o processo de valorização do capital

15
ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 1414 O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DO CAPITAL E O IMPERATIVO DA FLUIDEZ Wagner Constantino [email protected] Doutorando em Geografia Humana Bolsista CAPES Universidade de São Paulo RESUMO Este trabalho tem como objetivo explicar o papel da fluidez nas redes de fluxos como uma condição necessária para a valorização do capital. A tendência da queda da taxa de lucro é uma das maiores contradições do processo valorização do capital, contra a qual os capitalistas precisam lutar constantemente. Junta-se à ela a necessidade de abreviar o máximo o tempo de rotação de capital a fim de tornar o negócio capitalista lucrativo. Estes dois empecilhos à valorização do capital são enfrentados com a busca da maior fluidez possível nas redes de fluxos materiais e imateriais. No Brasil, um dos mecanismos em busca da maior fluidez é a concessão da administração de rodovias á iniciativa privada. Palavras-Chave: Valorização do Capital; Tendência da Queda da Taxa de Lucro; Rotação do Capital; Redes de Fluxos; Concessão de Rodovias. Eixo 8- Geografia Econômica. ABSTRACT This paper aims to explain the role of fluidity in networks of flows as a necessary condition of valorization of capital. The tendency of the rate of profit to fall is one of the biggest contradictions of valorization of capital process, against which the capitalists have to struggle constantly. Joins it the need to shorten the turnover of capital in order to make the capitalist business profitable. These two obstacles to valorization of capital are faced with finding the highest possible fluidity in networks of material and immaterial flows. In Brazil, one of the mechanisms in search of greater fluidity is the Concession Road to private firms. Keywords: Valorization of Capital; The Tendency of the Rate of Profit to Fall, Turnover of Capital, Network of Flows; Concession Road.

Upload: wagner-constantino

Post on 23-Jun-2015

58 views

Category:

Economy & Finance


1 download

DESCRIPTION

Este trabalho tem como objetivo explicar o papel da fluidez nas redes de fluxos como uma condição necessária para a valorização do capital. A tendência da queda da taxa de lucro é uma das maiores contradições do processo valorização do capital, contra a qual os capitalistas precisam lutar constantemente. Junta-se à ela a necessidade de abreviar o máximo o tempo de rotação de capital a fim de tornar o negócio capitalista lucrativo. Estes dois empecilhos à valorização do capital são enfrentados com a busca da maior fluidez possível nas redes de fluxos materiais e imateriais. No Brasil, um dos mecanismos em busca da maior fluidez é a concessão da administração de rodovias á iniciativa privada.

TRANSCRIPT

Page 1: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1414

O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DO CAPITAL E O IMPERATIVO DA

FLUIDEZ

Wagner Constantino

[email protected]

Doutorando em Geografia Humana Bolsista CAPES

Universidade de São Paulo

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo explicar o papel da fluidez nas redes de fluxos como

uma condição necessária para a valorização do capital. A tendência da queda da taxa

de lucro é uma das maiores contradições do processo valorização do capital, contra a

qual os capitalistas precisam lutar constantemente. Junta-se à ela a necessidade de

abreviar o máximo o tempo de rotação de capital a fim de tornar o negócio capitalista

lucrativo. Estes dois empecilhos à valorização do capital são enfrentados com a busca

da maior fluidez possível nas redes de fluxos materiais e imateriais. No Brasil, um dos

mecanismos em busca da maior fluidez é a concessão da administração de rodovias á

iniciativa privada.

Palavras-Chave: Valorização do Capital; Tendência da Queda da Taxa de Lucro; Rotação do

Capital; Redes de Fluxos; Concessão de Rodovias. – Eixo 8- Geografia Econômica.

ABSTRACT

This paper aims to explain the role of fluidity in networks of flows as a necessary

condition of valorization of capital. The tendency of the rate of profit to fall is one of the

biggest contradictions of valorization of capital process, against which the capitalists

have to struggle constantly. Joins it the need to shorten the turnover of capital in order

to make the capitalist business profitable. These two obstacles to valorization of capital

are faced with finding the highest possible fluidity in networks of material and

immaterial flows. In Brazil, one of the mechanisms in search of greater fluidity is the

Concession Road to private firms.

Keywords: Valorization of Capital; The Tendency of the Rate of Profit to Fall, Turnover of

Capital, Network of Flows; Concession Road.

Page 2: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1415

1- INTRODUÇÃO

O modo capitalista de produção é contraditório em sua gênese. Tais

contradições são expressas em sucessivas crises originadas na eterna busca pela

valorização do capital. A tendência da queda da taxa de lucro, uma das maiores

contradições internas que o capital enfrenta, advém da procura incessante do

capitalista em busca da ampliação da taxa de lucro, a qual requer a permanente

ampliação da escala de produção. Soma-se à esta questão a necessidade de abreviar

ao máximo o período de rotação do capital por meio da máxima fluidez do capital nas

suas três fases. Desta forma, o território, para servir adequadamente às necessidades

do capital, precisa estar integrado por uma rede de fluxos que possibilite fluidez para o

capital circular. Neste sentido as redes de fluxos materiais e imateriais são

compreendidas como forças produtivas utilizadas para contrabalancear a tendência da

queda da taxa de lucro ao mesmo tempo em que funcionam para abreviar o tempo de

rotação do capital. Este trabalho tem como objetivo explicar o papel da fluidez nas

redes de fluxos como uma condição necessária para a valorização do capital, com

ênfase na concessão da operação das rodovias à iniciativa privada.

