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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR NÚCLEO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA NO ESTADO DE RONDÔNIA EM 2006 WALBERTI SAITH PORTO VELHO - RO 2009

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIRNÚCLEO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA GERAÇÃO DE EMPREGOE RENDA NO ESTADO DE RONDÔNIA EM 2006

WALBERTI SAITH

PORTO VELHO - RO 2009

I

WALBERTI SAITH

O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA GERAÇÃO DE EMPREGOE RENDA NO ESTADO DE RONDÔNIA EM 2006

Trabalho de Conclusão de cursoapresentado como requisito para a obtençãodo titulo de bacharel em CiênciasEconômicas da Fundação UniversidadeFederal de Rondônia – UNIR

PORTO VELHO – RO 2009

II

SAITH, Walberti.

O papel das micro e pequenas empresas na geração de emprego e rendano estado de Rondônia em 2006

CARDOSO, Jonas.

Orientador.

Monografia (Curso de Ciências Econômicas) – Universidade Federal de Rondônia – UNIR.

III

O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA GERAÇÃO DE EMPREGOE RENDA NO ESTADO DE RONDÔNIA EM 2006

WALBERTI SAITH

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________Prof. M.Sc Jonas Cardoso (Orientador)

_____________________________________________________Prof. Dr. João Vicente André

______________________________________________________Prof. Dr. Manuel Manuel Antônio Valdés Borrero

PORTO VELHO – RO 2009

IV

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que

sempre me apoiou e me deu forças para continuar

os meus estudos. Ao meu pai Waldecir Saith a

minha mãe Maria Goreti da Silva e ao meu irmão

Gelberti da Silva Saith.

V

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por tudo que ele fez e tem

feito na minha vida. Gostaria de agradecer ao professor Mestre Jonas Cardoso meu

orientador e também tutor do Programa de Educação Tutorial – PET foram mais de

dois anos como bolsista desenvolvendo projetos nas áreas de Ensino, Pesquisa e

Extensão. Gostaria de agradecer também os meus colegas do PET por sugestões e

apoio nesta empreitada, e aos professores do departamento de economia que de

alguma forma contribuíram para minha formação.

VI

EPÍGRAFE

“Quando a realidade econômica muda, minha convicção acadêmica também muda”.

(John Maynard Keynes)

VII

LISTA DE TABELAS

Pagina

Tabela 1- Classificação das MPE’s Segundo o Número de Empregados 23

Tabela 2- Classificação das MPE’s Segundo o Faturamento Bruto Anual 24

Tabela 3 - Distribuição do Saldo Anual de Empregos no Mercado Formal de Trabalho por Setor de Atividade, Segundo Porte Do Estabelecimento - Brasil 2007

34

Tabela 4 - Participação das MPE’s na quantidade total de estabelecimentos, trabalhadores e valor da massa salarial, Brasil - 2003-2006 (em %)

41

VIII

LISTA DE GRÁFICOS

Pagina

Gráfico 1 - Distribuição dos Estabelecimentos, Por Porte no Brasil 2006. 27

Gráfico 2 - Número de Estabelecimentos Por Porte Rondônia 2006. 29

Gráfico 3 – Distribuição das Micro Empresas Por Setores da EconomiaRondônia 2006.

30

Gráfico 4 – Evolução do Número de Empregados, Por Porte do Estabelecimento Brasil 2002-2006

32

Gráfico 5 - Distribuição dos Empregados, Por Porte do Estabelecimento eSetor de Atividade - Brasil 2006 (em %)

33

Gráfico 6 – Número de Empregados, Por Porte do Estabelecimento Rondônia 2006.

36

Gráfico 7 - Número de Pessoas Empregadas nas Micro e Pequenas Empresas Por Setor Econômico em Rondônia 2006

37

Gráfico 8 - Remuneração Média dos Empregados, Por Porte e Setor de Atividade Brasil 2006 (em R$).

40

Gráfico 9 - Remuneração Média dos Empregados, Por Porte do Estabelecimento em Rondônia 2006 (em R$)

42

Gráfico 10 - Remuneração Média dos Empregados em Microempresas, Por Setor de Atividade em Rondônia 2006 (em R$)

43

Gráfico 11 - Remuneração Média dos Empregados em Microempresas, Por Setor de Atividade em Rondônia 2006 (em R$)

44

Gráfico 12 - Distribuição da Massa de Remuneração dos Empregados, Por Porte dos Estabelecimentos em Rondônia 2006 (em %)

45

SUMÁRIO

IX

INTRODUÇÃO.............................................................................................. 10

1. O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ENDÓGENO.....................................12

1.1 A GRANDE EMPRESA VERSUS AS PEQUENAS EMPRESAS...... 19

2. MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – CONCEITO E DEFINIÇÃO.......... 22

3. PARTICIPAÇÃO DAS MPE’S NA ECONOMIA......................................... 27

3.1 BRASIL.................................................................................................... 27

3.2 RONDÔNIA............................................................................................. 28

3.2.1 Participação Setorial da MPE’s em Rondônia..................................... 29

3.3 GERAÇÃO DE EMPREGO..................................................................... 31

3.3.1 Mercado de Trabalho no Brasil............................................................ 32

3.3.2 Mercado de Trabalho em Rondônia..................................................... 35

4. O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS NA GERAÇÃO DE RENDA......... 39

4.1 CONTEXTO BRASILEIRO...................................................................... 39

4.2 A GERAÇÃO DE RENDA EM RONDÔNIA............................................. 41

CONCLUSÃO................................................................................................ 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 49

RESUMO

As empresas de pequeno porte passam a ter destaque no pensamento econômico apartir da década de 1970 com o fim da produção do tipo fordista baseada naprodução em massa e padronizada e o advento do modo de produção conhecidocomo toyotismo baseada na pequena e flexível produção. A fonte de dados usadospara este trabalho é o Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, umapublicação feita em uma parceria entre o SEBRAE e o DIEESE. Desta forma o

X

critério usado neste trabalho para classificação das empresas é número deempregados, de acordo com a classificação usada pelo SEBRAE. A economiarondoniense tem como base as MPE’s, pois são a maioria dos estabelecimentosformais. No estado de Rondônia a exemplo do Brasil as MPE’s são as que maisempregam, e as grandes empresas apresentam melhores salários do que as médiasempresas e as MPE’s. Apesar de isoladamente as MPE’s não terem um grandeimpacto sobre a economia, ao se analisar em conjunto as MPE’s são defundamental importância na geração de emprego e renda. Quando o quesitoanalisado é a massa salarial gerada as MPE’s apresentam vantagens sobre asempresas de médio e grande porte. No estado de Rondônia as MPE’s sãoresponsáveis por quase metade da massa salarial gerada pelos estabelecimentosformais. Neste contexto é necessário que o governo desenvolva políticas de auxilio efortalecimento para os pequenos estabelecimentos como forma de gerar emprego erenda e conseqüentemente desenvolvimento local.

Palavras-chave: Micro e Pequenas Empresas. Emprego. Renda. Rondônia

10

INTRODUÇÃO

Numa economia cada vez mais monopolizada qual a importância das micro

e pequenas empresas (MPE’s)? Na verdade a importância do desenvolvimento de

uma região deve ser o resultado da combinação dos esforços econômicos dos

atores que a compõe. Entre os vários agentes econômicos locais que fazem parte

do processo de desenvolvimento endógeno as MPE’s merecem destaque, pois

apresentam grande potencial para geração de emprego e renda. A questão que este

trabalho pretende responder é qual a importância das MPE’s na geração de

emprego e renda estado de Rondônia?

O principal objetivo deste trabalho é mostrar o papel das micro e pequenas

empresas na geração de emprego e renda no Brasil e no estado de Rondônia e

conseqüentemente a importância destas empresas para economia regional. Mais

específicificamente este trabalho busca relatar qual a importância das MPE’s no

desenvolvimento endógeno, mostrando varias linhas de pensamento que destacam

a importância das empresas deste porte no desenvolvimento regional/local,

conceituar as MPE’s no Brasil mostrando os vários critérios adotados para classificar

uma empresa como sendo de pequeno porte, mostrar dados relativos ao papel das

MPE’s na geração de emprego no Brasil e no estado de Rondônia. Comparando

estes dados com a geração de emprego das médias e grandes empresas. Mostrar

dados relativos ao papel das MPE’s na geração de renda no estado de Rondônia

comparando estes dados com os a geração de renda das médias e grandes

empresas.

A hipótese levantada neste estudo é de que as micro e pequenas empresas

apesar de seu porte reduzido desempenham papel importante na geração de

emprego e renda no estado de Rondônia. Para se comprovar ou não esta hipótese

será feita uma analise quantitativa dos números gerados pelas MPE’s utilizando-se a

base de dados primários feita em conjunto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Departamento Intersindical de

Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), fazendo-se uma analise

11

quantitativa sobre o número de empregos e renda gerados pelas pequenas

empresas.

