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O PANTEÃO SULINO: A ELITE INTELECTUAL DO CAMPO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL MERIDIONAL (1980-2015) Roberta Knapik Brum i Miguel Ângelo Costa da Silva ii INTRODUÇÃO O poeta inglês John Donne sabiamente declarou “no man is an island. A ideia dele pode ser transplantada para a ciência. O conhecimento não é construído isoladamente. Neste sentido Gatti (2005, p. 124) afirma que “o pesquisador não trabalha sozinho, nem produz sozinho. A intercomunicação com pares [...] constituem hoje uma condição essencial à realização de investigações científicas e ao avanço dos conhecimentos”. Balancieri (2005), por sua vez, em dialogo com Gatti, postula que a colaboração científica melhora o resultado e maximiza o potencial da produção científica, pois amplia o repertório de abordagens e ferramentas que advém do intercâmbio de informações e da fertilização cruzada da formação de redes de sociabilidade científicas. As redes de sociabilidade estão em todos os lugares. Elas estruturam a sociedade. Nos campos científicos não são diferentes. Pode-se afirmar com certo grau de certeza que as relações e suas tensões permeiam os campos científicos, logo, as redes estruturam os campos. Um destes campos é o da História da Educação (Warde, 1990; Vidal e Faria Filho, 2003; Tanuri, 1998; Nunes, 1996; Bontempi Júnior, 2007; Monarcha, 2007; Hayashi, 2007; Galvão et al, 2008; Carvalho, 1995; Nóvoa, 1996). É a partir da década de 1980, com a institucionalização dos Programas de Pós Graduação em Educação que se solidifica como campo. Com os PPGEs, a estrutura do campo se torna visível através de diversos atores emergentes: os grupos de pesquisa, os eventos i Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ). E-mail: [email protected]. Bolsista da Coordernação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES). ii Doutor em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ). E-mail: [email protected].

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O PANTEÃO SULINO: A ELITE INTELECTUAL DO CAMPO DA HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO NO BRASIL MERIDIONAL (1980-2015)

Roberta Knapik Brumi

Miguel Ângelo Costa da Silvaii

INTRODUÇÃO

O poeta inglês John Donne sabiamente declarou “no man is an island”. A ideia dele

pode ser transplantada para a ciência. O conhecimento não é construído isoladamente. Neste

sentido Gatti (2005, p. 124) afirma que “o pesquisador não trabalha sozinho, nem produz

sozinho. A intercomunicação com pares [...] constituem hoje uma condição essencial à

realização de investigações científicas e ao avanço dos conhecimentos”. Balancieri (2005),

por sua vez, em dialogo com Gatti, postula que a colaboração científica melhora o resultado e

maximiza o potencial da produção científica, pois amplia o repertório de abordagens e

ferramentas que advém do intercâmbio de informações e da fertilização cruzada da formação

de redes de sociabilidade científicas.

As redes de sociabilidade estão em todos os lugares. Elas estruturam a sociedade. Nos

campos científicos não são diferentes. Pode-se afirmar com certo grau de certeza que as

relações e suas tensões permeiam os campos científicos, logo, as redes estruturam os campos.

Um destes campos é o da História da Educação (Warde, 1990; Vidal e Faria Filho, 2003;

Tanuri, 1998; Nunes, 1996; Bontempi Júnior, 2007; Monarcha, 2007; Hayashi, 2007; Galvão

et al, 2008; Carvalho, 1995; Nóvoa, 1996).

É a partir da década de 1980, com a institucionalização dos Programas de Pós

Graduação em Educação que se solidifica como campo. Com os PPGEs, a estrutura do campo

se torna visível através de diversos atores emergentes: os grupos de pesquisa, os eventos

i Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Comunitária da Região de Chapecó

(UNOCHAPECÓ). E-mail: [email protected]. Bolsista da Coordernação de Aperfeiçoamento de Pessoal do

Ensino Superior (CAPES). ii Doutor em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Professor do Programa de Pós-Graduação em

Educação. Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ). E-mail: [email protected].

científicos, as publicações científicas, um maior número de estudos, e os próprios

pesquisadores em si. Além disso, com estes atores estabelece-se uma relação simbiótica e

consequencial, na qual um aspecto conecta-se com o outro, onde todos se sustentam e um

necessita do outro para existir: os grupos precisam de pesquisadores, estes precisam de

lugares para compartilhar, divulgar e debater suas pesquisas, sejam periódicos ou eventos

científicos, e estes por sua vez também pedem pesquisadores, conforme o número de

pesquisadores aumenta, o aumento de projetos de pesquisa também se expande, de modo que

mais eventos e periódicos são necessários. Assim, há um processo constante de movimento,

dinamismo e mudança. Tal como um campo deve ser.

