o mundo da ideias de platao

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trabalho escolar sobre platão

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O mundo de Sofia

PAGE 7

O mundo de SofiaDe Jostein GaarderCia. das Letras, So Paulo, 1998Traduo de Joo Azenha Jr.

Captulo 9 (Excerto)Plato

(Pginas 97-106. Os textos entre colchetes so de Pausa para a Filosofia.)

O ETERNAMENTE VERDADEIRO, ETERNAMENTE BELO E ETERNAMENTE BOM

No incio deste nosso curso de filosofia, eu lhe disse que o interessante perguntar pelo projeto de determinado filsofo. Nesse sentido, o que ser que Plato queria investigar?

Para resumir em poucas palavras: Plato interessava-se pela relao entre aquilo que, de um lado, eterno e imutvel, e aquilo que, de outro, flui. (Exatamente como os pr-socrticos, portanto!)

Dissemos que os sofistas e o prprio Scrates haviam se afastado das questes da filosofia natural e se interessado mais pelo homem e pela sociedade. E isto est absolutamente certo. Mas tambm Scrates e os sofistas ocupavam-se de certa forma com a relao entre aquilo que, de um lado, eterno e imutvel, e aquilo que, de outro, flui. E tocavam neste ponto quando se tratava da moral do homem e dos ideais ou virtudes da sociedade. De modo muito geral, os sofistas achavam que a questo sobre o que era certo e errado modificava-se de cidade-Estado para cidade-Estado e de gerao para gerao. Para eles, portanto, essa questo de certo ou errado era algo que flua. Scrates no podia aceitar isto. Ele acreditava em regras ou normas eternas, que governavam o agir dos homens. Se usarmos apenas a nossa razo dizia ele -, poderemos reconhecer todas essas normas imutveis, pois a razo humana precisamente algo eterno e imutvel.

Voc est acompanhando, Sofia? E agora vem Plato. Ele se interessava tanto pelo que eterno e imutvel na natureza quanto pelo que eterno e imutvel na moral e na sociedade. Sim para Plato tratava-se, em ambos os casos, de uma mesma coisa. Ele tentava entender uma realidade que fosse eterna e imutvel. E, para ser franco, para isto que os filsofos existem. Eles no esto preocupados em eleger a mulher mais bonita do ano, ou os tomates mais baratos do fim de feira. (E exatamente por isso nem sempre so vistos com bons olhos!) Os filsofos no se interessam muito por essas coisas efmeras e cotidianas. Eles tentam mostrar o que eternamente verdadeiro, eternamente belo e eternamente bom.

Com isto podemos ter uma vaga idia dos contornos do projeto filosfico de Plato. A partir de agora vamos tratar de um ponto de cada vez. Vamos tentar entender um raciocnio extraordinrio, que deixou marcas profundas em toda a filosofia europia surgida depois.

O MUNDO DAS IDIAS

Empdocles e Demcrito j tinham nos chamado a ateno para o fato de que, apesar de todos os fenmenos da natureza flurem, havia algo que nunca se modificava (as quatro razes ou os tomos). Plato tambm se dedicou a este problema, mas de forma completamente diferente.

Plato achava que tudo o que podemos tocar e sentir na natureza flui. No existe, portanto, um elemento bsico que no se desintegre. Absolutamente tudo o que pertence ao mundo dos sentidos feito de um material sujeito corroso do tempo. Ao mesmo tempo, tudo formado a partir de uma forma eterna e imutvel.

Entendeu? Tudo bem, no entendeu

Por que todos os cavalos so iguais, Sofia? Talvez voc ache que eles no so iguais. Mas existe algo que comum a todos os cavalos; algo que garante que ns jamais teremos problemas para reconhecer um cavalo. Naturalmente, o exemplar isolado do cavalo, este sim flui, passa. Ele envelhece e fica manco, depois adoece e morre. Mas a verdadeira forma do cavalo eterna e imutvel.

Para Plato, este aspecto eterno e imutvel no , portanto, um elemento bsico fsico. Eternos e imutveis so os modelos espirituais ou abstratos, a partir dos quais todos os fenmenos so formados.

