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O PAPEL DA POLÍCIA CIVIL EM RELAÇÃO AO O PAPEL DA POLÍCIA CIVIL EM RELAÇÃO AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI Prof. Me. HERBERT GONÇALVES ESPUNY

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O PAPEL DA POLÍCIA CIVIL EM RELAÇÃO O PAPEL DA POLÍCIA CIVIL EM RELAÇÃO AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEILEI

Prof. Me.HERBERT GONÇALVES ESPUNY

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RESUMORESUMO- PAPEL DA POLÍCIA CIVIL NA RELAÇÃO COM O

ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI;

- A AÇÃO DA POLÍCIA CIVIL NO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO, COMO VERTENTE DE COOPTAÇÃO DE ADOLESCENTES;

- PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NOS CURRÍCULOS DE FORMAÇÃO DO POLICIAL CIVIL.

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POLÍCIAS CIVIS NO BRASILPOLÍCIAS CIVIS NO BRASIL Sustentação legal de

suas atividades no artigo 144 da Constituição Federal de 1988.

“às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares” (BRASIL, CF, 1988) Prof. Me.

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POLÍCIAS CIVIS NO BRASILPOLÍCIAS CIVIS NO BRASILSINÔNIMOS:POLÍCIA

JUDICIÁRIA;POLÍCIA

REPRESSIVA;POLÍCIA

INVESTIGATIVA.

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O QUE É INVESTIGAÇÃO POLICIAL?O QUE É INVESTIGAÇÃO POLICIAL? “Investigar” é uma palavra que advém do latim,

investigatio, de investigare, e significa indagar com cuidado, observar os detalhes, examinar com atenção, seguir os vestígios, descobrir.

“Investigação”, de investigatione, é o ato ou efeito de investigar, o procedimento por que se procura descobrir alguma coisa.

Pode ser feita por órgãos oficiais ou particulares, científicos ou de segurança, policiais, militares ou parlamentares, de jornalismo investigativo ou de empresas especializadas.

A investigação policial é uma pesquisa sobre pessoas e coisas úteis para a reconstrução das circunstâncias de um fato legal ou ilegal e sobre a idéia que se tem a respeito deste (ROCHA, p. 22-23).

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VISÃO MAIS DETALHADAVISÃO MAIS DETALHADA O trabalho de investigação consiste em verificar a autoria

dos diversos delitos, bem como esclarecer a forma como aconteceram. Essa é a atividade fundamental da polícia civil, e de alguma forma todos os policiais em uma delegacia estão envolvidos nela. O trabalho de investigação envolve uma série de tarefas diferentes, como ir aos locais à procura de evidências, procurar pessoas que possam dar esclarecimentos, ouvir pessoas na delegacia (fazer perguntas e registrar corretamente o que foi dito), verificar informações recebidas e articular explicações para o conjunto de fatos ligados a cada delito. Além disso, o setor de investigação também é responsável por entregar intimações aos indivíduos que devem comparecer à delegacia para prestar depoimentos. Em termos gerais, o trabalho de investigação é identificado como o trabalho “de rua”, opondo-se ao trabalho cartorário, considerado “burocrático”, “de papel” (HAGEN, 2006, p. 155-156)..

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A instituição policial brasileira mais antiga foi criada A instituição policial brasileira mais antiga foi criada há mais de 200 anos. Fernandes (s/d) lembra que:há mais de 200 anos. Fernandes (s/d) lembra que:

Em 1808, o Príncipe Regente Dom João VI, preocupado com a segurança da corte diante de uma possível disseminação das idéias liberais francesas, criou o cargo de intendente-geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil, similar ao de Portugal, conforme estabelecido no Alvará de 10 de maio daquele ano.O cargo de primeiro Intendente-Geral de Polícia foi ocupado pelo Desembargador Paulo Fernandes Viana, Ouvidor-Geral do Crime e membro da ordem de Cristo, considerado o fundador da Polícia Civil no Brasil. Ao criar a Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil, o Príncipe regente, em um só ato, instituiu a Polícia da Capital e a Polícia do País. A criação da Intendência-Geral de Polícia é considerada o marco histórico da Polícia no Brasil, sendo compartilhado pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil do Distrito (FERNANDES, s/d).

