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FACULDADE 7 DE SETEMBRO FA7 CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO ESTADO DO CEARÁ. GRACIELE FERNANDES GUERRATO FORTALEZA - 2011

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Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

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FACULDADE 7 DE SETEMBRO – FA7

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE

CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO

ESTADO DO CEARÁ.

GRACIELE FERNANDES GUERRATO

FORTALEZA - 2011

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GRACIELE FERNANDES GUERRATO

O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO

ESTADO DO CEARÁ.

Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Maíso Dias Alves Júnior, MSc.

FORTALEZA – 2011

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O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE

CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO

ESTADO DO CEARÁ.

Monografia submetida à Faculdade 7 de

Setembro, como requisito parcial para obtenção

do grau de Bacharel em Adminsitração.

______________________________________

Graciele Fernandes Guerrato

Monografia aprovada em: ______ / ______ / ______

______________________________________

Prof. Maíso Dias Alves Júnior, MSc.

Examinador: ______________________________________

Prof. Hercílio Brito, MSc. (FA7)

Coordenador do Curso

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“Adquire sabedoria, adquire inteligência, e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento. Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará”.

Provérbios 4:6-8

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela sua infinita misericórdia e graça. Por guiar meus

passos e me iluminar, dando-me forças nos momentos mais difíceis desta minha

trajetória e permitindo-me tantas conquistas.

Aos meus pais Marcelo e Angela, aos meus avós Sebastião e Raimunda e ao

meu tio Aécio, por todo suporte, educação de excelência e exemplo de vida que

sempre me deram.

Aos meus preciosos irmãos Amós, Anne Victoria, Rachel Milaeli e Hadassah

Milaeli, simplesmente por serem parte de mim, me compreenderem e me apoiarem.

Às minhas amigas Ana Santos e Fabiana Machado, pela sua compreensão,

paciência e suporte nos tempos difíceis.

Ao apoio incessante da minha família do coração: Augusto, Adriana, Pedro e

Tiago Ribeiro. Tenho muito apreço por sua coragem, determinação e união,

principalmente em não se deixar abater por obstáculos. Obrigada por suas palavras

encorajadoras em todo o tempo.

Aos meus colegas de turma Adriano Matias, Ana Iara Veras, Bárbara Ellen

Diogo, Davyd Mendes, Emerson Batista, José Luis Passos e Yoann Wozniak pelo

incentivo dado durante o período da faculdade e à realização deste trabalho.

Ao professor Mestre Maiso Dias Alves Júnior, pelas suas orientações seguras

e criteriosas, colaborando de maneira significativa na realização deste trabalho.

Ao Coordenador Geral da Associação de Jovens Empresários (AJE), Carlos

Ernesto Holanda, e dos respondentes desta pesquisa, pela disponibilidade,

presteza, atenção e paciência dispensadas durante a coleta dos dados.

Aos professores e à coordenação do curso por tão sabiamente transmitirem

seus conhecimentos.

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RESUMO

Os mais novos empreendimentos do Brasil são geridos por jovens da

Geração Y, ou seja, que têm entre 18 e 34 anos. O objetivo geral desta pesquisa é analisar o perfil empreendedor dos empresários da Geração Y associados à Associação de Jovens Empresários (AJE) de Fortaleza, Ceará, que os diferenciam das outras gerações e os tornam potenciais empreendedores na atualidade, através da descrição das principais habilidades do empreendedor da Geração Y e da identificação as principais características dos empresários da Geração Y. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, conclusiva descritiva e de caráter bibliográfico que foi aplicada pessoalmente em forma de questionário com questões dirigidas aos empresários associados à AJE. Os resultados colhidos foram tabulados, e interpretados baseados no seu percentual comparativo e pontuação obtida. Desta investigação, o diferencial encontrado nesta geração que os torna potenciais empreendedores na atualidade é a propensão em assumir riscos calculados, o comprometimento e gosto pelo que fazem, a busca pela inovação e, principalmente, o domínio da tecnologia, visto que este auxilia na busca pela inovação e é fator fundamental para que uma empresa se mantenha competitiva no mercado atual.

Palavras-chave: Geração Y. Empreendedorismo. Jovens Empresários.

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ABSTRACT

The newest enterprises in Brazil are managed for young people from the Y generation, that is, those 18-34 years-old. The objective of this research is to analyze the entreprising profile of the entrepreneurs of the Y Generation associated with AJE - Associação de Jovens Empresários (Association of Young Entrepreneurs) of Fortaleza, Ceará. We look for that which differentiates them from the other generations and makes them such potential entrepreneurs in our time, through the description of the main skills of the entrepreneur of the Y Generation and the identification of the main characteristics of the Y Generation. We have a qualitative, conclusive and descriptive inquiry of bibliographical nature which was personally applied in the form of a survey with questions directed towards the entrepreneurs who have association with AJE. The results collected were placed on a spreadsheet and interpreted based on their comparative percentage and the score obtained. From this investigation, the differential discovered in this generation, which makes them potential entrepreneurs in out time, is the propensity to assume calculated risks, the commitment to and interest in what they do, the search for innovation, and, mainly, the domain of technology which helps in the search for this innovation and is the fundamental factor for a company to remain competitive in the market today.

Keywords: Generation Y. Entrepreneurship. Young Entrepreneurs.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) - Brasil - 2002:2010....................................................................................................

19

Gráfico 2: Empreendedores iniciais segundo gênero - Brasil – 2010 - Taxas (%).....................................................................................................

20

Gráfico 3: Ramo de atuações dos empresários associados à AJE Fortaleza……………………………………………………………………….....

38

Gráfico 4: Principais Habilidades Empreendedoras dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza……………………………………....

39

Gráfico 5: Domínio da Tecnologia dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza…………………………………………………....

40

Gráfico 6: Capacidade de Comunicação e Cooperação dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza……………………………..........

40

Gráfico 7: Valorização da autonomia no trabalho pelos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza……………………………………….

41

Gráfico 8: Busca pela inovação dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza…………………………………………………....

41

Gráfico 9: Hábito de esperar dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza………………………………………………….......................

42

Gráfico 10: Hábito de planejar dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza………………………………………………….......................

43

Gráfico 11: Preocupação com a sustentabilidade dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza……………………………………….

43

Gráfico 12: Preferência por investir em nichos específicos pelos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza…………………....

44

Gráfico 13: Principais características dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza…………………………………………………....

45

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Caracterização histórica do indivíduo empreendedor……………... 26

Figura 2: Análise comparativa das gerações segundo Kotler e Armstrong… 29

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Empreendedores iniciais segundo faixa etária – Brasil 2002:2010 - Taxas (%).................................................................................

20

Quadro 2: Empreendedores iniciais segundo faixa etária e razão oportunidade/necessidade - Brasil – 2010 - Taxas (%)...............................

21

Quadro 3: Categorias de Empreendedores segundo Bessant e Tidd......... 25

Quadro 4: Tipos de habilidades empreendedoras segundo Dornelas (2003)……………………………………………………………………………...

27

Quadro 5: Respostas da Avaliação das Habilidades empreendedoras (Dornelas, 2003)………………………………………………………………….

36

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................... 15 2.1. Empreendedorismo……………………………………………………....... 15

2.1.1. Empreendedorismo no Brasil……………………………………… 17 2.2. O Perfil Empreendedor……………………………………………………. 22 2.3. Caracterização das gerações………………………………………......... 28

2.3.1. Baby Boomers……………………………………………………... 28 2.3.2. Geração X………………………………………………………….. 28 2.3.3. Geração Y………………………………………………………….. 29 2.3.4. Geração Z………………………………………………………….. 32

3. METODOLOGIA……………………………………………………………. 33 3.1. Plano de Pesquisa…………………………………………………………. 33 3.2. Delimitação da Pesquisa……………………………………………......... 33 3.3. Procedimentos de Coleta………………………………………………..... 34 3.4. Objeto de Pesquisa……………………………………………………....... 35 3.5. Processamento e Análise dos Dados……………….………….……….. 35 3.6. Interpretação dos resultados……………………………………………… 37

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS………………………………… 38

5. CONCLUSÃO……………………………………………………………….. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………….. 49 ANEXOS…...….………………………..………………………………………... 51

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1 INTRODUÇÃO

Uma nova geração tem se mostrado potencialmente empreendedora na

atualidade. Os mais novos empreendimentos do Brasil são de jovens da Geração Y,

ou seja, que nasceram entre as décadas de 80 e 90 e em 2011 têm entre 18 e 32

anos. São chamados de Geração Y os jovens filhos da Geração X e netos dos Baby

Boomers, que possuem características e comportamentos específicos. A presença

de habilidades empreendedoras nos jovens da Geração Y se torna diferencial para

que as empresas deles se mantenham competitivas no mercado em um mundo

globalizado e ágil.

Segundo os dicionários MacMillan (2007) e Longman (2008), a expressão

Geração Y, do inglês, Generation Y, representa as pessoas nascidas entre os anos

1980 e 1990. São jovens filhos da Geração X, nascidos 1960 e 1970, e netos dos

Baby Boomers, nascidos durante o período da “explosão de bebês”, do inglês, baby

boom – nome dado devido ao grande crescimento vegetativo do período – até o final

da Segunda Guerra Mundial, que corresponde ao período de 1930 a 1950.

Oliveira (2010) especifica algumas características da Geração Y, como a de

serem curiosos e questionadores, extremamente informados, possuírem grande

conhecimento de línguas, criativos; buscarem por novas experiências, optarem por

padrões informais, terem necessidade constante de reconhecimento, serem

individualistas, terem a necessidade de estarem buscando costantemente conexões

(networking) possuem projetos pessoais de prazos curtos e imediatos, focam em

resultados e apresentam alta rotatividade em empregos.

