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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 16, 17 e 18 de abril de 2013 O PERFIL COMPORTAMENTAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE ALOCAÇÃO DOS SERVIDORES DA CARREIRA DE EPPGG EM MINAS GERAIS Raíssa Cristina Lucena Veloso

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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013

O PERFIL COMPORTAMENTAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE ALOCAÇÃO DOS SERVIDORES DA CARREIRA DE EPPGG

EM MINAS GERAIS

Raíssa Cristina Lucena Veloso

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Painel 42/158 Estudos recentes sobre as carreiras de gestores

O PERFIL COMPORTAMENTAL COMO FERRAMENTA

ESTRATÉGICA DE ALOCAÇÃO DOS SERVIDORES DA CARREIRA DE EPPGG EM MINAS GERAIS

Raíssa Cristina Lucena Veloso

RESUMO Desde a primeira turma nomeada em 1992, um dos fatores preponderantes da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental - EPPGG do Governo de Minas Gerais tem sido o alto índice de evasão dos servidores Para implementar uma política sustentável de retenção dos talentos na administração pública estadual, algumas medidas foram adotadas a partir da criação do Núcleo de Gestão da Carreira de EPPGG na estrutura orgânica da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão em 2011, cuja principal ação é objeto de análise do presente trabalho: a adequação do perfil comportamental do EPPGG ao perfil organizacional para alocação dos egressos da Escola de Governo. O Sistema Predictive Index - PI é uma ferramenta que possibilita efetuar levantamento do perfil comportamental dos profissionais na mesma linguagem das funções, avaliar as necessidades motivadoras e os comportamentos voltados ao trabalho de cada profissional, bem como orientar o desenvolvimento potencial servidor em relação à carreira. A eficácia da iniciativa e a credibilidade da metodologia têm dirimido o caráter informal de processos anteriores de alocação ao constatar a redução de turnover e o incremento motivacional dos egressos; revertendo a cultura das indicações sem critério e das interferências pessoais no processo de alocação e nomeação, focando-se no mérito do profissionalismo.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 04

2 O CONTEXTO ATUAL DA CARREIRA DE ESPECIALISTAS EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL – EPPGG EM MINAS GERAIS..............................................................................................

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3 GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS E COMPETÊNCIAS DOS SERVIDORES PÚBLICOS..........................................................................

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4 O PERFIL COMPORTAMENTAL E ALOCAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS: A EVOLUÇÃO DO CONCEITO E SUAS METODOLOGIAS...........

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5 O Predictive Index – PI E O NÚCLEO DE GESTÃO DA CARREIRA DE EPPGG...........................................................................................................

20

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 25

REFERÊNCIAS .......................................................................................... ......... 29

ANEXO – Tabela 1: Distribuição funcional de EPPGG em 30.12.2012............... 31

4

1 INTRODUÇÃO

Na esfera pública, há, atualmente, um amplo debate sobre a cultura

vigente em suas instituições, em que se revelam aspectos como o de uma crise de

identidade; a falta de explicitação de valores, básicos e fundamentais, que norteiem

as ações e os objetivos organizacionais; e o de um perfil do servidor público que

apresente algumas competências básicas e universais, que lhe possam orientar sua

postura diante do trabalho.

Além destas competências básicas e universais, cada cargo, no serviço

público, corresponde a um perfil psicológico adequado e especifico, em função das

características inerentes às atividades que serão desenvolvidas pelo profissional.

Sobre isso, Almeida (2004) aponta para o fato de que cada cargo tem suas

características próprias. Vale ressaltar também que, “com o passar do tempo, a

estrutura mais reacional do indivíduo pode se modificar em função de fatos ocorridos

em sua história pessoal”.

Na iniciativa privada, os comportamentos, os valores e as atitudes

compatíveis com a cultura da organização e com as atividades do cargo são cada

vez mais exigidos dos candidatos em processos seletivos. Apesar de não se

conseguir um sucesso absoluto, a adoção de técnicas como testes psicotécnicos,

entrevistas e dinâmicas, auxiliam no diagnóstico dessas competências.

Neste sentido, as organizações públicas também devem avaliar o

candidato que pleiteia uma vaga a partir da observação de sua vocação para

atividades dessa natureza e do grau de alinhamento de seus valores com aqueles

idealizados e preconizados por esse tipo de cultura. Entretanto, a aplicação de

técnicas mais voltadas para o perfil psicológico dos candidatos a um cargo público

enfrenta grandes dificuldades. Como realça Almeida (2004), a prática de captação

e seleção, no serviço público, esbarra em uma atitude de cautela, por parte do

administrador público e dos técnicos da área de RH que trabalham em

organizações públicas, em resposta a uma legislação específica da área de

seleção, que os deixam mais vulneráveis a recursos e liminares, característicos de

um certame público.

5

Também é apresentada como justificativa, para o fato de não existir uma

seleção pública que dê conta, inclusive, dos aspectos pessoais do futuro servidor, a

grande dificuldade encontrada para se definirem critérios objetivos de avaliação dos

elementos considerados como subjetivos. O que ocorre, hoje em dia, é que os

processos seletivos públicos acabam evitando avaliar os candidatos quanto às suas

características pessoais, ou seja, suas atitudes, valores, motivação e outros traços

de sua personalidade. Consequentemente, a seleção pública, tal como é realizada

atualmente, limita-se à avaliação dos candidatos pelo conhecimento e habilidades

que possuem, sem que sejam avaliados pelas atitudes comportamentais, o que

dificulta, portanto, o alinhamento das competências individuais com as estratégias

organizacionais, conforme destacado por Kalil Pires et al. (2005). Dessa forma, a

seleção pública acaba por escolher candidatos bastante capazes intelectualmente,

mas, por vezes, sem o perfil adequado para um bom desempenho no cargo.

Esta situação possibilita pensar em outras formas de se viabilizarem as

competências individuais do servidor, ajustadas com as competências

organizacionais, como afirmam Kalil Pires et al. (2005, p.25). Além da seleção

mediante aplicação de provas e comprovação de títulos, outras formas de avaliação

devem ser incluídas. As organizações podem optar pela incorporação de mais uma

fase em seus concursos - como, por exemplo, a realização de um curso de formação

-, com o intuito de viabilizar a identificação das competências interpessoais,

estratégicas e gerenciais cuja observação não seria possível pela aplicação de

instrumentos, como provas escritas e comprovação de titulação.

É neste contexto que se acredita que a gestão por competências possa

contribuir para a alocação de pessoal no serviço público. Para tanto, deve-se fazer

uma análise da utilização de técnicas qualitativas, após a aprovação no certame

público, de maneira a melhorar o mapeamento do perfil do servidor. Através deste

método, não será possível eliminar todas as restrições encontradas, mas espera-se

minimizar essas diferenças e selecionar servidores que possam apresentar um

elevado desempenho em suas funções. Ainda pouco conhecida no setor público, tanto

no Brasil como no mundo, a gestão por competências significa olhar para o trabalho

por meio de uma lente que combina os conhecimentos, o saber-fazer, a experiência e

os comportamentos exercidos em contexto específico (AMARAL, 2006).