Entende-se o campo da História da Educação no Brasil com base nas formulações do

sociólogo francês Pierre Bourdieu (1983), que define campo científico como um espaço social

como outro qualquer, cheio de relações de força e disputas, que visa beneficiar interesses

específicos dos participantes deste campo. Assim, ao falar em campo, fala-se em disputas de

poder, em hierarquias, em posições desiguais, em competição. Tudo isto pressupõe a

existência de substratos no campo, inclusive de uma elite intelectual. No recorte aqui exposto

entende-se elite intelectual como o conjunto de pesquisadores formado por bolsistas de

produtividade líderes de grupos de pesquisa cadastrados e atualizados no Diretório de Grupos

de Pesquisa do CNPq que voltam-se às problemáticas do campo da História da Educação

cujas vinculações institucionais são com instituições de ensino superior (IES) dos três estados

da região Sul do Brasil.

OS ATORES

No levantamento realizado em nível nacional, encontraram-se 89 bolsistas de

produtividade em pesquisa. Assim, do universo total de 89 bolsistas de produtividade em

pesquisa (PQs) identificados no Brasil, 20 (22,47%) encontram nos três estados da região Sul

do País. Em uma fragmentação mais detalhada, tem-se 11 (55%) pesquisadores vinculados

institucionalmente no estado do Rio Grande do Sul, 03 (15%) em Santa Catarina e 06 (30%)

no Paraná.

Comparado a outras regiões, a região Norte tem-se apenas 01 pesquisador (1,27%), a

Centro-Oeste conta com 02 pesquisadores (2,24%), ma Nordeste tem-se 07 pesquisadores

(7,86%) e a região Sudeste, com predominância, conta com 59 (66,29%). Desta forma,

trabalha-se com um corpus de pesquisa formado por 20 pesquisadores do campo da História

da Educação, considerados a elite intelectual do campo devido ao seu capital científico. Estes

pesquisadores são, em ordem alfabética: Alceu Ravanello Ferraro, Berenice Corsetti, Carlos

Eduardo Vieira, Cristiani Bereta da Silva, Edla Eggert, Flávia Obino Côrrea Werle, Giana

Lange do Amaral, Lucio Kreutz, Marcus Levy Albino Bencostta, Maria Clara Bueno Fischer,

Maria Cristina Gomes Machado, Maria Helena Camara Bastos, Maria Helena Menna Barreto

Abrahão, Maria Stephanou, Mário Luiz Neves de Azevedo, Nevio de Campos, Norberto

Dallabrida, Reinaldo Matias Fleuri, Terciane Ângela Luchese e Terezinha Oliveira.

Os pesquisadores estão vinculados a 10 instituições de ensino superior (IES) distintas:

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Vale do Rio dos

Sinos (UNISINOS), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade de Caxias do

Sul (UCS), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Universidade

Federal do Paraná (UFPR), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),

Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Percebe-se uma predominância das IES

públicas, sendo 08 delas federais ou estaduais e apenas duas privadas, ambas do Rio Grande

do Sul.

O perfil do pesquisador em estudos históricos educacionais sulino é plural e

multifacetado. Anteriormente à década de 1980, em sua grande maioria, os autores não eram

historiadores de formação nem de profissão, e muito menos historiadores da educação, sendo

médicos, advogados, religiosos, políticos e professores universitários ligados à filosofia ou

sociologia. Conforme Nunes (1996, p. 69), os estudos voltados para a educação são casos

pontuais na trajetória dos autores, que detinham uma produção que englobava textos sobre

literatura, geografia, didática, saúde, religião, entre outros. Entretanto, subsídios fornecidos

pelos currículos dos PQs mostram uma especialização do campo.