Além desta introdução este trabalho é constituído de outras três partes. A

segunda parte trata da análise da lei da tendência da queda da taxa de lucro e

também da análise do tempo da rotação do capital como empecilhos à valorização do

capital. Na sequência empreendemos uma discussão a respeito do imperativo da

fluidez nas redes de fluxos para a reprodução ampliada do capital. Na parte quatro

tratamos do Programa de Concessão de Rodovias como um instrumento utilizado pelo

Estado brasileiro a favor do capital. Encerramos este trabalho tecendo nossas

considerações finais.

2- EMPECILHOS À VALORIZAÇÃO DO CAPITAL

Para alcançar a valorização do capital em escala ampliada o capitalista, dentre

outras maneiras, precisa adiantar mais capital, ou seja, aumentar o volume de capital

constante envolvido na produção, modificando a composição orgânica do capital. Se o

aumento do capital constante não for acompanhado por um aumento da mais-valia, a

taxa de lucro tende a declinar, visto que haverá um volume maior de capital constante

como divisor na relação mais-valia/capital total. A taxa de mais-valia é auferida pela

força de trabalho e, dependendo do volume de capital constante que a força de

Page 3: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1416

trabalho põe em movimento, a taxa de lucro varia para mais ou para menos. A

proporção em que se combinam capital constante e capital variável incide na

acumulação do capital de modo que sua composição requer um equilíbrio entre estas

duas porções individualizadas para que a acumulação possa se desenvolver.

Os capitais individuais têm composição diferenciada, mesmo dentro de um

mesmo ramo de produção e, em sua média, dão a composição orgânica global de seu

ramo. Tomados como uma economia nacional, a média do conjunto de todos os ramos

do capital dá o capital social de um país. Apesar de os capitalistas atuarem de maneira

individual e concorrendo uns com os outros, a queda da taxa de lucro atinge os

capitalistas como um todo, já que a busca pela maior valorização do capital acontece

no conjunto dos produtores capitalistas. Marx explica da seguinte forma esta

concepção:

Supondo-se que essa mudança gradual na composição do capital não ocorra meramente em esferas isoladas da produção, mas mais ou menos em todas ou então nas esferas das produções decisivas, que ela implique, portanto, modificações na composição orgânica média do capital global pertencente a determinada sociedade, então esse crescimento paulatino do capital constante precisa, em relação ao capital variável, ter necessariamente por resultado uma queda gradual na taxa de lucro geral com taxa constante de mais-valia ou grau constante de exploração do trabalho pelo capital. [...] (MARX,1984, v.3, T1 163)

A tendência à queda da taxa de lucro impõe ao capital uma necessidade

crescente de maiores aportes na produção, o que, contraditoriamente, agrava o fato. O

montante de capital investido, para compensar a queda da taxa de lucro de modo que

a massa de lucro permaneça a mesma, deve ter um aumento proporcional ao

indicador da taxa de lucro.

Se a taxa de lucro cai de 40 para 20, o capital global precisa, inversamente, subir na proporção de 20:40 para que o resultado permaneça o mesmo. Se a taxa de lucro tivesse caído de 40 para 8, então o capital teria de crescer na proporção de 8:40, ou seja, quintuplicar”. (MARX, 1984 v.3, T1,170).

O crescimento dado neste exemplo de Marx, entretanto, serve apenas para

compensar a queda da taxa de lucro. Para haver crescimento, o “o capital deve

crescer em proporção maior do que aquela em que cai a taxa de lucro”. (MARX,1984,

v.3 T1,170)

Em outras palavras: para que o componente variável do capital global não só permaneça o mesmo de modo absoluto, mas cresça absolutamente embora sua própria porcentagem enquanto parte do capital caia, o capital global tem que crescer em proporção maior do que aquela em que cai a porcentagem do capital variável. Ele tem de

Page 4: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1417

crescer tanto que, em sua nova composição, necessite não só da antiga parte variável do capital, mas ainda mais do que esta para a aquisição da foça de trabalho. Se a parte variável de um capital =100 cai de 40 para 20, então o capital global tem de subir para mais de 200, a fim de poder empregar um capital variável maior do que 40. (MARX,1984, v.3 T1,170)

Desta maneira, é um imperativo para o capitalista sempre ampliar o capital total

investido a fim de que as taxas de lucro mantenham-se sempre atrativas. O capital

deve sempre crescer e, contraditoriamente, ao crescer amplia as suas contradições,

pois a tendência na reprodução ampliada do capital é que o volume de capital

constante cresça sempre mais em comparação ao capital variável. Assim, a

modificação na composição orgânica do capital interfere diretamente na taxa de lucro,

pois a taxa de lucro, dada à magnitude do valor-capital, não pode aumentar ou

diminuir, sem que aumente ou diminua a massa de mais-valia. (MARX, 1984 v. 3. T.1).