Algumas das características apresentadas da Geração Y se assemelham e

complementam as características empreendedoras apresentadas por Dornelas

(2003), que define os empreendedores como seres visionários, que sabem tomar

decisões, que fazem a diferença, sabem explorar ao máximo as oportunidades, são

determinados e dinâmicos, são dedicados, são otimistas e apaixonados pelo que

fazem, são independentes e constroem seu próprio destino, são líderes e

formadores de equipes, são bem relacionados (network), são organizados, estão

sempre planejando, possuem conhecimento, assumem riscos calculados e criam

valor para a sociedade que, por exemplo, somadas às dificuldades e insatisfações

ao se enquadrar em determinadas empresas, os fazem ir à busca dos seus próprios

negócios.

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Além dessas características do empreendedor e da Geração Y, existem

habilidades empreendedoras específicas, segundo Dornelas (2003). São elas a

motivação para a realização, o autocontrole, a propensão a assumir riscos, a

resolução de problemas e a influência.

A Geração Y possui uma parcela significativa dos novos empreendimentos

que vêm surgindo nos últimos anos concomitante à dificuldade que as empresas que

estão há mais tempo no mercado têm em atrair e reter talentos desta geração.

As características que apresenta a Geração Y são características

empreendedoras, como a inovação e a propensão à assumir riscos que, por

exemplo, somada às dificuldades e insatisfações ao se enquadrar em determinadas

empresas, os fazem ir à busca dos seus próprios negócios.

A importância do estudo da Geração Y no empreendedorismo está na

contribuição que o mesmo irá trazer para o crescimento e desenvolvimento da

economia, visto que estes jovens são parcela significativamente crescente no

mercado atual; e na contribuição para as organizações, sendo importante conhecer

as características dos jovens desta geração para desenvolver programas para atraí-

los e retê-los dentro das organizações.

Diante do exposto, essa pesquisa pretende responder a seguinte questão:

quais as principais características e habilidades encontradas no perfil dos

jovens da Geração Y que os tornam potenciais empreendedores na atualidade?

Para responder à questão, o estudo tem por objetivo geral analisar o perfil

empreendedor dos empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens

Empresários (AJE) de Fortaleza, Ceará, que os diferenciam das outras gerações e

os tornam potenciais empreendedores na atualidade. Para isso, o estudo tem por

objetivos específicos a) descrever as principais habilidades do empreendedor da

Geração Y b) identificar as principais características dos empresários da Geração Y.

Desta forma, este estudo primeiramente irá abordar o referencial teórico deste

assunto com uma abordagem histórica sobre o surgimento do empreendedorismo,

destacando sua importância no Brasil. Em um tópico sobre o Perfil Empreendedor,

serão expostas, em ordem cronológica, as definições das principais características

encontradas em um empreendedor, definindo o seu perfil e destacando as principais

habilidades dos mesmos.

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Sobre a caracterização das gerações, serão abordadas individualmente

desde a geração dos baby boomers até Geração Z, passando pela Geração X e pela

Geração Y, sendo esta o objeto deste estudo.

A seguir, é definida a metodologia do trabalho, que inclui o plano de pesquisa,

a sua delimitação, os procedimentos de coleta, o objeto da pesquisa, como serão

feitos o processamento e a análise dos dados, e a interpretação dos resultados, os

quais são definidos com base no referencial teórico abordado.

Mediante a coleta, o processamento, a análise e a interpretação dos dados

coletados, são apresentados os resultados da pesquisa, destacando os principais

pontos relacionados aos objetivos da pesquisa.

Enfim, na conclusão deste trabalho, são apresentados os principais

resultados, e são respondidos o objetivo geral, os objetivos específicos e a

problemática deste estudo, sendo também apresentada a contribuição deste estudo,

suas restrições e sugestões para pesquisas futuras.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Empreendedorismo

A expressão empreendedorismo foi traduzida da palavra inglesa

entrepreneurship que, por sua vez, foi derivada do latim imprehendere, tendo seu

correspondente empreender. O termo surgiu na França por volta dos séculos XVII e

XVIII, quando começou a ser utilizado basicamente para uma visão economista, com

forte viés de uso para a geração de valor econômico e para a exploração de

oportunidades de mercado, sendo elemento útil à compreensão do desenvolvimento

pelos economistas. (ALVES Jr., 2010)

O empreendedorismo foi, segundo Filion (1999), primeiramente conceituado

no início do século XIX por Jean Baptiste Say, economista francês considerado o pai

do empreendedorismo. O conceito exposto por Jean Baptiste Say é de que

empreendedor é o indivíduo capaz de mover recursos econômicos de baixa para

outra de maior produtividade e retorno.

Há ainda pesquisadores que afirmam que, na verdade, foi utilizada pela

primeira vez em 1725 pelo economista irlandês Richard Cantillon, reconhecido como

o grande teórico da economia pelos historiadores, o qual define empreendedor como

um indivíduo que “assume riscos”.

Cruz Jr. (2006, p.4) relata que, em 1800, Jean Batist Say utilizou o termo

empreendedor no livro “Tratado de economia política” com o objetivo de designar as

pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e

melhores formas de agir.

Na visão de Best (2007, apud Machado, 2007, p.), em seu artigo da revista

francesa Challenges “O empreendedor no centro”, publicado em 15 de fevereiro de

2007, quando se fala da história do empreendedorismo, afirma que:

Jean-Baptiste Say costumava ser descrito como um seguidor das idéias de Adam Smith, mas na verdade ele vai muito além. „É o primeiro economista da oferta‟, afirma Jean-Pierre Potier, que dirigiu a coletânea universitária Jean-Baptist Say, nouveaux regards sur son oeuvre (Éditions Economica). Ele insiste nas condições da produção, valorizando o papael

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do empreendedor, para os clássicos do século XVIII, a sociedade se dividia em trabalhadores, rentistas e capitalistas. Jean-Baptiste Say recusou essa visão. A seus olhos, cada um pode desempenhar uma dessas funções num momentou ou outro. Esse enfoque será retomado posteriormente pela escola neoclássica.

Para melhor compreender a história do empreedorismo, é importante a

observação de alguns fatores, como eventos históricos de ascensão e discensão

econômica, que influenciaram o desenvolvimento deste.

Em 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, as indústrias como as de

automóveis, de aço, de equipamentos elétricos, de telefone, de petróleo, entre

outras, estavam amadurecidas e podiam criar empregos com novos investimentos

de capital relativamente pequeno, como salários e benefícios para os funcionários,

ao mesmo tempo em que conseguiam lucros fabulosos.

Kondratieff, citado por Drucker (2008), defendia que a dinâmica da economia

é inerente à tecnologia. E o que acontecia era que as empresas alcançavam seus

lucros recordes, mas não se preocupavam em utilizar a tecnologia para inovar seus

produtos, de forma que o período de declínio do ciclo de vida do seu produto se

transformasse no seu próprio declínio, fazendo com que elas entrassem em um

colapso, em um período de estagnação. Foi o que ocorreu em meados dos anos 70.

Mas, apesar de ter sido um período de estagnação e declínio de uma

“desindustrialização da América”, nos Estados Unidos estava havendo um

redirecionamento da economia de “gerencial” para “empreendedora”.

Neste período, ao mesmo tempo em que na Europa Ocidental milhões de

pessoas ficaram desempregadas, o mercado de trabalho nos Estados Unidos

cresceu 50%, passando de 71 para 106 milhões de americanos assalariados e

empregados.

Este crescimento do emprego nos Estados Unidos ocorreu em um novo setor,

pelas instituições pequenas e médias, a maioria delas empresas pequenas privadas,

somado ao fato das mulheres casadas começarem a afluir decididamente para o

mercado de trabalho, como forma alternativa de gerar renda para a família.

O empreendedorismo é considerado por Timmons (1990) uma revolução

silenciosa que seria para o século 21 mais do que a revolução industrial foi para o

século 20.

Schumpeter (1934), aprimorando o conceito de Jean Baptiste Say, dá

projeção ao empreendedorismo associando o empreendedor ao conceito de

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inovação e apontando-o como elemento que dispara e explica o desenvolvimento

econômico, enfatizando que o empreendedor é o homem que realiza coisas novas e

não, necessariamente, aquele que inventa.

Quando se fala em inovar, Drucker (2008, p. 5) apresenta como um dos

fatores desta “revolução silenciosa” os benefícios da alta tecnologia, do avanço

tecnológico para a inovação e o empreendedorismo:

Não há dúvida de que a alta tecnologia, seja sob forma de computadores ou de telecomunicações, de robôs nas fábricas ou de automatização de escritórios, de biogenética ou de bioengenharia, é de imensurável importância qualitativa. Ela fornece os estímulos e as manchetes. Ela cria a visão para o espírito empreendedor e a inovação na comunidade, e a receptividade para ambos.

Isto complementa o que Drucker (1987) fala a respeito do empreendedor,

ressaltando sua importância pelo fato de provocar impacto na economia. O autor

diferencia a administração tradicional da empreendedora, explicando que enquanto

a administração tradicional preocupa-se em especializar-se na gestão de novos

negócios, a empreendedora tem seu foco em aprender a empreender e inovar

constantemente devido às rápidas mudanças que ocorrem neste mundo globalizado.

Dornelas (2001) explica que o mundo tem passado por várias transformações

em curtos períodos, principalmente no século XX, quando a maioria das invenções

que revolucionaram o estilo de vida das pessoas foi criada como, por exemplo, a

Apple Computer criada em 1976, que revolucionou a indústria de computadores,

telecomunicações, filmes e música. Essas invenções são fruto de inovação, de algo

inédito ou de uma visão de como utilizar as já existentes, mas que ninguém antes

ousou olhar de outra maneira.

2.1.1 Empreendedorismo no Brasil

O conceito de empreendedorismo, como explica Dornelas (2001, p.1), tem

sido muito difundido no Brasil nos últimos anos, intensificando-se no final da década

de 1990 com a criação de pequenas empresas duradouras e a necessidade da

eliminação das altas taxas de mortalidade desses empreendimentos. O

empreendedorismo vem como forma de procurar alternativas para aumentar a

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competitividade, reduzir custos e manter-se no mercado, devido à necessidade de

estabilizar a economia do país face à globalização.

