mediador e o mistÉrio da ceifa

22

Upload: novo-seculo-editora

Post on 22-Mar-2016

257 views

Category:

Documents


27 download

DESCRIPTION

A vida de Christine decorria normalmente até ela presenciar um acidente que causa a morte de uma garotinha. E, durante a movimentação para salvá-la, ela vê em meio à multidão o ser que trará uma reviravolta em sua vida por definitivo – um homem envolto em uma intensa aura, de olhos prateados. Contudo, para um Anjo da Morte, o fato de uma humana o ter visto em sua forma real é motivo de grande ameaça, e ele terá que se empenhar para eliminá-la. Levados pelo acaso, o caminho dos dois se entrelaça de tal forma que um não pode mais existir sem o outro. E, desse momento em diante, este Ceifador passará a lutar contra qualquer adversidade para proteger sua amada.

TRANSCRIPT

Page 1: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA
Page 2: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Mediador-prova4.indd 2 17/1/2014 09:42:19

Page 3: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Bruna Figueira

São Paulo, 2014

TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

Mediadore o mistério da ceifa

Mediador-prova4.indd 3 17/1/2014 09:42:19

Page 4: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Copyright © 2014 by Bruna Figueira

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo no- 54, de 1995)

Figueira, BrunaMediador e o mistério da ceifa / Bruna Figueira – Barueri, SP : Novo Século Editora, 2014. – (Talentos da Literatura Brasileira)

1. Ficção brasileira I. Título. II. Série.

13-13941 cdd-869.93

Índices para catálogo sistemático:1. Ficção : Literatura brasileira 869.93

2014IMPRESSO NO BRASIL

PRINTED IN BRAZILDIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO

À NOVO SÉCULO EDITORA LTDA.CEA – Centro Empresarial Araguaia II

Alameda Araguaia, 2190 – 11o- andarBloco A – Conjunto 1111

CEP 06455-000 – Alphaville Industrial – SPTel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-7323

[email protected]

Coordenação Editorial Nair Ferraz Diagramação Edivane Andrade de Matos/Efanet Design Capa Monalisa Morato Preparação Paulo Alexandre Rocha Teixeira Revisão Rita Costa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Mediador-prova4.indd 4 17/1/2014 09:42:19

Page 5: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Dedico este romance a Marcus Eduardo C. da Silva,

pois sem sua empolgação esta história não teria sido escrita.

Mediador-prova4.indd 5 17/1/2014 09:42:19

Page 6: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Mediador-prova4.indd 6 17/1/2014 09:42:19

Page 7: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

“E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem

um semelhante ao filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro,

e na sua mão uma foice aguda.”(Apocalipse 14:14)

Mediador-prova4.indd 7 17/1/2014 09:42:19

Page 8: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Mediador-prova4.indd 8 17/1/2014 09:42:19

Page 9: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Sumário

Introdução ............................................................................ 11Primeiro ato .......................................................................... 13Um encontro inesperado .................................................... 15Um dia após a morte ........................................................... 21Outra ceifa .............................................................................. 27Memórias ................................................................................ 31Resolução................................................................................ 39Primeira visão ........................................................................ 41Tornando-se real ................................................................... 45Primeira semana .................................................................... 53Encontro marcado ................................................................. 59Primeira descoberta .............................................................. 63Entrega de informações ........................................................ 69Mudanças ............................................................................... 71Um encontro inesperado ...................................................... 75Novos encontros .................................................................... 81A festa ..................................................................................... 85Amanhecer ............................................................................. 97

Mediador-prova4.indd 9 17/1/2014 09:42:19

Page 10: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Omissão ................................................................................ 103Compras ............................................................................... 109Considerações ...................................................................... 115Parque ................................................................................... 117Mudança de opinião ........................................................... 135Passando o tempo ............................................................... 139A ceifa ................................................................................... 145Uma nova visão ................................................................... 147Uma nova chance ................................................................ 163A fuga ................................................................................... 175O templo de Tyriel .............................................................. 183O vilarejo desconhecido ..................................................... 189Anabel das Estrelas ............................................................. 193A hospitalidade de Thales ................................................. 199O encontro dos Mundos ..................................................... 205Explicações ........................................................................... 207A primeira Irmã ................................................................... 213A fortaleza Escudo .............................................................. 217A segunda Irmã ................................................................... 237O andar secreto .................................................................... 241A terceira Irmã ..................................................................... 247O ritual .................................................................................. 257Corrida contra o tempo ...................................................... 261Batalha final ......................................................................... 265Uma nova vida .................................................................... 275

