o papel do programa de necessidades no processo de projeto arquitetônico

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O Papel do programa de necessidades no processo de projeto arquitetônico julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 O Papel do programa de necessidades no processo de projeto arquitetônico Any Danielle Silveira Pinto - [email protected] Pós-graduação Master em Arquitetura Goiânia, 20 de agosto de 2012. Resumo: Visando a uma reflexão teórica do papel do programa de necessidades no processo de projeto, partiu-se da divisão deste em três etapas - análise, síntese e avaliação -, em que o foco da abordagem esteve na primeira etapa do processo, e na sua correlação com as demais. Assim, tendo em vista a pormenorização do objeto de estudo, neste artigo, foram abordados: o conceito do programa de necessidades, o que diz as normas técnicas, o seu conteúdo, as metodologias de elaboração e quem deveria elaborá-lo. E, como resultado desse encadeamento reflexivo, chegou-se a três conclusões: 1) - O programa não cércea a criatividade do projetista; 2) - A forma de apresentá-lo é tão importante quanto as informações contidas nele; 3) - O programa de necessidades deve passar por contínuas revisões durante o processo de projeto. Palavras chave: Processo de projeto; análise; programa de necessidades. 1. Introdução A compreensão do papel do programa de necessidades no processo de projeto esta formulada a partir da subdivisão deste em três etapas: análise, síntese e avaliação, pois, mesmo que os processos de projeto sejam muito variados, são essas as sequências essenciais encontradas na literatura sobre metodologia de projeto, visto que essas etapas estão presentes em qualquer processo de projeto arquitetônico. A primeira delas, a análise, começa com as definições dos requisitos do projeto e se formaliza com o programa de necessidades, que consiste na estruturação hierárquica dos requisitos. Ela parte de um problema e de um conceito a ele associado. A síntese corresponde à fase criativa do processo, é quando a forma passa a ser concebida - procurando resolver o problema colocado pelo programa. Já, na avaliação, a solução proposta é confrontada com as diretrizes que o projeto deve atender - detectadas na fase de análise. Portando, as etapas de síntese e avaliação estão intimamente relacionadas com a etapa de análise foco desse estudo. A análise, como um processo racional, está relacionada à obtenção e ao gerenciamento de informações e dados advindo de: pesquisas de comportamentos e entrevistas aos clientes; casos precedentes; códigos de edificações; condicionantes culturais, econômicos e ambientais etc. Essas informações não são o principal objetivo da fase de análise em si, mas sim a maneira como são organizadas, de modo que possam ser úteis para as etapas subsequentes dos estágios de decisão. Para isso, a utilização de métodos e procedimentos precisos é importante nesta fase do projeto (KOWALTOWSKI, 2011, p.89). Historicamente, alguns arquitetos como Richard Neutra e Louis Kahn são conhecidos como precursores em utilizar o programa de necessidades como parte do processo de projeto. Para Louis Kahn: Um grande prédio deve começar com o imensurável, passar pelos meios mensuráveis quando está sendo projetado e, no final, deve ser imensurável... Um prédio tem de começar com uma aura imensurável e ir através do mensurável para ser concluído. É o único modo pelo qual você pode construí-lo, o único modo com que você pode fazê-lo ser é através do mensurável. Você deve seguir as leis, mas ao final, quando o prédio se torna parte da existência, ele evoca qualidades imensuráveis. (KAHN, 2010, p. 25 e 26).

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Any Danielle Silveira Pinto - [email protected]ós-graduação Master em ArquiteturaGoiânia, 20 de agosto de 2012.

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  • O Papel do programa de necessidades no processo de projeto arquitetnico julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    O Papel do programa de necessidades no processo de projeto arquitetnico

    Any Danielle Silveira Pinto - [email protected]

    Ps-graduao Master em Arquitetura

    Goinia, 20 de agosto de 2012.

    Resumo:

    Visando a uma reflexo terica do papel do programa de necessidades no processo de projeto,

    partiu-se da diviso deste em trs etapas - anlise, sntese e avaliao -, em que o foco da

    abordagem esteve na primeira etapa do processo, e na sua correlao com as demais. Assim, tendo

    em vista a pormenorizao do objeto de estudo, neste artigo, foram abordados: o conceito do

    programa de necessidades, o que diz as normas tcnicas, o seu contedo, as metodologias de

    elaborao e quem deveria elabor-lo. E, como resultado desse encadeamento reflexivo, chegou-se

    a trs concluses: 1) - O programa no crcea a criatividade do projetista; 2) - A forma de

    apresent-lo to importante quanto as informaes contidas nele; 3) - O programa de

    necessidades deve passar por contnuas revises durante o processo de projeto.

