o pesadelo - primeiro capítulo

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O condado passa por dias difíceis. Para o Caça-feitiço, porém, as noites são mais sombrias. Depois de enfrentar as trevas por tanto tempo, agora ele é assombrado por sonhos terríveis. E o pior é que esses sonhos podem ser premonições... Com sua preciosa biblioteca transformada em cinzas e sua arquirrival, Lizzie Ossuda, livre outra vez, parece que tudo vai acabar mal. Os piores pesadelos se tornaram reais, e os poderes do Caça-feitiço podem estar desaparecendo justamente quando todos mais precisam deles. Será que Tom Ward terá de enfrentar as trevas sozinho?

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Page 1: O Pesadelo - Primeiro Capítulo

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Page 2: O Pesadelo - Primeiro Capítulo

Série

AS AVENTURAS DO CA A-FEITI O

O Aprendiz m Livro 1

A Maldição m Livro 2

O Segredo m Livro 3

A Batalha m Livro 4

O Erro m Livro 5

O Sacrifício m Livro 6

O Pesadelo m Livro 7

E VEM MAIS AVENTURA

POR A ... AGUARDEI.

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Page 3: O Pesadelo - Primeiro Capítulo

TraduçãoAna Resende

Rio de Janeiro | 2013

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Page 4: O Pesadelo - Primeiro Capítulo

O ponto mais alto do Condado

é marCado por um mistério.Contam que ali morreu um homem

durante uma grande tempestade, quando

dominava um mal que ameaçava o mundo.depois, o gelo Cobriu a terra e, quando

reCuou, até as formas dos morros e os

nomes das Cidades nos vales tinham

mudado. agora, no ponto mais alto das

serras, não resta vestígio do que oCorreu

no passado, mas o nome sobreviveu.Continuam a Chamá-lo de

wardstone,a pedra do guardião

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Page 5: O Pesadelo - Primeiro Capítulo

C

AP TUlO1

O Caça-feitiço, Alice e eu cruzávamos Long Ridge no caminho de volta a Chipenden com os três

cães, Patas, Sangue e Ossos, latindo alegremente em nossos calcanhares.

A primeira parte da subida fora bastante agradável. Chovera durante toda a tarde, mas agora era noite clara e sem nuvens de fim de outono, com apenas uma suave brisa fria agitando nossos cabelos. Era o tempo perfeito para uma caminhada. Lembro-me de pensar que tudo parecia muito tranquilo.

No entanto, ao chegarmos ao ponto mais alto, uma terrível surpresa nos aguardava. Além das montanhas mais ao norte, via-se uma fumaça escura. Era como se Caster estivesse em chamas. Será que a guerra finalmente nos alcançara?

Vermelho-sanguE

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Page 6: O Pesadelo - Primeiro Capítulo

Joseph Delaney 10 AS AVENTURAS DO CA A-FEITI O

Uma aliança de nações inimigas invadira nossa terra

mais ao sul havia alguns anos. Desde então, apesar dos

esforços de todos os condados para evitar o avanço dos ini-

migos, aos poucos, eles estavam sendo empurrados para o

norte.

— Como conseguiram avançar tanto sem que tomás-

semos conhecimento disso? — indagou o Caça-feitiço,

cofiando a barba, evidentemente agitado. — Sem dúvida,

deveríamos ter ouvido as notícias ou, ao menos, algum

aviso, não é?

— Talvez tenha sido um ataque surpresa, vindo do

mar — sugeri. Era muito provável que tivesse sido isso.

Barcos inimigos haviam desembarcado antes, atacando os

po voados ao longo da costa, embora esta parte do Condado

tivesse sido poupada até agora.

Balançando a cabeça, o Caça-feitiço começou a descer o

morro com passos furiosos. Alice me deu um sorriso preo-

cupado, e nós nos apressamos atrás dele. Carregando meu

bastão e as duas bolsas, eu me esforçava para acompanhar

suas passadas na grama úmida e escorregadia. Mas eu sabia

o que incomodava meu mestre. Ele estava preocupado com

sua biblioteca. No sul, falava-se de pilhagens e incêndios,

e ele temia pela segurança de seus livros, um estoque de

conhecimento acumulado por gerações de caça-feitiços.

Agora eu estava no terceiro ano de meu aprendizado

com o Caça-feitiço, descobrindo como lidar com fan-

tasmas, sombras, ogros, feiticeiras e todo tipo de criaturas

das trevas. Meu mestre me dava as lições na maior parte

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Page 7: O Pesadelo - Primeiro Capítulo

O pesadelo LIVRO 711

do tempo, mas minha outra fonte de conhecimento era aquela biblioteca. Sem dúvida, era muito importante.