O capitulo 1 desta monografia faz uma revisão bibliográfica com o intuito de

mostra os fundamento teóricos sobre as micro e pequenas empresas (MPE’s) e

alguns estudos já realizados neste área. O capitulo 2 mostra as varías formas de

classificar as empresa de micro ou pequeno porte também mostra as principais

características das MPE’s e as principais dificuldades encontradas por estas

empresas. O capitulo 3 mostra a participação da MPE’s na economia brasileira e na

economia rondoniense. Analisando-se o número de micro e pequenas empresas

existentes e o número de pessoas empregadas nos estabelecimentos divididos por

porte e setor da economia: comércio, serviços, indústria e construção. No capitulo 4

será mostrado o salário médio recebido por cada trabalhador nas empresas do

estado de Rondônia e do Brasil divididos por porte e setor da economia, assim como

a massa salarial, ou seja, o total de rendimentos gerados pelas empresas divididos

por porte de empresa e setor da economia.

12

1. O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICO ENDÓGENO

Na década de 1990 o tema desenvolvimento tem estado em evidência no

cenário mundial, com este pensamento este estudo tem como objetivo mostrar o

papel das MPE’s no desenvolvimento econômico regional, mostrando de que forma

esta empresas influenciam na geração de emprego e renda em especial do estado

de Rondônia.

Os estudos sobre as fontes do desenvolvimento têm tomado conta do

meio acadêmico, e por isso existem varias teorias que tentam explicar o

desenvolvimento, mas de forma geral pode-se dizer que:

O desenvolvimento, em qualquer concepção, deve resultar do crescimentoeconômico acompanhado de melhoria na qualidade de vida, ou seja, deveincluir as alterações da composição do produto e a alocação de recursospelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadoresde bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade,condições de saúde, alimentação, educação e moradia).(VASCONCELLOS; GARCIA, 1998 p. 205 apud OLIVEIRA, G 2002 p.2).

De acordo com o conceito acima, pode-se entender que apenas o

crescimento do produto não gera desenvolvimento. O processo de desenvolvimento

nesta concepção seria um crescimento econômico e agregação de valor no produto

acompanhado por melhorias nas condições de vida da população. “Esse processo

tem como resultado a ampliação do emprego, do produto e da renda do local ou da

região.” (AMARAL, 2001 p. 2).

Dentre as varias teorias de desenvolvimento, uma teoria merece

destaque: a teoria do desenvolvimento endógeno, já que está corrente do

pensamento econômico estuda o desenvolvimento de uma região feito pelos

próprios agentes locais tais como: governo, universidades, empresas e a sociedade,

mostrando o papel de cada agente no desenvolvimento regional. A teoria do

desenvolvimento endógeno se opõe a teoria do desenvolvimento exógeno. O

desenvolvimento endógeno é definido como um modelo de ‘baixo para cima’ ou seja,

o processo de desenvolvimento parte das peculiaridades e potencialidades locais,

enquanto o desenvolvimento exógeno é definido como um modelo de ‘cima para

baixo’ ou seja, parte do planejamento conduzido pelo governo nacional (AMARAL,

13

2001). Pra ficar bem claro a diferença entre o desenvolvimento endógeno e exógeno

podemos dizer que:

O desenvolvimento endógeno é localmente determinado enquanto odesenvolvimento exógeno é enxertado no local e é externamentedeterminado; o desenvolvimento endógeno tende a manter os benefícios dodesenvolvimento na economia local, o desenvolvimento exógeno tende aexportar os produtos para fora das regiões o desenvolvimento endógenorespeita os valores locais, o desenvolvimento exógeno tende a suplantá-los.(SLEE, 1994 apud BORBA; GOMES; TRUJILLO; p. 6).

De um modo geral o desenvolvimento endógeno pode ser entendido

como sendo a capacidade dos agentes locais de gerar melhorias para suas regiões,

melhorias estas que como visto anteriormente podem ser representadas pela

geração de emprego e renda.

Na verdade a importância do desenvolvimento de uma região deve ser o

resultado da combinação dos esforços econômicos dos atores que a compõe. Entre

os vários agentes econômicos locais que fazem parte do processo de

desenvolvimento endógeno as micro e pequenas empresas merecem uma atenção

maior, pois elas são responsável pela maior parte da geração de emprego e renda e

assim sendo são protagonistas na questão do desenvolvimento endógeno. Existem

vários modelos de desenvolvimento endógeno elaborados pelas mais diversas

correntes de pensamento, mas os casos mais interessantes são aqueles formados

por sistemas de empresas de pequeno porte circunscritas um território “trata - se de

sistemas que produzem verdadeiras ‘intensificações localizadas de economias

externas, que determinam intensas aglomerações de empresas” (AMARAL, 2001

p.8).

Diante deste contexto o tamanho da empresa desempenha papel

importante, FERES (2003, p.1) falando sobre o porte das firmas diz: “Sua forma de

organização e tamanho ótimo afetam diretamente o ambiente e a comunidade que

estão em seu entorno”. É claro que as MPE’s isoladamente não vão gerar o

desenvolvimento de uma determinada região, porém temos de destacar o importante

papel deste agente no desenvolvimento regional.

Existem no pensamento econômico vários autores que destacaram o

importante papel das empresas. A primeira escola a criar uma teoria sobre a firma

14

foi à escola neoclássica, porém os autores desta época viam as empresas apenas

como local onde a produção de bens acontecia “a firma é vista como uma ‘caixa-

preta’, que combina fatores de produção disponíveis no mercado para produzir

produtos comercializáveis (TIGRE, 1999 p.4). Não havia nada que destacava o

importante papel deste agente no processo de desenvolvimento endógeno até

porque a teoria neoclássica acreditava que embora houvesse desequilíbrios a

economia tendia para concorrência perfeita entre as empresas e o único objetivo das

empresas era a maximização do lucro. Neste contexto as empresas se deparam

com o seu tamanho ótimo, ou seja, o mercado influenciava diretamente no tamanho

da empresa, por outro lado os consumidores procuravam a maximização da sua

utilidade. O confronto destes interesses contribuía para o melhoramento do bem-

estar da sociedade, “Cabe reconhecer que a teoria neoclássica de competição

perfeita estava mais preocupada com o sistema de preços do que com competição e

organização das firmas como afirma Demsetz” (1993 apud TIGRE 1999 p.6), não

havia no pensamento neoclássico preocupação com a questão do papel da firma no

desenvolvimento regional. A importância das empresas de micro e pequeno porte

para o desenvolvimento regional/local não existia ainda.

As empresas de pequeno porte passam a ter destaque no pensamento

econômico a partir da década de 1970 com o fim da produção do tipo fordista

baseada na produção em massa e padronizada e o advento do modo de produção

conhecido como toyotismo baseada na pequena e flexível produção, ou seja, no que

ficou conhecido como pós-fordismo (ou reestruturação produtiva). O maior destaque

das MPE’s acontece principalmente porque o processo de produção fordista trouxe

uma verdadeira revolução para as empresas. Com o passar do tempo esse modo de

produção veio se mostrando ineficaz, é quando surge uma nova tendência do

mercado, a produção mais flexível sem a criação de grandes estoques, esse tipo de

produção é uma das principais características das MPE’s (FARAH, 2001).

Outras importantes correntes de pensamento econômico sobre o

desenvolvimento endógeno foram os evolucionistas e institucionalistas, autores

destas duas correntes passaram a debater sobre o papel das empresas de pequeno

porte no processo de desenvolvimento endógeno. Dentro das duas correntes de

pensamento há “autores que defendem a tese da crise do sistema produtivo fordista,

15

baseado na produção em grande escala, e o conseqüente renascimento das

vantagens da pequena produção baseada na produção flexível. (AMARAL 2001 p.6).

Destacando assim o papel das MPE’s no processo de desenvolvimento endógeno.

O fato das empresas de pequeno porte começar a ganhar destaque na

literatura econômica tem origem principalmente em evidências empíricas como no

caso da terceira Itália (região ao norte da Itália). O desenvolvimento da terceira Itália

tem início da década de 1950 com o objetivo de desenvolver uma indústria com

bases socioeconômicas locais. Surgem no norte da Itália diversos distritos indústrias

compostos principalmente de empresas de pequeno porte. Vale destacar como

conseqüência destes distritos indústrias o crescimento do produto e da renda da

região e o mais importante: melhoria na qualidade de vida da população local, o que

representa um verdadeiro desenvolvimento endógeno, “a região compreendida

como Terceira Itália faz do desenvolvimento regional endógeno um compromisso de

longo prazo por parte das iniciativas empresariais e da comunidade local.” (FARAH,

2001 p. 17). “Garofoli um dos maiores autores que estudaram a constituição de

modelos endógenos de desenvolvimento” (Amaral 2001 p.8) foi fortemente

influenciado pela realidade das empresas de pequeno porte na terceira Itália.