No âmbito individualizado da produção capitalista, a queda da taxa de lucro

não incide com a mesma magnitude em todos os setores do capital, visto que os

distintos setores da produção operam com composição orgânica de capital diferente, o

que acarreta diferentes taxas de mais-valia extraída e, portanto, obtenção de

diferentes graus de taxa de lucro. Esta desigualdade tende a ser eliminada com a

concorrência intercapitalista, que pressiona no “(...) sentido de uma taxa geral de lucro

para toda a produção de um sistema econômico. Esta tendência à equalização se

explica pela livre circulação dos capitais entre os diversos ramos produtivos.”

(MÂNTEGA, 1976, 51). Os capitais abandonam os setores produtivos com menores

taxas de lucro para se instalarem nas indústrias mais rentáveis. “São as constantes

migrações do capital que produzem a tendência à nivelação da taxa de lucro.”

(MÂNTEGA, 1976,51).

Os produtores capitalistas precisam lutar constantemente contra este processo

que empurra a taxa de lucro sempre para baixo. Dentre os 6 fatores contrários à lei da

tendência da queda da taxa de lucro, (MARX, 1984, v. 3. T.1 177-182), Marx faz

referência ao aumento do grau de exploração do trabalho. Esta exploração pode ser

efetivada com a adoção de tecnologias inovadoras.

O uso de tecnologias inovadoras permite a redução do tempo de trabalho

socialmente necessário para produzir uma mercadoria, de modo que o trabalhador

passe mais tempo produzindo mais-valia por meio do mais-trabalho.

Contraditoriamente, a tendência da queda da taxa de lucro é agravada pelo emprego

de tecnologias na medida em que permite um trabalhador executar o serviço de dois

ou três trabalhadores. Neste caso este operário fornecerá o trabalho excedente que os

outros dois forneciam anteriormente, o que acarretará o aumento da taxa de mais-

Page 5: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1418

valia, mas que fará cair a massa de mais-valia, visto que há um número menor de

trabalhadores envolvidos na produção.

À medida que mais emprego de capital constante absorve uma quantidade

menor de capital variável, declina a produção do lucro. A princípio, quando um

produtor capitalista adota um equipamento que aumenta a produtividade do trabalho,

ele adquire vantagem sobre os seus concorrentes, pois seu novo equipamento permite

extrair uma mais-valia relativa. Entretanto esta vantagem é provisória até que os seus

concorrentes também adotem a mesma tecnologia, igualando a exploração de mais-

valia, nivelando-as. A partir deste ponto nenhum produtor tem mais vantagem sobre o

outro no que diz respeito à utilização de tecnologia nova. (MARX, 1984, v.3. T.1). As

grandes empresas, por conta do seu poderio financeiro, adquirem a exclusividade das

inovações técnicas no campo privado, concentrando as inovações tecnológicas

exclusivas em determinados ramos que se tornam mais lucrativos. “Aos pequenos e

médios capitais relega-se os setores mais artesanais.” (MÂNTEGA, 1976, 53)

A valorização do capital depende também do tempo de rotação do capital em

seu ciclo de valorização. A produção capitalista de mercadorias se desenvolve em

ciclos sucessivos no qual o capital adiantado para a produção precisa retornar ao

capitalista acrescido de mais-valia. O capital, na forma de capital monetário, inicia o

ciclo comprando no mercado mercadorias (meios de produção e força de trabalho)

que, postos juntos em movimento, produzirão (já transformado em capital produtivo)

novas mercadorias acrescidas de mais trabalho que, ao serem vendidas, transformam-

se em capital novamente, mas maior do que o capital inicial investido, já que o mais-

trabalho embutido na mercadoria final aufere mais-valia. Neste esquema de

circulação, o momento inicial no qual o capital adiantado compra meios de produção e

força de trabalho é um momento da circulação. Quando estes elementos estão postos

juntos em movimento produzindo novas mercadorias, estabelecem o momento da

produção para, finalmente, encerrar seu curso sendo vendidas e transformadas em um

novo capital acrescentado da mais-valia, em um novo momento de circulação. A

velocidade na qual que estes três momentos se desenvolvem e se sucedem é

determinante para o sucesso de um empreendimento capitalista, visto que quanto

mais vezes mais um capital for posto no processo de produção, maior será o volume

de mercadoria produzida e, consequentemente, maior a massa de mais-valia. A

urgência do capitalista em iniciar o processo de produção, momento em que os meios

de produção e a força de trabalho estão postos juntos em movimento, é porque só aí

há valorização do capital. Só o capital produtivo, “tem a capacidade de atuar como

criador de valor e de mais-valia.” (MARX, 1984,v.II, 27). Assim, “o tempo de circulação

Page 6: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1419

do capital limita, portanto, em geral seu tempo de produção e, por isso, seu processo

de valorização.” (MARX,1984 vol. II, 91).

