o petroleiro n° 53

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BOLETIM DO SINDICATO DOS PETROLEIROS DO LITORAL PAULISTA - dezembro de 2010 - # 53 (última edição de 2010) - www.sindipetrolp.org.br PETR LE O O O R EM FIM DE MANDATO, PRESIDENTE LULA QUEBRA MONOPóLIO DA PETROBRáS COM LEI DO GáS Antes silenciosa, privatização da estatal avança sob os aplausos do mercado internacional e da grande imprensa. Contrariando as expectativas de uma legião de petroleiros que confiaram o seu voto ao PT, discurso de Lula e Dilma pela “soberania nacional” mostra seu caráter falacioso DECEPÇÃO PSDB e PFL privatizaram o país (…) Quan- do não tiverem mais o que vender, vão fazer o quê? Vender a Amazônia?”, questionou em 2006 o presidente Lula, num debate eleitoral como candidato à reeleição pela presidência. O alvo era o então candidato pelo partido tucano, Geraldo Alckmin. Revestida de um caráter nacionalista, a pergunta colocava em xeque a política entreguista do PSDB, que deu ao capital estrangeiro 133 estatais, entre elas a Vale do Rio Doce e todo o sistema de teleco- municações. Entretanto, quatro anos depois, além de não ter reestatizado nada do que foi entregue de graça às multinacionais, em seus oitos anos no poder o presidente Lula deu sequência ao modelo privatista do governo neoliberal do PSDB. Se em 1997, FHC quebrou o monopó- lio da exploração do petróleo através da Lei 9478/97, o presidente Lula neste ano resolveu não ficar por baixo. Para fechar com chave de ouro o seu man- dato, o presidente quebrou no último dia 3 de dezembro o monopólio do transporte de gás através da lei 11.909/09. Se a lei de FHC foi um crime de lesa pátria, o que dizer dessa nova medida de Lula? LEI DO GáS A Lei do Gás, sancionada por Lula, é uma medida privatista que quebra o monopólio da Petrobrás justamente num período em que os petroleiros esperavam exatamente o contrário: a revalorização da Transpetro. Agora, será permitida através do regime de concessão a construção de gasodutos por ou- tras empresas. Antes desta lei, a Petrobrás era a dona das redes de gasoduto que cortam o Brasil. Em outras palavras, detinha o monopó- lio deste setor. Contrariando as reivindicações da cate- goria petroleira, que o ajudou a conquistar o poder, a canetada do presidente Lula irá per- mitir o acesso de terceiros aos gasodutos de transporte e, em breve, segundo comunicado oficial do próprio Ministério de Minas e Ener- gia, a realização de “futuros leilões”. Na prática, isto significa a completa priva- tização do setor e a consequente abertura de uma ampla concorrência, diminuindo o lucro da companhia com a exploração de gás, uma vez que a quebra do monopólio irá criar uma disputa de preços entre as empresas. Compe- tição, inclusive, vista de maneira muito positi- va pelo Governo. Ou seja, por escolha própria, o Estado irá dividir o lucro dessas operações com a iniciativa privada. Novo passo rumo à entrega dos recur- sos energéticos ao estrangeiro, a Lei do Gás é mais um ataque à soberania nacional. En- quanto movimentos sociais e entidades re- presentativas como a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) defendem o fim do avanço do capital estrangeiro em nosso país, o Gover- no permite e vê com bons olhos a presença de multinacionais parasitas, cujo objetivo é extrair ao máximo e ao menor preço possível recursos que são estratégicos para a melhoria da qualidade de vida da população. Ao dar sequência às privatizações, com medidas como a Lei do Gás, marco regulató- rio e continuidade dos leilões do petróleo, o governo petista fecha os olhos para o seu pró- prio passado, joga no lixo anos de combate ao governo neoliberal do PSDB e entrega de mão beijada ao estrangeiro uma riqueza que é, por direito, do País. DIVULGAçãO/ PETROBRáS Votação do pré-sal aprofunda entrega do petróleo ao estrangeiro A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de 2 de dezembro, por 204 votos a 66, o regime de partilha e o Fundo Social do pré-sal – projetos do novo marco regulatório que aprofun- dam a entrega do petróleo brasileiro às multinacionais. Na contramão das bandeiras de mo- vimentos sociais e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que exigem o mo- nopólio da produção de petróleo através de uma Petrobrás 100% estatal, a votação aprovou um regime que mantém o ata- que à soberania nacional. O Governo di- vidirá com multinacionais parasitas uma riqueza do povo brasileiro, contentando- se em receber uma pequena fatia através do regime de partilha. Já o Fundo Social, cuja função segun- do o Governo é receber parte dos recur- sos do pré-sal para destiná-los à saúde, meio ambiente e combate à pobreza, é um projeto que serve apenas aos espe- culadores. Com mais de 60% do capital social da Petrobrás, eles serão os verda- deiros beneficiados. Segundo o próprio projeto, “os investimentos e aplicações do Fundo Social serão destinados pre- ferencialmente a ativos no exterior, com a finalidade de mitigar a volatilidade de renda e de preços na economia nacio- nal.” As necessidades do povo brasileiro continuarão esquecidas. Foi aprovada na última segunda-feira (13/12), em assembleias realizadas na sede, em Santos, e na sub-sede, em São Sebastião, a proposta de adiantamento da PLR 2010 da Petrobrás. Além disso, também foi aprovado o estado de Assembleia Permanente. Outra proposta colocada em votação, também aprovada, foi para que os sindica- tos que formam a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) iniciem o processo de ne- gociação da PLR antes da Assembleia dos Acionistas. Assembleias no Sindipetro-LP aprovam proposta de adiantamento da PLR 2010