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A aplicação da gestão por competências nas organizações apresenta

como um dos postos-chave a possibilidade de identificar o corpo funcional da

organização. Suprir uma organização com bons profissionais significa, antes de

qualquer coisa, identificar as potencialidades de cada um deles, seus

comportamentos, seus valores e princípios. Um passo fundamental, rumo a uma

gestão de recursos humanos mais eficiente, é relacionar as atividades que precisam

de ser desenvolvidas em cada cargo e alocar as pessoas de acordo com sua

identificação com esse cargo, através de técnicas de análise próprias deste modelo

(VIEIRA E MACHADO, 2011)

O presente artigo visa apresentar de que forma a integração do inventário

comportamental dos servidores públicos aos sistemas de Gestão por Competências

tem possibilitado integrar as competências comportamentais dos cargos e pessoas

às demais avaliações de conhecimentos, performancee potencial dos profissionais,

permitindo ações sistêmicas e integradas de diagnósticos e desenvolvimento

profissional. Na iniciativa da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de

Minas Gerais – SEPLAG/MG, por meio do Núcleo de Gestão da Carreira de

Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental – EPPGG foi adotada

a metodologia do Sistema Predictive Index ® - PI cuja uma ferramenta possibilita

efetuar levantamento do perfil comportamental dos profissionais atuante ou

candidatos na mesma linguagem das funções, bem como avaliar as necessidades

motivadoras e os comportamentos voltados ao trabalho de cada profissional.

Nesse sentido, o objetivo geral do presente trabalho é apresentar uma

breve análise da relevante iniciativa implantada pelo Núcleo de Gestão da Carreira

de EPPGG, para o levantamento do perfil comportamental pessoal utilizando o PI

para os servidores e o PRO – Perfil do Cargo, como instrumentos para o

levantamento das características comportamentais para cada posto de trabalho, e

com isto – „a pessoa certa no lugar certo‟ – assegurar colaboradores mais motivados

e satisfeitos no desempenho de suas funções e, como consequência, maior

produtividade e redução de turn-over.

Para alcançar o objetivo proposto, esse artigo apresentará, na segunda

seção, o contexto atual da Carreira de EPPGG em Minas Gerais. Em seguida, será

relatado um breve histórico referente à gestão estratégica de pessoas e gestão por

7

competências adotada pela SEPLAG-MG e sua relação com o mapeamento de perfil

comportamental dos servidores em questão. Na quarta seção, em breve síntese,

apresenta-se a evolução do conceito de perfil comportamental e suas metodologias

hoje vigentes na alocação dos recursos humanos de uma organização. A

metodologia do Sistema Predictive Index – PI adotada pelo Núcleo de Gestão da

Carreira de EPPGG será descrita na quinta seção. O fechamento deste trabalho,

portanto, na sexta seção encerra com as considerações finais.

Importante salientar que o universo de análise da carreira de EPPGG no

presente trabalho baseia-se nos dados advindos de registros administrativos do

Sistema de Administração de Pessoal do Poder Executivo do Estado de Minas

Gerais (SISAP), com o recorte temporal de dezembro de 2012, quando o universo

de alunos egressos da Escola de Governo (EG) perfaz um total de 745formandos

de 22 turmas do Curso Superior em Administração Pública (CSAP). Destes

egressos 451 permanecem na carreira (60,53%) e 294foram exonerados (39,46%)

desde 1992.

Por fim, é relevante destacar queeste trabalho é uma breve introdução ao

tema, que servirá como base para outros trabalhos acadêmicos bem como para

diálogos com diversos autores e pesquisadores da área de Gestão de Pessoas na

Esfera Pública.

2 O CONTEXTO ATUAL DA CARREIRA DE ESPECILIASTAS EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL – EPPGG EM MINAS GERAIS

A carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão

Governamental está diretamente ligada à formulação, implementação, avaliação e

supervisão de políticas públicas, além de outras atividades relacionadas às áreas

de planejamento e gestão do Estado de Minas Gerais. As principais atribuições dos

EPPGG envolvem, entre outras atividades, o gerenciamento e a execução de

atividades relacionadas à elaboração, implementação, coordenação e controle de

políticas públicas; e a elaboração, proposição e coordenação de projetos e

iniciativas de inovação e modernização do modelo de gestão nos diversos órgãos

do Poder Executivo.

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O concurso para a carreira ocorre por meio da formação superior em

Administração Pública na Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho

da Fundação João Pinheiro, criada em 1992 com o propósito de contribuir para a

profissionalização do serviço público. O Curso Superior de Administração Pública

(CSAP), programa de graduação oferecido pela Escola de Governo, funciona de

maneira regular desde 1994 com um total de 745 alunos já graduados desde a sua

criação. Trata-se de uma proposta diferenciada em relação aos demais cursos

universitários brasileiros. Todos os acadêmicos da Escola de Governo recebem

uma bolsa de estudos equivalente a um salário mínimo, exigindo-se dedicação

exclusiva do estudante. Ao se graduar, o aluno do CSAP é automaticamente

nomeado para o nível inicial da carreira de Especialista em Políticas Públicas e

Gestão Governamental, a qual integra a estrutura do Poder Executivo do Estado

de Minas Gerais.

O curso e a carreira foram concebidos com base na ideia de que a

administração pública moderna, orientada por propósitos de eficiência e eficácia do

setor público, dependeria de forma significativa de servidores públicos bem

capacitados e qualificados. Os EPPGG‟s, comumente chamados de

“Administradores Públicos”, em referência à primeira denominação do cargo,

demonstraram, nos últimos anos, capacidade de assumir variadas funções e

responsabilidades, como o gerenciamento, a assessoria técnica, a direção ou a

coordenação de programas e projetos governamentais.

Os EPPGG mineiros são lotados no quadro de pessoal da Secretaria de

Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG, mas podem ter exercício nas diversas

unidades do Poder Executivo Estadual. Os servidores da carreira são distribuídos

entre os diversos órgãos, portanto, pode-se dizer que possuem uma atuação

matricial, uma vez que os EPPGG possuem relativa mobilidade institucional e a

carreira está inserida horizontalmente nos diversos órgãos.

Desde que a primeira turma de administradores públicos foi graduada e

nomeada em 1992, um dos fatores preponderantes da carreira tem sido o alto índice

de evasão. Pesquisas anteriores sobre o tema destacaram direcionamentos

relevantes para maior retenção destes servidores, com destaque para o

fortalecimento da carreira e a utilização do cargo em comissão como medida de

valorização remuneratória, a fim de manter o compromisso dos egressos da Escola

de Governo.

9

No entanto, aos gestores responsáveis por realizar a gestão estratégica

destes profissionais, coube refletir sobre quão importante é implementar uma política

sustentável de retenção dos talentos na administração pública estadual. Uma

decisão mais tradicional e imediata foi a revisão do plano de cargos e salários da

carreira, a partir de 2011. Contudo outras medidas foram adotadas a partir da

criação do Núcleo de Gestão da Carreira de EPPGG, pelo Decreto nº 45.794/2011,

integrado a Subsecretaria de Gestão de Pessoas na estrutura orgânica da

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG/MG, que por meio de

arranjos inovadores e, em observância aos critérios de valorização profissional, tem

reforçado práticas de orientação para resultados e meritocracia, cuja principal ação é

objeto de análise do presente trabalho: a adequação do Perfil Comportamental do

EPPGG ao perfil institucional para alocação inicial na carreira como fator

motivacional, qualificador do desempenho profissional e, como consequência,

garantidor de maior produtividade e redução do turn-over entre os servidores.