No exemplo, o que se observou foi à formação de redes de empresas de

pequeno porte, que são as principais responsáveis pelo desenvolvimento da

chamada terceira Itália, o objetivo aqui ao citar este exemplo é mostrar o importante

papel que as MPE’s podem desempenhar no processo de desenvolvimento de uma

região. Este e outros exemplos de desenvolvimento endógeno gerado por empresas

de pequeno porte fizeram com que surgissem diversas teorias de desenvolvimento

regional/local no pensamento econômico, as MPE’s também começaram a ganhar

destaque devido ao seu potencial na geração de emprego e renda. Em cada país as

MPE’s são vistas de modo diferente, por exemplo:

Nos Estados Unidos, essas empresas visam basicamente assegurar o livremercado. Na Itália, são fundamentais para fomentar políticas visandodiminuir as desigualdades regionais. Em Taiwan, elas são vistasprincipalmente como estruturas capazes de responder rapidamente amudanças na demanda mundial, gerando inovações (LIMA, et al. 2002 p. 8)

A única coisa que há em comum em todos os países é o reconhecimento

de que as empresas de pequeno porte têm papel fundamental na economia

16

principalmente em regiões pouco desenvolvidas, por isso governos ao redor do

mundo buscam incentivar as empresas de pequeno porte. E de fato “a ação

governamental não pode se excluir do debate acerca dos apoios e incentivos as

MPE’s, devendo estas serem tratadas dentro do programa planejamento

econômico”( MIRANDA; SILVA; BENÍCIO 1998 p. 7).

Na atualidade o Banco Mundial oferece diversos programas de incentivos

as MPE’s e as instituições que trabalham com estas empresas. Esta política de

apoio as MPE’s do Banco Mundial está baseado numa série de argumentos tais

como: “As MPE aceleram o crescimento e reduzem a pobreza; que contribuem para

a competição através de ganhos com inovação e produtividade; que são mais

produtivas do que as grandes empresas” (VIEIRA 2007 p. 26). Com base em todos

esses argumentos subsidiar as MPE’s seria de forma indireta incentivar o

desenvolvimento econômico. No Brasil existem diversas políticas de apoio as

empresas de pequeno porte.

Destaca-se o trabalho realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas (SEBRAE). O SEBRAE é uma instituição técnica de apoio ao

desenvolvimento das atividades das MPE’s utilizando políticas voltadas para o

fomento e difusão de projetos que visem à promoção a ao fortalecimento das MPE’s.

“Para isso, o SEBRAE vem realizando e apoiando diversos estudos e pesquisas,

divulgando-os e subsidiando os atores econômicos e políticos, sobre o desempenho

deste importante segmento de empresas” (BEDÊ 2006 p.7). O governo federal

percebendo a importância das MPE’s para o país deu tratamento diferenciado para

estas empresas (Constituição Federal, Art. 170 e 179. p 11). Além disso, existem

diversos programas governamentais que visam o fortalecimento das MPE’s como,

por exemplo, o simples nacional que visa dar incentivos fiscais as empresas de

pequeno porte. Não há dúvida de que o estimulo ao desenvolvimento das empresas

de pequeno porte tem se tornado prioridade para ações do governo brasileiro e

instituições que visam o desenvolvimento econômico do país. Todas estas políticas

no Brasil mostram a importância das MPE’s para a economia nacional. Para um país

como o Brasil o objetivo do crescimento econômico e a melhor distribuição de renda

só serão atingidos “caso os governantes dêem a devida importância aos pequenos

negócios” (BEDÊ, 2006 p. 3)

17

Diversos estudos realizados enfocando o importante papel das MPE’s

foram realizados entre eles podemos destacar os estudos feitos por: Beck, Kunt e

Levine (2005). Esta pesquisa reuniu dados de 45 países. Nesse trabalho empírico foi

comprovado que a relação da MPE’s com o crescimento do PIB nos países

pesquisados é significativa. “Há uma relação positiva entre o tamanho relativo das

MPE e o crescimento econômico dos países, ou seja, os países com grande

segmento de MPE industriais tendem a crescer mais rapidamente” (VIERA 2007 p.

45). Esse estudo serve como base para corroborar com evidencias empíricas a

hipótese de que as MPE’s desempenham um importante papel para o

desenvolvimento econômico de vários países.

A existência de firmas e o tamanho das mesmas têm repercussão direta

no desenvolvimento de uma dada região. Alguns autores na literatura nacional

destacaram o papel fundamental das MPE’s no processo de desenvolvimento

regional como, por exemplo: Spinola (apud VIEIRA 2007 p.25)

[...] por meio do fortalecimento de suas atividades, tem o potencial deContribuir em temas cruciais da agenda nacional, como o combate aPobreza pela geração de trabalho, a criação de empregos e a melhorDistribuição da renda, a redução da informalidade e o fortalecimento doTecido social e econômico do País. São notórios, ainda, por propiciar aInteriorização do desenvolvimento.

Apesar de não ser um tema muito debatido na literatura econômica

nacional, alguns autores como Spinola chamam atenção ao fato das micro e

pequenas empresas contribuírem para diversos aspectos do desenvolvimento

endógeno como, por exemplo, a criação de empregos e o combate a pobreza.

Spinola ainda destaca que as micro e pequenas empresas em regiões do interior

são as principais responsáveis pelo desenvolvimento, além de ajudarem no

fortalecimento do tecido econômico nacional. Há ainda autores que defendem que

“em países como o Brasil, onde há alto desequilíbrio regional, micro e pequenos

empreendimentos podem desempenhar um importante papel na descentralização

industrial” (Gonçalves 1994 apud CEZARINO; CAMPOMAR, 2006 p. 4).

Em meio a diversos estudos realizados no Brasil sobre as MPE’s o estudo

feito por VIERA (2007) merece uma atenção maior. Esta autora em seus estudos

levantou a seguinte hipótese: as MPE’s na maioria dos estados brasileiros são

responsáveis pela interiorização do desenvolvimento. Usando de instrumentos

18

econometricos VIERA (2007) mostra que as correlações entre as variáveis MPE’s e

urbanização e MPE’s e renda média familiar per capita são satisfatórias. Neste caso

ao se aumentar o número de empregos gerados pelas MPE’s um maior número de

pessoas passariam a ter renda, gerando de forma direta melhorias na qualidade de

vida das pessoas. “Pressupõe-se que, com o aumento do número de ocupações /

empregos gerados, ocorra nos estados uma melhoria dos indicadores sociais”

(VIERA 2007 p.42). Este estudo vai além e mostra de forma empírica que há uma

relação entre o crescimento do número de MPE’s e a redução do índice de pobreza.

“Dessa forma, já se pode dizer que as estimativas empíricas confirmam o discurso

em defesa do fortalecimento desse segmento da economia no país, quando

apresenta os resultados econômicos e as vantagens sociais das MPE” (VIERA 2007

p.42)

Outro ponto importante a se destacar é que em países como o Brasil as

grandes empresas tem a tendência de se concentrar em regiões mais ricas, pois há

maiores vantagens competitivas e maiores benefícios ligados principalmente infra-

estrutura, desta forma nas cidades do interior do Brasil a economia está centrada

principalmente nas empresas de micro e pequeno porto, sendo que em regiões do

interior as MPE’s são quase a totalidade das empresas, por este motivo estas

empresas são protagonistas na questão do desenvolvimento regional e endógeno, e

como veremos no Brasil a maioria das empresas é de micro e pequeno porte, mas

isso não ocorre só no Brasil, “nos países desenvolvidos, as empresas de menor

porte, também, se constituem na maioria absoluta das firmas, representando cerca

de 99% do total das empresas”(VIEIRA, 2007, p. 20).

No fim da década de 1980 diversos países começaram um processo de

extroversão (abertura comercial e mobilidade de capital) com isso “as regiões no

interior dos países vêm mostrando um movimento de endogeneização, tanto das

decisões relacionadas ao seu destino quanto do uso dos meios e dos recursos

utilizados no processo econômico (AMARAL 2001 p. 1 e 2). Com base nisso pode-

se dizer que “as economias de escalas tão apregoadas no âmbito da organização

industrial, e transformadas em entraves ao desenvolvimento de áreas deprimidas,

uma vez que levam à concentração espacial das atividades econômicas”. (FERES,

2003 p.1). Nesse sentido regiões menos favorecidas (como a região norte)

19

dependem essencialmente de atores locais como a MPE’s para a geração de

emprego e renda e conseqüentemente do desenvolvimento. Essa tendência das

grandes empresas de se instalarem nos grandes centros faz com haja grandes

diferenças de uma região para outra no processo de desenvolvimento. Nas regiões

longes do grandes centros as MPE’s são responsáveis “na interiorização do

desenvolvimento e na dinâmica da economia dos pequenos municípios e bairros das

grandes metrópoles” (VIERA 2007 p. 11)

O surgimento de novas teorias de desenvolvimento regional destacando o

papel das empresas de pequeno porte se contrapõe as teorias da economia

industrial que da maior importância as grandes empresas esta contradição será

melhor examinada no tópico 1.1.

1.1 A GRANDE EMPRESA VERSUS AS PEQUENAS EMPRESAS

Com o processo de globalização que se da no inicio do século XX e a

unificação dos mercados mundiais devido à forte influência do pensamento

neoliberal pode-se ver um aumento no número de grandes empresas em especial as

multinacionais e o fortalecimento destas, pois estas empresas não encontram mais

barreiras para entrarem em novos mercados. O processo de globalização

desenvolve papel importante na questão do desenvolvimento regional, pois, gera

estruturas de mercado tais como monopólios e oligopólios, estas estruturas de

mercado têm como características principais a alta concentração de renda, alta

mobilidade de capital e a formação de subempregos, dificultando assim o

desenvolvimento regional. “Na verdade, o processo de globalização não apenas não

exclui o local, como o reforça” (SERRA; PAULA, 2004 p. 4) (sic)

A problemática do desenvolvimento de certa forma sempre esteve

fortemente ligada à capacidade da região de ter firmas de pequeno porte capazes de

geram efeitos encadeadores.