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Boletim de dezembro de 2010

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BOLETIM DO SINDICATO DOS PETROLEIROS DO LITORAL PAULISTA - dezembro de 2010 - # 53 (última edição de 2010) - www.sindipetrolp.org.br

PETR LE OO

O REM fIM DE MANDATO, PRESIDENTE LULA qUEBRA MONOPóLIO DA PETROBRáS COM LEI DO GáS

Antes silenciosa, privatização da estatal avança sob os aplausos do mercado internacional e da grande imprensa. Contrariando as expectativas de uma legião de petroleiros que confiaram o seu

voto ao PT, discurso de Lula e Dilma pela “soberania nacional” mostra seu caráter falacioso

DECEPÇÃO

PSDB e PFL privatizaram o país (…) Quan-do não tiverem mais o que vender, vão fazer o quê? Vender a Amazônia?”, questionou em 2006 o presidente Lula, num debate eleitoral como candidato à reeleição pela presidência. O alvo era o então candidato pelo partido tucano, Geraldo Alckmin. Revestida de um caráter nacionalista, a pergunta colocava em xeque a política entreguista do PSDB, que deu ao capital estrangeiro 133 estatais, entre elas a Vale do Rio Doce e todo o sistema de teleco-municações.

Entretanto, quatro anos depois, além de não ter reestatizado nada do que foi entregue de graça às multinacionais, em seus oitos anos no poder o presidente Lula deu sequência ao modelo privatista do governo neoliberal do PSDB. Se em 1997, FHC quebrou o monopó-lio da exploração do petróleo através da Lei 9478/97, o presidente Lula neste ano resolveu não ficar por baixo.

Para fechar com chave de ouro o seu man-dato, o presidente quebrou no último dia 3 de dezembro o monopólio do transporte de gás através da lei 11.909/09. Se a lei de FHC foi um crime de lesa pátria, o que dizer dessa nova medida de Lula?

LEI DO GáSA Lei do Gás, sancionada por Lula, é uma

medida privatista que quebra o monopólio da Petrobrás justamente num período em que os petroleiros esperavam exatamente o contrário: a revalorização da Transpetro. Agora, será permitida através do regime de concessão a construção de gasodutos por ou-tras empresas. Antes desta lei, a Petrobrás era a dona das redes de gasoduto que cortam o Brasil. Em outras palavras, detinha o monopó-lio deste setor.

Contrariando as reivindicações da cate-goria petroleira, que o ajudou a conquistar o poder, a canetada do presidente Lula irá per-mitir o acesso de terceiros aos gasodutos de transporte e, em breve, segundo comunicado oficial do próprio Ministério de Minas e Ener-gia, a realização de “futuros leilões”.

Na prática, isto significa a completa priva-

tização do setor e a consequente abertura de uma ampla concorrência, diminuindo o lucro da companhia com a exploração de gás, uma vez que a quebra do monopólio irá criar uma disputa de preços entre as empresas. Compe-tição, inclusive, vista de maneira muito positi-va pelo Governo. Ou seja, por escolha própria, o Estado irá dividir o lucro dessas operações com a iniciativa privada.

Novo passo rumo à entrega dos recur-

sos energéticos ao estrangeiro, a Lei do Gás é mais um ataque à soberania nacional. En-quanto movimentos sociais e entidades re-presentativas como a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) defendem o fim do avanço do capital estrangeiro em nosso país, o Gover-no permite e vê com bons olhos a presença de multinacionais parasitas, cujo objetivo é extrair ao máximo e ao menor preço possível recursos que são estratégicos para a melhoria

da qualidade de vida da população.Ao dar sequência às privatizações, com

medidas como a Lei do Gás, marco regulató-rio e continuidade dos leilões do petróleo, o governo petista fecha os olhos para o seu pró-prio passado, joga no lixo anos de combate ao governo neoliberal do PSDB e entrega de mão beijada ao estrangeiro uma riqueza que é, por direito, do País.