3 GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS E COMPETÊNCIAS DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Para Schikmann (2010), o conceito de gestão estratégica se refere a um

tipo de gestão que se preocupa com os objetivos e metas da organização e com o

desempenho e as formas de atuação mais adequadas para concretizá-los,

considerando-se o curto, o médio e o longo prazos. O foco é a definição dos

resultados esperados, o planejamento e o monitoramento das ações para seu

alcance.O planejamento estratégico da organização, em que são definidas as

diretrizes para desempenho, é desdobrado nos diversos níveis organizacionais até o

individual. O desempenho diz respeito não só à organização, mas também às

pessoas que nela atuam.

É nesse contexto que a gestão estratégica de pessoas, alinhada aos

objetivos e metas da organização, se preocupa com o perfil e com o quantitativo

adequados ao quadro de pessoal, para realizar as atividades que lhe são atribuídas,

garantindo o desempenho esperado.O modelo de gestão estratégica de pessoas

inclui, portanto, a definição dos perfis profissionais e da quantidade de pessoas com

tais perfis, necessários para atuar na organização. Além disso, abrange o

10

estabelecimento de uma política que oferecerá o respaldo adequado para a

sustentabilidade da gestão. Conforme destaca Schikmann (2010), essa política

deverá contemplar os aspectos relativos ao recrutamento de pessoal, à estratégia de

desenvolvimento profissional e pessoal, à estratégia de realocação e redistribuição

do pessoal, à avaliação de desempenho, à estrutura de carreira, à remuneração e

aos incentivos, entre outros.

No cenário aqui descrito, a área de gestão de pessoas deve conhecer a

essência da organização e de cada uma de suas áreas para garantir a melhor

aplicação e alocação possíveis dos recursos humanos, e deve ser a detentora das

informações sobre o perfil dos funcionários da organização e também sobre os

resultados, devendo coordenar os esforços para suprir as necessidades de pessoal

de uma forma altamente técnica, com a identificação dos perfis profissionais

adequados.Isso inclui a criação de oportunidades de crescimento profissional para

as pessoas da organização, uma vez que novas competências individuais poderão

ser necessárias. A atuação estratégica dessa área prevê que sejam reestudadas as

formas de seleção e alocação de funcionários, baseando-se na identificação das

competências essenciais para a organização e daquelas que podem ser obtidas fora

da organização.

Para tratar desse tema é necessário definir competência e, para isso,

entre as diversas definições existentes, destacamos a definição de Fleury e Fleury

(2004), apresentada a seguir: “Competência é um saber agir responsável e

reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos,

habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao

indivíduo.” Essa definição pressupõe a aplicação dos conhecimentos, habilidades e

atitudes do indivíduo na organização.

Entretanto, a materialização dessa aplicação, segundo Dutra (2008), só

se realiza efetivamente se o indivíduo realmente entregar suas competências à

organização. O conceito de entrega, proposto por Dutra, complementa a definição

de competência apresentada, e inclui a capacidade de entrega como um fator

condicionante à genuína aplicação dos conhecimentos, habilidades e atitudes

individuais. Assim, podemos dizer que a competência abrange os conhecimentos

(saber), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber ser) que um indivíduo tem ou

adquire, e entrega à organização ao realizar as atividades sob sua responsabilidade

11

para a consecução dos objetivos. A lógica da gestão de competências baseia-se na

adequação do perfil do quadro de pessoal às necessidades da organização em

termos dos conhecimentos, habilidades e atitudes que devem estar presentes para a

realização das atividades típicas.

A lógica da gestão de competências pode se enquadrar à condição das

organizações públicas, uma vez que no contexto atual elas se deparam com

mudanças cada vez mais rápidas e constantes das demandas dos cidadãos, o que

implica a busca de novas formas de atendê-las, e que, por sua vez, leva à

necessidade de adequar os perfis profissionais às novas situações. No entanto, há

um desafio à utilização dessa lógica nas organizações públicas, uma vez que, para

alocar as pessoas pelas áreas da organização, são considerados apenas os tipos de

cargos e a descrição geralmente sumária de suas atribuições, em lugar de serem

consideradas as competências para a realização das atividades.

A gestão por competências, dessa maneira,“é a forma mais eficaz para

fazer gestão de pessoas”, afirma Rabaglio (2004), visto que, aproxima os objetivos

organizacionais e pessoais, alinhando esforços para que as competências humanas

possam gerar e sustentar as competências organizacionais necessárias á

consecução dos objetivos estratégicos da organização (CARBONE, et al, 2006).

Nesta perspectiva Gramigna (2006) destaca que cada perfil é específico,

o que justifica o mapeamento das competências individuais anteriormente da

nomeação de servidores aos cargos. O diagnóstico do mapeamento permite

perceber a discrepância existente entre as competências atuais e as competências

que precisam ser desenvolvidas para garantir o bom desempenho profissional

(CARBONE, et al, 2006). Trata-se de um processo contínuo, iniciando com a

formulação da estratégia, missão, visão e objetivos da organização, conforme

afirmam Brandão e Guimarães (2001) que deve preferencialmente abranger todas

as dimensões da gestão de pessoas.

O objetivo da seleção por competências é criar um perfil de competências

para cada cargo e elaborar um mapeamento de competências que façam parte das

estratégias de competitividade e diferenciação no mercado de trabalho (RABAGLIO,

2004), para que a escolha de profissionais ao cargo possa tornar-se mais coesa com

as estratégias organizacionais, conforme afirma Kalil Pires, et al, (2005): quando as

atividades de recrutamento e seleção forem bem conduzidas, as organizações terão

maior probabilidade de recrutar profissionais alinhados a estratégia da organização.

12

Tendo em vista as peculiaridades existentes no serviço público, visto que,

“a investidura em cargos públicos depende de aprovação prévia concurso público,

de provas ou de provas e títulos, onde a avaliação é realizada mediante provas e

títulos[...], ressalvadas as nomeações em cargos de comissão[...]”., conforme artigo

37, inciso segundo, da Constituição Brasileira (1988), não é possível selecionar por

competência, visto que, os candidatos são selecionados pelo conhecimento e

habilidades que possuem, mas não são avaliados, pelas atitudes comportamentais,

dificultando o alinhamento das competências individuais com as estratégias

organizacionais, conforme destacado por Kalil Pires, et al (2005).

“Isso significa que não adianta ter um bom conhecimento técnico e não ter

um perfil comportamental compatível com o bom desenvolvimento das atividades. O

perfil comportamental é o diferencial competitivo de cada profissional” (RABAGLIO,

2004). Neste sentido, torna-se necessário viabilizar outras formas, para que, as

competências individuais do servidor possam ajustar-se as competências

organizacionais, como afirma Kalil Pires, et al, (2005, p.24).

Além da seleção mediante aplicação de provas e comprovação de títulos, outras formas, de avaliação devem ser incluídas. As organizações podem optar pela incorporação de mais uma fase em seus concursos - como, por exemplo, a realização de um curso de formação -, com o intuito de viabilizar a identificação das competências interpessoais, estratégicas e gerenciais cuja observação não seria possível pela aplicação de instrumentos, como provas escritas e comprovação de titulação.

Através deste método, não será possível eliminar todas as restrições

encontradas, mas podem-se minimizar essas diferenças e selecionar profissionais

que possam apresentar um elevado desempenho em suas funções.

Para tanto, é fundamental realizar periodicamente o mapeamento e

planejar o desenvolvimento de competências (CARBONE, et al, 2006), seja em

organizações públicas ou privadas, pois, mapear competências significa identificar

as competências técnicas e comportamentais que são pré-requisitos para o alcance

das estratégias da organização (RABAGLIO, 2004), permitindo a percepção da

diferença entre as competências atuais e a serem desenvolvidas, dando suporte as

ações de treinamento e desenvolvimento.

