminho. A
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missão precípua do professor é estimular a busca do conhecimento e não trazê-lo pronto
para a sala de aula.” ( Tuler, 2013, p.132)
È importante que o professor conheça sua classe, suas limitações de
aprendizagem, seus interesses e necessidade, qual o nível intelectual, escolar,
sociocultural e espiritual, o nível vocabular e a experiência, entre outras informações
que for relevante para direcionar o que, quando e como ensinar.
A avaliação diagnostica deve também, ser repetida periodicamente para
saber ate que ponto a classe aprendeu.
Portanto, transmissão e assimilação são processos que compõem uma
metodologia de construção coletiva de conhecimento.
Assim a metodologia sugerida para uma verdadeira inclusão deverá ser
desenvolvida através de práticas pedagógicas mais dinâmicas possíveis, abstendo-se da
preocupação de trabalhar com sistemas que privilegiam somente a quantidade de
informação, como objetivo principal de ensino, que utilizam questionários para reforçar
o conteúdo e avaliações que servem apenas para medir a assimilação dos mesmos; e
praticas conservadoras e homogeinizadoras do saber que só segregam e rotulam
diferenças, e sim focada no conhecimento seguido da pratica, trabalhando conteúdos
significativos para a formação do aluno, pois mais importante de que o aluno conhecer a
historia da Independência do Brasil, por exemplo, é saber de que forma ela interveio e
intervém em sua vida social atual e como pode mudar tais realidades, e mais, saber
quais os benefícios que terá com tal atitude. Propicionando um ambiente que favoreça a
troca de múltiplos saberes e experiências que despertem e promovam as potencialidades
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de cada um, sabendo que a inteligência não se limita a um único formato e sim a um
caráter múltiplo e diverso.
O processo de avaliação não é aferir saberes, mas constituir o processo
cognitivo.
A avaliação não se limita ao julgamento sobre sucesso ou fracasso do
aluno, é compreendida como um conjunto de atuação que tem a função de alimentar,
sustentar e orientar e intervenção pedagógica. Através dos resultados que se pretende
obter pode se constatar o progresso, as dificuldades e se fazer uma reordenação de todo
trabalho desenvolvido.
Deste modo a avaliação não deve ficar presa em um dos aspectos do
processo educativo, mas todo trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e as
implicações na formação da identidade, dos valores e da ética dos alunos.
Tomando como fonte todas as informações acima explicitadas, o fato é
que a escola deve se preocupar fundamentalmente em suprir aquilo que o próprio aluno
identifica com primordial para seu aprendizado e crescimento.
Uma metodologia inclusiva deve contemplar o desenvolvimento
cognitivo através da interação social, da troca de ideias, da troca de experiências, da
troca de afetividades, da cooperação, do senso critico reflexivo e da pratica, sendo assim
a dinâmica do saber não para, pois desenvolve sempre a necessidade e construção de
novos saberes.
“Na ausência do outro, o homem não se constrói”.
“O saber que não vem da experiência não é realmente saber”.
“O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa por outra pessoa”.
(LEV VIGOTSKY - 1896-1934).
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CONCLUSÃO
Diante do exposto, pode-se concluir que a maneira como as pessoas
são tratadas pode diferenciar sua independência e suas oportunidades e que,
talvez o fator relevante não seja a existência das deficiências, e sim como as
pessoas reagem a elas.
Percebomos que existe uma lacuna entre as políticas educacionais e a
prática escolar. A escola ainda é conteudista e segregadora perpetuando
ideologias capitalistas ultrapassadas. É necessário priorizar praticas
educacionais que respeitem a diversidade cultural e social e ao interesse
coletivo e individual ao mesmo tempo. Os pensamentos divergentes atuando
em um mesmo espaço de produção mostram a capacidade essencial para a
criatividade enxergando e permitindo múltiplas respostas a respeito de algo.