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áS Votação do pré-sal

aprofunda entrega do petróleo ao estrangeiro

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de 2 de dezembro, por 204 votos a 66, o regime de partilha e o Fundo Social do pré-sal – projetos do novo marco regulatório que aprofun-dam a entrega do petróleo brasileiro às multinacionais.

Na contramão das bandeiras de mo-vimentos sociais e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que exigem o mo-nopólio da produção de petróleo através de uma Petrobrás 100% estatal, a votação aprovou um regime que mantém o ata-que à soberania nacional. O Governo di-vidirá com multinacionais parasitas uma riqueza do povo brasileiro, contentando-se em receber uma pequena fatia através do regime de partilha.

Já o Fundo Social, cuja função segun-do o Governo é receber parte dos recur-sos do pré-sal para destiná-los à saúde, meio ambiente e combate à pobreza, é um projeto que serve apenas aos espe-culadores. Com mais de 60% do capital social da Petrobrás, eles serão os verda-deiros beneficiados. Segundo o próprio projeto, “os investimentos e aplicações do Fundo Social serão destinados pre-ferencialmente a ativos no exterior, com a finalidade de mitigar a volatilidade de renda e de preços na economia nacio-nal.” As necessidades do povo brasileiro continuarão esquecidas.

Foi aprovada na última segunda-feira (13/12), em assembleias realizadas na sede, em Santos, e na sub-sede, em São Sebastião,

a proposta de adiantamento da PLR 2010 da Petrobrás. Além disso, também foi aprovado o estado de Assembleia Permanente.

Outra proposta colocada em votação, também aprovada, foi para que os sindica-tos que formam a Federação Nacional dos

Petroleiros (FNP) iniciem o processo de ne-gociação da PLR antes da Assembleia dos Acionistas.

Assembleias no Sindipetro-LP aprovam proposta de adiantamento da PLR 2010

Em 2011, postura combativa deve ser ainda maior

MENSAGENS DE FIM DE ANO

O Petroleiro: Boletim Informativo do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista - Sindipetro LP Sede: Av. Conselheiro Nébias, 248, Santos - SP - Telefax (13) 3221-2336 - E-mail: [email protected] - Sub-sede: Rua Auta Pinder, 218, Centro, São Sebastião - SP - Tel.: (12) 3892-1484 -

E-mail: [email protected] - Coordenador Geral: Ademir Gomes Parrela: (13) 9605 0905 - Diretor de Comunicação: José Eduardo Galvão (13) 9735-1544 - Diretores liberados de Santos: César Caetano (13) 9741 8139 - Ademir Gomes Parrela: (13) 9605 0905 - José Eduardo Galvão (13) 9735 1544 - Antonio S. Henriques (Galo) - 9736-7402 - Diretores liberados de São Sebastião: Wilson Roberto Gomes: (12) 9605 1905 - Alexandre Segalla:

(12) 9620 6401 - Edição: Leandro Olimpio (13) 9604 2981 - Diagramação: Carolina Mesquita - Estagiária: Aline Della Torre - E-mail: [email protected] - www.sindipetrolp.org.br - Impressão: Gráfica Diário do Litoral

SINDIPETRO-LP 2 Boletim n° 53 - dezembro de 2010

Exploração em alto marA Petrobrás vive se orgulhando dos

lucros de produção e de valor de merca-do por causa do pré-sal, mas esquece que tem peão pagando o preço - e bem alto - por tudo isso. Tem terceirizado de empre-sa de hotelaria trabalhando embarcado, em regime 14x21, pra ganhar um salário mínimo. isso mesmo, R$ 510,00. Daí, eu te pergunto? isso é ou não é explo-ração? Se pros acionistas o Natal vai ser gordo, pra peãozada vai ser beeem magro. Assim, fica fácil ser a 2ª maior empresa do Mundo.

Tá bravinho, tá?Depois que o rapaziada

da uTGCA fez o movimento no dia 22/11, o GG disse que ficou chateado com a catego-ria e com sindicato. Mas não foi só isso, não. Ainda falou que não ia deixar movimen-tos ilegais acontecerem na unidade. Aí eu pergunto: desde quando atraso é ilegal? Se tem ile-galidade meu amigo, é não pagar hora extra da turma, liberar prédio pra ser ocupado sem os documentos certinhos, burlar direitos da categoria... e por aí vai. O que é ilegal, cara pálida?

Na direção errada...No Terminal Alemoa, a Easycar tá que-

rendo bancar a esperta com a peãozada. Em vez de pagar os salários com base no valor fechado no dissídio coletivo de maio deste ano, tão pagando o piso anterior. Aí já é demais. isso porque ela começou o contrato com a Transpetro em junho.

…. E atropelando normasDepois que o Sindicato denunciou, a

Easycar enfim pagou as horas extras da turma. Mas até agora nada de constar nos contra-cheques dos motoristas. Só problema!

