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UNIVERSIDADE DE COIMBRA

FACULDADE DE ECONOMIA

O PAPEL DO ÁLCOOL NA SOCIEDADE

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica

DINA PEREIRA

COIMBRA

2003

UNIVERSIDADE DE COIMBRA FACULDADE DE ECONOMIA

O PAPEL DO ÁLCOOL NA SOCIEDADE

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica

Docente:

Dr. Paulo Peixoto

DINA PEREIRA

Nº 20021982

Coimbra 2003

“Ter autonomia não é só ser livre para agir como bem se entender, mas acima de tudo, é ser capaz de eleger objectivos e crenças, valorizá-los e sentir-se responsável pelas suas decisões e actos!” Potyara Pereira

Introdução -------------------------------------------------------------------------------------- 3 Desenvolvimento ----------------------------------------------------------------------------- 6

O consumo de álcool e as suas repercussões na sociedade portuguesa ------------- 6 Tipos de fontes seleccionadas ---------------------------------------------------------- 14 Etapas da pesquisa ----------------------------------------------------------------------- 17

Ficha de leitura ----------------------------------------------------------------------------- 22

Ficha documental ------------------------------------------------------------------------ 25

Avaliação de uma página Web ------------------------------------------------------- 28 Conclusão ------------------------------------------------------------------------------------- 31 Referência bibliográficas --------------------------------------------------------------- 34 Anexo

O presente trabalho insere-se no âmbito da disciplina

de Fontes de Informação Sociológica e consiste em

realizar uma busca documental e bibliográfica sobre o

papel do álcool na sociedade. O objectivo geral que lhe

subjaz é a avaliação do peso ecológico do álcool nos

problemas globais de hoje em dia.

Pela importância que assume em diversas esferas da

vida social escolhi o papel do álcool na sociedade como

tema do presente trabalho.

Procurei desenvolver este trabalho partindo de uma

abordagem à evolução do consumo de álcool ao longo dos

tempos; o valor e o papel que lhe subjaz na família e nos

jovens e as várias medidas preventivas que devem ser

respeitadas.

Será feita uma análise com mais profundidade ao

alcoolismo, enquanto doença «social».

A nível de instrumentos de pesquisa, utilizei fontes

habituais; isto é, documentos de referência, base de dados

e pesquisa na Internet. Aqui encontrei documentos de

vários suportes, nomeadamente: texto, imagens, entre

outros, o que permitiu alargar os pontos de vista sobre esta

problemática. No entanto, deve-se ter em atenção que a

Internet também nos fornece documentos de várias

proveniências e de vários níveis sem “revisão” prévia e

encontram-se atafulhados com anúncios publicitários. Daí,

surgir, algumas dificuldades na selecção dos documentos;

na acessibilidade a determinadas páginas (era necessário

afinar a pesquisa de modo a restringir o “ruído” e alargá-la

quando obtinha como resultado o “silêncio”).

Fontes de Informação Sociológica Licenciatura em Sociologia

A nível de outros documentos como, por exemplo,

nos livros encontrei, por vezes, dificuldades na leitura

devido à existência de termos específicos de uma

determinada ciência, mas que de certo modo se

relacionava com o tema.

Na pesquisa das fontes, limitei-me apenas a Portugal,

visto que, o meu objectivo era saber até que ponto a

sociedade portuguesa facilita a introdução de bebidas

álcoolicas nos hábitos de consumo dos seus membros.

A página Web escolhida aborda os problemas ligados

ao consumo de bebidas alcoólicas e fornece informação,

que, do meu ponto de vista, é interessante e adequada a

este estudo. Deste modo, penso que, quem aceder à página

Web escolhida, encontrará uma boa informação e não

requer um conhecimento aprofundado prévio para a sua

compreensão, visto que, os conteúdos se encontram bem

organizados e numa linguagem clara e acessível.

Esta página tem a intenção de informar e esclarecer

determinados problemas ligados ao consumo de bebidas

alcoólicas, nomeadamente, a definição de alguns conceitos

importantes; o esclarecimento das várias funções do

álcool; as consequências que dele derivam e as causas que

provocam o seu consumo exagerado. Trata-se de uma

página generalista, na qual, a informação que contém é

apelativa e visualmente atraente.

O tipo de audiência a quem é dirigida esta página, é

essencialmente, a estudantes e pessoas, especializadas ou

não, que se encontram interessadas em aprofundar um

pouco mais de conhecimentos sobre este problema.

Com esta pesquisa, não pretendo fazer uma

abordagem muito aprofundada do tema e também não

O Papel do Álcool na Sociedade 2


pretendo fazer afirmações peremptórias, nem apresentar

conclusões contundentes.

O trabalho que me proponho apresentar pretende, com

a humildade necessária, contribuir para uma melhor

compreensão do acto de beber e das repercussões que

desse acto derivam.



O consumo de álcool e as suas repercussões

na sociedade portuguesa

•

O consumo de bebidas alcoólicas traduz-se num grave

problema que tem vindo a evoluir drasticamente ao longo

dos tempos, afectando a sociedade portuguesa na sua

globalidade. Apontam-se várias causas responsáveis pelo

aumento do consumo de álcool pelos adolescentes, não só

devido ao estilo de vida actual, mas também pelos

fenómenos de socialização, pelo enraizamento das

tradições culturais, pela divulgação publicitária e pelos

atractivos dos próprios locais de consumo.

Segundo Boaventura de Sousa Santos, a socialização

trata-se “… de um processo de aprendizagem através do

qual nos tornámos pessoas e membros de uma dada

sociedade. Ele é vital, tanto para os indivíduos, como para

a sociedade. É através dela que se procede a transmissão

da cultura e se faz a aprendizagem de papéis, expectativas

e estatutos sociais. Ao mesmo tempo que os indivíduos

interiorizam as normas e os valores sociais, reforçam-nos

o que contribui para a coesão da sociedade.” (Boaventura

de Sousa Santos in Oliveira et.al., 2001: 141).

Deste modo, no álcool estão inculcados valores

“simbólicos”, pois, “para além da dimensão gastronómica,

o acto de beber é um “acto social”, justificado

culturalmente por um conjunto de “virtudes” ou “mitos”,

atribuídos à bebida alcoólica, e desde a socialização

primária (infância) interiorizados”. (Mano, 1990: 265).