Com o aumento do desemprego, principalmente em grandes cidades, as

pessoas começam a ver na abertura do seu próprio negócio a alternativa para sua

sobrevivência, o que caracteriza um empreendedorismo por necessidade que

acontece na maioria das vezes sem planejamento.

Apesar de este tema ter se difundido pelo país, muitas pessoas não tinham

conhecimentos de gestão de negócios e não planejavam suas atividades, o que

resultou em altas taxas de mortalidade dessas pequenas e médias empresas.

Vendo a necessidade de reduzir a taxa de mortalidade das empresas,

especialmente das mais novas, o governo decide investir em programas de

treinamentos para pequenos empresários como, por exemplo, o Brasil

Empreendedor, o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas

Empresas), e o Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software).

O SEBRAE foi criado em 1972 e é uma instituição que dá todo suporte para

que os pequenos empresários a abram sua empresa, além de prestarem consultoria

para resolução de determinados problemas.

O Softex foi criado em 1990 com o intuito de levar as empresas de software

do país ao mercado externo, através de ações que possibilitavam que o empresário

de informática pudesse se capacitar em gestão e tecnologia.

O programa Brasil Empreendedor foi criado em 1999 pelo Governo Federal

com o objetivo de capacitar empreendedores para que estes fizessem seu plano de

negócio junto aos agentes financeiros do programa.

Em 2010, a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) completou 11

anos de publicação sobre a realidade empreendedora em nosso país. Nesta

pesquisa, pode-se observar que a crise econômica mundial não afetou o Brasil. Ao

invés disso, a Taxa de Atividade Empreendedora no ano de 2010 foi a maior desde

2002. A pesquisa GEM (2010, p. 36), afirma que:

No Brasil, a TEA de 2010 foi de 17,5%, a maior desde que a pesquisa GEM é realizada no país, demonstrando a tendência de crescimento da atividade empreendedora, considerando a população adulta brasileira de 120 milhões de pessoas. Isto representa que 21,1 milhões de brasileiros estavam à frente de atividades empreendedoras no ano. Em números absolutos, apenas a China possui mais empreendedores que o Brasil, a TEA chinesa de 14,4% representa 131,7 milhões de adultos à frente de atividades empreendedoras no país.

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A atividade empreendedora tem crescido significativamente no país,

estimulando a economia e amenizando os efeitos da crise mundial sobre o país.

Observe no Gráfico 1, abaixo, as Taxas das Atividades empreendedoras do Brasil

de 2002 a 2010:

Gráfico 1: Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) - Brasil - 2002: 2010.

Fonte: Pesquisa GEM Brasil, 2010.

Vários fatores têm contribuído para este crescimento do empreendedorismo

no Brasil. Mais jovens estão empreendendo e cada vez mais tem sido por

oportunidade, ao invés de por necessidade. É importante observar que não apenas

os homens, mas principalmente as mulheres têm contribuído para este crescimento

dos novos empreendimentos.

No Gráfico 2, a seguir, observe que apesar da participação dos homens ser

crescente, houve uma disparidade na participação das mulheres em novos

empreendimentos no Brasil nos anos de 2007 a 2010. Este crescimento mostra-se

tendencioso no gráfico, que apresenta os empreendedores iniciais segundo o

gênero:

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Gráfico 2: Empreendedores iniciais segundo gênero - Brasil – 2010 - Taxas (%).

Fonte: Pesquisa GEM Brasil, 2010.

Quando se tratando de faixa etária, a Pesquisa GEM 2002:2010 mostra que

os mais novos empreendedores no Brasil são jovens entre 25 e 34 anos de idade

(Quadro 1). No ano de 2010, a taxa de empreendedores iniciais entre 18 e 24 anos

cresce significativamente, comparada aos anos de 2002:2009. Em 2010, os maiores

empreendedores iniciais são os jovens entre 25 e 34 anos, seguidos dos jovens

entre 18 e 24 anos. Estes dados reforçam a importância do estudo das

características do empreendedorismo jovem, visto que este tem crescido fortemente

no Brasil.

Quadro 1: Empreendedores iniciais segundo faixa etária - Brasil – 2002:2010 - Taxas (%).

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Fonte: Pesquisa GEM Brasil, 2002:2010.

A pesquisa GEM (2010, p. 53) explica o crescimento e a importância do jovem

empreendedor no Brasil, ressaltando que:

A partir de 2008, os jovens de 18 a 24 anos ampliaram sua participação no universo empreendedor brasileiro. Em 2010, sem considerar a faixa etária mais empreendedora, de 25 a 34 anos, os jovens de 18 a 24 anos tiveram taxas superiores a dos brasileiros com 35 anos ou mais, demonstrando a jovialidade dos empreendedores em estágio inicial. […] Vale ressaltar que o jovem brasileiro possui uma característica de assumir riscos, predicado que também é inerente à atividade empreendedora, favorecendo a existência de jovens empreendedores.

Outro dado extremamente importante sobre o empreendedorismo jovem no

Brasil, é que este se dá, em sua maioria, por oportunidade, e não por necessidade, o

que estimula o crescimento saudável da economia do país, pois diminui a taxa de

mortalidade das empresas. Observe abaixo, no Quadro 2, os índices de motivação

segundo faixa etária e a razão oportunidade/necessidade:

Quadro 2: Empreendedores iniciais segundo faixa etária e razão oportunidade/necessidade - Brasil – 2010 - Taxas (%).

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Fonte: Pesquisa GEM Brasil, 2010.

No Brasil, à medida que a renda aumenta, os empreendimentos também

aumentam. Esses programas apresentados (SEBRAE, SOFTEX) e outros existentes

pelo país dão o suporte necessário para que pequenos empresários contribuam,

através de suas atividades, para o desenvolvimento do país. Dornelas (2001, p. 2)

chama a atenção dos empreendedores dizendo que:

Apesar de a estatística recente mostrar uma evolução no índice de sobrevivência destas empresas, o empreendedor precisa ficar atento ao ambiente de negócios […] e sempre buscar se desenvolver de forma contínua, pois a concorrência aumenta conforme melhoram as condições para empreender, como tem ocorrido nos últimos anos no Brasil, devido à estabilidade econômica e também ao maior preparo dos empreendedores, que têm atualmente mais acesso a informação e possibilidades de formação/capacitação para melhor gerir seus negócios.

Com o maior fluxo de informação e maior acesso a ensinamentos sobre como

empreender, as pessoas tem sido trabalhadas para que busquem empreender não

por necessidade de um emprego, mas por enxergarem uma oportunidade de inovar

continuamente seus produtos e serviços seja dentro da organização em que trabalha

ou na criação do seu próprio negócio.

Apesar de o país buscar o crescente empreendedorismo por oportunidade

para seu desenvolvimento econômico, ainda faltam políticas públicas duradouras

que apoiem os pequenos empresários em suas transações comerciais, inclusive

internacionais.

2.2 O Perfil Empreendedor

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A decisão de se iniciar um novo empreendimento começa, segundo Bessant e

Tidd (2009, p. 293), com o desejo de se ganhar independência e fugir da burocracia

de uma grande organização, seja ela do setor público ou privado. Sendo assim, os

autores concluem que a instrução, o perfil psicológico e a experiência de trabalho e

a técnica de um empreendedor técnico contribuem para a decisão de criar um novo

empreendimento. A necessidade de autorealização, de acordo com McClelland

(1972), faz parte do perfil do empreendedor, sendo causa fundamental para que o

indivíduo empreenda.

Jean Baptiste Say (1767-1832), considerado o pai do empreendeorismo,

associava o empreendedor ao risco, à inovação e ao lucro, ou seja, o empreendedor

era visto como pessoas que aproveitavam oportunidades, vislumbrando o lucro,

correndo riscos. Ele definia o empreendedor como alguém que “transfere recursos

econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade

mais elevada e de maior rendimento”.

Segundo Schumpeter (1949), o empreendedor é aquele que destrói a ordem

econômica existente através da introdução de novos produtos e serviços, pela

criação de novas formas de organização, ou pela exploração de novos recursos

materiais. Dornelas (2001) acrescenta, definindo o empreendedor como aquele que

faz acontecer, que se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização.

Kirzner (1973) considera empreendedor aquece que cria um equilíbrio,

encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou

seja, identifica oportunidades na ordem presente. Filion (1999) concorda com este

pensamento quando caracteriza um empreendedor como uma pessoa imaginativa,

caracterizada por uma capacidade de fixar alvos e objetivos. Afirma que esta pessoa

manifesta-se pela perspicácia, ou seja, pela sua capacidade de perceber e detectar

as oportunidades.

Dentro destes pensamentos, a principal característica de um empreendedor é

sua capacidade de visão, ou seja, se ele é visionário ou não. Ser visionário está

relacionado com sua capacidade de inovar.

Dornelas (2003) frisa que a diferença entre administrador e empreendedor

está relacionada com o fato deste ser mais visionário que os gerentes e terem mais

dificuldades de tomar decisões do dia-a-dia do negócio pelo fato de se preocuparem

mais com aspectos estratégicos, o que é baseado na teoria de Filion (1997), que

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observa o gerente como organizador de recursos enquanto o empreendedor como

aquele que trabalha na definição de contextos.

Assim, podemos observar que todo empreendedor é um administrador, mas

nem todo administrador é empreendedor.

É importante ressaltar que uma empresa não precisa ser pequena e nova

para ser empreendedora e que as grandes e velhas empresas, para sobreviver,

precisam estar empreendendo constantemente. Drucker (2008) cita o exemplo da

General Eletric Company (GE) como “uma das maiores companhias do mundo, e

com mais de cem anos de existência, que mostra uma longa história de como

começar novas empresas empreendedoras desde a estaca zero e levá-las a se

tornarem indústrias de porte”, frisando ainda que a mesma não se restringe à

manufatura, mas também se estende ao ramo financeiro.

