o papel do supervisor enquanto mediador e … · guia. a supervisão modernizada começou a ser...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO "LATO-SENSU"
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO SUPERVISOR ENQUANTO MEDIADOR E
TRANSFORMADOR NA FORMAÇÃO CONTINUADA
Ana Carla Medeiros da Silva
Orientadora: Professora Maria Esther de Araújo
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO "LATO-SENSU"
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO SUPERVISOR ENQUANTO MEDIADOR E
TRANSFORMADOR NA FORMAÇÃO CONTINUADA
Monografia apresentada ao Instituto A
Vez do Mestre - Universidade Cândido
Mendes, como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Supervisão e Administração Escolar.
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AGRADECIMENTOS
A Deus pelas oportunidades e conquistas
concebidas e alcançadas, aos
professores deste curso que muito
contribuíram para o meu crescimento
acadêmico e profissional.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido,
André Luis, pela sua ajuda e
compreensão durante esse período de
estudos e a minha mãe pela sua eterna
dedicação e amor incondicional.
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RESUMO
Propõe-se neste presente trabalho apresentar o papel do Supervisor
Educacional enquanto mediador e transformador na formação continuada,
analisando os fenômenos e função da assessoria pedagógica dentro de um
contexto histórico, considerando os fatores contraditórios que fizeram parte
dessa realidade, a fim de garantir a eficiência do processo educacional e a
eficácia de seus resultados. Considerando os vários papéis que o Supervisor
Educacional pode desempenhar, um deles é o de mediador, que atuará como
facilitador de um processo conflitante, analisando e tomando a decisão no
momento certo. Para explicitar este tema, há, antes de tudo, a necessidade de
conhecer um pouco mais acerca do conceito de Supervisão, sua evolução
histórica no Brasil, as funções do Supervisor, a Ação Supervisora, enquanto
mediadora e transformadora, e o que esse profissional pode executar e
contribuir no processo de formação continuada de seus professores.
Palavras-Chaves: Supervisor Educacional - Mediador - Transformador -
Formação Continuada
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METODOLOGIA
A metodologia adotada neste trabalho foi por meio de análise de livros,
artigos acadêmicos, revistas e internet, numa revisão bibliográfica com o
objetivo de produzir uma obra que tenha o caráter de objetividade e riqueza,
que possam ajudar na compreensão da importância do papel do Supervisor
Educacional enquanto mediador e transformador na formação continuada dos
professores.
Citamos como apoio ao nosso trabalho uma bibliografia dos
conhecimentos de teóricos renomados como: ALONSO (2008), NÓVOA,
(1995), RANGEL (1988), SAVIANI (2008), entre outros.
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SUMÁRIO
Introdução ........................................................................................................ 8
Capítulo I - O Supervisor Educacional ............................................................. 10
Capítulo II - Ação Supervisora enquanto transformadora e mediadora ........... 20
Capítulo III - Os caminhos para formação continuada dos professores .......... 29
Conclusão ....................................................................................................... 36
Referências Bibliográficas .............................................................................. 37
Índice .............................................................................................................. 39
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INTRODUÇÃO
Esta pesquisa monográfica promove uma reflexão acerca da Ação
Supervisora enquanto mediadora e transformadora no processo de formação
continuada de seus professores, esclarecendo assim, até que ponto a ação
supervisora pode influenciar na mediação de conflitos. Refletindo a importância
da prática do supervisor como proposta de qualidade do processo ensino-
aprendizagem, visando uma contribuição permanente e de melhoria contínua
dos processos e métodos inerentes ao aprender do educando, que resulte nas
transformações culturais, sociais e tecnológicas que devem acontecer hoje na
educação.
Diversas pesquisas apontam que historicamente o Supervisor
Educacional sofreu ao longo dos anos diversas mudanças que contribuíram
para a formação atual de sua identidade, consolidando na sua própria prática a
sua importante atuação no ambiente escolar.
A Supervisão Educacional, no início do seu desenvolvimento, era
entendida como inspeção no sentido de fiscalização, logo depois ficou sendo
entendida como uma orientação que era imposta aos professores, mais tarde a
Supervisão Educacional começou a ser entendida como treinamento e como
guia.
A Supervisão modernizada começou a ser observada como um
mecanismo de orientar profissionais e dar assistência, através de pessoas
competentes relacionadas à educação, a fim de aperfeiçoar as práticas
pedagógicas, no objetivo maior da escola - a aprendizagem.
Verificar as competências necessárias desse Supervisor Educacional
no processo da mediação e transformação na formação continuada faz-se
necessário neste trabalho, já que alguns desses especialistas não possuem
discernimento no que diz respeito à maneira mais adequada de assessorar a
sua equipe pedagógica e não sabem lidar com os diferentes fatores sociais
envolvidos no processo educacional.
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Ao analisar o trabalho de alguns Supervisores Educacionais, tenho
observado que alguns desses profissionais atentam-se somente ao trabalho
individual, não valorizam o trabalho coletivo e poucos contribuem no
aperfeiçoamento profissional de seus professores. Além disso, em alguns
momentos, não percebem a importância de sua ação política e, muitas vezes,
preocupam-se somente com a função técnica priorizando as questões
burocráticas e procedimentais.
A promoção de um processo permanente de discussões e debates
junto à equipe pedagógica - numa perspectiva dialógica - e ações vitalizadoras
e modificadoras são competências fundamentais ao supervisor educacional.
Portanto, perceber a necessidade de cada professor e descobrir como atendê-
lo é uma atribuição importante desse Supervisor, além a de valorizar os
saberes e os conhecimentos de seu corpo docente. Proporcionar ações
reflexivas também é pertinente, pois permitirá que o professor analise suas
dificuldades e reconheça os aspectos que podem ser superados, os que
podem ser aperfeiçoados e ainda aqueles que podem ser mantidos.
São muitos os desafios do professor do novo século, onde
consideramos a formação do educador reflexivo de suma importância para o
processo de busca e construção do conhecimento, no que diz respeito tanto ao
professor como ao aluno. Porém, sabemos que na maioria das vezes esse
professor sozinho não dá conta das diversas variáveis que permeiam o
processo pedagógico da escola.
Pensando em um agente mediador e transformador, vemos a
possibilidade do desenvolvimento desse trabalho que reflete acerca das
competências necessárias de um supervisor educacional no processo de
mediação e transformação.
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CAPÍTULO I
O SUPERVISOR EDUCACIONAL
Segundo NÉRICI (1974, p. 29), a Supervisão Escolar é a “visão sobre
todo o processo educativo, para que a escola possa alcançar os objetivos da
educação e os objetivos específicos da própria escola”. Este olhar isenta os
sujeitos envolvidos no processo educativo, ou seja, a ‘escola’ e os ‘objetivos da
educação’ são o foco do trabalho, sem considerar os professores, alunos,
especialistas, demandas sociais ou qualquer outra variável dentro desse
processo.