Eu explico melhor: os pr-socrticos tinham oferecido uma explicao muito plausvel para as transformaes da natureza, sem ter de pressupor que algo efetivamente se transformava. Eles achavam que no ciclo da natureza havia partculas mnimas, eternas e constantes, que no se desintegravam. Muito bem, Sofia! Eu disse muito bem! S que eles no tinham uma explicao aceitvel de como estas partculas mnimas, que um dia tinham se juntado para formar um cavalo, se juntavam novamente quatrocentos ou quinhentos anos mais tarde para formar outro cavalo, novinho em folha! Ou um elefante, ou um crocodilo. O que Plato quer dizer que os tomos de Demcrito nunca podem se juntar para formar um crocofante ou um eledilo. E foi isto, precisamente, que colocou em marcha suas reflexes filosficas.

Se voc j entendeu o que estou dizendo, pode pular este pargrafo. Caso no tenha entendido, vou tentar ser mais claro: digamos que voc pegue uma caixa cheia de peas de Lego e construa um cavalo. Depois voc desmancha o que fez e recoloca as peas de volta na caixa. Voc no pode esperar obter outro cavalo apenas chacoalhando a caixa de peas. Afinal, como que as peas de Lego podem produzir um cavalo por si mesmas? No voc que tem que montar o cavalo novamente, Sofia. E se voc conseguir, isto significa que na sua cabea voc tem uma imagem do que seja um cavalo. O cavalo de Lego foi formado, portanto, a partir de uma imagem padro que permanece inalterada de cavalo para cavalo.

Voc no chegou a uma concluso semelhante sobre os cinqenta bolos iguais? [Pgina 92: Meu nome Plato, e eu gostaria de propor quatro tarefas para voc. Primeiro, gostaria que voc refletisse sobre como um padeiro consegue assar cinqenta bolos exatamente iguais.] Vamos imaginar agora que voc caia do espao na Terra e nunca tenha visto uma padaria. Ento voc passa pela vitrine muito convidativa de uma padaria e v sobre um tabuleiro cinqenta broas exatamente iguais, todas em forma de anezinhos. Suponho que, nessas condies, voc v coar a cabea e se perguntar como todas aquelas broas podem ser iguais. E bem possvel que voc perceba que um anozinho est sem um brao, o outro perdeu um pedao da cabea e um terceiro tem uma barriga maior que a dos outros. Contudo, depois de pensar bem, voc chega concluso de que todas as broas em forma de anozinho tm um denominador comum. Embora nenhum deles seja absolutamente perfeito, voc suspeita que eles devem ter uma origem comum. E chega concluso de que todos foram assados na mesma frma.

E mais ainda, Sofia: isto desperta em voc o desejo de ver esta frma, pois fica claro que ela deve ser indescritivelmente mais perfeita e, de certa forma, mais bonita do que uma de suas frgeis e imperfeitas cpias.

Se voc resolveu esta questo sozinha, ento voc conseguiu resolver um problema filosfico exatamente da mesma maneira que Plato. Como a maioria dos filsofos, ele tambm caiu do espao na Terra, por assim dizer. (Ele foi l para a pontinha dos finos plos do coelho.) [Pgina 26: PS. Quanto ao coelhinho branco, talvez seja melhor compar-lo com todo o universo. Ns, que vivemos aqui, somos os bichinhos microscpicos que vivem na base dos plos do coelho. Mas os filsofos tentam subir da base para a ponta dos finos plos, a fim de poder olhar bem dentro dos olhos do grande mgico.] Plato ficou admirado com a semelhana entre todos os fenmenos da natureza e chegou, portanto, concluso de que por cima ou por trs de tudo o que vemos nossa volta h um nmero limitado de formas. A estas formas Plato deu o nome de idias. Por trs de todos os cavalos, porcos e homens existe a idia cavalo, a idia porco e a idia homem. (E por causa disto que a citada padaria pode fazer broas em forma de porquinhos ou de cavalos, alm de anezinhos. Pois uma padaria que se preze geralmente tem mais que uma frma. S que uma nica frma suficiente para todo um tipo de broa.)