    Palavras chave: Processo de projeto; anlise; programa de necessidades.

    1. Introduo

    A compreenso do papel do programa de necessidades no processo de projeto esta formulada a

    partir da subdiviso deste em trs etapas: anlise, sntese e avaliao, pois, mesmo que os processos

    de projeto sejam muito variados, so essas as sequncias essenciais encontradas na literatura sobre

    metodologia de projeto, visto que essas etapas esto presentes em qualquer processo de projeto

    arquitetnico.

    A primeira delas, a anlise, comea com as definies dos requisitos do projeto e se formaliza com

    o programa de necessidades, que consiste na estruturao hierrquica dos requisitos. Ela parte de

    um problema e de um conceito a ele associado. A sntese corresponde fase criativa do processo,

    quando a forma passa a ser concebida - procurando resolver o problema colocado pelo programa.

    J, na avaliao, a soluo proposta confrontada com as diretrizes que o projeto deve atender -

    detectadas na fase de anlise. Portando, as etapas de sntese e avaliao esto intimamente

    relacionadas com a etapa de anlise foco desse estudo. A anlise, como um processo racional, est relacionada obteno e ao gerenciamento de

    informaes e dados advindo de: pesquisas de comportamentos e entrevistas aos clientes;

    casos precedentes; cdigos de edificaes; condicionantes culturais, econmicos e

    ambientais etc. Essas informaes no so o principal objetivo da fase de anlise em si, mas

    sim a maneira como so organizadas, de modo que possam ser teis para as etapas

    subsequentes dos estgios de deciso. Para isso, a utilizao de mtodos e procedimentos

    precisos importante nesta fase do projeto (KOWALTOWSKI, 2011, p.89).

    Historicamente, alguns arquitetos como Richard Neutra e Louis Kahn so conhecidos como

    precursores em utilizar o programa de necessidades como parte do processo de projeto. Para Louis

    Kahn: Um grande prdio deve comear com o imensurvel, passar pelos meios mensurveis

    quando est sendo projetado e, no final, deve ser imensurvel... Um prdio tem de comear

    com uma aura imensurvel e ir atravs do mensurvel para ser concludo. o nico modo

    pelo qual voc pode constru-lo, o nico modo com que voc pode faz-lo ser atravs do

    mensurvel. Voc deve seguir as leis, mas ao final, quando o prdio se torna parte da

    existncia, ele evoca qualidades imensurveis. (KAHN, 2010, p. 25 e 26).

  • O Papel do programa de necessidades no processo de projeto arquitetnico julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    Tomando por mensurvel os aspectos do contexto que podem ser medidos e compreendidos por

    meio do programa de necessidades, podemos entender este como pr-requisito para o

    desenvolvimento da atividade projetiva. Desse modo, Louis Kahn reconhece a importncia do

    programa para que o projetista entenda o problema a ser resolvido e proponha solues, mas ele no

    reduz a atividade do projetista ao simples cumprimento do programa de necessidades, pois ela deve

    ir alm. Segundo Louis Kahn: O programa [de necessidades] no arquitetura so meramente instrues, assim como uma receita mdica. Porque no programa h um lobby que o arquiteto deve transformar em

    um local de entrada. Corredores devem ser transformados em galerias [...], reas devem ser

    transformadas em espaos (KAHN IN RONNER et al, 1977, p. 325 apud TAVARES

    FILHO, 2012, p. 5).

    Sendo assim, o programa, primeira atividade do processo de projeto a ser realizada, no estabelece

    diretrizes definitivas, que no podem ser mudadas, pois, as atividades do processo de projeto -

    anlise, sntese e avaliao encadeiam um processo cclico de reviso, em que por meio por meio da avaliao pode-se concluir sobre a necessidade de modificaes na anlise e consequentemente

    na sntese. E, as palavras de Pin (2006) e de Kowaltowski et al (2011) ilustram bem esse processo

    de reviso e sua necessidade: A estrutura de atividade descrita pelo programa estabelece um quadro de possibilidades

    formais que se sobrepem s que o lugar sugere e permite: o juzo do autor atua sobre esses

    dois mbitos de formalidade possvel, propondo uma estrutura. Tal proposta se submete

    verificao tanto do programa como das condies do lugar; dessa confrontao surgem

    modificaes da proposta que podem afetar tanto o modo de estruturar a atividade como a

    incidncia do edifcio no stio. Dessa reviso pode-se depreender uma modificao da

    proposta que sugere um modo diferente de se pensar a atividade, o que, por sua vez, sugere

    uma mudana no domnio da sntese formal. E assim sucessivamente, at que se chegue a

    uma proposta que satisfaa todas as variveis em jogo. (PIN, 2006, p. 48)

    Com o aumento no numero de restries ao longo do projeto, ocorre uma reduo das

    possveis solues de projeto. Ao mesmo tempo, com mais restries, podem acontecer

    conflitos entre os parmetros de projeto. Quando isso acontece, necessrio rever as

    solues e alguns dos problemas de projeto (KOWALTOWSKI ET AL, 2011, p.95).