Depois de alguns anos, já se detecta um avanço em termos de
conceituação de Supervisão Escolar, quando RANGEL (1988), identifica a
necessidade de relação deste com os outros profissionais da escola:
"um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem". RANGEL (1988, p. 13)
Tal conceituação sugere que a Supervisão seja compreendida levando-
se em consideração duas outras dimensões: a relação entre os sujeitos,
Supervisor – Professor, e o ensino-aprendizagem, objeto de trabalho desses
profissionais, transpondo a simples execução de tarefas e a ‘fiscalização’ do
trabalho realizado.
Revela-se, dessa forma, a função do Supervisor como referência frente
ao grupo, frente ao todo da escola. Este profissional enquanto responsável pela
‘coordenação’ do trabalho pedagógico passa a exerce uma liderança, um papel
de responsável pela articulação dos saberes dos professores e sua relação
com a proposta de trabalho da escola.
1.1. Conceituando Supervisor Educacional
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Etimologicamente, a palavra supervisão é composta pelo prefixo super
("sobre") e pelo substantivo visão ("ação de ver"), o que propõe a "atitude de
ver com mais clareza uma ação qualquer" (ANDRADE, 1979.p. 67); evidencia-
se, assim, que uma das ações do Supervisor Educacional corresponde ao ato
de orientar.
Num primeiro momento, a Supervisão Educacional esteve associada à
inspeção no sentido de fiscalização, relacionando-se mais aos aspectos
administrativos, como por exemplo, condições da área escolar, freqüência dos
alunos e professores. Num segundo momento, a Supervisão Educacional ficou
entendida como orientação imposta aos professores para que se tornassem
mais eficientes no exercício de sua profissão. Em um terceiro momento a
Supervisão Educacional começou a se entendida como treinamento e como
guia, de acordo com as necessidades das pessoas implicadas.
Na busca de contribuir com o desafio de encontrar caminhos que
possibilitem a aprendizagem efetiva, a aquisição do conhecimento e do
desenvolvimento, tanto do educando, quanto de toda a comunidade escolar -
em todos os aspectos - surge um profissional dotado de competências que
possa auxiliar e complementar o trabalho do professor, interagindo e
integrando os diversos sujeitos dessa instituição, unindo forças e promovendo
um ambiente de cooperação mútua a fim de orientar o trabalho pedagógico no
ambiente escolar.
O Supervisor surge buscando o preenchimento dessa lacuna presente
no ambiente educacional, mas não somente no que se refere à observação da
aprendizagem do aluno, como também no sentido de atender as diversas
demandas e necessidades da escola.
Esse profissional poderá auxiliar os professores a adotar uma nova
postura, diante das dificuldades encontradas no cotidiano da escola.
Oferecendo um novo olhar que poderá proporcionar ao aluno uma formação de
identidade, o desenvolvimento de sua capacidade crítica, de sua autoconfiança
e de sua criatividade.
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O Supervisor Educacional auxiliará os professores examinando e
criando metodologias de ensino motivadoras e sedutoras, que consistam na
construção de um planejamento em que diversas formas de exploração e
manipulação são expostas de maneira estimulante e desafiante.
Orientar o corpo docente no desenvolvimento de suas potencialidades
profissionais é outra importante função deste profissional - a fim de assessorá-
lo técnica e pedagogicamente - na busca de desenvolverem a criatividade, o
espírito de autocrítica e de equipe, ao mesmo tempo em que visa o
aperfeiçoamento profissional contínuo. Trata o Supervisor Educacional,
também, do cumprimento de normas e diretrizes do processo educativo,
buscando promover a eficácia do mesmo.
Esse profissional, precisa, portanto, ser instigado a romper a barreira
entre teoria e prática, visando, com isso, um refazer pedagógico, refletindo
acerca de sua ação como um ser transformador, com a finalidade de promover
na escola a formação de cidadãos competentes, com visão crítica de mundo,
na busca de soluções para os problemas encontrados na sociedade.
Deve ainda, contribuir para o desenvolvimento profissional do
professor, auxiliar nas dificuldades da ação docente - colocando-se à
disposição para ajudá-los, permitindo que o professor sinta-se membro da
mesma equipe que o supervisor.
Diante disso, percebe-se um enriquecimento nas atribuições do
Supervisor Escolar, e para melhor contextualizar esta evolução, será realizada
uma retomada histórica.
1.2. Histórico de Supervisor Educacional
Em seu início, a Supervisão Escolar foi exercida no Brasil em
condições que motivavam o ofuscamento e não a elaboração da vontade do
supervisor. O objetivo pretendido com a supervisão que se introduzia, era o de
uma educação dominada, para uma sociedade também dominada, que possui
um supervisor dominador e também dominado. Na busca que esse supervisor
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se fizesse possível foi-lhe dito e sugerido que o controle é sempre atributo dos
que decidem, ou seja, era transmitida para os supervisores uma lição de
autoritarismo, e que eles deveriam ser, portanto, autoritários.
Segundo FOULQUIÉ (1971, p. 452), supervisão é a "ação de velar
sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu
funcionamento ou de seu comportamento". Essa "ação" estava inserida até
mesmo nas comunidades primitivas, onde a educação se desenvolvia de forma
difusa e diferenciada. Nestas comunidades, os homens vivam na busca de
alimentação coletivamente, cultivando a terra juntos, educando-se e se
relacionando uns com os outros. Assim, os adultos educavam, vigiando
discretamente, protegendo e orientando as crianças, isto é, supervisionando-
as.
Com o tempo, o homem se estabeleceu e a propriedade da terra fez
surgir os proprietários e os não-proprietários. Os proprietários podiam viver
sem trabalhar, sendo que estes dependiam do trabalho dos não-proprietários.
Com a divisão em classes, a educação também tornou-se dividida,
estabelecendo a diferença entre a educação destinada à classe dominante e a
da classe dominada coincidida com o trabalho.
Algumas mudanças surgiram na Época Moderna: "o eixo do processo
produtivo que se observava no campo passou para a cidade, a agricultura para
a indústria; o processo de educação assistemática para o saber metódico,
sistemático e científico e o eixo educativo que era difuso para institucionalizado
- escolas". (SAVIANI, 2008 p. 19)
A partir da institucionalização da educação, começa a surgir a ideia da
Supervisão Educacional que inicia-se no Brasil com os jesuítas, em seu plano
Ratio Studiorum. O plano em referência tinha um elemento denominado -
prefeito geral de estudos, cuja incumbência era de auxiliar o reitor na
organização dos estudos, na qual alunos e professores deviam obedecê-lo.
SAVIANI (2008) destacava que o prefeito de estudos tinha suas
funções, como:
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"- organizar os estudos, orientar e dirigir a aulas, de tal arte que os que as frequentam façam o maior progresso na virtude, nas boas letras e na ciência, para a maior glória de Deus."
"- determina que ao prefeito incumba lembrar aos professores que devam explicar toda a matéria de modo a esgotar, a cada ano, toda a programação que lhe foi atribuída."