Portanto, é durante a fase da socialização mais

importante, nomeadamente a infância, e até pré-

adolescência que o álcool é introduzido na vivência social,

recebendo um valor “positivo”.

Ao relacionar o álcool e o adolescente é

imprescindível ter em conta o carácter multifactorial entre

ambos e a interacção que estabelecem.

Assim, para que se compreendam o consumo e os

comportamentos alcoólicos de forma mais abrangente e

concisa, é necessário integrar uma compreensão global da

fase da adolescência. Sendo caracterizada como uma fase

de reestruturação interna e de mudança a vários níveis, a

adolescência é considerada como um marco dos mais

importantes na vida do ser humano. Paralelamente às

mudanças biológicas e à construção de identidade sexual,

surgem também alterações psíquicas. E, com estas, o

adquirir de valores e a procura de novas experiências com

o intuito de atingir um estatuto privilegiado na relação

com o outro e de adoptar comportamentos de auto-

afirmação. (Fundação Cascais, 1999a).

Com o objectivo de esclarecer um pouco mais a

situação da juventude portuguesa, em relação ao álcool, a

Fundação Cascais refere um estudo realizado pelo Centro

Regional de Alcoologia de Coimbra – “As Alcopops e os

jovens”, que envolveu 400 estudantes do ensino

secundário e superior, e como resultado verificou-se que

mais de metade dos entrevistados já tiveram contacto com

estas bebidas de elevado teor alcoólico. (Fundação

Cascais, 1999c).

No entender de Jorge Carvalho (1991), o consumo de

álcool está intrinsecamente associado às necessidades de



autonomia do adolescente e à sua integração na sociedade

actual. O acto de beber é para o jovem, um

comportamento social que ornamenta as relações

estabelecidas no seu quotidiano e que acarreta

repercussões a nível bio-psico-social.

Por outro lado, segundo Piedade Mano (1990), o acto

de beber como “acto social”, está ligado a um modelo

essencialmente, masculino dado que “… o alcoolismo

feminino, é sobretudo “caseiro”, “escondido”, enquanto

que masculino é “ público” e “visível”, dado em parte às

características dos papéis sociais de ambos os sexos”.

(Mano, 1990: 267).

O acto de consumir bebidas alcoólicas está associado

um conceito de “homem” ou de “adultos”, mas assume

sobretudo, uma dimensão de “virilidade”.

“Aguentar bebida é uma proba viril, sendo

negativamente conotados os homens que não conseguem

inversamente sendo comparados aos homens, as mulheres

que bebam quantidades maiores de álcool”. (Mano, 1990:

266).

No entanto, se o facto de não ingerir bebidas

alcoólicas é um acto “normal”, beber em excesso é um

acto condenável: o alcoolismo.

É difícil dar uma definição generalizada e totalmente

correcta, devido à sua complexidade. Todavia, foi

fornecida por exemplo, uma definição pela Fundação

Cascais (1999b) a qual nos diz que, apesar de existirem

numerosas definições se destaca a que considera o

alcoolismo com uma doença (este conceito foi avançado

pela Organização Mundial de Saúde – OMS): “ o

alcoolismo, não constitui uma entidade nosológica

definida, mas a totalidade dos problemas motivados pelo



álcool no indivíduo, e estendendo-se em vários planos,

causando perturbações orgânicas e psíquicas, perturbações

da vida familiar, profissional e social, com as suas

repercussões económicas, legais e morais.” (Fundação

Cascais, 1999b)1.

Numa outra definição fornecida por outro tipo de

fontes, nomeadamente o dicionário de língua portuguesa

(Porto Editora), é dito que o alcoolismo se trata de um

“abuso de bebidas alcoólicas; estado mórbido causado

pelo abuso destas medidas”. (Costa e Melo, 1999: 60).

Esta definição não é tão objectiva e é demasiado vaga (o

que não quer dizer que está mais correcta ou menos

correcta), para quem se encontra a trabalhar a um nível

mais aprofundado sobre o assunto, mas era somente para

evidenciar um pouco da variedade de definições que

poderão ser dadas ao alcoolismo.

Como a dependência alcoólica apresenta uma

sintomatologia muito variada, actualmente, os textos da

Organização Mundial de Saúde (OMS) propõem a

expressão mais complexa de síndrome de dependência

alcoólica para substituir o termo “alcoolismo”. (s.a., s.d.)2.

Numa perspectiva sócio-cultural, pode-se afirmar que

os problemas relacionados com o álcool reflectem o

impacto das normas e crenças, que esta mesma força

defende considerando a sociedade a principal responsável

pelos problemas inerentes ao consumo de álcool.

1 < http://[email protected]/ > 2 s.a. (s.d.), Pólis enciclopédia: antropologia cultural, direito, economia, ciência politica.

s.l., s.e..


http://[email protected]/


Através de informações fornecidas pela Fundação

Cascais (1999b), é dito que os jovens recorrem cada vez

mais às bebidas alcoólicas com o intuito de se

embriagarem rapidamente. “Neves Cardoso, responsável

pela consulta de etilo-risco do Hospital de Santa Maria em

Lisboa, afirmou: “os jovens recorrem ao álcool – drogas,

para aliviar as pressões de competição desenfreada, o

drama da entrada na universidade e todos os pensamentos

negativos. (Fundação Cascais, 1999b).

O contexto sócio-cultural da sociedade portuguesa

caracteriza-se como sendo altamente permissivo e

incentivador ao consumo de álcool, visto que, se trata de

um país fundamentalmente vitivinícola, que se mantém

nos primeiros lugares mundiais de produção de vinhos e

onde o uso e abuso de bebidas alcoólicas têm vindo a

agravar-se paulatinamente, sobretudo nas camadas mais

jovens.

Acompanhando a evolução da sociedade, verifica-se

que a emancipação da mulher, a maior liberdade

financeira e de juízos morais, bem com o maior poder de

aquisição de bebidas alcoólicas, faz com que, a

prevalência do consumo de álcool entre o sexo feminino

aumente largamente. Um exemplo nítido que comprova

que o sexo feminino adere entusiasticamente ao consumo

de bebidas alcoólicas, são as famosas Lady`s Nitht.

