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O PERFIL DA MÃO DE OBRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL, EM BOA VISTA/RORAIMA Dirceu Medeiros de Morais (UFRR) [email protected] Otaniel Mendes de Souza Junior (UFRR) [email protected] Na era globalizada em que no mercado de trabalho discute-se amplamente, não só no Brasil como no mundo, questões inerentes à qualidade dos produtos e produtividade da mão de obra, em que se criam novos meios de defesa do consumidor e as orgganizações são cobradas quanto a demonstrar sua eficiência técnico-administrativa, sócio-econômico e ambiental, torna-se mais importante, ainda, conhecer o perfil da força de trabalho. A mão de obra é um dos fatores decisivo no que se refere ao sucesso organizacional, especificamente quanto ao gerenciamento do processamento industrial, devendo-se vislumbrar as diversas condições contemporâneas e regionais, a saber: disponibilidade, habilitação, salários, acordos sindicais e trabalhistas entre outras. Estas condições determinam várias decisões a serem tomadas na implantação de um empreendimento. Este trabalho procurou analisar, sem esgotar o tema, uma série de atributos associados à mão de obra da indústria da construção civil no município de Boa Vista, Roraima, com o intuito de elucidar a situação presente e buscar alternativas para contribuir com bom desempenho do cenário atual. Como metodologia foram realizadas entrevistas com trabalhadores das principais construtoras locais e com isso, pode-se vislumbrar possíveis caminhos de atuação para otimização a mão de obra da construção civil, tanto com relação à função social quanto aos aspectos econômicos. Palavras-chaves: Mão de obra, força de trabalho, construção civil XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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O PERFIL DA MÃO DE OBRA DA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL,

EM BOA VISTA/RORAIMA

Dirceu Medeiros de Morais (UFRR)

[email protected]

Otaniel Mendes de Souza Junior (UFRR)

[email protected]

Na era globalizada em que no mercado de trabalho discute-se

amplamente, não só no Brasil como no mundo, questões inerentes à

qualidade dos produtos e produtividade da mão de obra, em que se

criam novos meios de defesa do consumidor e as orgganizações são

cobradas quanto a demonstrar sua eficiência técnico-administrativa,

sócio-econômico e ambiental, torna-se mais importante, ainda,

conhecer o perfil da força de trabalho. A mão de obra é um dos fatores

decisivo no que se refere ao sucesso organizacional, especificamente

quanto ao gerenciamento do processamento industrial, devendo-se

vislumbrar as diversas condições contemporâneas e regionais, a saber:

disponibilidade, habilitação, salários, acordos sindicais e trabalhistas

entre outras. Estas condições determinam várias decisões a serem

tomadas na implantação de um empreendimento. Este trabalho

procurou analisar, sem esgotar o tema, uma série de atributos

associados à mão de obra da indústria da construção civil no

município de Boa Vista, Roraima, com o intuito de elucidar a situação

presente e buscar alternativas para contribuir com bom desempenho

do cenário atual. Como metodologia foram realizadas entrevistas com

trabalhadores das principais construtoras locais e com isso, pode-se

vislumbrar possíveis caminhos de atuação para otimização a mão de

obra da construção civil, tanto com relação à função social quanto aos

aspectos econômicos.

Palavras-chaves: Mão de obra, força de trabalho, construção civil

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

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1. Introdução

No mundo contemporâneo, globalizado e tecnológico, as organizações impetuosas buscam

estratégias que melhor as posicionem na corrida competitiva do mercado de trabalho. Neste

aspecto o investimento no capital humano tem sido uma das preocupações constantes.

Conforme SESI (2005), com o aumento da competitividade empresarial, aliado ao contínuo

avanço tecnológico, as companhias dos mais variados segmentos industriais, passaram a se

preocupar mais com o aperfeiçoamento de suas equipes de trabalho, visando maior

produtividade e qualidade dos serviços e produtos ofertados.

Para vários autores inclusive Silva (2008), a indústria da construção civil é vista como um

setor industrial caracterizado por apresentar indicadores desfavoráveis em termos de

produtividade e qualidade. Nos últimos anos, tem-se observado o engajamento de diversos

órgãos dedicados à construção civil, tal como, o Sindicato da Indústria da Construção Civil –

SINDUSCON, de diversos Estados brasileiros, no sentido de programar uma série de

iniciativas voltadas à melhoria da produtividade e da qualidade dos serviços e produtos

ofertados, buscando reverter tais circunstâncias.