"- de quando em quando, ao menos uma vez por mês, assista às aulas dos professores, leia também, por vezes, os apontamentos dos alunos. Se observar ou ouvir de outrem alguma cousa que mereça advertência, uma vez averiguada, chame a atenção do professor com delicadeza e afabilidade e, se for mister, leve tudo ao conhecimento do Padre Reitor." (SAVIANI, 2008, p. 21)
Considerando essas regras, podemos afirmar que a ideia de
supervisão já existia e, de fato, era especificada no plano Ratio Studiorum, por
meio de um elemento que deveria cumprir tais determinações.
As Reformas Pombalinas ocorreram logo após a expulsão dos jesuítas.
Logo, o cargo prefeito de estudos foi extinto e iniciou-se uma nova
denominação o "diretor geral dos estudos" e seus comissários. Dessa forma, o
diretor tinha a atribuição de inspecionar e dirigir e os comissários fiscalizavam,
coordenavam e orientavam o ensino nas escolas.
Em torno de 1827, uma lei instituiu as Escolas de Primeiras Letras, em
todas as localidades do Império e assim, neste período, o professor exerceu a
função de docente e ao mesmo tempo de supervisor, já que ele escolhia os
melhores alunos e estes seriam os monitores, sendo que ele mesmo que
supervisionava as atividades ministradas por eles.
Passado algum tempo, perceberam que seria necessário a existência
de uma pessoa com a função específica de supervisionar. Com isso, após
alguns relatórios, institui-se, em 1854, um regulamento que estabeleceu o
cargo de "inspetor geral", na qual sua função era "supervisionar todos os locais
de ensino" podendo ser cumprida pelos seus delegados ou pelo membro do
Conselho Diretor.
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Próximo ao fim da monarquia, percebia-se uma preocupação com a
organização do sistema educacional nacional, visando à criação de órgãos de
várias instâncias, desde um nível mais alto até chegar à escola. Nota-se,
sobretudo, que a ideia de supervisão há, tanto no âmbito administrativo quanto
no pedagógico. Assim, em relação às escolas, agora chamadas de grupos
escolares, determinado número de professores ensinava um grande número de
alunos. Com isso, passaram a necessitar de uma supervisão, já que os
conteúdos eram distribuídos por séries, na qual deviam ser graduados o que
implicava na coordenação das atividades.
Logo após esse período, reformas foram apresentadas, algumas
questões em relação ao predomínio do trabalho burocrático em detrimento do
pedagógico foram levantadas e então, percebe-se que os estados buscavam
uma real separação entre o administrativo e o pedagógico.
Na década de 20, surgiram os "profissionais da educação", ou seja, os
técnicos em escolarização, assim como, a criação da Associação Brasileira de
Educação (ABE) em 1924, realizada por Heitor Lira. A ABE estimulou a criação
do Departamento Nacional de Ensino e o conselho Nacional de Ensino, o que
separou a parte administrativa da técnica quando antes eram juntas. Este fato
foi importante, porque cinco anos depois foi criado o Ministério da Educação e
Saúde Pública.
Vale ressaltar o surgimento do "Manifesto dos Pioneiros da educação
nova" em 1932, que apesar de ter sido escrito por profissionais fora da
educação, trouxe uma contribuição para a valorização dos especialistas nesta
área. Destacava-se nesse plano, a importância das ciências para a eficiência e
eficácia da educação. Percebe-se o primeiro indício de uma intenção de ter na
educação um estágio tecnológico. Além disso, buscava-se também a
organização do trabalho educativo através da racionalização do mesmo, o que
reforçava a função de supervisor. (SAVIANI, 2008)
No final de década de 50 e início da década de 60, a denominação
Supervisão Escolar surge modernizada, em virtude do acordo firmado entre
Brasil e Estados Unidos, para a implantação do Programa Americano Brasileiro
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de Assistência ao Ensino Elementar (PABAEE). Dessa forma, o Supervisor
Escolar tem estritamente a função de controlar e inspecionar, logo, informou os
primeiros Supervisores Escolares para atuarem na educação elementar.
O PABAEE tinha por objetivo "treinar" os educadores brasileiros, a fim
de que estes garantissem a execução de uma proposta pedagógica com
ênfase nos métodos e técnicas mais modernos, seguindo o paradigma
americano de educação.
Nota-se que naquele período, as novas técnicas deviam ser divulgadas
aos professores de Escolas Normais e aos professores leigos, e estes sendo
boa parte dos docentes no Brasil. Nesse quadro, a função do supervisor se
dava nos "treinamentos em serviço". (PAIVA, 1997)
Os supervisores desempenhavam papel de multiplicadores e
inspecionavam a execução das idéias impostas pelo PABAEE, assim, o
programa passou a atingir um número maior de professores e alunos. Logo, um
dos organizadores do programa, reforçando esta meta, conclui que:
"isso indica claramente que devemos trabalhar com pessoas que preparam professores em vez de trabalhar com professores regentes de classes". (PAIVA, 1997 p. 48)
No início da década de 60, foram criados Centros de Treinamento do
Magistério nos estados e os cursos para supervisores expandiram-se. Estes
supervisores supervalorizavam os métodos de ensino das disciplinas como
sendo fundamentais, sem refletir amplamente sobre os problemas da escola
primária. (PAIVA, 1997)
Ainda no início dos anos 60, as Leis de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, primeiramente a LDB 4024/61, passam a prever setores
especializados para coordenar as atividades pedagógicas nas escolas, como
forma de buscar a execução das políticas educacionais desejadas pelos
Sistemas de Ensino.
A partir de 1964, em razão do golpe militar, a educação passou a ser
vista pelo enfoque econômico e da segurança nacional. Nesta situação, a
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educação passou a ter a função de controlar a qualidade do ensino e, ao
mesmo tempo, promover uma educação com mais produtividade para suprir a
mão-de-obra que faltava na época, refletindo o momento histórico.
Consequentemente, para conseguir alcançar este propósito, houve a
necessidade de uma formação em nível superior.
Para tanto, a Lei 5540/68 foi promulgada. Nela, o curso de Pedagogia
foi modificado, criando as habilitações administração, inspeção, supervisão e
orientação.
Com o Parecer 252/69, o curso de pedagogia foi reestruturado e a
partir desse momento, foram levantados muitos questionamentos em relação
ao aspecto político e técnico. Segundo SAVIANI (2008, p. 32) "a função do
supervisor é uma função principalmente política e não principalmente técnica,
mesmo quando a função do supervisor se apresenta sob a roupagem da
técnica ela está cumprindo basicamente um papel político". Logo, quanto mais
técnica mais ela é eficaz em defesa dos interesses socialmente dominantes.
Com a Lei 5695/71, a supervisão adquiriu força institucional. A
Supervisão Educacional englobou atividades de assistência técnicas-
pedagógica e de inspeção nas escolas e em todo o sistema.