É dito, através do Programa de formação de

educadores (1998), que em geral, os rapazes abusam mais

que as raparigas e a bebida preferida é a cerveja. Este

estímulo para beber cerveja pode partir do meio familiar

ou de grupo de referência (amigos).

Inserido numa determinada sociedade, o adolescente

adquire os seus valores, associando-se a grupos de



referência. São estes grupos que vão transmitir o valor

“simbólico” (positivo) do álcool, logo, beber faz parte da

conduta adquirida em termos sócio-culturais mas também

resulta de uma aprendizagem social.

Tal como é dito, por meio da Fundação Cascais

(1999b), o contexto económico exerce uma notável

influência no consumo de bebidas alcoólicas.

Actualmente, vive-se num mundo consumista, onde o

principal valor é o lucro.

Os jovens têm à disposição uma vasta diversidade de

bebidas alcoólicas que poderão ser adquiridas facilmente e

a um preço acessível a todas as camadas sociais.

Os novos padrões de consumo pós-moderno atribuem

uma importância extrema ao “ornamento” e ao valor

“simbólico” das bebidas alcoólicas. Pois, existe uma

interligação entre o prazer de beber pelos efeitos do álcool,

o prazer do consumo, e uma intenção de projectar as

bebidas alcoólicas como algo impregnado de status, o que

permite aos jovens “estar na moda”. Poderá surgir uma

classificação de jovens segundo o tipo de bebidas que

consomem.

Também a publicidade tem um papel fundamental na

divulgação das “novidades” que vão surgindo no campo

das bebidas alcoólicas. Segundo Manuela Monteiro e

Milice Ribeiro dos Santos (2001), “a propaganda e a

publicidade têm por objectivo influenciar as nossas

atitudes e comportamentos. Visam persuadir as pessoas a

formar uma atitude e consequentemente, a comportarem-

se de determinada maneira.”. (Monteiro e Santos,

2001:163).



Deste modo, a dualidade entre a publicidade e o

álcool, e a facilidade de aquisição das bebidas alcoólicas,

incita o jovem a consumir precocemente estas bebidas. O

consumo do álcool, enquanto problema eminentemente

social acarreta inúmeras consequências, o que leva a ser

considerado como uma doença.

Declara a Fundação Cascais (1999b), que devido à

gravidade na qual se envolve o consumo excessivo de

álcool, permite classificar esta problemática como um dos

mais graves problemas de Saúde Pública em Portugal.

Segundo a OMS: “problemas ligados ao álcool ou

simplesmente problemas de álcool uma expressão

imprecisa mas cada vez mais usada nestes últimos anos

para designar as consequências nocivas do consumo de

álcool. Estas consequências atingem não só o bebedor mas

também a família e a colectividade em geral. As

perturbações causadas poderão ser físicas, mentais ou

sociais e resultam de episódios agudos de um consumo

excessivo ou de um consumo prolongado”. (Fundação

Cascais, 1999b).

O consumo inadequado ou inoportuno de etanol

provoca consequências nefastas no sistema biológico-

fisiológico, provocando também sintomas de

desmotivação e desinteresse face à vida e à definição de

objectivos para o futuro.

A nível familiar verifica-se uma deterioração

progressiva do lar e desagregação familiar tornam

evidentes as dificuldades e as carências materiais.

As molestações infantis, os maus tratos, as

negligências no lar, tornam-se uma constante na vida

familiar. Assim, se justifica a maior percentagem de



separações e divórcios que recai sobretudo em lares de

alcoólicos.

No contexto social, o consumo exagerado de álcool,

manifesta-se no trabalho, perturbando os relacionamentos

inter-pessoais, o desenvolvimento de capacidades,

aptidões, percepção, raciocínio e criatividade, reduzindo a

taxa de produtividade.

É atribuído ao álcool um papel de causa directa de

uma elevada percentagem de mortes, por acidentes de

viação. “A relação do álcool com os acidentes rodoviários

está comprovado e originou legislação sobre o assunto.

Na Europa Ocidental estima-se que o álcool

desencadeante em 25% dos acidentes rodoviários e em

20% dos acidentes de trabalho; a taxa de Portugal é de

40% e 30% respectivamente.” (Costa, 2001: 230).

No entender de Adelino Torres (1996), o álcool não é

somente uma doença individual verificando-se um

agravamento do consumo global de bebidas alcoólicas, o

que se reflecte numa maior taxa de mortalidade.

Os estados de embriaguês mesmo quando ocasionais,

levam o indivíduo a cometer delitos a infringir a ordem

pública, a lei e a segurança.

Como resolução para combater o consumo excessivo de

álcool são apontadas algumas medidas pela Fundação

Cascais (1999d), entre as quais: a inversão de normas

rígidas e intransponíveis por parte do Governo e o reforço

de fiscalização em locais de consumo; incentivar os pais a

acompanhar atentamente o crescimento dos filhos, dando

especial atenção às mudanças e estabelecer com eles uma

relação empática e compreensiva; reforçar o papel que é

atribuído à escola, nomeadamente o educar e transmitir os



valores existentes na sociedade; e de um modo geral

compete a todos os membros da sociedade actual, a

responsabilidade de denunciar as ilegalidades cometidas

relativamente à venda de álcool.

Em Portugal, a entidade que se dedica à solução do

problema de dependência alcoólica é a Sociedade de

Ajuda aos Alcoólicos Portugueses (SAAP), conhecida

também pelo seu antigo nome, Sociedade Anti-Alcoólica

Portuguesa.

Tipos de fontes seleccionadas •

Neste trabalho foram seleccionadas várias fontes de

informação, nomeadamente: livros, manuais, jornais e a

Internet. Estas permitem caracterizar os tipos de

abordagem que podemos fazer em relação ao tema em

questão.

O tema abordado é o papel do álcool na sociedade.

Trata-se de uma problemática bastante complexa e difícil

de abordar na generalidade, embora se possa debater

determinadas dimensões, aprofundar e esclarecer

informações pertinentes.