    2. Conceituao do programa de necessidades

    Briefing para os Ingleses, pr-design para os norte-americanos, o programa arquitetnico ou

    programa de necessidades o primeiro passo para o desencadeamento do processo de projeto,

    porque trata das condies que devem ser observadas ao longo do processo. O programa

    arquitetnico no descreve a forma ou seus aspectos; mas, sim, estabelece o problema a que a forma

    dever responder, ou seja, ele apenas expe as propriedades funcionais exigidas pelo contexto, pois

    seu objetivo descrever o contexto do projeto, a fim de que o problema seja identificado e compreendido.

    O programa arquitetnico o estgio de definio do projeto o momento de descobrir a natureza do problema de projeto, em vez de a natureza da soluo de projeto

    (HERSHBERGER, 1999, p.1 apud MOREIRA, 2007, p.83).

    Segundo Pin: Se entendermos o papel real do programa, fica claro que por definio - ele no pode nem determinar a soluo nem dificult-la. Na medida em que um sistema de atividades, o

    programa estabelece o mbito de possibilidades da forma e, ao mesmo tempo, atua como

    elemento de verificao do projeto em diversas fases do seu processo. (PIN, 2006 p. 50)

    Pin (2006) diz ainda que a concepo formal de um edifcio no pode ser explicada margem do

    programa, no porque sua configurao revele os pormenores funcionais de seus respectivos usos,

    mas porque s a considerao das possibilidades organizativas do programa permite conceber

    propostas formais que sintetizem os diversos requisitos que o compem.

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    S se pode iniciar a concepo quando se consegue captar a estrutura da atividade, estrutura

    que no pode reduzir-se soma dos requisitos funcionais particulares, seno que define o

    mbito de possibilidade da forma, na medida em que consegue apreciar as estruturas

    formais compatveis com o sistema de atividades que prev o programa. S por meio de um

    certo distanciamento durante a considerao do programa - isto , tratando de entender a

    atividade em seu conjunto pode-se apreciar sua virtualidade formal e propor, portanto, estruturas espaciais que o satisfaam em sua totalidade e, ao mesmo tempo, cumpram todos

    e cada um dos seus requisitos. (PIN, 2006, p. 46)

    Tendo por parmetro o programa de necessidades, a partir dele so realizados os primeiro

    oramentos e , segundo Moreira (2007), devido a sua natureza descritiva ele um documento

    contratual importante, uma vez que formaliza o que o cliente quer, e os princpios bsicos que o

    projetista dever atender, para que, alm de possibilitar o bom desempenho das atividades

    propostas, o edifcio seja o que o cliente e os usurios esperam dele.

    As palavras desempenhar e ser, por sua vez, fazem referencia aos aspectos quantitativos e qualitativos contidos no programa. Em que os aspectos quantitativos so aqueles que podem ser

    mensurados, medidos e quantificados. J os aspectos qualitativos so os conceitos atribudos ao

    edifcio e os valores que os usurios devero atribuir a ele.

    Alguns desses valores, entretanto, no podem ser totalmente definidos e previstos, visto que os

    usurios futuramente o faro, j que, segundo Schenk (2010), o significado do espao uma

    construo cultural cujos sentidos esto em constante movimentao, como a prpria cultura, isto ,

    o sentido que qualifica um lugar est sempre se refazendo, no sendo possvel fix-lo ou trat-lo

    como nico, pois o espao modifica-se de acordo com expectativas culturais, e essas expectativas se

    alteram no decorrer do tempo.

    Firmitatis (solidez), utilitatis (utilidade) e venustatis (beleza), por exemplo, foram os trs valores

    essenciais estabelecidos para a arquitetura, no sc. I A.C., por Vitrvio. Esses so valores

    primordiais, mas para atender s exigncias contemporneas essas categorias de valores devem ser

    expandidas, conforme ilustra a tabela abaixo.