Reiterando a atuação tradicional, MEDINA (1995), resgata o texto da
Lei Federal nº 5692, de 11 de agosto de 1971, em seu capítulo V, artigo 33, o
qual reforça a responsabilidade do supervisor com relação à prática
pedagógica exercida na escola:
institucionaliza a supervisão, ao referir-se à ‘formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores, supervisores e demais especialistas em educação’. A supervisão passa a introduzir modelos e técnicas pedagógicas atualizadas (para a época); o supervisor, contudo, não perde o vínculo com o poder administrativo das escolas. Agora o seu papel é o de assegurar o sucesso no exercício das atividades docentes por parte de seus colegas, professores, regentes de classe. (MEDINA, 1995, p. 40)
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RANGEL (1988) transcreve a Portaria nº 06/77 da Secretaria de
Educação do Estado do Rio de Janeiro, sobre as atribuições do ‘orientador
pedagógico’, nomenclatura dada ao Supervisor Escolar naquele Estado:
Planejamento, acompanhamento, avaliação e controle: 1.1- Planejar a dinâmica da orientação pedagógica em consonância com os objetivos da unidade de ensino; (...) 1.4- Acompanhar o desenvolvimento do currículo, em entrosamento direto com a Direção do estabelecimento e a equipe de orientação educacional; 1.5 Avaliar, continuamente, o processo de ensino-aprendizagem com vistas à realimentação do sistema; (...) 1.8- Elaborar, implementar ou opinar sobre projetos de caráter técnico-pedagógico. (RANGEL, 1988, p. 14)
Estes textos revelam a ação tradicional, conservadora e estreita,
atribuída ao Supervisor Escolar, que contém em si traços do Inspetor Escolar
que dava ênfase ao ‘controlar’, ‘executar’, ‘fazer cumprir’. A existência deste
profissional continuava, portanto, servindo ao sistema, promovendo a sua
limitação ao que lhe era determinado, cabendo-lhe executar o que era
estabelecido e garantir que os docentes reproduzissem em suas aulas o
modelo instituído.
Nos anos 80, inicio-se um movimento aberto de repensar a educação.
Alguns profissionais, insatisfeitos com a educação disseminada nas escolas
brasileiras, começam a refletir, discutir e buscar alternativas para uma nova
proposta acerca da função social da escola.
No entanto, o reconhecimento da realidade promoveu a percepção da
importância da supervisão para a organização do processo pedagógico.
Na década de 90, após a análise do cotidiano das escolas, redescobre-
se a supervisão. O supervisor seria o elemento que coordenaria as ações na
escola, buscaria a integração com a sociedade por meio de sua participação,
desenvolvendo um trabalho coletivo. A supervisão foi então percebida com
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uma função capaz de transformar e construir junto, sem a atitude autoritária de
outras épocas.
A Lei 9394/96 continua, assim, prevendo a formação de profissionais
de educação, entre ele, o supervisor, em curso de graduação em Pedagogia.
Logo mais, a Resolução 1/2006 no seu artigo nº 10 nos diz que as habilitações
no curso de Pedagogia, que havia até aquele momento, entrariam em extinção
no período letivo seguinte.
Na busca de garantir uma formação mais aprimorada em relação a
essas habilitações, o professor necessita concluir a pós-graduação na
habilitação que escolher. Neste aspecto, verifica-se o propósito de fazer com
que este profissional aprimore sua competência técnica e, principalmente,
torne-se mais reflexivo na sua prática.
Atualmente, o supervisor é reconhecido como o articulador do Projeto
Político Pedagógico, é o agente que orienta o processo pedagógico na escola,
objetivando a participação de todos, estimulando a formação continuada dos
professores e, principalmente, um líder na busca incessante por uma escola de
qualidade.
A Supervisão Educacional moderna passou, portanto, a ser entendida
como orientação profissional e assistência, dadas por pessoas competentes
em matéria de educação, quando e onde fossem necessárias, visando ao
aperfeiçoamento das práticas pedagógicas no objetivo maior da escola - a
aprendizagem.
O Supervisor Educacional, favorecido de uma formação pedagógica
específica, possui um olhar diferenciado, capaz de reconhecer e promover
intervenções eficazes de modo a contribuir para o desenvolvimento e a
inserção do aluno no contexto da comunidade escolar em seu aspecto mais
abrangente.
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CAPÍTULO II
AÇÃO SUPERVISORA ENQUANTO
TRANSFORMADORA E MEDIADORA
O papel do Supervisor em sua prática educacional tem como escopo
preemente o desenvolvimento profissional dos docentes a fim de que esses
profissionais usem suas aptidões no direcionamento dos alunos no que tange a
estimulá-los à compreensão das mais variadas situações que se apresentam
no cotidiano, estimulando a sua consciência de cidadão, propiciando dessa
maneira, superar as mais diversas dinâmicas que perpassam a vida cotidiana.
Para tanto, faz-se necessária a Ação Transformadora do Supervisor
Educacional - na busca incansável de socializar os diversos saberes junto a
sua equipe docente - e a Ação Mediadora, na qual esse sujeito é o articulador
de todo o sistema de execução da escola e atua na superação dos limites das
suas próprias ações.
De acordo com MEDINA (2008):
"o papel do supervisor passa, então, a se redefinido com base em seu objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre entre o professore que ensina e o aluno que aprende passa a constituir o núcleo do trabalho do supervisor na escola. A forma fácil ou difícil usada pelo professor para que o aluno aprenda será, portanto, o foco da pesquisa, do estudo e da reflexão por onde flui o trabalho do supervisor. (MEDINA, 2008 apud SILVA JÚNIOR; RANGEL, p. 22)
O supervisor precisa ser, portanto, um constante pesquisador, além
disso, é necessário que ele antecipe os conhecimentos para a sua equipe de
professores.
NÓVOA (1995) salienta:
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"a formação não ocorre por acumulação de cursos, de conhecimentos ou de técnica, mas por um trabalho de reflexividade crítica e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal." (NÓVOA, 1995, p. 48)
Diante da fundamental importância do Supervisor Educacional, da
sua formação, assim como, a dos seus docentes, trataremos, a seguir, acerca
da Ação Supervisora e do seu papel transformador e mediador.
2.1. Ação Supervisora
Enquanto sujeito supervisor, esse profissional é o co-responsável pela
qualidade do ensino oferecido pelas escolas, resultantes da execução das
políticas educacionais centrais, regionais e locais, devendo: perceber os pontos
possíveis de aperfeiçoamento ou de revisão detectados nos processos de
formulação e/ ou execução das diretrizes e procedimentos decorrentes dessas
políticas; avaliar os impactos dos programas e das medidas implementadas,
oferecer alternativas de melhoria, superação ou correção dos desajustes
identificados às respectivas instâncias; buscar, em conjunto com as equipes
escolares, soluções e formas adequadas ao aprimoramento do trabalho
pedagógico e à consolidação da identidade da escola. Fonte: Comunicado SEE
DE 30/07/2002.