Ao chegarmos à base do morro, dirigimo-nos para Chipenden, e as montanhas ao norte iam ficando maiores a cada passo. Nem bem havíamos cruzado um pequeno rio, abrindo caminho entre as pedras, com água borrifando ao redor dos tornozelos, Alice apontou para a frente.

— Soldados inimigos! — gritou ela.Ao longe, um grupo de homens se dirigia para leste,

atravessando nosso caminho. Eram duas dúzias ou mais, e as espadas reluziam em seus cintos, à luz do sol poente, que agora estava muito baixo no horizonte.

Paramos e nos encolhemos na margem do riacho, tor-cendo para que eles não nos tivessem visto. Ordenei aos cães que se deitassem e ficassem quietos, e eles me obede-ceram imediatamente.

Os soldados vestiam uniformes cinzentos e capacetes de ferro, com proteções para o nariz verticais e largas, de um tipo que eu nunca vira antes. Alice estava certa. Era uma grande patrulha inimiga. Infelizmente, eles nos viram no mesmo instante, e um deles apontou, gritando uma ordem, enquanto um pequeno grupo se separava do res-tante e começava a correr em nossa direção.

— Por aqui! — gritou o Caça-feitiço, puxando sua bolsa para me liberar do peso extra. Em seguida, ele partiu, margeando o rio acima; Alice e eu o acompanhamos junto com os cães.

Bem à nossa frente, via-se uma grande floresta. Talvez houvesse uma chance de nos livrarmos deles por lá, pensei.

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Joseph Delaney 12 AS AVENTURAS DO CA A-FEITI O

Mas, assim que alcançamos a linha das árvores, minhas esperanças foram frustradas. A floresta havia sido cor-tada recentemente: nada de mudas nem de moitas; apenas árvores velhas muito espaçadas. Não havia lugar para nos escondermos.

Olhei para trás. Nossos perseguidores estavam agora dispersos em uma linha desorganizada. A maioria não avança muito, mas um dos soldados à frente deles estava ganhando terreno e brandia a espada de modo ameaçador.

Percebi que o Caça-feitiço estava parando. Jogou a bolsa a meus pés e disse:

— Continue andando, rapaz! Vou lidar com ele — ordenou, virando-se novamente para encarar o soldado.

Fiz com que os cães me acompanhassem e parei, fran-zindo a testa. Não podia abandonar meu mestre daquela maneira. Peguei novamente sua bolsa e preparei meu bastão. Se fosse necessário, eu iria em seu auxílio, levando os cães comigo; eles eram grandes e ferozes, totalmente destemidos.

Olhei para Alice. Ela também parara e agora me fitava com uma expressão estranha no rosto. Parecia estar mur-murando algo para si mesma.

A brisa cessou de repente e o frio parecia uma lâmina de gelo cortando meu rosto; tudo ficara subitamente em silêncio, como se cada ser vivo na floresta estivesse pren-dendo a respiração. Gavinhas de névoa saíam das árvores até onde estávamos, aproximando-se de todas as direções. Olhei mais uma vez para Alice. Não tinha havido nenhum sinal de mudança do tempo. Aquilo não parecia natural.

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O pesadelo LIVRO 713

Era magia negra? Os cães se encolheram, deitados de bar-riga para baixo, e choramingaram baixinho. Mesmo que a intenção fosse nos ajudar, meu mestre ficaria aborrecido se Alice fizesse uso de magia negra. Ela passara dois anos treinando para ser uma feiticeira, e ele sempre temia que ela retornasse às trevas.

O Caça-feitiço assumiu, então, uma posição defen-siva, segurando o bastão diagonalmente. O soldado o havia alcançado e tentava golpeá-lo com a espada. Meu coração foi parar na boca, mas eu não precisava temer. Ouviu-se um grito de dor, que partiu do soldado e não de meu mestre. A espada caiu girando sobre a grama e, em seguida, o Caça-feitiço deu um golpe forte na têmpora do agressor, fazendo com que ele caísse de joelhos.

A névoa nos envolveu rapidamente, e, por alguns ins-tantes, perdi meu mestre de vista. Até que o ouvi cor-rendo em nossa direção. Assim que nos alcançou, partimos seguindo o rio. O nevoeiro tornava-se mais denso a cada passo. Em pouco tempo, deixamos para trás a floresta e o rio, e seguimos uma densa sebe de pilriteiro rumo ao norte por algumas centenas de metros até o Caça-feitiço fazer um gesto com a mão para que parássemos. Abaixamo-nos dentro de uma fossa, acocorando-nos com os cães, pren-dendo a respiração e prestando atenção no perigo. No início, não ouvimos sons de perseguição, mas depois escutamos vozes ao norte e ao leste. Eles continuavam nos procurando, embora a luz começasse a diminuir e, a cada minuto que passava, se tornasse menos provável que fôssemos descobertos.