Mediador-prova4.indd 10 17/1/2014 09:42:19

Page 11: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

11

Introdução

David

Todas as pessoas são iguais. Pode haver mudanças na aparência e no comportamento, mas uma coisa entre elas é inconfundível: todas têm a mesma essência vital, que é ema-nada de sua aura.

As auras, por sua vez, se diferenciam umas das ou-tras em relação à cor. Já vi auras verdes, amarelas e rosas em uma só pessoa, pois essa é a característica primordial delas – elas mudam de cor conforme o estado emocio- nal das pessoas.

Nunca havia visto algo diferente em um humano, como uma aura mais fina cuja cor cinza nunca muda... Não antes de conhecer a pessoa pela qual eu coloquei minha imorta-lidade e segurança em perigo, a pessoa pela qual eu luto e pela qual eu faria tudo outra vez.

Mediador-prova4.indd 11 17/1/2014 09:42:19

Page 12: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Mediador-prova4.indd 12 17/1/2014 09:42:19

Page 13: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

13

– Venha e pegue sua ceifa de hoje, David.Igual a todos os dias, essa é sua sina... Essa é sua vida.

Mais um ceifa, menos uma vida, são sempre essas as ordens que David recebia de seu Superior e, como sempre, era isso o que ele iria fazer, ele sempre iria acatar.

David era um ser sem vontade desde a eternidade da qual se lembrava de sua existência. Ele era um anjo ceifador, um mediador entre a vida e a morte e ninguém que já viu sua face estava vivo... Não aqueles que ele não permitia.

Embora pudesse tornar-se igual a um humano quando bem quisesse, ele nunca teve esse desejo... David nunca teve desejos... Não antes.

David pegou o pequeno papel prateado que flutuava no ar, a sua espera, e foi para a Terra cumprir mais uma missão.

A morte é fácil, uma passagem... Não há o que temer ao seu lado.

Primeiro ato

Mediador-prova4.indd 13 17/1/2014 09:42:19

Page 14: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

Mediador-prova4.indd 14 17/1/2014 09:42:19

Page 15: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

15

Christine

Era um dia de calor, mas eu estava com frio... Com muito frio. É assim que me sinto todos os dias nesta cidade ao andar de casa para o trabalho, ou melhor, ao andar para qualquer lugar.

Meu nome é Christine Couto. Atualmente vivo no Bra-sil, cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo. Geralmente o clima aqui é muito quente comparado aos de outras cida-des onde já morei, mas isso não me incomoda muito, parece que o calor não me afeta tanto quanto às outras pessoas – pode fazer o calor que for e eu só me sentirei incomodada quando passar dos quarenta graus.

Sou brasileira e sempre vivi no Brasil, embora meu maior desejo e ambição seja viajar o mundo! Sabe como di-zem, sem lenço nem documento, apenas viajar, viver um dia após o outro sem me importar com o amanhã, cada dia em um lugar diferente! Conhecer pessoas e ver o deserto (ainda vou escorregar em algumas dunas).

Ponto positivo de toda a loucura: sou sozinha, quero dizer, vivo sozinha. Desde que minha mãe nos deixou,

Um encontro inesperado

Mediador-prova4.indd 15 17/1/2014 09:42:20

Page 16: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

16

quando eu era pequena, meu pai e eu nos mudamos várias vezes em busca de uma nova vida e há dois anos mudamos para Indaiatuba. Éramos felizes até um ano atrás, mas meu pai sofreu um grave acidente de carro, não resistiu e desde então eu me basto. Trabalho em uma floricultura e essa é uma parte boa em meu dia a dia... Adoro flores!

Ponto negativo de toda a loucura: não passo de uma adolescente (convenhamos, não posso ser considerada adul-ta aos dezoito anos), vendedora em uma floricultura e que mal ganho para sobreviver, quem diria: viajar o mundo! Ainda guardo as economias que papai me deixou e o di-nheiro do carro dele que eu vendi, mas são todas as minhas reservas e vão ficar bem guardadas, para caso haja alguma necessidade. Sempre fui muito sozinha, depois que terminei o colégio, principalmente após a morte de papai.