De acordo com FRANCO (2003, p.34), o Supervisor Escolar é, "aquele
que sabe ver além das evidências do cotidiano, colocando-se em diferentes
ângulos para ver várias e muitas faces da realidade da Educação, procurando
estudá-las, confrontá-las e aprofundá-las pelo estudo, pelo diálogo, num
processo de ação-reflexão que alimenta continuamente a caminhada de toda a
comunidade educativa, em vista da construção de pessoas-sujeitos da própria
história."
A função e ação do Supervisor estão diretamente relacionadas à
transformação da realidade, agindo enquanto condutor e incentivador de
mudanças dentro da escola, motivando os professores. No entanto, para ser
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um técnico escolar, não basta somente ter o desejo, é necessário
conhecimento teórico, pensar e repensar a prática pedagógica.
Para MEDINA (2002, p.5) a habilitação de profissionais Supervisores,
passa por cinco momentos na qual obtiveram diferentes enfoques e
concepções adotados pela ação supervisora:
1º) Ação Supervisora direcionada para o ensino primário - no primeiro
momento de sua história, a Supervisão Escolar ocupava-se unicamente do
ensino primário. Tinha competências de inspeção, encarregada de fiscalizar o
"prédio" Escolar, a freqüência de alunos e professores.
2º) Ação Supervisora com referências da primeira fase da Revolução Industrial,
emerge com o crescimento da população, indicando mais as necessidades do
corpo docente. A Escola torna-se uma instituição complexa e hierarquizada,
assemelhando-se pouco a pouco às empresas.
3º) Ação Supervisora como forma de treinamento e orientação - neste
momento a supervisão é influenciada pelas teorias administrativas e
organizacionais que marcam uma etapa importante na história da Supervisão
Escolar no Brasil.
4º) Ação Supervisora questionadora das últimas décadas - este momento
coincide com o final de década de 70 e início da década de 80, que é quando
surgem questionamentos a respeito da Escola, da Educação, do Ensino e,
consequentemente, da validade da Supervisão Escolar. O Supervisor, não
conseguindo reagir ao conflito, devido ao fato de estar acostumado ao
pensamento linear e doutrinário, justifica sua permanência na Escola,
refugiando-se em atividades burocráticas.
5º) Ação Supervisora repensada - momento final da década de 80 e início dos
anos 90, quando os autores reafirmam a Escola como local de trabalho, onde o
sucesso do aluno independe do conhecimento de conteúdos, métodos e
técnicas. A Escola torna-se o espaço onde todos aprendem e ensinam, cada
um ocupando o seu lugar e onde o Supervisor tem uma contribuição específica
e importante a dar no processo de "ensinar e aprender". (MEDINA, 2002, p.5)
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De acordo com as atribuições do Supervisor Escolar, a essência de
sua função consiste no relacionamento que mantém com os professores
individual e coletivamente, e quando se fala em ‘relação entre sujeitos’, existe,
além de questões epistemológicas, questões de subjetividade.
Este tipo de trabalho permite uma relação de parceria entre docentes e
orientadores e supervisores, alicerçada na autonomia e na prática pedagógica
reflexiva e inovadora. A prática de pesquisa constitui-se em um método
alternativo de construção de saberes e fazeres necessários a nova visão do
ensino formal.
Medina (1995, p. 88), em pesquisa realizada com Supervisoras da
Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, apresenta o que os profissionais
consideram como "ação supervisora tradicional", criando um paralelo com a
"ação supervisora renovada", das quais são destacadas a seguir:
QUADRO 01: Ação Supervisora
TRADICIONAL
RENOVADA
Ter como objetivo a harmonia do grupo.
Explicitar as contradições, trabalhando o conflito com o objetivo de estabelecer relações de trabalho no grupo da escola.
Buscar a igualdade num processo de mascaramento da realidade.
Trabalhar as diferenças.
Trabalhar a partir do seu próprio desejo.
Trabalhar buscando criar demandas.
Produzir modelos de conhecimento. Criar formas próprias de conhecimento.
Enfatizar procedimentos linearizados. Enfatizar a produção do professor no interior da escola, num movimento de ensinar e aprender.
Ser um facilitador. Ser um problematizador.
Ter o conhecimento como um dado absoluto.
Ter o conhecimento como um dado relativo.
24
Ter comportamento de neutralidade. Ter comportamento expresso com clareza.
Trabalhar tendo em vista um tipo ideal de homem.
Trabalhar tendo em vista o sentido da vida humana.
Fonte: Supervisão Escolar: da ação exercida à ação repensada, 1995.
Retrata-se nesta pesquisa a necessidade de um repensar da prática
Supervisora que já começa a ocorrer.
Seguindo além da mera organização de um espaço de estudo e
ratificando esta mudança de paradigma na Ação Supervisora, Freitas (2001)
ressalta que:
É preciso que o/a supervisor/a, juntamente com os professores, problematizem e disponham-se a reconstruir sua identidade profissional à medida que pensem sobre o que fazem e porque fazem, sobre os significados que atribuem às suas práticas, discutindo a intencionalidade de seu trabalho, em permanente diálogo com a realidade, bem como lutando para a transformação das condições institucionais que limitam suas possibilidades de reinventar sua atuação profissional. (Freitas, 2001, p. 207)
Esta mudança, consequência das necessidades sociais que interferem
nos modelos de escola que se deseja, provoca nos profissionais em
Supervisão Escolar uma reflexão de sua prática.
Quanto à articulação da prática pedagógica, esta é atribuição do
Supervisor Educacional, que deve buscar a construção do planejamento
curricular, além de coordenar o processo pedagógico da escola e adequá-lo a
aprendizagem às exigências da escola.
Destaca SAVIANI (2002):
Se entende a supervisão como a ação de velar sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu comportamento (FOULQUIÉ, 1974:452) vê-se que mesmo nas comunidades primitivas, onde a educação se dava de forma difusa e indiferenciada, estava presente a função supervisora. (SAVIANI, 2002, p. 14)
25
Atualmente, o que valorizam nesta profissão é a questão pedagógica, o
assessoramento, a melhoria do desempenho do professor, visando à qualidade
do processo ensino-aprendizagem. Esta é uma nova dimensão do trabalho do
Supervisor Educacional, executar suas funções no sentido pedagógico e não
técnico da educação.
O supervisor moderno deve ser pesquisador do cotidiano escolar, a fim
de realmente realizar um trabalho que faça sentido, que ressignifique; seu
trabalho deve partir da observação das realidades existentes na escola.
O Supervisor Educacional deve estimular o comprometimento de cada
um dos participantes da comunidade escolar para com o processo ensino-
aprendizagem, na qual se estimula o autoconhecimento voltando a executar
aquilo que realmente gosta - que é a condição básica para a criação de uma
formação crítica e voltada para a criação de um mundo justo e humano.