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Joseph Delaney 14 AS AVENTURAS DO CA A-FEITI O

Mas, justamente quando acreditávamos estar seguros,

as vozes que vinham do norte tornaram-se mais altas e,

pouco depois, ouvimos passos se aproximando cada vez

mais. Era provável que eles estivessem andando às cegas

direto para o local de nosso esconderijo; por isso, meu

mestre e eu seguramos com firmeza os bastões, prontos a

lutar por nossas vidas.

Os perseguidores não passaram mais de alguns metros

à nossa direita, e pudemos distinguir os vultos sombrios de

três homens. Porém, como estávamos agachados no fundo

da fossa, eles não nos viram. Quando os passos e as vozes

desapareceram, o Caça-feitiço balançou a cabeça.

— Não sei quantos deles estão atrás de nós — mur-

murou —, mas parecem determinados a nos encontrar.

Melhor ficarmos aqui pelo restante da noite.

Assim, nós nos ajeitamos para passar uma noite fria e

desconfortável dentro da fossa. Tive um sono agitado, como

costuma ocorrer nessas situações, e dormi profundamente

quando era quase hora de levantar. Fui acordado por Alice

sacudindo meu ombro.

Sentei-me com rapidez, lançando um olhar ao meu

redor. O sol já nascera e eu podia ver nuvens cinzentas pas-

sando acima de nossas cabeças. O vento soprava através da

sebe, torcendo e dobrando os galhos frágeis e desfolhados.

— Está tudo bem? — indaguei.

Alice sorriu e fez que sim com a cabeça.

— Não tem ninguém a menos de um quilômetro de

distância. Os soldados desistiram e foram embora.

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O pesadelo LIVRO 715

Então, ouvi um ruído próximo, uma espécie de gemido. Era o Caça-feitiço.

— Parece que ele está tendo um pesadelo — observou Alice.

— Será que devemos acordá-lo? — sugeri.— Deixe-o assim por alguns minutos. O melhor é que

ele saia do sonho sozinho.No entanto, os gritos e gemidos tornaram-se mais altos

e seu corpo começou a sacudir; ele estava ficando cada vez mais agitado; por isso, sem perda de tempo, eu o balancei gentilmente no ombro para despertá-lo.

— O senhor está bem, sr. Gregory? — perguntei. — Parecia que estava tendo uma espécie de pesadelo.

Por um momento, seus olhos se mantiveram distantes e ele me fitou como se eu fosse um estranho ou mesmo um inimigo.

— Sim, foi um pesadelo — respondeu, finalmente. — Foi com Lizzie Ossuda...

Lizzie Ossuda era a mãe de Alice, uma feiticeira pode-rosa que agora se encontrava amarrada em uma cova no jardim do Caça-feitiço, em Chipenden.

— Ela estava sentada em um trono — prosseguiu meu mestre —, com o Maligno de pé ao seu lado, a mão no ombro esquerdo dela. Estavam em uma sala grande que, de início, não reconheci. O assoalho começou a ficar ver-melho por causa de sangue. Os prisioneiros gritavam de terror antes de serem executados — estavam lhes cortando as cabeças. Mas foi a sala o que mais me incomodou e deixou meus nervos à flor da pele.

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Joseph Delaney 16 AS AVENTURAS DO CA A-FEITI O

— Onde ficava a sala? — indaguei.O Caça-feitiço balançou a cabeça.— Lizzie estava na grande sala do castelo de Caster! Era

a governante do Condado...— Foi apenas um pesadelo — falei. — Ela está bem

amarrada...— Talvez — disse o Caça-feitiço. — Mas não creio que

já tenha tido um sonho mais vívido que esse...

Partimos, cautelosos, para Chipenden. O Caça-feitiço não mencionou a névoa que repentinamente se erguera na noite anterior. Afinal, era época de nevoeiros, e, na hora, ele estava ocupado, preparando-se para enfrentar o sol-dado. Mas quem era eu para dizer alguma coisa? Afinal, eu também havia sido contaminado pelas trevas.

Tínhamos voltado recentemente da Grécia, depois de derrotar a Ordeen, um dos deuses antigos. Isso nos custara caro, pois minha mãe morrera para nos dar a vitória, bem como Bill Arkwright, o caça-feitiço que exercia o ofício ao norte de Caster. Por essa razão, os cães tinham ficado conosco.