O processo de produção de uma empresa de pequeno porte gera umadinâmica em todo cadeia produtiva da região, fazendo com que surja outraspequenas empresas tanto para a comercialização seus produtos como parao fornecimento de matérias primas resultando assim na geração deemprego e renda na região (VIERA 2007 p.11)

20

”Nesse sentido, os estudos sobre desenvolvimento regional e local

encontram-se na fronteira entre a economia regional e urbana e a economia

industrial” (FERES 2003 p.1). A economia industrial sempre deu maior importância

para grandes empresas, pois de acordo com esta corrente de pensamento as

grandes empresas possuem maior capacidade para explorar economias de escala.

Marshall por exemplo defendia que as grandes empresas apresentavam maiores

vantagens no uso de técnicas e instrumentos de comercialização, por isso há

autores que afirmam que as grandes empresas são mais importantes para o

desenvolvimento do que as MPE’s, porém com o surgimento da economia regional

passou-se a dar maior importância para empresas de pequeno porte e embora as

grandes empresas apresentem vantagens na exploração de economias de escalas

as MPE’s desenvolvem papel importante no desenvolvimento de regiões pouco

competitivas e longe dos grandes centros. Um argumento importante a favor das

MPE’s é que em países como Brasil há altos desequilíbrios regionais as MPE’s

podem ser um agente importante na descentralização econômica regional uma vez

que não têm alta concentração de riquezas como as grandes empresas. Além disso:

Ao se optar por uma estratégia de desenvolvimento baseada na grandefirma, especialmente no caso das empresas multinacionais, pode ser quenão haja o comprometimento dessas com questões locais, ou mesmo uminteresse em desempenhar uma função social no espaço em que se localiza(FERES 2003 p.17).

O processo de globalização faz com as empresas multinacionais tenham

maior facilidade para se locomover de uma região para outra, isto gera alta

concentração de riquezas, por isso é melhor que no processo de desenvolvimento

se tente evitar a formação de uma industrialização vazia e de natureza nômade

(AMARAL 2001 p.14). A grande diferença existente entre economia industrial e

economia regional é que a economia industrial da maior importância a eficiência da

empresa enquanto a economia regional destaca a eficiência da região por isso em

muitos casos economistas argumentam a favor da pequena empresa (FERES 2003)

como principal agente do desenvolvimento regional.

Num mercado cada vez mais globalizado aparentemente as MPE’s

apresentam desvantagens se comparadas com as grandes empresas, porém as

MPE’s mostram certas vantagens tais como: uma estrutura organizacional mais

enxuta, desempenham geralmente atividades com baixo uso de capital e alta

21

intensidade de mão-de-obra o que proporciona maiores vantagens na hora de

produzir produtos diferenciados “Além disso, estas empresas são normalmente mais

ágeis e flexíveis que as empresas maiores” (Casarotto Filho & Pires, 1998 apud

RODRIGUES; OLAVE; FUSCO; 2002 p. 2). A respeito da produção de nicho as

grandes empresas geralmente consideram certos segmentos de mercado além de

seus escopos de interesses isso acontece por que esses segmentos ou são muito

especializados ou muito pequenos. Nesse ponto as MPE’s levam vantagens, pois,

podem produzir com maior facilidade produtos para o atendimento das necessidades

específicas da região.

As MPE’s vêm adquirindo uma importância muito grande nesse cenário

macroeconômico principalmente no estado Rondônia. Por ser um estado recém

criado há poucas empresas de grande porte, e um número grande de negócios

familiares. (BEDÊ, 2006).

A importância das micro e pequenas empresas se traduz com maiorintensidade na economia dos estados brasileiros através daquelesmunicípios que não dispõem de grandes empresas industriais, comerciaisou de serviços. Nesses municípios as MPE são responsáveis por 100% dosempregos e ocupações existentes, com exceção dos servidores públicos(VIERA 2007 p. 20)

Conclui-se que apesar de muitos economistas argumentarem que o

desenvolvimento está associado à grande empresa ou que esta seria a principal

condição para o desenvolvimento, não há como negar o importante papel que as

empresas de pequeno porte desempenham no processo de desenvolvimento e

principalmente na geração de emprego e renda.

22

2. MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – CONCEITO E DEFINIÇÃO

Quando se fala em empresas de pequeno porte, surge um

questionamento: como definir se uma empresa é ou não de pequeno porte?

Na verdade não existe um consenso mundial a esse respeito sendo que

as formas mais comuns de classificação são: faturamento anual, o número de

empregados, o capital, as vendas etc. Órgãos como Organization for Economic

Corporation and Development (OCDE), classifica as MPE’s através do número de

empregados sendo que será considerada MPE’s aquelas empresas com menos de

100 empregados. Já o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) para fins de

concessão de crédito classifica as MPE’s pelo faturamento anual, para ser

considerada empresa de pequeno porte a empresa deve ter um faturamento menor

que U$$ 3,5 milhões.

No Brasil existem diversas definições de MPE’s. O SEBRAE (Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) usa como enquadramento não

o valor da receita anual, mas sim o número de funcionários, já para o governo

federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) o que

importa na classificação é a receita anual. Essa diferença pode ser prejudicial para

as MPE’s, pois as políticas de auxilio do governo federal e instituições como

SEBRAE podem ser diferentes uma vez que cada entidade tem uma visão diferente

sobre o que é MPE’s. Assim os programas de auxilio as MPE’s serão diferentes e o

resultado será diversificado podendo algumas destas empresas nem ser alcançadas

por estes programas, isto demonstra que há uma falta de união nesse quesito para a

elaboração de melhores políticas publicas de auxilio as MPE’s as dificuldades destas

empresas já começam na forma de sua definição. “Em resumo, todos que desejam

trabalhar com MPE’s não encontram dificuldades em Fazê-lo. Definem, dessa forma,

seus próprios critérios para classificação do público alvo. Felizes são as pequenas

empresas que conseguem se enquadrar” (MIRANDA; SILVA; BENÍCIO 1998 p. 3).

A fonte de dados usados para este trabalho é o Anuário do Trabalho na

Micro e Pequena Empresa, uma publicação feita em uma parceria entre o SEBRAE

e o DIEESE, a publicação foi elaborada com o objetivo de disponibilizar a todos os

interessados um conjunto de dados sobre o perfil e a dinâmica do segmento dos

23

micro e pequenos empreendimentos, formais e informais. A publicação utiliza

números da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho

e Emprego - MTE e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Importante ressaltar que os

dados da RAIS e PNAD são do ano de 2006, último disponibilizado pelas fontes

produtoras das informações.

Desta forma o critério usado neste trabalho para classificação das

empresas é número de empregados, de acordo com a classificação usada pelo

SEBRAE, DIEESE, MTE e IBGE. Para cada setor da economia é usada uma

quantidade diferente de pessoas empregadass para classificar as empresas por

porte, os setores da economia são; comércio, serviços e indústria. O quadro 1

resume o critério de classificação usado pelo SEBRAE.

Tabela 1- Classificação das MPE’s Segundo o Número de Empregados

Porte Empregados

MicroempresaNo comercio e serviços até 09 empregados

Na indústria até 19 empregados

Empresa de pequeno porteNo comercio e serviços de 10 a 49 empregados

Na indústria de 20 a 99 empregados

Empresa de médio porteNo comercio e serviços de 50 a 99 empregados

Na indústria 100 a 499 empregados

Empresa de grande porte

No comercio e serviços mais de 99empregados

Na indústria mais de 499 empregados

Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE

Embora não seja usado neste trabalho no Brasil também se utiliza a

classificação por faturamento. Quadro 2 resume o critério usado pelo governo

federal para concessão de crédito e incentivos fiscais as MPE’s. Sendo que será

considerada micro empresa aquelas com faturamento bruto anual inferior a R$

244.000,00 e a pequena empresa será considerada aquela com faturamento entre

R$ 244.000,00 e R$ 1.200.000,00. Os diversos tipos de classificação decorrem dos

diversos objetivos das instituições, ou seja, estudos, crédito e apoio técnico.