Para muitos autores entre eles Santos; Oliveira (2006), a não valorização dos trabalhadores

contribui significativamente para a situação em que a indústria da construção civil se encontra

atualmente. Os referidos autores confirmam, ainda, que o baixo grau de instrução e questões

culturais são os principais desafios enfrentados pelas construtoras.

Outras preocupações, como exemplo: técnicas construtivas tradicionais repassadas de

operário para operário na maioria das vezes de forma errada; aspectos psicológicos dos

trabalhadores que precisam ser supervisionados e quando necessários corrigidos ou

valorizados; tanto quanto a distribuição dos elementos de vivencia do canteiro de obras são

aspectos que retrata o panorama atual da construção civil brasileira. Buscar soluções para

atenuar estes desafios demonstra a importância que as construtoras oferecem aos seus clientes

potenciais.

De acordo com BRASIL (2005), historicamente, o segmento da construção de edifícios

habitacionais brasileiro apresenta uma lenta evolução tecnológica, comparada a outros setores

industriais. As características da produção no canteiro de obras acarretam baixa produtividade

e elevados índices de desperdícios de material e mão de obra.

A partir da década de 1990, em função de vários fatores, tais como: fim das altas taxas de

inflação; efeitos da globalização da economia; retração do mercado consumidor e o aumento

da competitividade houve uma modificação deste cenário. As construtoras começaram a

viabilizar suas margens de lucro a partir da redução de custos, do aumento da produtividade e

da busca de soluções tecnológicas e de gerenciamento da produção, de forma a aumentar o

grau de industrialização do seu processo produtivo.

A indústria da construção civil é considerada por muitos autores inclusive BRASIL (2005),

como grande propulsor da economia de um país, devido ser um dos setores industriais mais

sensíveis às mudanças. Segundo Picchi (1993) apud Eliete (2011), sua participação decresce

nos períodos recessivos, enquanto que seu crescimento é maior que a média nacional, em

épocas de expansão.

Além da significativa importância econômica da indústria da construção civil brasileira, este

setor tem relevante papel social, particularmente em função de dois aspetos, a saber:

relacionado à sua grande capacidade de absorção de mão de obra e; devido o elevado déficit

habitacional.

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Várias outras características acentuam a importância da construção civil, entre elas a

capacidade de geração de impostos. Este setor é o que gera mais impostos indiretos líquidos e

tem um papel importante sobre os impostos pagos por outros ramos de atividade. Por outro

lado, Segundo BRASIL (2005) e SEBRAE/MG (2005), a indústria da construção apresenta

um dos mais reduzido coeficiente de importação.

Segundo SEBRAE/MG (2005), a construção civil brasileira está em pleno crescimento, sendo

também um dos principais responsáveis por boa parte dos investimentos na economia. Este

setor é inegavelmente importante no processo de crescimento e desenvolvimento econômico

nacional, favorecido por uma série de características, tais como: elevado efeito multiplicador;

reduzida relação capital/produto (quando as necessidades relativas de investimento são

menores); é intensivo em mão de obra, inclusive não qualificada; tem forte componente

social, além de responder por uma parcela significativa dos investimentos.

Para CBIC (2002), pode-se ressaltar o impacto positivo que a construção civil exerce através

da geração de empregos na economia do país, pois a cada milhão de reais investidos na

produção, vinte e nove empregos diretos são gerados e a cada cem empregos diretos criados,

surgem mais vinte e um novos empregos indiretos e quarenta e sete novos empregos

induzidos.

Para Rodrigues (2008), o setor industrial da construção, mesmo durante a crise mundial

iniciada em 2008, ficou em segundo lugar em contratações, atrás apenas do setor do comércio.

No Brasil, apesar da criação de empregos formais em toda a economia ter batido recordes,

vale destacar que o crescimento de novas vagas na indústria da construção vem ocorrendo em

todas as regiões brasileiras.

Segundo Barreto et al. (2003), do ponto de vista organizacional a construção civil possui

características diferenciadas dos demais setores industriais por possuir processos construtivos

complexos e isso provoca uma grande dificuldade de uma solução padrão dos procedimentos

de trabalho.

Conforme vários autores inclusive Morais (2007), o produto da construção civil se apresenta

como um bem de grande valor de aquisição e, freqüentemente, diferente em cada obra

executada. Quanto ao seu processo construtivo, apresenta local de trabalho variado e

temporário, os canteiros de obras possuem arranjos físicos distintos, peculiares a cada obra. E

se apóiam numa produção quase sempre artesanal, que tendem a ser divididos em função das

diferentes fases da obra.