Através da Internet procurei explorar não só as

oportunidades didácticas da mesma, mas também as

virtualidades da sua aplicação enquanto recurso

documental e metodológico. Este instrumento de trabalho

é acessível através de vários motores de busca, entre os

quais o Google, o Yahoo e o Alta Vista; no caso

português, temos como motores de busca o Sapo, o Iol e o

Aeiou. Aqui encontra-se documentos de vários tipos

(texto, imagens, estatísticas, entre outros). Permitem



amplificar conhecimentos sobre um determinado assunto,

com um certo nível científico ou técnico, em várias

línguas e podem permitir uma interacção com o autor.

Contudo, é necessário ter em conta que nem todos os

documentos são válidos e fiáveis.

É por vezes utilizada a expressão “Auto-Estrada da

Informação” como sinónimo de Internet, que significa a

rapidez com que encontramos a informação. Para que esta

seja útil e válida é necessário saber o contexto da sua

produção e confrontá-la através do aspecto crítico sobre as

fontes que utilizou, para permitir a sua confirmação e

validade, mas por vezes é muito difícil estabelecer esta

confrontação e em alguns casos é mesmo impossível. Mas,

sabemos que a informação só se transforma em

conhecimento quando é confrontada e validada com outras

fontes.

Deste modo, concluímos que a finalidade de uma

pesquisa de informação reside na apropriação de

conhecimentos ou na descoberta de novos saberes.

Contudo, também devemos estar preparados, pois,

deparamo-nos com determinadas problemáticas

sociológicas que nos poderão dificultar a nossa pesquisa.

É necessário ganhar uma distância crítica

(neutralidade) em relação ao que é dito. Não devemos

aceitar, nem acreditar que toda a informação que nos é

dada, é totalmente verídica e fiável, é necessário obter um

certo distanciamento crítico em relação aos dados que

recolhemos da Internet.

Actualmente, existe um problema extremamente

complexo que é, nomeadamente, a profusão de dados. Isto

é, a Internet concede muita e variadíssima informação,

mas, por vezes, surgem dificuldades na escolha da melhor



e da mais apropriada, e só a confrontação com outras

fontes a torna realmente válida.

Nós, cibernautas, estamos totalmente desprotegidos

face à informação de má qualidade que circula na Internet.

Cada vez mais se discute a evolução da mesma em termos

de aparecimento dos intermediários fiáveis.

Um outro problema que surge, deriva da livre

circulação da informação, pois facilita o plágio, ou então,

é-nos fornecida informação supérflua e por vezes até

mesmo incorrecta.

Um outro tipo de fontes seleccionadas foi os

documentos de referência, (como anteriormente já foi

dito), mais concretamente, documentos textuais em

suporte tradicional (o papel) consultados sob a forma de

utilização directa ou à vista. Segundo o grau de elaboração

são consideradas obras de consulta. Têm como objectivo

servir para a rápida obtenção de dados sobre um

determinado tema.

Neste caso, é fundamental, a leitura destes livros e

manuais, porque fazem uma excelente exposição de

conhecimentos acerca do consumo excessivo de álcool,

enquanto problema que afecta a sociedade portuguesa.

Por último, é do nosso conhecimento que alguns

jornais como o Expresso facultam a possibilidade de fazer

pesquisas nos seus artigos, de Internet.

Deste modo, foi efectuada uma pesquisa no jornal

Expresso (2002), onde encontrámos uma notícia relevante

intitulada “Alcoolismo precisa de mais investimento”, e

que fornece mais uma ajuda e mais uma informação

acerca do álcool.



Esta diz-nos que, apesar do alcoolismo ser uma

toxicodependência, é um pouco mais tolerado em relação

a outro tipo de drogas e trata-se de uma patologia grave e

que deve ter mais combate porque “é muito difícil tratar o

alcoólico e principalmente ter bons resultados pois, a taxa

de recaída é elevadíssima”, afirmou, nessa reportagem de

Expresso, João Cabral Fernandes, director clínico do

Hospital Júlio de Matos.

Resta-nos dizer que, os manuais e os livros são

documentos didácticos que contêm noções essenciais de

uma ciência e que as suas finalidades são transmitir

conhecimentos gerais, universal e consensualmente aceites

no domínio de uma disciplina. Proporcionam informação

directa, suficiente e autónoma para o utente; a sua

estrutura é descontínua e permitem um acesso fácil à

informação; a sua utilização é muito frequente (por um

variado público) e podem apresentar-se em diferentes

suportes.

Etapas da Pesquisa •

Em primeiro lugar, comecei por consultar na base de

dados da Universidade de Coimbra, de modo a encontrar

livros científicos (ou não) que falassem sobre o papel do

álcool na sociedade portuguesa. Apesar, de não existir

uma grande variedade de fontes que abordassem o tema,

os livros que me foram devolvidos no processo de

pesquisa continham informação pertinente e faziam

referência às implicações que o consumo de álcool

provoca na sociedade.



Assim, permitiam elaborar problemáticas sociológicas

e analisar este tema a nível sociológico e não tanto a nível

biológico/medicinal.

Numa segunda etapa, dirigi-me à Faculdade de

Economia da Universidade de Coimbra, onde encontrei

uma boa referência para a elaboração deste trabalho.

Nomeadamente, um artigo de Piedade Lalanda Mano

(1990), “O valor e o papel no álcool na família”, que se

encontra no livro: “A sociologia e a sociedade portuguesa

na viragem do século: actas do I congresso português de

sociologia”. Trata-se do primeiro volume, onde contém a

primeira parte das actas do 1º Congresso Português de

Sociologia que se realizou em Lisboa, em Janeiro de 1988.

Esta importante referência foi indicada pelo Doutor

Paulo Peixoto, professor da cadeira de Fontes de

Informação Sociológica, a quem agradeço desde já.

De seguida, dirigi-me ao Centro Municipal de Cultura

de Castro-Daire, onde recolhi novas fontes, que também

interessavam à realização deste trabalho. Um bom

exemplo dessas fontes foi o livro de Jorge Nuno Negreiros

de Carvalho (1991), “Prevenção do abuso de álcool e

drogas nos jovens”, que me permitiu ampliar

conhecimentos sobre o “acto de beber”, enquanto

problema social.