Concluso: Plato acreditava numa realidade autnoma por trs do mundo dos sentidos. A esta realidade ele deu o nome de mundo das idias. Nele esto as imagens padro, as imagens primordiais, eternas e imutveis, que encontramos na natureza. Esta notvel concepo chamada por ns de a teoria das idias de Plato.

O VERDADEIRO CONHECIMENTO

At aqui acho que voc est me acompanhando, minha cara Sofia. Mas talvez voc esteja se perguntando se Plato estava realmente falando srio. Ser que ele acreditava mesmo que tais fenmenos pudessem existir numa realidade totalmente diferente?

Certamente ele no pensou literalmente desta forma durante toda a sua vida, mas a leitura de alguns de seus dilogos deixa claro que assim que ele quer ser entendido. Vamos tentar acompanhar sua linha de argumentao.

Como dissemos, um filsofo tenta entender algo que eterno e imutvel. Teria pouco sentido, por exemplo, escrever todo um tratado de filosofia sobre a existncia de determinada bolha de sabo. Em primeiro lugar, porque se teria pouca chance de examin-la cuidadosamente antes que ela desaparecesse. Em segundo, porque dificilmente se conseguiria vender um tratado filosfico sobre algo que ningum viu e que existiu por apenas alguns segundos.

Plato achava que tudo o que vemos ao nosso redor na natureza, tudo o que podemos tocar pode ser comparado a uma bolha de sabo. Pois nada do que existe no mundo dos sentidos duradouro. Voc concorda que todas as pessoas e todos os animais mais cedo ou mais tarde morrem e desaparecem, no mesmo? At um bloco de mrmore aos poucos vai se desfazendo e se desintegrando. (A Acrpole de hoje no passa de runas, Sofia. Uma coisa escandalosa, se voc quer saber a minha opinio. Mas a vida essa) Plato da opinio de que nunca podemos chegar a conhecer verdadeiramente algo que se transforma. Sobre as coisas do mundo dos sentidos, coisas tangveis, portanto, no podemos ter seno opinies incertas. E s podemos chegar a ter um conhecimento seguro daquilo que reconhecemos com a razo.

Sim, sim, Sofia, vou explicar melhor: retornando ao exemplo da broa em forma de anozinho, pode muito bem acontecer de alguma coisa dar errado enquanto o padeiro est fazendo a massa, ou ento enquanto a broa est crescendo ou assando, de tal modo que, no fim, no seja possvel dizer que formato aquela broa tem. Mas depois de eu ter visto vinte, trinta broas em forma de anozinho, pois mais imperfeitas que elas sejam, posso ter uma idia clara do formato que possui a frma em que elas foram assadas. E posso chegar a esta concluso mesmo sem nunca ter visto a frma. Alis, nada garante que seria melhor ver a frma com os prprios olhos, isto porque nem sempre podemos confiar em nossos sentidos. A faculdade de viso pode variar de pessoa para pessoa. De outra parte, podemos confiar no que a razo nos diz, pois a razo a mesma para todas as pessoas.

Se voc est numa sala de aula com trinta alunos e o professor pergunta qual a cor mais bonita do arco-ris, certamente ele ouvir muitas respostas diferentes. Mas se ele perguntar quanto trs vezes oito, a classe inteira deve chegar ao mesmo resultado. que neste caso a razo quem julga; e a razo , de certa forma, o extremo oposto de achar e sentir. Podemos dizer que a razo eterna e universal, justamente porque ela s se manifesta sobre dados que so eternos e universais.

Plato interessou-se muito por matemtica, exatamente porque os dados matemticos nunca se alteram. Por isso podemos chegar a um conhecimento seguro no que diz respeito matemtica. Mas vamos dar um exemplo: imagine que voc encontre na floresta uma pinha redonda. Talvez voc diga que acha a pinha perfeitamente redonda, mas pode ser que [sua amiga] Jorunn afirme que a pinha est um pouco amassada de um lado. (E a vocs comeam a discutir!) S que no d para vocs chegarem a um conhecimento seguro sobre aquilo que vem com os olhos. Por outro lado, vocs sabem que a soma dos ngulos de um crculo exatamente 360. Neste caso, porm, vocs esto falando de um crculo ideal, que no existe na natureza, mas que vocs conseguem visualizar perfeitamente com os olhos de dentro. (Vocs esto falando sobre o formato oculto da frma, e no sobre uma broa especfica, casual, que est sobre a mesa da cozinha.)