Sempre sobra pro peãoApós fechar um contrato de R$ 3 mi-

lhões por seis meses, a Niplan foi “obri-gada” a reduzir 70% do quadro do pes-soal de Alemoa. O motivo? A verba tá acabando. isso, depois de dois meses. É pessoal, mais uma vez tá comprovado o que eu já tinha denunciado. O Terminal tá cheio de problema e agora com corte de mão de obra a coisa vai ficar pior. A empresa faz nas coxas o contrato e só pra variar o prejuízo fica com o peão, que vai pro olho da rua.

Dois pesos, duas medidasO pessoal tá na bronca na Alemoa.

Quando foram entregar o documento com o Termo pra desrepactuar tiveram

Petrolino mete bronca

Em assembleias, categoria aprova previsão orçamentária 2011 do Sindicato e da ABCP

No último dia 07 de dezembro, foram aprovadas, em assembleias realizadas na sede do Sindipetro-LP, em Santos, as previsão orçamentárias 2011 do Sindicato e ABCP. Os documentos com os valores previstos para o ano que vem podem ser aces-sados no site do Sindicato (www.sindipetrolp.org.br).

Editorial

que ir até o Posto da PETROS, lá na Ana Costa. Agora pra entrar no BPO o Posto Avançado do Compartilhado ALEMOA fez até plantão. Que o gerente do Posto é fupista eu já sei, mas não vale apelar.

A quem serve a Abraman?O pessoal da manutenção tá até

agora tentando entender a tal certifi-cação da Abraman. Na hora de contra-tar, a empresa não exige, mas depois exige e não tem aumento salarial por

conta disso. Pra piorar, mesmo o camarada fazendo o curso, não agrada a empresa. No Tebar, teve um companheiro que fez o

curso e mesmo assim foi demiti-do. Já outros, amigos do rei, que nem curso de Abraman têm, con-tinuam lá, na maior moleza. Pe-trobrás: a quem serve, e pra que serve, a Abraman?

Prometeu, tem que cumprirBem que a gerência da uTE

prometeu, mas cumprir que é bom nada. Por isso, no último dia

10/12 o Sindicato presenciou a passa-gem do turno pra garantir o quadro mí-nimo de quatro operadores. Bem, adivi-nha? O grupo que estava entrando só tinha três companheiros. O Sindicato fez a gerência realizar uma dobra e assim será em todos os turnos que tiverem só três operadores.

Acúmulo de função, não!No píer do Terminal Alemoa tem ope-

rador fazendo o checklist de segurança. Meu amigo, quem tem que fazer isso são os comandantes, não a peãozada. isso não pode acontecer. O Sindicato cobrou e a Transpetro ficou de resolver. Tô de olho!

Um conselho, rapaziadaMeu amigo Fiscal Jr. um conselho aos

Técnicos Jr. Nada de ficar atuando como fiscal de contratos, porque isso daí não é tua função e nem sua atribuição, cama-rada. Fica esperto porque os chefes ado-ram jogar o serviço pra você. Até porque depois a bomba estoura pro teu lado. Qualquer zica, procura o Sindicato!

Privatizar, não!O Gerente Geral do Compartilhado

Sul-Sudeste tá de brincadeira. Numa palestra com a rapaziada o sujeito fa-lou que a ideia é seguir o modelo da Vale pras atividades de despacho adua-neiro. Ou seja, privatizar mesmo. Como se não bastasse, na festa de fim de ano mirrada do Compartilhado, pois foi só um almoço, o primeiro a ser servido foi a ilustre personalidade. E a peãozada tudo com fome...

Após denúncia do Sindicato, UO-BS recua em relação a câmeras de segurança

No jornal O Petroleiro n° 51, o Sindi-petro-LP denunciou a existência de câ-meras de segurança acima das estações de trabalho dos petroleiros que atuam nos prédios administrativos da uO-BS, localizados em Santos.

O Sindicato alertou que a instalação desses câmeras era, um ataque à liberda-de individual dos empregados, uma vez que os gerentes teriam plenos poderes

para controlar a rotina dos petroleiros.Diante da cobrança do Sindicato, a

uO-BS afirmou que “as câmeras instala-das estão sendo reposicionadas em pos-tos onde respeitam a privacidade dos empregados”. O Sindipetro-LP espera que este reposicionamento restrinja o posicionamento das câmeras em por-tas e passagens, locais que não causam constrangimento aos trabalhadores.

Aos que não traemAos que não caguetamAos que não se vendemAos que não são oportunistasAos que não fazem maldadesAos que não são egoístasAos que não poluem o ambienteAos que não deixaram de acreditar

O Sindicato deseja um Feliz Natal e um próspero Ano Novo a todos os associados e petrolei-ros do LP e aproveita para fazer um chamado aos companheiros que não participaram dos movimentos de paralisação e greve neste ano. Em 2011, participem de nossas lutas! Este é o caminho para fortalecer o espírito coletivo da categoria em suas futuras conquistas.