Embasando esta especialização, toma-se como referência a trajetória acadêmica da

elite, desde a graduação até o doutoramento. Na graduação, identificaram-se nove cursos

distintos, aos quais cita-se: História, Pedagogia, Filosofia, Teologia, Sociologia, Ciências

Sociais, Educação Física, Estudos Sociais e Letras Anglo Germânicas. Nestas, percebe-se

uma concentração em três graduações distintas: História (50%), Pedagogia (30%) e Filosofia

(25%). Importante salientar que houveram 27 incidências de cursos e não apenas 20, porque

alguns pesquisadores cursaram mais de uma graduação.

Entretanto, efetivamente voltado à pesquisa, ou seja, a nível stricto sensu, o cenário

altera-se significativamente. A nível de mestrado, tem-se a seguinte fotografia do campo:

Educação, História, Ciências Sociais, História e Filosofia da Educação, Sociologia,

Administração de Sistemas Educacionais e História Social, com predominância de Educação

(50%), História (30%), Ciências Sociais (10%) e História e Filosofia da Educação (10%). Já

relativo ao doutorado, o cenário sustenta-se como doutoramentos nas áreas de Educação,

História, História Social, Ciências Sociais, Sociologia, História e Filosofia da Educação,

Teologia e Educação: Filosofia da Educação, novamente com predominância da Educação

(60%), História (10%) e História Social (10%).

Estes dados reforçam o caráter de pertencimento do campo científico da História da

Educação e uma articulação mais forte com a área da Educação, associando-se ao curso de

Pedagogia. Ao mesmo tempo, contudo, também mostra um tímido articulação com outras

áreas, dentre elas a História. Desta articulação substancial entre dois campos específicos, a

Educação e a História, a que explicaria a renovação que houve no campo.

Quanto ao nível da Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq, critério primário e

nevrálgico para pertencimento a elite do campo, são pesquisadores com todas as categorias e

níveis, conforme tabela a seguir.

Tabela 1: Nível da Bolsa de Produtividade em Pesquisa

Nível de Bolsa

Número de

ocorrência de PQs

1A 2

1B 2

1C 1

1D 5

2 10 Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do Currículo Lattes de cada pesquisador (2016).

Os dados mostram um campo equilibrado, com um número substancial de

pesquisadores, de modo que a região Sul emerge como um lócus importante e referência para

o campo da História da Educação. O equilíbrio também reflete no fato de 50% dos PQs serem

de categoria 1, ou seja, são pesquisadores com no mínimo 08 anos de doutoramento, o que

pode significar um campo experiente. Paralelo a isso, os outros 50% dos PQs são de categoria

2 (pesquisadores com no mínimo 03 anos de doutoramento), o que entrevê um campo

dinâmico, em constante processo de renovação.

Além, em dialogo com o cenário nacional, bolsistas de produtividade em pesquisa 1A,

considerados o topo da cadeia hierárquica da pesquisa representam apenas 7,9% (07) do

universo total dos 89 PQs. Destes sete, dois encontram-se na Região Sul, estando os outros

cinco localizados na Região Sudeste. Isto indica a proeminência e destaque da região, visto

que teoricamente os PQs 1A são os detentores de maior capital científico intelectual, podendo

ser considerados cânones no campo.

CAMPO, CAPITAL E REDES

Entendemos a História da Educação como um campo, com base no aparato conceitual

do sociólogo francês Pierre Bourdieu. O teórico fornece duas categorias operacionais

fundamentais para a análise proposta: campo e capital. Bourdieu vale-se do conceito de

campo para designar espaços nos quais se desenrolam lutas pela detenção do poder simbólico,

este produtor e legitimador de significados. A noção de campo caracteriza a autonomia de

certo domínio de concorrência e disputa interna, no qual são determinados a posição social

dos agentes e onde se revelam, por exemplo, as figuras de “autoridade”, detentoras de maior

volume de capital.