Na descrição das competências, os comportamentos devem ser objetivos,

claros e passíveis de observação no ambiente de trabalho para evitar interpretações

das competências de forma errônea (CARBONE, et al, 2006), “...deve representar

13

um desempenho ou comportamento esperado, indicando o que o profissional deve

ser capaz de fazer” (BRANDÃO e BAHRY, 2005) p. 183).

O perfil adequado à unidade organizacional ou ao cargo deverá ser

descrito, a partir, da identificação dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes

que o profissional possuir, facultando assim, a adequação do modelo as

peculiaridades do serviço público (KALIL PIRES, et al, 2005).

A partir do diagnóstico do mapeamento das competências torna-se

possível a alocação e movimentação interna de pessoas, visando a aproximação

entre as competências que as pessoas possuem e as competências exigidas pelo

cargo (CARBONE, et al, 2006). A aplicação desse modelo pode auxiliar em vários

aspectos, na administração pública, como, na nomeação de servidores e na

alocação aos cargos e funções.

O enfoque das competências [...] [na administração pública] é um instrumento auxiliar para os atos de nomeação de servidores. O objetivo é oferecer uma alternativa eficaz para o preenchimento de cargos e funções. Fala-se como instrumento de auxílio, por que as funções de confiança, por exemplo, são de livre nomeação. No entanto, o processo de ocupação dessas funções pode ser aperfeiçoado [...] (KALIL PIRES, et al, 2005, p. 27).

A adoção de um modelo com base em competências,

[...] significa um salto de qualidade em aproveitamento do potencial humano, pois tende a reduzir a importância de fatores como afinidades, compatibilidade entre personalidades, valores, padrões de comportamento, vinculação pessoal, que são os principais determinantes das “relações de confiança”. Enfim, a afirmação do conceito de “cargos de competência” amplia as possibilidades de aproveitamento e valorização de contribuições distintas e inovadoras: estimula o desenvolvimento de relações maduras, baseadas no profissionalismo e propícias à reflexão crítica e ao crescimento pessoal [(!)].(KALIL PIRES, et al, 2005, p. 33).

O assunto ainda é recente na administração pública e são poucas as

experiências de implantação do modelo, assim como, as fontes de pesquisa

bibliográficas referente ao assunto, sendo elencadas em sua maioria, por artigos

científicos. Percebe-se que o modelo, desconsidera algumas peculiaridades

existentes no setor público, como a seleção, a remuneração que decorrem da

legislação vigente. No entanto, por tratar-se de um modelo com métodos modernos,

relevantes ao novo cenário complexo e competitivo das organizações, propicia

mecanismos e técnicas, que podem ser utilizadas como parâmetro na administração

pública, em todas as dimensões do processo, oportunizando significativas melhorias.

14

No contexto atual, a administração pública está modernizando sua forma

de atuação, implantando novos sistemas e métodos, que visam à transparência das

ações. A adoção do modelo de gestão, com base em competência pode auxiliar e

gerar impactos significativos à condução de diversos processos de gestão, como o

planejamento das ações de gestão de pessoas (CARBONE, et al, 2006) e o

alinhamento entre as estratégias organizacionais e individuais.

A aproximação dos objetivos individuais as estratégias organizacionais,

gera uma sinergia de interesses comuns, a relação organização x colaborador

assume um papel de ganha x ganha, pois ambos os lados são beneficiados,

resultando em benefícios relevantes à organização, como motivação e melhoria do

desempenho, garantindo a eficácia dos resultados.

Considerando que a seleção por competências não poderá ser aplicada,

visto que, a investidura em cargos públicos decorre de concurso, e que este

processo por vezes, seleciona profissionais muito capazes intelectualmente, mas

sem o perfil adequado para o cargo, conforme afirma Kalil Pires, et al, (2005), é

necessário buscar outras formas para identificar e minimizar a discrepância entre as

competências individuais e organizacionais, como cursos de formação.

O mapeamento de competências, se utilizado como parâmetro na

nomeação de servidores, agregará maior aproveitamento do potencial humano,

transformando cargos de confiança em cargos de competência, ampliando a

valorização dos servidores e estimulando o desenvolvimento de relações maduras

baseadas no profissionalismo. (KALIL PIRES, et al, 2005).

Segundo Gramigna (2006) as premissas básicas para aplicação do

modelo são:

1. Conscientização de que cada tipo de negócio necessita de pessoas

com perfis específicos.

2. Crença de que cada posto de trabalho existente na empresa tem

características próprias e deve ser ocupado por profissionais que

apresentem um determinado perfil de competências.

3. Reconhecimento de que aqueles que ocupam funções gerenciais são

responsáveis pela oferta de oportunidades que permitam o

desenvolvimento e a aquisição de novas competências.

15

4. Percepção de que sempre haverá a demanda para o desenvolvimento

de novas competências e o que hoje é essencial para a boa execução

de um trabalho poderá agregar novas exigências amanhã.

Com o passar dos anos, as organizações estão entendendo que somente

a avaliação técnica de uma pessoa, baseado nos conhecimentos e habilidades que

possui, não é suficiente para dizer se ela será um profissional que atende a todas as

exigências de um determinado cargo. Notou-se a importância de se conhecer o

Perfil Comportamental.

Com esse objetivo, muitas metodologias foram criadas por diversos

autores para traçar o perfil dos candidatos, mas poucas realmente funcionam.

Poucas são as organizações que instrumentalizam o RHe seus gestores para fazer

Gestão e Desenvolvimento de Pessoas com foco, critério e principalmente, sem

subjetividade.

A metodologia mais consistente e segura, com eficiência comprovada por

grandes empresas públicas e privadas, presente no Brasil hoje, é a criada por Maria

Odete Rabaglio, especialista e autoridade em Gestão por Competências, escritora

de vários livros que tratam desse assunto.Nesta perspectiva, a autora demonstra

que cada perfil é específico, o que justifica o mapeamento das competências

individuais anteriormente da nomeação de servidores aos cargos. O diagnóstico do

mapeamento permite perceber a discrepância existente entre as competências

atuais e as competências que precisam ser desenvolvidas para garantir o bom

desempenho profissional (CARBONE, et al, 2006).

Nesta metodologia, o papel do RH é diligente e eficaz, deixa de ser

burocrático, e passa a atuar estrategicamente dentro da organização tendo ênfase

nos objetivos e resultados da organização. Como competência é a combinação de

conhecimentos, habilidades (competências técnicas) e atitudes (competências

comportamentais) que são necessárias para a realização de uma ação (BRANDÃO

E BORGES-ANDRADE, 2008).

Quando as organizações adotam esse modelo de Gestão, buscam a

inovação, o aprimoramento e a aprendizagem organizacional, e acreditam que os

recursos humanos são fatores críticos de sucesso, são peças fundamentais e

estratégicas para atingir os resultados (RABAGLIO, 2004).

16

Segundo Regina Ferrari (2003) para um servidor ser considerado

eficiente e dinâmico é preciso antes dar a ele as condições necessárias como:

oportunidade de modernização, atualização e reciclagem, além de um salário

compatível com sua função. E isso, é atribuição do Estado. Portanto, acredita-se

que, se o funcionário é ineficiente, é porque o Estado também o é. É dever do

administrador agirem conformidade com o ordenamento jurídico, com a moral

administrativa e com o princípio da boa administração pública.