Esse profissional atuará como facilitador do processo, por meio de uma
metodologia que consiste no aprender fazendo, refletindo e participando, que
possibilita, através da criatividade e da sensibilidade, o estabelecimento de um
projeto que dará o foco para uma formação autônoma.
MEDINA (2002) salienta esta ideia:
Para que tudo isso seja possível, é indispensável à ação de um profissional que, além de possuir competência teórica, técnica, humana, política, disponha de tempo necessário para tornar possível a relação entre vivências dos alunos fora da escola e o trabalho do ensinar e aprender na escola. Esse profissional é o supervisor que define sua função pedagógica quando contribui para melhoria do processo de ensinar e aprender por meio de ações que articulam as demandas dos professores com os conteúdos e as disciplinas. (MEDINA, 2002, p. 51)
O objetivo do supervisor no trabalho de formação deve ser tanto
individual quanto coletivo, a fim de contribuir com o aperfeiçoamento
profissional de cada professor e, ao mesmo tempo, ajudar a constituí-los
enquanto grupos.
26
2.2. O papel transformador e mediador do Supervisor
Educacional
O papel do supervisor é mediar à relação professor/aluno no processo
de ensino aprendizagem, atender o professor em sua realidade, criticar os
acontecimentos, provocando a compreensão da participação do professor em
questões educacionais, trabalhar baseando-se no processo de transformação,
alçar caminhos alternativos, acompanhar a caminhada coletivamente.
Segundo FERREIRA (2006), o supervisor deve ser um pesquisador
permanente, é importante que ele antecipe conhecimentos para a equipe
docente, lendo muito, não somente a respeito de conteúdos específicos, mas
também livros e diferentes jornais e revistas. Considerando as atividades do
supervisor estão: auxiliar na construção e aplicação do projeto da escola,
assessorar em questões pedagógicas e, principalmente, atuar na formação
contínua dos professores.
Cabe ao supervisor instigar os professores a pensar e repensar sua
prática cotidiana, considerando suas críticas como uma forma de
autoavaliação, respeitando-lhes as diferenças de maneira que, esses mesmos
professores, ao sentirem-se respeitados, assim possam respeitar as diferenças
dos seus alunos. Assim, o supervisor proporcionará, através da mediação, a
possibilidade de ensinar/ aprendendo, por meio do respeito humano.
Atuar como facilitador na prática pedagógica diária, também deve ser
uma das atribuições do Supervisor Educacional, oportunizando a
transformação de cada indivíduo inserido no processo educacional.
De acordo com MELCHIOR (2001), com a nova configuração do papel
do supervisor, sendo tanto um técnico burocrático como um educador
consciente, reflexivo e crítico - que está a serviço da promoção do
desenvolvimento humano e técnico daqueles que com ele atuam - certamente
esse profissional é adepto do trabalho em equipe. Assim, o Supervisor Escolar
precisa articular todo o conjunto escolar (professores, alunos, pais, direção,
27
comunidade educativa em geral) e almejar um projeto único, uma intenção na
qual a melhoria de ensino seja o objetivo principal.
(...) não somos aqueles supervisor da década de 70, controlador, que causa temor a todos os professores, com função mais burocrática que pedagógica, mas de um educador que é capaz de liderar um grupo, oportunizar aperfeiçoamento. (MELCHIOR, 2001. p. 70)
Esse profissional deve possibilitar seu grupo de trabalho a elaborar
críticas à realidade vivenciada no contexto escolar, na busca de trazer uma
análise reflexiva de cada entrave no caminhar pedagógico e oportunizar novas
perspectivas da mesma problemática estimulando um avanço qualitativo na
ação docente.
Segundo FERREIRA (2006):
(...) a verdadeira cidadania e a verdadeira formação de profissionais da educação são indissociáveis e por isso, ambas, necessitam acontecer à luz dos princípios que necessitam, por isso, reger as políticas públicas educacionais de formação dos profissionais que formam para a verdadeira cidadania a que supera o individualismo imperante e acirrado, - uma cidadania pautada na solidariedade, na justiça social e na fraternidade. FONTE: www.pucpr.br/eventos/educere/educere2006/anaisEvento/docs/PA-318-TC.pdf
O Supervisor deve desempenhar o papel de mediador junto aos órgãos
responsáveis pela educação, no sentido de fazê-los perceber a necessidade de
proceder na organização da educação e no funcionamento da escola. Cabe ao
supervisor, fortalecer o grupo, incentivar os professores a pesquisarem, a fim
de melhorar sua prática pedagógica, de tal modo que modifiquem os seus
procedimentos. Observando e participando dos problemas existentes no
interior da escola, ele possibilitará que o aluno supere as dificuldades na busca
de conhecimento.
Esse profissional deve ser, portanto, um sujeito mediador, não no
sentido de servir apenas ao que vem pronto, mas um articulador de toda a
comunidade escolar, trazendo para o interior da escola discussões inerentes à
28
função social que a mesma deve trazer em si, no sentido de buscar,
objetivamente, educar/ensinando e que seja, realmente, a meta primordial de
todos os envolvidos no processo educacional, sobretudo o Supervisor
Educacional.
29
CAPÍTULO III
OS CAMINHOS PARA FORMAÇÃO CONTINUADA
DOS PROFESSORES
"A ideia de processo – e, portanto, de continuum – obriga a considerar a necessidade de estabelecimento de um fio condutor que vá produzindo os sentidos e explicitando os significados ao longo de toda a vida do professor, garantindo, ao mesmo tempo, os nexos entre a formação inicial, a continuada e as experiências vividas. A reflexão é vista aqui como elemento capaz de promover esses nexos". (Mizukami, p. 16, 2002)
Segundo o PNE (Plano Nacional de Educação), a qualificação do corpo
docente é um dos maiores desafios educacionais; a melhoria da qualidade de
ensino, indispensável para assegurar à população brasileira o acesso pleno à
cidadania, e a inserção nas atividades produtivas que permita elevação
constante do nível de vida, constitui um compromisso da nação. Este
compromisso, entretanto, não poderá ser cumprido sem a valorização do
magistério, já que os docentes exercem um papel decisivo no papel educativo.
Ainda considerando o PNE (Plano Nacional de Educação), uma
formação profissional deve garantir o desenvolvimento da pessoa do educador,
enquanto cidadão e profissional, o domínio dos conhecimentos - objeto de
trabalho com os alunos - e dos métodos pedagógicos, de forma que promovam
a aprendizagem; um sistema de educação continuada deve permitir ao
professor um crescimento constante de seu domínio sobre a cultura letrada
dentro de uma ótica e da perspectiva de um novo humanismo.
O papel do Supervisor Educacional na formação continuada dos
professores é de extrema importância, pois, assim como os alunos, os
professores necessitam de estímulo. Então, uma das grandes ocupações do
Supervisor deve ser com a formação profissional de sua equipe pedagógica e
com sua própria formação profissional, ressaltando, porém, que não basta
somente indicar bons livros, bons palestrantes, promover oficinas, etc., muito
30
embora tudo isso seja de grande valor, o Supervisor deve ter a perspicácia de
que isso não é o suficiente, pois a teoria necessita dialogar constantemente
com a prática e vice-versa, oferecendo assim, para o cotidiano escolar uma
reflexão crítica sobre teoria x prática.