Para resumir brevemente: no podemos ter seno opinies incertas sobre tudo o que sentimos ou percebemos sensorialmente. Mas podemos chegar a um conhecimento seguro sobre aquilo que reconhecemos com nossa razo. A soma dos ngulos de um tringulo 180. E ser assim por toda a eternidade. Da mesma forma, a idia de que um cavalo ter sempre quatro patas continuar vlida, ainda que todos os cavalos do mundo dos sentidos fiquem mancos de uma perna.

UMA ALMA IMORTAL

Vimos que, para Plato, a realidade se dividia em duas partes.

A primeira parte o mundo dos sentidos, do qual no podemos ter seno um conhecimento aproximado ou imperfeito, j que para tanto fazemos uso de nossos cinco (aproximados e imperfeitos) sentidos. Nesse mundo dos sentidos, tudo flui e, conseqentemente, nada perene. Nada no mundo dos sentidos; nele, as coisas simplesmente surgem e desaparecem.

A outra parte o mundo das idias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento seguro, se para tanto fizermos uso de nossa razo. Este mundo das idias no pode, portanto, ser conhecido atravs dos sentidos. Em compensao, as idias (ou formas) so eternas e imutveis.

Para Plato, portanto, o homem tambm um ser dual. Temos um corpo, que flui e que est indissoluvelmente ligado ao mundo dos sentidos, compartilhando do mesmo destino de todas as outras coisas presentes neste mundo (por exemplo, uma bolha de sabo). Todos os nossos sentidos esto ligados a este corpo e, conseqentemente, no so inteiramente confiveis. Mas tambm possumos uma alma imortal, que a morada da razo. E justamente porque a alma no material, ela pode ter acesso ao mundo das idias.

J estou quase no fim. Mas h algo mais, Sofia. ALGO MAIS!

Plato tambm achava que a alma j existia antes de vir habitar nosso corpo. E ela existia no mundo das idias. (Ela ficava junto com as frmas de bolo l no alto da prateleira.) Entretanto, no momento mesmo em que a alma passa a habitar o corpo humano, ela se esquece das idias perfeitas. E ento tem incio um processo extraordinrio: quando as pessoas entram em contato com as formas da natureza, aos poucos uma vaga lembrana vai emergindo dentro de sua alma. O homem v um cavalo, mas um cavalo imperfeito (ou uma broa em forma de cavalinho!). E isto suficiente para despertar na sua alma a vaga lembrana do cavalo ideal que ela conheceu um dia no mundo das idias. Ao mesmo tempo em que ocorre, isto desperta no homem um anseio de retornar verdadeira morada da alma. Plato chamava este anseio, esta saudade, de Eros, que significa amor. A alma experimenta, portanto, um anseio amoroso de retornar sua verdadeira morada. A partir de ento, ela passa a perceber o corpo e tudo o que sensorial como imperfeito e suprfluo. Nas asas do amor, a alma deseja voar de volta para casa, para o mundo das idias. [Veja na Bblia, em Lc 15.11-32, a parbola do filho prdigo.] Ela quer se libertar do crcere do corpo.

Devo dizer sem demora que Plato descreve aqui o desenrolar ideal de uma vida, pois claro que nem todas as pessoas liberam suas almas para que elas possam empreender uma jornada de volta ao mundo das idias. A maioria das pessoas apega-se aos reflexos das idias no mundo dos sentidos. Elas vem um cavalo, e outro, e depois outro. Mas no conseguem ver aquilo de que o cavalo apenas uma imitao grosseira. (Elas entram na cozinha e atacam as broas, sem se perguntar de onde elas surgiram.) O que Plato descreve o caminho percorrido pelo filsofo. Podemos considerar sua filosofia a descrio da atividade de um filsofo.