Entretanto, enquanto está comprando os meios de produção e a mão-de-obra

necessária para o processo de produção, este capital inicial, ou capital monetário, está

envolvido em diversas atividades de compra e venda e também de contabilidade que

não geram nenhum valor, mas ao contrário, são custos deduzidos da mais-valia

gerada, assim como, ao final do ciclo, a mercadoria precisa ser vendida, o que implica

em mais custos. Estes custos, ou fraux frais da produção, são necessários, “pois o

próprio processo de reprodução implica funções improdutivas” (MARX, 1984,Vol. II,

97) e, ao serem deduzidos da mais-valia, contribuem para diminuir a lucratividade, e

precisam por isso serem reduzidos ao mínimo, senão eliminados. Assim sendo, a

fluidez no primeiro momento de circulação, enquanto o capital monetário

metamorfoseia em capital produtivo, bem como no segundo momento de circulação,

enquanto a mercadoria prenhe de mais-valia assume, por meio da venda, a forma

dinheiro, é um imperativo, pois “durante seu tempo de circulação, o capital não

funciona como capital produtivo e, por isso, não produz mercadoria nem mais-valia”

(MARX, 1984 Vo..II, 91), além de gerar faux frais, como já afirmado.

Sendo o tempo de rotação do capital constituído pelo tempo de produção e

pelo tempo de circulação, a diminuição destes tempos permite um maior número de

rotação do capital em busca de acumulação crescente, influenciando diretamente no

aumento da massa da mais-valia. Daí que as barreiras à circulação de mercadorias,

bem como às outras formas do capital, precisam ser reduzidas ao mínimo.

A permanente continuidade do processo, a passagem desimpedida e fluente do valor de uma forma à outra, ou de uma fase do processo á outra, aparece como condição fundamental para a produção fundamentada sobre o capital em um grau muito diferente do que em todas as formas de produção precedentes. (MARX, 2011, 441).

O primeiro momento da circulação do capital é o mais privilegiado em termos

de soluções para sua fluidez. O capital na forma monetária é o que circula com maior

facilidade. Ao abandonar a forma capital monetário e assumir a forma capital

produtivo, o capital encontra as maiores dificuldades para circular, visto que o

momento da produção é o que está inserido dentro de uma maior rigidez, determinado

pela imobilidade das plantas produtivas. Quanto a velocidade da circulação de

mercadorias, seja ela como produto final ou como meio de produção para outros

ramos da indústria, depende dos seus atributos próprios (volume, peso, fragilidade,

entre outros) e, por isso, são transportadas em tempos diferentes. Assim, o capital vê-

Page 7: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1420

se frente a um sério problema: o espaço (distância) e o tempo (a menor fluidez) como

estorvos à sua reprodução, pois:

Segundo enquanto o capital agora valorizado permanece fixado na forma de capital-mercadoria, imobilizado no mercado, o processo de produção fica parado. Não atua nem como formador de produto nem como formador de valor. De acordo com os diversos graus de velocidade com que o capital se desfaz de sua forma-mercadoria e assume a sua forma-dinheiro, ou de acordo com a rapidez da venda, o mesmo valor-capital servirá em grau muito desigual como formador de produto e de valor e aumentará ou diminuirá a escala de produção.[...]. (MARX, 1984, Vol. II, 35

A circulação do capital metamorfoseando-se em suas diferentes formas está

compreendida no conceito de circulação formal, enquanto a circulação da mercadoria

no espaço está compreendida no conceito de circulação real. Os custos envolvidos na

circulação formal do capital são os faux frais da produção, e são deduzidos da mais

valia gerada. Diferentes são os custos da circulação real da mercadoria. “[...] o produto

só está efetivamente pronto quando está no mercado. O movimento pelo qual chega lá

faz parte dos seus custos de fabricação.” [...] (MARX, 2011, 440). Isto porque segundo

Marx, “o levar o produto ao mercado (...) poderia ser mais precisamente considerado

como transformação do produto em mercadoria”. (MARX, 2011, 441). O transporte de

mercadorias, visto do ponto de vista econômico, é parte do processo de produção e,

por isso, é capital produtivo. Pode parecer que o tempo de transporte de mercadorias

seja constituinte do processo de circulação, “pelo fato de aparecer como continuação

de um processo de produção dentro do processo de circulação e para o processo de

circulação”. (MARX, 1984, II, 110).