Como a gestão por competência está associada à estratégia e à

aprendizagem organizacional, a eficiência e eficácia tornam-se busca constante. A

noção de competência numa organização pública agrega credibilidade e valor

econômico à organização, por um lado, e por outro agrega valor social ao indivíduo,

ou seja, as pessoas, garantindo o sucesso da organização, anseio não apenas dos

servidores públicos, mas também de toda sociedade civil.

Embora o assunto ainda seja recente na administração pública, sendo

poucas as experiências de implantação do modelo, verifica-se que a aplicação do

modelo de Gestão por Competência na Administração Pública deve sofrer

adaptações. Todavia, o modelo com métodos modernos propicia mecanismos e

técnicas, que podem ser utilizadas como parâmetro na administração pública, em

todas as dimensões do processo, oportunizando significativas melhorias.

Portanto, um modelo de gestão estratégica de pessoas é a forma como o

comportamento humano no trabalho deve ser gerenciado em uma organização. Seu

propósito é definir diretrizes que orientem a atuação dos gestores perante todos que

trabalham na instituição e também direcionem a atuação da área de recursos

humanos. Apesar de prematuros, os resultados apresentados nas organizações

públicas que implantaram a gestão por competências são animadores. É perceptível

o crescimento da motivação dos envolvidos, que tem como consequência um

alinhamento com a estratégia governamental.

17

4 O PERFIL COMPORTAMENTAL E ALOCAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS: A EVOLUÇÃO DO CONCEITO E SUAS METODOLOGIAS

Segundo Matos (2003), pesquisa realizada em 2002, com dez mil

participantes, pela Human Learning eConsultores Associados – HLCA, empresa de

consultoria, criada pelo autor em 1987, voltada para o Desenvolvimento do Talento

Humano, concluiu que 96% das pessoas consideram que aprender novos

conhecimentos é mais fácil do que mudar comportamentos. Considerando, então, o

comportamento como uma variável importante para o sucesso das pessoas, foram

levantadas as seguintes questões:

Será que o comportamento não deveria ser tratado de maneira mais

responsável (adequada) e prioritária em todo o processo de educação

e gestão de pessoas?

Será que propiciar às pessoas o conhecimento de seus temperamentos

por meio do levantamento de seus perfis facilitará a construção de suas

carreiras profissionais?

Será que as organizações não deveriam se debruçar mais sobre essa

questão e usar ferramentas específicas (adequadas) que auxiliem as

pessoas que prefiram trabalhar sob certas condições no lugar

correspondente, ao invés de tratar a todas como super-homens que

deverão se adequar a todo tipo de trabalho?

O objetivo principal da tese defendida pelo autor é mostrar que as

informações levantadas por meio da aplicação de inventários comportamentais, para

pessoas e funções, notadamente por meio da metodologia DISC, trazem profundo

valor às pessoas, suas relações pessoais e profissionais, bem como às

organizações, no que tange aos processos de recrutamento e seleção, treinamento

e desenvolvimento de profissionais, orientações vocacional e carreira e nas relações

pessoais. (MATOS, 2008)

McClelland (1973) afirmava que testes de conhecimentos, formação

acadêmica, títulos e demais instrumentos usados para orientar processos seletivos

não eram bons indicadores para que se pudesse predizer nem um bom desempenho

nem sucesso profissional. Além disso, a pesquisa demonstrou que o uso desses

parâmetros conduzia a resultados enviesados, em que vários tipos de preconceitos

18

em relação ao gênero, raça e grupo social distorciam o resultado do processo.

McClelland propôs, então, que se procurasse identificar fatores que fossem, de fato,

capazes de predizer bom desempenho e sucesso profissional. A esses fatores, ele

deu o nome de “competências”.

Durante a década de 1980, reanalisando os dados de estudos realizados

sobre as competências gerenciais nos EUA, Richard Boyatzis identificou um

conjunto de características e traços que, em sua opinião, definem um desempenho

superior (DAÓLIO, 2004). Nessa perspectiva, segundo Fleury e Fleury (2004), o

conceito de competência é pensado como um conjunto de Conhecimentos,

Habilidades e Atitudes (CHA) que justificam um alto desempenho profissional. A

competência das pessoas passa a não ser vista unicamente pelo viés da

inteligência, mas se fundamenta nesses três grandes pilares.

Em uma visão holística, é possível perceber que uma pessoa com

característica comportamental tipicamente técnica faz uso dos seus conhecimentos

de forma técnica. Por outro lado, outra pessoa com característica comportamental

de empreendedor fará uso do conhecimento de forma empreendedora. O problema

é que a maioria das pessoas não tem clareza quanto ao seu comportamento, e não

é educada adequadamente para potencializar os seus talentos. Dessa forma,

frequentemente não conseguem potencializá-los, ou pior, trabalham em áreas

inversas às suas competências comportamentais. É comum ouvirmos que “fulano é

a pessoa errada no lugar certo”.

Nesse caso, primeiramente, é preciso quebrar o paradigma da existência

de pessoas “erradas”. Cada pessoa traz consigo comportamentos e um tipo de

inteligência, que, se adequadamente desenvolvida e direcionada para funções afins,

irá produzir, frequentemente, acima das expectativas. Segundo, será necessário que

as escolas e universidades ampliem o seu conceito de educação. É preciso que elas

vejam o indivíduo não só pelo viés do conhecimento, mas também pelo

comportamento que dá o foco de onde se pode identificar o talento.

Pesquisadores em todas as partes do mundo desenvolveram

instrumentos para inventariar os tipos de comportamento existentes. Alguns dos

mais conhecidos no meio empresarial brasileiro são o Caliper, MBTI – Myers-

BriggsTypeIndicator, MMPI – Minnesota MultiphasicPersonalityInventory, 16PF –

19

16 PersonalityFactors, PI – Predictive Index e Hicon. Esses tipos de inventário

buscam, de forma mais ou menos complexa, atingir os mesmos propósitos que a

metodologia DISC (MATOS, 2008).

Segundo o autor, a adequação dos perfis das pessoas ao perfil desejado

para a função – a pessoa certa no lugar certo – assegura colaboradores mais

motivados e satisfeitos no desempenho de suas funções e, como consequência,

maior produtividade. Quando a compatibilidade entre a Análise de Perfil e a Análise

de Cargo é parcial, e, ainda assim, decide-se pela contratação do candidato

(provavelmente em função dos outros fatores já mencionados, como experiência,

etc.), o inventário comportamental atua como um orientador para o desenvolvimento

dos pontos de melhora do perfil do candidato em relação à função para a qual ele

está sendo contratado. Vale lembrar que, nenhuma decisão que afete a carreira de

uma pessoa deve ser tomada com base exclusivamente na análise do

comportamento.

A análise do perfil do candidato é fundamental e deve ser alinhada a

outros fatores como: formação, experiência, conhecimento, cultura, inteligência,

maturidade, perfil da chefia, perfil da empresa, etc., obtendo-se um conjunto de

informações mais consistentes para apoiar o processo decisório.

Comparando o estilo de comportamento de um candidato com o da

organização, poderemos perceber as áreas em que provavelmente ele terá

dificuldades para se adaptar.Ao mesmo tempo em que veremos as áreas em que ele

estará bem adequado. Usando essa informação, torna-se possível orientar o

indivíduo dentro da nova organização, em vez de simplesmente deixá-lo “se

enquadrar” como puder. O tipo de perfil do candidato também dará as referências da

melhor forma de integrá-lo na organização.