Eu também pagara um preço terrível. Para tornar pos-sível a vitória, vendera minha própria alma ao Maligno.

Tudo que o impedia de me arrastar para as trevas agora era o cântaro de sangue que Alice me dera e que eu trazia no bolso. O Maligno não poderia se aproximar de mim enquanto eu o tivesse comigo; por isso, Alice preci-sava ficar perto de mim para dividir a proteção, caso con-trário, o Maligno a mataria para vingar-se da ajuda que

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O pesadelo LIVRO 717

me dera. Se eu dissesse ao Caça-feitiço o que tinha feito, seria o fim de meu aprendizado.

À medida que subíamos a encosta na direção de Chipenden, meu mestre ia ficando cada vez mais ansioso. Víramos trechos de destruição: algumas casas incendiadas, muitas abandonadas; uma casa com um cadáver na fossa ao lado dela.

— Eu tinha esperança de que eles não avançassem tanto para o interior. Temo pensar no que encontraremos, rapaz — disse em tom sinistro.

Normalmente, ele teria evitado passar pela aldeia de Chipenden: a maior parte das pessoas não gostava de ficar muito perto de um caça-feitiço, e ele respeitava o desejo dos moradores. Mas, quando avistamos os telhados de ardósia cinzenta, um olhar atento foi o suficiente para nos dizer que havia algo terrivelmente errado por lá.

Estava claro que os soldados inimigos haviam passado por ali. Muitos telhados estavam bastante danificados, com as vigas carbonizadas expostas. Quanto mais nos aproxi-mávamos, pior ficava o cenário. Quase um terço das casas fora completamente incendiado, e as pedras enegrecidas eram meras cascas do que haviam sido os lares das famílias do local. E as casas que não queimaram com as chamas tinham janelas quebradas e portas rachadas, que pendiam das dobradiças, indicando que haviam sido saqueadas.

A aldeia parecia totalmente abandonada, até que ouvimos som de pancadas. Alguém estava martelando. Rapidamente, o Caça-feitiço nos conduziu pelas ruas com calçamento de pedra em direção ao som. Estávamos

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Joseph Delaney 18 AS AVENTURAS DO CA A-FEITI O

a caminho da rua principal que cortava a aldeia, no local

onde ficavam as lojas. Passamos pelo verdureiro e pela

padaria, que foram saqueados, indo direto para o açougue,

que parecia ser a fonte do barulho.

O açougueiro ainda se encontrava ali, com a barba

ruiva reluzindo sob a luz da manhã, mas não estava fazendo

reparos na construção; ele pregava a tampa de um caixão.

Havia mais três caixões alinhados perto dele, já fechados e

prontos para serem enterrados. Um deles era pequeno, e

não restava dúvida ser de uma criança. O açougueiro ficou

de pé ao nos ver entrar pelo pátio, e veio apertar a mão do

Caça-feitiço. Ele era o único contato verdadeiro de meu

mestre entre os aldeões; a única pessoa com quem já con-

versara sobre outras coisas, além do ofício de caça-feitiço.

— É terrível, sr. Gregory — lamentou o açougueiro. —

Talvez as coisas nunca voltem a ser as mesmas.

— Espero que não seja... — murmurou o Caça-feitiço,

lançando um olhar para os caixões.

— Ah, não, graças ao bom Deus por isso, pelo menos —

disse o açougueiro. — Aconteceu há três dias. Tirei minha

família daqui em segurança bem a tempo. Não, esses pobres

coitados não foram rápidos o suficiente. Eles mataram

todos que encontraram. Era somente uma patrulha ini-

miga, mas muito numerosa. Estavam atrás de mantimentos.

Não havia necessidade de incendiar as casas nem de matar

as pessoas; nem razão para assassinar essa família. Por que

fizeram isso? Podiam simplesmente pegar o que quisessem

e ir embora.

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O pesadelo LIVRO 719

O Caça-feitiço assentiu. Eu sabia qual era a resposta, embora ele não a tenha dito em voz alta ao açougueiro. Ele teria dito que era porque agora o Maligno estava solto no mundo. Ele tornava as pessoas mais cruéis e as guerras mais selvagens.

— Lamento por sua casa, sr. Gregory — prosseguiu o açougueiro.

O Caça-feitiço empalideceu.— O quê? — indagou ele.— Oh, lamento muito... o senhor não sabe? Imaginei

que o senhor já tivesse ido lá. Ouvimos o ogro uivando e rosnando a muitos quilômetros de distância. Devia ser um número muito grande para ele enfrentar. Saquearam a casa, levando o que podiam carregar; em seguida, atearam fogo nela...

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