Em 1871, Carl Menger, economista austríaco definiu o empreendedor como

aquele que se antecipa às necessidades futuras. Dentro deste pensamento,

entramos em outra questão: o empreendedorismo corporativo. Através do

intraempreendedorismo, como também é chamado, podemos ressaltar que, mesmo

depois de se empreender um novo negócio, é necessário que, dentro deste haja

ações de empreendedorismo, seja na criação de um novo setor da empresa, de uma

nova política, ou de um novo ramo de atuação, para que a empresa continue se

antecipando aos fatos e mantendo sua competitividade no mercado.

Dentro das características dos empreendedores, Dornelas (2003) destaca as

de ser visionário, saberem tomar decisões, são indivíduos que fazem a diferença,

sabem explorar ao máximo as oportunidades, são determinados e dinâmicos, são

dedicados, são otimistas e apaixonados pelo que fazem, são independentes e

constroem seu próprio destino, são líderes e formadores de equipes, são bem

relacionados (network), são organizados, estão sempre planejando, possuem

conhecimento, assumem riscos calculados e criam valor para a sociedade.

Leite (2000) destaca, entre as qualidades pessoais de um empreendedor, a

iniciativa, a visão, a coragem, a firmeza, a capacidade de tomada de decisão, a

atitude de respeito humano e a capacidade de organização e direção.

Segundo Baumol (1986), o empreendedor tem uma função diferente: é seu

trabalho localizar novas idéias e colocá-las em prática. Ele deve liderar, talvez ainda

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inspirar; ele não pode deixar que as coisas se tornem rotineiras e, para ele, a prática

de hoje jamais será suficientemente boa para amanhã. Em resumo, ele é inovador e

algo mais. Ele é o indivíduo que exercita o que na literatura da administração é

chamado de “liderança”. E é ele quem está virtualmente ausente. Ou seja, mesmo

não estando, ele é percebido como se estivesse.

Pode-se observar que a capacidade de empreender sempre envolve a

capacidade de inovar, seja de forma direta ou indireta. A inovação é um instrumento

específico do espírito empreendedor, é um ato de “contemplar os recursos com a

nova capacidade de criar riqueza”, já que a inovação cria um recurso.

Quanto à inovação, ao contrário do que se parece, a maioria dos

empreendedores tem por objetivo alcançar a independência profissional e não

necessariamente de criar negócios inovadores. É interessante observar que as

pessoas criam novos negócios por razões diferentes. Bessant e Tidd (2009, p. 288)

classificam os empreendedores em três categorias: Empreendedores “como um

modo de vida”, Empreendedores do crescimento e Empreendedores inovadores.

Observe a seguir, no Quadro 3, as características de cada categoria de

empreendedor segundo Bessant e Tidd (2009, p. 288):

Quadro 3: Categorias de Empreendedores segundo Bessant e Tidd (2009, p.288)

Categoria de Empreendedor

Características Exemplo

“Como um modo de vida”

Indivíduos que procuram independência e desejam ganhar a vida com base nas suas possibilidades e valores pessoais.

Explora uma experiência: Consultoria profissional individual. Explora um ativo: Negócios artesanais, lojas.

“Do Crescimento”

Indivíduos que buscam se tornar ricos e poderosos através da criação e do crescimento agressivo dos negócios. Tendem a criar corporações muito grandes por meio das aquisições, dominando mercados nacionais e tornando-se influentes.

Empresas de varejo, de imóveis e de bens (commodities).

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“Inovadores”

Indivíduos guiados pelo desejo de criar ou mudar algo, independentemente do setor de atuação. Seus principais objetivos são alcançar a independência, a reputação e a riqueza.

Empreendedores tecnológicos e sociais.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

A capacidade de empreender não está relacionada a um traço de

personalidade, mas à um comportamento do indivíduo. Drucker (2008) vê o

empreendedor como um ser que está sempre buscando a mudança, reage a ela, e a

explora como sendo uma oportunidade. Ressalta, ainda, que os empreendedores

bem sucedidos, qualquer que seja sua motivação pessoal, tentam criar valor e fazer

uma contribuição.

Quanto às características de um empreendedor citadas acima, observe a

seguir na Figura 1, em ordem cronológica, um resumo das principais características

dos empreendedores definidas pelos autores citados acima. As mais citadas, que

foram consideradas as mais relevantes, são as de os empreendedores serem

indivíduos visionários, inovadores, líderes e que assumem riscos calculados.

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Figura 1: Caracterização histórica do indivíduo empreendedor.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

1725 •Richard Chantillon: Assumem riscos.

1800 •Jean-Baptist Say: Transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de

produtividade mais elevada e de maior rendimento.

1971 •Carl Menger: Se antecipa às necessidades futuras.

1949 •Shumpeter: Não necessariamente inventa, mas realiza coisas novas.

1973 •Kirzner: Identifica oportunidades na ordem vigente.

1986 •Baumol: Localiza novas idéias e as coloca em prática, ou seja, inovar. Deve liderar, talvez ainda inspirar.

1999 •Filion: Capacidade de fixar alvos e objetivos, e de perceber e detectar as oportunidades.

2000 •Leite: Ter iniciativa, visão, coragem, firmeza, capacidade de tomada de decisão, atitude de respeito humano e

capacidade de organização e direção.

2003

•Dornelas: Visionários, tomadores de decisão, fazem a diferença, exploram ao máximo as oportunidades, determinados e dinâmicos, dedicados, otimistas e apaixonados pelo que fazem, independentes e constroem seu próprio destino, líderes e formadores de equipes, bem relacionados, organizados, sempre planejando, possuem conhecimento, assumem riscos calculados e criam valor para a sociedade.

2008 •Drucker: Busca constantemente a mudança, reage a ela e a explora como sendo uma oportunidade.

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Essas informações se organizam sob a análise comparativa de Filion (1999)

das características de um empreendedor vistas de diferentes áreas de estudo. Para

os especialistas em finanças, sua principal característica é sua capacidade de

assumir riscos calculados, enquanto, para os engenheiros, são bons distribuidores e

coordenadores de recursos. Já os especialistas em gerenciamento os definem como

visionários enquanto os da área do marketing os caracterizam, principalmente, como

identificadores de oportunidades. Os economistas observam o empreendedor como

um indivíduo inovador, e os comportamentalistas o associam à criatividade,

persistência e liderança.

Dornelas (2003) categoriza e descreve, ainda, cinco diferentes tipos de

habilidades que podem ser encontradas em um perfil empreendedor. Observe no

Quadro 4 os tipos de habilidade empreendedora classificados pelos autor:

Quadro 4: Tipos de habilidades empreendedoras, segundo Dornelas (2003).

Habilidade Caracterização

Motivação para a realização Um desejo de fazer acontecer, de atingir um alto padrão de realização/atingimento de objetivos.

Autocontrole (do destino)

Sentimento de influenciar o curso dos eventos da sua vida. O destino é definido mais por algo interno da pessoa do que devido a fatores externos.

Propensão a assumir riscos

Tomar riscos calculados e buscar informações

antes de agir. Desejo de ser responsável pelas

ações.

Resolução de problemas

Alguém que sabe resolver problemas de forma

realista e toca uma operação/negócio sem

necessitar de muita ajuda dos outros.

Influenciador

Aquele que encontra pessoas que o ajudam a

satisfazer seus próprios objetivos. Sabe

convencer as pessoas a trabalharem para a

realização de um objetivo estipulado por ele.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

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2.3 Caracterização das gerações

Para melhor compreensão da geração a ser estudada, a Geração Y, é de

suma importância que se aborde o tema as gerações que a antecederam – a

geração dos Baby Boomers e a Geração X – e a que a sucede – a Geração Z.

2.3.1 Baby Boomers

Kotler e Armstrong (2007) falam desta geração começando pelo período pós-

Segunda Guerra Mundial, período da “explosão de bebês”, do inglês, baby boom –

nome dado devido ao grande crescimento vegetativo do período que gerou 78

milhões de baby-boomers, nascidos entre 1946 e 1964.

Do ponto de vista do marketing, é um erro pensar que os boomers estão

envelhecendo e adquirindo um ritmo de vida mais calmo, na verdade, é considerado

o grupo de maior poder aquisitivo, tornando-se potenciais compradores que

precisam de uma geração que planeje suas finanças pessoais.

2.3.2 Geração X

Nesta geração, ao contrário da anterior, houve uma “escassez de

nascimentos”, que gerou 49 milhões de pessoas nascidas entre 1965 e 1976. Kotler

e Armstrong (2007) citam que o autor Douglas Copeland os chamou de Geração X,

devido ao fato de elas viverem à sombra dos baby-boomers e de lhes faltar

características claras que as diferenciem. Outras pessoas a chamam de geração de

baby-busters (geração do meio), entre os baby-boomers e a Geração Y.

Kotler e Armstrong (2007, p. 60) caracterizam os integrantes da geração X,

dizendo que eles:

São definidos muito mais pelas experiências que compartilham do que pela idade. O aumento no índice de divórcio dos pais e o maior número de mães trabalhando fora fizeram deles a primeira geração de crianças a ter a chave de casa. Devido ao fato de terem nascido em tempos de recessão e downsizing nas empresas, eles são mais cautelosos com o dinheiro. Eles se preocupam com o meio ambiente e respondem favoravelmente às empresas com responsabilidade social. Apesar de buscarem o sucesso, são menos materialistas; prezam a experiência, e não a aquisição. São românticos cautelosos que querem melhor qualidade de vida e estão mais interessados na satisfação no emprego do que em sacrificar a felicidade e o

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crescimento pessoal em nome de uma promoção. Para muitos desses 30 milhões de pessoas da geração X que têm filhos, a família vem em primeiro lugar, e a carreira, em segundo.