As instituições têm procurado aumentar o desempenho das áreas e da

organização como um todo através da definição, identificação, avaliação e

desenvolvimento das competências corporativas e individuais.A integração do

inventário comportamental aos sistemas de Gestão por Competências tem

possibilitado integrar as competências comportamentais dos cargos e pessoas as

demais avaliações de conhecimentos, performancee potencial dos profissionais,

permitindo ações sistêmicas e integradas de diagnósticos e desenvolvimento.

20

O Sistema Predictive Index ® - PI é, dessa forma, uma ferramenta que

possibilita efetuar levantamento do perfil comportamental dos profissionais atuante

ou candidatos na mesma linguagem das funções, bem como avaliar as

necessidades motivadoras e os comportamentos voltados ao trabalho de cada

profissional, como explicitado na seção seguinte.

5 O PREDICTIVE INDEX – PI E O NÚCLEO DE GESTÃO DA CARREIRA DEEPPGG

O Sistema Predictive Index ® - PI é uma ferramenta desenvolvida no

início da década de 50 por Arnold Daniels, a qual está ancorada na descoberta de

"estilos" de administração comportamental e na compreensão destes

comportamentos no universo do trabalho. A Pesquisa do Predictive Index ® - PI é

feita através de uma lista simples de mais ou menos 80 palavras como prestativo,

tímido, animado, e assim por diante. Para completar a pesquisa, os indivíduos

assinalam palavras que acreditam representarem traços percebidos por si mesmos e

pelos outros. A pesquisa é analisada e o indivíduo recebe uma avaliação em cada

uma das quatro dimensões, denominadas como A, B, C e D e as quais representam

os seguintes traços de personalidade:

A. DOMINÂNCIA: Este fator mede o impulso que tem um indivíduo para

exercer sua influência sobre as pessoas e acontecimentos.

B. EXTROVERSÃO: Este fator mede o grau a que um indivíduo é

direcionado a interagir socialmente com outras pessoas,

relacionamento interpessoal e comunicação.

C. PACIÊNCIA: Este fator mede a intensidade de energia de uma pessoa,

seu nível de tensão e ritmo com relação ao tipo e freqüência do

trabalho.

D. FORMALIDADE: Este fator mede o impulso de uma pessoa para se

adequar a regras, formalidade, estruturas, políticas, diretrizes. E ainda

seu grau de preocupação com detalhes e qualidade no trabalho.

O tipo psicológico do indivíduo se dá através da combinação destes 4

fatores, sendo que é existente 45 tipos psicológicos que representa o funcionamento

da pessoa, demonstrando as situações de trabalho e a interação com as pessoas:

21

Orientação - Técnica / Social

Generalistas - Pró-ativos / especialistas - Reativos

Definição da velocidade (ajuste emocional) das pessoas que

comandam

Características dos "Fechadores de Negócios"

Delegação de autoridade e responsabilidade

Delegação de detalhes

Intensidade dos comportamentos

Preocupação vs. despreocupação

Reserva de Energia

Tomada de decisão - Estratégica vs. Tática

Forma de julgamento, planejamento e decisões - Objetividade vs.

Subjetividade

Perda de Potencial

Perfis Congruentes vs. Incongruentes

Mudanças

Conflito (estrutural ou situacional)

Estratégias de Gerenciamento

Aproveitamento da Capacidade

Flexibilidade vs. Inflexibilidade

Motivadores

Congruência ou incongruência com a função

O Sistema Predictive Index ® - PI permite ainda que cada profissional

seja analisado sob três grandes ângulos:

1) SELF - representa o perfil da personalidade básica, isto é, o que

basicamente somos. O produto da experiência e condicionamento

ambiental da primeira idade. Um perfil estável de comportamento que,

em geral, muda muito pouco durante a vida - e somente é expresso e

observado sob circunstâncias especiais - mas sempre está presente

como um aspecto da personalidade total.

2) CONCEITO DO SELF - representa a forma como o profissional está

tentando ser, geralmente porque esta é a maneira que o seu ambiente

de trabalho, segundo ele mesmo, o percebe, e exige que se comporte.

22

Raramente é efetivamente expresso, e geralmente não consciente,

este é o modelo ou papel do indivíduo, o que ele percebe serem as

demandas que exige o seu ambiente de trabalho.

3) SÍNTESE - É assim que o profissional se comporta agora no seu

ambiente de trabalho - a pessoa como você a observa e a conhece no

trabalho. Esta é também a forma como você espera que a pessoa se

comporte agora, e no futuro imediato, em um novo trabalho. Se a

pessoa percebe a necessidade de mudança no trabalho, existirá um

espaço de tempo antes que qualquer mudança realmente se

desenvolva no perfil da Síntese.

O pressuposto é o de que, quando alocado em ambiente adequado a seu

perfil, o servidor possa prosperar profissionalmente, permanecer ou se tornar

motivado, ser criativo na solução de problemas e estar sintonizado com os valores

da organização. Caso contrário, dificilmente ele terá condições de contribuir para o

alcance dos resultados requeridos, podendo inclusive tornar-se, num futuro próximo,

problema para a organização. Essa percepção, muitas vezes negligenciada, tem

gerado perdas consideráveis, entre as quais exoneração precoce de talentos, alta

rotatividade interna, acomodação de servidores em funções aquém de sua

capacidade, insatisfação profissional e, conflitos no ambiente de trabalho.

Na iniciativa adotada pelo Núcleo de Gestão da Carreira de EPPGG, para

o levantamento do perfil comportamental pessoal foi utilizado o PI para os servidores

e o PRO – Perfil do Cargo, como instrumento para o levantamento das

características comportamentais para cada posto de trabalho. Ambos constituídos

por formulários preenchidos, respectivamente, pelos próprios indivíduos e por

aqueles que mais conhecem as características do posto de trabalho em cada caso.

O resultado do cruzamento dessas informações (perfil pessoal x perfil

organizacional) produz um conjunto de relatórios informando o grau de proximidade

dos perfis individuais para qualquer cargo ou função, gerando alocações com maior

eficácia se comparado aos casos em houve maior flexibilidade para alocação, como

acontecia anteriormente à adoção desta metodologia.

A adequação dos perfis das pessoas ao perfil desejado para a função – a

pessoa certa no lugar certo – assegura colaboradores mais motivados e satisfeitos

23

no desempenho de suas funções e, como consequência, maior produtividade.

Quando a compatibilidade entre a Análise de Perfil e a Análise de Cargo é parcial, e,

ainda assim, decide-se pela contratação do candidato (provavelmente em função

dos outros fatores já mencionados, como experiência, etc.), o Sistema PI atua como

um orientador para o desenvolvimento dos pontos de melhora do perfil do candidato

em relação à função para a qual ele está sendo contratado. Vale lembrar que,

nenhuma decisão que afete a carreira de uma pessoa deve ser tomada com base

exclusivamente na análise do comportamento.

A análise do perfil do candidato é fundamental e deve ser alinhada a

outros fatores como: formação, experiência, conhecimento, cultura, inteligência,

maturidade, perfil da chefia, perfil do órgão, etc., obtendo-se um conjunto de

informações mais consistentes para apoiar o processo decisório. Além disso, a

integração do PI aos sistemas de Gestão por Competências tem possibilitado

integrar as competências comportamentais dos cargos e pessoas às demais

avaliações de desempenhoe potencial dos profissionais, permitindo ações

sistêmicas e integradas de capacitação e desenvolvimento.