    Aspectos humanos

    Atividades funcionais para ser habitvel

    Relaes a serem mantidas

    As caractersticas fsicas e necessidades dos usurios

    As caractersticas fisiolgicas e necessidades dos usurios

    As caractersticas psicolgicas e necessidades dos usurios

    Aspectos Ambientais

    Terreno e vistas

    Cima

    Contexto urbano

    Recursos naturais

    Resduos

    Aspectos Culturais

    Histrico

    Institucional

    Poltico

    Legal

    Aspectos

    Tecnolgicos

    Materiais

    Sistemas estruturais

    Processos construtivos e de concepo da forma

    Aspectos Temporais

    Crescimento

    Mudana

    Permanncia

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    Aspectos

    Econmicos

    Financeiros

    Construo

    Operao

    Manuteno

    Energia

    Aspectos Estticos

    Forma

    Espao

    Significado

    Aspectos de

    Segurana

    Estrutural

    Incndio

    Qumico

    Pessoal

    Criminoso (vandalismo)

    Tabela 1 - Valores Contemporneos

    Fonte: HERSHBERGER apud (MOREIRA, 2007 p.86)

    Logo, faz parte do programa determinar os principais tpicos do projeto, segundo os valores

    identificados, e apresent-los de modo claro e preciso, pois, segundo Moreira (2007), levantar

    informaes, descobrir os padres dos problemas e procurar obter as contribuies do cliente so as

    tarefas envolvidas na definio do programa. E, caso no seja identificado o interesse do usurio

    com relao a determinado tpico, ele pode ser deixado em aberto para ser definido durante o

    desenvolvimento da forma. O que demonstra que o programa de necessidade no deve fazer uma

    abordagem rgida a respeito das necessidades e usos que os usurios faro dos espaos edificados,

    pois ingnua a convico de que os hbitos de uso sero eternos.

    Exemplificando esse aspecto, Pin (2006) diz que a flexibilidade do projeto para adaptar-se a

    eventuais mudanas de destino a que o submeter o proprietrio uma condio implcita da

    universalidade qual toda boa arquitetura deve aspirar. Ele diz tambm que economia, preciso,

    rigor e universalidade so os atributos que Jeanneret definiu como caratersticos da arte moderna. E,

    a esses, em suas aulas, Pin acrescenta a reversibilidade, que consiste na capacidade de um

    edifcio para aceitar usos e circunstncias distintas das iniciais.

    3. O que dizem as Normas Tcnicas a respeito do programa de necessidades

    Internacionalmente, existe a Norma ISO 9699 (Performance standards in Building Checklist for briefing Contents of brief for building design) que trata do programa arquitetnico e descreve seu contedo.

    No Brasil, no existe nenhuma norma da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) que

    trata somente do programa arquitetnico. A NBR 13531 (Elaborao de projetos de edificaes atividades tcnicas) e a NBR 13532 (Elaborao de projetos de edificaes arquitetura) trazem breves definio e descrio do seu contedo.

    A NBR 13531 define o programa de necessidades como: etapa destinada determinao das

    exigncias de carter prescritivo ou de desempenho (necessidades e expectativas dos usurios) a

    serem satisfeitas pela edificao a ser concebida. J a NBR 13532 descreve o contedo do programa

    dividindoo em trs partes: Informaes de referncia a utilizar, informaes tcnicas a produzir e documentos tcnicos a apresentar.

    Informaes de

    referncia a utilizar:

    Informaes tcnicas a produzir:

    Documentos tcnicos a

    apresentar:

    a) levantamento de a) as necessrias concepo arquitetnica da edificao a) desenhos:

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    dados para a

    arquitetura;

    b) outras informaes.

    (ambiente construdo ou artificial) e aos servios de obra,

    como nome, nmero e dimenses (gabaritos, reas teis e

    construdas) dos ambientes, com distino entre os

    ambientes a construir, a ampliar, a reduzir e a recuperar,

    caractersticas, exigncias, nmero, idade e permanncia

    dos usurios, em cada ambiente;

    b) caractersticas funcionais ou das atividades em cada

    ambiente (ocupao, capacidade, movimentos fluxos e

    perodos);

    c) caractersticas, dimenses e servios dos equipamentos

    e mobilirio; exigncias ambientais, nveis de

    desempenho; instalaes especiais (eltricas, mecnicas,

    hidrulicas e sanitrias).

    organograma funcional

    e esquemas bsicos

    (escalas convenientes);

    b) texto: memorial (de

    recomendaes gerais);

    c) planilha: relao

    ambientes/usurios/ativi

    dades/

    equipamentos/mobiliri

    o, incluindo

    caractersticas,

    exigncias, dimenses e

    quantidades.