2.3.3 Geração Y

Segundo os dicionários MacMillan (2007) e Longman (2008), a expressão

Geração Y, do inglês, Generation Y, representa as pessoas nascidas entre os anos

1980 e 1990. São jovens filhos da Geração X, nascidos 1960 e 1970, netos dos

Baby Boomers, nascidos durante o período da “explosão de bebês”, do inglês, baby

boom – nome dado devido ao grande crescimento vegetativo do período – até o final

da Segunda Guerra Mundial, que corresponde ao período de 1930 a 1950.

Kotler e Armstrong (2007) pensam que tanto os baby-boomers quanto os da

geração X um dia passarão o bastão para a geração Y, também chamada de echo-

boomers. Nesta teoria, os integrantes da Geração Y são os nascidos entre 1977 e

1994, contabilizando em 76 milhões de adolescentes e jovens adultos na atualidade.

Observe na Figura 2, a seguir, a análise comparativa das gerações segundo

Kotler e Armstrong (2007, p. 59 a 62) que evidencia o período de nascimento dos

indivíduos, a denominação das gerações e as suas principais características

segundo a área de estudo do marketing:

Figura 2: Análise comparativa das gerações segundo Kotler e Armstrong (2007).

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

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Pode-se observar na descrição acima que essa segmentação por estilo ou

estágio de vida auxilia Kotler e Armstrong (2007) a estudar das estratégias de

marketing, já que cada uma apresenta características singulares de comportamento.

Essas características são explicadas devido ao momento histórico em que cada

grupo de indivíduos viveu e vive, às suas diferentes necessidades e hábitos.

Drucker (2008) deixa sua hipótese de que os eventos que explicam por que o

empreendimento se torna eficaz, provavelmente, não são, em si, eventos

econômicos. As causas, possivelmente, estariam nas mudanças em valores,

percepções, atitudes, talvez mudanças demográficas e mudanças na educação.

Oliveira (2010) se refere à geração Y, como os nascidos entre 1980 e 1999 e

que possuem características como serem curiosos e questionadores, extremamente

informados, possuírem grande conhecimento de línguas, criativos; buscarem por

novas experiências, optarem por padrões informais, terem necessidade constante de

reconhecimento e serem individualistas. Além disso, têm a necessidade de estarem

buscando costantemente conexões (networking), o que contradiz sua característica

individualista, já que têm a necessidade de compartilhar parte de suas vidas através

do uso de redes sociais. Eles se comunicam incessantemente através de programas

de mensagem instantânea (msn, gtalk, etc), torpedos SMS, telefone celular e redes

sociais online (Facebook, Orkut, Twitter, etc). Seus projetos pessoais são de prazos

curtos e imediatos, pois focam em resultados. É importante salientar que o foco em

resultados apresenta aspectos positivos e negativos. A parte positiva é que o

mercado e as atividades profissionais são construídos a partir de resultados. O

ponto negativo é que esses jovens nem sempre estão preocupados em atingir os

resultados esperados pela sua instituição, o que culmina em uma alta rotatividade

desses jovens em seus empregos.

No artigo “Como a Geração Y está reinventando o jeito de fazer negócio”, da

revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (Ed. 245, Junho/2009), os autores

Carin Hommonay Petty e Katia Simões apresentam a Geração Y como quem “já

ganhou o mundo sem sair de casa, se diverte enquanto trabalha duro e fatura

milhões investindo pouco”. Sobre eles, os autores afirmam:

Representantes da chamada geração Y ou geração milênio, como foram

batizados os nascidos dos anos 80 para cá, sua forma de pensar e agir pode atordoar - mas sobretudo surpreender - quem veio ao mundo antes do

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controle remoto. Impacientes e criativos, imediatistas e versáteis, eles começam a ganhar milhões com os seus projetos.

Neste artigo, os autores levantam as principais características dos jovens

desta geração: domínio da tecnologia, mais colaboração e menos hierarquia,

capacidade de inovação, imediatismo, atuação global e em nichos específicos, e a

preocupação com a sustentabilidade.

A tecnologia é uma ferramenta barata e poderosa. A Geração Y tem afinidade

institiva com a internet, seja no lazer ou no trabalho, o que faz com que eles

consigam facilmente na web informações sobre fornecedores, clientes e tendências

de consumo.

Os autores explicam que a Geração Y se diferencia pelo alto poder gregário,

pois como cresceram em um mundo online, são mais abertos a cooperar com os

outros, dividir e discutir idéias. O artigo cita um estudo feito pelo americano Don

Tapscott e exemplifica essa característica dos jovens empreendedores:

Um estudo com quase 6 mil jovens de 12 países - Brasil incluído -, coordenado pelo americano Don Tapscott, autor do best-seller Wikinomics e do recém-lançado Grown up Digital (ainda sem versão em português) apontou outra característica desses jovens: forte rejeição à hierarquia das empresas. […] Tome-se como exemplo o caso da FingerTips, a desenvolvedora de aplicativos para iPhone de Breno. "Não controlamos horários e nossos programadores podem trabalhar em casa", conta. "Cada um tem liberdade para encontrar a melhor forma de realizar suas tarefas", complementa ele, totalmente sintonizado com duas outras tendências apontadas pelo levantamento de Tapscott: a valorização da autonomia e a qualidade de vida.

Outra característica citada no artigo é a do imediatismo da Geração Y,

explicando que eles buscam velocidade e não possuem o hábito de esperar, o que

pode ser bom em um mundo tão globalizado, mas ruin para as estratégias de longo

prazo:

Tamanha pressa pode dar agilidade aos negócios - fator essencial para o sucesso num mundo que gira cada vez mais rápido. Mas, em excesso, o imediatismo também atrapalha. "Reflexão e estratégia pedem tempo", alerta Mathieu Carenzo, diretor administrativo do Centro para Empreendededorismo da IESE Business School, da Espanha. "Eles têm dificuldade em entender que é preciso esperar para obter bons resultados", afirma David Kallás, professor do Insper (novo nome do Ibmec São Paulo).

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Esses jovens atuam em escala global e em nichos bem específicos. "Graças

às novas tecnologias, os jovens fazem negócios globais por definição", afirma Evers,

da Trendwatching. Um exemplo disso é o crescimento do e-commerce no Brasil.

A última característica apresentada no artigo é a preocupação desta geração

com a sustentabilidade, pois eles buscam a utilização de materiais orgânicos como

forma de reduzir a agressão ao meio ambiente.

Sendo assim, as principais características da Geração Y identificadas neste

tópico são a de possuírem o domínio da tecnologia, a de serem inovadores e

criativos, a de terem boa capacidade de comunicação e colaboração, a de

serem imediatistas em seus projetos e a de se preocuparem com a

sustentabilidade.

2.3.4 Geração Z

São poucos os estudos sobre esta geração que sucede a Geração Y, mas

pode-se observar que a principal diferença das outras gerações para a Geração Z, é

que esta está nascendo em um mundo tecnológico, digital e virtual. Desde a infância

possuem acesso à internet e à informação em tempo real. Essa vivência em um

mundo virtual pode gerar alguns problemas, como a dificuldade de relacionamentos

interpessoais, que acabam por caracterizar essa geração como silenciosa, que além

de pouco falarem, não possuem a capacidade de ser ouvinte.

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3 METODOLOGIA

3.1 Plano de Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa conclusiva descritiva, de caráter bibliográfico que,

para contextualizar, se fundamenta em consultas a livros, a artigos, a teses, a

dissertações, a revistas e a sites da internet, além de um estudo de verificação em

campo, com a finalidade de buscar o grau de coerência entre os elementos teóricos

e a realidade empírica.

A pesquisa tem por objetivo geral analisar o perfil empreendedor dos

empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens Empresários (AJE)

de Fortaleza, que os diferenciam das outras gerações e os tornam potenciais

empreendedores na atualidade. Para isso, o estudo tem por objetivos específicos a)

descrever as principais habilidades do empreendedor da Geração Y b) identificar as

principais características dos empresários da Geração Y.

Esta pesquisa qualitativa foi aplicada pessoalmente em forma de questionário

contendo questões dirigidas aos jovens empresários da Geração Y associados à

AJE Fortaleza, com a finalidade de obter resultados considerados relevantes para

problematização. Godoy (1995a, p.62) enumera as características essenciais de

uma pesquisa qualitativa as quais permitem a identificação deste tipo de pesquisa, a

saber:

(1) O ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como

instrumento fundamental;

(2) O caráter descritivo;

(3) O significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como

preocupação do investigador;

(4) O enfoque indutivo.

3.2 Delimitação da Pesquisa

É uma pesquisa qualitativa aplicada a uma amostragem por tipicidade ou

intencional. Segundo Richardson (1999), os elementos que formam esta

amostragem relacionam-se intencionalmente de acordo com as características

prescritas no plano e nas hipóteses formuladas pelo pesquisador. Marconi e Lakatos

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(2002) afirmam que a hipótese subjacente à escolha de uma comunidade típica

apresenta propriedades específicas em relação às características definidas para o

objeto de pesquisa, não se admitindo que os elementos selecionados sejam

atípicos.

Neste estudo, o sujeito-tipo, ou seja, aqueles que contemplam as

características essenciais e típicas de todos os integrantes de uma população têm

por principais características ser empresário, ter nascido entre as décadas de 80 e

90 (característica dos integrantes da Geração Y), ou seja, ter no ano de 2011 entre

18 e 32 anos de idade, e ser associado à AJE.

A AJE – Associação de Jovens Empresários reúne 60 (sessenta) jovens

empresários na faixa etária classificada como Geração Y, entre 18 e 32 anos de

idade. Neste ano de 2011, estes jovens entre 18 e 32 anos são nascidos entre as

décadas de 80 e 90. Tendo estes jovens as características do sujeito-tipo deste

estudo, foram selecionados aleatoriamente 15 (quinze) dos associados para

responderem ao questionário deste estudo, representando 25% dos associados de

diversas idades, ramos de atuação e grau de instrução.