Ao adotarmos o conceito de campo científico, entendemos que este é o lócus de lutas

concorrenciais, onde o que encontra-se em jogo é o monopólio da autoridade científica

juntamente ao acúmulo de capital científico. Os indivíduos se posicionam no campo conforme

seu capital acumulado, assim, a estrutura de um campo é determinada pela distribuição do

capital científico, que nunca é igualitária. Em função de seu lugar na estrutura, o acesso à

informação, poder e autoridade não é o mesmo.

É a estrutura das relações objetivas entre os agentes que determina o que eles podem

e não podem fazer. Ou, mais precisamente, é a posição que eles ocupam nessa

estrutura que determina ou orienta, pelo menos negativamente, suas tomadas de

posições. (BOURDIEU, 2004, p. 82)

É a própria rede de relações, ou valendo-se de um termo próprio, a rede de

sociabilidade destes pesquisadoras que funda e estrutura o campo em questão, e o torna um

espaço de embates concorrenciais, criadas por agentes e instituições, cujas relações se põem a

lutar pelo monopólio da autoridade científica).

O autor ainda pressupõe a existência de duas tipologias de capital científico, a primeira

que ele denomina como intelectual, e a segunda, o político ou temporal. O primeiro,

considerado puro, refere-se efetivamente aos avanços científicos, referentes a explorações

proporcionadas por pesquisas, que objetivam a progressão do campo e evolução da ciência.

Este capital é baseado no reconhecimento que o pesquisador tem, através de suas pesquisas,

publicações, citações, entre outros fatores. O capital científico político ou temporal, por sua

vez, articula-se diretamente à estrutura hierárquica do campo, tratando-se dos preceitos da

cultura institucional, às estruturas das instituições científicas e ocupando posições centrais no

seio destas instituições. Ou seja, trata-se de cargos institucionais, como pertencimento a

comissões e comitês de pareceristas, coordenações de pesquisa e de laboratórios, chefia de

departamentos, coordenação de cursos de pós-graduação, participação de banca de teses e

concurso.

Falar de campo e capital científicos entrevê a ideia de análise relacional, uma análise

profunda de suas relações, do campo onde está inserido. Logo, se as relações contam, urge

levar em conta as relações. E relações associam-se a rede. Maillochon (2015, p. 158) afirma

que “considerar o mundo social como um conjunto conectado e interdependente – uma rede –

é, paradoxalmente, como sublinha Norbert Elias, uma postura pouco explorada em sociologia,

disciplina cujo objeto de estudo, não obstante, é a sociedade.”

Uma rede social, conforme Gabardo (2015), é uma rede formada por indivíduos com

algum grau de relacionamento. Um campo científico nada mais é do que uma rede tecida a

partir de personagens e disputas do mundo acadêmico, a partir do qual este se configura.

Assim, ao considerar o campo científico como ou formado por uma rede, considera-se um

modelo de interdependência no qual os indivíduos não teriam existência senão em suas

relações, pensando os fenômenos sociais em uma perspectiva de interdependência dinâmica.

A interdependência de um campo científico torna-se ainda mais visível quando

dialoga-se com a produção intelectual exigida destes pesquisadores pelos órgãos

legitimadores da pesquisa e ciência no Brasil, citando-os CAPES e CNPq. Livros, capítulos

de livros e artigos científicos, muitas vezes, são escritos sob a estratégia da coautoria. O

próprio Bourdieu afirmava que as práticas científicas nunca podem ser entendidas como

práticas desinteressadas, elas produzem e supõem uma forma determinada de interesse. Em

outras palavras, a ciência não é neutra.

Para pensar o campo científico da História da Educação, parte-se de um elemento

importante no que concerne a capital: as bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq. A

norma implica uma hierarquia e uma divisão de poder baseado na detenção de capital

científico. A própria definição do objetivo das bolsas já cria uma divisão baseada no capital

científico e consequentemente hierarquização no campo e noções de autoridade. Nas palavras

do CNPq, as bolsas de produtividade visam “pesquisadores que se destaquem (grifo nosso)

entre seus pares, valorizando sua produção científica segundo critério normativos,

estabelecidos pelo CNPq pelos Comitês de Assessoramento (CAs) do CNPq”.