CANDAU (1997) ressalta que:
A formação continuada não pode ser concebida como um meio de acumulação (de cursos, seminários, capacitações, etc., de conhecimento ou técnicas), mas sim através de um trabalho de refletividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal e profissional, em interação mútua, é nessa perspectiva que a renovação da formação continuada vem procurando caminhos novos de desenvolvimento. (CANDAU, 1997, p. 64-65)
A fim de dar ênfase à construção do conhecimento docente, é
relevante que não se perca de vista o fato de que o professor traz em si, como
profissional e ser humano, uma gama de saberes que não podem - e não
devem ser desprezados - em troca de saberes mais elaborados e
institucionalizados. Oportunizando a troca de conhecimento e experiência entre
sua equipe pedagógica - como mais um meio de incentivar a formação
continuada em serviço - dando voz ao professor e ouvindo-lhe as opiniões e
críticas, o Supervisor Educacional lhe permitirá um salto na qualidade da
formação de seus professores e também na sua própria formação.
CANDAU (1997) salienta ainda:
(...) é considerado fundamental a importância do reconhecimento e valorização do saber docente no âmbito da prática da formação continuada, de modo especial dos saberes da experiência, núcleo vital do saber docente, e a partir do qual o professor dialoga com as disciplinas e os saberes curriculares. Os saberes da experiência se fundam no trabalho cotidiano e não no conhecimento do seu meio. São saberes que brotam da experiência e são por ela validados. Incorporam-se à vivência individual e coletiva sob forma e de hábitos e habilidades de saber fazer e de saber ser. É através desses saberes que os professores julgam a formação que adquiriram pertinência ou realismo dos planos e das reformas que lhe são propostas e concebem modelos de excelência profissional.
31
Eles constituem hoje, a cultura docente em ação e é muito importante que sejam capazes de perceber essa cultura docente em ação, que não se pode ser reduzida ao nível cognitivo. (CANDAU, 1997, p. 59-69)
A formação continuada assume, então, uma relativa importância em
decorrência do desenvolvimento científico e tecnológico e de exigência de um
nível de conhecimentos sempre mais amplos e profundos na sociedade
moderna. Ela é parte fundamental de estratégia de melhoria permanente da
qualidade da educação, e terá como objetivo a abertura de novos horizontes na
atuação profissional. Essa atuação terá como finalidade a reflexão acerca da
prática educacional e a busca de seu aperfeiçoamento técnico, ético e político.
De acordo com CHRISTOV (1998) a Educação Continuada se
concretiza pela essência do saber, o fazer humano como prática que se
transforma constantemente. A realidade se transforma e os saberes que
produzimos sobre ela devem ser renovados diariamente. A Educação
Continuada, se faz necessária, portanto, para a atualização dos
conhecimentos, em especial na análise das mudanças que ocorrem na prática
do docente, podendo dessa forma oferecer direções importantes a essas
mudanças.
A educação escolar não se reduz a sala de aula e é promovida através
da ação articulada entre todos os agentes educativos - docentes, técnicos,
funcionários administrativos e de apoio - que atuam na escola, sempre numa
relação dialógica. Porém não é o que promove algumas Instituições Escolares,
como destaca HOFFMANN (1998):
"Em seus cursos de formação ou em reuniões na escola, o professor raramente é levado a expressar livremente opiniões, fazer relatos sobre sua prática, analisar teoricamente situações vividas. Burocraticamente, elabora planos formais, sintáticos e objetivos, e não faz relatórios. Esses, quando são exigidos pelas escolas ou órgãos oficiais sobre projetos ou outros, passam a ser tarefas dos supervisores e coordenadores de áreas. Dentre todos os profissionais, os professores são os mais resistentes em discutir inovações dos próprios colegas. (...) Quando reunidos em Conselhos de Classe, o assunto são
32
os alunos e suas atitudes em aula. Quando em curso com especialistas, emudecem à espera de sugestões, sem oferecer as suas, muitas iniciativas importantes e significativas." (HOFFMANN, 1998, p. 181)
O Supervisor deve ter humildade no seu convívio com o corpo docente,
e argumentos teóricos legais para contribuir com a continuidade da proposta,
além de sabedoria para distanciar-se quando perceber que a equipe precisa de
mais tempo para se organizar, sem se omitir ou se excluir do processo. Como
traz Paulo Freire (1996):
(Y) o sonho que nos anima é democrático e
solidário, não é falando aos outros, de cima pra
baixo, sobretudo, como se fôssemos os
portadores da verdade a ser transmitida aos
demais, que aprendemos a escutar, mas é
escutando que aprendemos a falar com eles”.
(FREIRE, 1996, p.127)
A supervisão centrada na formação dos professores mostra um
redirecionamento do trabalho dos agentes, voltando à atenção para problemas
ocorridos na sala de aula, com os professores e outras questões mais amplas
inter e extra-escolares, tomando consciência das mudanças sociais e
educacionais. Os supervisores precisam ser bem preparados, atualizados,
dinâmicos e preocupados com o destino dos alunos e com a responsabilidade
da escola para com a comunidade.
A formação inicial de professores deve ser organizada de modo que os
futuros professores adquiram as competências necessárias ao bom
desempenho profissional. Assim, a formação de professores não deve consistir
em um treinamento de técnicas e métodos, e sim, na ajuda aos futuros
professores no seu desenvolvimento e autonomia profissional.
Segundo ALONSO (1992), o modo de conceber a supervisão centrada
na formação dos professores, não determina no abandono das tarefas
rotineiras, mas indica um redirecionamento do trabalho dos agentes, cuja
atenção deve estar centrada nos problemas que surgem em sala de aula, com
33
os professores, e outras questões mais amplas relacionadas à escola e ao seu
exterior; conscientizando-se das mudanças que estão acontecendo na
sociedade e nas novas demandas que surgem na educação:
A palavra de ordem, portanto, é mudança. e essa mudança terá que ser feita a partir da escola, com os professores. Para tanto, é preciso formar os professores dentro dessa perspectiva, no próprio contexto escolar, em situação de trabalho, pois somente assim, o processo de formação ganhará sentido. (ALONSO, 1992 p. 172)
A formação de professores não deve considerar-se um domínio
autônomo de conhecimento e decisão. Pelo contrário, as orientações
adaptadas no decorrer da sua história estão profundamente determinadas
pelos conceitos de escola, ensino e currículo, prevalecentes em cada época.
Ao longo do tempo, diversas compreensões sobre o papel e a
formação dos professores foram sendo construídas, tendo em vista algumas
prioridades de ordem econômica, social, política, cultural e ideológica da
época.