3.3 Procedimentos de coleta

Para Marconi e Lakatos (2002, p.112), o questionário é um dos instrumentos

essenciais para a investigação social, cujo sistema de coleta de dados consiste em

obter informações diretamente do respondente. Sendo assim, neste estágio são

utilizados questionários com questões abertas (subjetivas) para que o respondente

emita seus pontos de vista livremente, e fechadas (objetivas) para que, de um

conjunto de respostas, possa ser escolhida a que melhor evidencia o ponto de vista

ou situação do respondente. A aplicação foi feita pessoalmente a alguns dos

integrantes da AJE – Associação de Jovens Empresários de Fortaleza, Ceará.

Para alcançar o objetivo deste estudo, o questionário constituiu um

instrumento para a caracterização dos respondentes como Geração Y, bem como de

seu perfil como empreendedor, identificando quais as principais habilidades

empreendedoras encontradas em jovens da Geração Y.

O procedimento de coleta se dá em duas etapas. Primeiramente, foram

elaborados perguntas para colher informações sobre o respondente como Geração

Y:

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I – Dados do respondente: sexo, idade e grau de instrução;

II – Dados da Empresa do respondente: porte e ramo de atuação;

III – Características do respondente: domínio da tecnologia, capacidade de

comunicação e colaboração, valorização da autonomia, busca pela inovação,

imediatismo, hábito de planejar, preocupação com a sustentabilidade e a procura por

investir em nichos específicos.

Em seguida, é aplicado um dos Testes de Perfil Empreendedor de Dornelas

(2003) “Avaliação das habilidades empreendedoras”, a fim de avaliar, dentro das

habilidades empreendedoras listadas pelo autor, as principais encontradas na

Geração Y, colhendo as informações necessárias para o alcance dos objetivos da

pesquisa.

3.4 Objeto de Pesquisa

O objeto de pesquisa deste estudo é a AJE – Associação de Jovens

Empresários localizada no município de Fortaleza, no Ceará. Seus associados

atuam em diversas áreas, como direito, engenharia, comércio exterior, finanças,

publicidade, jornalismo e administração.

Atualmente, a AJE reúne 60 (sessenta) jovens associados, tendo por

Coordenador Geral o consultor Carlos Ernesto Holanda. Seu objetivo principal é

congregar, no futuro próximo, em maior número, jovens lideranças preparadas para

assumir funções estratégicos nos seus respectivos municípios, estados e país;

lideranças com princípios baseados na ética e com aptidão para transformar a atual

realidade do nosso país por meio de ações empresariais ou políticas concretas.

Para associar-se à AJE Fortaleza é necessário estar na faixa etária de 18 a

32 anos e ser sucessor em linha direta ou empresário.

Sendo assim, considera-se esta associação, por reunir jovens empresários de

Fortaleza na faixa etária atualmente classificada como Geração Y (nascidos entre as

décadas de 80 e 90), ideal para que este estudo alcance seus objetivos.

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3.5 Processamento e Análise dos dados

Neste estágio é feita a tabulação dos dados e a organização sistemática destes

para que possibilite fornecer respostas aos problemas da investigação. Kerlinger

(1980, p. 353) define o processo de análise como “a categorização, ordenação,

manipulação e sumarização dos dados”.

Na primeira etapa do questionário (Anexo I), cada letra corresponde à uma

característica a ser estudada:

A: Domínio da Tecnologia

B: Capacidade de Comunicação e Cooperação

C: Valorização da Autonomia

D: Busca pela Inovação

E: Não possui o hábito de esperar

F: Hábito de Planejar

G: Preocupação com a sustentabilidade

H: Preferência por investir em nichos específicos

A análise dos dados é baseada na média aritmética simples da pontuação

geral dos resultados encontrados perante as características listadas, a fim de

identificar as mais pontuadas, que serão as principais encontradas nos empresários

da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens Empresários de Fortaleza,

Ceará

Na segunda etapa do questionário (Anexo II), a interpretação é baseada nas

pontuações dos questionários, definidas por Dornelas (2003). Para cada resposta do

questionário que corresponda ao Quadro 5, a seguir, é atribuído 1 (um) ponto.

Quadro 5: Respostas da Avaliação das Habilidades Empreendedoras (Dornelas, 2003)

Questão Resposta Questão Resposta Questão Resposta

1 c 13 c 25 c

2 c 14 a 26 b

3 a 15 c 27 a

4 a 16 c 28 c

5 a 17 c 29 b

6 c 18 c 30 a

7 a 19 b 31 a

8 b 20 b 32 b

9 b 21 a 33 c

10 a 22 c 34 a

Page 38: O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO ESTADO DO CEARÁ

11 b 23 b 35 b

12 C 24 c

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Para cada habilidade listada por Dornelas (2003), atribui-se 7 (sete) questões

do questionário:

Motivação para realização: questões 2, 5, 11, 12, 13, 19 e 20.

Autocontrole: questões 4, 8, 14, 18, 23, 28 e 31.

Propensão a assumir riscos: questões 7, 10, 17, 22, 24, 29 e 35.

Resolução de problemas: questões 3, 6, 9, 15, 21, 25 e 27.

Influenciador: questões 1, 16, 26, 30, 32, 33 e 34.

Calcula-se, então, a pontuação total de cada uma das habilidades

empreendedoras para que se possa observar a(s) que mais se destaca(m) no

indivíduo.

Os resultados totais desta etapa são submetidos a um cálculo de média

aritmética simples, a fim de definir as principais habilidades empreendedoras

encontradas nos empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens

Empresários de Fortaleza, Ceará.

3.6 Interpretação dos resultados

Para Gil (1999), a interpretação dos dados tem por objetivo a procura do

sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante a ligação com outros

conhecimentos já assimilados.

Nesta etapa, é feita a correlação entre os dados empíricos com a teoria

contemplada neste estudo, atendendo aos objetivos da pesquisa através da

comparação ente dados e teorias a fim de confirmar ou rejeitar hipóteses da

pesquisa.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Dos empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens

Empresários de Fortaleza entrevistados nesta pesquisa, 100% é do sexo masculino,

o que reafirma a predominação deste no empreendedorismo do Brasil. Quanto ao

grau de instrução, 40% dos entrevistados já possuem pós-graduação, outros 40%

possuem o nível superior completo e, apenas 20% possui o nível superior

incompleto. Podemos observar um alto grau de instrução dos jovens

empreendedores.

Quanto ao porte da empresa, varia entre micro empresa (13%), empresa de

pequeno porte (40%) e empresa de médio porte (47%). Estas empresas atuam em

ramos variados como, por exemplo, comunicação, construção, educação e TI, onde

identificamos uma atuação em nichos específicos por parte dos jovens empresários.

Observe no Gráfico 3 a seguir as diversas áreas de atuações destes jovens

empresários:

Gráfico 3: Ramo de atuação dos empresários associados à AJE Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Comunicação 7%

Construção 13%

Constultoria 7%

Educação 13%

Energia 7%

Finanças 20%

Marketing 13%

RH 7%

TI 13%

Ramo de Atuação

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Quanto às principais habilidades empreendedoras encontradas nos jovens

empresários da Geração Y associados à AJE, pode-se observar no Gráfico 4 o

destaque para as habilidades de autocontrole, de propensão a assumir riscos e de

motivação para a realização. Observa-se que as habilidades empreendedoras de

influenciar e resolver problemas necessitam ser trabalhadas nestes jovens.

Gráfico 4: Principais Habilidades Empreendedoras dos empresários da Geração Y associados

à AJE Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Também foram estudadas características específicas da Geração Y, como o

domínio da tecnologia, a capacidade de comunicação e cooperação, a valorização

da autonomia no trabalho, a busca pela inovação, o imediatismo versus

planejamento, a preocupação com a sustentabilidade e a atuação em nichos

específicos.

Quanto ao domínio da tecnologia, observe no Gráfico 5, a seguir, que 43%

possui um domínio muito bom, navegando facilmente na web para conseguir as

informações que precisa e utilizando-a como principal fonte de pesquisa, seguida

Page 41: O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO ESTADO DO CEARÁ

por 47% que são bons e apenas 7% moderados. Ou seja, a maioria desses jovens

empresários tem entre bom e excelente domínio da tecnologia.

Gráfico 5: Domínio da Tecnologia dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

O Gráfico 6 demonstra que 77% desses jovens empresários da Geração Y

associados à AJE Fortaleza tem boa capacidade de comunicação e cooperação com

os colegas, gostando de dividir e discutir ideias entre si.

Gráfico 6: Capacidade de Comunicação e Cooperação dos empresários da Geração Y

associados à AJE Fortaleza.

0%

3% 7%

47%

43%

Domínio da Tecnologia

Muito Ruin

Ruin

Moderado

Bom

Muito Bom

Page 42: O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO ESTADO DO CEARÁ

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Quanto à valorização da autonomia no trabalho, observe no Gráfico 7 que

40% dos jovens empresários sempre valorizam e 17% quase sempre valorizam.

Apesar do grau de valorização da autonomia ser alto, 23% raramente o valorizam ter

liberdade de encontrar a melhor forma de realizar suas tarefas.

Gráfico 7: Valorização da autonomia no trabalho pelos empresários da Geração Y associados à

AJE Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

A busca pela inovação desses jovens pode ser observada no Gráfico 8.

0%

3%

20%

37%

40%

Capacidade de Comunicação e Cooperação

Muito Ruin

Ruin

Moderado

Bom

Muito Boa

3%

23%

17%

17%

40%

Valorização da Autonomia no trabalho

Nunca

Raramente

Às vezes

Quase sempre

Sempre

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Gráfico 8: Busca pela inovação dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Pode-se observar que eles estam frequentemente buscando novas ideias,

entender a razão de “ser” das coisas a fim de encontrarem diferentes alternativas

para obter uma melhor resposta.

Quanto ao hábito de esperar desses empresários da Geração Y pertencentes

à Associação de Jovens Empresários de Fortaleza, 53% diz que espera às vezes,

40% espera raramente e 7% nunca espera, pois foca em resultados. Um fator

interessante é que nenhum deles tem o hábito de sempre esperar quase sempre ou

sempre. Observe no Gráfico 9 abaixo:

Gráfico 9: Hábito de esperar dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza.