Os pesquisadores são avaliados de acordo com a produção científica, formação de

recursos humanos em nível de Pós-Graduação, contribuição científica e tecnológica e para

inovação, coordenação ou participação principal em projetos de pesquisa, e participação em

atividades editoriais e de gestão científica e administração de instituições e núcleos de

excelência científica e tecnológica.

Além destes fatores classificatórios, os pesquisadores são classificados em categorias e

níveis. O enquadramento conforme categoria pauta-se por duas divisões: Pesquisador 1: que

deve ter no mínimo, 08 anos de doutoramento no momento da submissão à bolsa e

Pesquisador 2, que deve ter no mínimo, 03 anos de doutoramento.

Os níveis possuem uma nova divisão baseada nas categorias. Pesquisadores 1 são

enquadrados em quatro diferentes níveis (A, B, C ou D). Para alocar o pesquisador em um

destes níveis, parte-se da base comparativa entre os seus pares nos últimos dez anos.

As bolsas de produtividade são um parâmetro possível, razoável e legítimo de

acumulo de capital. Porém não o único. Eis onde a inserção do elemento das relações e das

redes se justifica. Analisar a rede configurada pelos PQs através do instrumento metodológico

da social network analysis possibilita criar um aparato conceitual que torna a pesquisa ainda

mais densa, a partir de propriedades e métricas específicas das redes.

Para Hanneman o primeiro ponto importante na análise de redes é identificar quais

atores estão localizados ou inserido na rede. Os vértices, também denominados nós, são as

unidades fundamentais de um grafo. Já as relações e os laços sociais são elementos de

conexão, matéria-prima das relações. Estes são denominados arestas, representando as

ligações existentes entre os vértices. Podem simbolizar uma série de atributos, desde se são

amigas até se apenas se conhecem.

Em uma conceituação simples, Boissevain afirma que a SNA

Evidencia círculos de parentes e amigos, coligações, grupos e casas comerciais,

complexos industriais e até países como pontos espalhados que são conectados

através de linhas que formam redes. Os pontos são as unidades de análise e as linhas

as relações sociais. (BOISSEVAIN, 1979, 392)

De modo mais analítico, a SNA parte da estruturação, metrificação e visualização de

um grafo. Um grafo é a representação gráfica de uma rede complexa (BARABÁSI, 2002;

GABARDO, 2015; HANNEMAN, 1998), sendo a representação matemática das conexões

existentes entre vértices e arestas. Assim, “um grafo pode ser definido como G (V, E), onde V

representa um conjunto de vértices ou nós e E representa um conjunto de arestas”

(GABARDO, 2015, p. 37).

Estes grafos podem ser direcionados, não direcionados ou mistos, conforme a direção

das arestas. Neste sentido, as arestas podem ser dirigidas ou não ou simplesmente indicar uma

conexão entre dois vértices. Falar em direção implica fluxo de informação, dado ou outra

variável conectiva, ou seja, em um exemplo simples, uma aresta dirigida é o envio de um

tweet do vértice A para o vértice B no site de rede social (SRS) Twitter. A direção da aresta

possibilita a indicação de uma propriedade da rede, a ramificação do grau do nó em grau de

entrada (indegree) e grau de saída (outdegree), respectivamente o número de conexões que

um nó recebe e o número que dele se originam. Comumente não existe direção nas arestas,

estas representando apenas a existência ou não de conexão/relação entre os atores.

Pensa-se a rede de sociabilidade constituída pelos PQs a partir do modelo de Barabási

(BARABÁSI, 2002), conhecido também como redes sem escala ou scale-free. Nele os

vértices com maior número de conexões (maior grau de nó) têm mais probabilidade de

receber novas conexões que os vértice com poucas ou nenhuma conexão (GABARDO, 2015,

p. 47). Este fenômeno também é conhecido como rich-get-richer propiciando a emergência de

hubs na rede.