A indústria dos transportes constitui um ramo autônomo da produção e, por

isso “uma esfera especial de investimentos” (MARX, 1984, v.II, 110). O produto gerado

pela indústria dos transportes “é a própria locomoção”. “O resultado- que pessoas ou

mercadorias sejam transportadas- é a sua existência” (MARX, 1984,v II, 42), e o que

difere este ramo do capital industrial é que o seu produto não precisa ser levado ao

mercado, ele é consumido no momento de sua produção. O produto da indústria dos

transportes “não existe como uma coisa útil distinta desse processo, que só funcione

como artigo de comércio depois de sua produção, que circule como mercadoria. (...)”

(MARX, 1984,v.II, 42). Desse modo, os custos do transporte de mercadorias são

custos derivados de sua própria produção, da mesma forma a própria produção da

indústria dos transportes agrega “(...) valor aos produtos transportados, em parte pela

transferência de valor dos meios de transporte, em parte pelo acréscimo de valor pelo

trabalho de transportar. [...]” (MARX, 1984 v.II,109). Entretanto, assim como em outros

ramos da indústria capitalista, o valor criado na indústria dos transportes está na razão

Page 8: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1421

inversa da produtividade deste setor. [...] “Quanto menor a quantidade de trabalho

morto e vivo que o transporte da mercadoria exija para determinada distância, tanto

maior a força produtiva do trabalho e vice-versa” (MARX, 1984 v. II, 109).

Desta maneira é fundamental para a reprodução do capital a existência de uma

infraestrutura de transporte e comunicação. “A criação das condições físicas da troca-

meios de comunicação e transporte- devém uma necessidade para o capital em uma

dimensão totalmente diferente- a anulação do espaço pelo tempo. [...]” (MARX, 2011,

432)

3- O IMPERATIVO DA FLUIDEZ

O espaço na contemporaneidade precisa servir para que o capital adquira

fluidez ao realizar seu ciclo, percorrendo com a menor fricção possível os dois

momentos de circulação e o momento de produção. As melhores condições possíveis

para a circulação do capital na atualidade, nas suas três formas, se realiza por meios

dos fluxos materiais e imateriais. A existência de uma rede de transporte e

comunicação eficientes é, então, imprescindível para o processo de valorização do

capital.

O capital produtivo tem os distintos momentos da produção realizados em

lugares separados, às vezes muito distantes um do outro, já que o capital procura

instalar-se nos lugares que lhes sejam mais vantajosos, o que resulta em uma

quantidade enorme de produtos que têm a fabricação de seus componentes

pulverizados em lugares distantes entre si, inclusive em diversos países. A estrutura

do espaço utilizado para a produção capitalista é caracterizada pela diferenciação e

contraditoriedade, dada pela maior ou menor capacidade das diversas porções

espaciais servirem às necessidades da reprodução do capital. Isto ocorre porque “os

espaços aparecem cada vez mais como se diferenciando por sua carga de capital,

pelo produto que criam e pelo lucro que engendram e, em última análise, por seu

desigual poder de atrair capital”. (SANTOS, 2000, 139). Essa capacidade de atrair

capital depende muito dos recursos que o espaço oferece.

Segundo Dias (1995,157), “as vantagens locacionais são fortalecidas e os

lugares passam a ser cada vez mais diferenciados pelo conteúdo- recursos naturais,

mão-de-obra, redes de transporte, energia ou telecomunicações” das quais o capital

se serve para reproduzir-se com maior eficiência. Assim, no momento atual do

desenvolvimento capitalista, o espaço torna-se essencial para a sua reprodução e a

localização apresenta-se como uma vantagem para o produtor capitalista, que

Page 9: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1422

procuram se instalar nas porções do espaço que oferecem as melhores condições

para a geração de lucro.

O espaço pode ter sua eficiência como produtora de riqueza aumentada ou

diminuída, de acordo com a velocidade que o capital completa o seu ciclo. Nada

adianta uma porção do espaço servir eficientemente como elemento de produção se

não estiver ligada por uma rede de fluxo que permita uma rápida circulação das

mercadorias. Assim, as redes de fluxos, pelas quais a circulação se realiza, assumem

importância basilar, ela torna-se elemento essencial para a produção de valor. Pela

circulação é determinada a condição que cada lugar assume no processo de

expansão capitalista.

É por meio da circulação que se alcança a integração das unidades espaciais

que estão á serviço da produção do valor, o que altera a universalidade da forma do

valor ao proporcionar um tempo de rotação menor do capital. É o espaço organizando

o tempo. (CASTELLS, 2002). Esta produção é realizada mediante a dinamização e

potencialização das redes de fluxos que, permitindo que o capital circule em um tempo

cada vez menor, contribui para sua valorização. (HARVEY1982; LENCIONI, 2007). A

capacidade de o espaço oferecer as condições ideais para a valorização do capital

valoriza o próprio espaço e, como a capacidade de valorização do espaço está

estreitamente associada às redes de fluxos, a desvalorização de tais redes implica na

desvalorização do espaço. Segundo Harvey (1982, 381), “a desvalorização, qualquer

que seja sua causa, sempre afeta a determinado lugar, à uma situação específica.”