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Grande reforma na polícia está consignada no Grande reforma na polícia está consignada no trabalho de BONELLI (2003):trabalho de BONELLI (2003):

A terceira reforma na estrutura da polícia civil foi a de 1871. Ela separou a função judicial da policial e regulamentou o inquérito policial, definindo as funções dos delegados de forma mais restrita do que a estabelecida em 1841, separando o poder de prender do poder de julgar, reservado aos magistrados. A partir daí, os chefes e delegados de polícia não poderiam mais exercer a magistratura ao mesmo tempo. Holloway (1997:228) aponta duas conseqüências relevantes desta reforma: a diferenciação do sistema policial e do judicial, com os delegados e subdelegados mantendo a responsabilidade pela formação de culpa no inquérito policial, encaminhando-o a seguir para os promotores ou juízes; e a queda no prestígio social dessas posições, deixando de ser uma ocupação exclusiva de bacharéis quando os magistrados pararam de exercê-la. A origem de classe partilhada com as elites dominantes começou a se diversificar. A separação da função judicial da policial teve outras conseqüências, que levaram ao enfraquecimento da polícia civil (BONELLI, 2003, p. 7-8). Prof. Me.

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NA ÉPOCA DA DITADURA, AS COISAS NA ÉPOCA DA DITADURA, AS COISAS PIORARAMPIORARAM..

Foi criada, então, e só oficiosamente assumida pelas autoridades militares, a Operação Bandeirantes (OBAN), que se nutria de verbas fornecidas por multinacionais como o Grupo Ultra, Ford, General Motors e outros. Não era formalmente vinculada ao II Exército, embora seu comandante, General Canavarro Pereira, visitasse regularmente a Delegacia de Polícia que lhe servia de sede, na rua Tutóia, em São Paulo (BRASIL: NUNCA MAIS, 1985, p. 73).

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Este cenário começa a se modificar com a promulgação da Constituição Federal de 1988. A denominada Constituição Cidadã estabelece em seu artigo 5º uma série de direitos e prerrogativas individuais. A sociedade civil passa a se mobilizar e a exigir que os direitos consignados na Carta Magna sejam efetivamente cumpridos. Enfim, a polícia em geral e a polícia civil, particularmente, processam as adaptações necessárias diante deste novo cenário.Prof. Me.HERBERT GONÇALVES ESPUNY

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Na Polícia Civil de São Paulo são criadas unidades que passam a tratar dos interesses difusos (Delegacia de Crimes contra o Meio Ambiente) e de segmentos específicos da população (Delegacia da Mulher, Delegacia do Idoso). São implantados cursos de capacitação do seu efetivo visando estreitar os laços com a comunidade, como é o caso da Polícia Comunitária. Enfim, já não é mais a polícia do governo. É a polícia da comunidade. É a polícia voltada aos interesses do cidadão. As instituições policiais mantem esta política e, apesar das inúmeras denúncias de violência e corrupção, corregedorias e ouvidorias vem trabalhando para que cada vez mais a impunidade não esteja mais presente em nenhum nível de governo. Se houver provas, aquele que não seguir a lei será responsabilizado. Recentemente, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Álvaro Lins permaneceu quase um ano preso por crime de extorsão.

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Nesse sentido, algumas questões se colocam: além da mera apresentação dos adolescentes na Delegacia de Polícia, seja para lavrar o Termo Circunstanciado, seja para dar cumprimento a algum mandado judicial, que outras dinâmicas envolvem esta relação policial civil/adolescente em conflito com a lei? A experiência da Polícia Civil de São Paulo pode ajudar o adolescente a não se envolver em crimes? E, ainda, se envolvido com o crime, como a investigação policial moderna e outros recursos da polícia judiciária paulista pode efetivamente auxiliá-lo? Estas são as questões centrais que o projeto de pesquisa buscará trabalhar e, subsidiariamente, buscar-se-á compreender o que os policiais civis pensam e sabem a respeito da problemática moderna do adolescente em conflito com a lei e como estes percebem a Polícia Civil de São Paulo, como uma instituição da sociedade brasileira. Prof. Me.HERBERT GONÇALVES ESPUNY