    Tabela 2 - Descrio do contedo do Programa de Necessidades segundo a NBR 13532

    Fonte: NBR 13532/1995 p.5

    4. Contedo do programa arquitetnico

    Entendendo por atividade a tarefa que se desempenha em certo espao fsico, o programa

    identificar as atividades envolvidas na edificao e far seu dimensionamento fsico. No

    dimensionamento fsico, so quantificados os equipamentos, os mobilirios, as circulaes, as

    infraestruturas tcnicas, os servios de apoio necessrio e suas consequentes correspondncias com

    as dimenses humanas, em que so consideradas alm das medidas estticas, as medidas dinmicas

    do corpo humano, pois de acordo com OKAMOTO (2002), o espao mnimo em torno dos objetos

    ou dos equipamentos para realizar as atividades necessrias de maneira descontradas, fluente e

    confortvel denomina-se espao cinestsico, e a no previso dele, ao se dimensionar os espaos em

    torno dos objetos e equipamentos, pode ocasionar restries aos movimentos do individuo,

    tornando-os cansativos e desgastantes. Desse modo, no dimensionamento fsico, ateno especial

    dever ser despendida para com os aspectos antropomtricos e ergonmicos, j que o adequado

    ajuste das dimenses do espao interno com as dimenses do corpo humano fundamental para que

    o espao seja funcional, confortvel e acessvel.

    Para o planejamento dos espaos, o programa tambm sugerir a diviso das atividades, conforme a

    natureza da tarefa e a categoria de usurio, em ambientes e setores distintos e especificar o tipo de

    ligao que dever ser estabelecido entre eles. Basicamente existem dois tipos de ligao: direta e

    indireta. Os programas costumam estabelecer apenas se os ambientes e se os setores se ligaro de

    forma direta ou indireta, pois qualquer definio da forma espacial, por exemplo, se ela se dar por

    um vo ou por uma porta, por um hall ou por um vestbulo, por uma rampa, por uma escada ou por

    um elevador no cabe ao programa, mas, sim, ao projetista que saber julgar como ela se

    desenvolver melhor, durante a etapa de sntese e avaliao. Ao programa cabe estabelecer se as

    atividades e os setores possuem dependncia fsica, ou seja, se se relacionam diretamente, ou se

    devem estar apenas prximos, ou ainda se devem estar totalmente afastados. Littlefield (2011),

    entretanto, lembra que ao planejar um espao pblico, devem-se considerar as distncias mnimas

    psicolgicas e no apenas fsica, o que o fundamental para que o espao criado no seja opressor.

    Em termos gerais, Absber (2008) diz que espao opressor todo aquele que imposto sem um adequado estudo das caractersticas a que est destinado. um espao mal planejado, no importa

    se amplo ou pequeno, ele oprime porque incentiva a perda da liberdade e da individualidade, porque

    viola o espao pessoal. J espao pessoal, conforme definio de Robert Sommer apud Absber (2008), aquele que se refere a uma rea com limites invisveis, que cercam o corpo da pessoa e na

    qual os estranhos no podem entrar. Assim, nos casos em o espao opressor produzido, percebe-se

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    que houve uma falha no apenas na sntese do projeto, mas principalmente na sua anlise, ou seja,

    no programa de necessidades, pois as caractersticas sociais e psicolgicas dos usurios do espao

    foram desconsideradas ou mal definidas.

    Figura 1 - Espao pessoal

    Fonte: http://meandros.wordpress.com/2007/11/26/espaco-vital/

    Alm de definir as distncias mnimas psicolgicas e fsicas, o programa tambm pode recomendar

    qual o tipo de contado visual deve ser estabelecido, por exemplo, se as atividades e os setores

    devem estar escondidos dos olhos dos usurios, pois requerem privacidade e sigilo, ou se devem ser

    mostrados, pois representam a instituio e so motivos de orgulho.

    Sendo assim, a maneira como todas estas informaes: princpios, restries, relaes, pr-

    dimensionamentos e outros so organizados fundamental para a inteligibilidade desses dados, pois

    o objetivo maior do programa de necessidades no apenas fazer uma lista de restries e

    diretrizes, mas, sim, codific-las de forma clara para que o problema a ser atendido seja

    compreendido e corretamente assimilado, j que, conforme diz Pion (2006), o uso de termos

    inadequados confunde a percepo da realidade material da arquitetura, pois esta varia segundo o

    modo como a descrevemos. Encontrar as palavras justas para cada caso, portanto, facilita o modo de

    enfrentar o projeto e, consequentemente, de encontrar a soluo.