A rede de sociabilidade constituída pelos PQs é o que Devés-Valdés (2007) cunhou

como rede intelectual. Ele entende como rede intelectual “um grupo de pessoas que se

dedicam à produção e difusão de conhecimento, que comunicam-se em função de suas

atividades profissionais ou acadêmicas, ou relações ao longo dos anos” (DEVÉS-VALDÉS,

2007, p. 30). Ainda para o autor, a noção de intelectual compreende pesquisadores e docentes,

mas também abrange escritores, políticos, diplomatas, líderes sociais, que, por seu trabalho,

são reconhecidos enquanto pares dentro do respectivos campos. Esta rede intelectual é uma

“rede complexa do mundo real” (GABARDO, 2015, p. 48), por ser configurada por laços

sociais provenientes de conexões entre objetos do mundo real (coautorias). Como tal,

apresenta três características proeminentes: i) a distribuição de graus obedece uma lei de

potência; ii) apresenta clustersiii e alto coeficiente de clusterização; iii) apresenta hubs.

Em grande parte das redes reais a maioria dos nós possui poucas conexões e este

inúmeros minúsculos nós coexistem com poucos hubs enormes, com um extraordinário

número de conexões, seguindo a expressão matemática denominada lei de potência.

Conforme Barabási (2002, p. 56) os conectores ou hubs são um componente extremamente

importantes nas redes. Eles criam tendências e moda e disseminam modismos. Como tais, são

extremamente visíveis, de modo que “em qualquer lugar que se vá, haverá uma menção a eles

ou alguém conectado a eles” (BARABÁSI, p. 58). Ainda segundo o autor, os hubs são o mais

forte argumento contra a visão utópica de um espaço igualitário. Esta consideração,

juntamente à noção de mobilidade é o pressuposto primário da existência de um campo

científico.

ENTENDENDO A REDE DA ELITE DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO

SUL DO BRASIL

A variável conectiva adotada a partir da produção científica dos PQs – artigos

científicos - não pressupõe uma direção na aresta, sendo sistematizada apenas a sinalizar a

iii Clusters são grupos de nós muito conectados. São considerados grupos sociais coesos. Unem-se a outros grupos através de

laços individuais de seus membros.

existência ou não de conexão, ou seja, se há ou não coautoria. De tal modo, tem-se um grafo

não dirigido.

Aborda-se o campo partindo de um rede egocentrada (MAICHOLLON, 2015;

HANNEMANN, 1998), ou seja, a partir de uma seleção de nós focais (egos), identifica-se os

nós aos quais eles estão ligados, reconstituindo o conjunto ou parte do entorno de cada ator da

amostra inicial. É o que Maicchollon chama de populações “cativas” (MAICCHOLLON, p.

162)

Trabalha-se com uma rede cujo tamanho 134 nós e 164 arestas. De modo auxiliar,

utilizaremos o software livre Gephi, um software de código aberto adequado para análise de

redes complexas.

A abordagem aqui presente incide sobre um fragmento do capital científico,

especificamente o capital científico puro. Há aqui a materialização deste capital, concretizado

na produção intelectual em uma das suas dimensões: os artigos acadêmicos.

A autoridade e o monopólio científico, ou seja, o poder associam-se a posição ocupada

pelo pesquisador no campo, logo, na rede. Neste sentido, baseado nas propriedades das redes,

como tamanho; grau de nós (degree), densidade, centralidade, dentre outros (RECUERO,

2009; HANNEMAN, 1998; GABARDO, 2015) , a noção de poder pode ser pensado a partir

de uma propriedade específica e extremamente relevante das redes: centralidade. A

centralidade é analisada considerando três dimensões da mesma: grau do nó (o número de

contatos), a closeness, ou proximidade (inverso da distância média entre um individuo e os

outros membros da rede) e a betweeness, ou intermediaridade (a parte dos caminhos curtos

passando por um individuo). Estas três dimensões caracterizariam a centralidade, que por sua

vez, apresentaria os atores mais centrais da rede. O grau indica conectividade local, ou seja,

um nó com vários vizinhos é central, nas palavras de Recuero “quanto maior o grau de

conexão, mais popular e mais central é o nó na rede”. A proximidade é a centralidade

geográfica, ou seja, nós localizados no centro da rede são centrais. Já intermediaridade

caracteriza-se a distância média de uma determinado nó para todos os outros nós da rede.