Quando a compatibilidade entre a Análise de Perfil e a Análise de Cargo é

parcial, e, ainda assim, decide-se pela indicação do servidor a determinado cargo ou

função (provavelmente em função da experiência, por exemplo), o Sistema PI atua

como um orientador para o desenvolvimento dos pontos de melhora do perfil do

candidato em relação à função para a qual ele está sendo contratado. Além disso, a

integração do PI à Gestão por Competências tem possibilitado integrar as

competências comportamentais dos cargos e pessoas às avaliações de

desempenho individual do servidor, permitindo ações sistêmicas e integradas de

capacitação e desenvolvimento.

A iniciativa implementada pelo Núcleo de Gestão da Carreira de EPPGG

foi inovadora no âmbito das carreiras de servidores públicos da SEPLAG-MG e tem

atingido os objetivos propostos, apesar do pouco tempo de implantação, na medida

em que, ao utilizarem-se instrumentos, metodologia e tecnologias reconhecidas,

reduziu-se o caráter informal de processos anteriores de alocação; pelo caráter

participativo e transparência de todo processo, tendo contado não apenas com o

apoio do corpo gerencial das unidades na definição das atribuições e funções, mas

também com a adesão unânime dos egressos; à exceção de algumas situações

24

alteradas via triangulação entre candidatos e unidades - é ínfimo o registro de

reclamações dos novos servidores quanto à alocação originalmente proposta para

posse; constata-se que as unidades que mapearam seus perfis organizacionais

receberam candidatos com o perfil mais apropriado às suas características

funcionais do que outras unidades, que indicavam os servidores por escolhas

meramente personalizadas; e, por fim, tem mudado a cultura das indicações sem

critério e das interferências pessoais no processo de alocação inicial e nomeação

para cargos comissionados, focando-se principalmente nos aspectos técnicos.

Os benefícios decorrentes da adoção desta medida a uma carreira

pública específica e estratégica da SEPLAG-MG corroboram a relevância da gestão

do capital intelectual com base em competências na administração pública,

incontestável no desenvolvimento de relações maduras sustentadas no

profissionalismo e alinhamento natural dos objetivos profissionais à estratégia

corporativa.

Consideramos que foi muito importante a flexibilidade demonstrada pelas

equipes das Assessorias de Gestão Estratégica e Inovação (AGEI) de cada

Secretaria de Estado, agindo de forma oportuna diante de uma situação crítica, com

prazos curtos; e ter-se contado, naquele momento, com o apoio fornecido pela

quase totalidade das chefias das unidades, que se dispuseram a definir, de forma

rápida, os principais requisitos de seus postos básicos de trabalho. Essa ação

conjunta permitiu que o contingente de novos servidores já tivesse sua localização

definida.

Dentre outras medidas adotadas a partir da criação do Núcleo de Gestão

da Carreira de EPPGG - pelo Decreto nº 45.794/2011 e integrado à Subsecretaria de

Gestão de Pessoas na estrutura orgânica da Secretaria de Estado de Planejamento

e Gestão – SEPLAG/MG - por meio de arranjos inovadores e em observância aos

critérios de valorização profissional tem reforçado práticas de orientação para

resultados e meritocracia, a principal ação - objeto de discussão e análise do

presente trabalho – tem sido a adequação do perfil comportamental das pessoas ao

perfil desejado para a função – a pessoa certa no lugar certo – como fator

motivacional, qualificador do desempenho profissional e, como consequência,

garantidor de maior produtividade e redução do turn-over entre os servidores.

25

Com os benefícios decorrentes da adoção desta medida, a SEPLAG-MG

poderá ampliar as possibilidades de redefinir a política de recursos humanos no que

concerne à mobilidade interna, satisfação profissional e estratégias de capacitação e

desenvolvimento, preparando o quadro de servidores públicos para atuar na

sociedade contemporânea, seja mediante ação sistêmica, voltada para a gestão do

capital intelectual da organização, seja pelo estímulo a ações de

autodesenvolvimento, conduzidas e administradas pelo próprio servidor, em parceria

com sua chefia imediata e com as gerências de nível estratégico.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo o estudo realizado por Cardoso e Paixão, (2000) pode-se inferir

que a atitude é um fator determinante na competência, é expressa pelo desempenho

do indivíduo, frente às atribuições, responsabilidades e aos objetivos

organizacionais. São as competências individuais que agregam valor a organização,

e determinam o resultado, através do desempenho profissional e, portanto, devem

ser continuamente aprimoradas e desenvolvidas.

Apesar de várias instituições já utilizarem o modelo de Gestão por

competências, o assunto é recente no âmbito público e a legislação restringe certos

atos, como a seleção e a remuneração por competências. A implantação de

algumas mudanças depende da aprovação de projetos de lei pelo poder legislativo,

mas de qualquer forma, é percebível que a aplicação do modelo pode possibilitar

mudanças profundas e benéficas a administração pública.

Sob esta perspectiva, é possível utilizar esse modelo como parâmetro em

várias ações no âmbito público. A nomeação de servidores para cargos efetivos ou

cargos em comissão e a alocação por competências podem ser realizada conforme

conhecimentos, habilidades e atitudes. A utilização de critérios, com base em

competências adequadas para a investidura em determinado cargo, significaria uma

profunda e importante mudança na administração pública, ampliando o

aproveitamento do potencial humano, evidenciando o profissionalismo e valorizando

o desempenho dos servidores.

26

A aplicação da gestão por competências nas organizações apresenta

como um dos pontos-chave a possibilidade de identificar o corpo funcional da

organização. Suprir uma organização com bons profissionais significa, antes de

qualquer coisa, identificar as potencialidades de cada um deles, seus

comportamentos, seus valores e princípios. Um passo fundamental, rumo a uma

gestão de recursos humanos mais eficiente, é relacionar as atividades a serem

desenvolvidas em cada cargo e alocar as pessoas de acordo com sua identificação

com esse cargo, através de técnicas de análise próprias deste modelo (VIEIRA E

MACHADO, 2011). Por locação de pessoal por competência, entendemos ser a

distribuição de pessoal nos diversos cargos após aprovação no concurso público,

através do levantamento do perfil comportamental do servidor, o que inclui conhecer

suas experiências anteriores, suas aptidões, sua capacidade de agir de acordo com

objetivos, sua identificação com os valores da organização.

Através do diagnóstico advindo com o mapeamento, pode-se perceber

com consistência, a diferença entre as competências individuais e as necessárias

para o bom desempenho das atribuições, em determinado cargo, tornando possível

proporcionar capacitação, treinamentos e o desenvolvimento das deficiências

mapeadas. Assim, a gestão por competências permite direcionar as diretrizes de

investimento dos recursos financeiros nas ações de capacitação, possibilitando

também, planejar o desenvolvimento das competências a longo prazo de acordo

com as estratégias organizacionais.

O desenvolvimento das competências além de proporcionar o

alinhamento das competências individuais as estratégias organizacionais, visto que,

integra as habilidades, desempenho e desenvolvimento, gera uma relação “ganha x

ganha” entre colaborador e organização, aproximando os objetivos individuais e

organizacionais, fator este, determinante para o sucesso da organização.

Desta forma, pode-se inferir que a utilização de um modelo com base em

estratégias, na administração pública, garante maior aproveitamento do potencial

humano, motiva a busca pelo desenvolvimento contínuo, gera melhoria do

desempenho, valoriza os servidores e permite a transparência das ações públicas.