Segundo CBIC (1994), é incontestável a relevância econômica e social da indústria da

construção na economia brasileira. A atividade construtora é constantemente mencionada

como base do sistema econômico nacional, constituindo-se no caminho natural para a

consolidação do novo ciclo de desenvolvimento que o país passa.

Apesar do expressivo crescimento deste setor brasileiro, ocorre escassez de mão de obra

principalmente ofícios com maior qualificação. Deste modo, as construtoras já encontram

grande dificuldade em preencher seus quadros de funcionários, sendo obrigadas a reduzir o

grau de exigências.

A indústria da construção civil brasileira se caracteriza pela produção manufatureira. Segundo

Vargas (1984) apud Eliete (2011), em função da dificuldade em imobilizar máquinas e

equipamentos, grande parte dos afazeres é feita pelos operários, com uso de pequenas

ferramentas e equipamentos, e dependem totalmente da sua habilidade, de seu conhecimento

técnico e dos hábitos de trabalho.

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Conforme Farah (1988) apud Eliete (2011), em virtude da complexidade e da diversidade dos

conhecimentos dos ofícios deste setor, o seu aprendizado e aperfeiçoamento é um processo

extensivo. Por toda vida profissional o trabalhador desenvolve a sua habilidade, sendo a sua

experiência proporcional ao tempo de serviço.

Na construção civil brasileira a contratação da mão de obra geralmente não é realizada por

meio de uma seleção e treinamento formal. Com isto, as empresas acabam submetendo seus

processos de produção e estrutura organizacional aos hábitos provenientes da cultura de seus

operários, cultura essa, ainda ligada à sua origem social, o campo.

Conforme a autora referida anteriormente, diferentemente das outras indústrias, na construção

civil a produtividade é muito mais sensível e dependente do operário. Em particular, as

comunicações no processo produtivo são, na maioria das vezes, do tipo homem-homem, onde

a gestão humana é mais determinante do que a gestão técnica. Isto quer dizer que o ritmo e a

qualidade do serviço dependem quase que exclusivamente da mão de obra. Como resultado da

gestão humana, a estrutura hierárquica do ofício tornou-se, assim, o instrumento mais

eficiente de controle da produção.

Para Grandi (1988) apud Melhado; Souza (1991), durante o processo de colonização brasileira

a força de trabalho da indústria da construção era constituída por trabalhadores assalariados,

auxiliados multas vezes por escravos. Com a vinda da Família Real e a Abertura dos Portos,

muitos arquitetos estrangeiros passaram a contribuir na construção civil nacional. Também

nesse período surgem as primeiras escolas de engenharia.

Segundo os referidos autores, os anos de 1850 a 1930, são considerados o período da efetiva

formação da construção civil nacional. A construção ferroviária surgiu com destaque, sendo

que a atuação das empresas estrangeiras foi de grande influência para o surgimento de uma

classe operária de prestígio e bem organizada politicamente. De 1930 a 1950, nota-se uma

progressiva interferência do Estado. As inovações tecnológicas introduzidas foram

acompanhadas de uma gradativa desqualificação do profissional deste setor. De 1955 a 1970,

o mercado da construção civil foi marcado por uma forte demanda. Acentuou-se seu papel

sócio-econômico como absorvedor de mão de obra. O operário perdeu a casta de elite do

início do século e passou à categoria de peão.

Segundo FIESP (2011), a crise financeira internacional, em 2009, teve reflexos expressivos

no desempenho da indústria da construção como um todo, mas não mudou a trajetória de

longo prazo. Mecanismos de incentivos fiscais do Governo Federal, tais com: oferta de

crédito com juros mais atrativos; programas federais como o Minha Casa Minha Vida;

aumento da renda real do trabalhador e a queda do desemprego foram os principais

responsáveis pela expansão industrial deste segmento em 2010.

Para o referido autor, os números de 2009 são resultados de um ciclo de crescimento iniciado

em 2005 e que alcançou seu auge em 2008. O crescimento expressivo da cadeia produtiva da

indústria da construção civil se traduziu em mais postos de trabalho. Entre 2005 e 2009, foi

gerado 1,46 milhão de novas ocupações. O setor da construção, por ser um dos mais

intensivos em mão de obra, respondeu por 73% deste total.