Na minha opinião trata-se de uma boa referência, a

partir da qual, mais tarde, realizei a ficha de leitura.

Entretanto, também fiz outras pesquisas na biblioteca

da Escola EB2/3-S de Tarouca (Lamego), onde me foi



possível encontrar dois novos livros sobre o mesmo

assunto mas, que ainda não tinham sido referenciados.

Todavia, também pesquisei na Web, utilizando o motor

de busca Google, pois este motor parece-me acessível à

sua utilização.

No entanto, tal como acontece na pesquisa de outros

temas, também, na pesquisa efectuada sobre o papel do

álcool na sociedade, foi obtida muita informação (nem

sempre fiável).

Numa primeira fase, usei como palavra-chave:

“alcoolismo em Portugal”, apenas referindo que queria

fazer uma pesquisa em português e desta, resultaram 400

registos. Devido à sua relativa extensão, era necessário

especificar de modo a reduzir o “ruído” e para isso usei

alguns operadores booleanos, justamente com a palavra-

chave: “alcoolismo”, à qual foi devolvida apenas um

registo. Este, na minha opinião, está bem estruturado e

oferece uma boa informação. Estou a falar do registo que

apresenta a Fundação Cascais (2002b), a qual dá a

conhecer aspectos essenciais do consumo do álcool feito

pelos jovens; as várias funções do álcool e as

consequências que este acarreta, tanto a nível

biológico/fisiológico, como social, religioso, político e

económico.

De seguida utilizei, novamente operadores booleanos,

nomeadamente “alcoolismo and acidentes”, onde foram

devolvidos 4 registos. E, para que a pesquisa se torne

ainda, mais concisa, especifiquei na pesquisa avançada



que queria fazê-lo em português e com uma nova

expressão: “consequências do álcool”, obtendo 2 registos.

Ainda, no âmbito do papel do álcool na sociedade

enquanto problema social decidi, fazer uma pesquisa

avançada, com todas as palavras, nomeadamente “o

alcoolismo (problema social) ”, da qual resultaram 5200

registos. Trata-se de um resultado bastante vasto e moroso

de consultar.

Ainda em relação às consequências provocadas pelo

abuso de bebidas com etanol, fiz uma pesquisa usando a

expressão “alcoholism” especificando na pesquisa

avançada que queria fazê-lo em inglês, pois a pesquisa

torna-se mais produtiva se for efectuada na língua do

motor de busca. Como resultado da pesquisa obtive 2180

resultados listados.

No meu entender, alguns dos artigos que li, eram

válidos e interessantes para o trabalho. Mas, acabei por

“deixar cair” essa leitura devido a dificuldades na

compreensão da língua. Pois, poderiam surgir alguns

problemas, tais como, disponibilidade de tempo ou então,

poderia omitir informação importante ou até mesmo

alienar o significado principal da mensagem que é

transmitida no registo. Por esta mesmas razões, optei por

pesquisar somente, na minha língua oficial, o português.

Procurei também efectuar uma pesquisa no jornal

Expresso (2002), onde encontrei uma notícia importante

denominada “Alcoolismo precisa de mais investimento”, a

qual fornece informação acerca do problema que envolve

o uso e abuso de bebidas alcoólicas.



Deixando as pesquisas na Web, procurei encontrar ainda

alguma publicação referente ao sociólogo Valentur

Alferes, o que me foi impossível, pois durante o processo

de pesquisa não encontrei nenhuma fonte alusiva a ele.

Deste modo, apresentei um plano muito generalizado do

processo de pesquisa, enunciando as principais etapas que

o constituem.



O seguinte texto do qual realizei uma ficha de leitura

trata-se de um pequeno “artigo” retirado do livro:

“Prevenção do abuso do álcool e drogas nos jovens” de

Jorge Nuno Negreiros de Carvalho (1991: 63-64), que

pretende demonstrar algumas propostas de prevenção em

relação a esta dependência.

Deste modo, sabemos que o consumo de bebidas

alcoólicas se traduz num grave problema que tem vindo a

evoluir drasticamente, afectando a sociedade portuguesa

na sua globalidade. Por isso, pretende-se dar respostas às

necessidades educativas, criando instrumentos e métodos

específicos que diminuam o consumo descontrolado do

álcool. E, na realidade tem-se verificado uma evolução nas

abordagens educativas relativas ao mesmo, nomeadamente

a progressiva influência do modelo de saúde pública.

Wheisheit «…define esta tendência como reflectindo

uma “medicalização” dos factores sociais e culturais

presentes no alcoolismo.». Exprimindo uma tentativa de

comparar o alcoolismo a uma doença infecciosa e

transmissível a um contínuo progresso de adaptação de

técnicas e métodos utilizados para prevenir essas mesmas

doenças. (Wheisheit in Carvalho, 1991: 63).

Do mesmo ponto de vista, situava-se Gordon,

afirmando que o consumo “social” se pode comparar a

uma infecção mas também poderia exercer um efeito

imunizador e, deste modo, os indivíduos que não

consomem estão mais desprotegidos face à contracção da

“ doença”.



Numa análise pessoal e crítica, penso que, talvez não

seja o método mais adequado, pois, ao comparar o

alcoolismo a uma doença infecciosa e transmissível, vai

provocar repugnância na sociedade em relação aos

alcoólicos, progredindo cada vez mais a uma segregação

social, multiplicando-se o racismo e desencadeando-se

uma série de problemas sociais, agravando-se deste modo,

a situação.

No entanto, também Chafetz preconiza que “os pais

deveriam servir aos seus filhos formas de álcool (…), se

eles próprios forem consumidores de álcool. Assegurando

educação; informação e experiência (…) a imunização

contra um comportamento de bebida não saudável e

responsável, poderá ocorrer como uma defesa contra o

alcoolismo.”. (Chafetz in Carvalho, 1991: 64).

Na minha opinião, esta referência parece-me

particularmente interessante, pois, a sua intenção e os seus

objectivos são excelentes. Mas, também temos que admitir

que se trata de um ideal utópico.