Desta forma o imperativo da fluidez impõe-se não apenas para abreviar o tempo de

rotação do capital, mas também para preservar o valor dos lugares que se beneficiam

da eficiência de uma rede.

As redes de transporte e comunicação têm sua capacidade como meio de

produção aumentada ou diminuída conforme a fluidez que oferece. Quando há menos

fluidez nestas redes, elas se tornam empecilhos á produção do valor, mas se há maior

fluidez, elas então contribuem para a produção do valor. Para Cohen (1987), as forças

produtivas, trabalhando em ótima combinação, dão o poder produtivo da sociedade. A

fluidez contribui para o aumento da produtividade necessária para contrabalancear, ou

mesmo superar, a tendência da queda da taxa de lucro ao mesmo tempo em que

aufere um menor tempo de rotação do capital. Tal fluidez é buscada pelo

aperfeiçoamento das redes de fluxo. “[...] Assim, o aprimoramento dos meios de

transporte e comunicação entra igualmente na categoria do desenvolvimento das

forças produtivas em geral. [...]” (MARX, 2011, 431).

Page 10: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1423

Nesse sentido, as redes constituem forças produtivas e condições gerais de produção. Constituem forças produtivas, tanto quanto as máquinas e matérias primas e são condições gerais de produção porque possibilitam estabelecer a relação entre o processo imediato de produção com o conjunto geral da produção e circulação do capital. As redes, ao se constituírem como condições gerais de produção, viabilizam não apenas um capital em particular, mas o capital em geral; por isso simultaneamente separam e reúnem diferentes processos de produção, a circulação e o consumo. [..] (LENCIONI, 2010, 8)

As redes de transportes e comunicação estruturam o espaço, reforçando o

território como um elemento da força produtiva à medida que intensifica as interações

entre os lugares. Em outras palavras, o arranjo espacial que tem a rede de fluxos

como elemento de ligação, aumenta as forças produtivas no território, consolidando

este espaço como meio de produção de riqueza.

Mas, sendo o processo capitalista constituído de contradições, a busca pela

fluidez também é contraditória. Se promoção de uma circulação rápida e eficiente de

capital mercadoria é um expediente para contrabalancear a tendência da queda da

taxa de lucro para o conjunto das forças capitalistas de produção ela é,

contraditoriamente, também um expediente que pressiona para baixo a taxa de lucro

do capital social. A ampliação das atividades relacionadas à circulação é um

imperativo para diminuir o tempo de rotação do capital e isto conduz a um aumento do

capital comercial em relação às outras formas de capital, fazendo ascender o peso

relativo do capital comercial, que não é gerador de mais-valia. (MÂNTEGA, 55)

As redes de fluxos podem ser materiais, como uma estrada e ferrovia, ou

imateriais, como as redes virtuais. Estas redes de fluxos, ao mesmo tempo em que

mediam a circulação de bens econômicos, atuam também como estruturadoras do

espaço, reforçando algumas centralidades. Quanto às redes imateriais, que tem como

vias as linhas de transmissão de dados e informações via cabo e também os satélites,

pelas quais também transitam dados e informações imprescindíveis à reprodução do

capital, contribuem para subverter a noção de distância, pois aproxima lugares

distantes territorialmente, quando estes possuem infraestrutura de informação e

comunicação, do mesmo modo que distancia lugares territorialmente próximos que

não possuam a infraestrutura necessária. (LENCIONI, 2010). As redes de

telecomunicações possuem as qualidades da instantaneidade e simultaneidade, que

possibilitam o livre curso a todo um jogo de interações. Na economia globalizada, os

diferentes setores econômicos fazem uso das redes com diferentes intensidades, “o

dinheiro usurpa em seu favor as perspectivas de fluidez do território, buscando

conformar sob seu comando as outras atividades”. (SANTOS, 2000). As redes

Page 11: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1424

imateriais contribuem para uma maior fluidez do capital tanto em seus dois momentos

de circulação quanto no momento da produção.

A fluidez proporcionada pelas redes não é um “bem comum” a disposição de

todos (Santos 2000). São apenas alguns agentes que possuem a capacidade de

utilização plena da fluidez e que, por isso, têm a habilidade de aproveitar em seu favor

todo o potencial que a rede oferece. As grandes empresas, que encontram na fluidez

as condições ideais para a valorização de seu capital, influenciam de tal forma as

políticas estatais que, às vezes, arrastam o Estado e sua força normativa na produção

das condições favoráveis à sua atuação. (SANTOS, 2000). Assim a fluidez

(...) não alcançaria as consequências atuais se, ao lado das novas inovações técnicas, não tivesse operando novas normas de ação, a começar, paradoxalmente, pela chamada desregulação. A economia contemporânea não funciona sem um sistema de normas, adequadas aos novos sistemas de objetos e aos novos sistemas de ações, e destinados a provê-los de um funcionamento mais preciso. Na realidade, trata-se de normas constituídas em vários subsistemas interdependentes, cuja eficácia exige uma vigilância contínua, assegurada por uma legislação mundial, tribunais mundiais e uma política mundializada. Ao contrário do imaginário que a acompanha, a desregulação não suprime as normas. Na verdade, desregular significa multiplicar o número de normas. (SANTOS, 2000, 275)

Vê-se, portanto, que as redes de fluxos integram o conjunto das condições

necessárias para a reprodução do capital e contribui para a configuração do espaço.