    Esses dados, por sua vez, podem ser organizados e resumidos por meio de textos, planilhas ou

    desenhos grficos, como: fluxogramas, organogramas funcionais, matrizes de interatividade ou

    diagramas. Os fluxogramas servem para planejar a organizao dos ambientes e dos movimentos

    dos usurios, frequentemente utilizado para identificar conflitos a partir da anlise da relao entre

    intensidade e direo de fluxos. Os organogramas funcionais enumeram os elementos do programa

    de necessidades de modo a esclarecer as relaes funcionais desejveis entre eles. J, os diagramas

    tm a funo de ilustrar uma variedade de informaes, organizadas para a comparao entre elas.

    Eles ajudam o projetista a compreender a variedade e profundidade dos dados, alm de instigar

    diferentes leituras. No so solues de projeto, mas a sntese dos dados coletados para permitir a

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    leitura e a comparao desses dados que, de outra forma, implicariam volumosas listas de relaes

    (KOWALTOWSKI et al, 2011, p.107). Todo diagrama visualmente o resultado de um conjunto operatrio simplificado de linhas,

    traos, manchas etc... uma estrutura imagtica acompanhada de ilustraes, esquemas grficos, textos sucintos (em geral blocos de informao), medies, valores e elementos

    grficos simblicos que deriva de uma ao racional (apoiado ou no por mecanismo lgico de abstrao) cujo propsito o de reduzir e simplificar: visa deixar o mais claro

    possvel, segundo a viso daquele que o produziu, uma informao determinada; uma

    evidncia histrica, um arranjo, projeto, ou proposta; uma interpretao; uma explicao;

    um sistema; um mecanismo; uma operao matemtica e at mesmo um argumento lgico

    ou filosfico (encadeamento de enunciados e concluso) (BARKI, 2009, p.2 e 3).

    Enquanto no desenho de arquitetura fundamental que os recursos grficos sejam usados

    para revelar a maior quantidade possvel de informao construtiva relativa ao edifcio que

    se quer erigir, no diagrama a informao arquitetnica simplificada para ser

    imediatamente entendida e visualmente sedutora para convencer. um modo distinto e

    especial de notao grfica que envolve anlise, reconhecimento e reflexo de fatores

    complexos apresentados de forma mnima (BARKI, 2009, p.9).

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    Figura 2 - Exemplos de diagramas

    Fonte: (BARKI, 2009, p.11)

    Percebe-se, ento, que cada forma de sintetizao das informaes adequa-se a um fim, portanto,

    fundamental que os dados sejam apresentados e analisados por meios diversos, j que nenhum tem

    o poder de sintetizar e contextualizar todas as questes envolvidas, devido variedade e

    complexidade das informaes.

    Corona (2000), entretanto, faz um alerta funo reducionista que o organograma pode

    desempenhar no processo de projeto. Segundo ele: no processo de projeto, o organograma tende a

    induzir ideia de que a funcionalidade de um edifcio se reduz a um dimensionamento apropriado

    dos espaos e criao de circulaes adequadas entre uma constelao de lugares dispostos

    estrategicamente na planta, de acordo com necessidades de proximidade. No sendo registradas nele

    condies como proteo climtica, isolamento acstico e outras, que tornam habitvel um espao

    interior. Deve-se, portanto, ficar atento aos reducionismos, pois a funcionalidade de um espao

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    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    compreende muito mais do que uma circulao eficiente e um dimensionamento fsico correto.

    Alm do que, segundo Pin (2006), a verificao da qualidade do artefato no pode ser reduzida a

    mera comprovao do grau de satisfao funcional que ele propicia.

    5. Metodologias para a elaborao do programa de necessidades

    No existe uma tcnica nica para a programao arquitetnica, pois ela to varivel quanto as

    possveis anlises de um contexto, que de forma alguma podem ser esgotado. Portanto, possvel

    adotar diversas formas de procedimento.

    Segundo Kowaltowski et al (2011), quando um projeto envolve uma grande quantidade de

    informaes ou uma variedade de funes, uma lista de valores ou tpicos no suficiente, sendo

    necessrio um procedimento mais organizado, um mtodo que permita analisar as condies, ou

    seja, uma estrutura conceitual. Uma estrutura conceitual para o programa arquitetnico um procedimento para orientar o

    raciocnio e estabelecer uma conduta de trabalho no levantamento das informaes sobre o

    contexto. No deve ser visto como uma postura hermtica e restritiva, pois nenhuma

    estrutura pode garantir que o programa tenha xito. (MOREIRA, 2007 p.90)

    O mtodo Problem Seeking um exemplo de uma estrutura conceitual, em que o objetivo

    formular uma abordagem simples o bastante para que possa ser utilizada em qualquer projeto e

    abrangente o bastante para cobrir a maior parte dos fatores que iro influenciar o projeto. Nele a

    anlise das condies do projeto est estruturada em cinco passos e quatro aspectos que devero ser

    sempre considerados.