24

Tabela 2- Classificação das MPE’s Segundo o Faturamento Bruto Anual

Porte Faturamento bruto anual

Microempresa Até R$ 244.000,00

Empresa e pequeno porte Entre R$ 244.000,00 e R$ 1.200.000,00

Lei federal nº 9.841, de 05/10/1999 (estatuto da micro e pequena empresa)

Existem duas formas principais de analisar as MPE’s quantitativamente que

considera o critério para a classificação e qualitativamente que considera as

características que são peculiares aos pequenos estabelecimentos. Entre as

principais características das MPE’s pode-se destacar (SEBRAE, 2006):

Baixa intensidade de capital;

Altas taxas de natalidade e de mortalidade: demografia elevada;

Forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão-de-

obra ocupada nos negócios;

Poder decisório centralizado;

Contratação direta de mão-de-obra;

Utilização de mão-de-obra não qualificada ou semiqualificada;

Baixo investimento em inovação tecnológica;

Maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro

Uma das principais características é que as MPE’s possuem forte presença

de proprietários, sócios e membros da família como mão-de-obra ocupada nos

negócios e essa mão-de-obra na sua maioria é desqualificada ou mesmo que

qualificada há uma forte concentração hierárquica o que acaba se tornando ruim

para a empresa. Os gerentes também são donos, o que faz com que estas

empresas tenham um horizonte de planejamento muito curto e devido à falta de

capital de giro faz pouco investimento, principalmente em inovações tecnológicas o

que é fundamental para que as MPE’s possam competir no mercado, pois como

25

esse setor possui uma concorrência muito grande um produto diferenciado pode ser

a diferença. (SEBRAE, 2006).

Hoje em dia a maioria dos empresários atribui à falta de capital de giro o

fechamento de sua empresa, o capital necessário para se montar uma MPE’s é

baixo e como boa parte destas empresas saiu do mercado informal a falta de capital

de giro é muito grande. De modo geral os gestores das MPE’s encontram

dificuldades para obtenção de crédito porque este segmento oferece muito risco

devido às altas taxas de mortalidade destas empresas. Altos riscos têm que ter

grandes garantias e, além disso, esse tipo de empréstimos oferece altas taxas de

juros, as MPE’s por sua vez dispõem de pouco capital, não só capital de giro mas

também capital fixo, e por causa disso quase não conseguem esse tipo de

empréstimos ao contrario das grandes empresas que oferecem grandes garantias e

obtêm com maior facilidade empréstimos para capital de giro.

Outra dificuldade encontrada pelas MPE’s é a carga tributária que é muito

elevada para essas empresas se comparado com as empresas de maior porte. Nas

políticas governamentais houve um grande avanço com a criação do SIMPLES -

Sistema Integrado de Imposto e Contribuições das Microempresas e das Empresas

de Pequeno Porte que unificou uma serie de impostos e contribuições tais como:

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ;

Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do

Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP;

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;

Contribuição para Financiamento de Seguridade Social – COFINS;

Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;

INSS a cargo do empregador

Mas isso ainda não é suficiente apesar da unificação, à carga tributária

continua alta e assim dificultando os investimentos destas empresas em capital fixo.

e são por estes motivos que MPE’s se tornam mais sensíveis as oscilações do

mercado com dificuldades para enfrentar a concorrência.

26

Alguns autores como AMARO e PAIVA (2002) classificam as MPE’s em três

perfis básicos: um variado universo de micro unidades familiares, um subconjunto de

menor dimensão de micro e pequenas empresas administradas por proprietários

com algum grau de competência e conhecimento de mercado e um subconjunto

provavelmente ainda menor de pequenas empresas integradas a grandes empresas

em clusters.

As MPE’s pertencentes ao variado universo de micro unidades familiares

são na maioria administrada no lar, utilizando tecnologias tradicionais, intensivas em

trabalho não qualificado e estão presentes em setores tais como:

vestuário/confecções, calçados e artigos de couro, móveis, confeitaria etc. Já as

MPE’s administradas por proprietários com algum grau de competência e

conhecimento de mercado estão presentes na maioria das atividades no setor

terciário da economia e contam com algum tipo de apoio institucional. As MPE’s que

estão integradas em clusters atuam no mercado como subcontratadas das grandes

empresas numa forma de terceirização, em geral como fornecedoras de matérias

primas estes nichos de mercado são caracterizados pelo uso de alta tecnologia. São

exemplos desse tipo de rede: a indústria de calçados do Vale dos Sinos, no Rio

Grande do Sul, a indústria têxtil de Americana, em São Paulo.

27

3. PARTICIPAÇÃO DAS MPE’S NA ECONOMIA

Neste capitulo será analisado o número de estabelecimentos formais no

Brasil e no estado de Rondônia divididos por porte mostrando a composição do

conjunto de empresas e também da economia brasileira e rondoniense. Também

será analisado o número de pessoas empregadas nas MPE’s, médias e nas grandes

empresas analisando-se a distribuição dos empregados formais por porte de

empresa. O objetivo principal deste capitulo é mostrar a capacidade das MPE’s em

gerarem emprego no Brasil e no estado de Rondônia.

3.1 BRASIL

A importância das MPE’s pode ser representando pela sua participação na

economia. No ano de 2007 as MPE’s foram responsáveis por 20% do Produto

Interno Bruto-PIB em países desenvolvidos esse percentual chega a 50%

(SEBRAE/DIEESE 2008). A importância dos pequenos estabelecimentos por ser

medido pelo número de estabelecimentos formais existe no Brasil. Ressalta-se que

o impacto econômico da abertura de uma grande empresa numa região é maior que

o impacto causado pela abertura de uma micro ou uma pequena empresa, mas ao

se analisar o conjunto as MPE’s desempenham um papel importante na economia.

O número de estabelecimentos formais no Brasil mostra a importância das MPE’s

para a economia brasileira, pois são maioria dos estabelecimentos formais.

28

Fonte: MTE. Rais .Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 1 - Distribuição dos Estabelecimentos, Por Porte no Brasil 2006.

O gráfico 1 mostra a distribuição das empresas no Brasil no ano de 2006 as

micro e pequenas empresas juntas correspondiam a 97% dos estabelecimentos

formais enquanto as médias e grandes empresas somavam 3% dos

estabelecimentos formais. Políticas para a criação e manutenção de pequenos

estabelecimentos são de forma indireta políticas para o desenvolvimento da

economia principalmente em regiões que não dispõe de grandes empresas. “Para

gerar emprego é imprescindível que se estimule o surgimento de novas empresas,

de todos os tipos e tamanhos, e em todos os setores e ramos” (MARTINS; VEIGA et

al p.7 2003). Isso porque será insuficiente o volume de empregos gerado pelas

empresas já existentes. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais

(RAIS), que reúne o total de empresas formais no Brasil, durante o período de 2002

a 2006 as micro empresas, apresentaram uma taxa de crescimento de 3,9% a.a., na

comparação entre 2006 e 2002, enquanto nas pequenas empresas, a taxa de

crescimento anual foi de 5,4%, frente a um crescimento de 4,1% a.a. para o total das

empresas, independente de seu porte. A partir de 2004, as micro e pequenas

empresas suplantaram a barreira dos dois milhões de empresas formais. A

participação de MPE’s no conjunto dos estabelecimentos formais brasileiros é

maciça, e corresponde a 98% do total, entre 2002 e 2006.

3.2 RONDÔNIA

29

O estado de Rondônia apresenta uma situação semelhante a do Brasil o

gráfico 2 mostra o número de empresas no estado divididos por porte. No ano de

2006 Rondônia possuía 12.205 micros empresas e 2.046 pequenas empresas, já as

médias empresas eram 179 e grandes empresas eram 92, isso mostra que o estado

a exemplo do Brasil possui um número maior de pequenos estabelecimentos se

comparadas com os médios e grandes estabelecimentos formais.

A economia rondoniense tem como base as MPE’s, pois são a maioria dos

estabelecimentos formais para o governo desenvolver políticas de auxilio aos

pequenos empreendimentos formais significa aumentar a arrecadação e a

possibilidade de aumento do investimento público.

Fonte: MTE. Rais. Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 2 - Número de Estabelecimentos Por Porte Rondônia 2006

As MPE’s assumem um papel de suma importância principalmente se

tratando de um processo de crescimento endógeno, ou seja, as MPE’s assumem o

papel de principal agente do desenvolvimento no estado já que estas empresas

conhecem de perto a realidade da região ao contrário das grandes empresas que

possuem seus centros tecnológicos em outras regiões. (AMARAL FILHO, 2001)

3.2.1 Participação Setorial da MPE’s em Rondônia

30

Uma das características das MPE’s que merece destaque é que estas, na

sua maioria, se concentram no terceiro setor da economia, ou seja, comércio e

serviços. No setor industrial as MPE’s não são tão expressivas, mas, desempenham

um papel fundamental nesse setor, porque desempenham função de fornecedores e

subcontratadas dos estabelecimentos de maior porte. O gráfico 3 mostra a

participação das micro empresas no setores de comércio, serviços, indústria e

construção no estado de Rondônia no ano de 2006. As micro empresas são mais

representativa no setor de comércio com 53,03%, seguido pelo setor de serviços

com 29,99%, já no setor industrial e de construção as micro empresas

correspondem a 12,68% e 4,30% respectivamente dos estabelecimentos formais o

que mostra que nestes setores as micro empresas não são tão representativas.

Fonte: MTE. Rais. Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 3 – Distribuição das Micro e Pequenas Empresas Por Setoresda Economia Rondônia 2006.