Colaborou Maurício Moura, diretor do Sindipetro-LP

Feliz Natal e próspero Ano Novo

É gente, chegamos no final do ano e te-mos muito a comemorar com nossas famí-lias, amigos e companheiros. Mas pouco a celebrar sobre nossos direitos. A Petrobrás cometeu muitas injustiças no ano de 2010: desde desres-peito à legislação trabalhista, como no caso dos serviços extraordinários não pagos, passando pelos R$ 90 mi-lhões dados a um punhado de chefes, até chegar no pés-simo reajuste salarial.

Apesar deste situação, nós petroleiros, em nenhum momento demonstramos timidez, pelo contrário, sempre denunciamos as injustiças e co-bramos os reparos. A recente informação sobre a quantidade de petroleiros que aderiram ao BPO mostra que a categoria tem plena consciência dos planos da em-pesa. Apenas 18% da categoria assinou o BPO. Certamente em 2011 nossa postura combativa terá que ser a mesma.

No próximo ano teremos que elaborar e

fechar um novo Acordo Coletivo de Trabalho, cláusulas sociais e econômicas. Chamaremos a categoria para dar as sugestões, propostas e ideias de melhoria e ampliação de nossos

direitos. Para além disso, 2011 será ano de atenção para a previdência dos trabalhadores, pois já está sendo anunciada uma nova reforma da previdên-cia. Tanto neste caso, como nas questões de nossa ca-tegoria – ACT, PLR etc. - não hesitaremos em mobilizar a categoria para pressionar a empresa.

O ano de 2011 também reserva expectativas quanto à organização da categoria petroleira. Será preciso fortalecer a FNP e levar a Federação para bases sindicais ainda sob o domínio dos entreguistas.

Desejamos a todos e todas da família petroleira boas festas de final de ano!

Ademir Gomes ParrelaCoordenador do Sindipetro-LP

SINDIPETRO-LP 3 Boletim n° 53 - dezembro de 2010

Só com lutas há conquistas!Década de 1950: primeiro grande movimento na RPBC

Foi na gestão do geólogo Geonísio Barroso, primeiro presidente cível da empresa, que ocorreu o primeiro gran-de movimento reivindicatório da RPBC.

Nas palavras de Aldo Zucca, enge-nheiro contratado pela empresa para, em 1952, auxiliar na construção da Re-finaria de Cubatão, é possível ter a di-

mensão da mobilização dos petroleiros da RPBC na década de 50:

“(...) os operários, os empregados de forma geral, os trabalhadores de toda natureza – manutenção, operação, ad-ministração – cercaram os engenheiros na gaiola de ouro, que era onde ficavam os chefes, o prédio da administração, e

tomaram conta da área de processo (...) Enfim, tomaram conta da refinaria.” (p.33) entrevista de Aldo Zucca

Após o movimento, na audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo, a diretoria da Petrobrás prometeu acatar muitas das reivindicações.

Trechos do livro ‘O Patrão e o Petro-leiro: um passeio pela história do traba-lho na Petrobras’ , de Eduardo Carnos Scaletsky, publicado pela editora Relu-me Dumará, em 2003.

Com unidade e mobilização é possível conquistar!

fEDERAÇÃO NACIONAL DOS PETROLEIROS

Reivindicações da categoria são negociadas com direção da Petrobrás no Edise, RJ

Quebrando a lógica das reuniões com o RH Corporativo, que no lugar de agilizar a resolução dos problemas da categoria se transformou em mais um instrumento de enrolação, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) entrou em negociação com o diretor de Abaste-cimento Paulo Roberto Costa, no último dia 13 de dezembro, no Rio de Janeiro. O objetivo foi cobrar respostas e soluções concretas às reivindicações e demandas dos petroleiros.

O principal ponto discutido foi a rein-corporação total da Refap à Petrobrás, uma antiga bandeira da FNP. Durante a negociação a empresa afirmou que iria se esforçar para atender o pleito da ca-tegoria e, algumas horas depois do en-contro, a reivindicação foi oficialmente atendida com o anúncio da compra pela Petrobrás dos 30% que a multinacional detinha desde 2000.

Com isso, a unidade deixa de ser subsidiária e volta a ser controlada pela Petrobrás, abrindo o caminho para im-portantes investimentos, uma vez que

mesmo tendo apenas 30% dos ações a Repsol tinha poder de veto. Veto usado, inclusive, para barrar a construção de uma unidade de hidrotratamento, destinada a retirar o enxofre do óleo diesel, sob o argu-mento de que a legislação espanhola não exigia tal empreendimento. (Veja matéria completa no site do Sindipetro-LP).