    Passos Aspectos a considerar

    1 METAS O que o cliente quer obter, e por qu?

    2 FATOS O que se sabe? O que dado?

    3 CONCEITOS Como o cliente quer alcanas as metas?

    4 NECESSIDADES Quanto dinheiro e espao? Qual nvel de qualidade?

    5 PROBLEMA Quais so as condies significativas que afetam o

    projeto do edifcio? Quais so as direes

    gerais que o projeto deve tomar?

    Funo - o que vai acontecer no edifcio? As palavras-chaves

    so: pessoas, atividades e relaes.

    Forma - o que ser visto e sentido? As palavras-chave so:

    local, ambiente e qualidade.

    Economia - diz respeito ao oramento e qualidade da

    construo, mas tambm pode incluir consideraes de custos

    de operao e do ciclo de vida. Palavras-chaves so: oramento

    inicial, custo operacionais e custos do ciclio de vida.

    Tempo tem ts classificaes passado, presente e futuro - as quais lidam com influencias da histria, as mudanas

    inevitveis do presente e as projees para o futuro. As

    palavras-chave so: passado, presente e futuro.

    Tabela 3 - Metodologia do Problem Seeking

    Fonte: (PEA; PARSHALL, 2001 [1969], p.30-31 apud MOREIRA, 2007 p.87 a 90)

    Kumling (1999) apud Moreira (2007), no entanto, lista o perigo de uma estruturao como essa,

    pois, segundo ele, ela procura ser universal e, ao fazer isso, transforma-se em uma situao imposta,

    em que alguns dados so divididos ou distorcidos de modo ridculo, apenas para se adequar

    estrutura. O que demonstra no existir uma metodologia ideal, pois nenhuma capaz esgotar todas

    as possveis abordagens do problema.

    Logo, cada contexto exigir uma anlise especifica, mesmo que se adote uma estrutura conceitual

    para orientar o raciocino; pois, mais do que uma lista de necessidades e diretrizes, o programa deve

    ser uma ferramenta de compreenso e esclarecimento do contexto e das condies do projeto.

    6. Quem deve elaborar o programa de necessidades

    Em 1966, com a publicao do manual Emerging Techniques of Architectural Practice o programa

    de necessidades passa a ser entendido pelo American Institute of Architects (AIA) como uma

    disciplina distinta. O Problem Seeking tambm faz essa distino, isto , separa as atribuies do

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    programador das do projetista, pois segundo os autores desse mtodo os problemas de cada um

    (programador e projetista) so muito complexos e requerem duas capacidades mentais diferentes,

    uma para anlise e outra para sntese. Van Der Voordt e Van Wegwn (2005) apud Moreira (2007)

    citam as vantagens e desvantagens dessa separao, que esto organizadas no quadro abaixo:

    Vantagens da separao Desvantagens da separao

    Um programa requer uma abordagem analtica e um arquiteto mais inclinado

    sntese e, portanto, menos inclinado tarefa

    de preparar um programa.

    A caracterstica esttica de um programa, um documento que precede o projeto, resulta em uma

    desatualizao. Quando um consultor externo

    prepara o programa, muito da interao entre

    programa e projeto perdido.

    A qualidade do programa conferida pela polarizao, enquanto o projeto a

    combinao de diferentes interesses. Se o

    projetista configura as normas diante das

    quais seus projetos so julgados, isso pode

    levar a desvios do programa, que ser

    definido aps a ideia, limitando as chances

    de qualquer exame objetivo das alternativas

    de projeto.

    Um bom programa e um bom projeto so beneficiados por um dilogo intensivo entre o

    projetista e o cliente, durante todo o processo de

    projeto. O contato com o cliente e com os usurios

    oferece ao projetista muitas informaes que so

    impossveis de serem transmitidas, ou bem

    transmitidas, por meios indiretos isto , pelos meios de um programa escrito.