O gráfico 3 também mostra a participação das pequenas empresas em cada

setor da economia rondoniense no ano de 2006. As pequenas empresas seguem a

mesma tendência das micro empresas, sendo mais representativas nos setores de

comércio e serviços. No setor de comércio as pequenas empresas correspondem a

53,71% dos estabelecimentos formais e no setor de serviços correspondem a

30,60%. Nos setores industrial e de construção as pequenas empresas apresentam

participação de 13,29% e 2,39% respectivamente. Assim como as micro empresas

31

as pequenas empresas não são tão expressivas nos setores industrial e de

construção. Nos países em desenvolvimento, o grande pólo de absorção da força de

trabalho se concentra no setor terciário e como as MPE’s são mais representativas

no terceiro setor tendem a ter maior capacidade de absorção de mão de obra.

A importância das MPE’s vai além do número de empresas, e sua

importância para o produto interno bruto - PIB e conseqüentemente do

desenvolvimento da região, tem a geração de empregos, apesar das empresas de

pequeno porte empregar um número pequeno de trabalhadores por unidade quando

em conjunto empregam um grande número de trabalhadores mesmo se

compararmos com as grandes empresas veremos que as MPE’s são fundamentais

na geração de emprego.

3.3 GERAÇÃO DE EMPREGO

A macroeconomia tem com um dos temas centrais a questão do emprego,

estudando as causas do desemprego e políticas para a geração de emprego. A

questão do desemprego ocupa um papel central não só na economia como também

na política, pois é uma questão que afeta de forma direta e perversa a população,

além disso, o desemprego representa recursos desperdiçados, pois trabalhadores

que poderiam estar contribuindo para o crescimento da economia não o fazem. O

Brasil após a abertura econômica iniciada nos anos de1990 enfrentou altas taxas de

desemprego que se intensificou no final do governo de Fernando Henrique Cardoso.

O que se viu no Brasil durante os anos de 1990 foi um crescimento desigual entre

demanda e oferta de mão de obra, enquanto o nível ocupacional crescia a uma taxa

inferior a 1% ao ano a força de trabalho crescia a 1,7% ao ano (MARTINS; VEIGA et

al p.7 2003). A criação de MPE’s no Brasil visa absorver a mão de obra desocupada

ou expulsa do mercado de trabalho formal.

O desemprego no Brasil é decorrente de dois fatores básicos: grandes

transformações na agricultura e desemprego industrial. O desemprego gerado pelas

transformações na agricultura advém das transformações no padrão tecnológico.

Que causou a migração de pessoas do setor rural para o setor urbano gerando

grande massa de desempregados. O desemprego industrial é gerado, sobretudo da

32

modernização tecnológica, da chamada reestruturação produtiva que substitui

trabalhadores por maquinas (MARTINS; VEIGA et Al. 2003).

Entre as políticas de emprego Ramos (2003), destaca dois tipos básicos:

políticas passivas e ativas. Políticas passivas tais como: O Seguro-Desemprego,

Extensão dos Ciclos Escolares, Aposentadoria Precoce, Expulsão dos Imigrantes.

As políticas ativas mais comuns são: Formação Profissional, Intermediação, Apoio

aos Micro e Pequenos Empreendimentos. No geral políticas passivas são medidas

que tende a criar emprego no curto prazo e as políticas ativas são medidas de longo

prazo. O desemprego e o surgimento de MPE’s estão intimamente relacionadas “O

alto índice de desemprego leva esses excluídos do sistema capitalista a terem que

buscar uma outra alternativa que, na maior parte dos casos, vem a ser a da criação

do seu próprio negócio”. (JOYAL, MARTINELLI p.7).

3.3.1 Mercado de Trabalho No Brasil

O gráfico 4 mostra a evolução do número de empregados divididos por porte

no Brasil durante os anos de 2002 a 2006. O número de pessoas empregadas nas

micro e pequenas empresas é bem maior que número de pessoas empregadas nas

grandes empresas. Um dos argumentos usado contra as MPE’ é que apesar destas

empresas terem uma grande capacidade de gerar emprego as altas taxas de

mortalidade fazem com que essa geração de emprego seja compensada pelo

desemprego gerado pelo fechamento das pequenas empresas. Na pratica isso não

ocorre ao se analisar o gráfico 4 observa-se que durante o período de 2002 a 2006

houve um aumento no número de pessoas empregadas nas micro e pequenas

empresas, assim como também houve um aumento no número de pessoas

empregadas em todos os porte de empresas. No ano 2006 as MPE’s empregavam

mais de 13,2 milhões de trabalhadores urbanos formais, que representam um pouco

mais da metade dos empregos urbanos formais do país.

33

Fonte: MTE. Rais. Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 4 – Evolução do Número de Empregados, Por Porte doEstabelecimento Brasil 2002-2006.

No período de 2002 a 2006, os empregos cresceram a uma taxa de 4,2%

a.a., nas micro empresas, enquanto nas pequenas a expansão foi de 5,4% a.a.,

inferiores ao crescimento anual do total geral do emprego, que ficou em 5,9%. O

resultado deste crescimento representou a geração de 5,3 milhões de postos de

trabalho no período, o que corresponde à média de 1,3 milhões de postos por ano.

Dessa forma, micro e pequenas empresas foram responsáveis por 43% dos postos

de trabalho formal urbano, criados entre 2002 a 2006. Para se solucionar a questão

do desemprego é necessário que o Brasil tenha um crescimento sustentado para

que este crescimento possa gerar desenvolvimento.

Como visto no tópico anterior as MPE’s se concentram nos setores de

comercio e serviços, sendo pouco expressivas nos setores industrial e de

construção. Ao analisar o número de pessoas empregadas por porte de empresa e

setores da economia observa-se que os empregos estão concentrados nos setores

de comércio e serviços. O gráfico 6 mostra o número de pessoas empregadas por

porte da empresa e setor da economia no Brasil no ano de 2006. No setor de

comércio as MPE’s eram responsáveis por 76% dos empregados enquanto as

médias e grandes empresas empregavam 9,2% e 15,3% respectivamente do total

de pessoas empregadas neste setor. No setor de serviços a participação das MPE’s

no total de pessoas empregadas é menor, empregando 41,7% do total de pessoas

34

empregadas, a maior participação no setor de serviços é das grandes empresas que

empregavam 48,8% de trabalhadores, enquanto as médias empresas empregavam

9,5%.

Fonte: MTE. Rais. Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 5 - Distribuição dos Empregados, Por Porte do Estabelecimento eSetor de Atividade - Brasil 2006 (em %)

No setor industrial as MPE’s são as que mais empregam com 42,9% de

participação no total de pessoas empregadas, seguidas pelas grandes empresas

com 30,4% e as médias empresas 26,7%. O setor industrial é o que apresenta

menor disparidade entre o número de pessoas empregas por porte. No setor de

construção as MPE’s também são as que mais empregam com 52,0% seguidas

pelas médias empresas com 28,8% e as grandes empresas com 19,3%. As MPE’s

são as que mais empregam nos setores de comércio, indústria e construção, tendo

maior participação no setor de comércio. No setor de serviços, embora as MPE’s

não sejam as que mais empregam também desempenham um papel importante

empregando mais de 40% das pessoas neste setor.

Ao se analisar o saldo de emprego que é resultado da diferença entre o

número de trabalhadores admitidos e o de desligados, observa-se a real capacidade

das MPE’s em gerarem emprego no Brasil.

35

Tabela 3 - Distribuição do Saldo Anual de Empregos no Mercado Formal deTrabalho por Setor de Atividade, Segundo Porte Do Estabelecimento - Brasil

2007

Setor Micro Pequena Total Média Grande Nº absolutoComércio 83,10% 2,1% 85,2% 5% 9,8% 405.091Serviços 56,70% 6% 62,8% 5,2% 32,0% 587.103Indústria 43,20% 11,2% 54,4% 17,9% 27,7% 412.098

Construção 86,80% 8% 94,9% 2,4% 2,7% 176.755Total 63,30% 6,6% 69,9% 8,1% 21,9% 1.581.047

Fonte: MTE. Rais. Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

A tabela 1 mostra a distribuição do saldo de empregos por porte de empresa

e setor da economia no ano de 2007. No setor de comércio as MPE’s foram

responsáveis por 85,2% do total de postos de trabalhos criado no setor enquanto as

médias e grandes empresas foram responsáveis por 5% e 9,8% respectivamente do

total de empregos criados no setor, no total foram criadas 405.091 mil empregos no

setor de comércio. No setor de serviços a participação das MPE’s na criação de

postos de trabalhos foi muito significativa, estas empresas foram responsáveis por

62,8% do total de postos de trabalhos criados no setor enquanto as médias

empresas foram responsáveis por 5,2% e as grandes empresas foram responsáveis

por 32%. O setor industrial é o setor no qual as MPE’s apresentam menor percentual

na criação de empregos, mesmo assim as MPE’s foram responsáveis por 54,4% dos

postos de trabalhos criados enquanto as médias empresas foram responsáveis por

17,9% e as grandes empresas foram responsáveis por 27,7% dos empregos criados

em 2007. O setor de construção é o setor no qual as MPE’s apresentam maior

participação na geração de emprego no ano de 2007, neste setor as MPE’s foram

responsáveis por 94,9% do total de empregos criados, já as médias e grandes

empresas foram responsáveis por 2,4% e 2,7% respectivamente. No geral foram

criados em 2007 1.581.047 milhões de empregos, deste total as MPE’s foram

responsáveis por 69,9% dos empregos criados as médias empresas foram

responsáveis por 8,1% do total de empregos criados e as grandes empresas foram

responsáveis por 21,9% do total de empregos criados.