Na realidade e através de experiências já verificadas,

sabemos que, o alcoólico é um bebedor excessivo, cuja

dependência em relação ao álcool se acompanha de

distúrbios mentais, de problemas de saúde física, de

dificuldades de interacção a nível social e devem portanto,

submeter-se a um tratamento.

Deste modo, podemos concluir que, se os pais são

dependentes alcoólicos, não estão nas devidas condições

para submeter os filhos a este tipo de “tratamento

preventivo”, visto que se encontram numa dependência e

em condições psico-biológica alteradas. Por esta mesma

razão, os mass media (e não só) fazem chegar até nós,

notícias, sobre violência doméstica, negligências perante a



família; divórcios inúmeros entre alcoólicos; frequentes

perdas de emprego; problemas financeiros; dificuldades

em interagir positivamente na sociedade em que se

encontra e que progressivamente, vai sendo excluído

devido à sua opção de vida (por vezes, consequência

directa da sociedade e do meio envolvente).

Resumindo, nesta ficha de leitura foram abordadas

algumas propostas de prevenção do problema de

dependência alcoólica, que embora sejam distintos, têm o

mesmo objectivo, isto é, considerar uma utilização

“moderada” do álcool.

Como conclusão, devo salientar que, texto contribui

para o alargamento de novas perspectivas e novos métodos

inovadores para o combate ao alcoolismo. E, de certo

modo, há uma renovação da problemática, apesar de serem

apresentadas novas propostas de resolução.

De seguida será apresentada uma ficha documental, na

qual estão inseridos dados fundamentais, resultantes da

análise do texto e que contribuem particularmente na

elaboração da ficha de leitura.



Ficha documental •

Titulo do documento: “ “Medicalização” dos factores

sociais associados ao alcoolismo”. (Wheisheit in Carvalho,

1991: 63-64).

Autor do livro: Jorge Nuno Negreiros de Carvalho

Autor do documento: Wheisheit (Wheisheit in

Carvalho, 1991: 63-64).

Editor: Instituto Nacional de Investigação Científica.

Local de edição: Porto

Data de edição: 1991

Suporte: Papel (livro)

Data de leitura: 05/07/2003

Referência bibliográfica:

Carvalho, Jorge Nuno Negreiros (1991), Prevenção do

abuso do álcool e drogas nos jovens. Porto: Instituto

Nacional de Investigação Científica.

Localização do documento:

Trata-se de um excerto do livro: “Prevenção do uso do

álcool e drogas nos jovens”, de Jorge Nuno Negreiro de

Carvalho (1991). O documento intitula-se

“Medilicalização”dos factores sociais associados ao

alcoolismo. (Wheisheit in Carvalho, 1991: 63-64).

Assunto:

Apresentação de algumas propostas de prevenção de

problemas alcoólicos, que embora sejam distintos têm o

mesmo objectivo, isto é, considerar uma utilização

“moderada” do álcool.



Palavras-chave: “Medicalização”; consumo “social”;

alcoolismo.

Em que áreas científicas pode o documento ser

incluído?

Este documento pode ser inserido no modelo médico

e de saúde pública mas, também no modelo sócio-cultural.

Nomeadamente, nas ciências sociais tais como, a

sociologia, a psicologia, a antropologia, entre outras.

Que partes ou argumentos do documento podem

ajudar a levar a cabo de pesquisa em curso?

“… Para o modelo sócio-cultural, é a qualidade e

estrutura das normas sociais que explica as variações

observadas nos padrões de consumo de álcool nas

diferentes sociedades. Para o modelo de saúde, o problema

reside na própria substância (álcool).”. (Chafetz in

Carvalho, 1991: 64).

Quais os pontos fortes e fracos do documento?

Considero como ponto fraco deste documento, uma

observação sugerida por Gordon, dizendo que, «o

consumo “social” podia ser comparável a uma infecção

visível e que esta condição (consumo “social”) seria

disponível de exercer um efeito imunizador. Similarmente,

os indivíduos não consumidores de álcool poderiam

apresentar uma imunidade menor quando contraíssem a

“infecção” (alcoolismo). (Gordon in Carvalho, 1991: 63-

64).

Um ponto forte que verifiquei ao longo da leitura

efectuada trata-se de uma conclusão que, Wheisheit



indica, ao afirmar que «… as concepções acerca do

alcoolismo avançadas pelo modelo de saúde pública

tenham tido, igualmente, um impacto indirecto nos

programas de educação sobre o álcool, ao preconizar que

uma utilização “social” desta substância poderá constituir

o meio mais adequado para prevenir a sua utilização

abusiva.». (Wheisheit in Carvalho, 1991: 64).

Da lista de referência do documento, qual é a

que parece particularmente mais interessante?

Na minha opinião, a referência que eu considero mais

interessante, parte da sugestão de Chafetz, ao afirmar que:

“… os pais deveriam servir aos sues filhos formas de

álcool (…), se eles próprios forem consumidores de

álcool. Assegurando educação; informação e experiência

(…), a imunização contra um comportamento de bebida

não saudável e responsável, poderá ocorrer como defesa

contra o alcoolismo.”. (Chafetz in Carvalho, 1991:64).

Esta referência parece-me particularmente

interessante, pois, nela estão contidos bons objectivos, mas

de carácter utópico.

Na realidade, um alcoólico é um doente que se

encontra “dependente” de uma droga que lhe provoca

distúrbios mentais, problemas de saúde física e

dificuldades de interacção a nível social. Deste modo, se

conclui que, se os pais são alcoólicos, não se encontram

nas devidas condições para submeter os filhos a este tipo

de “tratamento preventivo”, logo esta hipótese de

prevenção do alcoolismo, não é válida (na minha opinião).



A página que se apresenta de seguida foi a escolhida

para ser avaliada:


Esta página Web que vou avaliar resulta da realização

do projecto “Alcoolismo em idade escolar”. Foi efectuada

pela Fundação Cascais, de modo a permitir a esta uma

consciencialização globalizada acerca do processo através

do qual integram o álcool nos seus hábitos culturais. Este

projecto subdivide-se em vários capítulos, mas eu escolhi

o segundo para avaliar. Pois, parece-me bastante

interessante e útil no esclarecimento de certos problemas

ligados ao consumo de bebidas alcoólicas.