Outro assunto abordado e que envol-ve todo sistema Petrobrás foi a primei-rização do seu quadro de empregados, tema que ganhou ainda mais importância após o TCu recomendar o fim da mão de obra terceirizada nas estatais. O diretor de Abastecimento informou que um estudo elaborado pela empresa prevê o atendi-mento, ainda que parcial, da decisão do TCu dentro de seis anos. Além disso, jus-tificou que as vagas abertas em concurso público, incluindo 2011 e 2012, fazem par-te do processo de ampliação e expansão das unidades da companhia e não de uma possível política de primeirização.

EfETIVO DA RNESTEm relação à Refinaria Abreu de Lima

(Rnest), que está sendo construída em ipojuca, Pernambuco, a FNP alertou a em-presa sobre os possíveis impactos que a inauguração da refinaria, prevista para dezembro de 2012, poderá causar em outras unidades. Há mais de dois anos os Técnicos de Operação que irão trabalhar na Rnest operam em outras refinarias da Petrobrás como parte de um processo de treinamento. No entanto, muitos deles já estão sendo absorvidos ao quadro míni-mo dessas unidades.

Diante disso, a FNP cobrou um estudo que mostre quais serão as ações da Petrobrás para garantir o quadro mínimo das refinarias que receberam esses petroleiros e de que for-ma será conduzido o retorno deles à Rnest.

APOSENTADORIA ESPECIALO Sindipetro-LP cobrou da diretoria

do Abast um levantamento minucioso dos PPP’s e ASOS da empresa. O objetivo é impedir a omissão de informações sobre exposição a agentes químicos. Essa medi-da é fundamental para a caracterização da aposentadoria especial, um direito garan-

tido a todos os petroleiros que estão ex-postos a essas condições - principalmente em unidades de produção. O Sindicato denunciou a existência de exemplos es-drúxulos. Há casos, por exemplo, de operadores que trabalham na mesma unidade e que realizam o mesmo ser-viço, sob condições iguais de trabalho, mas que possuem dados diferentes no PPP. Distorções graves que devem ser eliminadas.

PRIVATIzAÇÃO DO COMéRCIO Ex-TERIOR

Também levantada pelo Sindipetro-LP, a discussão sobre a possível privatização da cadeia de comércio exterior da Petro-brás, em especial a atividade de despacho aduaneiro, foi outro tema de forte rele-vância na negociação. O Sindicato voltou a reforçar o caráter privatista da possível terceirização do setor e, diante das rei-vindicações expostas pelos dirigentes, a empresa se comprometeu em dar uma resposta oficial aos problemas levantados até 17 de janeiro.

No último dia 1° de dezembro, o Sindi-petro-LP participou da entrevista feita pela auditoria interna da uO-BS para validar a certificação do Serviço Próprio de inspe-ção de Equipamentos (SPiE) da Plataforma de Merluza – unidade que possui o SPiE.

O Sindipetro-LP manifestou sua postu-ra contrária à manutenção da certificação, uma vez que ela apresenta inconformida-des com a legislação indicada na NR 13. Com base nesta norma, os diretores do Sindicato constaram que o item ‘a’ do ane-xo ii da NR 13 não está sendo cumprido.

A legislação afirma o seguinte: REQuiSiTOS PARA CERTiFiCAçãO DE

“SERViçO PRÓPRiO DE iNSPEçãO DE EQui-PAMENTOS

Antes de colocar em prática os períodos especiais entre inspeções, estabelecidos nos subitens 13.5.4 e 13.10.3 desta NR, os “Servi-ços Próprios de Inspeção de Equipamentos” da empresa, organizados na forma de setor, seção, departamento, divisão, ou equivalen-te, devem ser certificados pelo Instituto Na-cional de Metrologia, Normalização e Qua-lidade Industrial (INMETRO) diretamente ou mediante “Organismos de Certificação” por ele credenciados, que verificarão o atendi-mento aos seguintes requisitos mínimos ex-pressos nas alíneas ‘A’ a ‘G’. Esta certificação pode ser cancelada sempre que for consta-tado o não atendimento a qualquer destes requisitos:

a) existência de pessoal próprio da em-

presa onde estão instalados caldeira ou vaso de pressão, com dedicação exclusiva a ativi-dades de inspeção, avaliação de integridade e vida residual, com formação, qualificação e treinamento compatíveis com a atividade proposta de preservação da segurança;

A Plataforma de Merluza não possui Técnico de inspeção implantado em regi-me de embarque. Ou seja, não tem à dis-posição pessoal próprio do SPiE 24h na unidade. Portanto, o Sindicato se recusou a aceitar uma situação que entra em con-fronto com o determinado pela lei e, prin-cipalmente, que põe em risco a segurança dos trabalhadores.

O mesmo recado e posicionamento será dado ao instituto vinculado ao Mi-

nistério do Trabalho que fará auditoria no início de 2011.