Um rico processo de formação continuada tem como característica o
envolvimento de toda a comunidade escolar. O supervisor neste processo
poderá desenvolver esta formação dentro ou fora da escola. A saída dos
educadores para outros locais formadores também pode ser enriquecedora. Os
encontros poderão ser em congressos regionais, estaduais e nacionais, nos
quais conhecem pessoas diferentes, autores, obras, trocam experiências,
ampliam contatos, trocam materiais, etc., além do enriquecimento profissional
que propiciam, nas quais oferecem novas oportunidades para o enriquecimento
pessoal e cultural dos educadores.
O principal objetivo da formação continuada está centrado no
desenvolvimento um educador pesquisador, que tenha uma atitude cotidiana
de reflexividade da sua prática, a fim de compreender os processos de
aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos, propiciando uma autonomia
na compreensão da realidade e dos saberes presentes no seu fazer
pedagógico.
34
Precisa-se também levar em consideração a curiosidade profissional
de cada um e valorizá-la, posto que a curiosidade e a inquietação do educador
devem ser uma chama que não deve ser a extinguida, como afirma FREIRE
(1996):
Como professor, devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Exercer minha curiosidade de forma correta é um direito que tenho como gente e a que corresponde o dever de lutar por ele, o direito à curiosidade. Com a curiosidade domesticada posso alcançar a memorização mecânica do perfil deste ou daquele objeto, mas não o aprendizado real ou o conhecimento cabal do objeto. A construção ou a produção do conhecimento do objeto implica o exercício da curiosidade sua capacidade crítica de "tomar distância" do objeto ou fazer sua aproximação metódica, sua capacidade de comparar, de perguntar. (FREIRE, 1996, p. 95)
O Supervisor pode, ainda, oferecer aos educadores elementos para
que desenvolvam e aprimorem uma percepção crítica da sociedade,
posicionando-se e apresentando propostas e atitudes coerentemente com suas
crenças e intenções. Assumindo uma posição realista e positiva sobre as
dificuldades que se enfrentam na educação brasileira. É certo de que não se
pode responsabilizar o Supervisor Educacional pelo sucesso dessa formação,
porque é preciso que cada educador seja responsável por seu processo de
desenvolvimento pessoal e profissional.
O Supervisor Educacional deve oferecer dentro da própria escola um
ambiente de estudo, aperfeiçoando o desenvolvimento profissional de todos os
professores, provando e comprovando que a escola é um lócus de produção de
conhecimento, como destaca ARAÚJO E CARVALHO (2004):
A escola é, indubitavelmente, um dos grandes
espaços de difusão e produção do conhecimento.
Pouca instituição tem possibilidade de influir tanto
no contexto social, no que se refere à formação e
o exercício de cidadão quanto a escola (...). Em
outras palavras, isto significa dizer que não se
35
aprende apenas na escola, mas também nela (...).
(ARAÚJO E CARVALHO, 2004, p. 14)
Portanto, uma das tarefas do Supervisor Educacional é incentivar e
proporcionar esta produção de conhecimento, considerando sempre a práxis
cotidiana do professor e instigando-o a validar sua prática com o saber teórico
e que tragam embasamentos que subsidiem sua prática educacional. Cabe
também ao Supervisor, tecer com a sua equipe de professores uma rede de
troca de experiências, com a finalidade de legitimar os fazeres de cada um
através de uma prática reflexiva, já que sem ela os fazeres se mecanizam
como assinala CANDAU (1997):
Neste sentido, considerar a escola como lócus de formação continuada passa a ser uma afirmação fundamental na busca de superar o modelo clássico de formação continuada e construir uma nova perspectiva na área de formação continuada de professores. Mas esse objetivo não se alcança de maneira espontânea, não é o simples fato de estar na escola e desenvolver uma prática escolar concreta que garante a presença das condições mobilizadoras de um processo formativo. Uma prática repetitiva, uma prática mecânica não favorece esse processo. Para que ele se dê, é importante que essa prática seja uma prática reflexiva, uma prática capaz de incentivar os problemas, de resolvê-los (...). (CANDAU, 1997p. 57)
O Supervisor Educacional pode ir além, ultrapassando as barreiras dos
papéis sociais e construindo uma grande rede no espaço escolar, considerando
um aprender/ ensinando de forma dialógica e democrática, na qual todos os
conhecimentos práticos trazidos pelos professores jamais sejam dispensados
em nome de uma teoria que não combine com a práxis da instituição escolar,
da qual o grupo faz parte, e sim, que esses mesmos conhecimentos práticos,
trazidos pelos professores, sejam utilizados como matéria-prima e bem de
consumo para a construção de uma trama em que todos aprendam e todos
ensinem, propiciando com isso laços de confiança e respeito.
36
CONCLUSÃO
Não cabe mais ao Supervisor o papel de fiscalização e sim o de
articulação de uma relação dialógica junto a sua equipe pedagógica.
Dentro dessa perspectiva está o papel de Supervisão Educacional, que
passa a assumir um papel de mediador e transformador do processo
pedagógico, propondo situações de aprendizagem desafiadoras, contribuindo
para que o ambiente escolar seja um espaço de constante transformação,
pesquisa e investigação.
O corpo docente diariamente escuta que precisa estudar a teoria e
repensar sua prática, e caberá ao Supervisor Educacional, junto ao corpo
docente, vislumbrar novos caminhos, alçar voos e procurar o desenvolvimento
de sua prática fundamentada em modernas teorias.
A formação continuada não é o caminho na busca de um resultado na
melhoria da qualidade de ensino, porém proporciona perspectivas para um
caminho melhor. É importante que o supervisor busque ultrapassar os
paradigmas e desenvolver uma nova pedagogia, coerente com a nossa época,
e o corpo docente não pode fugir ao enfrentamento dessa modernidade.
O futuro existe na medida em que eu ou nós mudamos o presente. E é mudando o presente que a gente fabrica o futuro; por isso, então, a história é possibilidade e não determinação. (FREIRE, 1996)
Apesar das dificuldades que alguns supervisores encontram em
executar, verdadeiramente, sua ação - seja por desinteresse ou pela imposição
de sua gestão escolar - é preciso ressaltar a importância desse profissional no
contexto escolar, já que ele é, ou ao menos deveria ser, o mediador de todo o
processo educativo.
37
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Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
39
ÍNDICE
Folha de Rosto 1
Agradecimentos 3
Dedicatória 4
Resumo 5
Metodologia 6
Sumário 7
Introdução 8
Capítulo I - O Supervisor Educacional 10
1.1 - Conceituando Supervisor Educacional 11
1.2 - Histórico de Supervisor Educacional 12
Capítulo II - Ação Supervisora enquanto transformadora e mediadora 20
2.1 - Ação Supervisora 21
2.2 - O papel transformador e mediador do Supervisor Educacional 26
Capítulo III - Os caminhos para formação continuada dos professores 29
Conclusão 36
Referências Bibliográficas 37
Índice 39