Amigas? Bem, apenas duas pessoas que posso chamar assim... A dona da floricultura, senhora Raquel, que tem sido como uma mãe para mim, sempre muito compreensiva e dedicada em fazer com que sua paciência comigo não se esgote (ela sabe que preciso muito do emprego) e sua filha, Paula, que também trabalha lá e tem quase a minha idade – ela é um ano mais velha.

Namorados? Sim, como você pode imaginar, os garo-tos fogem de mim! Não que eu seja feia – sou alta e magra, cabelos loiros e ondulados até a altura da metade das costas, branca, mas não pálida, minha pele é meio bronzeada por natureza (acho que devo isso ao clima quente dessa cida-de) e tenho olhos verdes. – Porém minha beleza pode atrair os homens, mas não faz com que eles aceitem minha vida. Não tenho muito tempo para namorar, na verdade não te-nho muito tempo para mim – começo a trabalhar às nove, saio às dezoito horas, faço minhas compras diárias (nunca

Mediador-prova4.indd 16 17/1/2014 09:42:20

Page 17: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

17

me lembro de comprar tudo o que preciso, quando vou ao mercado, por isso vou lá quase todos os dias), depois, vou ao parque caminhar e quando chego em casa só tenho tem-po de comer qualquer coisa fácil para esquentar e, em se-guida, vou dormir... Bem, pensando melhor, não é minha vida que eles temem... Sou eu! Nunca consegui manter um relacionamento sério com alguém; de fato tenho um gênio muito difícil e pessoas como eu geralmente preferem ficar sozinhas. É como estou agora, espero que não para sempre, ainda vou encontrar minha cara metade! – Às vezes, sinto que há alguém neste mundo que existe apenas para mim, mas que por enquanto ainda não me encontrou... Tenho tido paciência em esperar!

Este era um dia qualquer, estava voltando do trabalho com a minha superbicicleta rosa desbotada quando algo es-tranho aconteceu. Estranho é uma classificação muito sutil para o triste fato que ocorreu, seria melhor usar a palavra terrível; mas como posso classificar dessa maneira o fato que também mudou minha vida? Ali, naquele parque, an-dando com a mesma bicicleta antiga, foi quando o vi pela primeira vez.

Tudo estava absolutamente normal, eu andava numa velocidade moderada pela ciclovia, apenas sentindo o vento tocar a minha face, o que era muito agradável, olhando as árvores em volta, todas tão iguais e ao mesmo tempo tão distintas, as pessoas conversando, todas muito educadas ao passar por mim e me cumprimentar. Após trinta minutos percorridos, decidi parar em um quiosque e comprar uma garrafa de água e foi então que tudo começou, rápido de-mais até para ser descrito: uma senhora e uma menina, que aparentava ter uns cinco anos (acho que eram mãe e filha), andavam pela calçada tranquilamente; a mãe se distraiu por

Mediador-prova4.indd 17 17/1/2014 09:42:20

Page 18: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

18

um instante ao parar para conversar com alguém e, nesse momento, nesses poucos minutos, a menina viu um cachor-ro atravessar a rua e, sem cuidado algum, o seguiu. Todos que notaram o perigo gritaram, mas não houve tempo su-ficiente para que a mãe ou qualquer outra pessoa pudesse agarrar a garota, e o inevitável aconteceu. O cão conseguiu escapar, mas a menina não... Houve um barulho ensurde-cedor do veículo sendo amassado e de repente nada mais.

O tumulto começou a se formar: gritaria, lágrimas, pes-soas ligando para a emergência, o desespero da mãe... Mas era tarde demais; todos que presenciaram o acontecido sa-biam que seria quase impossível um adulto sair vivo dessa, imagine uma criança.