0% 0%

7%

40% 53%

Busca pela inovação

Nunca

Raramente

Às vezes

Quase sempre

Sempre

Page 44: O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO ESTADO DO CEARÁ

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Já em relação ao planejamento, a maioria dos respondentes (54%) afirma

sempre ou quase sempre separar parte do tempo para definir estratégias e fazer

reflexões para não se precipitar nas decisões, o que de certa forma contradiz a

desvantagem relacionada com o fato de não haverem o hábito de esperar, ou seja,

podem não ter o hábito de esperar, mas têm em sua maioria o hábito de planejar.

Nenhum deles afirma nunca planejar e 17% afirmam planejar raramente. Analise, a

seguir, no Gráfico 10. É importante observar que aqueles que afirmam planejar

raramente são aqueles que também não possuem o hábito de esperar ou esperam

raramente.

Gráfico 10: Hábito de Planejar dos empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza.

7%

40% 53%

0% 0%

Hábito de esperar

Nunca

Raramente

Às vezes

Quase sempre

Sempre

Page 45: O PERFIL EMPREENDEDOR DA GERAÇÃO Y: UM ESTUDO DE CASO DA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS (AJE) DO ESTADO DO CEARÁ

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Quando o assunto é sustentabilidade, a maioria afirma se preocupar com o

meio ambiente sempre ou quase sempre, procurando inserir ações sustentáveis no

seu dia-a-dia. Observe no Gráfico 11 que todos se preocupam, mesmo que seja

raramente ou às vezes.

Gráfico 11: Preocupação com a sustentabilidade dos empresários da Geração Y associados à

AJE Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

0%

13%

33%

27%

27%

Hábito de Planejar

Nunca

Raramente

Às vezes

Quase sempre

Sempre

0%

10%

27%

36%

27%

Preocupação com a Sustentabilidade

Nunca

Raramente

Às vezes

Quase sempre

Sempre

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Em relação aos investimentos, a maioria dos empresários da Geração Y

procura investir em nichos específicos, independente da localização geográfica do

público-alvo do negócio. Observer, a seguir, no Gráfico 12, que apenas 6% nunca

investem e 13% investem raramente:

Gráfico 12: Preferência por investir em nichos específicos pelos empresários da Geração Y

associados à AJE Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

Observe novamente o Gráfico 3, onde se pode observar a variedade de áreas

de atuação desses jovens empresários, confirmando a preferência por atuar em

nichos específicos.

De maneira geral, fazendo uma média aritmética simples da pontuação

destes jovens em uma escala de 1 a 5, pode-se analisar as principais características

encontradas nos empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens

Empresários de Fortaleza, Ceará. Observe a seguir, no Gráfico 13.

A busca pela inovação teve a pontuação de 4,47, seguida pelo domínio da

tecnologia, com 4,3 pontos, e pela capacidade de comunicação e colaboração, com

4,14 pontos. Depois delas, mas significativamente pontuadas, segue com 3,8 pontos

a preocupação com a sustentabilidade, com 3,67 pontos a valorização da autonomia

e o hábito de planejar, e com 3,53 pontos, segue não possuírem o hábito de esperar

e terem preferência por atuar em nichos específicos.

6%

13%

27%

27%

27%

Preferência por investir em nichos específicos

Nunca

Raramente

Às vezes

Quase sempre

Sempre

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Gráfico 13: Principais características dos empresários da Geração Y associados à AJE

Fortaleza.

Fonte: Elaborado pela autora, 2011.

É importante observar, também, que todas as características acima

apresentadas estão acima da média da escala de 1 a 5, o que significa que todas

são, representativamente, características dos empresários da Geração Y associados

à AJE Fortaleza, mesmo que algumas estejam em maior evidência do que outras.

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5 CONCLUSÃO

Respondendo ao objetivo específico a) desta pesquisa, de descrever as

principais habilidades do empreendedor da Geração Y, as principais encontradas

nos empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens Empresários

(AJE) de Fortaleza são o autocontrole, a propensão a assumir riscos e a motivação

para a realização.

Quanto ao autocontrole, estes empresários pensam que o destino é definido

mais pelas suas próprias atitudes do que por fatores externos. Sendo assim, eles

sentem que influenciam o curso dos eventos da sua vida.

Tomar riscos calculados e buscar informações antes de agir é uma

característica intríseca ao empreendedor de sucesso e é fortemente identificado na

Geração Y, o que é um diferencial desta geração.

Esses jovens empresários tem o desejo de fazer acontecer e de atingir um

alto padrão de realização e atingimentos dos seus objetivos, sendo motivados para

a realização.

As habilidades de resolução de problemas e de influenciar necessitam ser

aprimoradas nesses empresários da Geração Y associados à AJE Fortaleza, o que

pode ser explicado pela juventude, ou seja, pela jovialidade e pouca experiência de

vida e trabalho. Para um desempenho ainda melhor, é importante que eles saibam

resolver problemas de forma realista sem necessitar de muita ajuda dos outros e

encontrar pessoas que os ajudam a satisfazer seus próprios objetivos, sabendo

convencer as pessoas a trabalharem para a realização de um objetivo estipulado por

ele mesmo.

Quanto ao objetivo específico b), de identificar as principais características

dos empresários da Geração Y, esses empresários apresentam, de forma geral,

todas as características associadas à Geração Y, como a criatividade e a

valorização da autonomia, tendo como destaque a busca pela inovação, o domínio

da tecnologia e a capacidade de comunicação e colaboração.

Essa busca pela inovação se dá pela facilidade dessa geração em quebrar

paradigmas para conceber novos produtos, serviços ou processos. Além disso, essa

geração tem, de forma instintiva, afinidade com a internet, o que facilita a busca por

informações na web sobre fornecedores, clientes e tendências de consumo. O

interessante é observar que, apesar de estarem todo o tempo conectados com a

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internet, eles não diminuem sua capacidade de comunicação e colaboração, pelo

contrário, eles utilizam a internet como ferramenta fundamental para isso. O jovem

dessa geração costuma ser mais abertos a dividir e discutir idéias, cooperando

primeiramente para o seu aprimoramento e consequentemente para o

aprimoramento dos outros.

Além dessas, esses jovens apresentam preocupação com a

sustentabilidade, buscando preservar o meio ambiente através da inserção de

ações sustentáveis em seu dia-a-dia. Também valorizam a autonomia para

realização de suas tarefas, não tendo muito gosto por estruturas organizacionais

hierarquizadas Eles buscam unir sua criatividade para atuar em nichos específicos,

independente da localização geográfica do mesmo.

O imediatismo nesses jovens empresários pode ser bom, pela rapidez de

suass ações, sem ter o hábito de esperar muito para obterem o que querem, mas

ruin, pois reflexão e estratégia requerem tempo. Mesmo com o mundo globalizado

exigindo rápidez e velocidade, os empresários da Geração Y procuram separar

tempo para refletir sobre suas estratégias para, quando forem assumir riscos,

assumam de forma calculada e planejada.

Respondendo ao objetivo geral desta pesquisa – analisar o perfil

empreendedor dos empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens

Empresários (AJE) de Fortaleza, Ceará, que os diferenciam das outras gerações e

os tornam potenciais empreendedores na atualidade – podemos resumir o perfil do

empreendedor dos empresários da Geração Y pertencentes à Associação de Jovens

Empresários (AJE) de Fortaleza, Ceará, como aqueles que são motivados pela

realização de seus projetos e planos, assumem riscos calculados e possuem

autocontrole, visto que julgam que suas próprias atitudes são o que definem seu

destino. Além disso, buscam incessantemente pela inovação, são criativos e

possuem o domínio da tecnologia, utilizando-a como ferramenta fundamental,

aprimorando sua capacidade de comunicação e cooperação com os colegas.

Respondendo à seguinte questão introdutória: “Quais as principais

características e habilidades encontradas no perfil dos jovens da Geração Y que os

tornam potenciais empreendedores na atualidade?”, esta investigação analisa que o

diferencial encontrado nesta geração que os torna potenciais empreendedores na

atualidade é a propensão em assumir riscos calculados, o comprometimento e gosto

pelo que fazem, a busca pela inovação e, principalmente, o domínio da tecnologia,

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visto que este auxilia na busca pela inovação e é fator fundamental para que uma

empresa se mantenha competitiva no mercado atual.

A contribuição deste estudo está na valorização do empreendedorismo jovem

no Brasil, visto que este representa a maioria dos novos empreendimentos e a

busca pela identificação das principais características encontrados nesta geração

que as tornam potenciais empreendedores. É importante observar os pontos fortes e

fracos desta geração a fim de que o perfil empreendedor dos brasileiros possa ser

aprimorado, mantendo-se competitivo no mercado. Vale ressaltar que essa geração

possui não só a capacidade de empreender em seus próprios negócios, mas

também de intraempreender, ou seja, mesmo que não empreendam em seus

próprios negócios, podem empreender dentro das empresas estão há mais tempo

no mercado, como funcionários.

As restrições deste estudo estão no seu alcance, pois são estudados apenas

os integrantes da Geração Y que são empresários em Fortaleza-Ceará, e na sua

amostra, que é bastante restrita e pequena devido à sua tipicidade. Estes fatores

excluem boa parte desta geração que vive em outros estados e países, que ainda

está em formação ou trabalha em empresas de outros que estão há mais tempo no

mercado, ou que não são associados à AJE Fortaleza.

Sendo assim, sugiro para pesquisas futuras que aprofundem este estudo

através do aumento da amostra e do alcance da pesquisa, ressaltando as variações

das características e habilidades entre diferentes estados ou países.