A aplicação deste modelo, em qualquer organização pública, não é um

projeto realizável a curto prazo – há, ainda, um longo caminho a se percorrer. Mas,

pode-se considerar que a sua efetivação poderá contribuir com uma significativa

27

melhoria da gestão de pessoas, sobretudo para minimizar as lacunas existentes

entre as competências do servidor e as esperadas por um determinado cargo.

Reconhecer a relevância dessas competências é um investimento que as

organizações públicas podem fazer, a fim de potencializarem o alcance de seus

objetivos organizacionais.

Com um ano de experiência apenas, coma implantação do Sistema

Predective Index – PI,pelo Núcleo de Gestão da Carreira de EPPGG da Secretaria

de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG-MG, como metodologia de

alocação de servidores com base na adequação de perfil profissional dos EPPGG e

o perfil institucional dos cargos abertos para provimentos nos diversos órgãos do

Poder Executivo Estadual de Minas Gerais, já podemos concluir que além do caráter

inovador na gestão de pessoas da administração pública, tal empreendimento tem

alçado os objetivos inicialmente propostos na medida em que:

1. vem apresentando resultados muito superiores aos métodos anteriores,

empíricos e personalizados, permitindo que os novos servidores

pudessem ser localizados com base nos perfis apresentados e nas

manifestações de interesse em 1ª, 2ª e 3ª opções;

2. tem mudado a cultura das indicações sem critério e das interferências

pessoais no processo de posse inicial e nomeação para cargos

comissionados, focando-se principalmente nos aspectos técnicos;

3. ao utilizar-se instrumentos, metodologia e tecnologia reconhecidas,

reduziu-se o caráter informal de processos anteriores de alocação;

4. há um caráter participativo e transparência de todo processo, tendo

contado não apenas com o apoio do corpo gerencial das unidades na

definição das atribuições e funções, mas também com a adesão

unânime dos novos servidores;

5. à exceção de algumas situações alteradas via triangulação entre

candidato se unidades, foi ínfimo o registro de reclamações dos novos

servidores reclamações quanto à localização originalmente proposta

para posse;

6. constata-se que as unidades que mapearam seus perfis

organizacionais receberam candidatos com o perfil mais apropriado às

suas características funcionais do que outras unidades, que indicavam

os servidores por escolhas meramente personalizadas.

28

Com os benefícios decorrentes da adoção dessa iniciativa, a SEPLAG-

MG poderá ampliar as possibilidades de redefinir a política de recursos humanos no

que concerne à mobilidade interna, satisfação profissional e estratégias de

capacitação e desenvolvimento, preparando o quadro de servidores além da carreira

de EPPGG para atuar na nova sociedade que está sendo moldada gestão do

conhecimento, seja mediante ação sistêmica voltada para a gestão de seu capital

intelectual, seja pelo estímulo a ações de autodesenvolvimento, conduzidas e

administradas pelo próprio servidor, em parceria com sua chefia imediata e com os

gestores de nível estratégico.

Portanto, o modelo de gestão estratégica de pessoas denota a forma

como o comportamento humano no trabalho é gerenciado em uma organização. Seu

propósito é definir diretrizes que orientem a atuação dos gestores perante todos que

trabalham na instituição e também direcionem a atuação da área de recursos

humanos. Apesar de prematuros, os resultados apresentados pelo Núcleo de

Gestão da Carreira de EPPGGao implantaro modelo de gestão por competências

aliado ao perfil comportamental na alocação de servidores, são animadores. É

perceptível o crescimento da motivação dos envolvidos, que tem como

conseqüência um alinhamento com a estratégia corporativa.

A aplicação deste modelo, em qualquer organização pública, não é um

projeto realizável de maneira imediata, pois requer planejamento e preparação do

ambiente e de todo corpo funcional – há, ainda, um longo caminho a se percorrer.

Mas, pode-se considerar que a sua efetivação poderá contribuir com uma

significativa melhoria da gestão de pessoas na esfera pública.

29

REFERÊNCIAS

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30

KALIL PIRES, Alexandre et al. Gestão por Competências em organizações do governo: Mesa-redonda de pesquisa-ação. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, 2005. McCLELLAND, D. C. (1973).Testing for competence rather than for “intelligence.”American Psychologist, 28(1), 1-14. MATOS, Jorge e Portela, Vânia. Talento Para a Vida. Rio de Janeiro: Human Learning, 2001. MATOS, Jorge Fernandes de. Resultado da Pesquisa de Insatisfação no Trabalho e a Adequação do Perfil Comportamental. (HLCA), Rio de Janeiro, 2003. ______. Análise dos Aspectos comportamentais Através da ferramenta DISC. Tese de doutoramento, Departamento de Métodos Quantitativos, ISCTE Business School. 2008. MINAS GERAIS. DECRETO Nº 45.794, DE 02 DE DEZEMBRO DE 2011. Dispõe sobre a organização da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. MINAS GERAIS. DECRETO Nº 46.030, DE 16 DE AGOSTO DE 2012. Institui o Regulamento da Carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, de que trata a Lei nº 18.974, de 29 de junho de 2010, e o Regulamento da Gratificação de Desempenho e Produtividade Individual e Institucional –GDPI. RABAGLIO, Maria Odete. Seleção por competências. São Paulo: Editora Educator, 2004. SCHIKMANN, Rosane. Gestão Estratégica de Pessoas: Bases para a concepção do curso de Especialização em Gestão de Pessoas no Serviço Público. inGestão de pessoas: bases teóricas e experiências no setor público/organizado por Marizaura Reis de Souza Camões, Maria Júlia Pantoja e Sandro Trescastro Bergue. – Brasília: ENAP, 2010. VIEIRA, Fernando de Oliveira e MACHADO,Dyuliana Maria Garcia Soares.A abordagem da gesta por competência para alocação de pessoal em organizações públicas. VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 2011.

31

ANEXO

Tabela 1: Distribuição funcional de EPPGG em 30.12.2012 Distribuição funcional de EPPGG em 30.12.2012

Tabela 1: Distribuição funcional de EPPGG em 30.12.2012

Distribuição funcional de EPPGG em 30.12.2012

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

DISPOSIÇÃO / AFASTAMENTOS

SEPLAG 134 FJP 14 PBH 1

SES 34 IPSEMG 10 PR 1

SEDS 26 ARMBH 8 BDMG 1

Escritório 18 CGE 7 TCE 1

SECCRI 15 AGE 6 AMM 1

SETOP 15 DPE 2 Afastados para curso 8

Intendência 14 FCS 2

GOVERNADORIA 11 IDENE 2

SEDE 10 IEPHA 2

SEEJ 10 IEF 2

SEF 10 HEMOMINAS 2

SETUR 10 DER 7

SEE 9 DEOP 2

SETE 8 PCMG 2

SEDESE 8 FAPEMIG 1

SEC 6 JUCEMG 1

SEDRU 6 ARMVA 1

SEAPA 5 FUNED 1

SEGOV 4 IGA 1

SEMAD 4 ITER 1

SECTES 3 OGE 1

SEDVAN 3

Subtotais: 363

75

13

TOTAL ATIVO 451

Aposentadorias/Exoneração em 2012 31

32

___________________________________________________________________

AUTORIA

Raíssa Cristina Lucena Veloso – É servidora de carreira de Gestor Governamental da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. Atualmente é Coordenadora do Núcleo de Gestão da Carreira de EPPGG da SEPLAG-MG.

Endereço eletrônico: [email protected]