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TEMA DA SEMANA 31 de julho de 2015 O parto como questão de saúde pública no Brasil. A partir da leitura dos fragmentos de textos colocados abaixo e de seus argumentos sobre o tema, elabore um texto ‘dissertativo-argumentativo’, com o uso da norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: O parto como questão de saúde pública no Brasil. Apresente uma proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos em defesa de um ponto de vista. PROPOSTA TEXTO 1 - O que há por trás do grande número de cesáreas no Brasil? www.projetoredacao.com.br Segundo critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde), adotados em 1985, a taxa de cesáreas recomendada em um país é de 15%. A justificativa, comprovada por estudos científicos, é de que acima desses níveis não foram encontradas reduções nos indicadores de mortalidade e morbidade nas mães e neonatos, podendo até ocorrer o inverso nessa situação. No Brasil, a taxa média atual é de 52%, sendo que na rede privada ela salta para 84%. Com a nova resolução da ANS, os convênios e órgãos de saúde suplementar somente pagarão esses procedimentos cirúrgicos se comprovada a sua devida indicação, com partogramas e relatórios médicos detalhados. Além disso, deverá haver livre acesso das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico. Mas impor isso como regra é suficiente para melhorarmos os índices? Quais outros problemas envolvidos quando se trata de excesso de cesáreas? Vamos aos fatos. Desafios da Prática Médica A preferência dos médicos em indicar mais cesarianas está ligada não só a comodidade de tempo gasto com o procedimento – em média bem menor do que com partos normais – e possibilidade de agendamento. Com a dificuldade em encontrar leitos hospitalares em situações de emergência obstétrica, e ainda com a forte onda de judicialização da saúde no país, os profissionais acabam se convencendo dessa opção diante dos riscos de complicações no parto. Além disso, é preciso atenção ao expor percentuais de cesáreas de cada serviço e médico. Há hospitais de alta complexidade que lidam com gestantes de alto risco e, logo, podem ter índices acima dos 15%, trazendo a falsa impressão de que existe algo errado. É preciso dar contexto a esses dados. Também relevante é a questão da remuneração dos médicos. Tanto no sistema público como no privado, os valores pagos para partos normais ou cesáreos são bastante semelhantes. Ou seja, se o médico trabalha 12 horas em um parto normal, ou 3 horas em uma cesárea, os ganhos são equivalentes. Uma remuneração diferente para cada caso é reivindicação de muitos desses profissionais. O parto (também chamado nascimento) é a saída do feto do útero materno. Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior parte das culturas. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto

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Page 1: O parto como questão de saúde pública no . · PDF fileOs impactos de altas taxas de partos cesáreos não se limitam somente à saúde das ... - Apresentar proposta de intervenção

TEMA DA SEMANA31 de julho de 2015

O parto como questão de saúde pública no Brasil.

A partir da leitura dos fragmentos de textos colocados abaixo e de seus argumentos sobre o tema, elabore um texto ‘dissertativo-argumentativo’,

com o uso da norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Apresente uma proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos em defesa de um ponto de vista.

PROPOSTA

TEXTO 1 - O que há por trás do grande número de cesáreas no Brasil?

www.projetoredacao.com.br

Segundo critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde), adotados em 1985, a taxa de cesáreas recomendada em um país é de 15%. A justificativa, comprovada por estudos científicos, é de que acima desses níveis não foram encontradas reduções nos indicadores de mortalidade e morbidade nas mães e neonatos, podendo até ocorrer o inverso nessa situação. No Brasil, a taxa média atual é de 52%, sendo que na rede privada ela salta para 84%.

Com a nova resolução da ANS, os convênios e órgãos de saúde suplementar somente pagarão esses procedimentos cirúrgicos se comprovada a sua devida indicação, com partogramas e relatórios médicos detalhados. Além disso, deverá haver livre acesso das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico. Mas impor isso como regra é suficiente para melhorarmos os índices? Quais outros problemas envolvidos quando se trata de excesso de cesáreas? Vamos aos fatos.

Desafios da Prática MédicaA preferência dos médicos em indicar mais cesarianas está ligada não só a comodidade de tempo gasto com o

procedimento – em média bem menor do que com partos normais – e possibilidade de agendamento. Com a dificuldade em encontrar leitos hospitalares em situações de emergência obstétrica, e ainda com a forte onda de judicialização da saúde no país, os profissionais acabam se convencendo dessa opção diante dos riscos de complicações no parto.

Além disso, é preciso atenção ao expor percentuais de cesáreas de cada serviço e médico. Há hospitais de alta complexidade que lidam com gestantes de alto risco e, logo, podem ter índices acima dos 15%, trazendo a falsa impressão de que existe algo errado. É preciso dar contexto a esses dados.

Também relevante é a questão da remuneração dos médicos. Tanto no sistema público como no privado, os valores pagos para partos normais ou cesáreos são bastante semelhantes. Ou seja, se o médico trabalha 12 horas em um parto normal, ou 3 horas em uma cesárea, os ganhos são equivalentes. Uma remuneração diferente para cada caso é reivindicação de muitos desses profissionais.