É importante observar que o crescimento da ocupação deu-se juntamente com um forte

movimento de formalização das atividades, o que se refletiu no aumento expressivo do

número de empregados com carteira de trabalho registrada. De dezembro de 2005 a dezembro

de 2009, o emprego com carteira na indústria da construção registrou crescimento de 45%, ou

10% ao ano.

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Segundo CBIC (2011), em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria da construção

atingiu crescimento recorde de 11%, em relação a 2009. O desempenho de 2010 foi o melhor

desde a década de 1970. O setor imobiliário respondeu por 60% do crescimento registrado

neste ano e o restante veio das obras de infraestrutura.

De acordo com o referido autor, em 2010, o emprego com carteira assinada na construção

civil cresceu mais que o dobro da média nacional nas seis maiores regiões metropolitanas do

país. Neste setor, entre janeiro e outubro de 2010 o número de empregados com carteira

assinada aumentou 15,1% comparado com igual período de 2009. Enquanto isso, a ocupação

na construção civil como um todo teve um acréscimo de 7%. O setor encerrou 2010 com um

estoque de 2,8 milhões de trabalhadores e a falta de mão de obra continuará sendo um

problema nos próximos anos.

A construção civil brasileira retomou a rota do crescimento iniciada em 2005, mas trata-se de

um percurso que está apenas iniciando. O Brasil atualmente passa por um momento único:

crescimento contínuo, com grandes perspectivas de novos investimentos decorrentes de vários

eventos de grande porte como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Na

trajetória rumo ao crescimento contínuo existem grandes desafios e vão exigir o envolvimento

de governantes, empresários e de toda a cadeia produtiva.

Segundo Eliete (2011), a dificuldade em se atingir a qualidade desejada do produto, aliada à

complexidade e diversidade das tarefas da indústria da construção civil, dificultam a sua

produção. Para solucionar desafios como estes as construtoras recorrem tanto à

subcontratação de serviços específicos como à subempreitada da mão de obra.

Atualmente na construção civil além das dificuldades de planejamento e controle da produção

existe outro fator agravante, a crise de mão de obra que aflige o setor, que conforme Leusin

(1993) apud Eliete (2011), um dos agentes provocadores deste colapso é o financiamento

farto.

Para enfrentar a atual crise de mão de obra, algumas estratégias podem ser formuladas, como

as indicadas por Vargas (1984) apud Eliete (2011), segundo a qual sem modificar sua base

tecnológica de produção e com intenção de racionalizar o trabalho, as construtoras buscam

reduzir custos e aumentar a produtividade, norteado pela busca de materiais, métodos e

gerenciamento da produção que favoreçam a racionalização do processo construtivo.

De acordo com Eliete (2011), o crescimento recente da construção civil carece modificações

no aspecto da sua industrialização e em adotar novas prática de racionalização, baseadas na

flexibilidade da produção e na participação da mão de obra nas deliberações na organização

do trabalho.

Segundo a referida autora, estes mecanismos não representam, no entanto, uma alteração

significativa. As construtoras continuam tendo dificuldades no planejamento e gerenciamento

das obras e dependendo da sua mão de obra, principalmente quanto à qualidade dos serviços e

produtos, da produtividade e da economia dos insumos.

1.1 A construção civil em Boa Vista/Roraima

Roraima situa-se na região norte do Brasil, sendo o Estado mais setentrional da federação.

Ocupa uma área de 224.298,980 km² e tem por limites: a República Bolivariana da Venezuela

ao norte e nordeste; a República Cooperativa da Guiana ao leste; o Estado do Pará ao sudeste

e o do Amazonas ao sul e oeste.

Não se pode definir o perfil da mão de obra de uma região sem antes fazer referência à

história local. A narrativa da ocupação do Estado de Roraima confunde-se com a história da

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indústria da construção civil local. Os primeiros colonizadores chegaram no início da década

de 1660, quando os portugueses adentraram na bacia hidrográfica do rio Branco em busca de

pedras preciosas e indígena para serviços escravos. Antes dos portugueses, os ingleses e

holandeses, com finalidade de explorar a bacia do rio Branco através das Guianas, já tinham

sidos atraídos para a região. A soberania de Portugal só foi estabelecida após os espanhóis

invadirem a parte norte do rio Branco. Os colonizadores portugueses em conjunto com os

nativos indígenas, após assumirem o controle total da referida área, criaram diversos

povoados.