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POLICIAL CIVILPOLICIAL CIVIL Além do TC e do posterior

encaminhamento: Possibilidade de Investigar. PC não é e nem tem o

olhar do psicólogo, do pedagogo, do assistente social, do defensor público. O Policial civil é POLICIAL. Tem por objetivo a investigação criminal. E, talvez, seja este ponto que o trabalho do PC deva ser estimulado.Prof. Me.HERBERT GONÇALVES ESPUNY

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POLÍCIA CIVILPOLÍCIA CIVILCRIME ORGANIZADOMingardi (1998) trata das quinze

características que buscam definir o crime organizado, tais como a venda de serviços ilícitos, controle territorial, códigos de honra e outros.

Silva (2003, p.28-31) aborda as suas diversas características, dentre elas, o alto poder de corrupção e de intimidação, a estrutura piramidal e a necessidade de “legalizar” os lucros obtidos com o crime (lavagem de dinheiro).

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADO Já Mendroni (2007) contextualiza que:  São inúmeras as organizações criminosas que existem

atualmente. Cada uma assume características próprias e peculiares, amoldadas às próprias necessidades e facilidades que encontram no âmbito territorial em que atuam. Condições políticas, policiais, territoriais, econômicas, sociais, etc. influem decisivamente para o delineamento destas características.(...).

Organização criminosa tradicional, como acima referido, pode ser concebida como um organismo ou empresa, cujo objetivo seja a prática de crimes de qualquer natureza – ou seja, a sua existência sempre se justifica por quê -, e enquanto estiver voltada para a prática de atividades ilegais. É portanto, empresa voltada à prática de crimes (MENDRONI, 2007, p. 11).

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADO A Convenção das Nações Unidas contra o Crime

Organizado Transnacional, ocorrida na cidade italiana de Palermo, em 11 de dezembro de 1999, ratificada pelo Brasil em 29/01/2004 e promulgada pelo Decreto Nº 5015, de 12/03/2004 (JUSBRASIL) define no ítem a de seu artigo 2, que : 

"Grupo criminoso organizado" - grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando concertadamente com o propósito de cometer uma ou mais infrações graves ou enunciadas na presente Convenção, com a intenção de obter, direta ou indiretamente, um benefício econômico ou outro benefício material (ONU, 1999).

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADOFederal Bureau of Investigation (FBI): It isn’t easily measured, but we know it’s significant.

Organized crime rings manipulate and monopolize financial markets, traditional institutions like labor unions, and legitimate industries like construction and trash hauling. They bring drugs into our cities and raise the level of violence in our communities by buying off corrupt officials and using graft, extortion, intimidation, and murder to maintain their operations. Their underground businesses—including prostitution and human trafficking—sow misery nationally and globally. They also con us out of millions each year through various stock frauds and financial scams. The economic impact alone is staggering: it’s estimated that global organized crime reaps illegal profits of around $1 trillion per year. Prof. Me.

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADOEste expressivo montante parece justificar

as “íntimas” relações entre as atividades ilícitas e a lavagem de dinheiro. O criminoso, para aproveitar seus lucros, precisa dar uma “aparência lícita” ao dinheiro oriundo dos crimes que pratica.

PECUNIA NON OLET = PassadoPECUNIA OLET = Presente

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADO Além das características básicas da criminalidade

organizada e da elevada quantia de dinheiro que a mesma movimenta, é pertinente examinar, sem aprofundamento, pelo escopo do projeto de pesquisa, parte da gênese deste fenômeno. Nesse sentido, Silva (2003, p.19-20) lembra que:  

A origem da criminalidade organizada não é de fácil identificação, em razão das variações de comportamentos em diversos países, as quais persistem até os dias atuais. Não obstante esta dificuldade, a raiz histórica é traço comum de algumas organizações, em especial as Máfias italianas, a Yakuza japonesa e as Tríades chinesas. Essas associações tiveram início no século XVI como movimentos de proteção contra arbitrariedades praticadas pelos poderosos e pelo estado, em relação a pessoas que geralmente residiam em localidades rurais, menos desenvolvidas e desamparadas de assistência dos serviços públicos.Prof. Me.