Para que se possa fazer uma boa avaliação, deve-se

seguir os seus critérios, nomeadamente: o critério de

precedência ou origem, o qual dá a natureza das fontes e,

neste caso, trata-se de um sítio institucional (Fundação

Cascais) e trata o assunto pesquisado de modo

suficientemente elaborado mas, a sua compreensão é

relativamente simples.

O documento está bem estruturado, a redacção das

informações é clara e verifica-se que as fontes estão bem

referenciadas. O autor exprime-se em nome de uma

instituição, nomeadamente a Fundação Cascais e, é

possível manter contacto com esta.

O critério do canal constitui, o segundo critério e é

utilizado para definir a informação. A presente página

trata-se de uma fonte de informação documental. Aqui, a

informação fornecida, responde às expectativas de um




público vasto. Acerca da sua amplitude, inclui

determinadas áreas temáticas. A informação oferecida, não

usufrui de uma elevada profundidade acerca das

problemáticas sociológicas. Contudo, demonstra na

generalidade um pouco da perspectiva social envolvida no

consumo de bebidas alcoólicas. Devido à facilidade de

navegação da página, o tempo gasto no alcance da mesma,

é reduzido.

Seguidamente, surge o critério da cobertura

geográfica, o qual permite delimitar o tema. Deste modo,

trata-se de uma fonte nacional mas, incide com mais

pertinência a nível regional (Cascais).

A informação também é válida noutros contextos

geográficos, o que a torna ainda mais credível.

Por fim, apresento o critério do grau de adaptação das

fontes. Trata-se de um critério, sobretudo, de

caracterização e pode-se descrever esta página como uma

fonte média. E, que, respeita o critério de amigabilidade,

interactividade, conectividade e integridade.

Acerca da cobertura cronológica, os dados

encontram-se sujeitos a revisão, mantendo-se deste modo,

actualizados.

Quanto à apresentação da página, considero que, esta

tem uma boa qualidade na redacção da informação. A sua

compreensão é acessível e, abrange um público variado,

não se dirige somente a especialistas no assunto mas, de

um modo geral, a todos interessados em aprofundar e/ou

esclarecer algo mais sobre a influência do alcoolismo na

aprendizagem escolar.

No que diz respeito à originalidade do conteúdo,

demonstra capacidade de ordenação de informação,



interligando perspectivas e contextos. Fornece, do mesmo

modo, uma apreciação geral do assunto abordado. Torna-

se essencial, referir que esta página permite alcançar um

bom grau de remissão, visto que são referenciadas as

bibliografias utilizadas.

Concluindo, trata-se de uma boa página que, respeita

os critérios de classificação das fontes de informação

apresentando uma informação relevante, gratuita e de fácil

navegação.

Numa primeira “apresentação”, são-nos fornecidos

alguns conceitos que, serão fundamentais saber a sua

definição ao estudar este tema, nomeadamente: bebidas

alcoólicas, alcoolismo e dependente alcoólico.

Numa segunda perspectiva, inúmera várias funções

do álcool, nomeadamente a função sócio-cultural,

religiosa, económica e política. Também é importante

referir que faz uma apresentação das causas e

consequências inerentes ao consumo do álcool.



Terminei este trabalho sobre o papel do álcool na

sociedade e como conclusão devo salientar que, como já

tinha referido, o tema abordado por si só, é um assunto

complexo e precisa de ser reconhecido como problema

social.

Por vezes, o abuso do álcool por parte dos jovens,

resulta da incoerência e irresponsabilidade do Governo

Português. Pois, este problema parte da indiferença

manifestada pelas entidades responsáveis.

Ao longo do processo de pesquisa, devo admitir que,

não foi propriamente fácil encontrar fontes fiáveis de

informação. Todas as pesquisas que realizei na Internet

apresentavam muito “ruído” ou muito “silêncio” o que por

vezes dificultava a pesquisa, por si só.

Outra das dificuldades com que me deparei, foi o

facto de existirem poucos livros sobre o tema em questão,

essencialmente sob reflexão sociológica. A maior parte

das fontes que consultava abordavam o álcool e as suas

consequências a nível biológico/fisiológico, e não tanto a

nível das repercussões sociais. O que de certo modo,

dificultou a minha pesquisa pois, o que me interessava era

verificar qual o papel do álcool na sociedade e, não tanto

as consequências biológicas que o abuso do mesmo

provoca.

Para além destas dificuldades, não me foi possível

encontrar fontes referentes ao sociólogo Valentur Alferes.

Estes foram, essencialmente, os principais obstáculos com

que eu me deparei, ao longo do processo de pesquisa.



Quanto à estruturação do trabalho, surgiram dúvida,

acerca da elaboração dos conteúdos, pois, não sabia ao

certo como estruturar o estado das artes.

Posso acrescentar que não me desiludi acerca do tema

abordado – o papel do álcool na sociedade –, visto que foi

o primeiro trabalho académico a realizar. Ofereceu-me

uma visão um pouco mais alargada e mais bem definida,

de como se realiza um processo de pesquisa.

Proporcionou-me uma série de fontes de informação que,

provavelmente serão úteis para futuros trabalhos

académicos ao longo da minha licenciatura em sociologia.

E, também foram inculcados valores e novos

conhecimentos sobre este tema que, serão essenciais para

uma melhor formação pessoal.

Acerca da realidade estudada, apercebi-me que o

consumo de álcool encontra justificação cultural num

conjunto de «virtudes» que lhes são atribuídas desde o

início do processo de socialização.

Existe uma dicotomia no acto de beber, isto é, bebe-

se por prazer mas, também porque o acto de beber é um

acto social, é uma forma de afirmação.

Trata-se por vezes, de um modo de alcançar um

determinado status.

Neste sentido, ficam as seguintes questões:

Qual é a intenção dos jovens, ao recorrer cada vez

mais às bebidas alcoólicas com o intuito de se

embriagarem rapidamente e atingirem um estado de

alteração de consciência?