Reivindicação da categoria elimina-ria o problema

A implantação do Técnico de inspe-ção em regime de embarque, uma rei-vindicação antiga da categoria, levada pelo Sindipetro à empresa em diversas negociações, resolveria o problema que levou o Sindicato a ser contrário à reno-vação do SPiE. Além disso, essa medi-da resolveria boa parte dos problemas relacionados ao pagamento de horas extras desses trabalhadores, uma falha cometida pela gerência da uO-BS com frequência.

Sindipetro-LP se posiciona contra manutenção do SPIE da Plataforma de Merluza ao constatar irregularidade

Realizada no dia 13 de dezembro, negociação teve como tema central a reincorporação da Refap à Petrobrás. Algumas horas depois, a companhia anunciou a compra das ações da Repsol, reassumindo o controle da refinaria

SEGURANÇA NO TRABALHO

SINDIPETRO-LP 4 Boletim n° 53 - dezembro de 2010

Atendimento ineficiente e muitas vezes discriminatório, informações conflitantes, longas esperas para cirurgias de alto risco, carência de médicos especializados, tercei-rização... À primeira vista, o cenário caótico descrito acima parece envolver os velhos transtornos gerados pela falta de investi-mento dos governantes no sistema públi-co de saúde brasileiro. Parece, mas não é.

Os problemas citados acima fazem parte de uma rotina cada vez mais co-mum, e alarmante, de aproximadamente 300 mil pessoas que dependem da AMS – Programa de Assistência Multidisciplinar de Saúde criado há mais de 30 anos pela Petrobrás após muita pressão dos traba-lhadores, mas que hoje sofre um profun-do sucateamento.

A precariedade do serviço, que passa por falhas nos credenciamentos, lentidão nos ressarcimentos e número reduzido de clínicas e profissionais credenciados, é tão agravante que acabou por criar uma anomolia: diante dos problemas que se acumulam, no lugar de buscar soluções e aumentar os investimentos, a companhia passou a firmar parcerias com planos de saúde privados como a Amil - empresa que em pesquisa recente do instituto Da-tafolha foi apontada pela classe médica do País como a 2º que mais interfere na auto-nomia técnica dos médicos. interferências que vão desde redução da solicitação de exames e de internações até à recusa to-tal ou parcial de verba de procedimentos, além de outros ataques ao livre exercício da medicina.

A tendência da Petrobrás em firmar par-cerias com planos de saúde privados que por sua própria natureza seguem a lógica de mercado mostra que o sucateamento da assistência médica oferecida aos petro-leiros não é mera coincidência. Por trás dis-so, existe um interesse: acabar com a AMS.

UM PROBLEMA POLíTICOA razão de tantos absurdos não é de

caráter técnico. É político. Numa ação es-

Os porquês do sucateamento da AMSInterferência política, com apadrinhados escalados em cargos técnicos, terceirização e gestão do plano pelo RH – setor que conduz com mãos de ferro a política de redução de custos da Petrobrás

– estão destruindo o plano que deveria preservar a saúde de aproximadamente 300 mil vidas

tratégica, a Petrobrás transferiu a gestão do plano ao Recursos Hu-manos. Desde então, a qualidade do serviço e atendimento da AMS sofreu uma queda vertiginosa.

Setor responsável (em tese) por humanizar e harmonizar as relações de trabalho entre patrão e emprega-do, objetivo falacioso e estrutural-mente impossível devido aos confli-tos de interesses e forças desiguais, o RH conduz na prática um modelo de gestão totalmente voltado para o aspecto econômico em detrimento do humano. No caso, mais recursos (para a empresa) e menos humanos (para os empregados).

Toda a burocracia e lentidão para conseguir consultas ou o credencia-mento de novas especialidades são em-pecilhos criados justamente pelo RH, cujas decisões são tomadas com base em ques-tões políticas e econômicas - não técnicas. No Litoral Paulista, por exemplo, o serviço de vasectomia que já havia sido aprovado não foi implantado por interferência do RH. O entrave? Os valores de mercado.

Outro exemplo grave é o Call Center 24 horas, serviço que passou por um com-pleto processo de terceirização. Se para a empresa esta medida foi positiva, uma vez que reduziu custos com encargos sociais e folhas de pagamento, para os usuários não é possível dizer o mesmo. Hoje, o serviço possui um atendimento desatualizado e ineficiente, aprofundando ainda mais o distanciamento dos usuários com a AMS.

O poder do RH não é pequeno. ironica-mente, o setor que deveria promover uma gestão descentralizada, proporcionando maior participação e possibilidade de criação para os funcionários é o respon-sável por centralizar em torno de si tudo relacionado a AMS. Hoje, as decisões que antes eram tomadas pelos empregados da área de saúde (médicos, enfermeiros, especialistas), estão sendo executadas por pessoas indicadas por interesses políticos

e que, por razões óbvias, rezam a cartilha da empresa.