A história de Roraima é muito recente, pois apesar da bacia do rio Branco ter sido conhecida

em 1639, foi somente em 1775, quase três séculos após a descoberta do Brasil, é que foi

construído o Forte São Joaquim, marco consolidador da presença portuguesa na região.

Avaliar como o trabalhador da construção civil é aproveitado, obtendo um conhecimento

parcial da sua satisfação e proporcionar sugestões de como aumentar o contentamento no

trabalho tornou-se oportuno nos dias presentes.

São raros os estudos sobre o tema desta pesquisa em Roraima. Uma das poucas publicações

existentes, FIER (2007), analisou o trabalhador da construção civil no Estado de Roraima,

onde entrevistou uma pequena amostra de trabalhadores. Também, autores que publicam

obras sobre a história local, entre eles FREITAS (2009); OLIVEIRA (2009) e MIRANDA

(2009) retratam aspectos da indústria da construção civil observando exclusivamente o que

este setor industrial representa para a economia local.

Este trabalho pretende definir o perfil da mão de obra da construção civil, nos dias atuais,

dando ênfase no que diz respeito ao nível de satisfação dos operários junto à empresa que ele

trabalha, onde os resultados das análises dos dados levarão à proposição de ações visando à

melhoria da competitividade e da qualidade dos produtos finais.

2. Metodologia

A Figura 1, a seguir, apresenta um fluxograma contendo resumidamente a metodologia

aplicada neste estudo.

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Figura 1 – Fluxograma da metodologia aplicada no estudo

O tema em estudo buscou caracterizar a mão de obra da indústria da construção civil de Boa

Vista/RR, dando ênfase no que diz respeito aos aspectos profissionais e sociais do universo

analisado.

As construtoras participantes foram selecionadas considerando-se o foco na produção de

construções em Boa Vista/RR. No entanto, pela complexidade da referida indústria foram

considerados dois aspectos de limitações, a saber: primeiro, as construtoras deveriam ter obras

em andamento em Boa Vista/RR; segundo, deviam ser registradas no CREA/RR e no

SINDUSCON/RR. Também, se procurou distinguir se as construtoras possuíam sua sede

principal em Boa Vista/RR ou em outros Estados da federação.

Foram solicitados ao CREA/RR e ao SINDUSCON/RR relação das construtoras cadastradas

em 2010. De posse desse registro foram escolhidas as principais empresas que operavam em

Boa Vista/RR, de forma a obter maior acessibilidade aos trabalhadores nos canteiros de obras

e da sua disponibilidade de participar da pesquisa.

Para este trabalho estabeleceu-se algumas variáveis essenciais no processo produtivo da

construção civil, relativa à mão de obra, a saber: sexo; idade; escolaridade; condições de

moradia, de alimentação e de transporte; renda; saúde; hábito de lazer entre outros. O

questionário continha questões fechadas e abertas.

Para distinguir a população o critério adotado foi analisar operários que exerciam,

exclusivamente, atividades no canteiro de obras e que eram registrados na empresa com

carteira de trabalho registrada.

A análise dos dados envolveu procedimentos, tais como, codificação das respostas e cálculos

estatísticos. Também foram realizadas comparações de dados deste trabalho com estudos

similares realizados em outros Estados brasileiros.

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3. Resultados

3.1 Características das construtoras

Neste estudo participaram quatro construtoras: três roraimenses e uma de outro Estado

brasileiro. Todas operavam na cidade de Boa Vista/RR e os principais ramos de atividades

eram obras de construção civil e de infraestrutura. Todas possuíam mais de dez anos de

atuação no mercado e no período da ocorrência desta pesquisa possuíam, em média, duas

obras em construção.

A Tabela 1, a seguir, apresenta algumas características das construtoras participantes deste

estudo. Para manter a privacidade das empresas, aqui foram identificadas por letras

maiúsculas.

ATRIBUTOS CONSTRUTORA

A B C D

Tempo de atuação no mercado 18 anos 23 anos 16 anos 15 anos

N° de funcionários operacionais 48 25 68 251

N° de obras em andamento 3 7 2

Regime de contratação de mão

de obra

Trabalha em

conjunto com

empreiteira de

mão de obra,

além de outros

subempreiteiros

especialistas

Trabalha em

conjunto com

empreiteira de

mão de obra,

além de outros

subempreiteiros

especialistas

Trabalha em

conjunto com

empreiteira de

mão de obra,

além de outros

subempreiteiros

especialistas

Trabalha em

conjunto com

empreiteira de

mão de obra,

além de outros

subempreiteiros

especialistas

Tem certificado de algum

sistema de gestão da qualidade

Não Não Em processo de

implantação do

certificado do

PBQP-H

Tem implantado

certificado da

ISO 9001

Tabela 1 – Principais características das construtoras analisadas

3.2 Características da mão de obra

A seguir, serão apresentados alguns atributos que caracterizam os trabalhadores da indústria

da construção civil de Boa Vista/RR.