•

• Ao associar a identidade oficial juvenil a actos de

consumo de álcool, poderá ser generalizar que,

actualmente, toda a gente bebe para ser “normal”?



Qual é o papel da comunicação de massas na

construção social de fenómenos culturais

globalizados, tais como o consumo exagerado de

álcool feito pelos jovens?

•

A sociedade em que vivemos responsabiliza o

consumidor pelo abuso excessivo do álcool, sendo este a

definir os seus limites e saber até que ponto, o acto de

beber constitui um reconhecimento “heróico” ou de

“virilidade”, ou então, um acto de depressão, de fracasso

ou até mesmo, de dependência.

Mas, por outro lado, a sociedade portuguesa continua,

a dispor de uma mentalidade que atribui «virtudes» ao

álcool.

A ideia de “aguentar bebida é uma prova viril”, ainda

persiste enraizada no nosso país.

Afinal, até que ponto, a sociedade portuguesa facilita a

introdução de bebidas alcoólicas nos hábitos, quer

alimentares quer sociais dos seus elementos?



Carvalho, Jorge Nuno Negreiros de (1991), Prevenção do

abuso do álcool e droga nos jovens. Porto: Instituto

Nacional de Investigação Científica.

Costa, António Alves (2001), “O condutor e o seu estado

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http://www.expresso.pt/




(1999c), “O consumo de álcool entre os jovens do

concelho de Cascais: aplicabilidade psicopedagógica”, in

Fundação Cascais, Alcoolismo em idade escolar. Cascais:

Fundação Cascais. Capitulo IV. Página consulta a 22 de

Abril de 2003.


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escolar. Cascais: Fundação Cascais. Capítulo V. Página

consulta a 22 de Abril de 2003.


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Liarte.


“Medicalização” dos factores sociais associados ao alcoolismo

(Wheisheit in Carvalho, 1991: 63-64).

A evolução que se registou nas abordagens de educação relativas ao álcool no decurso

do paradigma da instrução didáctica, não pode dissociar-se da emergência de certas

concepções sobre o alcoolismo que se desenvolveram, especialmente, a partir dos anos

60. Essas concepções traduzem, no essencial, a influência crescente do modelo da saúde

pública ao nível da compreensão (e actuação) sobre os problemas associados ao

consumo de álcool. Wheisheit define esta tendência como reflectindo uma

“medicalização” dos factores sociais e culturais presentes no alcoolismo. (Wheisheit in

Carvalho, 1991: 63).

Sob a influência do modelo de saúde pública, assiste-se, com efeito, à tentativa de

assimilar o alcoolismo a uma doença infecciosa. Do mesmo moo, procura-se efectuar

uma adaptação das técnicas e métodos utilizados para prevenir as doenças infecciosas, à

prevenção do alcoolismo.

Esta tendência emerge, por exemplo, nos esforços desenvolvidos por Gordon visando

aplicar o modelo das doenças infecciosas à prevenção do alcoolismo. (Gordon in

Carvalho, 1991:63).

Com efeito, a sua concepção de alcoolismo evidencia claras afinidades com os modelos

avançados para explicar o aparecimento das doenças transmissíveis.

Gordon sugere, por exemplo, que o consumo “social” poderia ser comparável a uma

infecção visível e que esta condição (consumo “social”) seria susceptível de exercer um

efeito imunizador. (Gordon in Carvalho, 1991: 63-64). Similarmente os indivíduos não

consumidores de álcool poderiam apresentar uma imunidade menor quando contraíssem

a “infecção” (alcoolismo).

Na mesma linha de pensamento, Chafetz preconiza, textualmente, que “os pais

deveriam servir aos seus filhos formas de álcool diluídas, em pequenas quantidades, se

eles próprios forem consumidores de álcool. Assegurando educação, informação e

experiência (…) a imunização contra um comportamento de bebida não saudável e

irresponsável poderá ocorrer como uma defesa contra o alcoolismo.” (Chafetz in

Carvalho, 1991: 64). Por outras palavras a exposição dos indivíduos a uma pequena

porção da doença, conseguida a través da ingestão de uma quantidade reduzida de

álcool, seria susceptível de conferir uma “imunização” contra essa doença (o

alcoolismo).

Estas propostas parecem distanciar-se dos postulados e perspectivas teóricas que estão

subjacentes à emergência do modelo sócio-cultural da prevenção. De facto, neste último

caso, o consumo de álcool (e o alcoolismo) são interpretados com base numa grelha de

análise sociológica e antropológica. Contrariamente, o modelo médico e de saúde

pública coloca o acento em factores que tendem a aproximar o alcoolismo de uma

doença infecciosa. Para o modelo sócio-cultural, é a qualidade e estrutura das normas

sociais que explica as variações observadas nos padrões de consumo de álcool nas

diferentes sociedades. Para o modelo de saúde pública, o problema reside na própria

substância (álcool).

As propostas de prevenção de problemas relacionados com o álcool diferem, assim,

drasticamente, nas duas abordagens, já que, para o modelo sócio-cultural as estratégias

preventivas deverão privilegiar a mudança das norma e atitudes que favorecem um

consumo excessivo, enquanto que para o modelo de saúde pública, o fulcro das

actividades de prevenção implicam, basicamente, uma manipulação da substância

(álcool).

As duas abordagens, embora partindo de pressupostos distintos, convergem, no entanto,

no sentido de considerar uma utilização “moderada” de álcool, o objectivo primordial

de uma acção preventiva deste domínio.

Deste modo, será plausível admitir que as concepções acerca do alcoolismo avançadas

pelo modelo de saúde pública tenham tido, igualmente, um impacto indirecto nos

programas de educação sobre o álcool, ao preconizar que uma utilização “social” desta

substância poderá constituir um meio mais adequado para prevenir a sua utilização

abusiva.

Carvalho, Jorge Nuno Negreiros de (1991), Prevenção do abuso do álcool e droga nos

jovens. Porto: Instituto de Investigação Científica.

Cópia do texto que serviu de base à elaboração da ficha de leitura. (Foi somente esta parte do texto a ser trabalhada, para a realização da mesma).

o papel do Álcool na sociedade - fe.uc.pt · o objectivo geral que lhe subjaz é a avaliação do...

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