Fiquei muito assustada e comecei a tremer de nervo-so, até que ao olhar para o lado eu a vi, linda como era, mas sem nenhum machucado, nem marcas de sangue, sem ferimento algum! Eu que preferi ficar observando de lon-ge, pois nunca tive estômago para ver sangue e não gos-taria que tivessem que chamar outra ambulância caso eu desmaiasse, pude notar quando a menina saiu do meio da multidão sem que sequer ninguém notasse e começou a an-dar ao encontro de outro carro que estava parado ali perto, debaixo de uma sombra; ao olhar para seu local de destino, adiantando sua chegada, pude ver uma sombra se mover, nuvens cinzas que tomaram a forma do que me parecia ser um homem – não conseguia ver direito daquela distância. Então o homem também começou a andar, envolto em sua nuvem prateada, ao encontro da garota. Ao estarem frente a frente, ele estendeu a mão e a garota a segurou sem he-sitar. Eles recomeçaram a andar, porém agora para o lado contrário ao do tumulto. A garota sorria satisfeita ao andar e nem olhava para trás.

Mediador-prova4.indd 18 17/1/2014 09:42:20

Page 19: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

19

Instintivamente, sem nem ao menos notar que já estava me movendo, corri atrás dos dois, eu gritava para que paras-sem, a fim de que a garota voltasse para sua mãe, e também para que pudesse ser analisada, verificar se não teve mesmo nenhum ferimento. Chegando mais perto tive certeza, era um homem. Um homem alto e aparentemente muito forte, não pude confirmar, pois ele vestia um sobretudo longo, e a única coisa visível que não fosse o preto do sobretudo era seu rosto, muito pálido.

– Voltem! Ei! Você, seu irresponsável, volte já com essa garota! – Aparentemente ele não me ouviu naquele momen-to. Eles pareciam estar em uma cena de filme, a garota pa-recia muito feliz e nem se preocupava que tinha sofrido um grave acidente. – Escute... Você! – Comecei a correr para me aproximar deles e quando cheguei mais perto do homem vi que ele tinha o cabelo prateado. – Você, do cabelo grisa-lho, volte... Espere, a garota deve estar ferida, ela não pode ir assim! – Nesse momento o homem diminuiu o passo e quase parou. Era como se não acreditasse que alguém es-tava falando com ele, que alguém houvesse notado o que ele estava fazendo. Sem nem ao menos parar, sem nem ao menos mover muito o rosto, ele me olhou. Olhos desinte-ressados a princípio, depois se tornaram obscuros, e eu não soube diferenciar se ele sentia raiva ou curiosidade. O que me chocou foi que, da mesma forma inesperada, seus olhos, assim como os cabelos, eram prateados... Claros, iguais aos cabelos, mas inconfundivelmente prateados. – Isso, volte... Venha, vamos levá-la de volta? – Imediatamente, tão rápido e inesperado foi seu movimento que eu duvidei no exato momento que ele um dia havia olhado para mim. Ele virou o rosto e não mais olhou para trás, caminhando tranquila-mente como antes para longe.

Mediador-prova4.indd 19 17/1/2014 09:42:20

Page 20: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA

20

– Alguém?! Parem-no, não o deixem levar a menina! – E eu estava de costas para o homem misterioso e para a sorridente menina, voltada agora para a multidão. – Ali! Vão, por que não impedem? Não deixem... Você, por favor, eles estão ali... – Nesse momento eu me dirigia a um rapaz forte e sabia que ele podia impedir o homem, apesar de ele aparentemente também ser forte, foi quando me virei nova-mente para a direção onde os dois estavam, mas não os vi. Eles haviam desaparecido!

– Acalme-se, moça, não há ninguém lá. Está tudo bem, a garota não sofre mais... Infelizmente ela se foi...

– Não! Eu vi... Ela estava lá, andando... E sorrindo... E... O homem... – Aqueles olhos estranhos voltaram a minha mente e eu não me contive. – Socorro... Por favor...

Então, percebi que estava perto demais do local do aci-dente e notei algo no chão. Antes de pensar estava olhando aquele algo que tinha visto pela visão periférica... Aquele algo era ela! A menina sorridente estava ali... Todo o tem-po... E não estava ilesa... Estava ferida... Totalmente ferida... Ela estava morta! E tudo ficou escuro demais...

Mediador-prova4.indd 20 17/1/2014 09:42:20

Page 21: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA
Page 22: MEDIADOR E O MISTÉRIO DA CEIFA