o meu pai natal, de bárbara inês santos

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O meu pai natal Eu gostava que o pai natal fosse menos gorducho para que todas as vezes que ele fosse a minha casa e à dos meus avós lhe pudesse dar muitos copos de leite e muitas bolachinhas. Todos os natais, que eu passo com os meus avós e o resto da minha família, recebo sempre os presentes que eu quero e que pedi. Quando eu os abro todos, brinco logo com eles, depois pego numa caneta e numa folha e escrevo a agradecer-lhe por tudo e por me terem dado o que eu pedi. Depois de escrever as cartas, gostava que ele me respondesse, mas nunca me responde. Quando acordo de manhã vou ver se tem algum papel debaixo da porta, mas tenho sempre más notícias, porque nunca tem nada. Fico chateada e escrevo-lhe outra carta a perguntar o porquê da demora da carta e por não ter aparecido.

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Page 1: O meu pai natal, de bárbara inês santos

O meu pai natal

Eu gostava que o pai natal fosse menos gorducho para que todas as vezes que ele fosse a minha casa e à dos meus avós lhe pudesse dar muitos copos de leite e muitas bolachinhas.

Todos os natais, que eu passo com os meus avós e o resto da minha família, recebo sempre os presentes que eu quero e que pedi. Quando eu os abro todos, brinco logo com eles, depois pego numa caneta e numa folha e escrevo a agradecer-lhe por tudo e por me terem dado o que eu pedi.

Depois de escrever as cartas, gostava que ele me respondesse, mas nunca me responde.

Quando acordo de manhã vou ver se tem algum papel debaixo da porta, mas tenho sempre más notícias, porque nunca tem nada.

Fico chateada e escrevo-lhe outra carta a perguntar o porquê da demora da carta e por não ter aparecido.

Mas, nas manhãs de segunda-feira, que é quando durmo mais tempo, ele envia, mas eu não tenho tempo de a ler.

Por isso, eu queria que o pai natal me mandasse as cartas aos domingos à noite para poder falar com ele a sós e com calma.