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADO Portanto, muitas destas organizações surgiram sob a égide de

uma “justiça social” desenvolvida como uma alternativa a políticas públicas inadequadas no trato com os segmentos mais populares da sociedade. Não é por acaso que os mafiosos americanos, em 1931, pacificando algumas famiglie (famílias) estabeleceram um órgão de cúpula que “Representava a associação americana batizada como ‘La Cosa Nostra’, nome utilizado para contrapor-se a Cose Loro, coisas deles” (MAIEROVITCH, 2008. p.46). Depois a máfia siciliana – imitando a congênere americana – também mudou o nome e – ainda segundo Maierovitch – decidiu “trocar máfia por Cosa Nostra e substituir coshe (bandos) por famiglie (famílias)”. Ou seja, na visão deles, tudo possivelmente se resumia no estabelecimento de áreas de negócios, em que os bandidos são considerados “funcionários” e as atividades criminosas, simplesmente “áreas” da empresa. Esta parece ser a visão comum das organizações criminosas: uma alternativa viável para soluções que o Estado foi incapaz de dar para alguns segmentos da população.

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADO E, apesar das graves conseqüências que os resultados de crimes

como o tráfico de drogas pode trazer, existe todo um “outro lado”, com a aplicação do dinheiro do tráfico, no qual os indivíduos beneficiados tendem a valorizar. Beck (2004) alerta que:

  De fato, a outra face do crime organizado mostra, por exemplo, a

criação de novos postos de trabalho a pessoas não envolvidas – ao menos diretamente – com a atividade criminosa. Como resultado, a melhora das condições econômicas e sociais destes indivíduos e o próprio aquecimento das economias locais, especialmente pela circulação do capital entre consumidores que, na maior parcela das vezes, eram excluídos do sistema econômico. Embora com objetivos que não sejam necessariamente “benévolos” (eis que visam a obtenção da “simpatia” da população dos locais em que atuam), o crime organizado, não raro, organiza até mesmo serviços públicos (postos de saúde, escolas, segurança, lazer, dentre outros) que o próprio Estado jamais foi capaz de garantir. É o caso típico do tráfico de drogas em relação aos favelados BECK, 2004, p. 90).

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CRIME ORGANIZADOCRIME ORGANIZADO A criminalidade organizada reúne três vertentes que

atraem muitos jovens, especialmente aqueles que não possuem quaisquer opções reais de desenvolvimento ou de obter um bom emprego neste mundo neo-liberal: a primeira vertente relaciona-se com as atividades criminosas, capazes de dar um certo status ao adolescente iniciante, primeiro por lhe propiciar um lugar na hierarquia do crime e, segundo, pelo acesso ao uso de armas – por exemplo; a segunda vertente, relaciona-se ao fascínio do dinheiro, que circula muito facilmente no crime organizado, sendo fácil entender porque um jovem consegue, talvez num único dia, ganhar tanto quanto demoraria para obter em dois ou três meses de trabalho honesto, num emprego regular; a terceira vertente relaciona-se com um certo sentimento de injustiça, sentimento este voltado para as instituições oficiais incapazes de suprir as necessidades dos adolescentes facilmente cooptados pelo crime organizado. Estes três elementos parecem constituir um poderoso atrativo para muitos jovens, no mundo inteiro.Prof. Me.

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADOMaierovitch lembra que:

Mais de 30 milhões de jovens mulheres são exploradas no Sudeste asiático. Usando o jargão regional elas têm “dono”, como se fossem objetos ou animais colocados em comércio. São revendidas ou alugadas em bordéis. Na Alemanha, uma adolescente russa submetida à prostituição ganha 7500 dólares por mês e entrega 7 mil dólares à organização criminosa que a explora e evita sua expulsão do país (MAIEROVITCH, 2008 p. 317).Prof. Me.