    Tabela 4 - Vantagens x Desvantagens da separao

    Fonte: Van Der Voordt e Van Wegwn (2005) apud Moreira (2007) p.88

    indiscutvel que a anlise e a sntese envolvem habilidades particulares, por exemplo, na anlise: Existem duas atividades ou habilidades extremamente importantes: a formulao do

    problema e a escolha do ponto de vista. A formulao do problema est relacionada com a

    capacidade do projetista de compreender e descrever o problema. Para isso fundamental a

    identificao dos elementos que podem tornar o problema explicito. Na formulao do

    problema, importante escolher um ponto de vista a partir do qual o problema ser

    enxergado. O ponto de vista representa uma maneira particular de o projetista expressar e

    formular o problema de projeto. (KOWALTOWSKI et al, 2011, p.98).

    Entretanto, entre os tericos, no existe um consenso sobre a necessidade de que o profissional

    responsvel pela anlise seja distinto daquele que ser responsvel pela sntese.

    Analisando, assim, as vantagens e desvantagens dessa separao, possvel perceber que se essas

    atividades forem divididas, talvez se tenha um resultado mais criterioso e imparcial em ambas as

    atividades. Sendo, nesse caso, imprescindvel que seja mantida uma estreita comunicao entre os

    profissionais, pois uma atividade no pode ignorar a outra, j que elas so interdependentes: Para o cliente, o programa documenta os termos que o projeto deve cumprir, as prioridades,

    os custos e os prazos envolvidos na construo e manuteno do edifcio. Para o projetista,

    o programa uma referncia corrente das informaes do empreendimento, que ele pode

    completar ou refinar durante o processo de projeto, mas no pode ignorara. Mesmo que o

    arquiteto interprete as exigncias do programa de um modo diferente, essa concluso s

    ser possvel porque se estabeleceu uma condio que pode ser questionada.

    (KOWALTOWSKI, Doris C.C.K. ET AL, 2011 p.108).

    Portanto, no s o programa de necessidades deve ser atualizado durante a atividade de sntese para

    que as sucessivas pesquisas durante o processo de projeto possam levar a uma progressiva

    compreenso do problema, mas tambm o projetista durante a etapa de sntese, caso ele no tenha

    sido o responsvel pelo programa, no pode deixar de ter contado com o cliente e com o usurio,

    pois esse contato ser fundamental na atividade de sntese independentemente do quanto preciso e

    abrangente tenha sido anlise desenvolvida pelo programador.

    7. Concluso

    Partindo-se de trs premissas bsicas:

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    1. O programa fundamental para a qualidade do processo, porque ele formaliza o comprometimento das pessoas envolvidas no processo de projeto, j que transforma informaes e

    dados sobre a edificao em exigncias claras que o projeto deve cumprir;

    2. A concepo formal de um edifcio no poder ser explicada margem do programa; 3. A programao deve centrar sua ateno no usurio do espao para que as caractersticas fsicas, psicolgicas e culturais desses sejam identificadas por meio de entrevistas, questionrio, dinmicas

    de grupo e outros meios tcnicos disponveis.

    Nesse artigo, que trata do papel do programa de necessidade no processo de projeto arquitetnico,

    chegou-se a trs concluses:

    1. O programa no crcea a criatividade do projetista; 2. A forma de apresent-lo to importante quanto as informaes contidas nele; 3. O programa de necessidades deve passar por revises tanto na etapa de sntese como na etapa de avaliao, pois apesar de ser documento contratual importante ele no rgido e imutvel.

    Tendo em vistas que no necessrio negar as ideias que no possam ser justificadas pelo

    programa, pois a atividade do projetista no deve se limitar ao simples cumprimento do programa

    de necessidades, deve ir alm, e levando em considerao que o programa de necessidades no determina as solues, mas, sim, ajuda a direcionar o raciocino do projetista para as questes mais

    relevantes (o que extremamente produtivo), percebe-se que as diretrizes estabelecidas pelo

    programa no limitam a criatividade nem dificultam a sntese.

    Entretanto, para realmente facilitar a atividade de sntese projetiva, preciso que o programa

    arquitetnico possibilite a compreenso do problema, e para isso primordial que as informaes obtidas pela anlise do contexto - formalizada no programa de necessidade estejam claras, sejam concisas e coerentes.

    Assim, ao trmino desse estudo, fica claro pela abordagem, que, por ser a primeira atividade de um

    processo projetivo que envolve outras atividades, no possvel encarar o programa de necessidade

    como algo rgido e imutvel, pois ao longo do processo projetivo, que geralmente envolve um bom

    tempo at sua finalizao, imprevistos e necessidades surgiro, o que, consequentemente, exigir

    revises no programa arquitetnico.

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