Faz-se urgente uma grande quebra de paradigmas educacionais,
estamos em pleno século XXI, e ainda se vivencia uma educação bancaria, o
aluno como mero receptor e o professor detentor do saber e das “verdades”;
onde a escola pode ser comparada como uma indústria com suas sirenes para
começar e terminar as aulas e para os intervalos; ensinando conteúdos
específicos individuais e fragmentados; agrupando crianças por faixa etária,
como se fossem todas iguais, como se todos tivessem data de validade; sem
falar na forma de avaliação utilizada, onde o saber processual não é levado em
conta. Formamos alunos como se fossem blocos homogêneos saindo da
escola para o mercado de trabalho e ainda não nos damos conta de que o
próprio mercado de trabalho mudaram suas exigências.
As Leis legitimam a educação para todos, mas que “todos”, pois
há uma parcela social desprovida desse espaço de aprendizagem, enquanto
outra apenas esta presente, mas não dialoga de forma democrática neste
ambiente fadados por fim a evasão, e ao evadirem da escola evadem também
do direito de um exercício pleno de cidadania, de uma vida digna e porque não
dizer de seus sonhos. A escola ainda não da importância a questões como se
as crianças que estão agrupada em uma determinada faixa etária tem os
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mesmos interesses e pensamentos, se aprendem de forma melhor ou pior em
determinada hora do dia, se aprendem melhor em grupos grandes, menores ou
se precisam aprender isoladamente, as interferências culturais e regionais que
carregam.
Vivemos em uma era digital que em nosso dia a dia estamos
envoltos com as mais diversas formas de tecnologias: vários canais de TV, ai
fones, ai pedes, celulares, tabletes, entre outros, mas na sala de aula os
professores utilizam as mesmas ferramentas de outrora, o quadro e o hidrocor
– substituto do giz. Não alcançamos grande parte do alunado, que é rotulado
como desinteressado ou por vezes deficiente, mais corriqueiro no momento
serem enquadrados como TDAH, e assim tacamos remédios como Ritalina
para que fiquem calmos e voltem a se encaixar no “padrão” dos demais alunos,
ou que se não tem perfil para estudar o melhor é que fiquem em casa. O que
estamos fazendo com nosso compromisso de educar? É urgente que se
repensem nas metodologias e nos métodos utilizados na escola. Que o
professor se reinvente e se recrie em sua pratica frente à realidade de nossa
geração.
O mundo se mostra cada vez mais estimulante e cativante, ele é
3D, mas o professor tem medo de mudar o que é confortável, os métodos
tradicionais. Os alunos já vem hoje para a escola repletos de informações,
diferente do passado onde era na escola que iriam obter o conhecimento geral,
a nossa tarefa se da em auxilia-los em como decodificar estas informações, em
como enquadra-las em seu cotidiano, e ate mesmos em direcionar quais são
relevantes ao conhecimento e quais não são, é ensina-los a aprender a
aprender. Neste sentido tanto aluno como professor vive em uma eterna
dinâmica de aprendizagens.
Os profissionais da educação precisão dentro do Projeto Político
Pedagógico construir e pensar na sua pratica em propostas possíveis, dentro
das contradições existentes no próprio sistema, o qual, a todo o momento,
culpa o professore e a escola, mas a estrutura como um todo segue métodos
rotuladores, segregadores, discriminatórios e tradicionais de avaliação, como o
ENEM, a Prova Brasil, o Vestibular, entre outros, que não levam em
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consideração individualidades do ser humano ou individualidades culturais e
sociais. Por outro lado podemos afirmar que nunca na historia da humanidade
se teve uma abertura para a democracia educacional, para uma gama de
políticas publicas e leis atuantes neste foco, para tantos intelectuais voltados a
acharem soluções visando à inclusão de todos na aprendizagem como agora.
A escola tem que acolher e preparar o aluno para um eterno
aprender, pois o mundo esta em constantes mudanças as tecnologias avançam
a cada segundo gerando novas descobertas, as visões de verdade também
mudam com este avanço cientifico e tecnológico. O que a escola tem que de
fato ensinar é como cada um pode se tornar cidadãos éticos e atuantes em
suas potencialidades subjetivas; que tenham iniciativa e tomada de decisão
frente aos obstáculos –requisito priorizado pelo mercado de trabalho atual- que
tenham poder criativo; que desenvolvam no ser humano a sociabilidade, os
valores morais, e a diversidade de saberes. O professor deve deixar de lado as
amarras que ainda o prende ao conteúdo informativo e se ater a ensinar a este
alunado a como usar as ferramentas dispostas na sociedade.
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