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADOSegundo o mesmo autor: A Tailândia e a Índia transformaram-se em

centros de recrutamento e venda de crianças para bordéis. Essas crianças provêm da China, do Laos, do Camboja, do Vietnã e de Mianmar. Algumas acabam vendidas para matrimônio. Quando menores de 14 anos e com menos de 35 quilos são repassadas aos Emirados Árabes, onde viram jóqueis, montando camelos em corridas milionárias (MAIEROVITCH, 2008 p. 318). 

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADO No Brasil, especificamente, o problema nos grandes

centros parece gravitar em torno do tráfico de drogas, do desmanche de carros roubados e dos jogos clandestinos. Queiroz no trato do problema contextualiza:

Nossa experiência profissional, no trato diário com a polícia judiciária, por quase vinte anos ininterruptos, permite dizer que o crime organizado brasileiro, nos dias que correm, apóia-se sobre cinco pilares: tráfico de entorpecentes, desmanches, corrupção ativa e passiva nas áreas de jogo de bicho e dos estabelecimentos clandestinos de jogos, furto e roubo de veículos e furto e roubo de cargas (QUEIROZ, 2005, p. 40)..

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADO Moreira discutindo o tema da Campanha da Fraternidade de

2009, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - “Fraternidade e Segurança Pública” relata que:

Da temática e do cenário, destacamos um alerta presenciado todos os dias nos noticiários e em nosso cotidiano: o envolvimento cada vez mais precoce de crianças e adolescentes com o mundo do crime organizado e do narcotráfico. Neste sentido, a afirmação popular de que crianças e adolescentes têm uma vida pela frente, muitas vezes, não está se confirmando na prática. A realidade tem mostrado que elas são vítimas da violência em suas múltiplas faces. Nossa infância convive com um conjunto de vulnerabilidades como o abandono, as agressões, maus tratos, trabalho infantil, exploração sexual, negação do direito à educação, pedofilia na internet, drogas e criminalidade (MOREIRA, 2009).Prof. Me.

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADO Adorno, Bordini e Lima (1999) observam que:  Desses atrativos resulta a inserção dos jovens nas

quadrilhas seja como "chefe", aquele que tem autonomia e comanda, seja como "teleguiados", aqueles que se sujeitam e obedecem - divisão de trabalho instituinte de interminável guerra entre quadrilhas cujo desfecho é, como se disse, a morte prematura desses jovens, cuja média de vida não ultrapassa os 25 anos. Assim, mesmo considerando que o número de jovens envolvidos com o crime violento seja inferior ao de jovens assassinados, tudo indica que um pequeno número de jovens infratores seja responsável pelo crescimento das infrações violentas. Isso significa que alguns desses jovens vêm se tornando mais violentos e agressivos (ADORNO, BORDINI e LIMA, 1999) .Prof. Me.HERBERT GONÇALVES ESPUNY

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADO Santos (s.d.) enfatiza que:  (...) o tráfico de drogas seria a principal atividade do crime organizado no

Brasil, mercado consumidor e rota de drogas dos países andinos para Estados Unidos e Europa, em geral adquiridas em troca de carretas e cargas roubadas nas estradas brasileiras e garantidas por assassinatos de esquadrões de extermínio, próprios ou alugados. Segundo a imprensa, a principal manifestação do crime organizado nacional, dedicado ao tráfico de cocaína e de armas, roubo de carretas e assassinatos, com ação sobre vários Estados brasileiros, seria encabeçada por políticos e empresários caídos em desgraça, como Hildebrando Paschoal, deputado federal (AC) cassado e preso, acusado pelo Ministério Público do Acre de assassinar o motorista Agilson Santos Firmino com uma moto-serra; José Gerardo de Abreu, deputado estadual (MA) cassado e preso, acusado de assassinar o delegado Stênio Mendonça; William Sozza, empresário de Campinas (SP), herdeiro de empresas de PC Farias, que teria participado do assassinato de Stênio Mendonça; Augusto Farias, deputado estadual (AL), que seria mandante dos assassinatos do próprio irmão PC Farias e de Suzana Marcolino, em Alagoas. Todas essas pessoas se reuniriam para decidir a compra de droga, a distribuição de armas, o roubo e remessa de carretas para a Bolívia e, finalmente, quem deveria viver ou morrer, conforme declarações à CPI do Narcotráfico[25] do arrependido Jorge Meres – ex-empregado da organização, preso como partícipe de alguns dos fatos puníveis referidos, que teria seu perdão judicial proposto, seria submetido a cirurgia plástica para modificar o rosto e receberia nova identidade pessoal e pensão vitalícia para viver em paz no exterior, nos termos do programa de proteção de testemunhas do Governo brasileiro (SANTOS, s.d).