3.3.2 Mercado de Trabalho em Rondônia

No estado de Rondônia a exemplo do Brasil as micro e pequenas empresas

são as que mais empregam conforme mostra o gráfico 5. No ano de 2006 as micro

36

empresas empregam 41.540 mil pessoas o que correspondem a 33% do total das

pessoas empregadas. As pequenas empresas empregam 43.884 mil pessoas o que

representa 34% do total de pessoas empregas no estado de Rondônia. As micro e

pequenas empresas juntas eram responsáveis por 67% do total da força de trabalho

formal no estado. As médias e grandes empresas empregavam 17.642 e 24.287 mil

pessoas respectivamente. A participação das médias e grandes empresas no total

da força de trabalho foram 14% e 19% respectivamente. O gráfico 6 comprova que

as MPE’s são as que mais empregam no estado de Rondônia e desempenham um

papel fundamental na geração e emprego.

Fonte: MTE. Rais. Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 6 – Número de Empregados, Por Porte do EstabelecimentoRondônia 2006.

Nesse contexto, é cada vez maior o reconhecimento da importância de

serem desenvolvidos programas para incentivar empresas locais principalmente os

micros e pequenos empreendimentos formais, como uma política fundamental para

geração de emprego. Criar postos de trabalho é uma tarefa que administração

publica não resolve sozinha; precisa contar com empreendimentos de pequeno porte

locais para que eles atendam a demanda sempre crescente. O impacto da criação e

da manutenção das MPE’s na economia é grande, pois através da geração de

emprego é criado um efeito que dinamiza toda a economia local como destaca

AMARO e PAIVA (p. 15 2002) “a população em geral é beneficiada com a

37

dinamização da economia local e inclusão de mais trabalhadores e empreendedores

em pequenos negócios formais na cadeia produtiva dos municípios”.

No estado de Rondônia as MPE’s também desempenham um papel

importante ao se analisar o número de pessoas empregadas por porte. O gráfico 7

mostra o número de pessoas empregadas por porte e setor da economia.

Fonte: MTE. Rais. Elaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 7 - Número de Pessoas Empregadas nas Micro e Pequenas EmpresasPor Setor Econômico em Rondônia 2006

No ano de 2006 as micro empresas empregava 19.762 mil pessoas no setor

de comércio o que corresponde a 15,7% do total de pessoas empregadas no setor.

As pequenas empresas empregavam 19.946 mil pessoas o que equivale a 15,5%

das pessoas empregadas no setor. Juntas as micro e pequenas empresas

empregavam 39.708 mil pessoas. No setor de serviços as micro empresas

empregava 11.483 mil pessoas enquanto as pequenas empresas empregavam

10.685 mil pessoas, juntas as MPE’s eram responsáveis por 22.168 mil pessoas

empregando assim, menos que no setor de comércio. No setor industrial as micro

empresas empregava 10.611 mil pessoas e as pequenas empresas empregavam

8.745 mil pessoas somando as micro e pequenas empresas empregavam 19.356 mil

pessoas. No setor industrial as MPE’s empregam um número menor de pessoas que

no setor de comércio e serviços. No setor de construção as micro empresas

38

empregava 2.028 mil pessoas e as pequenas empresas 2.164 mil pessoas, no total

as MPE’s empregavam 4.192 mil pessoas neste setor o número de pessoas

empregadas pelas MPE’s é menor que nos setores de comércio, serviços e

indústria.

Os dados mostrados comprovam a importância dos pequenos

estabelecimentos na geração de emprego no Brasil e no estado de Rondônia. As

MPE’s são as que mais empregam principalmente nos setores de comércio e

serviços, isso representa uma menor dependência de grandes empresas e um

fortalecimento de economia local.

39

4. O PAPEL DAS MICRO E PEQUENAS NA GERAÇÃO DE RENDA

Ao se estudar a geração de emprego torna-se necessário estudar também o

salário médio recebido por cada trabalhador nestas empresas, assim como a

capacidade das MPE’s na geração de renda. O objetivo deste capitulo é destacar o

importante papel desenvolvido pelos estabelecimentos de pequeno porte no que se

refere a geração de renda. Como veremos as perspectivas destas empresas no que

se refere à geração de renda diferem de acordo com condições setoriais e inserção

no mercado

Neste capitulo será analisado a capacidade das MPE’s gerarem renda no

Brasil e em especial no estado de Rondônia. Este capitulo mostrará o salário médio

recebido por cada trabalhador empregado nos estabelecimentos formais divididos

por porte de empresa e por setor da economia. Também será analisado a massa

salarial, ou seja, o total de rendimentos recebidos por todos os trabalhadores

empregados nas MPE’s. Analisando-se detalhadamente a qualidade dos salários

recebidos pelos trabalhadores empregados nas MPE’s se comparado com os

rendimentos recebidos pelos trabalhadores empregados na médias e grandes

empresas.

4.1 CONTEXTO BRASILEIRO

Além da importância para a geração de emprego as MPE’s desempenham

um papel importante na geração de renda. É preciso ampliar a participação dos

pequenos negócios na economia. A legalização de empresas e a formalização dos

trabalhadores contribuem para a produção de riqueza de forma menos concentrada.

40

“As micro e pequenas empresas geram renda e movimenta a economia local, um

ciclo positivo e sustentável que aumenta a arrecadação de tributos e possibilita mais

investimentos públicos” (SEBRAE. b p.15).

Assim como as políticas de emprego as políticas de geração de renda

podem ser divididas em políticas passivas e ativas. As políticas ativas são aquelas

que geram o auto-emprego, ou seja, são políticas que objetivam a criação de postos

de trabalhos tais como o incentivo a criação de pequenos negócios enquanto as

políticas passivas são constituídas por seguro desemprego e transferências de

renda.

Fonte: MTE. RaisElaboração: DIEESEObs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados

Gráfico 8 - Remuneração Média dos Empregados, Por Porte e Setor de

Atividade Brasil 2006 (em R$).

O gráfico 8 mostra o salário médio recebido por cada trabalhador divididos

por porte da empresa e setor da economia no Brasil durante o ano de 2006. No setor

de comercio em média os trabalhadores das grandes empresas recebem melhores

salários que os trabalhadores das médias e micro e pequenas empresas. Durante o

ano de 2006 nas MPE’s o salário médio era de R$ 660,00 enquanto nas médias

empresas o salário médio era de R$ 898,00 e nas grandes empresas era de R$

1.113,00. No setor de serviços o cenário se repete, sendo as grandes empresas

responsáveis pelo maior salário médio, seguida pelas médias empresas e as MPE’s

41

apresentando o menor salário médio. O setor de serviços apresenta salário médio

maior que o setor de comércio em todos os portes de empresa. Assim como nos

setores de comércio e serviços no setor industrial as grandes empresas são as que

apresentam maior salário médio com R$ 1.672,00, seguida pelas médias empresas

com R$ 1.388,00 e as MPE’s com R$ 854,00. No setor de construção os

trabalhadores das grandes empresas recebiam um salário médio de R$ 1.115,00 o

maior salário médio no setor, as médias empresas pagavam um salário médio de R$

976,00 e as MPE’s são as que pagam os menores salários do setor com R$ 779,00.

Ao se analisar a massa salarial que é corresponde ao total dos rendimentos

médios referente ao ano-base, computados os valores considerados rendimentos do

trabalho, ou seja, equivale ao montante médio mensal pago a todos os

trabalhadores declarados na RAIS. Segundo o SEBRAE (b p.8 2008) no ano de

2007 as MPE’s correspondiam por 38% da massa salarial. Observa-se que as

MPE’s desempenham um papel importante. A tabela 2 mostra a participação das

MPE’s na quantidade total de estabelecimentos, trabalhadores e valor da massa

salarial, Brasil 2003 a 2006

Tabela 4 - Participação das MPE’s na quantidade total de estabelecimentos,

trabalhadores e valor da massa salarial, Brasil - 2003-2006 (em %)

AnosEstabelecimentos Trabalhadores Massa SalarialMicro Pequena Micro Pequena Micro Pequena

2003 94,50 4,60 20,00 21,20 10,90 17,002004 94,30 4,70 19,80 21,30 10,70 16,802005 94,20 4,80 19,50 21,30 10,60 16,602006 94,10 4,90 19,20 21,20 10,40 16,10

Fonte: RAIS/Ministério do Trabalho e Emprego

Segundo dados do SEBRAE/DIEESE (2008) com relação à massa salarial,

medida em salários-mínimos, observa-se um incremento nominal de 2,46% do total

de salários pagos ao conjunto de trabalhadores, entre 2003 e 2006 para os

trabalhadores das MPE’s houve redução nominal de 3,03% e 2,92%,

respectivamente.