Sugiro, também, que as organizações pesquisem e criem ações de retenção

desta geração, procurando estudar melhor a capacidade de intraempreender da

Geração Y, compreendendo seu comportamento e, assim, atraí-los. Deste modo,

não só os negócios dos empresários da Geração Y se manterão competitivos no

mercado, mas o de todas as gerações que estão há mais tempo no mercado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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HARTLEY, J. Case study research. In: CASSELL, C.; SYMON, G. Essential guide to qualitative methods in organizational research. London: Sage, cap.26, 2004.

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ANEXO A

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade: Grau de Instrução:

Ramo de atuação da empresa: Porte da Empresa:

Classifique, de 1 a 5, as características abaixo de acordo com a sua personalidade. Marque um X no grau em que essa característica se enquadra a você.

1 – Nunca 2 – Raramente 3 – Às vezes 4 – Quase Sempre 5 – Sempre

CARACTERÍSTICAS 1 2 3 4 5

A Consigo facilmente na web as informações que eu preciso

A Utilizo a web como minha principal fonte de pesquisa

B Gosto de dividir e discutir minhas ideias

B Gosto de cooperar com meus amigos/colegas

C Valorizo ter a liberdade de encontrar a melhor forma de realizar minhas tarefas

C Não gosto de estruturas organizacionais hierarquizadas

D Sou curioso e questionador, buscando sempre entender a razão de “ser” das coisas

D Penso sempre em diferentes alternativas para obter a melhor resposta

E Não tenho o hábito de esperar, pois foco em resultados

F Separo uma parte do meu tempo para estabelecer uma estratégia ou fazer uma reflexão para não me precipitar nas decisões

G Tenho preocupação com o meio ambiente

G Busco inserir ações sustentáveis nas minhas atividades cotidianas, em casa, no empresa, na faculdade, entre outras.

H Procuro investir em negócios que atuem em nichos específicos, independente da localização geográfica do seu público-alvo

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ANEXO B

AUTO-AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES EMPREENDEDORAS (Dornelas, 2003)

Para cada questão, faça um círculo na resposta que está mais adequada às suas crenças ou ações, mesmo que aparentemente não tenham algo em comum com o que você faz/gosta de fazer. Esteja certo de selecionar aquela que você acredita ser a mais verdadeira, em vez da que você gostaria que fosse verdade. Mais uma vez cabe frisar que não existem respostas certas ou erradas, e a ideia aqui é avaliar como você observa seu ambiente atual... Seja rápido, não pondere! 1. Eu acredito que as pessoas que conheço e que são bem-sucedidas nos negócios:

a. Têm bons contatos

b. São mais habilidosas/espertas que eu

c. São parecidas comigo, mas talvez trabalhem mais arduamente

2. Eu gosto:

a. De ser fiel aos amigos e colegas

b. De ser muito sistemático em meu trabalho

c. De fazer o meu melhor em qualquer trabalho que assumo

3. Se chego em casa para descansar e ter uma noite relaxante e descubro que a pia da

cozinha está com vazamento:

a. Estudo o guia de “faça você mesmo” para ver se consigo consertar o problema

b. Convenço um amigo a arrumar a pia para mim

c. Ligo para um encanador

4. Em relação aos valores individuais, sinto que:

a. A maioria das pessoas recebe o respeito que merece

b. O valor individual das pessoas passa despercebido independentemente de quanto as

pessoas trabalhem

c. Os outros são quem determinam de forma significante o valor de uma pessoa

5. Meu objetivo na vida é:

a. Fazer uma grande quantidade de realizações bem-sucedidas

b. Servir ao meu país

c. Atingir um alto status na sociedade

6. Se tivesse uma noite livre, eu iria:

a. Assistir a um programa de TV

b. Visitar um amigo

c. Praticar um hobby

7. Se um funcionário que é meu amigo não estivesse fazendo seu trabalho corretamente:

a. Eu o convidaria para um drinque, falaria genericamente que as coisas não estavam

indo bem e esperaria que ele captasse a mensagem

b. Eu o deixaria sozinho e teria esperança de que ele se acertasse

c. Eu daria a ele um forte aviso e o demitiria se ele não se acertasse

8. Eu acho:

a. Que é difícil saber se uma pessoa gosta ou não de você

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b. Que o número de amigos que tenho depende de quão legal eu sou

c. Desenvolver relacionamentos duradouros é geralmente perda de tempo

9. Em meus sonhos diários, pareço geralmente como:

a. Um milionário em um iate

b. Um detetive que resolve um caso difícil

c. Um político discursando para comemorar uma vitória

10. Prefiro jogar:

a. Banco imobiliário

b. Roleta-russa

c. Bingo

11. Frequentemente desejo ser:

a. Um trabalhador solitário que ajuda os pobres

b. Bem-sucedido fazendo algo significante

c. Um verdadeiro devoto de Deus

12. Acho que por prazer e felicidade as pessoas devem:

a. Fazer caridades

b. Conseguir as básicas amenidades da vida

c. Enfatizar as realizações das pessoas

13. Frequentemente desejo:

a. Ser um realizador social popular

b. Ser um grande líder político

c. Fazer de algo de grande significância

14. As coisas ruins que nos acontecem são:

a. O resultado de falta de habilidade, ignorância, preguiça ou todas as três

b. Balanceada por coisas boas

c. Inevitáveis, e devem ser aceitas como são

15. Para fazer exercícios físicos, prefiro:

a. Entrar em um clube/academia

b. Participar de um time/equipe da vizinhança

c. Fazer caminhada no meu ritmo

16. Quando convidado para trabalhar com outros em um grupo, eu aceitaria com maior

prazer:

a. Outas pessoas que venham com boas ideias

b. Cooperar com outros

c. Tentar encontrar outras pessoas para fazer o que eu quero

17. Se meu chefe me pedisse para assumir um projeto decadente, eu:

a. O assumiria

b. Não assumiria se já estivesse cheio de trabalho

c. Daria a ele uma resposta em poucos dias após levantar mais informações

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18. Para ser bem-sucedido, eu preciso:

a. Dar um jeito de estar no lugar certo, na hora certa

b. Estar atento para influenciar os outros a fazerem as coisas como eu desejo

c. Trabalhar arduamente, porque não tem como lidar ou esperar pela sorte

19. Em qualquer trabalho que assumo:

a. Gosto de fazer planos avançados

b. Gosto de fazer o meu melhor

c. Gosto de assumir total responsabilidade

20. Sou mais feliz quando:

a. Estou fazendo os outros felizes

b. Sou bem-sucedido em meu trabalho

c. Sou o centro das atenções dos outros

21. Na escola eu preferia escolher cursos com ênfase em:

a. Trabalhos práticos

b. Em artigos, pesquisa, leitura

c. Provas, exames, testes

22. Ao comprar um refrigerador eu:

a. Escolheria uma marca conhecida e tradicional

b. Perguntaria aos meus amigos o que eles compraram

c. Compraria as vantagens de diferentes marcas

23. Eu acho que:

a. O mundo é tocado por poucas pessoas com poder e não há muito que os pequenos

possam fazer

b. O cidadão mediano pode ter uma influência nas decisões do governo ou dos que

detêm o poder

c. As decisões do governo e dos que detêm o poder são baseadas apenas no que é

correto para a maioria

24. Eu preferia:

a. Comprar um bilhete de loteria

b. Apostar em um jogo de futebol

c. Jogar uma partida de truco

25. Quando me encontro envolvido em situações complicadas:

a. Procuro ajuda de outros que estão mais bem preparados para lidar com a situação

b. Me retiro da situação

c. Cuidadosamente avalio a situação e busco respostas razoáveis

26. Meu relacionamento com os outros é reforçado quando:

a. As outras pessoas têm os mesmos objetivos que tenho

b. Posso influenciar os outros para alcançar meus objetivos

c. As outras pessoas têm objetivos que não entram em conflito com os meus

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27. Se estou em viagem de negócios com horário marcado para uma reunião e meu vôo

atrasa, pousando em uma cidade vizinha:

a. Alugo um carro e tento chegar ao destino final

b. Aguardo pelo próximo vôo

c. Reagendo a reunião

28. Em relação à minha vida:

a. Eu às vezes não tenho controle suficiente sobre o rumo que está tomando

b. Meus pais sempre terão controle sobre minhas principais decisões

c. O que acontece comigo é devido a mim mesmo

29. No passado eu estabeleci metas que requeriam:

a. Um tempo exorbitante e um esforço tremendo para serem atingíveis

b. Um alto nível de performance, mas metas atingíveis

c. Um esforço mínimo para serem atingidas

30. Prefiro colegas de trabalho que:

a. São capazes de se adaptar ou mudar

b. Lutam por aquilo que acreditam ser correto

c. São inexpressivos e altamente susceptíveis a sugestões

31. Ao fazer exames/testes no colégio, descobri:

a. Que se os estudantes estão bens preparados, dificilmente um teste é injusto

b. Estudar é geralmente inútil porque as questões dos exames geralmente não são

relacionadas ao conteúdo do curso

c. Os exames são injustos para todos os estudantes

32. Eu topo jogar cartas quando:

a. Jogo com bons amigos

b. Jogo com pessoas que me desafiam

c. Jogam por altas apostas

33. Supondo que eu tivesse um pequeno negócio de limpeza. Quando um amigo e

competidor meu morre subitamente:

a. Eu garanto à sua esposa que nunca tentarei pegar seus clientes

b. Eu oferecerei o suporte necessário até que a empresa de meu ex-competidor se

recupere

c. Vou até o escritório do meu ex- competidor e faço uma proposta para compra a

empresa dele

34. Quando trabalhando em grupo:

a. Eu tendo a influenciar pessoalmente os resultados

b. Eu me sinto inibido pelos outros e faço os outros atingirem os resultados

c. Eu trabalho arduamente para ajudar os líderes do grupo

35. Como membro do comitê de um novo projeto, se me deparo com uma grande falha,

minha reação é:

a. Encontrar e responsabilizar outros membros devido à sua participação no projeto

b. Assumir minha parte no problema e dar continuidade ao projeto

c. Tentar justificar as falhas com pensamentos positivos

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