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADOO Denarc estimou em 5000 (cinco mil)

os pontos de venda de crack espalhados pela cidade, com cerca de 50.000 (cinqüenta mil) pessoas trabalhando para o tráfico, conforme depoimento de autoridade policial prestado à CPI do Crime Organizado, no ano de 1995 (...) (QUEIROZ, 2005, p. 41).

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADOOutro problema que o tráfico traz é

“demonizar” os usuários como se eles fossem a fonte de todos os problemas, conforme observa ZALUAR (2004):

 O tráfico de drogas, organizado

internacionalmente, mas localizado nas suas pontas nos bairros mais pobres das cidades, além de criar centros de conflito sangrento nessas vizinhanças pobres, além de corromper as instituições encarregadas de reprimi-lo, também reforçou a tendência a demonizar os usuários de drogas (ZALUAR, 2004, p. 74).Prof. Me.

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O CRIME ORGANIZADOORGANIZADO SOARES (2006):

Não vamos perder tempo com estatísticas. O diagnóstico já é bastante conhecido. Mesmo assim, para que você tenha uma idéia mais precisa do tamanho dessa tragédia, lembre-se do seguinte: mais de 40 mil pessoas são assassinadas todos os anos em nosso país. A maioria das vítimas é jovem do sexo masculino, entre 15 e 24 anos, em geral pobre e negra. O problema é tão sério que já há um déficit, na estrutura demográfica brasileira, de jovens nessa faixa etária do sexo masculino (SOARES, 2006, p. 115).

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CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS O Crime Organizado é uma das causas dos

desvirtuamento das crianças e adolescentes brasileiros, pois se utiliza dos mesmos para a prática dos mais variados crime;

As crianças e adolescentes cooptados são, ao mesmo tempo, atores e vítimas da criminalidade organizada;

A Polícia Civil, pela sua especificidade, é a instituição mais capacitada para o enfrentamento desta realidade no Brasil.

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BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIAADORNO, Sérgio. BORDINI, Eliane B.T. e LIMA, Renato Sérgio de. O adolescente e as mudanças na

criminalidade urbana. São Paulo: Perspectiva, vol.13 no.4 São Paulo Oct./Dec. 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88391999000400007&script=sci_arttext. Acesso em: 17/07/2009.

 BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998 BONELLI, Maria da Gloria. Os delegados de polícia entre o profissionalismo e a política no Brasil.,

1842-2000. Trabalho apresentado no Latin American Studies Association. Departamento de Ciências Sociais. Universidade Federal São Carlos, 2003.

Disponível em: http://darkwing.uoregon.edu/~caguirre/bonelli_2.pdfAcesso em: 02/05/2009. BRASIL: NUNCA MAIS. Um relato para a história. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985. FBI. Organized Crime.Disponível em: http://www.fbi.gov/hq/cid/orgcrime/aboutocs.htm. Acesso em:

12/07/2009. FERNANDES, Cleber MonteiroFERNANDES, Cleber Monteiro. História. História. Polícia Civil do Distrito Federal. S/D. Em:. Polícia Civil do Distrito Federal. S/D. Em:

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Page 34: O PAPEL DA POLÍCIA CIVIL EM RELAÇÃO AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI Prof. Me. HERBERT GONÇALVES ESPUNY

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