4.2 A GERAÇÃO DE RENDA EM RONDÔNIA

O estado de Rondônia segue a tendência do Brasil com as grandes

empresas apresentando melhores salários do que as médias empresas e as MPE’s.

42

o gráfico 9 mostra o salário médio por porte de empresa em Rondônia no ano de

2006. As micro empresas são as que apresentam menor salário médio com R$

537,00, já as pequenas empresas apresentaram um salário médio de R$ 744,00, os

trabalhadores nas empresas de porte médio recebiam um salário médio de R$

782,00 que é maior do que nas MPE’s. Os trabalhadores nas grandes empresas são

os que receberam maior salário médio com R$ 1.219,00 . Embora o maior número

de pessoas esteja empregadas nas MPE’s, como mostrado no capitulo anterior, a

remuneração média recebida por cada trabalhador nos estabelecimentos de

pequeno porte é baixa principalmente se comparada com as grandes e médias

empresas.

Fonte: MTE. RaisElaboração: DIEESE

Gráfico 9 - Remuneração Média dos Empregados, Por Porte do

Estabelecimento em Rondônia 2006 (em R$)

Em relação à remuneração dos trabalhadores destas MPEs, apesar dos

salários nas empresas de pequeno porte ser pequeno como mostra o gráfico 9, vale

ressaltar o número de trabalhadores que este segmento emprega e a quantidade de

dinheiro que estas empresas movimentam na economia local, vale também lembrar

que a maioria destas empresas emprega mão de obra familiar, isso quer dizer que

existem famílias que vivem apenas com a renda que obtêm nestas empresas.

43

Ao se analisar as micro empresas com maior detalhamento observa-se que

os salário mais altos são pagos no setor de serviços. O gráfico 10 mostra o salário

médio recebido pelas pessoas empregadas nas micro empresas, por setor de

atividade em Rondônia 2006 (em R$). O menor salário se encontra nas micro

empresas do setor industrial com R$ 478,00. Os trabalhadores empregados no setor

de serviços recebiam os melhores salários médios com R$ 639,00. Enquanto os

trabalhadores nas micro empresas do setor de comércio recebiam em média R$

505,00, já os trabalhadores no setor de construção recebiam em média R$ 564,00.

Fonte: MTE. RaisElaboração: DIEESE

Gráfico 10 - Remuneração Média dos Empregados em Microempresas,

Por Setor de Atividade em Rondônia 2006 (em R$)

De modo geral os trabalhadores empregados nas pequenas empresas

recebem salários mais altos dos que os trabalhadores empregados nas micro

empresas em todos os setores da economia. Nas pequenas empresas o setor de

serviços também é o que possui maior salário médio

44

Fonte: MTE. RaisElaboração: DIEESE

Gráfico 11 - Remuneração Média dos Empregados em pequenas

empresas, Por Setor de Atividade em Rondônia 2006 (em R$)

As pequenas empresas no setor de serviços pagavam um salário médio de

R$ 992,00 aos seus trabalhadores, sendo este setor o que apresenta um salário

médio mais alto entre as pequenas empresas. Os trabalhadores do setor industrial

eram os que recebiam o segundo maior salário médio diferentemente do micro

empresas, onde este setor era o que apresentava menor salário médio. As

pequenas empresas inseridas no setor de comércio apresentavam um salário médio

de R$ 647,00. O menor salário médio é apresentado pelas pequenas empresas do

setor de construção com R$ 610,00.

De modo geral as MPE’s são as empresas que apresentam o menor salário

médio em todos os setores da economia, mas ao se analisar o conjunto as MPE’s

são responsáveis por uma parcela importante da renda gerada pelos

estabelecimentos formais. O gráfico 12 mostra distribuição da massa de

remuneração dos empregados, ou a massa salarial que é corresponde ao total dos

rendimentos médios referente ao ano-base, computados os valores considerados

rendimentos do trabalho, ou seja, equivale ao montante médio mensal pago a todos

os trabalhadores declarados na RAIS.

45

Fonte: MTE. RaisElaboração: DIEESE

Gráfico 12 - Distribuição da Massa de Remuneração dos Empregados, Por

Porte dos Estabelecimentos em Rondônia 2006 (em %)

As micro e pequenas empresas juntas representam 49,50% da massa

salarial gerada. Do total dos rendimentos gerados pelos estabelecimentos formais as

micro empresas eram responsáveis por 19,20%, as pequenas empresas eram

responsáveis por 30,30% do total de rendimentos recebido pelos trabalhadores

empregados nos estabelecimentos formais.

As empresas de médio porte eram responsáveis pela menor participação no

total da massa salarial gerada com 14,30% do total dos rendimentos gerados pelos

estabelecimentos formais em Rondônia. As empresas de grande porte

representavam 36,20% dos rendimentos gerados, maior participação no total da

massa salarial. Embora os salários das pessoas empregadas nas MPE’s seja menor

do que o dos trabalhadores empregados nas médias e grandes empresas, quando

analisado em conjunto os estabelecimentos de pequeno porte são responsáveis por

quase metade dos rendimentos gerados pelas empresas formais no estado de

Rondônia.

Essa diferenciação deixa claro que a remuneração da mão-de-obra nas

MPE’s ainda é substancialmente inferior ao observado nas grandes. “Tal situação

reflete tanto a menor qualificação da maioria dos trabalhadores ocupados nas

46

menores empresas quanto à baixa qualidade dos postos de trabalho nelas

existentes” (AMARO; PAIVA p.5 2002). A participação as MPE’s no total de

rendimentos gerados pelas empresas formais no estado de Rondônia reflete a

importância destas empresas na geração de renda.

47

CONCLUSÃO

Neste trabalho foi analisada a importância das micro e pequenas empresas

para a geração de emprego e renda no Brasil e no estado de Rondônia. Usando-se

de uma análise quantitativa dos dados divulgados pelo SEBRAE/DIEESE.

Observou-se que entre os estabelecimentos formais no Brasil as MPE’s representam

a maioria, tal tendência também está presente no estado de Rondônia. O número de

pessoas empregadas nas empresas de pequeno porte é superior ao número de

pessoas empregas nos estabelecimentos de grande porte. Na teoria econômica

existem poucos estudos referentes aos pequenos estabelecimentos, sendo os

estudos existentes sobre o assunto fruto de pesquisas recentes.

As dificuldades encontradas pelas MPE’s começam no momento de se

classificar estas empresas. Existem diversos critérios para se classificar uma

empresa como sendo de micro ou de pequeno porte, os critérios mais comuns são:

por número de empregados e por faturamento bruto anual. Essa divergência na

classificação das MPE’s dificulta as políticas de apoio e incentivo aos pequenos

estabelecimentos, pois uma mesma política pode atingir empresas consideradas de

porte diferente ou mesmo um estabelecimento de pequeno porte pode não ser

atingido por uma política pública ao não ser considerado uma empresa de pequeno

porte. Neste quesito é necessário que o governo unifique a forma de classificação

das empresas para que as políticas de incentivos aos pequenos estabelecimentos

sejam mais uniformes e atinjam efetivamente as MPE’s.

Ao se analisar os números referentes às MPE’s para a economia de

Rondônia observa-se a importância destes estabelecimentos através do número de

empresas formais na economia rondoniense e como estes estabelecimentos formais

estão distribuídos por porte. A maioria das empresas existentes no estado de

Rondônia é de micro e pequeno porte comprovando assim que estas são de

fundamental importância para a composição do tecido empresarial rondoniense. As

MPE’s possuem maior participação nos setores de comércio e serviços não sendo

muito expressivas no setor industrial e de construção.

A capacidade das MPE’s em gerarem emprego é comprovada através da

analise dos dados disponibilizados pelo SEBRAE/DIEESE (2008) referente ao

48

número de pessoas empregadas nos estabelecimentos formais. As empresas de

pequeno porte são os que mais empregam e os que mais geram postos de trabalhos

no Brasil e no estado de Rondônia. A maior parte dos empregados gerados pelas

MPE’s estão nos setores de comércio e serviços o setor em que estas empresas são

menos expressivas é o setor de construção. A população local é beneficiada por

essa geração de emprego e a economia do estado de Rondônia tende a se

desenvolver com o crescimento e fortalecimento das MPE’s.

No que se refere à geração de renda as MPE’s apresentam desvantagem se

comparadas às empresas de médio e grande porte. As MPE’s são as empresas que

apresentam menores salários médios. Entre os setores da economia os melhores

salários médios recebido pelos trabalhadores empregados nas MPE’s estão no setor

de serviços. Mas quando o quesito analisado é a massa salarial gerada as MPE’s

apresentam vantagens sobre as empresas de médio e grande porte. No estado de

Rondônia as MPE’s são responsáveis por quase metade da massa salarial gerada

pelos estabelecimentos formais.

Apesar de isoladamente as MPE’s não terem um grande impacto sobre a

economia, ao se analisar em conjunto as MPE’s são de fundamental importância na

geração de emprego e renda não só no estado de Rondônia com também no Brasil.

Neste contexto é necessário que o governo desenvolva políticas de auxilio e

fortalecimento para os pequenos estabelecimentos como forma de gerar emprego e

renda e conseqüentemente desenvolvimento local.

49

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