Não é mera coincidência o fato de que o RH é um dos setores mais estratégicos e com maior volume de ex-sindicalistas em cabides de emprego. Cabe a esses senhores dar suporte e ponte às políticas perversas e discriminatórias da direção da empresa. Este tipo de gestão já é mui-to conhecida pelas práticas do PSDB em empresas públicas. O que surpreende é PT e Petrobrás se apropriarem deste recurso nefasto para atacar os trabalhadores, com o desmonte de benefícios e direitos con-quistados após anos de lutas.

“NOSSAS MÃOS ESTÃO ATADAS”A frase acima, dita por um empregado

do corpo gerencial do Compartilhado em forma de desabafo, ilustra um sentimento de inúmeros trabalhadores que atuam em áreas técnicas da AMS: a completa ausên-cia de autonomia para desenvolver seus trabalhos e tomar decisões.

O pouco de independência que esses profissionais ainda tinham simplesmente evaporou. Hoje, muito do que é desen-volvido por esses profissionais esbarra na política de redução de custos da empre-sa, conduzida com mãos de ferro pelo RH. Não há qualquer espaço para participação

real dos profissionais que deveriam estar à frente dessas decisões.

ACABAR COM O PODER DO RH E COM A TERCEIRIzAÇÃO

O Sindipetro-LP defende o fim da tercei-rização dos serviços prestados pela AMS, que apenas aprofunda o esfacelamento do programa, e que decisões envolvendo pontos importantes como liberação de procedimentos, exames e cirurgias, sejam tomadas com base em análises técnicas. Neste sentido, é preciso acabar com o po-der que o RH exerce sobre os setores que de fato deveriam gerir o plano, mas que hoje possuem autonomia limitada e, em muitos casos, até mesmo nula.

No Litoral Paulista, os resultados do GT de AMS criado pela uO-BS reforçaram alguns problemas que se tornaram crôni-cos. Dentre eles, falhas de comunicação por falta de rastreamento dos atendimen-tos feitos no call center; tempo excessivo de análise e liberação de procedimentos; orientações e informações evasivas; siste-ma operacional limitado; lista de endere-ço desatualizada; descrição das especiali-dades sem clareza, etc.

Apesar de alguns diagnósticos preci-sos, a solução encontrada pela empresa está longe do que é necessário para real-mente extinguir os problemas que se acu-mulam em nossa base. Para a uO-BS a fal-ta de integração com os demais sistemas corporativos causa a perda de qualidade e lentidão do serviço e, diante disso, seria necessário o aperfeiçoamento da automa-tização para eliminar o problema.

Para o Sindicato, se não há integração é porque a Petrobrás está gradualmente terceirizando a AMS. E, naturalmente, a terceirização não é um problema logístico, mas sim político e econômico. Enquanto a direção da Petrobrás, apoiada pelo RH, insistir em precarizar a AMS para aumen-tar o lucro da empresa, vidas continuarão sendo colocadas em risco e os trabalhado-res continuarão sendo apenas números. E a AMS será extinta.

Alguns exemplos no Litoral Paulista servem para ilustrar a precariedade da AMS. Caraguatatuba, por exemplo, é a cida-de com maior volume de problemas. Com poucas especiali-dades disponíveis, os petroleiros têm de se deslocar a outras cidades. No entanto, nem mesmo o deslocamento é garan-tido pela empresa. Por isso, a reivindicação dos petroleiros para que a empresa garanta este transporte é legítima.

Casos de trabalhadores que estão sendo obrigados a en-trar na Justiça para ter seus direitos reconhecidos também se transformaram em uma triste rotina. O que era pra ser exceção, se tornou regra. O caso de José Leônidas Rodri-gues, aposentado que move um processo contra a Petrobrás para ter de volta o serviço de Home Care à esposa, é um dos exemplos mais dramáticos do descaso da empresa.

Mesmo sendo obrigada em decisão liminar a restituir o serviço, inclusive com multa diária de R$ 500,00 em caso de descumprimento, a Petrobrás insiste de maneira implacável em negar esse direito. Chegou-se ao cúmulo do advogado da companhia alegar que a esposa de Leônidas havia agredi-do a enfermeira responsável pela assistência médica. Maria da Piedade está há um ano presa a uma cama, pesando 40 kg, com grande dificuldade para se comunicar e refém da ajuda dos familiares. Não é preciso dizer que a alegação é leviana.

Enquanto isso, a situação de Dona Maria continua a mes-ma. Sem equipamentos e tratamento adequado, refém do seu próprio isolamento, seu sofrimento é mitigado apenas pela presença do marido e da filha.

O descaso da AMS no Litoral Paulista

INVERSÃO DE PRIORIDADESA 2ª MAIOR EMPRESA

DO MUNDO gasta por ano irrisórios R$ 2,8 bilhões com

saúde. Destes, apenas R$ 850 milhões com AMS. Uma clara inversão de prioridades, que coloca em xeque a excelência

da empresa em “responsabilidade social”