Quando voc v uma sombra, Sofia, na mesma hora voc pensa que alguma coisa deve estar projetando esta sombra. Por exemplo, pode acontecer de voc ver a sombra de um animal. Talvez a de um cavalo, mas voc no est bem certa. Ento voc se vira e v o animal verdadeiro, que, naturalmente, muito mais bonito e de contornos mais ntidos do que a imprecisa sombra. POR ISSO QUE PLATO CONSIDERA TODOS OS FENMENOS DA NATUREZA MEROS REFLEXOS DAS FORMAS ETERNAS, OU IDIAS. S que a maioria das pessoas est satisfeita com sua vida em meio a esses reflexos sombreados. Elas acreditam que as sombras so tudo o que existe, e por isso no as vem como sombras. Com isto, esquecem-se tambm da imortalidade de suas almas.

DEIXANDO PARA TRS AS TREVAS DA CAVERNA

Plato nos conta uma parbola que ilustra bem esta reflexo. Ns a conhecemos por alegoria da caverna. Vou cont-la com minhas prprias palavras.

Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrnea. Elas esto de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoo e nos ps, de sorte que tudo o que vem a parede da caverna. Atrs delas ergue-se um muro alto e por trs desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para alm da borda do muro. Como h uma fogueira queimando atrs dessas figuras, elas projetam sombras bruxuleantes na parede da caverna. Assim, a nica coisa que as pessoas da caverna podem ver este teatro de sombras. E como essas pessoas esto ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que vem so a nica coisa que existe.

Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar daquela priso. Primeiramente ele se pergunta de onde vm aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Depois consegue se libertar dos grilhes que o prendem. O que voc acha que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para alm da borda do muro? Primeiro, a luz to intensa que ele no consegue enxergar nada. Depois, a preciso dos contornos das figuras, de que ele at ento s vira as sombras, ofusca a sua viso. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sair da caverna, ter mais dificuldade ainda para enxergar devido abundncia de luz. Mas depois de esfregar os olhos, ele ver como tudo bonito. Pela primeira vez ver cores e contornos precisos; ver animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna no passavam de imitaes baratas. Suponhamos, ento, que ele comece a se perguntar de onde vm os animais e as flores. Ele v o Sol brilhando no cu e entende que o Sol d vida s flores e aos animais da natureza, assim como tambm era graas ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede.

Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acabara de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam l dentro da caverna no lhe saem da cabea. E por isso ele decide voltar. Assim que chega l, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede no passam de trmulas imitaes da realidade. Mas ningum acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que vem tudo o que existe. Por fim, acabam matando-o.

O que Plato nos mostra com esta alegoria da caverna o caminho que o filsofo percorre das noes imprecisas para as idias reais que esto por trs dos fenmenos da natureza. Na certa Plato tambm estava pensando em Scrates, que tinha sido morto pelos habitantes da caverna por ter colocado em dvida as noes a que eles estavam habituados e por querer lhes mostrar o caminho do verdadeiro conhecimento. Desta forma, a alegoria da caverna uma imagem da coragem e da responsabilidade pedaggica do filsofo.

Plato defende o ponto de vista de que a relao entre as trevas da caverna e a natureza fora dela corresponde relao entre as formas da natureza e o mundo das idias. Ele no acha a natureza em si sombria e triste, mas acha sim que ela sombria e triste em relao clareza das idias. A foto de uma bela jovem no sombria e triste. Ao contrrio. S que no deixa de ser uma foto.Reflita sobre este mito e responda:

O que representa a caverna?

Que so as sombras das estatuetas? Quem representa o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O que a luz exterior do sol? O que o mundo exterior? O que a viso do mundo real iluminado? Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filsofo? Porque imaginam que o mundo sensvel o mundo real e o nico verdadeiro? Pense nas coisas que nos acontecem no mundo atual e tente fazer uma analogia com o Mito da Caverna. Faa uma analogia do mito da caverna com o processo educacional.