A Figura 2 apresenta a porcentagem de trabalhadores por sexo.

Masc.99%

Fem.1%

Figura 2 – Porcentagem de trabalhadores por sexo

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Pela Figura 2, observou-se que os trabalhadores do sexo masculino predominam na

construção civil em Boa Vista/RR, também é comum em outras regiões brasileiras. Tal fato

deve-se as exigências de esforço físico intenso que o processo construtivo na sua maioria

exige. Portanto, a ausência de mão de obra feminina não apenas em Boa Vista/RR, deve-se a

pequena quantidade de cargos que exigem pouco esforço físico neste setor industrial. Isto se

justifica em parte ao Decreto-Lei n° 5.452, de 01/05/1943, que aprovou a Consolidação das

Leis do Trabalho - CLT, cujo Art. 390 veta a contratação de mulheres para serviços avaliados

pesados.

Apesar do número de mulheres que trabalham na construção civil roraimense ser

significativamente inferior ao de homens, no momento, alguns Estados da federação

apresentam aumento relevante da mão de obra feminina nos trabalhos antes executados

exclusivamente por homens. Isto se justifica pela carência de mão de obra masculina para

algumas funções no mercado de trabalho. Diante da carência da mão de obra masculina, o

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI de diversos Estados, inclusive de

Mato Grosso do Sul, organizou cursos de aperfeiçoamento para mulheres interessadas em

atender essa demanda.

A Figura 3, a seguir, apresenta dados da faixa etária dos trabalhadores da construção civil de

Boa Vista/RR.

21,65%

16,49%

15,46%

19,59%

20,62%

6,19%

0,00%14 - 18

19 - 20

21 - 25

26 - 30

31 - 35

36 - 40

> 40

Figura 3 – Ilustração da faixa etária dos trabalhadores da construção civil de Boa Vista/RR

Na Figura 3 observa-se que a maioria dos trabalhadores da construção civil tinha idade

superior a 40 anos. Estudo semelhante realizados em Goiânia/GO, FUNDACENTRO (1991),

revelou que a maioria dos trabalhadores tinha entre 21 e 35 anos. Comparando este dado com

o obtido em Boa Vista/RR, percebeu-se que a mão de obra de Boa Vista/RR é mais velha. No

entanto, considerando a faixa etária entre 21 e 35 anos, a mais apropriada para o trabalho

pesado que o setor da construção civil solicita, onde os dados de Goiânia/GO e Boa Vista/RR

apresentaram percentuais de 58,93% e 55,67%, respectivamente, observa-se que em ambas as

localidades a maioria é apropriada para trabalhar na construção civil.

A Figura 4, a seguir, ilustra uma representação gráfica da procedência dos trabalhadores

analisados, por região geográfica brasileira.

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10

Nordeste46,39%Norte

50,52%

Centro Oeste2,06%

Suldeste1,03%

Figura 4 – Representação da procedência dos trabalhadores, por região brasileira

Conforme a Figura 4, a região Norte foi a mais indicada quanto à origem dos trabalhadores,

com 50,52%. Em seguida, a região Nordeste, com 46,39%. Para explicar a expressiva

migração para Boa Vista/RR pode-se mencionar a busca por melhor qualidade de vida e o

crescimento econômico do Estado de Roraima nos últimos anos.

A Figura 5, a seguir, apresenta o nível de escolaridade dos trabalhadores em estudo.

4,12%

54,64%

7,22%

13,40%

8,25%

4,12%

8,25%SEM INFO.

SUP. INC.

MÉD. COMP.

MÉD. INC.

FUND. COMP.

FUND. INC.

ANALFABETO

Figura 5 – Representação do nível de escolaridade dos trabalhadores analisados

Segundo a Figura 5 observa-se que a maioria dos entrevistados possuía o ensino fundamental

incompleto, concretizando o paradigma que a construção civil absorve trabalhadores com

baixo grau de escolaridade. Os principais fatores que influenciam no baixo grau de

escolaridade destes trabalhadores são: falta de recursos para se manter na escola; entrada

precoce no mercado de trabalho e, sistema educacional ineficiente gerando pouco interesse

em conseguir um trabalho melhor.