A rede “expressa e define a escala das ações sociais”. Pensar o espaço

contemporâneo a partir do recorte espacial da rede nos possibilita compreender a

complexidade das interações espaciais. (DIAS, 1995).

4- PRIVATIZAÇÕES DE RODOVIAS NO BRASIL

A configuração territorial na atualidade não se efetiva somente como fruto das

relações de mercado. O capital, sozinho, não tem condições de organizar o território

segundo os melhores critérios para sua reprodução, por isso a participação do Estado

é fundamental para estabelecer as condições necessárias à reprodução capitalista,

principalmente no que tange à estrutura espacial.

O Brasil, até os anos 90, ainda era caracterizado por uma economia que divergia

das economias do centro capitalista. A inflação, que foi ao fim de 1993, de

astronômicos 2.477,15%, ocasionava uma instabilidade monetária que se apresentou

como um obstáculo para o se desenvolvimento econômico nacional. Neste momento o

Page 12: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1425

Plano Real aparece no contexto da história econômica brasileira como uma iniciativa

do Estado em favor do desenvolvimento do capital. Da mesma maneira que os

Estados do centro capitalista promoveram os ajustes econômicos que permitiram ao

capital entrar em uma nova fase de valorização a partir dos anos de 1970, o Estado

brasileiro também o fez, vinte anos mais tarde, promovendo os ajustes necessários

para que a economia brasileira pudesse ser inserida com um novo papel no cenário

econômico internacional. O Plano Real contribuiu para remover os entraves que o

capital encontrava para a sua reprodução na economia brasileira. Foi o instrumento

criado pelo Estado brasileiro para atender as novas necessidades da reprodução

capitalista características do processo de acumulação flexível (CONSTANTINO, 2009).

No modelo de adequação econômica adotado pelo Brasil1 destaca-se programa de

concessão de serviços públicos, com ênfase na concessão de rodovias à

administração de empresas privadas.

A política econômica instaurada com o Plano Real permitiu ao Brasil inserir-se

na economia globalizada, ainda que de modo subordinado, e possibilitou que o capital,

a procura de novas formas de valorização, encontrasse nos programas de concessão

rodoviária uma nova possibilidade de reproduzir-se. É por meio de uma política

deliberada do Estado brasileiro que as concessões de rodovias marcam o período

recente da economia nacional. O processo de privatização de empresas estatais,

assim como a concessão de serviços, foi um artifício disposto para permitir ao capital

um maior fôlego para escapar á crise que se estabeleceu nas últimas décadas.

No Brasil pós Plano Real prevaleceu o discurso da ineficiência estatal em

oferecer diretamente os serviços públicos. Alegava-se que, não havia o interesse

pessoal nos negócios do Estado, uma vez que ele é executado por representantes,

assim como se argumentava que as interferências políticas e a ausência de uma

fiscalização rígida contribuíam para um serviço ineficiente. (MONTEIRO, 2009). Com

este discurso pesando sobre o Estado, empreendeu-se o Programa de Desestatização

e os posteriores programas de concessão de serviços públicos, dentre eles, o de

operação de rodovias. Com base na Lei nº 9.277/96, 11.191.1 quilômetros de rodovias

já foram concedidas á operação da iniciativa privada e mais de 4.500 quilômetros de

rodovias estão sob a responsabilidade das operadoras estaduais. (ANTT, 2014).

1 Segundo Batista Jr., (1996), o modelo de adequação econômica incluiu os seguintes

elementos centrais: i-Uso da taxa de câmbio como instrumento de combate a inflação; ii- Abertura da economia às importações, por meio da drástica redução das barreiras tarifárias e não tarifárias; iii- Abertura financeira externa, com adoção inclusive de políticas de estímulo à entrada de capitais externos de curto prazo; iv- Medidas de desindexação da economia; ajuste fiscal e austeridade monetária, e Venda de empresas públicas.

Page 13: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1426

No Brasil predomina o transporte rodoviário. São 1.580.809 km de malha

rodoviária, dos quais apenas 212.618km são de pistas pavimentadas. Esta

modalidade corresponde a aproximadamente 97% da matriz de transporte de

passageiros e a 61,1% da matriz do transporte de cargas. Quanto à frota de veículos

rodoviários de carga, são 3.743.137 unidades, entre caminhões, cavalos-mecânicos,

reboques e semi-reboques. Esta frota transportou, em 2009, o equivalente a 420,6

bilhões de toneladas-quilômetro, com uma movimentação aproximada, por rodovia, de

1,1 bilhão de tonelada de cargas. Os passageiros, que em 2009 somaram 131,5

milhões de pessoas, foram transportados, naquele ano, em 39.096 ônibus

interestaduais e de fretamento. (CNT, 2011).