Godechot (2015), entretanto, ressalva se a centralidade efetivamente determina o

poder de influência de um individuo inserido em um coletivo, no caso, no campo da História

da Educação. Segundo o mesmo autor, centralidade é a noção mais conhecida, tornando-se

um indicador da significância social, e além, é um “sintoma do volume global de capital e,

como potencialidade, um indicador do capital social” (p. 276-277). Ele trabalha na

perspectiva delação entre posição na rede e poder, de que variação da centralidade de um

individuo é religada positivamente à variação de sua influência. Na mesma linha, Recuero

(2009, p. 73) afirma que “a centralidade é a medida da popularidade de um determinado nó.

Essa popularidade é geralmente associada ao quão central ele é para uma determinada rede”.

Segundo a norma, ou seja, o regulamento da Bolsa de Produtividade do CNPq, os

detentores de maior capital científico intelectual, os pesquisadores com maior impacto e

influência seriam, teoricamente, os bolsistas de produtividade que ocupam o topo da

hierarquia nivelado pelos critérios da bolsa, ou seja, os bolsistas de produtividade nível 1A.

Logo, estes seriam os hubs. Seriam os mais citados, os temas por eles pesquisados teriam um

alcance e importância maior, seriam também os mais pesquisados. Isto reflete-se na rede?

Para responder questionamentos como este foram arrolados 397 artigos voltados ao

campo da História da Educação, produzidos pelos 20 PQs abrangendo a produção desde 1980

até 2015. Destes 397, 176 (44,3%) foram elaborados na forma de coautoria. A evidência

primária é a existência da coautoria como prática comum do campo, evidenciando a

incidência de redes intelectuais no campo, o que vai ao encontro da ideia de que ciência não

se faz isoladamente e suscitando também a ideia de que a coautoria é uma estratégia para

atender aos critérios de produtividade exigidos pelas duas instâncias de controle e legitimação

do conhecimento no Brasil: CNPq e CAPES. Mas esta problematização merece uma análise

própria, a qual não nos atrevemos nem pretendemos realizar no espaço deste trabalho.

A rede intelectual da História do Educação encaixou-se perfeitamente na assertiva das

redes sem escala. A emergência de hubs, na noção do fenômeno rich get richer (as conexões

nunca são aleatórias, pelo contrário, a popularidade é atrativa e os nós com mais conexões

sempre serão os mais buscados e atrairão mais conexões) torna-se visível quando se tem 5,2%

dos nós (07 pesquisadores, sendo eles Maria Cristina Gomes Machado, Terezinha Oliveira,

Flavia Obino Correa Werle, Berenice Corsetti, Giana Lange do Amaral, Maria Helena

Camara Bastos e Norberto Dallabrida) detendo 51,8% de todas as conexões da rede, enquanto

os 48,2% restantes dividem-se em 127 nós. Destes, apenas Werle é PQ 1A, os demais

enquadram-se nos outros níveis: Gomes Machado (1D), Oliveira (1D), Corsetti (2), Amaral

(2), Camara Bastos (1B) Dallabrida (2).

Identificados os hubs, já tem-se um pré-noção acerca da centralidade dos

pesquisadores, porém, as propriedades e métricas da rede darão um caráter objetivo a posição

dos pesquisadores.

Tabela 2: Bolsistas de produtividade de acordo com grau do nó

Pesquisadores Nível

bolsa

Grau

Maria C. G. Machado 1D 20

Terezinha Oliveira 1D 15

Flavia O. C.Werle 1ª 12

Berenice Corsetti 2 11

Giana Lange do Amaral 2 9

Maria H. C. Bastos 1B 9

Norberto Dallabrida 2 8

Maria C. B. Fischer 1D 6

Marcus L. A. Bencostta 2 5

Lucio Kreutz 1D 5

Fonte: Elaboração própria, a partir de subsídios do software Gephi (2016).

Tabela 3: Bolsistas de produtividade de acordo com a intermediaridade

Pesquisadores Nível

bolsa

Betweeness

Maria H. C. Bastos 1B 199.0

Flavia O. C. Werle 1A 188.0

Maria C. G. Machado 1D 184.5

Berenice Corsetti 2 170.0

Giana Lange do Amaral 2 169.5

Lucio Kreutz 1D 168.0

Eliana Xerri 165.0

Milena Aragao 153.0

Terezinha Oliveira 1D 102.0

Maria Stephanou 2 49.0

Fonte: Elaboração própria, a partir de subsídios do software Gephi (2016).