O parto (também chamado nascimento) é a saída do feto do útero materno. Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um

indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior parte das culturas.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto

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Saúde Materna e CulturaEmbora o acesso à atenção pré-natal seja praticamente universal, segundo a pesquisa “Nascer no Brasil”, da Fiocruz,

cerca de 60% das gestantes iniciam o acompanhamento tardiamente, após a 12ª semana gestacional. Além disso, cerca de um quarto das gestantes do estudo não receberam o número mínimo de 6 consultas, recomendado pelo Ministério da Saúde. Há aqui um importante ponto em que são necessários avanços.

Outra questão é o esclarecimento das mães brasileiras sobre o parto normal. Segundo dados da pesquisa da Fiocruz, um terço das mulheres que optaram por cesariana desde o início da gestação o fizeram por medo da dor do parto normal, que, em verdade, é evitável com anestesia. Fato também curioso é que 70% das mulheres pesquisadas desejava um parto vaginal no início na gravidez. Contudo, poucas foram apoiadas nessa decisão. Uma das hipóteses para a mudança de ideia ao longo da gestação seria o tipo de orientação recebida no pré-natal.

Confrontadas com a realidade, mesmo as esclarecidas encontram dificuldade quando há desejo e possibilidade de parto vaginal. Como é natural, esses partos não têm hora marcada para ocorrer. Com isso, mães que procuram assistência na iminência do parto nem sempre encontram, seja no sistema público ou privado, a estrutura adequada – com frequência faltam anestesistas –, gerando uma verdadeira peregrinação por hospitais, até que se encontre um local adequado. Isso aumenta riscos de complicações para mãe e bebê e, no caso do SUS, fere a lei 11.634, que prevê a vinculação, ainda no pré-natal, da gestante à maternidade onde será realizado o parto.

De olho na questão cultural, pequenas atitudes vêm surgindo para auxiliar na conscientização. Recentemente a Artemis – entidade de defesa dos direitos das mulheres – lançou o app Parto Humanizado, que busca levar às mulheres informações a respeito das diferenças entre os tipos de parto, critérios para realização de cesárea e casos de violência obstétrica, oferecendo até formas de denúncia de abusos.

CustosOs impactos de altas taxas de partos cesáreos não se limitam somente à saúde das gestantes e de seus filhos, mas

também afetam todo o sistema. Em 2006, estimou-se que no Brasil cerca de 560 mil cesarianas consideradas desnecessárias foram realizadas, provocando um desperdício de quase R$ 84 milhões. Vale lembrar que nas cesáreas, custos ligados à ocupação de leitos hospitalares e eventuais complicações do procedimento, que podem envolver internações em UTIs e UTIs neonatais, precisam ser levados em conta.

Tratando-se de proporções mundiais, o problema persiste. Segundo relatório de 2010 da OMS, a respeito dos custos de cesáreas necessárias e desnecessárias, foram realizadas cerca de 6.2 milhões de cesáreas dispensáveis globalmente, representando – quando considerados apenas os procedimentos em si – um custo de U$S 2.32 bilhões. O estudo mostra que, com U$S 432 milhões, seria possível bancar as cerca de 3.2 milhões de cesáreas de que regiões menos assistidas do planeta necessitam.

O relatório traz ainda que os gastos desnecessários acompanham o padrão de desigualdade na saúde. Nas nações mais bem estruturadas, há maior tendência em haver uso desnecessário de recursos com cesáreas e outros procedimentos de alguma complexidade. Com os dados acima, vemos que é sim problemático ter índices elevados de cesáreas se a intenção é prover acesso universal à saúde. (...)

(FONTE: http://saudebusiness.com/noticias/o-que-ha-por-tras-grande-numero-de-cesareas-no-brasil)

TEMA DA SEMANA31 de julho de 2015

www.projetoredacao.com.br

ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO SOBRE O PROJETO REDAÇÃO

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

- Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”. - Fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.- Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.- Apresentar parte do texto, deliberadamente, desconectado com o tema proposto.

O Projeto Redação cá está para ajudá-lo a realizar o seu sonho. Acreditamos na

colaboração mútua como meio de evolução e nossa proposta é trabalhamos de forma a

orientar sua experiência com temas e avaliações que sejam as mais próximas

possíveis do Enem.

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TEMA DA SEMANA31 de julho de 2015

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ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO SOBRE O PROJETO REDAÇÃO

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

- Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”. - Fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.- Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.- Apresentar parte do texto, deliberadamente, desconectado com o tema proposto.

O Projeto Redação cá está para ajudá-lo a realizar o seu sonho. Acreditamos na

colaboração mútua como meio de evolução e nossa proposta é trabalhamos de forma a

orientar sua experiência com temas e avaliações que sejam as mais próximas

possíveis do Enem.

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