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O mundo pós-crise

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O mundo pós-crise

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Lehman Brothers

• Em quase todos os sites jornalísticos do mundo, a catástrofe foi, com ligeiras variações, anunciada assim em 15 de setembro de 2008, uma segunda-feira:

• "Nesta manhã, a Lehman Brothers, uma das mais prestigiosas instituições de Wall Street, entrou com um pedido de proteção por falência depois que as tentativas para salvá-la feitas durante o fim de semana fracassaram".

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• Nos meses seguintes, os desdobramentos da falência do Lehman Brothers desencadeariam uma torrente de destruição da riqueza de pessoas, empresas e países.

• reduzidos a cinzas em todos os continentes cerca de 50 tri-lhões de dólares, o equivalente a todo o PIB mundial, ou toda a riqueza produzida por todos os 6,5 bilhões de terráqueos durante um ano.

• Só nos Estados Unidos, as famílias perderam 14 trilhões de dólares. Dados do Censo americano, divulgados na semana passada, evidenciaram os efeitos da recessão no bem-estar da população: a renda média dos americanos caiu 3,6% em 2008, a maior retração em quatro décadas, e o porcentual dos que vivem na pobreza subiu para 13,2%, o maior desde 1997. Além disso, a taxa de desemprego está perto de 10%, mais que o dobro da registrada nos tempos de bonança.

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• Uma nova era, a do pós-crise, em que o mundo econômico volta a produzir riqueza e empregos mas suas engrenagens estão fundamentalmente modificadas.

• Porém ainda é o velho e bom planeta das trocas comerciais – algo tão inerente ao homem quanto o pensamento e a fala, pois nenhuma outra espécie faz negócios.

• Selva financeira, vendem a própria mãe, não entregam e se qualificam para receber bônus milionários ao fim de cada ano fiscal. Mas também pelos padeiros e açougueiros que colocam comida na mesa do próximo tendo em mente seu próprio bem-estar. O alimento, contudo, chega e enche a barriga.

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• O arrefecimento da crise.

• A entrada da maioria dos países em período de recuperação

• Dá para acreditar no positivo diagnóstico atual, sabendo-se que ele está sendo feito pelos mesmos doutores que não viram, ou fingiram não ver, a transformação das bolhas imobiliárias americana e europeia em uma bolha financeira mundial?

• Dá para comprar a tese do início da recuperação quando ela é apontada pelos mesmos sábios que fizeram de Wall Street um cassino com roletas viciadas em que a pouca poupança real das famílias era transmutada em fortunas biliardárias virtuais?

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• Os efeitos colaterais do remédio usado para impedir o aprofundamento do colapso de Wall Street.

• O remédio foi colocar dinheiro para circular na economia de modo que o crédito, o sangue da atividade comercial, não secasse totalmente. Foram montanhas de dinheiro. O medo agora é que os rios de dinheiro que inundaram as engrenagens da economia produzam a consequência conhecida nesses casos – inflação fora de controle.

• A vantagem, se existe alguma nessas situações, é que esse novo problema que se avizinha está no radar das autoridades antes mesmo que seus efeitos perversos se manifestem. Além disso, o combate à inflação requer armas que, a duras penas, diga-se, foram desenvolvidas com sucesso no decorrer das três últimas décadas.

• O monstro é feio, mas sabe-se como derrotá-lo.

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Vulnerabilidades

• A primeira abrange o consumo e o endividamento excessivos nos países ricos, principalmente naqueles que cresceram acima de suas possibilidades nos últimos anos, sendo os Estados Unidos o caso mais notório.

• A segunda falha foi a de regulação do sistema financeiro. Os bancos se valeram de brechas legais para erigir um sistema financeiro paralelo, baseado em garantias frágeis e impulsionado pela disseminação de contratos derivativos, multiplicando a concessão de financiamentos, inflando bolhas e aprofundando ainda mais o endividamento.

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O que virá depois da tormentaRenomados especialistas internacionais avaliam as perspectivas econômicas e sociais do mundo que emergirá da pior crise financeira desde 1929

                           

Edmund PhelpsGanhador do Nobel de Economia de 2006"A demanda por investimentos nos EUA continuará fraca, o que pode ser uma oportunidade para a América Latina atrair recursos. O sistema financeiro não escapará de uma ampla reformulação. Haverá mudanças regulatórias no mercado de hipotecas, no funcionamento das agências de rating e nos bancos. Assim, setores que não eram de maneira alguma regulados passarão a ser. Teremos de nos preocupar ainda com a perda de dinamismo nos ganhos de produtividade do setor privado."

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Edward PrescottGanhador do Nobel de Economia de 2004"As finanças americanas precisam passar por uma profunda reforma. O que queremos é um sistema financeiro que não desperdice recursos e que sirva bem às pessoas. Contudo, as fortes conexões entre Wall Street e Washington não permitem ter muita esperança de que serão feitas mudanças significativas. No que diz respeito ao Brasil, assim como em outros grandes emergentes, um ponto fundamental é batalhar pelo aumento da competitividade. É importante pôr em prática políticas de redução de impostos e de estímulo à produtividade."