Tabela 4: Bolsistas de produtividade de acordo com a proximidade

Pesquisadores Nível

bolsa

Closeness

Claudemir de Quadros 4.538.461.538.461.530

Giani Rabelo 4.538.461.538.461.530

Josiane Alves da Silveira 4.076.923.076.923.070

Jeane Caldeira 4.076.923.076.923.070

Adriana Leon 4.076.923.076.923.070

Magda Vicente 4.076.923.076.923.070

Clarice Rego Magalhaes 4.076.923.076.923.070

Helena Neves 4.038.461.538.461.530

Maria Augusta 4.038.461.538.461.530

Elomar Antonio 4.0

Fonte: Elaboração própria, a partir de subsídios do software Gephi (2016).

Estas três tabelas mostram que nenhuma das três dimensões de centralidade refletem a

hierarquia das bolsas de produtividade. Uma delas – a proximidade – inclusive, não traz

nenhum PQ entre os dez mais incidentes. A partir da propriedade de centralidade da rede da

elite intelectual do campo, os bolsistas de produtividade 1A não são os mais reconhecidos no

campo da História da Educação. De modo conclusivo, tem-se a seguinte ordem de

importância e detenção de capital científico intelectual na rede: Maria Cristina Gomes

Machado, Flavia Obino Correa Werle, Maria Helena Camara Bastos, Berenice Corsetti, Giana

Lange do Amaral e Terezinha Oliveira. Tem-se então uma PQ 1D como pesquisadora de

maior destaque na Região Sul no campo, a frente da pesquisadora 1A.

Figura 1: Rede da elite intelectual sulina

Fonte: Elaboração própria, a partir do software Gephi (2016).

Na figura 1, em uma representação gráfica da rede, os maiores nós são os hubs, que

coincidentemente também são os atores mais centrais, e consequentemente, detentores de

Figura 2: Clusterização da rede intelectual sulina com rótulos

maior capital científico na rede. De maneira a facilitar a visualização, tem-se a figura 2

abaixo:

Fonte: Elaboração própria, a partir do software Gephi (2016).

Como visto na figura 2, no entorno dos hubs constroem-se grupos, ou na terminologia

da SNA, há uma clusterização. É possível evidenciar cinco grupos coesos e com fronteiras

bem definidas, sendo dois deles bem numerosos e heterogêneo. Importante salientar que

apenas dois clusters conectam-se entre si: o de Werle conecta-se com Corsetti a partir de uma

conexão (ou coautoria) direta entre elas, do contrário, pode-se se afirmar que na rede

intelectual da História da Educação na Região Sul do Brasil há a fragmentação da rede, de

modo que se configuram um número considerável de sub-redes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É importante considerar a fala de Godechot (2015), de que a noção de centralidade não

deve ser interpretada em termos absolutos, assim, apesar de termos identificado os nomes

mais proeminentes do campo partindo do capital científico intelectual e das métricas da social

network analisys, a centralidade é apenas uma das propriedades das redes. Utilizando outra ou

articulada a outras, o resultado poderia ser distinto.

Tem-se uma rede intelectual que obedece as leis das redes sem escala do modelo de

Barabási, com a emergência de clusters e hubs, e que não reflete o ideal teórico da autoridade

científica pautada pelas bolsas de produtividade em pesquisa, tendo um destaque maior de PQ

de nível e categorias 1D e 2 do que a elite, os PQs 1A.

Por fim, a variável conectiva caracterizada por artigos científicos, apesar de expor um

cenário válido e legítimo, talvez isolada seja insuficiente para pensar acumulo de capital

científico e posicionamento em um campo. De modo a dar maior substância ao estudo, é

interessante acrescentar como variável conectiva outros espaços de sociabilidade, como a

participação em bancas de programas de strictu sensu, a própria produção acadêmica, desta

vez acrescentando a variável livros, e principalmente, no sentido de possibilitar concretude à

influência e impactos dos pesquisadores no campo, valer-se da SNA embasada nas das redes

de citações em eventos específicos da área, como o Congresso Brasileiro de História da

Educação (CBHE).

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