Levando estes números em consideração, vê-se que a concessão de rodovias

é um filão para o investimento capitalista que demorará muito tempo para ser

esgotado. As benfeitorias executadas pela iniciativa privada nos trechos que

administram já trouxeram significativas melhorias que contribui para aumentar fluidez

da circulação de mercadorias e pessoas.

Quanto à operação dos serviços de telecomunicações, que passou a ser

orientada pela Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9472 de julho de 1997), a inserção

de operadoras privadas no mercado vem provocando uma ampliação da oferta de

serviços de telefonia fixa, móvel e também de transmissão de dados, contribuindo para

a incrementação da rede de fluxos imateriais, tão cara à valorização do capital por

causa da fluidez que proporciona.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do processo capitalista de produção realiza-se levantando

barreiras contra si próprio. A necessidade de contrabalancear a tendência da queda da

taxa de lucro, assim como abreviar o tempo de rotação do capital, conduz ao

aprimoramento do transporte de mercadorias e das vias de comunicação, mas mesmo

estas ações geram novas contradições, das quais o capital se serve para se

desenvolver: as contradições do capitalismo funcionam como os motores do seu

desenvolvimento. A fluidez nas redes de fluxo surge como um imperativo para o

capital superar suas contradições ao mesmo tempo em que se apresenta como um

ramo distinto de investimento. No Brasil este novo filão aberto ao capital foi inaugurado

com o Programa de Concessão de rodovias.

Page 14: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1427

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTT- Agência Nacional de Transportes Terrestres- Concessão de rodovias, disponível em http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/5261/Concessoes_Rodoviarias.html BATISTA JR, P.N- O Plano real sob a luz da experiência mexicana e argentina, São Paulo, Revista Estudos Avançados nº 10, 1996

BRASIL. Lei nº 9.277, de 10 de maio de 1996. Autoriza a União a delegar aos municípios, estados da Federação e ao Distrito Federal a administração e exploração de rodovias e portos federais. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9277.htm acesso em 04/02/2014 BRASIL. Lei 9472 de julho de 1997 Dispõe sobre a organização dos serviços de

telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9472.htm. Acesso em 12/02/2014 CNT- Confederação Nacional dos Transportes. Plano CNT de Transporte e Logística, 2011. Disponível em http://www.cnt.org.br/Paginas/Plano-CNT-de-

Log%C3%ADstica.aspx COHEN G. A.- Karl Marx's Theory of History: a defense, Expanded Edition

Princeton University Press,Princeton, New Jersey, 1978. Disponível em http://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/ CONSTANTINO, W. A porção oeste da região metropolitana no contexto do desadensamento da metrópole: o surgimento de uma nova centralidade em Osasco, Dissertação de Mestrado, Departamento de Geografia, FFLCH-USP, São

Paulo, 2009 CASTELLS, M. A sociedade em Rede- Vol. 1- São Paulo, Paz e terra, 2002 DIAS, L. C.- Redes, emergência e organização, in CASTRO, Iná, GOMES, Paulo César e CORRÊA, Roberto Lobato (org). Geografia, conceitos e temas. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1995. Pp 141-164 HARVEY, D.- Los Limites del capitalism y la Teoria maxista. Fondo de Cultura Econômica, Ciudad de México, 1982. LENCIONI, S. Região e Geografia. 2ª ed. São Paulo: EDUSP, 2007.

___________- Redes, coesão e fragmentação do território metropolitano Scripta Nova Revista Electgrónica de geografia y ciências sociales Vol. XIV, núm. 331

(69), 1 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-331/sn-331-69.htm. Acesso em 22/07/2011.

Page 15: O processo de valorização do capital

ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014

1428

MÂNTEGA, G. A lei da taxa de lucro: a tendência da queda ou a queda da tendência? São Paulo, Estudos CEBRAP nº 16, abril-junho, 1976.

MARX, Karl- O capital: Crítica da economia Política. Livro segundo – O processo

de circulação do capital, Vol. II, São Paulo, Abril Cultural, 1984 (Os Economistas) _________- O capital: Crítica da economia Política. Livro terceiro – O processo

Global da produção capitalista, Vol. III, Tomo 1 São Paulo, Abril Cultural 1984 (Os Economistas) _________- O capital: Crítica da economia Política. Livro terceiro – O processo

Global da produção capitalista, Vol. III, Tomo 3. São Paulo, Abril Cultural 1984 (Os Economistas) _________- Grundrisse: manuscrito econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da

economia política, São Paulo, Boitempo, 2011 MONTEIRO, V. C. C. – A caracterização do contrato de concessão após a edição da lei 11.079/2004. Tese ( Doutorado) Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2009 SANTOS, M.- A natureza do espaço: Técnica e tempo. Razão e Emoção, São

Paulo, Edusp, 2000.