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» Demetrios PapademetriouPresidente do Instituto de Política Migratória

» "Reduziu-se a intenção das pessoas de deixar países mais pobres em busca de novas oportunidades. Se o mercado de trabalho das economias avançadas demorar a se recuperar, é provável que ocorram mudanças estruturais nos fluxos migratórios. Nos EUA já existem pessoas adiando sua aposentadoria e aposentados que voltaram ao batente. Esse é um elemento que pode restringir as oportunidades para os imigrantes."

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• A conclusão é que, a despeito dos riscos latentes, o planeta segue seu curso. Um ano depois da eclosão do desastre financeiro, o mundo econômico e sua arquitetura conceitual seguem de pé. Seus pilares, ainda que requeiram reparos, permanecem intactos. Ninguém ousa imaginar que se arranhará o consenso macroeconômico que emergiu ao longo das duas últimas décadas.

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Meirelles, em seu escritório no Banco Central: "O Brasil é visto lá fora numa situação privilegiada"

O Brasil

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Desemprego• A despeito do pânico no fim do ano e do temor

de que o drama do desemprego crescente voltasse a atingir a economia, o Brasil agora já está em plena recuperação.

• Aqui a crise chegou tarde e foi embora cedo.Motivo: Isso só pôde acontecer por causa dos avanços obtidos nos últimos quinze anos e também por causa da ação eficaz do governo, especialmente do Banco Central, em meio à turbulência.

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CREDIBILIDADE• O Brasil conquistou o reconhecimento externo pela seriedade com

que a economia do país tem sido administrada, particularmente no caso da atuação do Banco Central.

• Participamos ativamente dos principais fóruns de discussão sobre a economia mundial. Trata-se de um grupo bastante restrito, do qual hoje o Brasil faz parte.

• O mundo quer ouvir as lições que temos a oferecer.

• O BC brasileiro tem sido elogiado lá fora por ter seguido a estratégia correta, ao contrário de outros bancos centrais que agora reconhecem seus erros.

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A CRISE NO BRASIL• Embora a crise tenha se iniciado nos Estados Unidos e na Europa

no fim de 2007, até setembro de 2008 o Brasil não havia sido atingido em nada.

• A quebra do banco Lehman Brothers, provocou uma paralisação gradativa do sistema financeiro mundial.

• Houve um efeito drástico da concessão de financiamentos pelos bancos estrangeiros.

• No Brasil, 19% da oferta de crédito tinha origem externa. O colapso dessas linhas irradiou efeitos em cadeia, restringindo o crédito para as empresas.

• Ao mesmo tempo, os bancos nacionais deixaram de ter acesso a dinheiro lá fora. Isso trouxe uma crise de liquidez, por exemplo no financiamento de automóveis. Iniciou-se aqui um processo de recessão diferente do ocorrido em outros países, porque no Brasil a retração foi puxada pelo setor industrial.

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DIAGNÓSTICO E AÇÃO• O contágio no Brasil havia ocorrido pelos canais

do crédito.

• O real problema - a falta de crédito.

• O BC agiu sobre as causas: liberou os compulsórios retidos pelos bancos e ofereceu linhas de crédito em dólares para compensar a falta momentânea de dinheiro externo.

• Políticas de redução dos juros e da diminuição dos impostos.

• Bancos públicos, ampliando os empréstimos.

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• A crise permaneceu muito restrita e, portanto, não causou um aumento substancial do desemprego.

• O país perdeu inicialmente 600 000 vagas, mas já em fevereiro as contratações foram retomadas. A produção industrial ainda não recuperou o nível pré-crise, mas tem crescido desde janeiro. Banco nenhum teve problemas mais sérios no país.

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BRASIL PÓS-CRISE•

Depois de décadas de declínio, as commodities produzidas pelo país deverão continuar em ascensão por um período relativamente longo, como consequência da incorporação da massa de consumidores asiáticos.

• Os exportadores de produtos básicos, como o Canadá, a Austrália e o Brasil, deverão se enriquecer.

• A descoberta do pré-sal é mais um elemento a contribuir com as boas perspectivas do país.

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• O desafio será tirar proveito dessas riquezas, investindo em educação, tecnologia e infraestrutura.

• Commodities.

• Indústria diversificada e em crescimento, apesar de queixas eventuais de alguns setores.

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AS PROTEÇÕES DO PAÍS•

O Brasil entrou na crise com recursos. Sem isso, nossas ações não teriam o mesmo efeito.

• Dispúnhamos de 205 bilhões de dólares em reservas internacionais.

• Além disso, a demanda doméstica estava aumentando ao ritmo de 9% ao ano. As taxas de investimento eram crescentes. Entramos na crise com a inflação estabilizada.

• Bancos sólidos.

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