A Figura 6, a seguir, apresenta dados da qualificação profissional dos trabalhadores em

estudo.

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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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Sim25,77%

Não65,98%

Sem Infor.8,25%

Figura 6 – Representação da qualificação profissional dos trabalhadores em estudo

Conforme a Figura 6, a maioria dos entrevistados revelou que não tinham curso de

capacitação. Quanto aos que já participaram de cursos de capacitação apenas 25,77%

informaram já ter participado e 8,25% não informaram.

A Figura 7, a seguir, apresenta os dados quanto à forma de aprendizagem da profissão atual

dos trabalhadores analisados.

7,22%

15,46%

36,08%

7,22%

28,87%

2,06%

3,09%SEM RESP.

OUTROS

EXPERIÊNCIA PRÓPRIA

CURSO PROFISSINALIZANTE

FOI AJUDANTE

AMIGOS

PAIS

Figura 7 - Forma de aprendizagem da profissão atual dos trabalhadores em estudo

Da Figura 7, observou-se que 36,08% dos entrevistados responderam que antes de exercer a

profissão atual foram ajudantes de oficial; 28,87% começaram a exercer a profissão por conta

própria; 15,46% aprenderam com amigos e 7,22% aprenderam com os pais. Estes dados

revelam que a maioria dos entrevistados não aprendeu a profissão em cursos

profissionalizantes, representando 87,63%.

A Figura 8, a seguir, apresenta o tempo de serviço dos trabalhadores analisados.

22,68%

15,46%

9,28%

4,12%

4,12%

17,53%

3,09%

3,09%

11,34%

9,28%SEM RESPOSTA

16 ou mais

13 a 15

11 a 12

9 a 10

7 a 8

5 a 6

3 a 4

1 a 2

Menos de 1

Figura 8 – Representação do tempo de serviço dos trabalhadores analisadas

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Segundo a Figura 8, a maioria dos trabalhadores, 22,68%, estava no atual emprego apenas a

um ano. Foi expressiva a porcentagem de entrevistados que possuía de nove a dez anos,

17,53%; bem como os que estavam há dezesseis ou mais anos, cerca de 11,34%.

A Figura 9, a seguir, apresenta dados da rotatividade da mão de obra em estudo.

28,87%

38,14%

5,15%

4,12%

8,25%

9,28%

6,19%SEM RESP

Sup. A 10

9 a 10

7 a 8

5 a 6

2 a 4

1

Figura 9 – Representação da rotatividade da mão de obra em estudo

De acordo com a Figura 9, a maioria dos trabalhadores já trabalhou em duas a quatro

empresas, representando 38,14%. A rotatividade da mão de obra nas empresas não é benéfica

nem para a empresa, nem para os trabalhadores, pois o curto período de permanência numa

construtora prejudica e dificulta o aperfeiçoamento e a ascensão profissional do trabalhador,

proporcionando baixa produtividade e não-conformidade nos serviços.

4. Conclusão

Determinadas aspectos referentes à mão de obra da construção civil foram destacados neste

estudo, tal como, que os trabalhadores da construção civil de Boa Vista/RR são

predominantemente do sexo masculino e que devido a sua escassez no mercado as

construtoras locais, num futuro próximo, poderão ter a mesma dificuldade de obter mão de

obra, o que já ocorre em outros Estados brasileiros. Para atenuar este enigma alguns órgãos

como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, o Instituto Federal de

Roraima - IERR e a UFRR poderiam ofertar cursos de capacitação para o publico feminino

atender esta demanda.

Também, foi retratado que a maioria dos trabalhadores aprendeu a atual profissão quando

trabalhavam como ajudante de oficial. Assim sendo, programas de incentivo para capacitação

de operários é uma necessidade urgente, pois a qualificação dos trabalhadores é fundamental

para o desenvolvimento industrial de uma região.

Esta pesquisa servirá de incentivo para a realização de novos estudos de forma a envolver

construtoras, trabalhadores e demais entidades interessadas na promoção de melhorias e na

qualidade de vida dos trabalhadores da construção civil, como um dos requisitos ao aumento

da produtividade e redução de custos para as empresas desta atividade econômica.

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